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A linguagem é o maior instrumento de interação entre

sujeitos socialmente organizados. Isso porque ela possibilita


a troca de ideias, a circulação de saberes e faz
intermediação entre todas as formas de relação humanas.
Quando queremos nos expressar verbalmente, seja de
maneira oral (fala), seja na forma escrita, recorremos às
palavras, expressões e enunciados de uma língua, os quais
atuam em dois planos de sentido distintos: o denotativo,
que é o sentido literal da palavra, expressão ou enunciado,
e o conotativo, que é o sentido figurado da palavra,
expressão ou enunciado.
DENOTAÇÃO

Quando a linguagem está no sentido denotativo, significa


que ela está sendo utilizada em seu sentido literal, ou seja,
o sentido que carrega o significado básico das palavras,
expressões e enunciados de uma língua. Em outras
palavras, o sentido denotativo é o
sentido real, dicionarizado das palavras.
Exemplos:

-A professora pediu aos alunos que pegassem o caderno de Geografia.


-A polícia capturou os três detentos que haviam fugido da penitenciária
de Santa Cruz do Céu.
-O hibisco é uma planta que pode ser utilizada tanto para ornamentação
de jardins quanto para a fabricação de chás terapêuticos a partir das
suas flores.
CONOTAÇÃO

Quando a linguagem está no sentido conotativo, significa que ela está


sendo utilizada em seu sentido figurado, ou seja, aquele cujas
palavras, expressões ou enunciados ganham um novo significado em
situações e contextos particulares de uso. O sentido
conotativo modifica o sentido denotativo (literal) das palavras e
expressões, ressignificando-as.
Nos textos literários e publicitários a linguagem conotativa aparece
com maior frequência e expressividade. A utilização da linguagem
conotativa nos gêneros discursivos literários e publicitários ocorre
para que se possa atribuir mais expressividade às palavras,
enunciados e expressões, causando diferentes efeitos de
sentido nos leitores/ouvintes.
Exemplo:
Leia um trecho do poema Amor é fogo que arde sem se ver, de Luiz Vaz de
Camões, e observe a maneira como o poeta define a palavra/sentimento 'amor'
utilizando linguagem conotativa:

Amor é fogo que arde sem se ver;


É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente;

É dor que desatina sem doer.


É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;

É um cuidar que se ganha em se perder.


É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor


Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
(Luís Vaz de Camões, séc. XVI)
EX:
O leão é um animal feroz
leão = animal (sentido próprio, verdadeiro)

Aquele homem é um leão


leão = pessoa forte, brava (sentido figurado)
-O menino quebrou a vidraça.
-A garota quebrou o silêncio.
-Uma pedra rolou da escada.
-Aquela pessoa é uma pedra no
meu sapato.
-As estrelas do céu brilhavam.
-As estrelas do cinema
brilhavam.
OS TIPOS TEXTUAIS

Os textos, independentemente do gênero a que pertencem, se constituem de


sequências com determinadas características linguísticas, como classe gramatical
predominante, estrutura sintática, predomínio de determinados tempos e modos
verbais, relações lógicas. Assim, dependendo dessas características, temos os
diferentes tipos textuais.
Experimente listar os gêneros textuais que existem. Você
logo descobrirá que eles são inumeráveis. Cartas, ofícios,
receitas, crônicas, bulas de remédios, manuais de
instrução, artigos e romances são alguns deles. Cada
gênero de texto atende a um tipo de necessidade,
proporcionando uma forma de interação social. Para isso,
ele se estrutura de uma maneira específica, valendo-se
dos chamados modos de organização de textos (ou tipos
textuais).
Vale lembrar que um único texto pode conter trechos com
diferentes modos de organização.
NARRAÇÃO

A Narração é um tipo de texto que relata uma história real,


fictícia ou mescla dados reais e imaginários. O texto narrativo
apresenta personagens que atuam em um tempo e em um
espaço, organizados por uma narração feita por um narrador.
Tudo na narrativa depende do narrador, da voz que conta a
história.

O modo narrativo consiste na enunciação de fatos que


envolvem ações de personagens, encadeadas no tempo.
Nesse modo, que se caracteriza pela organização temporal,
predominam os verbos de ação, em geral no passado.
DESCRIÇÃO
A função da descrição é informar as características do
que está sendo apresentado. Enquanto uma narração faz
progredir uma história, a descrição consiste justamente em
interrompê-la, detendo-se em um personagem, um objeto,
um lugar, etc.
Na descrição o ser e o ambiente são importantes. Assim,
o substantivo e o adjetivo devem ser explorados para
traduzirem com ênfase uma impressão.
A descrição pode ser objetiva, dando destaque para os
elementos característicos daquilo que se descreve e
subjetiva, quando as impressões, sensações e emoções do
autor também são apresentadas interferindo, modificando as
características daquilo que está sendo apresentado.
A CASA

Era uma casa


Muito engraçada
Não tinha teto
Não tinha nada
Ninguém podia
Entrar nela não
Porque na casa
Não tinha chão
Ninguém podia
Dormir na rede
Porque a casa
Não tinha parede
Ninguém podia
Fazer pipi
Porque penico
Não tinha ali
Mas era feita
Com muito esmero
Na Rua dos Bobos
Número Zero.

