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FACULDADE GUARAPUAVA

ENGENHARIA CIVIL

MARCELO BORAZO FILHO


PEDRO FELIPE CAETANO DA SILVA

ESTUDO DE CASO DA UTILIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE


PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) EM OBRAS DE CONSTRUÇÃO
CIVIL EM GUARAPUAVA-PR

GUARAPUAVA-PR
2016
2
FACULDADE GUARAPUAVA
ENGENHARIA CIVIL

MARCELO BORAZO FILHO


PEDRO FELIPE CAETANO DA SILVA

ESTUDO DE CASO DA UTILIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO


INDIVIDUAL (EPI) EM OBRAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL EM
GUARAPUAVA-PR

Trabalho de conclusão de curso


apresentado à Banca Examinadora da
Faculdade Guarapuava para obtenção de
título de bacharel no curso de Engenharia
Civil,

Orientador (a): Professora Esp. Fernanda


Cardoso

GUARAPUAVA-PR
2016
3

Dedicamos esse trabalho a nossas famílias, amigos


e todos que com nos auxiliaram até esse momento.
4
AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente а Deus que permitiu que tudo isso


acontecesse, não somente nestes anos como universitários, mas que em todos
os momentos, Ele é o maior mestre.
Aos nossos pais e familiares, pelo amor, incentivo е apoio
incondicional.
A professora Fernanda Cardoso, pela orientação, apoio е confiança.
5
RESUMO

O uso de EPIs na construção civil é de importância para garantir a integridade


do trabalhador e proteger indiretamente toda a mão-de-obra que, em geral, não
é qualificada. Na última década é que se tomou consciência de que o uso de
equipamentos deproteção é capaz de evitar acidentes, preservando, dessa
forma, a vidados trabalhadores. Mas, mesmo com os inúmeros benefícios que
o simples uso dosequipamentos podem trazer muitos trabalhadores da
construção civil não os utilizam. Para justificar o não uso de equipamentos de
proteção são alegados os mais diversos motivos,desde incômodo até
esquecimento da colocação do EPI.A conscientização, mediante treinamentos,
é a maneira mais eficaz para diminuir asestatísticas de acidentes de trabalho
no setor, mas essa não é a realidade de muitas empresas,que ainda acreditam
que investir em segurança é desperdício de dinheiro.Para aquelas que
investem no funcionário e o vêem como parceiro, a realidade é outra.
Issoapenas confirma a importância de treinar e conscientizar o trabalhador dos
riscos que corre nodia-a-dia da profissão.Portanto, mediante os dados que
serão aqui apresentados e analisados, poder-se-á ter uma visão do panorama
atual da construção civil na cidade de Guarapuava,PR em relação à
segurançanos canteiros de obras e um perfil dos trabalhadores que atuam no
setor.

Palavras-chave: EPI’s.Canteiro de obras.Construção Civil.


Guarapuava.Segurança.
6
ABSTRACT

The use of IPEs in the civil construction is important to ensure the integrity of
worker and protect indirectly all manpower that, in general, is not qualified. In
the last decade it became aware that the use of protective equipment is able to
prevent accidents, preserving the worker's lives. But, although the numerous
benefits that the simple use of equipment can bring, many construction workers
does not do that. To justify this non-use of protective equipment, several
reasons are alleged: from the uncomfortable use to oblivion in placing the IPE.
The awareness by training is the most effective way to reduce work accident
statistics in the sector, but this is not the reality of many companies that still
believe that investing in work security is a waste of money. For those that invest
in employee and see him as a partner, the reality is different. This only confirms
the importance of training and educating the worker of the risks involved in day-
to-day of this profession. Therefore, upon the analysis of the data presented in
this study, a view of the current situation of the civil construction in the city of
Guarapuava-PR related to safety at construction sites and a profile of workers
in the sector can be found.

Keywords: IPE, Construction Site, Construction, Guarapuava, Security.


7
LISTA DE FOTOS

Foto 1 – Acidente de Trabalho......................................................................... 27


Foto 2 – Acidente de Trabalho ........................................................................ 28
Foto 3 – Acidente de Trabalho......................................................................... 28
Foto 4 – Irregularidade .................................................................................... 29
Foto 5 – Irregularidade .................................................................................... 30
Foto 6 – Irregularidade .................................................................................... 30
Foto 7 – Irregularidade .................................................................................... 31
Foto 8 –Má Condição do Equipamento ........................................................... 38
Foto 9– Utilização de EPI ................................................................................ 42
Foto 10– Utilização de EPI .............................................................................. 43
Foto 11– Utilização de EPI .............................................................................. 44
Foto 12– Utilização de EPI .............................................................................. 45
Foto 13– Utilização de EPI .............................................................................. 45
Foto 14 – Utilização de EPI ............................................................................. 46
8
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Capacete ......................................................................................... 22


Figura 2 - Botas ............................................................................................... 23
Figura 3 - Luvas............................................................................................... 23
Figura 4 - Respiradores Faciais....................................................................... 24
Figura 5 - Óculos de Proteção ......................................................................... 24
Figura 6 - Protetor Auricular ............................................................................ 25
9
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 .......................................................................................................... 34
Gráfico 2 .......................................................................................................... 35
Gráfico 3 .......................................................................................................... 36
Gráfico 4 .......................................................................................................... 37
Gráfico 5 .......................................................................................................... 38
Gráfico 6 .......................................................................................................... 39
Gráfico 7 .......................................................................................................... 40
Gráfico 8 .......................................................................................................... 41
10
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Faixa Etária ..................................................................................... 47


Tabela 2 - Escolaridade ................................................................................... 47
Tabela 3 - Profissão ......................................................................................... 47
Tabela 4 - Tempo de Função ........................................................................... 47
Tabela 5 - EPI mais utilizados.......................................................................... 48
Tabela 6 - EPI que causa desconforto ............................................................. 48
Tabela 7 - Maior Funcionalidade...................................................................... 48
Tabela 8 - Menorfuncionalidade....................................................................... 49
11
LISTA DE SIGLAS

EPI- Equipamento de Proteção Individual


NR – Norma Regulamentadora
EPC – Equipamento de Proteção Coletiva
CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
SESMT– Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina
do Trabalho
NR-5 – Norma Regulamentadora nº 05 (Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes).
NR-6 – Norma Regulamentadora nº 06 (Equipamentos de Proteção Individual –
EPI)
NR-9 – Norma Regulamentadora nº 09 (Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais)
NR-18 – Norma Regulamentadora nº18 (Condições e meio Ambiente de
Trabalho na Indústria da Construção)
MTE – Ministério do Trabalho e Emprego
12
SUMÁRIO

