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Contaminação
A indústria da moda está entre as mais poluentes do mundo, depois
da indústria do petróleo.
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), ela é
responsável por 8% dos gases do efeito estufa e por 20% do
desperdício de água no mundo.
Para produzir uma peça de jeans são gastos algo como 7.500 litros
de água.
Além disso, grande parte da roupa está cheia de poliéster, um tipo de
resina plástica derivada do petróleo e que oferece grandes vantagens
em relação ao algodão: mais barato, pesa pouco, seca rápido e não
amassa.
O problema é que demora 200 anos para se desintegrar - o algodão
leva 2 anos e meio.
E aqui, no deserto do Atacama, a maioria das peças estão cheias
justamente de poliéster. Camisetas esportivas, trajes de banho ou
shorts brilham como novos, mas provavelmente estão há meses ou
anos nas pilhas de lixo.
Com o passar do tempo, as roupas se desgastam e liberam
microplásticos que acabam na atmosfera, afetando fortemente a
fauna marítima ou terrestre das cercanias.
Outra coisa que preocupam as autoridades são os incêndios que
anualmente ocorrem nos lixões clandestinos.
"Como não há um dispositivo legal, a única solução é queimar [a
roupa]. E a poluição da fumaça é um grande problema", explica
Eduardo Ortega. "São provocados incêndios anuais de grandes
proporções, que duram entre dois e dez dias."
Além disso, grande parte da roupa está cheia de poliéster, um tipo de
resina plástica derivada do petróleo e que oferece grandes vantagens
em relação ao algodão: mais barato, pesa pouco, seca rápido e não
amassa.
O problema é que demora 200 anos para se desintegrar - o algodão
leva 2 anos e meio.
E aqui, no deserto do Atacama, a maioria das peças estão cheias
justamente de poliéster. Camisetas esportivas, trajes de banho ou
shorts brilham como novos, mas provavelmente estão há meses ou
anos nas pilhas de lixo.
Com o passar do tempo, as roupas se desgastam e liberam
microplásticos que acabam na atmosfera, afetando fortemente a
fauna marítima ou terrestre das cercanias.
Outra coisa que preocupam as autoridades são os incêndios que
anualmente ocorrem nos lixões clandestinos.
"Como não há um dispositivo legal, a única solução é queimar [a
roupa]. E a poluição da fumaça é um grande problema", explica
Eduardo Ortega. "São provocados incêndios anuais de grandes
proporções, que duram entre dois e dez dias."
Soluções?
O problema da roupa no deserto do Atacama não é novo.
Faz cerca de 15 anos que os descartes têxteis se acumulam nesse
lugar icônico, mas agora o problema tem atingido proporções
gigantescas, afetando 300 hectares (algo como 420 campos de
futebol) da região, segundo a secretaria de meio ambiente de
Tarapacá.
A solução, no entanto, não é simples.
No momento, há dois planos em andamento: um programa de
erradicação de lixões clandestinos e a incorporação da roupa usada à
Lei de Responsabilidade Estendida do Produtor, que estabelece
obrigações para empresas importadoras.
Mas ainda faltam passos importantes para que os planos sejam
colocados em prática: no caso do primeiro, é necessária a aprovação
do governador regional e, no caso do segundo, ainda é preciso
elaborar o decreto de regulamentação.
"Não é fácil conciliar tantos interesses para uma solução ampla e
incisiva, como proibir a entrada de roupa usada, isso não é factível",
diz Moyra Rojas, secretária de meio ambiente da região de Tarapacá.
A falta de fiscalização e controle na área faz com que seja muito fácil
descartar as peças em depósitos ilegais.
"Alto Hospicio é uma área vulnerável, que tem um orçamento muito
baixo. Não podemos contratar mais fiscais, não recebemos recursos",
declara Ortega.
Uma das soluções é o uso de tecidos sintéticos mais amigáveis com
o meio ambiente.
Poliéster reciclado
Origem: Redes de pesca recuperadas dos oceanos.
Prós: Ajuda na limpeza dos oceanos, recuperando redes que foram
perdidas ou jogadas no mar por barcos pesqueiros. A produção é
considerada de ciclo fechado e usa menos água e energia que uma
poliamida tradicional. Usa menos energia e água que a produção de
algodão. Ela é reciclável, macia, fresca e não acumula mau cheiro.
Contras: Não está presente no Brasil, é feita na Itália.
No pós consumo, principalmente nas lavagens, libera microplásticos
na rede de esgoto, que acabam chegando nos oceanos e rios,
prejudicando a vida que neles habita.
A longo prazo, não estimula a mudança de hábitos ou o cumprimento
da penalidade severa que deveria ser aplicada para quem abandona
redes no mar.
Poliéster reciclado
Origem: Garrafas pet pós consumo.
Prós: Além de reaproveitar garrafas que iriam pro lixo, usa 70%
menos da energia que o poliéster convencional. Usa menos energia e
água que a produção de algodão.
Contras: Demora 400 anos para se degradar, é feito na China.
No pós consumo, principalmente nas lavagens, libera microplásticos
na rede de esgoto, que acabam chegando nos oceanos e rios,
prejudicando a vida que neles habita.
A longo prazo, não estimula a mudança de hábitos; não diminui a
produção de garrafas pet, nem estimula a substituição delas por
novos materiais ecológicos.
O poliéster tem a desvantagem de ser uma fibra quente, com pouca
respirabilidade, áspera para peles sensíveis e que colabora com a
proliferação de bactérias que causam mau cheiro permanente.