- Vinicius de Moraes
SEQUÊNCIA ARGUMENTATIVA: é aquela em que
se faz a defesa de um ponto de vista, de uma ideia,
ou em que se questiona algum fato. Intenta-se
persuadir o leitor ou ouvinte, fundamentando o que
se diz com argumentos de acordo com o assunto ou
tema, a situação ou o contexto e o interlocutor;
Caracteriza-se pela progressão lógica de ideias e
requer uma linguagem mais sóbria, objetiva,
denotativa.
Brás Cubas, o defunto-autor de Machado de Assis, diz em
suas "Memórias Póstumas" que não teve filhos e não transmitiu a
nenhuma criatura o legado da nossa miséria. Talvez hoje ele
percebesse acertada sua decisão: a postura de muitos brasileiros
frente a intolerância religiosa é uma das faces mais perversas de
uma sociedade em desenvolvimento. Com isso, surge a
problemática do preconceito religioso que persiste intrinsecamente
ligado à realidade do país, seja pela insuficiência de leis, seja pela
lenta mudança de mentalidade social.
É indubitável que a questão constitucional e sua aplicação
estejam entre as causas do problema. Conforme Aristóteles, a
poética deve ser utilizada de modo que, por meio da jsutiça, o
equilíbrio seja alcançado na sociedade. De maneira análoga, é
possível perceber que, no Brasil, a perseguição religiosa rompe
essa harmonia; haja vista que, embora esteja previsto na
Constituição o princípio da isonomia, no qual todos devem ser
tratados igualmente, muitos cidadãos se utilizam da inferioridade
religiosa para externar ofensas e excluir socialmente pessoas de
religiões diferentes.
Segundo pesquisas, a religião afro-brasileira é a principal vítima
de discriminação, destacando-se o preconceito religioso como o
principal impulsionador do problema. De acordo com Durkheim, o
fato social é a maneira coletiva de agr e de pensar. Ao seguir essa
linha de pensamento, observa-se que a preparação do preconceito
religioso se encaixa na teoria do sociólogo, uma vez que se uma
criança vive em uma família com esse comportamento, tende a
adotá-lo também por conta da vivência em grupo. Assim, a
continuação do pensamento da inferioridade religiosa, transmitido
de geração a geração, funciona como base forte dessa forma de
preconceito, perpetuando o problema no Brasil.
Infere-se, portanto, que a intolerância religiosa é um mal
para a sociedade brasileira. Sendo assim, cabe ao Governo Federal
construir delegacias especializadas em crimes de ódio contra
religião, a fim de atenuar a prática do preconceito na sociedade,
além de aumentar a pena para quem o praticar. Ainda cabe à
escola criar palestras sobre as religiões e suas histórias, visando a
informar crianças e jovens sobre as diferenças religiosas no país,
diminuindo, assim, o preconceito religioso. Ademais, a sociedade
deve se mobilizar em redes sociais, com o intuito de conscientizar a
população sobre os males da intolerância religiosa. Assim, poder-
se-á transformar o Brasil em um país desenvolvido socialmente, e
criar um legado de que Brás Cubas pudesse se orgulhar."
Larissa Cristine Ferreira, 20 anos
SEQUÊNCIA EXPLICATIVA OU EXPOSITIVA:
intenta explicar dar informações a respeito de
alguma coisa. O objetivo é fazer com que o
interlocutor/ adquira um saber, um conhecimento
que até então não tinha. É fundamental destacar
que, nos textos explicativos, não se faz defesa de
uma ideia, de um ponto de vista, - características
básicas do texto argumentativo. Os textos
explicativos tratam da identificação de fenômenos,
de conceitos, de definições.
INJUNÇÃO

O texto injuntivo ou instrucional está pautado na


explicação e no método para a concretização de uma ação,
ou seja, indicam o procedimento para realizar algo, por
exemplo, uma receita de bolo, bula de remédio, manual de
instruções, editais e propagandas.
Com isso, sua função é transmitir para o leitor mais do que
simples informações, visa sobretudo, instruir, explicar,
todavia, sem a finalidade de convencê-lo por meio de
argumentos.
A partir disso, note que são textos o quais incitam a ação
dos destinatários, controlando, assim, seu comportamento,
ao fornecer instruções e indicações para a realização de um
trabalho ou a utilização correta de instrumentos e/ou
ferramentas.
O modo injuntivo consiste no encadeamento de
ideias com a finalidade de persuadir o destinatário
a praticar atos ou ter atitudes. Uma de suas
características é o emprego do imperativo.

A marca fundamental da sequência injuntiva ou


instrucional é o verbo no imperativo ( injuntivo é
sinônimo de "obrigatório", "imperativo"), ou outras
formas que indicam ordem, orientação.
TIPOS DE SUJEITO
Existem diferentes tipos de sujeito, sendo eles: sujeito simples, sujeito composto,
sujeito oculto, sujeito indeterminado e sujeito inexistente.
O sujeito insere-se dentre os chamados “Termos essenciais da oração”, pois
para que uma oração seja dotada de sentido, ela necessariamente precisa conter
sujeito e predicado e, em algumas vezes, complemento.

