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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA

DE SÃO PAULO
CÂMPUS ITAQUAQUECETUBA

Higor Gabriel da Silva


Lucas Francelino de Jesus
Odinei Ramos da Silva

ATUALIZAÇÃO DE PROJETO DE VENTILADOR MECÂNICO PULMONAR


DE BAIXO CUSTO

ITAQUAQUECETUBA
2022
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA
DE SÃO PAULO
CÂMPUS ITAQUAQUECETUBA

TÉCNICO EM MECÂNICA CONCOMITANTE

Higor Gabriel da Silva


Lucas Francelino de Jesus
Odinei Ramos da Silva

ATUALIZAÇÃO DE PROJETO DE VENTILADOR MECÂNICO PULMONAR


DE BAIXO CUSTO

Projeto apresentado ao Instituto Federal de


Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo-
Campus Itaquaquecetuba como parte dos
requisitos necessários para avaliação da
disciplina PJI (Projeto Integrador) e Redação
Técnica do curso Técnico em Mecânica
Concomitante.

Sob orientação do Professor Dr. Fabrício Iusuti


de Medeiros.

ITAQUAQUECETUBA
2022
LISTA DE IMAGENS
Imagem 1-Vista frontal de um ventilador mecânico...........................................10
Imagem 2- Primeiro ventilador mecânico..........................................................14
Imagem 3- Vista frontal das cavidades nasais..................................................16
Imagem 4- Vista inferior da faringe....................................................................17
Imagem 5- Vista lateral da laringe.....................................................................18
Imagem 6- Vista frontal da traquéia...................................................................18
Imagem 7- Vista frontal dos brônquios..............................................................19
Imagem 8- Estrutura de um sistema respiratório...............................................20
Imagem 9- Propriedades mecânicas do acrílico................................................22
Imagem 10- Seção retangular...........................................................................26
Imagem 11- Ventilador mecânico em 3D...........................................................26
Imagem 12- Estrutura acrílica............................................................................27
Imagem 13- Peça 01 em 2D..............................................................................28
Imagem 14- Peça 02 em 2D..............................................................................29
Imagem 15- Peça 03 em 2D..............................................................................30
Imagem 16- Peça 04 em 2D..............................................................................31
Imagem 17- Peça 05 em 2D..............................................................................32
Imagem 18- Apoiador de eixo em 3D................................................................34
Imagem 19- Tabela de densidade diversos polímeros......................................35
Imagem 20- Injeção plástica em molde.............................................................36
Imagem 21- Molde para injeção de plásticos....................................................36
Imagem 22- Injeção plástica em uma garrafa de amaciante.............................37
Imagem 23- Estrutura acrílica............................................................................38
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...............................................................................................9
1.1 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA.................................................................10
1.2 JUSTIFICATIVA...........................................................................................10
1.3 OBJETIVO GERAL......................................................................................11
1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS........................................................................11
2. REFERENCIAL TEÓRICO............................................................................12
2.1 VENTILADOR MECÂNICO..........................................................................12
2.1.1 HISTÓRIA DO VENTILADOR MECÂNICO...............................................13
2.1.2 VENTILAÇÃO MECÂNICA INFANTIL.......................................................14
2.1.3 FUNCIONAMENTO DO VENTILADOR MECÂNICO................................15
2.2 SISTEMA RESPIRATÓRIO..........................................................................15
2.2.1 CAVIDADES NASAIS................................................................................16
2.2.2 FARINGE..................................................................................................17
2.2.3 LARINGE..................................................................................................17
2.2.4 TRAQUÉIA................................................................................................18
2.2.5 BRÔNQUIOS............................................................................................19
2.2.6 ESTRUTURA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO.........................................19
3. MATERIAIS E MÉTODOS.............................................................................21
3.1 UTILIZAÇÃO DO ACRÍLICO COMO MATÉRIA PRIMA..............................21
3.2 FLUXOGRAMA DOS PROCESSOS...........................................................23
3.3 CÁLCULOS DE DIMENSIONAMENTO.......................................................24
3.4 DESENHO TÉCNICO EM 3D E DETALHAMENTO 2D..............................26
3.5 PROCESSO PARA A FABRICAÇÃO DA ESTRUTURA ACRÍLICA...........33
3.6 ESTUDO TEÓRICO PARA FABRICAÇÃO DO APOIADOR DE EIXO VIA
INJEÇÃO PLÁSTICA.........................................................................................33
3.6.1 PROCESSO DE INJEÇÃO PLÁSTICA POR MOLDE..............................35
4. ANÁLISE E RESULTADOS...........................................................................38
4.1 CÁLCULO DIMENSIONAMENTO................................................................38
4.2 ESCOLHA DO PROCESSO DE INJEÇÃO PLÁSTICA POR MOLDE…......42
4.2.1 CUSTOS E AMORTIZAÇÃO DA FABRICAÇÃO VIA INJEÇÃO PLÁSTICA
POR MOLDE.....................................................................................................43
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................45
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................46
AGRADECIMENTOS

A todos que participaram, direta ou indiretamente do desenvolvimento deste


trabalho de pesquisa, enriquecendo o nosso processo de aprendizado.

