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CENTRO INTEGRADO SESI SENAI APARECIDA DO TABOADO

CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO

AGROTÓXICO NO CULTIVO DE MORANGO E MÉTODOS


PREVENTIVOS DE SEGURANÇA

Aparecida do Taboado/MS
2023
VINICIUS MARTINES DE MELO

AGROTÓXICO NO CULTIVO DE MORANGO E MÉTODOS


PREVENTIVOS DE SEGURANÇA

Projeto integrador apresentado ao curso


Técnico em Segurança do Trabalho do Centro
Integrado Sesi Senai Aparecida do Taboado,
Mato Grosso do Sul, em cumprimento às
exigências legais como requisito parcial à
obtenção do título de Técnico em Segurança do
Trabalho.

Professora Orientadora: Daelen Gabriela Silva de


Oliveira

Aparecida do Taboado/MS
2023
CENTRO INTEGRADO SESI SENAI APARECIDA DO TABOADO
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO

AGROTÓXICO NO CULTIVO DE MORANGO E MÉTODOS


PREVENTIVOS DE SEGURANÇA

BANCA EXAMINADORA
Orientadora: Daelen Gabriela Silva de Oliveira

Matheus Narciso Silva


SENAI - MS

Matheus Souza Nascimento


SENAI - MS

Tayná Paiva Paião Oliveira


SENAI - MS

Aparecida do Taboado/MS
2023
AGRADECIMENTOS
Agradeço pela paciência e dedicação a todos que me ajudou fazendo o
acompanhamento da produção desse projeto, pelas ideias passadas adiante e os incentivos
dando força para continuar até o final.
Pelos conhecimentos e ensinamentos passados ao longo desse tempo, pela
dedicação ao ensinar e passar os seus conhecimentos adiante. Conhecimentos valiosos
que nos ajudou na caminhada ao longo do curso.
Sumário
LISTA DE FIGURAS........................................................................................... 6
LISTA DE TABELAS .......................................................................................... 7
RESUMO .............................................................................................................. 8
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................... 9
1.1 JUSTIFICATIVA ................................................................................. 11
1.2 OBJETIVO GERAL ............................................................................. 11
1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................... 11
2. REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................... 12
2.1 FORMAS DO CULTIVO DE MORANGO ........................................ 12
2.2 PRODUÇÃO DE MORANGO NOS ESTADOS ................................ 12
2.3 LEGISLAÇÕES PERTINENTES ........................................................ 13
2.4 NORMA REGULAMENTADORA 31 ............................................... 15
2.5 PRINCIPAIS AGROTÓXICOS UTILIZADOS NO CULTIVO DE
MORANGO ........................................................................................................ 16
2.6 PRINCIPAL RISCO E ACIDENTE COM AGROTÓXICOS ............ 20
2.7 IMPACTOS NO ORGANISMO E AMBIENTE ................................. 21
3. MEDIDAS DE SEGURANÇA ................................................................ 23
3.1 MANEJO, TRANSPORTE, ARMAZENAMENTO E DESCARTE .. 23
3.2 APLICAÇÃO DE AGROTÓXICO E USO DE EPIs .......................... 27
4. SINALIZAÇÕES DE SEGURANÇA ...................................................... 32
5. METODOLOGIA ..................................................................................... 35
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................... 35
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................... 38
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Ficha FISPQ ...................................................................................... 24
Figura 2 - Amostra de rótulo de um produto químico ....................................... 25
Figura 3 - Lavagem das embalagens ................................................................. 26
Figura 4 - Descarte ............................................................................................ 26
Figura 5 - Aplicação de agrotóxico forma manual ............................................ 28
Figura 6 - Aplicação aérea ................................................................................. 28
Figura 7 - Neoprene com Látex ......................................................................... 30
Figura 8 - Luva Nitrílica .................................................................................... 30
Figura 9 - Sinalização de área tratada ................................................................ 33
Figura 10 - Sinalização de veneno ..................................................................... 33
Figura 11 - Instrução de serviço ........................................................................ 34
Figura 12 - Local de armazenamento de produto químicos .............................. 34
Figura 13 - Indicação de produto químico......................................................... 34
Figura 14 - Indicando para ler as instruções de uso antes de fazer alguma
aplicação do agrotóxico .................................................................................................. 35

6
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Ranking dos países que mais usam agrotóxicos ................................. 9
Tabela 2 - Quantidade de área colhida, produção e produtividade .................... 12
Tabela 3 - Agrotóxicos registrado para uso na lavoura de morango no estado de
Espírito Santo ................................................................................................................. 17

7
RESUMO
O uso do agrotóxico no Brasil vem sendo utilizado há algumas décadas, as lavouras
existentes em grandes quantidades nos Estados fazem com que seja necessário e um meio
para que elimine as pragas e doenças que aparecem nas lavouras. O país é um grande
consumidor, se tornando um dos maiores consumidores mundiais de agrotóxico. O
preocupante uso constante nas lavouras é levado em consideração devido às grandes
quantidades de contaminações decorrentes de aplicações nas lavouras para o controle de
pragas e doenças. Em alguns locais as lavouras de morango servem também como atrativo
ao turismo, expondo assim os clientes aos mesmos impactos sofridos pelos colaboradores.
Este projeto tem como objetivo a conscientização do uso correto de agrotóxicos nos
processos de produção de morangueiro, o quão é importante as formas corretas de
transporte, armazenagem e aplicação. Bem como as consequências e contaminações que
causam perigos as pessoas expostas como intoxicações e o alto grau de agrotóxicos
contido no morango e os impactos gerados no ambiente. Entende-se que o agrotóxico
além de seus componentes químicos ele também é um inseticida, e em sua formulação
contém químicos que são capazes de eliminar as pragas e doenças que aparecem na
lavoura, tornando seu uso perigoso quando aplicado de forma incorreta. As medidas
preventivas em torno dessas contaminações a fim de prevenir a contaminação dos
mesmos são importantes serem levantadas com base em normas de segurança, decretos e
leis pertinentes no país a fim de serem aplicadas para a segurança dos colaboradores e
turistas. Levando em consideração o consumo do fruto puro na própria lavoura sem os
procedimentos de higienização para a limpeza do mesmo faz com que seja um dos fatores
para ocasionar a contaminação, visto que o consumo do fruto é feito na hora. Considera-
se que devido a lavoura de morango ser aberto ao acesso público, muitos clientes e turistas
vão ao local sem ter conhecimento do período de reentrada ao local e da carência para o
consumo do fruto e dos riscos que está exposto ao consumir o fruto sem as devidas
higienizações.