RESUMO.......................................................................................................... 05
ABSTRACT...................................................................................................... 06
LISTA DE FOTOS ............................................................................................ 07
LISTA DE FIGURAS ........................................................................................ 08
LISTA DE GRÁFICOS ..................................................................................... 09
LISTA DE TABELAS ....................................................................................... 10
LISTA DE SIGLAS ........................................................................................... 11
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 13
1.1 PROBLEMA DA PESQUISA ...................................................................... 14
1.2 OBJETIVO GERAL .................................................................................... 14
1.2.1 Objetivo Específico .................................................................................. 14
1.3 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO ................................................................... 14
2 REFERENCIAL TEÓRICO............................................................................ 16
2.1 IMPORTÂNCIA DE EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) 19
2.2 PRINCIPAIS EPI'S UTILIZADOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL ..................... 22
2.3 RISCOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO ............................................. 25
2.4 IRREGULARIDADES COM OS EPI'S ........................................................ 29
2.5 PREVENÇÃO DE ACIDENTES ................................................................. 31
3 METODOLOGIA ........................................................................................... 33
4 APRESENTAÇÃO E ANALISE DE RESULTADOS ..................................... 34
4.1 FOTOS ....................................................................................................... 41
4.2 TABELAS ................................................................................................... 47
5 CONCLUSÃO ............................................................................................... 50
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 51
ANEXO ............................................................................................................ 54
13
1 INTRODUÇÃO

A concorrência no mercado da construção civil aumenta a cada ano.


Contudo, o setor da construção civil é um dos que apresentam as piores
condições de segurança em nível mundial. Em 1995, no Brasil, ocorreram 3381
acidentes de trabalho com 437 óbitos; em 2000, houve 3.094 acidentes de
trabalho, sendo 10,5% na construção civil (Brasil, 2001).Em julho de 2001,
registraram-se 12,5 afastamentos por mil empregados. Como se vê, a Indústria
da Construção Civil perdeu apenas para a indústria pesada, com a marca de
13,4 (Brasil, 2002).
Zocchio (1996) define o acidente do trabalho como sendo “uma
ocorrência não programada, inesperada ou não, que interrompe ou interfere no
processo normal de uma atividade, ocasionando perda de tempo útil, lesões
nos trabalhadores e ou danos materiais”.
Com base nos dados acima, neste trabalho buscamos evidenciar e
analisar a utilização dos EPI´s nas obras em Guarapuava-PR. Queremos,
através deste, mostrar quais os riscos que os trabalhadores estão sujeitos ao
não utilizar os equipamentos de segurança adequados, seja pelo descaso dos
responsáveis pela obra ou até mesmo pelos colaboradores que, por se
sentirem incomodados ou excessivamente confiantes, deixam de usar os
equipamentos e estão sujeitos a acidentes que poderiam ser evitados se não
houvesse negligencia.
O EPI conforme NR-06 do MTE define como sendo, “todo dispositivo ou
produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de
riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho”.O EPI deve
ser entregue pelo empregador gratuitamente em ótimo estado de conservação
e uso também com o Certificado de Aprovação. Já a responsabilidade pela
utilização fica por conta do funcionário, se houver impossibilidade do
funcionário utilizar algum tipo de EPI, fica por conta de o SESMT dizer qual EPI
deve ser compatível com o trabalhador.
Por fim, é importante mencionar que os principais EPI’s utilizados na
Construção Civil são: Capacete, Óculos, Protetor facial, Protetor auricular,
Respirador, Luvas, Mangas, Botas, Macacão, Cinto de segurança com
14
talabarte. Cada um deve ser usado da maneira correta, após visto a
necessidade da sua utilização.

1.1 PROBLEMA DA PESQUISA

Hoje em dia por conta de novas normas, acidentes de trabalho e o


próprio crescimento da construção civil, estão trazendo cada vez mais à tona a
importância do uso de EPI's.
Este estudo busca proporcionar o maior entendimento sobre a
importância do uso e vantagens da utilização de equipamentos de proteção
individual (EPI).

1.2 OBJETIVO GERAL

Analisar os Riscos da não utilização dos equipamentos de proteção


individual e listar as vantagens de cada EPI.

1.2.1 Objetivo especifico

- Verificar as causas de resistência a utilização dos EPI’s;


- Descrever as vantagens da utilização;
- Demonstrar casos de negligencia ao uso;
- Verificar quais os EPI’s mais utilizados no Brasil.

1.3 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO

O tema abordado foi escolhido por ser um tema em alta, com muitas
novidades, e um tema que ira nos trazer um aprendizado que será amplamente
utilizado profissionalmente no futuro, possibilitando propriamente uma
especialização na área.
As novas normas da Engenharia Civil abrangem amplamente o uso de
proteções para todos no canteiro de obra, e como dever do engenheiro é saber
15
como utilizar e a necessidade de utilização de cada equipamento, ou buscar
por um profissional que entenda sobre o uso.
16
2 REFERENCIAL TEÓRICO

O conceito definido pela lei 8.213, de 24 de julho de 1991, da


PrevidênciaSocial determina, em seu Capitulo II, Seção I, artigo 19, segundo
Piza (1997,p.7):

Acidente do Trabalho é o que ocorre no exercício do trabalho a


serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados
referidos no inciso VII do artigo 11 desta Lei, provocando lesão
corporal o u perturbação funcional que cause a morte ou perda ou
ainda a redução permanente ou temporal da capacidade para o
trabalho.