Às pessoas com quem convivemos ao longo desses dois anos de curso, que nos
incentivaram e que certamente tiveram impacto em nossa formação acadêmica.
DEDICATÓRIA

Dedicamos este trabalho aos nossos colegas de curso, que assim como nós
encerramos uma etapa da vida acadêmica.
Dedicamos ao corpo docente e aos discentes do curso de Técnico em Mecânica
da instituição Instituto Federal de São Paulo - Câmpus Itaquaquecetuba, a quem
ficamos lisonjeados por dele termos feito parte.
RESUMO

Esta pesquisa busca situar reflexões sobre os estudos teóricos aplicados


em um ventilador mecânico pulmonar. O fato de as doenças respiratórias
serem uma das principais causas de mortes infantil mostra a importância
da investigação de soluções para popularizar o tratamento dessas
doenças. Sendo assim, é pertinente a adaptação de um equipamento de
baixo custo para suprir a necessidade de atender as pessoas com
dificuldade respiratória. Nessa pesquisa visamos dar continuidade ao
aprimoramento de alguns dos protótipos já desenvolvidos, a fim de torná-
los ainda mais seguros. Durante o período da pandemia, muitas
instituições de ensino e pesquisa desenvolveram protótipos de
ventiladores mecânicos de baixo custo para aprimorar a sua construção
baseados nos critérios de segurança e proteção do equipamento e
usuário, além de uma busca pela utilização de materiais de acrílico 100%
puro para substituir a estrutura metálica, e uma proteção externa no
equipamento e um caixa de acrílico, cuja função é a redução de agentes
contaminantes na região do AMBU. Ademais, considera-se a inserção de
peças fabricadas pelo processo de injeção plástica pelo fato de ser mais
rápida e eficiente para esse processo, porém aumenta o custo do
aparelho. Dessa forma, e decidimos fazer em um processo de usinagem.

Palavras-chave: Projeto Mecânico; Ventilador Mecânico Pulmonar;


Fabricação Mecânica.
9

1. INTRODUÇÃO

Neste trabalho de pesquisa implementamos alterações num projeto de


ventilador mecânico pulmonar de baixo custo para aprimorar a sua construção
em relação a proteção do equipamento e usuário. Uma das motivações para
esse trabalho é o fato de doenças pulmonares continuarem sendo grandes
causadoras de mortes de crianças no Brasil. De acordo com Pinzona (2013),
aproximadamente 61% das mortes por sepse grave e falhas múltiplas dos órgãos
em crianças são provenientes da SARA (Síndrome da Angústia Respiratória
Aguda).
Durante o período da pandemia, muitas instituições de ensino e pesquisa
desenvolveram protótipos de ventiladores mecânicos de baixo custo. Como
naquele momento, praticamente, tudo ocorreu de forma emergencial, nessa
pesquisa visamos dar continuidade ao aprimoramento de alguns dos protótipos
já desenvolvidos a fim de torná-los ainda mais seguros.
O fato de as doenças respiratórias serem uma das principais causas de
mortes infantil mostra a importância de buscarmos soluções para popularizar o
tratamento dessas doenças, mesmo após o período agudo da pandemia.
Esse estudo baseia-se no projeto de ventilador mecânico (Figura 1)
desenvolvido por Muniz (2020) na Pontifícia Universidade Católica do Paraná
(PUCPR). As melhorias propostas pelo pesquisador foram: a inserção de uma
proteção externa no equipamento, fabricada de acrílico 100% puro atribuindo ao
equipamento uma proteção do sistema mecânico e ao usuário impedindo-o de
entrar em contato com as partes móveis do sistema. Outra questão que será
impactada pela inserção da caixa acrílica é a redução de agentes contaminantes
na região do Ambu.
Um estudo adicional acerca da fabricação desses respiradores foi a
observação da viabilidade de inserir peças fabricadas pelo processo de injeção
plástica no respirador. Embora seja um processo de custo inicial elevado para a
aquisição dos moldes e maquinário, a fabricação de determinadas peças torna-
se mais rápida e eficiente através do processo de injeção que foi explorado com
estimativas de amortização do investimento inicial mostrando que é possível
10

adotar esse processo de fabricação caso a produção seja em um volume


elevado.

1.1 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA

O presente projeto visa otimizar o protótipo de ventiladores mecânicos


pulmonares aplicados a crianças de até 10 anos, com até 40 quilos.

1.2 JUSTIFICATIVA

Alguns modelos de ventiladores como o apresentado na Figura 1


possuem tecnologia eficiente para promover a ventilação mecânica pulmonar,
entretanto, no exemplo estudado não há uma proteção de invólucro no sistema.
Em outros casos a carenagem de proteção foi fabricada em alumínio. Decidir
implementar um recipiente protetivo no sistema e a escolha de seu material são
decisões que impactam no custo de fabricação do equipamento, além de
influenciar no peso total do conjunto. Tendo em vista tais aspectos, nesse projeto
estudamos a inserção de uma caixa invólucra de acrílico. Com isso, manteremos
a funcionalidade do equipamento, sua eficiência no controle respiratório de seus
usuários e aumentando a segurança do sistema e dos usuários.

Figura 1: Vista frontal de um ventilador mecânico e QR code para vídeo demonstrativo.

Fonte: Muniz 2020


11

1.3 OBJETIVO GERAL

Aprimorar o projeto de ventiladores mecânicos de baixo custo tornando-o


mais seguro para o uso domiciliar.

1.4 OBJETIVOS ESPECIFICOS

A) Conhecer os projetos similares existentes;

B) Conhecer o estado da arte em relação aos casos de problemas respiratórios


na infância;

C) Apresentar os impactos de custo como resultado dessa implementação no


projeto.
12

2. REFERENCIAL TEÓRICO

Nesta parte do trabalho trataremos do ventilador mecânico pulmonar,


assim como os seus componentes mecânicos e seu funcionamento.
Dessa forma, apresentaremos através desta pesquisa, o seu
desenvolvimento mecânico e adaptação para uso domiciliar.