Palavras-chave: Agrotóxico, sinalização, saúde, morango, leis, medidas de


segurança.

8
1. INTRODUÇÃO
O efeito dos agrotóxicos no meio ambiente e até na saúde das pessoas constitui
importantes assuntos no âmbito de que haja estudos e pesquisas na prática em que envolve
a utilização de agrotóxicos, bem como, também a prestação de serviços técnicos
provenientes dos técnicos especializados no uso de agrotóxicos (INCA, (2022)).
A constituição dos agrotóxicos envolve produtos químicos que tem a ação de
eliminar pragas, patógenos causadores de doenças nas plantas cultivadas e também
eliminar ervas daninhas (INCA, (2022)).
Com base nos dados obtidos do site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária,
2022 os agrotóxicos são caracterizados, em classes toxicológicas: extremamente tóxicos,
altamente tóxicos, medianamente tóxicos e poucos tóxicos, tornando-se um dos maiores
poluidores do meio ambiente, poluindo as águas e o ar atmosférico a qual nós utilizamos
para respirar.
Os agrotóxicos utilizados nas lavouras são chamados de inseticidas que atuam por
contato e ingestão e os que têm ação sistêmica, tendo a capacidade de penetrar nas plantas,
assim sendo mais eficaz no controle de pragas (AEGRO, (2022)).
Segundo Peres e Moreira (2007), o Brasil é um dos principais países consumidores
mundiais de agrotóxicos. Os dados em que os institutos coletam para fazer a tabela sobre
seu ranking de consumo são conflitantes e, portanto, imprecisos, ou seja, o ranking pode
cair ou aumentar dependendo de quanto agrotóxico o país consumiu anualmente.
De acordo com Albuquerque 2022, o Brasil está em segundo lugar no ranking
mundial de consumidor do químico, ficando atrás do Estados Unidos. O consumo de
agrotóxico no país é crescente devido à ampla atividade agrícola e também ao
crescimento. A tabela mostra a quantidade em tonelada consumida no país justamente
para o controle de agentes causadores de pragas e doenças nas lavouras.

Tabela 1 - Ranking dos países que mais usam agrotóxicos


Ordem País Quantidade (T – Tonelada)
1 Estados Unidos 407,78
2 Brasil 377,18
3 China 262,7
4 Argentina 241,29
5 Rússia 90,53

9
6 Canadá 78,89
7 França 65,22
8 Austrália 63,42
9 Índia 61,7
10 Itália 56,56
Fonte: SoCientífica, 2022

O crescimento do consumo de agrotóxicos nos últimos anos, se torna outra


questão importante a se preocupar, a perspectiva é de que o crescimento para o mercado
a médio e longo prazo passa a ser ainda maiores devido a demanda de consumo de frutos
que tende a aumentar com o tempo. (PORTO; SOARES (2012)).
A utilização de agrotóxicos nos processos de produção nas lavouras no meio rural
brasileiro tem trazido impactos muito grandes, assim afetando tanto o meio ambiente
como também a saúde do trabalhador rural. Em geral, essas consequências se dão pelo
fato do uso inadequado dessas substâncias, certos produtos que contém alta toxicidade,
ausência de informações sobre saúde e segurança (Souza et. Al. (2016)).
Os impactos desses produtos tornam-se uma situação em que muitas vezes os
problemas gerados na saúde da pessoa são agravantes tornando-se complicações maiores
levando a mesma em óbito (INCA (2022)).
Esses impactos ocorrem em boa parte na agricultura familiar em que a base do
cultivo de alimentos se dá pelo próprio dono da lavoura, caracterizados por pequenos
proprietários rurais. Esses agricultores por não terem conhecimento das sinalizações e dos
rótulos onde são especificados a toxicidade dos produtos usados, acabam tendo contato
direto, ocasionando graves problemas à saúde (MAPA (2023)).
Na agricultura patronal onde o proprietário contrata trabalhadores fixos e
temporários para a execução das atividades, os problemas gerados por esses agrotóxicos
na saúde tendem a ser baixos, pois o proprietário contrata colaboradores qualificados para
a execução da atividade (AEGRO (2023)).
A utilização de agrotóxico no ramo produtivo de morango tem sido intensificada
devido à alta produção de morangos. Atualmente o Brasil é um dos países que agrega
grande quantidade de lavouras de morango, embora o país não esteja entre os maiores
produtores, portanto sua produção vem crescendo. A tendência de alta de produção se dá
pela alta do consumo dessa fruta no país (EMBRAPA (2021)).

10
1.1 JUSTIFICATIVA
Visto que muitos locais de cultivo do morango são utilizados não somente para o
plantio, mas também como visitação e turismo, e tendo em vista que o morango possui
alto teor de agrotóxico em todo seu processo de cultivo, faz-se necessário levantar quais
são eles e quais os impactos que isso pode causar tanto ao profissional quanto ao cliente
ou turista.
Além disso, é imprescindível avaliar também o período que esse agrotóxico fica
no meio ambiente, bem como as sinalizações de segurança e os EPIs que deverão ser
utilizados e as medidas adotadas nos campos de visitação para que não cause danos aos
turistas.

1.2 OBJETIVO GERAL


Avaliar os impactos causados pela utilização do agrotóxico no cultivo do
morango, visando analisar todo o processo produtivo e os efeitos causados no organismo
e no meio ambiente, levando em consideração que o mesmo local do cultivo também é
destinado a área do lazer e visitação aberto ao público.
Adotar medidas de segurança com base na NR 31 e demais legislações pertinentes
com o intuito de estabelecer medidas corretas sobre o manuseio, armazenamento e o
descarte dos agrotóxicos.

1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS


● Fazer levantamento dos principais agrotóxicos utilizados no cultivo do
morango;
● Produtividade de morango nos Estados
● Abordar legislações pertinentes e normas de sinalização de segurança;
● Principais riscos com agrotóxicos;
● Correlacionar com a NR 31.7;
● Fazer levantamento dos impactos causados no organismo e no meio
ambiente;
● Adotar medidas de segurança para manuseio e visitação do local do cultivo
de morango.