Acidentes não podem ser tratados apenas quando há ferimentos,


lesões ou até a morte, pode ocorrer quando não houver essas causas, por
exemplo: com a queda de energia elétrica, furo no pneu, etc.
Também de acordo com a lei, acidente do trabalho é considerado
quando o trabalhador está a serviço da empresa, conforme De Cicco (1982,
p.2): "Doenças profissionais ou do trabalho: aquelas que são adquiridas em
determinados ramos de atividade e que são resultantes das condições
especiais em que o trabalho é realizado".
Qualquer tipo de lesão, quando ocorre: no local e n o horário de
trabalho e quando o caminho ou na volta do trabalho; fora dos limites da
empresa e fora do horário de trabalho; fora do local da empresa, mas em
função do trabalho.
Verificamos que acidente é um assunto muito amplo e não é limitado
apenas no local de trabalho, mas também abrange os trajetos e os ocorridos
em horários de expediente.Preocupadas as empresas estão investindo na
segurança do trabalho, o acidente é um fato que nenhuma empresa gostaria
de sofrer, devido as várias preocupações legais que podem trazer a empresa,
principalmente financeiramente.
Os acidentes devem ser evitados em todas as empresas, seja qual for
o ramo de trabalho ou o tamanho desta, pois o acidente pode ocorrer em todos
os lugares.
Podemos verificar os prejuízos decorrentes do acidente para o
17
empregado como o aspecto humano de acordo com Zocchio (2002) um dos
aspectos que costumam estar em mais evidência nos acidentes de trabalho
quando destes resulta alguma vítima. A preocupação do empregado é no
retorno ao trabalho depois de um período de afastamento seja ele longo ou
curto, como mostra (ZOCCHIO, 2002,p.80):

Vítima da incapacidade parcial, o mutilado, embora voltando a


trabalhar, poderá sentir-se inferiorizado diante dos demais ou se
sentir piedosamente aceito pela empresa e pouco útil para o trabalho.
Isso ocorre quando não recebe apoio moral necessário após o
acidente ou não lhe é propiciada uma reintegração psicológica
adequada ao trabalho. Pode, mesmo, vir a representar problemas
para a própria segurança do trabalho.

Outro aspecto importante é o social, onde muitas empresas


preocupadas com o funcionário acidentado fornecem a completa assistência
social, psicológica, apoio moral e material tanto ao empregado como a família,
por muitas vezes até a reintegração ao trabalho, essas empresas são dignas
de elogios. Essa não é a realidade da maioria das empresas que não dão a
devida importância ao empregado, assim o dispensando da empresa após o
tempo de afastamento deixando a família e o empregado em uma situação
terrível de viver dignamente.
Sem esse apoio as famílias passam por muitas necessidades, de
acordo com (ZOCCHIO,2002,p.81):

Muitas vítimas de acidentes sofrem, temporária ou permanentemente,


redução de vencimentos que obriga a família a baixar repentinamente
o padrão de vida, a proceder a cortes no orçamento, a privar-se de
coisas até então usuais, fatos que ferem profundamente a felicidade
de indivíduos e de famílias. Apesar da justiça que se pretende
imprimir com o pagamento de indenizações às vítimas ou seus
familiares, o valor indenizatório jamais compensa os danos físicos ou
funcionais das vítimas, e muito menos os repara.

O aspecto social da empresa não deve ser restrito somente ao RH


(Recursos Humanos) da empresa, também deve ser de responsabilidade da
segurança do trabalho de prevenir os acidentes algo muito mais importante do
que assistir as vítimas de acidentes do trabalho.
Um dos piores problemas a serem enfrentados pelo funcionário
acidentado e principalmente pela empresa é o aspecto econômico, segundo
18
Zocchio (2002) onde a empresa nem sempre percebe esse lado negativo do
infortúnio do trabalho, embora seja ela inicialmente a mais afetada.
O empregado acidentado recebe muitas vezes o auxilio dentro do
previsto por lei, mas dependendo do acidente este pode até ficar inválido,
assim diminuindo a renda familiar, pois apesar da previdência social amparar
legalmente o acidentado, ele não recebe o que antes recebia da empresa.
Todas as empresas têm condições e fazem orçamentos das despesas,
do serviço, material, mão-de-obra, impostos, etc. Mas o cálculo para o custo
dos acidentes ocorridos na empresa não são contabilizados, o que gera no final
um prejuízo para a empresa. Por muitas vezes apenas consideram a taxa de
seguro paga a previdência social, as diárias pagas aos acidentados até o
décimo quinto dia de afastamento, esse seria o custo direto do acidente, o que
seria um parcela pequena quando temos os custos indiretos.
Os custos indiretos para a empresa segundo De Cicco (1982,p.5):

Salários pagos durante o tempo perdido por outros trabalhadores


que não o acidentado: em geral, após o acidente, por menor que
seja, os companheiros do acidentado deixam de produzir durante
certo tempo, seja para socorrê-lo, seja para comentar o ocorrido,
seja por curiosidade, ou porque necessitam da ajuda do acidentado
para a execução de sua tarefa, ou a máquina em que operavam ficou
danificada no acidente;
Salários adicionais pagos por trabalhos em horas extras: em virtude
do acidente, atrasos na execução da obra podem exigir trabalhos em
horas extraordinárias, representando um adicional de 20% sobre o
salário correspondente ao horário normal de trabalho;
Salários pagos a funcionários, durante o tempo gasto na
investigação do acidente;
Diminuição da eficiência do acidentado de volta ao serviço produz
menos (por receio de sofrer novo acidente, por desorientação, por
falta de treinamento muscular, etc.). Em qualquer dos casos, a
empresa pagará o mesmo salário para um trabalhador produzindo
menos, o que representa, portanto, um outro custo adicional;
Custo de material ou equipamento danificado no acidente;
Multas contratuais, decorrentes de atrasos na execução da obra,
devidos à queda de produção resultante de acidente.

Além de todas as interferências citadas que os acidentes podem


causar a empresa e ao funcionário podemos ainda mostrar outros aspectos
negativos como a qualidade do serviço que irá ser reduzida devido a
acidentes, não somente na qualidade final do produto, mas sim nas outras
fases que antecedem a final. Algo de grande importância é o prazo de entrega
dos produtos, onde com a ocorrência de acidentes estes prazos podem ser
19
alongados e assim prejudicando a empresa.
Outro fato importante a ser tomado cuidado quanto ao prazo é a
tentativa de minimizar esse fato, mas com isso começa a aparecer outras
condições de risco que podem levar a outro acidente.