Como exemplo temos:

O otimismo é uma virtude.

Neste caso, destaca-se como sujeito:


O otimismo, e como predicado: é uma virtude.

Desta forma, o sujeito classifica-se como o “ser” do qual se afirma algo. É bem
simples descobrirmos o sujeito dentro de uma oração, basta que façamos a
pergunta ao próprio verbo. Baseando no exemplo acima, o que é uma virtude?
Como resposta temos: o
otimismo.
Agora é importante sabermos que o sujeito
classifica-se em:

Simples:
Quando ele possui apenas um núcleo, sendo que
este “núcleo” é a ideia principal dentro do sujeito:

O dia está ensolarado. Como núcleo, temos a


palavra dia.
COMPOSTO:

Quando possui mais de um núcleo:


Pedro e Paulo são irmãos inseparáveis.

OCULTO/ELÍPTICO:

Neste caso, sabemos que ele existe, porém não está


explícito na oração. A forma pela qual o reconhecemos é
pela terminação verbal (desinência).
Cheguei atrasada para o evento.

A terminação -ei provém da primeira pessoa (EU) do


pretérito perfeito do modo indicativo. Logo, sabemos que
trata-se de um sujeito oculto referente à pessoa verbal já
mencionada.
INDETERMINADO:
Quando ele não está expresso e não podemos reconhecê-lo
nem pela terminação do verbo e nem pela identificação dos
elementos aos quais o predicado se refere.
Há, portanto, duas regras específicas para reconhecermos os
casos de ocorrência:

- Quando o verbo está na terceira pessoa do singular


acompanhado do pronome “se” funcionando como índice de
indeterminação do sujeito:
Precisa-se de funcionários competentes naquela empresa.

- Quando o verbo está na terceira pessoa do plural:


Falaram mal de você na reunião.
SUJEITO INEXISTENTE OU ORAÇÃO SEM SUJEITO:
Ocorre quando simplesmente não existe um elemento ao qual o predicado se refere.
Especificamente neste caso, há regras mais complexas que o determina:
Verbos que indicam fenômenos da natureza, como: nevar, chover, trovejar, relampejar.
Está nevando muito na Suíça.

Verbo haver nos sentido de Existir:


Há muita corrupção na política.
Na casa havia locais aconchegantes para o inverno.

Verbo Fazer indicando:

Tempo:
Faz dois meses que não o vejo.
Fenômeno da natureza:
Fez noites frias no inverno passado.

Verbo Ser indicando:


Distância:
Daqui a Anápolis são sessenta quilômetros.
Tempo:
Já é noite.
VERBETE
O verbete é um gênero de caráter informativo e
predominantemente descritivo, visto que seu
objetivo é explicar um conceito, uma palavra,
atribuindo-lhe um conjunto de significados e
exemplos. Mais comumente, os verbetes são
encontrados em um dicionário ou enciclopédia, e
sua linguagem segue as normas padrão da língua,
com um alto nível de formalidade. Como são
destinados a consulta, são, normalmente, curtos e
objetivos, facilitando o acesso e o entendimento e
evitando termos que sejam subjetivos e estilísticos.
TIRINHA
O que é?
A Tirinha é um gênero textual, de cunho humorístico, as vezes
político, feita de pequenas falas que muitas vezes, tem um tom
ambíguo. E é representada por desenhos, que ilustram a obra,
muitas vezes, constituído por quadrinhos sequenciais.

Onde é mais encontrada?


A tirinha é mais encontrada nos jornais, onde muitas vezes ela é
utilizada para satirizar a política, ou um problema social.

Onde surgiu?
Surgiu nos Estados Unidos. O nome "tirinha" remete ao formato
do texto, que parece um "recorte" de jornal. Com o passar do
tempo, a tirinha difundiu-se pelo mundo.
Tipos, formas e características da tirinhas: Nos primeiros
anos de sua criação era feita de modo horizontal, mas no
passar dos anos sua forma foi variando, e criou-se
também, um estilo de tirinha feita de forma vertical. Há
tirinhas onde os personagens interagem-se com falas, mas
também há outras onde nenhum personagem se
comunica, estimulando o entendimento do leitor.

Estrutura-se em enunciados curtos, e traz um conteúdo em


que predomina a crítica, com humor, a modos de
comportamento, valores, sentimentos, destacando-se,
portanto, nessa composição, códigos verbais e não-
verbais.
No Brasil, um dos pioneiros na criação e publicação de tiras
foi Maurício de Sousa, que começou publicando a tira do
cãozinho Bidu, no fim da década de 1950, no jornal Folha de
São Paulo. Maurício de Sousa criou uma série de outros
personagens que ficaram famosíssimos, como a Mônica, o
Cascão, o Cebolinha, dentre outros, e que ganharam,
posteriormente, suas próprias revistas de histórias em
quadrinhos.
A tirinha tem seu espaço garantido nos jornais, em
revistas, nos livros didáticos e atualmente tem
alcançado grande destaque nas chamadas Redes
Sociais, além de blogs especializados neste gênero.

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