11
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 FORMAS DO CULTIVO DE MORANGO
Em concordância com o SENAR/DF, 2019 o plantio de morangueiro é feito
através de mudas. Para que a produção e o cultivo deem certo é necessário que sejam
produzidas em regiões altas e frias, para que tenha uma qualidade desejável.
Um dos fatores que assegura a certeza de que a produção terá boa qualidade e
produtividade é a forma de escolher a muda. O morangueiro é uma planta que é altamente
sensível ao clima, sendo assim, uma cultivar que consegue ter sua produção gradativa em
uma determinada região do país, poderá ter baixa chance de produtividade não
conseguindo se adaptar no clima de outra região (EMBRAPA (2005)).
O cultivo de morango também pode ser feito em casa, portanto os cuidados para
com as doenças e pragas é diferente. A incidência dos mesmos é baixa, devido ao
ambiente não conter matos, e afins ao redor, por ser limpo diariamente. O cultivo de
morango em casa pode ser feito em vasos, garrafas pet, canos e afins (ANA (2018)).

2.2 PRODUÇÃO DE MORANGO NOS ESTADOS


Segundo a EMBRAPA, 2021, os estados responsáveis pela alta produtividade
dentro do país são, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo, Espírito Santo,
Santa Catarina, Distrito Federal, Bahia e Rio de Janeiro, visto que Minas Gerais é o que
tem maior produtividade sendo o principal produtor deste fruto.
Conforme a tabela 2 como mostra nos números da Área (ha), esses estados
concentram grandes quantidades de lavouras devido a seu clima ser temperado e
subtropical. Não somente pelo clima, mas por terem também grandes áreas para plantio
e demanda de mão de obra (EMBRAPA, (2021)).

Tabela 2 - Quantidade de área colhida, produção e produtividade


Estado Área (ha) Produção (t) Produtividade (t/ha)
MG 2.800 120.400 43
PR 650 21.450 33
RS 552 26.496 48
SP 425 13.600 32

12
ES 292 15.768 54
SC 225 9.900 44
DF 200 7.400 37
BA 100 2.700 27
RJ 35 980 28
Total 5.279 218.694 -
Fonte: EMBRAPA, 2021 (Adaptado).

A tabela acima mostra a quantidade de produção de morango nos respectivos


estados citados nela. A quantidade de produção de morango varia de acordo com o
tamanho da área contida no local que se denomina a lavoura. A produção total referida
por (T: Toneladas) é a soma de Produtividade X Área. Portanto a produção pode aumentar
com o tempo e com o crescente consumo do fruto (EMBRAPA, (2021)).
Com a alta demanda de consumo fazendo com que a tendência produtiva cresça,
a utilização de agrotóxico tem sido crescente, visto que são utilizados para controles de
pragas e doenças. Com essa alta, tem sido preocupante principalmente na saúde e no meio
ambiente, visto que as contaminações ocorridas são de grandes escalas por parte do
produtor, ambiente e consumidor (GOVERNO DO ESTADO – PARANÁ, (2021)).

2.3 LEGISLAÇÕES PERTINENTES


As legislações pertinentes consistem em especificar o manuseio, armazenamento
e descartes de agrotóxicos com o intuito de preservar a vida humana e o meio ambiente
minimizando ou extinguindo os riscos que esses produtos trazem.
A Lei nº 7.802, de 11 de jul. de 89 foi a primeira legislação criada sendo
regulamentada pelo Decreto nº 4.074, de 4 de jan. de 02 com o intuito de abranger o
transporte, manuseio, armazenamento, pesquisa, comercialização e afins (PLANALTO,
(2002)).
A Lei nº 7.802, de 11 e jul. de 89 define o agrotóxico como agentes de processos
químicos, físicos ou biológicos a qual são destinados aos setores de produção e afins,
abrangendo penalidades para descumprimento ou infração cometidas a qualquer meio em
que traz danos prejudiciais irreversíveis ou que trará gastos para reforma do local recairá
sobre o responsável que informar ou fornecer informações incorretas, o produtor que fazer

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o uso em desacordo com o registro, o profissional que designar a utilização de agrotóxico
que estiver desacordo com a especificações técnicas da rotulagem (MAPA, (2018)).
Ela não somente cria parâmetros para uso de agrotóxicos como também
regulamenta o uso estabelecendo que só pode ser utilizado dentro do país quando é
registrado no órgão federal competente sendo esse órgão a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA) a qual determina a classificação toxicológica dos
agrotóxicos por meio de estudos feitos com amostras coletadas. Ainda dentro da lei, é
estabelecido competência para outros dois órgãos além da ANVISA, sendo esses, Ibama
e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA, (2018)).
Para essa Lei entrar em vigência foram necessários os decretos criados e
implementados para dar autoridade e autonomia. Dentre os decretos que estão em
vigência pode-se destacar o decreto nº 4.074, de 4 de jan. de 02 ao qual abrange medidas
e formas corretas da execução de agrotóxicos (MAPA, (2021)).
No decreto nº 4.074, de 4 de jan. de 02 prediz as especificações de rotulagens,
monitoração, fiscalização, registro desses produtos químicos no órgão responsável,
classificação toxicológica, prazos para conclusão da avaliação dos processos de registro,
e afins. (PLANALTO, (2002)).
Em 2021 o decreto nº 10.833, de 7 de out. de 21 incluiu o item XXXII atribuindo
aplicador ou quem supervisiona a aplicação de agrotóxico como pessoa física. No Art.
42-A do decreto descrito acima diz que para os aplicadores de agrotóxico executarem a
atividade de aplicação no processo de lavoura é necessário que seja registrado no órgão
dos Estados e Distrito Federal, sendo esse artigo incluído pelo Decreto nº 10.833, de 2021.