2.1 IMPORTÂNCIA DE EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL


(EPI)

A NR-06 regulamenta a obrigatoriedade das empresas de fornecer


gratuitamente a seus empregados em perfeito estado de conservação e
funcionamento, os EPI adequados ao risco e aprovados pelo órgão nacional
competente em matéria de segurança e saúde no trabalho - Ministério do
Trabalho e Emprego (MTE). E também orientar, treinar o trabalhador sobre o
uso adequado, guarda e conservação, assim como fiscalizar e exigir o uso,
substituindo imediatamente, quando danificado ou extraviado,
responsabilizando-se pela manutenção periódica (MORAES, 2013).
E cabe ao trabalhador usá-los, utilizando-os apenas para a finalidade
a que se destina o produto, responsabilizar-se pela guarda e conservação,
comunicar ao empregador qualquer alteração que os tornem impróprios para
uso e cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.
A utilização de equipamentos de segurança não é apenas obrigação
da empregadora, é também de interesse do trabalhador. Atualmente, ainda
existem muitos trabalhadores que por falta de treinamento e qualificação
rejeitam o uso dos equipamentos de proteção individual, pois muitos os veem
como acessórios desconfortáveis e não entendem a importância do seu uso.
As recomendações hoje existentes para o uso de EPI são bastante
genéricas e padronizadas, não considerando variáveis importantes como o
tipo de equipamento utilizado na operação, os níveis reais de exposição e,
até mesmo, as características ambientais e da cultura onde o produto será
aplicado. Estas variáveis acarretam muitas vezes gastos desnecessários,
recomendações inadequadas e podem aumentar o risco do trabalhador, ao
invés de diminuí-lo.
Dessa forma o EPI é um dos essenciais meios capazes de auxiliar o
trabalhador, que é exposto diretamente aos riscos e também tem a função de
20
complementar recursos que não conseguem preencher totalmente a
segurança do trabalhado.Deduz-se que se os EPI forem corretamente
utilizados diminuirão as ocorrências de acidentes com agravos que possam
ocorrer e que sejam suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no
trabalho(FUNDACENTRO, 1980).
O EPI não evita acidentes, como muitas pessoas preconizam. Eles
existem para suprimir a lesão ou atenuar sua gravidade, além de proteger o
corpo e o organismo contra efeitos de substâncias químicas (tóxicas,
alergênicas, dentre outras) que possam determinar doenças ocupacionais.
Vale ressaltar que não protege apenas de substâncias químicas, e sim dos
riscos ambientais atribuídos.
Os equipamentos de segurança sofrem desgaste com o uso, como
qualquer outro equipamento e/ou produto. A sua durabilidade está
intimamente ligada à intensidade e frequência de sua utilização, manutenção,
as condições do ambiente de trabalho e qualidade dos produtos. Os
equipamentos de proteção individual, não têm duração ilimitada, os mesmos
seguem referências quanto à validade, uso, local e atividades a serem
utilizados.
Normalmente, quando se opta por produtos de melhor qualidade,
atestados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, a durabilidade pode tornar
a aquisição mais econômica do que a opção por produtos de segunda linha.
Pressupõe-se que equipamentos de qualidade superior provavelmente terão
vida útil maior, seguindo sempre, as instruções de uso correto, ou seja,
atividade para o qual foi desenvolvido. A escolha inadequada, sem
orientação ou conhecimento técnico e o uso incorreto comprometem a real
função da utilização do EPI, mesmo que o produto tenha qualidade e atenda
às normas (PIZA, 1997).
Segundo Zocchio (2002), a aquisição do EPI não deve ficar
simplesmente a critério do setor de compras. São equipamentos
especializados, que assumem grande responsabilidade em face do fim a que
se destinam, portanto é ideal um setor ou pessoa capacitada a determinar e
especificar o que realmente deve ser comprado.
Os responsáveis pela aplicação e fiscalização das orientações de
segurança devem ler e seguir as informações contidas nos rótulos e nas
21
fichas de informações de segurança fornecidas pelas indústrias, sobre os EPI
que devem ser utilizados para cada situação. Os engenheiros e/ou técnicos
de segurança devem selecionar os EPI adequados, levando em
consideração o grau de proteção que os equipamentos devem satisfazer
(FUNDACENTRO, 1980).
O grau de proteção define se o equipamento a ser utilizado satisfaz,
ou não, as especificações de segurança. Com isso, ao engenheiro de
segurança não resta alternativa senão confiar no Certificado de Aprovação
(CA) e nas descrições do fabricante, verificando as especificações dos EPI,
utilizando-se de normas, ou quando possível acompanhar os testes de
laboratório.
A escolha adequada dos equipamentos a serem adquiridos para
proteção individual oferece melhorias de segurança aos empregados e à
empresa, que atenderá melhor seus objetivos da prevenção de acidentes
(ZOCCHIO,2002).
O acidente de trabalho apresenta fatores bastante negativos no que
se refere aos aspectos humano, social e econômico (FUNDACENTRO, 1980):
Segundo a NR-18:

o custo direto do acidente é o total das despesas decorrentes das


obrigações para com os empregados expostos aos riscos inerentes
ao exercício do trabalho, como as despesas com assistência médica
e hospitalar aos acidentados e respectivas indenizações, sejam
estas diárias ou por incapacidade permanente.

As empresas têm a responsabilidade pela manutenção e melhoria das


condições de trabalho. De acordo com o artigo 19, da Lei 8213/91 (LEX,
1991):

A empresa é responsável pela adoção e uso de medidas coletivas e


individuais de proteção e segurança da saúde do trabalhador;
Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa
de cumprir as normas de segurança e higiene do trabalho;
É dever da empresa prestar informações pormenorizadas sobre os
riscos da operação a executar e do produto a manipular.

Entre suas obrigações, pode-se destacar:

(a) cumprir e fazer cumprir as disposições legais e


22
regulamentares sobre Segurança e Medicina do Trabalho;
(b) elaborar ordens de serviço sobre Segurança e Medicina do
Trabalho, dando ciência aos empregados, com os seguintes
objetivos:
1. divulgar as obrigações e proibições que os empregados
devam conhecer e cumprir;
2. dar conhecimento aos empregados de que serão passíveis de
punição, pelo descumprimento das ordens de serviço expedidas;
3. determinar os procedimentos que deverão ser adotados em
caso de acidente do trabalho e doenças profissionais ou do trabalho;
4. adotar medidas determinadas pelo Ministério do Trabalho e
Emprego.
5. adotar medidas para diminuir a insalubridade e as más
condições ambientais de trabalho;

(c) informar aos trabalhadores:


1. os riscos profissionais que possam originar-se nos locais de
trabalho;
2. os meios de prevenir e limitar tais riscos e as medidas
adotadas pela empresa;
3. os resultados dos exames médicos e de exames
complementares de diagnóstico aos quais os próprios trabalhadores
forem submetidos;
4. os resultados das avaliações ambientais realizadas nos locais
de trabalho.