2.1 VENTILADOR MECÂNICO

Em 2020, segundo o Ministério da Saúde, existiam no Brasil cerca de


65.400 respiradores, destes, 72% estavam atuando no Sistema Único de Saúde
(SUS), e 28% no sistema privado, mas desse total, aproximadamente 3.600
estavam em manutenção, ou ainda não foram instalados. Esse é um dado que
mostra que a confiabilidade desses equipamentos é relevante.
Considerando que em 2020 a população brasileira era de cerca de 212
milhões de habitantes, o número de equipamentos disponíveis era de 3,17 para
cada 10 mil habitantes, um número muito abaixo da necessidade real.
De acordo com Lucínio, Pagno e Franco (2006) a ventilação mecânica é
entendida como uma prática artificial que visa a manutenção da ventilação nos
pacientes que se encontram impossibilitados de promover a troca dos gases
respiratórios de forma espontânea. Em se tratando da ventilação mecânica, ela
pode ocorrer de duas maneiras, a invasiva, com tubo endotraqueal ou tubo de
traqueostomia, e a não invasiva que é feita através de máscaras faciais, máscara
laríngea ou nasal.
Na ventilação invasiva, os pacientes que se encontram em estado de
insuficiência respiratória são suportados por esse equipamento. Nesse método,
a troca dos gases no organismo do indivíduo é garantida pelo ventilador
mecânico que também exerce uma influência no treinamento da musculatura
respiratória.
Vale ressaltar que existem diferenças importantes entre respiradores
hospitalares e domiciliares, uma delas se encontra na filtragem do ar. O
respirador hospitalar realiza uma filtragem, e no caso dos ventiladores
13

domiciliares de baixo custo, uma bolsa chamada de AMBU ou ressuscitador


descartável é utilizado. Essa bolsa não faz a filtragem do ar para o ambiente,
dessa forma, corre-se o risco de haver um espalhamento de carga viral no
ambiente.

2.1.1 HISTÓRIA DO VENTILADOR MECÂNICO

Os primeiros ventiladores mecânicos surgiram no final do século XIX,


desenvolvido por Alfred Woillez, tinham por finalidade fazer pressão negativa na
caixa torácica, enquanto as vias aéreas do paciente entravam em contato com a
pressão atmosférica normal, assim, a entrada de ar nos pulmões se dava por
pressão negativa.
Apesar de ser antiga a ideia de insuflar os pulmões através da utilização
de uma pressão positiva da boca até a traqueia, foi somente a partir da década
de 1920 que essa prática começou a ser aplicada, com o advento da anestesia
geral e a intubação endotraqueal (PÁDUA; MARTINEZ, 2001).
No início, os ventiladores à pressão negativa eram aplicados em
pacientes com paralisia dos músculos respiratórios. No entanto, posteriormente,
devido às dificuldades encontradas para ventilar os pacientes que possuíam
lesões parenquimatosas graves, houve o desenvolvimento de aparelhos que
aplicavam pressão positiva diretamente nas vias aéreas, ou seja, os ventiladores
à pressão positiva, cuja utilização foi amplamente difundida posteriormente
(PÁDUA; Martinez, 2001).
O procedimento era feito da seguinte forma: o paciente se deitava em uma
caixa que envolvia totalmente seu corpo do pescoço para baixo. O sistema
possuía um êmbolo que servia para diminuir a pressão na caixa, provocando a
inspiração; o inverso produzia a expiração.
A Figura 2 demonstra como era o ventilador mecânico que foi
desenvolvido por Alfred Woillez na época.
14

Figura 2: Primeiro ventilador mecânico.

Fonte: Origens da ventilação mecânica.

2.1.2 VENTILAÇÃO MECÂNICA INFANTIL

Ao adentrar na temática da ventilação mecânica direcionada ao público


infantil, Alexandrino (2022) demonstrou que o nascimento prematuro e o
tabagismo durante a gravidez possuem associação com o aumento da
prevalência de doenças do trato respiratório inferior.
Os fatores de risco ambientais também desencadeiam surgimento de
doenças no trato respiratório inferior das crianças. Os agentes poluidores
domésticos, como o tabagismo, os agentes poluidores atmosféricos, a
aglomeração e as variações das temperaturas também contribuem para o
aparecimento de doenças respiratórias.
Conforme Alexandrino, Queiroz-Xavier (2022), ao investigar a mortalidade
por doenças do sistema respiratório entre os anos de 2015 e 2019, as cinco
causas mais frequentes foram: (1) influenza e pneumonia; (2) doenças crônicas
das vias aéreas inferiores; (3) outras doenças do aparelho respiratório; (4) outras
doenças respiratórias que afetam principais do interstício; (5) e doenças
pulmonares em decorrência de agentes externos.
15

As duas principais causas de morbidade por doenças do sistema


respiratório entre 2015 e 2019, tinham como principais faixas etárias afetadas a
população infantil (0 a 9 anos) e idosa (60 anos ou mais). As taxas de morbidade,
em casos de pneumonia, no público infantil, apresentaram modulação
decrescente até 2018, encerrando com aumento em 2019. (Cf. ALEXANDRINO,
QUEIROZ-XAVIER, 2022).

2.1.3 FUNCIONAMENTO DO VENTILADOR MECÂNICO

Um ventilador mecânico funciona através da associação de elementos


mecânicos com acionamentos elétricos combinados a um sistema de controle,
que é considerado o cérebro do equipamento. Toda a movimentação do
ventilador pressionando o ambú pode ser programada facilmente pelo usuário.
Assim, os parâmetros selecionados farão com que o ar saia em determinada
quantidade com o auxílio de mangueiras e tubos. (Cf. CARMONA, 2012).
O ciclo respiratório, durante a ventilação com pressão positiva nas vias
aéreas, pode ser dividido em quatro fases, sendo: fase inspiratória, mudança da
fase inspiratória para a fase expiratória (Ciclagem), fase expiratória, mudança da
fase expiratória para a fase inspiratória (Disparo).

2.2 SISTEMA RESPIRATÓRIO

De acordo com MOURA 2013, o sistema respiratório é constituído por um


conjunto de órgãos que são responsáveis pela absorção do oxigênio e
eliminação do gás carbônico retirado das células, tendo como principal função
as trocas gasosas entre O2 e CO2. Esse sistema, que compõe o corpo humano,
é importante na manutenção do equilíbrio acidobásico através do aumento ou
diminuição da ventilação pulmonar. Além disso, contribui para regulação da
temperatura corporal, na defesa contra agentes agressores e invasores do
sistema respiratório.
Para Couto (2019), a estrutura do sistema respiratório é formada pela as
vias respiratórias e pelos pulmões. Os órgãos que compõem as vias respiratórias
16

são: cavidades nasais, faringe, laringe, traqueia e brônquios. (COUTO, Cecília


Flávia Lopes, 2019).