Parágrafo único. Ato do Ministro de Estado da Agricultura, Pecuária


e Abastecimento especificará as diretrizes para os cursos de capacitação
destinados à aprovação do registro de aplicador de agrotóxicos e afins,
atendidas as exigências definidas pelos órgãos federais do meio ambiente e da
saúde, inclusive os requisitos técnico-operacionais para segurança em sua
aplicação. (Incluído pelo Decreto nº 10.833, de 2021)

A lei não somente prediz as formas de execução e aplicação, como, abrangem


também, a embalagem, fracionamento, rotulagem, destinação final das sobras de
embalagens, propaganda comercial, armazenamento, transporte, controle de qualidade,

14
inspeção e fiscalização, infrações, medidas cautelares, sanções administrativas, aplicação
das sanções administrativas, e modelos de certificado de registro (PLANALTO, (2002)).
As normas regulamentadoras também são normas criadas com o intuito de
regulamentar esses químicos, principalmente dentro dos locais de trabalho e sua
utilização. A Norma Regulamentadora 26 diz a respeito de sinalização de segurança sendo
essas as cores que são utilizadas para identificação, delimitação, etc. Também diz a
respeito da classificação das substâncias e rotulagem (NR - 26 (1978)).
Na Norma Regulamentadora 31 no item 31.7 até 31.7.17.1 diz a respeito da
exposição direta e indireta, armazenamento de embalagens de agrotóxicos, transporte,
aplicação destes nos processos de produção, capacitação, equipamentos de aplicação seja
manual ou mecânico, distância de fontes e cursos de água e afins (NR - 31 (2005)).
Essas legislações e decretos abrangem indústrias, locais de armazenamento e
centros de fornecimentos desses químicos.

2.4 NORMA REGULAMENTADORA 31


A norma regulamentadora 31 a partir do item 31.7 até 31.7.17.1 diz os preceitos
para a utilização do agrotóxico nas lavouras. Ela abrange os trabalhadores que tem contato
com o agrotóxico como exposição direta e os que não fazem a manipulação diretamente
como indireta sendo os que exercem suas atividades perto de áreas que tem transporte,
preparo, utilização, descarte e afins. Diz os preceitos para armazenamento, transporte,
manipulação, reutilização, aplicação do mesmo com equipamentos mecanizados,
capacitação, fornecimento de EPIs conforme a atividade executada, disponibilização de
informações sobre o uso, e afins (NR - 31 (2005)).
Conservação, condições de armazenamento, manutenção, limpeza dos
equipamentos, locais destinadas ao armazenamento e as especificações do local. Também
específica a capacitação e o que deve ser disponibilizado e aplicado pelo empregador. A
capacitação seja semipresencial ou presencial deve proporcionar uma abordagem coesa
do tema geral (NR – 31 (2005)).
A capacitação seja semipresencial ou presencial deve proporcionar a todos os
colaboradores que esteja em contato direto, segundo a programação com carga horária
mínima de 20 (vinte) horas, essa capacitação deve ser teórica e prática, abordando o
respectivo conteúdo mínimo:

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a) Conhecimento das formas de exposição direta e indireta aos agrotóxicos,
aditivos, adjuvantes e produtos afins;
b) Conhecimento de sinais e sintomas de intoxicação e medidas de primeiros
socorros;
c) Rotulagem e sinalização de segurança;
d) Medidas higiênicas durante e após o trabalho;
e) Uso, limpeza e manutenção de vestimentas de trabalho e equipamentos de
proteção individual; e
f) Uso correto dos equipamentos de aplicação.
O empregador é obrigado a fazer complementação da capacitação ou a realização
de novo programa quando ocorrer a comprovação da insuficiência da capacitação que foi
aplicada aos colaboradores. A carga horária deve ser de no mínimo 8 (oito) horas em caso
de complementação na capacitação executada anteriormente, e em caso de um novo
programa de capacitação, a carga horária mínima é de 16 (dezesseis) horas (NR – 31
(2005)).

2.5 PRINCIPAIS AGROTÓXICOS UTILIZADOS NO CULTIVO DE


MORANGO
Na produção de morango a incidência de pragas e doenças é grande, e atingem
várias fases do ciclo da produção, sendo desde a muda até a fase final da produção. A fim
de amenizar e controlar esses problemas existentes na produção, é utilizado agrotóxicos
(SENAR/DF (2019)).
Os agrotóxicos começam a ser utilizados na etapa de controle de pragas e doenças,
essa etapa é altamente importante ser tratada devido a influências e impactos que essas
pragas e doenças podem gerar na produção podendo gerar prejuízos a curto, médio e
longo prazo. (SENAR /DF (2019)).
Segundo o SENAR/DF, 2019 para saber qual agrotóxico utilizar, é necessário que
saiba quais são as pragas e doenças que se propagam no cultivo do morangueiro. Tendo
essas informações, será mais fácil controlar e ter uma boa produtividade.
Doenças como manchas foliares são causadas por variados fungos como mancha
de micosferela, diplocarpon, dendrofoma e mancha angular. Essa doença é causada
devido ao fungo se fixar na folhagem da planta. Podridão do caule e da raiz é causado
pelos fungos Fusarium sp., Rhizoctonia., Phytophthora sp, entre outros.

16
Os frutos também são afetados por doenças que causam podridão e mofo cinzento.
Os frutos são afetados pelos fungos, como, Rhizopus e a Antracnose, esses fungos causam
a podridão do fruto. Já o fungo Botrytis cinérea causa o mofo cinzento.
As pragas que aparecem no decorrer da frutificação da lavoura também é outro
fator a ser levado em consideração, pois, são insetos que aparecem no fruto, danificando
o fruto em si, podendo levar a perda da lavoura. Os principais insetos que é considerado
praga, são os pulgões, tripés, broca das frutas, lagartas do solo e o ácaro rajado
(SENAR/DF (2019)).
A tabela 3 cita os agrotóxicos utilizados na produção de morango no estado do
Espírito Santo, portanto essa tabela disponibilizada pelo Ministério da Agricultura e
Pecuária em seu site mostra apenas os agrotóxicos que são utilizados no estado do Espírito
Santo. Assim, a tabela pode mudar ou não dependendo do estado que contém lavoura de
morangos. Para saber se há algum agrotóxico diferente para utilização é necessário
consultar o cadastro do produto nos Estados.