(d) permitir que representantes dos trabalhadores acompanhem a


fiscalização dos preceitos legais e regulamentares sobre Segurança
e Medicina do Trabalho.

2.2 PRINCIPAIS EPI’S UTILIZADOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

(Figura 1 – Capacete)

Capacetes:O capacete é um equipamento básico de segurança em


qualquer obra, ele protege o crânio contra impactos em geral, mas
principalmente nos casos de queda de objetos de lugares elevados.
Geralmente produzido com material plástico rígido (polietileno) em seu corpo,
23
mais também pode ser de fibra de Celeron, fibra de vidro, moldados a alta
pressão.
Eles são suportados por uma suspensão que compreende todo o
conjunto de tiras internas que o mantêm a uma altura mínima de 32 mm
acima do contato direto com o crânio e cuja função principal é amortecer
qualquer impacto, permitindo também uma boa ventilação. A suspensão
compreende coroa, aranha, fita absorvente de suor, tira na nuca e jugular.O
peso de cada capacete completo com a suspensão e a aranha, sem os
acessórios, não deve ultrapassar 425 gramas.

(Figura 2 – Botas)

Botas: As botas de proteção são utilizadas para evitar torções,


derrapagens, eventuais quedas de materiais nos pés, batidas, escoriações e
também evita a entrada de umidade.

(Figura 3 – Luvas)

Luvas:Um dos equipamentos de proteção mais importantes são as


luvas, pois protegem as mãos, partes do corpo com maior risco de exposição.
É o equipamento com maior diversidade de especificações. São vários tipos
básicos de luvas existentes atualmente no mercado. Elas podem ser de
amianto para altas temperaturas, raspa de couro específica para soldagem ou
24
corte a quente, PVC sem forro que permite maior mobilidade que a versão
forrada e de borracha que são discriminadas para serviços elétricos, divididos
em cinco classes, de acordo com a voltagem.

(Figura 4 – Respiradores Faciais)

Respiradores Faciais: Os respiradores são os de maior


responsabilidade na preservação da integridade física dos operários. Eles têm
a finalidade de impedir que gases ou outras substâncias nocivas à saúde
penetrem no organismo dos operários. Contra poeiras incômodas é usada a
máscara descartável.

(Figura 5 – Óculos de Proteção)

Óculos de Proteção:Os óculos são especificados de acordo com o tipo


de risco, desde materiais sólidos perfurantes até poeiras em suspensão,
passando por materiais químicos, radiação e serviços de solda ou corte a
quente commaçarico.
Os materiais utilizados para a fabricação das lentes e dos visores são
de vidro ótico, resina sintética, acetato de celulose, acrílico plástico e tela
metálica, incolor ou coloridos, de acordo com a necessidade de uso. Óculos
com formato em dupla concha, também conhecidos como óculos de
25
esmerilhador, possuem lentes de segurança endurecidas sob tratamento
térmico para resistir a altos impactos de partículas voláteis.
Em geral, os óculos protegem os olhos contra impactos de partículas
volantes, luminosidade intensa, radiações e respingos de produtos químicos.

(Figura 6 – Protetor Auricular)

Protetor Auricular:Protetores Auditivos protegem os ouvidos em


ambientes onde o ruído está acima dos limites de tolerância, ou seja, 85 dB
para oito horas de exposição.

2.3 RISCOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO

Os operários da construção civil constituem grupos de pessoas que


realizam suas atividades em ambientes insalubres, expostos a agentes nocivos
à saúde, às vezes perigosos e de modo arriscado. Geralmente são atendidos
inadequadamente em relação aos salários, alimentação e transporte; possuem
pequena capacidade reivindicatória e, possivelmente, reduzida conscientização
sobre os riscos aos quais estão submetidos.
Os fatores de riscos aos quais os operários se predispõem são
maiores, devido à situação de trabalho ao qual se encontram. Jornadas de
trabalho prolongadas, negligência quanto ao uso de maneira correta dos
Equipamentos de Segurança Individual (EPI) e a falta do Equipamento de
Proteção Coletiva (EPC), tornam esses riscos ainda mais eminentes.
A análise prévia dos riscos é uma atividade importante num programa
de segurança, pois interfere no estudo de projetos, processos ou modificações
no ambiente. Tudo que puder ser identificado como risco de acidente de
26
trabalho merece atenção, para adoção antecipada das medidas preventivas
(SILVEIRA, 2005).
O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) é um
programa estabelecido que tem por objetivo, definir uma metodologia de ação
que garanta a preservação da saúde e integridade dos trabalhadores face aos
riscos existentes nos ambientes de trabalho.
Segundo a NR-09 (GM, 1978):

O Programa de Prevenção dos Riscos Ambientais visa à preservação


da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação,
reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de
riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de
trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos
recursos naturais.

Os riscos ambientais encontrados no local de trabalho da construção


civil e em muitos outros são os agentes físicos, químicos, biológicos. Já os
riscos operacionais são: ergonômicos e de acidentes.
Os principais agentes físicos encontram-se agrupados em:
(a) ruídos – causados por máquinas pesadas, máquinas em geral,
serras circulares, vibradores de concreto, betoneiras, marteletes,
esmerilhadeiras, bate-estacas, compactadores, dentre outros;
(b) vibração – causados por máquinas que produzem o efeito de
movimentos em torno de um ponto fixo, como por exemplo: ferramentas
manuais motorizadas, vibrador e martelete;
(c) temperaturas extremas – muito calor ou muito frio; radiações –
operações de solda elétrica, operações a céu aberto;
(d) pressões anormais – pequenas e grandes pressões, como por
exemplo, construções em áreas submersas por água com uso de ar
comprimido;
(e) umidade e outros.
Os agentes químicos são:
(a) poeiras – movimentação de terra, manipulação de cal e cimento,
serviços de demolição, corte de madeiras, movimentação em veículos e
máquinas;
27
(b) inalação de gases em operações de pintura, aplicação de
impermeabilizantes;
(c) manuseio de álcalis (hidróxido de sódio e cloreto de hidrogênio);
Também pode-se listar alguns agentes biológicos presentes no
ambiente da construção civil, são eles: bactérias, fungos, bacilos, parasitas,
protozoários, vírus e outros.
Um risco eminente (visível) e que depende, em parte, de treinamento,
são os ergonômicos, como por exemplo:
(a) levantamento e transporte manual de pesos sem meios auxiliares
corretos, postura inadequada, erro de concepção de rotinas e serviços;
(b) trabalho em turno e returno;
(c) outras situações causadoras de estresse físico e/ou psíquico
Os riscos de acidentes são variados, os mesmos podem ser causados
por falta de iluminação no ambiente, a probabilidade de incêndio, explosão,
piso escorregadio, aranha, entre outros (SALIBA,2002).
Acidentes Causados Pela Falta de EPI,S

(Foto 1 –Acidente de Trabalho).