2.2.1 CAVIDADES NASAIS

No que diz respeito às cavidades nasais (Figura 3), podemos afirmar que
o ar entra em nosso corpo através das narinas e segue para as cavidades nasais.
Os pelos e o muco presentes nessas cavidades ajudam a filtrar o ar, retirando
impurezas, como poeira e micro-organismos. O muco ajuda também a umedecer
o ar que inspiramos. Além de ser filtrado e umidificado, o ar também é aquecido,
graças à grande quantidade de vasos sanguíneos no local, que permitem que o
calor do sangue o aqueça (MOURA, Thiago. Sistema respiratório. 2013).

Figura 3- Vista frontal das cavidades nasais.

Fonte: Media istock photos

2.2.2 FARINGE

A faringe (Figura 4) localiza-se à frente da coluna cervical, participando


ativamente do sistema respiratório e digestório. Isso explica o fato de
17

conseguirmos respirar pela boca e pelo nariz, pois esses sistemas estão
interligados. (MOURA, Thiago. Sistema respiratório. 2013).

Figura 4 - Vista inferior da faringe.

Fonte: Media istock photos

2.2.3 LARINGE

A laringe (Figura 5) é um tubo presente no sistema respiratório, está


localizada no plano mediano e anterior do nosso pescoço, promovendo a ligação
da faringe com a traqueia. Vale destacar que na laringe existe ainda uma
estrutura denominada de epiglote, que impede a passagem do alimento para a
traqueia, garantindo que ele siga em direção ao esôfago. (MOURA, Thiago.
Sistema respiratório. 2013).
18

Figura 5- Vista lateral da laringe.

Fonte: Dreamstime

2.2.4 TRAQUEIA

A traqueia (Figura 6) é um órgão tubular, cilíndrico e cartilaginoso


localizado entre a laringe e os brônquios. Esse tubo é formado por anéis de
cartilagem, que são importantes, pois evitam o seu fechamento, o que poderia
impedir a passagem de ar. (MOURA, Thiago. Sistema respiratório. 2013).

Figura 6- Vista frontal da traqueia.

Fonte: Portal do Dráuzio Varella


19

2.2.5 BRÔNQUIOS

A traqueia se divide em dois brônquios (Figura 7), os quais penetram os


pulmões, ou seja, eles são responsáveis pelo transporte do ar até os pulmões.
(MOURA, Thiago. Sistema respiratório. 2013).

Figura 7- Vista frontal dos brônquios.

Fonte: Dreamstime

2.2.6 ESTRUTURA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO

Após conhecermos todos os órgãos que compõem as vias respiratórias,


observamos que todos se completam. A função de cada órgão influencia muito
para o bom funcionamento do sistema respiratório geral.
A Figura 8 demonstra toda essa estrutura de forma simples.
20

Figura 8- Estrutura de um sistema respiratório

Fonte: Prepara Enem.


21

3 MATERIAIS E MÉTODOS

Podemos caracterizar essa como pesquisa exploratória, pois investiga


soluções para otimizar o projeto de ventiladores mecânicos pulmonares de baixo
custo.
Quanto aos procedimentos técnicos, uma pesquisa bibliográfica foi realizada
para conhecer alguns projetos de ventiladores mecânicos pulmonares já
existentes a fim de utilizá-los como referência para as soluções propostas por
este trabalho. Também neste capítulo serão apresentados os procedimentos
adotados para a elaboração da caixa involucra acrílica.
Os desenhos técnicos do projeto foram realizados utilizando o software
Autodesk Inventor que auxiliou computacionalmente no detalhamento e
definição das dimensões.

3.1 UTILIZAÇÃO DO ACRÍLICO COMO MATÉRIA PRIMA

O acrílico, também conhecido como PMMA (polimetilmetacrilato), tem


características importantes que o torna amplamente aplicado em diferentes
setores industriais, desde a construção civil, em: coberturas, barreiras acústicas,
parapeitos de sacadas, passando por artigos domésticos de decoração, nos
produtos de comunicação visual, dentre eles: displays, luminosos, fachadas e
brindes. Segundo a empresa Belmetal Plásticos, algumas de suas principais
características são:
a) Versatilidade;
b) Resistência;
c) Transparência;
d) Custo-benefício;
e) Fácil higienização.

Na Figura 9 são apresentadas algumas propriedades do acrílico, que será o


material utilizado no ventilador sugerido neste projeto.
22

Figura 9- Propriedades mecânicas do acrílico.

Fonte: Curso de acrílicos.


23

3.2 FLUXOGRAMA DOS PROCESSOS

Segue abaixo o fluxograma dos processos que utilizamos para o


desenvolvimento do presente projeto.

3.3 CÁLCULOS DE DIMENSIONAMENTO

Com base nos conhecimentos adquiridos no componente de resistência dos


materiais, e utilizando critérios de flexão para a definição da espessura da chapa
de acrílico, foi possível dimensionar o material a ser aplicado na construção da
caixa acrílica. Para o dimensionamento da chapa foi necessário estabelecer
24

algumas condições de contorno como o limite de resistência do acrílico, o


momento de inércia da seção transversal e o valor momento fletor máximo a que
a chapa poderá ser submetida quando determinada carga for aplicada sobre ela.
No nosso caso, a carga a qual essa estrutura deverá suportar poderá ser pontual
ou distribuída, dessa maneira iremos apresentar as equações utilizadas para as
duas situações. Assim poderemos apresentar um dimensionamento capaz de
suportar carregamentos diversos. Após a determinação da carga máxima
suportada pela caixa acrílica é nossa sugestão para a comercialização do
produto, inserir uma etiqueta na caixa acrílica informando ao usuário o limite de
carga que a caixa resiste, evitando que uma má utilização por parte do usuário
cause danos no equipamento e possíveis acidentes. A equação 1 apresenta o
cálculo para a determinação da tensão máxima aplicada numa chapa bi-apoiada
(σ).

