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INSTITUTO MULTIDISCIPLINAR
IM816 – ANÁLISE DO DISCURSO
PROFESSORA: JÉSSICA TOSTES
ALUNA: ANA CAROLINA BARBOSA DOS SANTOS
GLOSSÁRIO
• CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO:
São as características básicas do contexto interlocutivo acionadas pelos
sujeitos, de forma consciente ou inconsciente, no decorrer do processo de
elaboração do texto oral ou escrito. Elas abrangem o sujeito e a situação dentro
de um contexto sócio-histórico-ideológico e de uma memória discursiva. As
condições de produção são ainda responsáveis pelo estabelecimento das
relações de força e poder no interior do discurso, mantendo com a linguagem
uma relação necessária e constituindo com ela o sentido do texto.
EXEMPLO: “Pra Não Dizer que Não Falei das Flores” (1968), Geraldo
Vandré
Letra: “Caminhando e cantando / E Seguindo a canção / Somos todos
iguais / Braços dados ou não [...] Vem, vamos embora / Que esperar não é
saber / Quem sabe faz a hora / Não espera acontecer [...] Há soldados
armados, amados ou não / Quase todos perdidos de armas na mão / Nos
quartéis lhes ensinam uma antiga lição / De morrer pela pátria e viver sem
razão".”
• FORMAÇÕES IMAGINÁRIAS:
São as imagens que os sujeitos fazem de si e do outro. As ‘’formações
imaginárias’’ designam o lugar que o sujeito e o destinatário se atribuem
mutuamente, ou seja, a imagem que fazem de seu próprio lugar e o lugar do
outro.
EXEMPLOS:
EXEMPLO:
Bolsonaro ameaça jornalista: 'Minha vontade é encher tua boca na
porrada'.
Presidente não gostou de ser questionado sobre cheques que teriam sido
depositados por Queiroz e a mulher na conta da primeira-dama, Michelle
Bolsonaro. O jornal 'O Globo', divulgou nota repudiando a agressão ao
profissional, que trabalha na empresa.
Podemos compreender que essa fala do presidente, nos faz voltar ao período
de ditadura, uma memória de anos passado, onde quando é utilizada essa
maneira agressiva, acaba calando a pessoa e as impossibilitando de falar, de
indagar e consequentemente de expor algo que não agrade. O que inclusive
acontecia nesse período de ditadura, onde as pessoas eram caladas de formas
agressivas assim como a que o presidente citou.
• INTERDISCURSO:
Compreende o conjunto das formações discursivas e se inscreve no nível da
constituição do discurso, na medida em que trabalha a ressignificação do
sujeito sobre o que já foi dito, o repetível, determinando os deslocamentos
promovidos pelo sujeito nas fronteiras de uma formação discursiva.
EXEMPLOS:
Monte Castelo
Legião Urbana
As Quatro Estações: ao Vivo
Ainda que eu falasse a língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor, eu nada seria
1 Coríntios 13
O amor
Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei
como o sino que ressoa ou como o prato que retine.
A banda Legião Urbana utilizou o que já havia dito no versículo 1 Corintios Cap
13 em sua música, assim a repetindo e a tornando um interdiscurso pois era
algo que já havia dito e sido abordado em outra ocasião, e eles retomaram e
reafirmaram em outro momento.
• INTRADISCURSO:
Podemos dizer que o intradiscurso é o “fio do discurso” de um sujeito; a rigor, é
um efeito do interdiscurso sobre si mesmo, uma vez que incorpora, no eixo
sintagmático (linear), a relação de possibilidade de substituição entre
elementos (palavras, expressões, proposições), como se esses elementos,
assim encadeados entre si, tivessem um sentido evidente, literal. O que está
em evidência, no intradiscurso, é a formulação de um discurso a partir da
realidade presente.
EXEMPLO:
De acordo com o texto sagrado, Maria não havia tido nenhuma relação sexual
que justificasse sua gravidez. "O Espírito virá sobre você, e o poder do
Altíssimo vai cobri-la com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será
chamado Santo, Filho de Deus", explicou o anjo, enfatizando que "para Deus
nada é impossível". É denominado um intradiscurso pois a doutrina religiosa
possui uma "lógica" interna nela mesma, pois os diversos argumentos que a
"explicam" são confirmados em muitas passagens de seus argumentos,
• IDEOLOGIA:
É um mecanismo imaginário através do qual coloca-se para o sujeito, conforme
as posições sociais que ocupa, um dizer já dado, um sentido que lhe aparece
como evidente, isto é, natural, é “normal” para ele enunciar daquele lugar. Os
discursos não são redutíveis às ideologias, tanto quanto as ideologias não são
passíveis de serem superpostas aos discursos.
EXEMPLO:
• FORMAÇÃO IDEOLÓGICA:
É constituída como um conjunto complexo que comporta atitudes e
representações que não são nem “individuais” nem “universais”, mas que se
referem mais ou menos diretamente a “posições de classe” em conflito umas
com as outras. A formação ideológica tem necessariamente como um de seus
componentes uma ou várias formações discursivas interligadas. Constatação
essa que significa que os discursos são governados por formações ideológicas.
EXEMPLO:
Nessa tirinha por exemplo, podemos perceber que quando uma pessoa se
encaixa em determinada classe social, a visão dela é única e exclusivamente
naquela classe, sua formação ideológica só visa a situação e não a dos outros.
E na tirinha é perceptível que para o homem que no seu discurso indaga a
necessidade de lutas de classe por ter o que comer, o trabalhador que não tem
o que comer, que não faz parte da realidade dele, sofre por essa diferença pois
a ausência do alimento na mesa de outra pessoa não interfere em nada na vida
do homem. Assim podemos perceber o quão egoísta e prejudicial a ausência
dessa visão em relação as outras classes pode atrapalhar quem realmente
necessita da luta de classes.
• FORMAÇÃO DISCURSIVA:
É caracterizada pelas marcas estilísticas e tipológicas que se constituem na
relação da linguagem com as condições de produção. De outro lado, podemos
dizer que o que define a formação discursiva é sua relação com a formação
ideológica. Assim podemos perceber como se faz a relação das marcas
formais com o ideológico.
EXEMPLO:
Na charge, podemos evidenciar como o sujeito se manifesta em relação à
temática política e corrupção. Tal sujeito, para os sentidos que pretende evocar
ao se posicionar, se utiliza das ideologias que no seu contexto social, histórico
e cultural foram construídas, ideologias essas que estruturam todo o discurso,
fazendo com que, de fato, os efeitos de sentidos discursivos sejam alcançados,
bem como também o humor pretendido pelo chargista.
• SUJEITO:
É compreendido como um sujeito assujeitado a uma condição pré-
estabelecida, determinado a ser sujeito em um contexto específico,
atravessado pela língua e história. Interpelado por algo que o precede e que é
sua causa, pois o sujeito não é sua causa em si.
EXEMPLO:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ORLANDI Eni P – ANÁLISE DO DISCURSO. PRINCÍPIOS & PROCEDIMENTOS.