Tabela 3 - Agrotóxicos registrado para uso na lavoura de morango no estado de Espírito Santo
Princípio Ativo Marca Classe Classificação Período de
Comercial Toxicológica Carência
(DIAS)
Abamectin Abamectin Acaricida/ III 3
nortox Inseticida
Abamectin Acaricida/ I 3
prentiss Inseticida
Vertimec 18 Acaricida/ III 3
CE Inseticida
Abamex Acaricida/ I 3
Inseticida
Potenza Sinon Acaricida/ I 3
Inseticida
Spitz Acaricida/ I 3
Inseticida
Kraft 36 EC Acaricida/ I 3
Inseticida
Alfa-Cipermetrina Imunit Inseticida III 7
+ Teflubenzuron
Azoxystrobin Vantigo Fungicida IV 1
Amistar WG Fungicida IV 1

17
Azoxystrobin + Amistar Top Fungicida III 1
Difenoconazol

Azadiractina Azamax Acaricida/ III Sem


Inseticida restrições
Bacillus pumilis Sonata Fungicida III Não
determinado
Bacillus subtilis Serenade Fungicida IV Não
determinado
Boscalida Cantus Fungicida III 1
Boscalida + Collis Fungicida III 1
Cresoximmetílico
Cloretos de Fegatex Fungicida III 3
etilbenzalcônios e
Cloretos de
benzalcônios
Clorfenapir Pirate Acaricida/ III 7
Inseticida
Difenoconazole Score Fungicida I 7
Espinetoram Delegate Inseticida III 3
Fenpiroximate Ortus 50 SC Acaricida II 5
Fenpropratin Danimen 300 Acaricida/ I 3
EC Inseticida
Sumirody 300 Acaricida/ I 3
Inseticida
Fluazinam Frowcide 500 Acaricida/ II 3
SC Fungicida
Cignus Acaricida/ II 3
Fungicida
Agata Fungicida/ II 3
Acaricida
Altima Fungicida/ II 3
Acaricida
Legacy Acaricida/ II 3
Fungicida
Lambda – Karate zeon 50 Inseticida III 3
cialotrina
Lambda - Lecar Inseticida III 3
cialotrina
Imibenconazole Manage 150 Fungicida II 7
Iprodiona Rovral SC Fungicida III 3
Rovral Fungicida III 3
Metam sodium Bunema 330 Inseticida/ I 0,1
CS Fungicida/
Nematicida/
Herbicida
Metconazole Caramba 90 Fungicida III 7

18
Milbemectin Milbeknock Acaricida / III 10
Inseticida
Novalurom Rimon Supra Inseticida III 3
Pyrimethanil Mythos Fungicida III 3
Propargite Omite 720 EC Acaricida I 4
Procimidone Sialex 500 Fungicida II 1
Sumiguard Fungicida II 1
500 WP
Sumilex 500 Fungicida II 1
WP
Spiretonam Delegate Inseticida III 3
Triforine Sonet Fungicida I 2
Tebuconazole Constant Fungicida III 1
Folicur 200 Fungicida III 1
EC
Triade Fungicida III 1
Thiamethoxam Actara 250 Inseticida III 1
WG
Trifloxistrobina + Nativo Fungicida III 1
Tebuconazole
Tiofanato metílico Cercobin 700 Fungicida I 14
WP
Metiltiofan Fungicida III 14
Fungiscan 700 Fungicida IV 14
WP
Mofotil Fungicida III 14
Viper 700 Fungicida IV 14
Pomme 700 Fungicida IV 14
Topsin 700 Fungicida I 14
Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 2021. (Adaptado)

O período de carência descrito na tabela 2 é os dias em que deve ser respeitado


após a aplicação do agrotóxico e a colheita. Este prazo é importante que seja respeitado
para que o morango colhido na lavoura na época da colheita não tenha índice de resíduo
acima do que é permitido (SENAR – Brasília/DF (2011)).
Segundo a Embrapa, 2010 o período de reentrada na lavoura é definido como o
número de dias após a aplicação do agrotóxico sendo o mínimo de 24 horas (1 dia). Esse
número de dias definido é para que seja proibido a entrada de pessoas no local tratado
sem o uso de EPIs adequados. A informação pode ser obtida na bula ou rótulo do produto
utilizado.
Os inseticidas quando aplicados nas lavouras, ficam pairando no ambiente por
aproximadamente 30 anos. Portanto o uso de agrotóxicos vem sendo executados desde

19
décadas atrás, o que torna esse tempo que fica no ambiente ser impossibilitado de saber
o tempo exato (Peres e Moreira (2007)).
A classificação descrita na tabela 2 é inserida pela Agência Nacional de Vigilância
Sanitária – ANVISA, órgão responsável pela classificação toxicológica dos agrotóxicos.
Cada classe descrita na tabela 2, refere-se à quanto esse produto é toxicológico. Quanto
maior for a classificação, menor é a toxidade do produto, e quanto menor for a
classificação, maior é a toxicidade (ANVISA (2022)).
Segundo Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, 2022, a tabela
abaixo mostra as categorias toxicológicas dos agrotóxicos utilizados.

Tabela 4 - Classificação toxicológica


Categoria Toxidade Cor da faixa
Categoria 1 Extremamente tóxico Faixa vermelha
Categoria 2 Altamente tóxico Faixa vermelha
Categoria 3 Moderadamente tóxico Faixa amarela
Categoria 4 Pouco tóxico Faixa azul
Fonte: (ANVISA, (2022) – Adaptado).

2.6 PRINCIPAL RISCO E ACIDENTE COM AGROTÓXICOS


Os agrotóxicos possuem efeitos que conseguem acabar com a vida de pragas
existentes nos processos de produção, devido a esses agrotóxicos serem feitos por
químicos próprios para esse objetivo, também apresentam riscos ao consumidor e ao
produtor (INCA (2022)).
A contaminação desses químicos pode ocorrer através do contato, consumo e pela
respiração. O efeito causado na saúde varia de acordo com o produto utilizado, e pode
chegar até no estado grave, em casos gravíssimos à morte da pessoa. Os efeitos podem
ser divididos em dois, sendo agudo e crônico (INCA (2022)).
A contaminação pelo contato não somente ocorre no contato com o químico, como
os colaboradores utilizam roupas específicas e EPIs para a aplicação, quantidades grandes
de gotículas do líquido ficará na roupa e nos EPIs, assim o colaborador poderá ser
contaminado, considerando que existe uma ordem a ser seguida para retirar os EPIs, senão
seguida corretamente a contaminação será ocasionada. (INCA (2022)).
O manejo do agrotóxico, seja para armazenamento, utilização e aplicação envolve
o contato do colaborador com o agrotóxico, ocasionando a contaminação no mesmo. Esse