Em 24 de abril de 2008, dois trabalhadores morreram após caírem de


um Andaime quando pintavam uma edificação em uma fábrica de Fertilizantes
28
na Cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Ambos Estavam Sem os Cintos
de Segurança e os Demais Equipamentos de Proteção (ZERO HORA, 2008).

(Foto 2 – Acidente de Trabalho).

Soldador de 39 anos morto após receber uma forte descarga elétrica


de uma máquina de solda. No momento do acidente, a vítima, que soldava um
portão de ferro, estava descalça e não usava equipamento de proteção
individual.
Com uma máquina de solda visivelmente em estado precário, soldando
um portão. E com os pés descalços pisou em um fio e foi atingido com uma
forte descarga elétrica. (JORNAL PEQUENO, 2010)

(Foto 3 – Acidente de Trabalho).


29
Trabalhadorde 40 anos de idade, ficou com o martelo incorporado em
sua testa próximo ao olho esquerdo. Ele e outros trabalhadores estavam
consertando o telhado de um armazém. Apesar de o martelo ter penetrado em
seu rosto, o Trabalhador ainda estava consciente quando chegou ao hospital,
Se Estivesse Usando os EPI’S necessários teriam evitado o acidente
(CONCIENCIADOTRABALHO, 2012

2.4 IRREGULARIDADES COM OS EPI’S

(Foto 4 – Irregularidade).

Soldador sem máscara de proteção para solda.


30

(Foto 5 – Irregularidade).

Eletricista sem luvas de borracha e com os pés dentro da água ao


mexer com uma instalação elétrica.

(Foto 6 – Irregularidade).
31
Trabalhadores sem calças e botas de borracha.

(Foto 7 – Irregularidade).

Trabalhador morto ao cair de uma edificação, estava usando o cinto de


segurança, porém ele não estava preso corretamente.

2.5 PREVENÇÃO DE ACIDENTES

Apesar de parecer uma tarefa simples, evitar acidentes de trabalho não


é fácil. Evitar acidentes de trabalho requer disciplina de administradores e
funcionários. A segurança do trabalho só flui na empresa através de
conscientização. É necessário que a empresa adote uma linguagem clara e
tocante aos riscos e as medidas que deverão ser adotadas.
A empresa precisa divulgar de forma clara os riscos a que estão
expostos os funcionários da empresa. Afinal, é impossível alguém que queira
se prevenir daquilo que nem conhece (CARDELLA,1999).
Essa conscientização pode acontecer através de palestras como DDS
(Dialogo Diário de Segurança), SIPAT (Semana Interna de Prevenção de
32
Acidentes do Trabalho) (que é obrigatória), dentre outras, e também usando
comunicação visual, placas de perigo, risco, cuidado, e até o Mapa de Risco.
Um Mapa de Risco bem elaborado com uma linguagem clara é muito
útil para conscientização. O Mapa de Risco consegue conscientizar e orientar
até aqueles que ainda não tiveram chance de participar de palestras, como
visitantes da empresa por exemplo.
Antes de fornecer o EPI o funcionário deve ser orientado. Muitas
empresas entregam o EPI e obrigam o uso sem nem ao menos se dar ao
trabalho de mostrar para que serve, e como usar(BEDIN, 2010).
Todos os funcionários devem receber essa orientação antes de iniciar
o uso, isso é uma atitude que mostra respeito. Essa orientação nem precisa ser
demorada, talvez possa ser ministrada até no momento de assinar a Ordem de
Serviço, em uma conversa com o funcionário (CARDELLA,1999).
33
3 METODOLOGIA

Foi utilizada uma planilha para conferencia do uso dos EPI’s no


Canteiro de obras, para fim de fiscalizar o uso e a falta de uso dos
equipamentos.
Máquina fotográfica, para registro em imagens dos problemas
encontrados.
Os dados foram coletados durante a última quinzena do mês de junho
de 2016 nomunicípio de Guarapuava-PR em duas empresas, uma
especializada em construção de estradas e a outra especializada em
construções pré-moldadas, totalizando 20 entrevistas. Outras 10 entrevistas
foram realizadas em obras de grande porte na área urbana da cidade.
34
4 APRESENTAÇÃO E ANALISE DE RESULTADOS

Nesse estudo de caso realizamos uma pesquisa de campo, utilizando


como base um checklist com perguntas, em anexo ao presente trabalho. Nessa
pesquisa foi realizada uma entrevista com trinta trabalhadores, dez de cada
uma dastrês empresas do ramo da construção civil com a finalidade de se
obter informações a respeito do uso dos EPI’s e orientações quanto a correta
utilização dos mesmos.

Gráfico1 - Usa adequadamente os equipamentos de Proteção Individual –


EPI?

1
30

25

20

15
1
10

0
SIM EVENTUALMENTE NUNCA

Fonte: Borazo e Silva (2016).

O maior percentual dos entrevistados afirma usar os EPI’s de forma


correta, outros afirmaram nem sempre utilizar algum tipo de equipamento por
sentir algum tipo de desconforto ou incomodo.
35
Gráfico 2-Recebe informações sobre os equipamentos de proteção coletiva –
EPC existentes no canteiro de obras?

2
30

25

20

15
2
10

0
SIM EVENTUALMENTE NÃO

Fonte: Borazo e Silva (2016).

Neste caso notamos que em obras menores é mais difícil o acesso a


EPC’s, mas mesmo assim a maior parte dos entrevistados relatou que recebeu
informações a respeito.
36
Gráfico 3 - Os equipamentos de proteção utilizados na movimentação de
materiais estão em perfeitas condições de trabalho?

