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GRUPO SER EDUCACIONAL

UNINORTE
LETRAS LINGUA PORTUGUESA
ANÁLISE DO DISCURSO
ÉRICA MARIA ASEVEDO DE COSTA MOURA
RAFAELA SOBRAL BRITO
LEILA ITO NISHIMOTO TRINDADE

A análise do discurso traz o discurso como sendo um efeito da articulação de língua,


história e sujeito. Segundo HAROCHE (2011), “As palavras mudam de sentido
segundo as posições ocupadas por aqueles que a empregam”. Aqui se tem muitas
maneiras de significar, pois não se trata do estudo unicamente como um sistema de
signos ou da norma culta e variação linguística como normas de linguagem, entre
outras.
Dentre os pontos importantes da Análise do discurso temos a Ideologia e o Sujeito.
Para Althusser (1974), o sujeito é um efeito ideológico elementar. É elementar por
não ser a consequência de algo. O indivíduo é interpelado em sujeito pela ideologia
para que se produza o dizer. Se tem a ideia de que interpelado quer dizer fisgado,
capturado, ou seja, é pego no jogo discursivo da sociedade pelas diversas
ideologias.
Na charge há dois personagens: um político e alguém que está lhe instruindo como
fará suas propostas de governo, ou seja, suas promessas. Esse segundo está
indicando quais máscaras o político deve usar ao falar as promessas de cada
assunto que será abordado como desemprego, atual governo e violência.
Ao analisarmos a charge de Sinovaldo podemos perceber esse sujeito interpelado
supracitado pois não vamos analisar em seu contexto imediato, mas levaremos em
consideração o contexto sócio-histórico que a charge carrega. Da motivação do ser
humano ao tentar entender o que o autor quis transmitir surge a ideologia. Em seu
significado literal não faz muito sentido pois os dizeres não são totalmente
controlados pelo Sujeito, ele não decide a ideologia por si só e os sentidos não são
muito evidentes. O que se tem são efeitos de sentido. “Essa inscrição dos efeitos
linguísticos materiais na história é que é a discursividade (ORLANDI, 2009, p. 47).
Nesse contexto se tem uma relação forte com o inconsciente e com os
esquecimentos número um (ideológico) e número dois (da ordem da enunciação)
que Pêcheux (1975) aborda.
Sinovaldo está ironizando as falácias dos políticos em épocas de eleição. Temos
historicamente muitas promessas de governo que não são cumpridas, ou seja, os
candidatos se transvestem de personagens para arranjar uma forma de enganar o
povo com suas propostas que não tem intenção de cumprir. Ao falar da máscara
número 2, que faz referência à franquia de filmes de terror “Pânico” (1996-2023), o
autor faz analogia com as falas dos discursos do candidato que fala sobre o que o
atual governo, ao ver dele, faz de ruim e o que poderá continuar acontecendo caso o
governo atual continue no poder.
Assim podemos ver a relação em que o sujeito é afetado pela língua, com os
sentidos e com a história. Apenas através do lugar onde está inserido ele poderá
absorver o sentido. Os efeitos linguísticos que tomados de um posicionamento
ideológico é que se inscrevem na história fazendo então a discursividade. O sentido
é construído através da história pela linguagem, pelos sujeitos na ideologia e como
produtor desse sentido e interpretante dos sentidos antes afetados pela ideologia e
pela história.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PÊCHEUX, Michel. Semântica e discurso: uma crítica à afirmação do óbvio.


Tradução Eni Orlandi. Campinas: UNICAMP, 1988 .

ORLANDI, Eni P. A questão do assujeitamento: um caso de determinação histórica.


Comciência. Campinas: LABJOR-UNICAMP, n. 89, jul. 2007. Disponível em:
<http://www.comciencia.br/comciencia/handler.php?section=8&edicao=26&id=… ;.
Acesso em 05 abr. 2023.

ALTHUSSER, Louis. Ideologia e aparelhos ideológicos de Estado. Trad. J.J. Moura


Ramos. Lisboa: Presença/Martins Fontes, 1974.

FERRAZ, Marcel. O sujeito para a análise de discurso (ad). São Paulo: PUC-SP,
2018. Disponível em: < https://www.pucsp.br/linguagem-e-subjetividade/coluna-o-
sujeito-para-analise-de-discurso-ad>. Acesso em 21 de abril de 2023.

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