20
risco e acidente ocorre pelo fato de não utilizar o EPI determinado para a atividade,
deixando as partes do corpo em contato direto com o insumo (INCA (2022)).
O efeito agudo ocorre de imediato, esses efeitos após a contaminação, aparecem
de início os sinais. Já o efeito crônico acontece de forma lenta e sua duração é prolongada,
assim só irão aparecer os sinais da contaminação à longo prazo, fazendo com que quando
descoberto os sintomas, já seja tarde, dificultando a eficácia dos tratamentos (INCA
(2022)).
A principal contaminação que ocorre com maior frequência é a intoxicação,
devido a aplicação desses produtos serem de contato direto. E os efeitos desse acidente
podem ser de curto, médio e longo prazo (INCA (2022)).
Essas contaminações que geram intoxicação agudas e crônicas ocorrem
principalmente no processo de aplicação, seja aplicação pelo colaborador ou maquinário
e aplicação aérea, helicóptero ou drones (INCA (2022)).
Não somente ocorre no local de trabalho, como também nos consumidores e
visitantes. Esse acidente ocorre justamente pelo fruto estar com grau de contaminação
alto do químico, e quando o consumidor consome essa fruta seja nas saladas ou no fruto
puro, acaba consumindo parte desse químico, ocorrendo o efeito de longo prazo da
intoxicação (INCA (2022)).

2.7 IMPACTOS NO ORGANISMO E AMBIENTE


Os efeitos gerados no organismo como descrito acima, podem ser de curto, médio
e longo prazo. Esses efeitos gerados trazem impactos graves podendo levar até a morte.
Os efeitos gerados são náuseas, tonturas, vômitos, dificuldade de respirar, desorientação,
chegando a coma e morte para efeitos agudos e nos estados mais graves. Distúrbios
comportamentais, cefaleia denominada dor de cabeça, fadiga corporal, formigamentos,
alteração de sono fazendo com tenha perda gradativa de sono o que leva a fadiga e
ansiedade para efeitos crônicos (INCA (2022)).
Esses impactos também ocorrem em visitantes. Pessoas que vão visitar a lavoura
ou até mesmo clientes que fazem a visita também podem ser contaminados. E os impactos
gerados no organismo são de longo prazo, devido por não visitar a lavoura todo dia.
Dermatite é um dos efeitos agudos, o que leva a ocorrer de forma lenta, ou seja, a
médio e longo prazo, o efeito começa a aparecer em formas de pequenas lesões na pele
que são geradas por inflamações, essas pequenas lesões (erupção vermelha) fazem com

21
que gera pequenas coceiras, podendo ocasionar feridas grandes (MANUAL MSD
(2021)).
As contaminações não somente ocorrem nos produtores e consumidores, mas,
ocorrem também em grandes escalas nos ambientes. Na maior parte, no ar, solo e água.
Quando esses agrotóxicos são aplicados nos processos de produção, ficam pairando no ar
uma certa quantidade de gotículas de líquido. Ao cair nas plantas, consequentemente os
químicos aplicados irão chegar no solo, ocorrendo a filtração na terra e consequentemente
chegará nos lençóis freáticos contaminando a água que no futuro poderá ser utilizada
(INCA (2022)).
Devido ao solo reter grandes quantidades de agrotóxicos, com o passar do tempo
e dos anos torna o ambiente mais frágil e sua capacidade de fertilização é reduzida,
consequentemente irá afetar na sua biodiversidade do solo, ou seja, irá ocasionar a morte
de plantas, insetos e afins. Outro fator que ocasiona é a acidez do solo, a qual faz com que
o solo daquele ambiente tenha um grau de acidez alto, impossibilitando a plantação de
novas lavouras (ESTADÃO/CANAL AGRO (2019)).
A contaminação do ar ocorre de imediato, ou seja, quando aplicado na lavoura,
essa contaminação já vai ocorrendo, justamente por ficar no ar grandes concentrações de
gotículas de líquido, devidamente por serem líquidos esses insumos. Essas gotículas de
líquido que fica pairando no ar assim como é prejudicial ao colaborador, também é aos
animais silvestres que vivem ao redor. (INCA (2022)).
Quando ocorrem as chuvas, devido às enxurradas que ocorrem, levam resíduos de
químicos para lagos próximos e rios. Ao chegar nos lagos e rios, até mesmo reservatórios
de águas das cidades, acaba matando as espécies marinhas devido a contaminação. A
contaminação faz com que a água que pode ser utilizada para consumo tenha sua
qualidade diminuída, passando a ser inapropriada para uso (INCA (2022)).
Os impactos gerados por essas contaminações podem variar de acordo com a
quantidade aplicada. O efeito sobre o ambiente é desastroso e pode acarretar na seleção
de organismos e ocorrer o desequilíbrio gerando maior prejuízo no ambiente. O uso
indevido e excessivo de agrotóxico pode diminuir a variabilidade genética das espécies
vegetais e animais que contém ao redor daquele ambiente que foi aplicado o insumo. Essa
diminuição acarreta na forma em que as espécies vegetais e os animais silvestres
conseguem se adaptar às mudanças do ambiente, assim se torna mais difícil ser capaz de
responder às mudanças ocorridas naquele determinado local (Pereira et. Al. (2019)).

22
3. MEDIDAS DE SEGURANÇA
As medidas de segurança são de suma importância, com elas sendo aplicadas nos
processos de produção no dia a dia, conseguindo obter resultados satisfatórios e maior
segurança para o produtor e consumidor. Tornando mais seguro o ambiente e a aplicação
dos agrotóxicos (EMBRAPA (2021)).
Também se torna uma segurança para o consumo do alimento, com os devidos
cuidados aplicados corretamente, esses frutos não terão alto grau de contaminação, se
tornando um fruto de alta qualidade e seguro para ser consumidos (EMBRAPA (2021)).