𝑴𝒇 . 𝒚
𝝈=
𝑰

Onde:
Mf = Momento Fletor;
σ = Tensão máxima aplicada;
y = Distância da superfície carregada em relação a linha neutra.
I = Momento de inércia da seção transversal da chapa.

O cálculo do momento fletor máximo (Mfmax) para chapas bi-apoiadas


submetidas a um carregamento pontual segue a equação 2:

𝑭 .𝑳
𝑴𝒇𝒎á𝒙 =
𝟒

Onde:

F = Resultante da carga pontual sobre a chapa;


L = Distância entre apoios;
25

O cálculo do momento fletor máximo (Mfmax) para chapas com bi-apoiadas


submetidas a um carregamento uniformemente distribuído segue a equação
3:

𝑭 . 𝑳²
𝑴𝒇𝒎á𝒙 =
𝟖

Onde:

F = Resultante da carga uniformemente distribuída sobre a viga;


L = Distância entre apoios;

Nesse tipo de configuração, o momento fletor máximo ocorre no centro da


chapa apoiada, assim o ponto mais crítico nessa análise é justamente o centro
da superfície da chapa. O cálculo para a obtenção do momento de inércia para
seções retangulares (Figura 10) é relativamente simples e obedece a equação:

𝒃 . 𝒉³
𝑰 =
𝟏𝟐

Onde:
I = momento de inércia da seção retangular;
b = base do perfil;
h = altura do perfil;

Figura 10 - Seção retangular

Fonte: Engiobra.
26

3.4 DESENHO TÉCNICO EM 3D E DETALHAMENTO 2D

Após os cálculos de dimensionamento, a fase de projeto e desenho técnico


foram executadas conforme Figura 11.

Figura 11- Ventilador mecânico em 3D.

Fonte: Autoria própria (2022).

As figuras 12, 13, 14, 15, 16 e 17 mostram o detalhamento das peças acrílicas
que compõem a caixa involucra do ventilador mecânico. Cada desenho
apresenta as características e dimensões das peças projetadas.
27

Figura 12: Estrutura acrílica.

Fonte: Autoria própria (2022).


28

Figura 13: Peça 01 em 2D.

Fonte: Autoria própria (2022).


29

Figura 14: Peça 02 em 2D.

Fonte: Autoria própria (2022).


30

Figura 15: Peça 03 em 2D.

Fonte: Autoria própria (2022).


31

Figura 16: Peça 04 em 2D.

Fonte: Autoria própria (2022).


32

Figura 17: Peça 05 em 2D.

Fonte: Autoria própria (2022).


33

3.5 PROCESSO PARA A FABRICAÇÃO DA ESTRUTURA ACRÍLICA

A seguir um passo a passo para a fabricação das peças da caixa será


apresentado. Uma vez determinado o tipo de material, as dimensões da
estrutura, e o processo de fabricação, apresentamos as etapas a serem
seguidas:
1) Posicionar a chapa em uma superfície plana, nivelada e grande o
bastante para acomodá-la bem;
2) Fazer uma linha com o auxílio de uma régua para estimar onde deseja
cortar;
3) Realizar uma ranhura com um estilete no lugar planejado para corte;
4) Cortar devagar as placas com o cortador de tubo de PVC;
5) Desgastar as rebarbas do material cortado com uma lixa de metal;
6) Realizar acabamento nas bordas com uma lixa d’agua de grão 180;
7) Limpar o acrílico com álcool isopropílico;
8) Preparar o adesivo acrílico;
9) Juntar as placas que deseja colar;
10) Posicionar a garrafa aplicadora e libere o adesivo;
11) Assentar o adesivo durante 20 minutos.

3.6 ESTUDO TEÓRICO PARA FABRICAÇÃO DO APOIADOR DE EIXO VIA


INJEÇÃO PLÁSTICA

Podemos considerar que maioria dos projetos de respiradores de baixo custo


foi feito de maneira apressada. Tendo em vista que a demanda de respiradores
nos períodos de pandemia fez com que os métodos e processos mais simples
fossem aplicados.
Pensando em uma fabricação em larga escala, decidimos realizar um estudo
teórico sobre a possibilidade de fabricar os apoiadores do eixo principal conforme
a Figura 18 utilizando o processo de injeção plástica. Com isso, uma escolha da
matéria prima a ser injetada foi necessária.
34

Figura 18- Apoiador de eixo em 3D.

Fonte: Autoria própria (2022).

Para o material a ser injetado para a fabricação das laterais de apoio do eixo
do ventilador mecânico propomos a utilização de polipropileno, um polímero de
baixa densidade, custo e que oferece um bom equilíbrio térmico, químico e
elétrico. Conforme Gedel Plástcios, as principais propriedades desse material
são:
a) Resistência química;
b) Elasticidade;
c) Tenacidade;
d) Resistência à fadiga;
e) Isolamento;
f) Transmissividade.
35

Segue abaixo, na Figura 19 com a comparação da densidade do


Polipropileno com os outros polímeros.

Figura 19 - Tabela de densidade diversos polímeros.

Fonte: Benzeno na capela.

3.6.1 PROCESSO DE INJEÇÃO PLÁSTICA POR MOLDE

A injeção de plásticos consiste em fundir o polímero e moldá-lo na forma


adequada e de acordo com a finalidade da peça. As etapas envolvem o
aquecimento da matéria-prima, a injeção no molde e o resfriamento. As
vantagens de fabricação deste processo produtivo são:
a) Variedade na aplicação
b) Flexibilidade de design;
c) Baixa taxa de refugo;
d) Produção rápida;
e) Bom acabamento.

O processo de injeção pode ser definido através de três unidades básicas de


processamento que são definidas por injeção do material, moldagem do material
e fechamento do molde.
Na fase de injeção do material, o plástico é aquecido pelas resistências do
molde, até alcançar o seu estado liquido e a temperatura correta para a injeção
do material plástico por meio do cilindro de injeção que insere o produto no
molde, conforme a ilustração a seguir.
36

Figura 20: Injeção plástica em molde.