3
20
18
16
14
12
10
3
8
6
4
2
0
SIM EVENTUALMENTE NÃO

Fonte: Borazo e Silva (2016).

Em relação às condições físicas dos equipamentos de proteção nas


obras maiores e nas empresas notou-se que todos os equipamentos estavam
em ótimas condições, já nas obras menores notava-se equipamentos com alto
grau de desgaste.
37
Gráfico 4 - Os carros manuais para transporte possuem protetores para as
mãos?

4
20
18
16
14
12
10
4
8
6
4
2
0
SIM EVENTUALMENTE NÃO

Fonte: Borazo e Silva (2016).

Esta questão foi levantada para complementar a questão número 3 e


obteve-se o mesmo percentual, mostrando assim que o desgaste está
relacionado também com a falta ou má condição do protetor como mostra a
foto a seguir tirada em um dos canteiros de obras visitados.
38

(Foto 8 – Má Condição do Equipamento)

Gráfico 5 - Existe algum técnico responsável que fiscalize o uso dos


equipamentos?

5
25

20

15

5
10

0
SIM EVENTUALMENTE NÃO

Fonte: Borazo e Silva (2016).


39
Na maioria dos locais visitados existia um técnico de segurança de
trabalho, mas apenas em um o mesmo permanecia em tempo integral. Nos
outros locais a fiscalização era periódica.

Gráfico 6 -Os equipamentos de proteção individual estão em boas condições


de uso?

6
30

25

20

15
6
10

0
SIM EVENTUALMENTE NÃO

Fonte: Borazo e Silva (2016).

De Acordo com os funcionários e colaboradores das empresas


entrevistadas a maioria dos equipamentos estavam em boas condições de uso.
40
Gráfico 7 - Treinamentos sobre o uso de EPI’s são oferecidos?

7
35

30

25

20

15 7

10

0
SIM EVENTUALMENTE NÃO

Fonte: Borazo e Silva (2016).

Em todas as obras visitadas relataram que em alguma fase da


construção ou no tempo que está na empresa houve algum tipo de treinamento
ou de supervisão/orientação da correta utilização dos equipamentos
individuais.
41
Gráfico 8 - Já sofreu algum tipo de acidente de trabalho pelo não uso dos
EPI’s?

8
35

30

25

20

15 8

10

0
SIM EVENTUALMENTE NÃO

Fonte: Borazo e Silva (2016).

Obtivemos vários relatos de acidentes de trabalho, porém nenhum


ocasionado pela falta de utilização dos EPI’s relatando que em todos os casos
os equipamentos amenizaram a gravidade do acidente.

4.1 FOTOS

A seguir algumas fotos que foram tiradas durante as visitas, mostrando


quais os EPI’s que estão sendo utilizados.
42

(Foto 9 – Utilização de EPI).

Nessa foto podemos observar que o funcionário utiliza capacete e


botas, porem deveria estar usando também luvas, e para piorar a condição o
carrinho esta sem proteção para as mãos.
43

(Foto 10 – Utilização de EPI).

Funcionário utilizando EPI’s de forma correta. Botas, Luvas, Óculos e


Capacete.
44

(Foto 11 – Utilização de EPI).

Funcionário trabalhando com Argamassa e utilizando os EPI’s


necessários. Botas, Luvas, Óculos e Capacete.
45

(Foto 12 – Utilização de EPI).

Funcionário responsável pela betoneira utilizando Protetores Auditivos.

(Foto 13 – Utilização de EPI).


46

(Foto 14 – Utilização de EPI).

Nessa foto observamos a falta da utilização das luvas.


47
4.2 TABELAS

Tabela 1: FaixaEtária
IDADE EMPRESA EMPRESA EMPRESA
(anos) TOTAL PORCENTAGEM
A B C
18 a 25 02 05 00 07 23%
26 a 30 02 02 04 08 27%
31 a 40 04 01 00 05 20%
41 Acima 02 02 06 10 30%
TOTAL 10 10 10 30 100%

Tabela 2: Escolaridade
ESCOLARIDADE EMPR EMPR EMPR
TOTAL PORCENTAGEM
A B C
NÃO ALFABETIZADO 02 00 06 08 27%
ALFABETIZADO: 08 10 04 22 73%
-1º GRAU 06 06 02 14 64%
-2º GRAU 02 04 02 08 36%

Tabela 3: Profissão
PROFISSÃO EMPR EMPR EMPR
TOTAL PORCENTAGEM
A B C
ENCARREGADO1 1 0 0 1 03%
PEDREIRO 3 1 5 9 30%
ARMADOR 1 0 0 1 03%
CARPINTEIRO 0 2 0 2 06%
PINTOR 1 0 1 2 06%
ENCANADOR 0 0 0 0 00%
ELETRICISTA 1 4 0 5 18%
SERVENTE 3 3 2 8 28%
BETONEIRO 0 0 0 0 00%
OUTRO 0 0 2 2 06%
TOTAL 10 10 10 30 100%

Tabela 4 - Tempo de Função


EMPR EMPR EMPR
TEMPO DE FUNÇÃO TOTAL PORCENTAGEM
A B C
ATÉ 1 ANO 0 3 2 5 17%
1 A 2 ANOS 3 0 2 5 17%
3 A 5 ANOS 0 1 0 1 3%
6 A 10 ANOS 5 2 0 7 23%
MAIS DE 10 ANOS 2 4 6 12 40%
TOTAL 10 10 10 30 100%
48

Tabela 5 - EPI mais utilizados


EMPR EMPR EMPR
EPI QUE UTILIZA TOTAL PORCENTAGEM
A B C
BOTA 10 10 10 30 100%
CAPACETE 10 10 8 28 93%
PROTETOR 5 10 3 18 60%
AUDITIVO
LUVAS 8 6 8 22 73%
RESPIRADOR 4 5 4 13 43%
SEMIFACIAL
CINTO DE 7 6 8 21 70%
SEGURANÇA
ÓCULOS 9 6 8 23 77%

Tabela 6 - EPI que causa desconforto


DESCONFORTO EM EMPR EMPR EMPR
TOTAL PORCENTAGEM
USAR A B C
BOTA 0 0 0 0 0%
CAPACETE 2 4 3 9 30%
PROTETOR 100%
10 10 10 30
AUDITIVO
LUVAS 5 0 10 15 50%
RESPIRADOR
10 10 10 30 100%
SEMIFACIAL
CINTO DE
10 10 10 30 100%
SEGURANÇA
ÓCULOS 2 3 3 8 27%
NENHUM 0 0 0 0 00%