3.1 MANEJO, TRANSPORTE, ARMAZENAMENTO E DESCARTE


As boas práticas de manejo são importantes para ajudar a reduzir os riscos de o
agrotóxico ser transportado pela água e atingir os lençóis freáticos ou as águas que
abastecem os municípios sendo as águas subterrâneas. Quando essas boas práticas e
manejo são aplicadas corretamente, consegue reduzir os impactos que pode gerar à saúde
humana e ao ambiente (EMBRAPA (2021)).
No transporte desses agrotóxicos para as lavouras e/ou fazendas que fará o uso,
também devem estar atentos aos cuidados, principalmente para não acarretar acidentes e
contaminar o ambiente (JOSÉ ADALBERTO DE ALENCAR (2010)).
Os fornecedores desses produtos devem ser capacitados para os transportes. É
necessário que se utilize o serviço dessas pessoas para transportar os insumos até o local
desejado. Caso não os fornecedores não consigam ou ocorra um imprevisto, e o produtor
fará a busca do insumo, algumas medidas devem ser tomadas para ocorrer o transporte de
forma segura (JOSÉ ADALBERTO DE ALENCAR (2010)).
a) Não misturar a carga que está sendo transportada com medicamentos, pode
ocorrer a contaminação se tornando ineficaz o medicamento para utilização.
b) O veículo deve ter condições de transportar o insumo.
c) Se alguma embalagem estiver com vazamentos, não transporte o mesmo.
d) Embalagem que são frágeis com fácil condição de ruptura, deve ser protegida
com materiais adequados para não ocorrer atrito e vir ocasionar vazamentos.
e) A carroceria do veículo tem que ser lisa, não pode ter nenhum tipo de material
perfurante e tampar com uma lona a superfície da carroceria.

23
f) Não estacionar o veículo ao lado da residência ou em ambiente que contém
aglomeração de pessoas ou animais (JOSÉ ADALBERTO DE ALENCAR
(2010)).
Todo processo que será utilizado desde a chegada até o descarte precisa conter a
Ficha de Segurança de Produtos Químicos – FISPQ. Essa ficha vem junto ao agrotóxico
fornecido para o comprador. A empresa que vende o agrotóxico é obrigada a fornecer
essa ficha, nela contém toda a informação de utilização até segurança e meio ambiente
(INBRAEP (2019)).
Nesta ficha conforme figura abaixo, é fornecido informações como
conhecimentos sobre os produtos químicos, recomendação de medidas de proteção, ações
em situações de emergência, transporte, manuseio do produto e armazenagem
(INBRAEP, 2019).
A FISPQ é atribuída pela ABNT NBR 14725-4 e dentro desta NBR contém toda
a instrução necessária para elaborar uma FISPQ (INBRAEP (2019)).

Figura 1 - Ficha FISPQ

Fonte: INBRAEP, 2019

O rótulo que vem nas embalagens dos produtos é a principal forma de o


colaborador ter a comunicação com o fabricante, nesses rótulos contém toda a informação
do produto, sua composição, grau de toxidade, controle sobre pragas específicas que o
agrotóxico consegue combater, informações sobre manuseio, aplicação e afins. É
importante que o colaborador leia o rótulo para ter conhecimentos das informações
conforme figura abaixo. (EMBRAPA (2021)).

24
Figura 2 - Amostra de rótulo de um produto químico

Fonte: Jornal de Uberaba, 2019

O armazenamento deve ser em local seguro, e com boa ventilação. O local não
pode ter probabilidades de ocorrer inundações e tem que ser distante de residências para
que o cheiro transmitido pelo insumo não chegue ao produtor, instalações de animais e
locais que armazenam alimentos e rações para o mesmo (EMBRAPA (2010)).
Quando armazenado, o produto deve ficar alocado em prateleiras livres de contato
com o chão e a alocação é de forma por classe do princípio ativo. Os rótulos não podem
conter nenhum sinal de extravasamento e devem estar intactos. Após a armazenagem no
local, quando finalizado a utilização dos mesmos, deve trancar a porta ou portão do local
e sinalizar com placas alertando que no local contém material tóxico. É importante
ressaltar que deve ser armazenado somente o necessário para a utilização a curto prazo.
O restante dos produtos, devem ser contidos dentro de suas embalagens originais para
não ocorrer problemas futuros ou desentendimentos (EMBRAPA (2010)).
O descarte é algo importante em muitos aspectos, se descartado de forma irregular
e em ambientes incorretos, pode gerar contaminações gravíssimas. O descarte deve ser
seguido conforme disposto nas legislações pertinentes. Os resíduos incluem os restos dos
agrotóxicos, embalagens e produtos que foram contaminados (EMBRAPA (2021)).
As embalagens mesmo após a retirada do agrotóxico para utilização, ainda ficam
pequenas concentrações dentro. Para que possa ser descartado corretamente sem o risco
de contaminação deve ser feita a lavagem da embalagem (IDAF (2019)).
Essa lavagem consiste em Tríplice lavagem. O recomendado é lavar três vezes
para que não contenha nenhum resíduo. Quando o procedimento ocorre, a água dentro da

25
embalagem após lavar as três vezes retorna à bomba utilizada na aplicação. Cada lavagem
feita é diminuída a quantidade concentrada na embalagem (IDAF (2019)).
O procedimento executado é adicionar água até um quarto do seu volume, tampar
e agitar por 30 segundos, após despejar a água no tanque pulverizador. Realizar três vezes
e depois pulverizar o conteúdo na lavoura. Furar a embalagem para que não seja
reutilizada novamente (IDAF (2019)).

Figura 3 - Lavagem das embalagens

Fonte: IDAF, 2019

Embalagens que não podem ser lavadas, como plásticos metalizados, e afins.
Caixa de papelão que foi utilizado para transporte do agrotóxico. É necessário esvaziar
completamente o recipiente e colocá-las dentro de um saco plástico próprio, esse saco
plástico deve ser fornecido pelo comerciante do agrotóxico (IDAF (2019)).
Toda embalagem de agrotóxico após lavada, deve ser armazenada com tampa em
local seguro e que não contenha umidade. Antes de fazer a devolução deve guardá-las em
caixas e papelão (IDAF, 2019).

Figura 4 - Descarte

Fonte: Município de Guaporé, 2015.