Fonte: Tecplas- serviço de injeção de plástico.

Já a segunda etapa do processo é responsável por manter o molde


fechado com uma força de fechamento aplicada em toneladas durante o
processo de injeção. O molde é fechado a partir da movimentação hidráulica ou
elétrica das placas da injetora.

Figura 21: Molde para injeção de plásticos

Fonte: Gardini Ferramentaria.

A última parte do processo é a etapa da moldagem, que representa o


momento em que a peça irá adquirir o formato pré-definido da cavidade, e vai
ganhando a sua forma final.
37

Figura 22: Injeção plástica em uma garrafa de amaciante.

Fonte: Zurich Termoplásticos.

Segue abaixo o passo a passo utilizado para fabricação do apoiador de


eixo deste processo de injeção.
1) Fechamento do molde;
2) Injeção do material fundido;
3) Recalque;
4) Resfriamento;
5) Abertura do molde;
6) Remoção da peça.

Acessando o QR Code abaixo, você visualizará a animação do processo de


injeção plástica por molde.
38

4 ANÁLISE E RESULTADOS

Neste capítulo apresentaremos os cálculos e os resultados obtidos para o


dimensionamento da caixa involucra de acrílico, e também uma projeção de
custos para a aplicação de injeção plástica na fabricação dos apoiadores do eixo.

4.1 CÁLCULO DIMENSIONAMENTO

Para a determinação do dimensionamento da placa, utilizamos como


parâmetro o valor de limite de resistência do acrílico que é de 80Mpa (Figura 9).
Com isso fizemos uma suposição de espessura a ser utilizada, 5mm.
A partir dessas informações iremos apresentar os valores de carga distribuída
e localizada que uma chapa acrílica nas dimensões da caixa projetada irá
suportar segundo os critérios de flexão.
Área da base = D x G = 0,3 x 0,6 m = 0,18 m².

A Figura 23 mostra uma vista 3D da caixa com as suas dimensões

Figura 23: Estrutura acrílica.

Fonte: Autoria própria (2022).

Tendo os dados de distância da linha neutra y para as vigas de perfil


retangular, essa variável é importante para o cálculo da tensão máxima na
chapa.
39

Portanto para os cálculos de flexão temos;


Fmáx. = ?;
L = 0,6 m;
I = _3,125 x 10-9 m4
y = 0,0025 m;
𝜎 = 80𝑀𝑃𝑎 (limite de resistência do acrílico);

Apresentando os cálculos carga distribuída máxima suportada pela chapa


acrílica de 5mm de espessura:

• Momento de inércia para uma seção de perfil retangular

𝒃 . 𝒉³ 𝟎, 𝟑 . 𝟎, 𝟎𝟎𝟓³
𝑰= = 𝑰= = 𝟑, 𝟏𝟐𝟓 𝒙 𝟏𝟎−𝟗
𝟏𝟐 𝟏𝟐

• Momento fletor máximo da chapa submetida à carregamento distribuído:

𝑭 . 𝑳² 𝑭 . 𝟎, 𝟔²
𝑴𝒇𝒎á𝒙 = = = 𝑭. 𝟎, 𝟎𝟒𝟓 𝑵𝒎
𝟖 𝟖

• Tensão submetida à chapa:

𝑴𝒇 . 𝒚 𝑭. 𝟎, 𝟎𝟒𝟓 . 𝟎, 𝟎𝟎𝟐𝟓
𝝈= = = 𝟖𝟎 𝑴𝒑𝒂
𝑰 𝟑, 𝟏𝟐𝟓 𝒙 𝟏𝟎−𝟗

𝑭 = 𝟐. 𝟐𝟐𝟑𝑵/m
40

Sabendo que esse valor corresponde à uma carga distribuída, precisamos


utilizar o comprimento da nossa chapa para encontrar o valor resistido ao longo
de 0,6 Assim temos uma carga no valor de 2.223 x 0,6 = 1333,8N
O que corresponde a uma carga distribuída de aproximadamente 133kg
suportada pela chapa superior para atingir o limite de resistência.

Apresentando os cálculos carga pontual máxima suportada pela chapa


acrílica de 5mm de espessura:

• Momento de inércia para uma seção de perfil retangular

𝒃 . 𝒉³ 𝟎, 𝟑 . 𝟎, 𝟎𝟎𝟓³
𝑰= = 𝑰= = 𝟑, 𝟏𝟐𝟓 𝒙 𝟏𝟎−𝟗
𝟏𝟐 𝟏𝟐

• Momento fletor máximo da chapa submetida à carregamento pontual:

𝑭 .𝑳 𝑭 . 𝟎, 𝟔
𝑴𝒇𝒎á𝒙 = = = 𝑭. 𝟎, 𝟏𝟓 𝑵𝒎
𝟒 𝟒

• Tensão submetida à chapa:

𝑴𝒇 . 𝒚 𝑭. 𝟎, 𝟏𝟓 . 𝟎, 𝟎𝟎𝟐𝟓
𝝈= = = 𝟖𝟎 𝑴𝒑𝒂
𝑰 𝟑, 𝟏𝟐𝟓 𝒙 𝟏𝟎−𝟗

𝑭 = 𝟔𝟔𝟔, 𝟔𝟔𝑵

O que corresponde a uma carga pontual de aproximadamente 67kg


suportada pela chapa superior para atingir o limite de resistência.

Finalmente podemos constatar uma resistência da chapa superior da caixa de:


Carga distribuída 133kg;
Carga pontual 67Kg;
41

Para mantermos uma segurança no equipamento iremos considerar a carga


máxima suportada o valor da carga pontual. Além disso iremos aplicar um fato
de segurança de 40%. Com isso uma etiqueta informando o valor máximo de
carga suportada pela caixa de 40Kg deve ser colocada no acrílico, assim, o
usuário deverá respeitar os limites de resistência evitando colocar objetos
pesados sobre a caixa.