Tabela 7 -Maior Funcionalidade


ACHA QUE EMPR EMPR EMPR
TOTAL PORCENTAGEM
FUNCIONA A B C
BOTA 10 10 10 30 100%
CAPACETE 10 10 10 30 100%
PROTETOR
5 10 7 22 73%
AUDITIVO
LUVAS 5 10 10 25 83%
RESPIRADOR
5 10 7 22 73%
SEMIFACIAL
CINTO DE
10 10 10 30 100%
SEGURANÇA
ÓCULOS 10 10 10 30 100%
49
Tabela 8 - Menor funcionalidade
ACHA QUE NÃO EMPR EMPR EMPR
TOTAL PORCENTAGEM
FUNCIONA A B C
BOTA A
0 0 0 0 0%
CAPACETE 0 0 0 0 0%
PROTETOR
2 0 0 2 6%
AUDITIVO
LUVAS 0 0 0 0 0%
RESPIRADOR
0 0 0 0 0%
SEMIFACIAL
CINTO DE
0 0 0 0 0%
SEGURANÇA
ÓCULOS DE
0 0 0 0 0%
PROTEÇÃO
NENHUM 8 10 10 28 94%
50
5 CONCLUSÃO

Cada vez mais todos estão se conscientizando da importância da


utilização dos EPI’s como medida preventiva. Muitas vezes os equipamentos
não evitam os acidentes, mas amenizam a gravidade dos mesmos, assim
evitando maiores lesões ou até mesmo mortes. Porem como visto nas fotos,
ainda falta muito para conseguir que todas as normas sejam cumpridas
totalmente.
Este trabalho procurou identificar, através do uso de técnicas
qualitativas de coleta e tratamento dos dados, as percepções dos
trabalhadores da construção civil em relação ao uso do Equipamento de
Proteção Individual (EPI) durante a execução dos serviços. Os estudos
apontaram diversos problemas na gestão da segurança do trabalho das
empresas. Além das falhas na gestão da segurança por parte dessas
empresas, destacam-se a mudança constante do espaço ao longo do tempo,
alta rotatividade de trabalhadores e a baixa qualificação da mão-de-obra
requerida, como obstáculos a serem superados para a melhoria da segurança
no ambiente de trabalho. Exigido por lei como uma das formas de prevenção
contra acidentes, apenas a exigência do uso do Equipamento de Proteção
Individual (EPI) e o simples fornecimento não impedem que acidentes
aconteçam.
Além da preocupação em fornecer treinamentos e conscientização dos
riscos da não utilização ou do uso incorreto dos equipamentos, é importante
levar em consideração a escolha do equipamento mais adequado à função e
ao funcionário visando conforto e mobilidade, além de uma melhor aceitação
por parte de seus usuários. Com base nos dados coletados, constata-se que a
falta de conhecimento e que a falta de ergonomia dos equipamentos são os
principais fatores para a não utilização do EPI. É preciso avaliar a adaptação
dos EPIs em relação aos seus usuários, considerando não só questões
antropométricas, mas os materiais utilizados e intensificar a conscientização
dos trabalhadores sobre o uso do equipamento, para que o ambiente de
trabalha torne-se mais seguro e traga mais qualidade vida no trabalho durante
a realização de suas funções.
51
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Regulamentadora – NR 17: Ergonomia. Brasília (DF). 08 de junho de 1978.
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MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Normas


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MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Legislação:


normasregulamentadoras. Disponível em:
<http://portal.mte.gov.br/legislacao/normasregulamentadoras-1.htm>. Acesso
em: 16 Junho. 2016.
52
NORMA REGULAMENTADORA 18 - NR 18 - CONDIÇÕES E MEIO
AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO Disponivel
em: <http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr18.htm>. Acesso em: 23
junho 2016.

NORMA REGULAMENTADORA 5 - NR 5 - COMISSÃO INTERNA DE


PREVENÇÃO DE ACIDENTES – CIPA. Disponivel em:
http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr5.htm - Acesso em: 23 junho.
2016.

NR 9 - NORMA REGULAMENTADORA 9 - PROGRAMA DE PREVENÇÃO


DE RISCOS AMBIENTAIS. Disponivel em:
http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr9.htm - Acesso em: 23 junho.
2016.

NORMA REGULAMENTADORA 6 - NR 6 - EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO


INDIVIDUAL – EPI. Disponivel em:
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<http://segurancadotrabalhonwn.com/principais-epi-usados-na-construcao-
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PIZA, F. T. Informações Básicas Sobre Saúde e Segurança no Trabalho.


São Paulo: CIPA,1997.

SALIBA,T.M.Higiene do Trabalho e Programa de Prevenção de Riscos


Ambientais 3 Edição 2002

SIT - Secretaria de Inspeção do Trabalho - Norma Regulamentadora NR 06


– Equipamento de Proteção Individual – EPI - portaria nº 25 de 15 de outubro
de 2001.

ZOCCHIO, Álvaro. Prática da Prevenção de Acidentes. 7,ed. São Paulo:


ABC daSegurança do Trabalho, 2002.
53
ZOCCHIO, Álvaro. Prática da Prevenção de Acidentes. 4,ed. São Paulo:
ABC daSegurança do Trabalho, 1980.
54

ANEXO
55

CHECKLIST

ATIVIDADE:
CIDADE:
DATA:

Sim Eventualmente Não


Pergunta
1 - Usa adequadamente os
Equipamentos de proteção
Individual - EPI’s?
2 –Recebe Informações sobre
os Equipamentos de proteção
coletiva – EPC, existentes no
canteiro de obras?
3 - Os equipamentos de
proteção utilizados na
movimentação de materiais
estão em perfeitas condições
de trabalho?
4 - Os carros manuais para
transporte possuem
protetores para as mãos?
5 - Existe algum técnico
responsável que fiscalize o
uso dos equipamentos?
6 - Os Equipamentos de
Proteção estão em boas
condições de uso?

7- Treinamentos sobre o uso


de EPI’s são oferecidos?

8 - Já Sofreu Algum tipo de


acidente de Trabalho pelo não
uso de EPI?

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