Cálculo de massa da estrutura


O objetivo dessa implementação no projeto é contribuir para a segurança do
equipamento inserindo o menor custo possível no projeto. Alguns ventiladores
mecânicos de baixo custo têm sua estrutura metálica, que em alguns casos
aumenta o seu valor e o seu peso devido a massa específica do metal ser maior
do que a do acrílico. Dessa maneira iremos apresentar uma estimativa de massa
caso a fabricação da caixa involucra seja de acrílico e compará-la com uma
hipotética fabricação em alumínio, metal comumente utilizado no setor industrial
devido sua resistência à corrosão e baixa massa específica. Vale ressaltar que,
o equipamento adquiri melhor mobilidade quando possui menor massa,
facilitando o seu transporte por parte do usuário.
A massa especifica do alumínio é de 2,70 (g/cm3), de acordo com a empresa
Centrais Elétricas de Santa Catarina S.A. (CELESC), a maior empresa de
comercialização e distribuição de eletricidade de Santa Catarina. Já a do acrílico
corresponde a 1,19 (g/cm3), conforme pesquisa realizada no Wikipédia.
Os cálculos a seguir apresentam uma estimativa de massa comparando os
dois materiais na fabricação da caixa involucra. Considerando uma caixa de 600
x 300 x 400 mm que é a dimensão necessária para acomodar todo o sistema do
ventilador, estimamos a massa da caixa, considerando espessura de 5 mm nas
chapas de acrílico.

Dados:
Dimensões da caixa: 600 x 300 x 400 mm
Quantidade de chapas = 6 chapas
Espessura das chapas 4mm para o alumínio e 5mm para o acrílico
Massa específica do alumínio: 2,70 (g/cm3)
Massa específica do acrílico: 1,19 (g/cm3)
42

Cálculos do peso da chapa de alumínio (dimensões em cm).


Chapa base: 30*60*0,4= 720*2,70 = 1,94 kg
Chapa lateral: 60*40*0,4= 960*2,70 = 2,60 kg
Chapa frontal: 30*40*0,4= 480*2,70 = 1,29 kg
Considerando duas chapas base, duas laterais, e duas frontais, segue abaixo a
massa total da estrutura em alumínio.
Malumínio: 11,66 kg.

Cálculos do peso da chapa acrílica.


Chapa base: 30*60*0,5= 900*1,19 = 1,07 kg
Chapa lateral: 60*40*0,5= 1200*1,19 = 1,43 kg
Chapa frontal: 30*40*0,5= 600*1,19 = 0,71 kg
Considerando duas chapas base, duas laterais, e duas frontais, segue abaixo a
massa total da estrutura em acrílico.
Macrílico: 6,42 kg.

4.2 ESCOLHA DO PROCESSO DE INJEÇÃO PLÁSTICA POR MOLDE

Nesta parte do trabalho iremos apresentar algumas estimativas de custo para


propor a utilização de injeção plástica por molde para fabricar o apoiador de eixo.
O processo de injeção é bem rápido e eficaz, observando que cada peça
demora em torno de 20 segundos para ser fabricada por completo, passando por
todas as etapas necessárias. Outro ponto a ser destacado por meio desse
processo é o baixo custo com a mão de obra operacional, uma vez que, a
máquina injetora realiza todo o processo com apenas um colaborador por
máquina. Além de ressaltar que seu acabamento é bem elaborado e ideal para
criar componentes resistentes.
Entretanto, muitos especialistas estimam que se o material que será fundido
ficar muito tempo após o parâmetro exigido no processo de resfriamento, a peça
terá marcas de fluxo. Que são identificadas por listras, padrões ou linhas,
geralmente de coloração levemente diferente, que aparecem na superfície da
43

peça moldada no sentido de fluxo do material fundido dentro da cavidade do


molde (AFINKO SOLUÇÕES EM POLÍMEROS, 2017).

4.2.1 CUSTOS E AMORTIZAÇÃO DA FABRICAÇÃO VIA INJEÇÃO


PLÁSTICA POR MOLDE

Uma das características do processo de injeção plástica é que ela


necessita de um investimento inicial alto para a confecção dos moldes conforme
a geometria da peça que se queira fabricar.
Para que esse investimento inicial seja amortizado é necessário que uma
série de peças sejam produzidas. Visando conhecer a viabilidade da utilização
de peças injetadas para a confecção de um ventilador mecânico de baixo custo
vamos apresentar uma projeção dos custos para a fabricação das peças via
injeção e a quantidade de peças necessárias para amortizar esse investimento
inicial. Em destaque, estamos supondo uma produção de 2500 equipamentos
por mês, ou seja, 5.000 apoiadores de eixo, pois em cada ventilador fabricado
são utilizados dois apoiadores em sua montagem.
Ressaltando que, o valor do quilograma do polipropileno é R$ 7,00
conforme a empresa Raposo Plásticos, fornecedora de PP (polipropileno) e
PEBD (polipropileno de baixa densidade). Uma estimativa de valor para a
compra de um molde para injeção, e de uma injetora foram encontrados de
acordo com fornecedores encontrados na internet. O salário médio de um
operador de injetora é cerca de R$ 3.500,00 conforme pesquisado no site
salário.com.br.
Por fim, o valor atualizado de custo de energia elétrica fornecida pelas
concessionárias de São Paulo é de cerca de R$ 0,98 kWh para tarifa comercial/
industrial (B3), esse dado foi adquirido através do portal da empresa NG Solar,
especializada em energia solar fotovoltaica.
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Dados:
✓ Preço de compra do molde de injeção: R$ 40.000,00
✓ Preço da matéria prima: R$1550,00 / mês (5.000 peças / mês * 0,31 valor de
MP / peça)
✓ Preço da injetora: R$ 105.850,00;
✓ Preço da mão de obra / mês: R$ 3.500,00 (3.500:22= 159,00 por dia); (159,00:9=
17,67 por hora).
✓ Custo de energia: (111 kW/h*0,98= R$ 108,78 por dia) (108,78*22= 2.393,16
por mês)
✓ Produção mensal: 5.000 peças / mês (5.000:22= 227 peças por dia) (227:9= 25
peças por hora)

✓ Valor da energia por peça: (25 peças / hora : R$12,00 energia / hora = R$ 0,50
✓ Valor da MP por peça: 0,045 volume / peça R$7,00 valor do pp / kg = R$ 0,31
✓ Valor da MO por peça: 17,67 valor / hora : 202 peças / hora = 0,09
✓ Custo por peça: R$ 2,25 (0,31 de MP + 1,85 de energia + 0,09 de MO)
✓ Preço de venda almejado: /R$
R$ 153.293,16 (R$2,92
0,67/ peça;
x 5.000 / mês) = 45 meses.
✓ Preço de venda – Custo = Ganho ou lucro: R$ 2,92 – R$ 2,25 = R$ 0,67

Fórmula do PayBack:
✓ Investimento inicial / (Ganho ou lucro * produção mensal).
✓ R$ 153.293,16 / R$ 0,67 *5.000 = 45 meses

Aplicando a fórmula do PayBack para uma produção de 5.000 apoiadores


de eixo mensais, por um período de 45 meses para pagarmos o nosso
investimento inicial de R$ 153.293,16.
Esse cálculo de amortização nos mostra que não é viável fazer um investimento
tão alto em maquinário e ferramental para fabricar esse tipo de peça.
O processo de usinagem ainda é o mais vantajoso para esse tipo de
aplicação. Seria necessário produzir aproximadamente 225.000 peças para
amortizar o investimento inicial, algo inimaginável para esse tipo de
equipamento, visto que no Brasil a quantidade de ventiladores atuando é bem
inferior a essa quantidade.
45

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste projeto de pesquisa é proposto uma melhoria em um ventilador
mecânico já desenvolvido, através da fabricação de uma estrutura acrílica que
protegerá o equipamento de agentes contagiosos, além de garantir a segurança
do usurário de não esbarrar ou colocar a mão no sistema mecânico em
funcionamento. Para fins de conhecimento, propusemos o desenvolvimento do
apoiador de eixo pelo processo de injeção plástica por molde, que permite uma
rápida linha de produção, otimizando alguns processos convencionais,
entretanto, financeiramente não se mostrou uma solução adequada.
No primeiro capítulo concluímos a importância de estudar outros ventiladores
já desenvolvidos, para ter uma ideia base de valor, e quais componentes
poderiam ser aprimorados para elevar a qualidade dos produtos e também
diminuir o seu custo de fabricação.
Na segunda etapa, chegamos à conclusão que os ventiladores mais antigos
eram pesados, e de difícil mobilidade, o que dificultava o tratamento domiciliar
de adultos e especialmente das crianças que têm problema respiratórios em
quantidade importante nessa fase da vida.
No terceiro capítulo foi realizado uma pesquisa para o conhecimento e
determinação dos materiais utilizados no projeto, o que nos permitiu dimensionar
e quantificar a massa da caixa projetada e compará-la com outros materiais
comumente utilizados na fabricação mecânica
No quarto capítulo concluímos que, o processo de injeção plástica por molde
não se mostrou eficiente financeiramente para o presente projeto de pesquisa,
pois ele seria mais apropriado para peças com um número elevado de
fabricação. Porém, fica para nós o conhecimento deste processo, e como ele
seria mais proveitoso para certas aplicações.
Portanto, este trabalho apresenta todas as informações necessárias que nos
conduziu a esses conhecimentos, de forma que estabelece a relevância dessas
melhorias para as famílias terem esse equipamento de qualidade e ainda em
baixo custo.
46

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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brasil: um estudo ecológico. Revista Ciência Plural, v. 8, n. 2, p. 1-21, 2022.

CARMONA, Fabio. Ventilação mecânica em crianças. Medicina (Ribeirão


Preto), v. 45, n. 2, p. 185-196, 2012.
COUTO, Cecília Flávia Lopes et al. A adequação do suporte nutricional enteral
na unidade de terapia intensiva não afeta o prognóstico em curto e longo prazos
dos pacientes mecanicamente ventilados: um estudo piloto. Revista Brasileira
de Terapia Intensiva, v. 31, p. 34-38, 2019.
MOURA, Thiago. Sistema respiratório. 2013.
PÁDUA, Adriana Ignácio; MARTINEZ, José Antônio Baddini. Modos de
assistência ventilatória. Medicina (Ribeirão Preto), v. 34, n. 2, p. 133-142, 2001.
QUEIROZ, Thanis Gracie Borges et al. Estudo de planejamento e design de um
módulo instrucional sobre o sistema respiratório: o ensino de ciências para
surdos. Ciência & Educação (Bauru), v. 18, p. 913-930, 2012.
SPRICIDO, Tiago Vinícius do Nascimento. Proposta de uso de motor radial para
desenvolvimento de respiradores mecânicos de baixo custo com bolsas de
AMBU. 2021.
SUZUMURA, Erica Aranha et al. Challenges for the development of alternative
low-cost ventilators during COVID-19 pandemic in Brazil. Revista Brasileira de
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https://tribunapr.uol.com.br/noticias/curitiba-regiao/bolsa-de-ressuscitacao-
manual-inspira-pesquisador-da-pucpr-a-criar-respirador/. Acesso em: 28 de
março de 2022.
BOLSA DE ressuscitação manual inspira pesquisador da PUCPR a criar
respirador. Tribuna PR [online], Paraná, 28 de jul. 2020. Acesso em: 11 de março
de 2022.
AFINKO. SOLUÇÕES EM POLÍMEROS LTDA. Acesso em 15 de maio de 2022.
QUAIS OS tipos de acrílico? Tudo em acrílico.com. São Paulo, 23 de abr. de
2021. Disponível em: https://www.tudoemacrilico.com/blog/post/quais-os-tipos-
de-acrilico. Acesso em: 10 de abril de 2022.

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