26
3.2 APLICAÇÃO DE AGROTÓXICO E USO DE EPIs
Para o devido agrotóxico ter controle sobre as pragas e doenças que aparecem na
lavoura é preciso que seja aplicado corretamente. Sendo necessário que o equipamento
utilizado para a aplicação esteja correto, o seu custo, facilidades para uso e limpeza após
o uso. Calibração para que a quantidade a ser aplicada não exceda do necessário, quando
se faz a troca do agrotóxico, precisará ser aplicado a calibração novamente. Para calibrar
o equipamento existem várias formas, para ser executado corretamente, escolha o método
confiável e fácil (EMBRAPA (2021)).
É importante lembrar que o equipamento deve ter manutenções e limpezas
periodicamente. Com a manutenção e limpeza do equipamento em dia. Conseguirá ter
resultados melhores e segurança na hora de aplicar os agrotóxicos nas lavouras
(EMBRAPA (2021)).
Essas calibrações não somente servem para os maquinários que são utilizados,
mas também para bombas de aplicação manual que são utilizadas pelo próprio
colaborador. Limpeza e manutenções se não aplicadas periodicamente podem fazer com
que tenha impactos graves sobre a saúde humana (EMBRAPA (2021)).
Todo agrotóxico para ser utilizado precisa ter registros para cultura e para a praga-
alvo. Se utilizado de forma incorreta, pode colocar em risco o colaborador, ambiente e
animais silvestres (EMBRAPA (2021)).
Esse registro é necessário para que consiga ter um controle maior sobre o
agrotóxico utilizado e assim tomar medidas necessárias para eliminar ou minimizar os
impactos causados sobre a saúde humana, ambiente e animais silvestres (EMBRAPA
(2021)).
Para isso deve ser tomado algumas precauções como, utilizar o agrotóxico correto,
usar na dosagem correta, verificar rotulagem para observar as restrições do uso e da área,
aplicação somente quando forem favoráveis as condições do tempo e afins (EMBRAPA
(2021)).

27
Figura 5 - Aplicação de agrotóxico forma manual

Fonte: Governo de Tocantins, 2021.

Figura 6 - Aplicação aérea

Fonte: JOSÉ M. F. DOS SANTOS, 2006

Como a aplicação feita manual é direta, é necessário que sejam utilizados os EPIs
segundo o que a Norma Regulamentadora - 06 prediz. A utilização dos EPIs deve ser feita
sempre que for fazer a manipulação do agrotóxico, seja embalagem vazia ou cheia. Essa
norma, assim como as outras, inclui empregador rural, aquele que tem colaboradores
registrados na CLT ou equiparado e fornecedores (MTP (2023)).
Segundo a NR – 06 é obrigação do empregador fornecer os EPIs necessários para
a execução da atividade, fiscalizar a utilização do mesmo pelos empregados, instruir e
treinar os empregados quanto ao uso correto e a necessidade do uso, quando necessário,
fazer a reposição dos EPIs danificados. Na reaplicação do agrotóxico, é dever do
empregador entregar novos EPIs (MTP (2023)).

28
Não somente a NR prediz a obrigação do empregador como também diz as
obrigações dos empregados quanto ao EPIs. Os empregados têm a obrigação de zelar
pelos EPIs que receberam, guardar em locais corretos quando acabar as atividades, fazer
a troca quando estiver danificado ou com desgastes. Em casos de aplicação de agrotóxico,
quando realizar a aplicação novamente, deverá utilizar EPIs novos (MTP (2023)).
Os EPIs são obrigatórios para ser entregue pelo empregador e sua disponibilidade
de troca para os colaboradores. Em lavouras que o próprio dono faz a atividade, é
obrigatório o uso pelo mesmo. Todo EPI fornecido pelo empregador ou comprado pelo
próprio produtor, deve conter C.A (Certificado de Aprovação) e deve conter validade em
dia. (MTP (2023)).

a) Vestimentas
Segundo o SENAR/DF, 2011 calças, jaleco e touca/capuz devem ser
confeccionadas com algodão ou tecidos mistos, devem receber tratamento hidro-
repelente. Esse tratamento no tecido o faz repelir líquidos, assim fazendo com que não
penetre nas vestimentas. A calça utilizada é necessária para receber reforço adicional
como material impermeável.

b) Botas
O material das botas deve ser impermeável, de preferência o material seja de PVC,
a cor deve ser branca e a utilização dela deve ser feita com meia de algodão. Quando
colocada, a barra da calça deve ficar fora do cano da bota para que o líquido não escorra
aos pés (SENAR/DF (2011)).

c) Luvas
As luvas são de suma importância assim como todos os outros EPIs, portanto ela
protege uma das partes do corpo que contém maior risco de exposição devido o contato
direto com o agrotóxico, sendo essa parte as mãos. Como existem vários tipos de luvas,
deve ser escolhido a adequada para a atividade a ser executada (ANDEF (2019)).
A luva mais adequada para a aplicação, manipulação e transporte de agrotóxico é
a luva de borracha nitrílica ou neoprene. Essa luva é formada por material resistente a
produtos químicos inorgânicos (ANDEF (2019)).

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Figura 7 - Neoprene com Látex

Fonte: Lalan, 2023

Figura 8 - Luva Nitrílica

Fonte: Lalan, 2023

d) Respiradores e máscaras
Segundo SENAR/DF, 2011 os respiradores ou máscaras tem o objetivo de impedir
que o colaborador inale vapores orgânicos emitidos quando aplicado o agrotóxico na
lavoura. Existem várias máscaras e respiradores. A máscara apropriada para o uso é as
contém a sigla PFF (Peça Facial Filtrante). Essas máscaras contêm filtros e são
denominados por P1 ou P2. Após a execução das atividades é necessário que descarte a
máscara, elas contêm vida útil curta.
Os agrotóxicos emitem vapores e cheiro forte. Para que tenha maior eficácia de
proteção é usado os respiradores de filtro denominado peça semifacial com filtros
químicos ou mecânicos substituíveis. A manutenção e troca dos filtros deve ser

30
executada, assim terá maior eficácia em não deixar o vapor atingir as vias respiratórias
ou a face do colaborador (SENAR/DF (2011)).
O prazo de validade é disponibilizado na embalagem ou filtro do EPI. Quando
houver deformação ou as válvulas estiverem com defeito diminuindo a proteção ao
colaborador deve ser trocado imediatamente. Quando o colaborador começar a sentir o
cheiro ou gosto do contaminante é importante e urgente que faça a troca dos filtros
(SENAR/DF (2011)).

e) Viseira facial e óculos de proteção


A Viseira facial é utilizada para proteger os colaboradores de receber respingos
ou vapores na face, quando estiver aplicando o agrotóxico. O óculo de proteção é usado
quando não há aplicação do mesmo na lavoura, muito utilizado por turistas, clientes e
colaboradores que fazem a fiscalização (ANDEF (2019)).

f) Boné árabe
Ajustado sobre a viseira facial assegurando proteção completa da cabeça e do
pescoço (ANDEF (2019)).

g) Ordem de colocar e retirar


Segundo o SENAR/DF, 2011, para colocar os EPIs corretamente existe uma
ordem a ser seguida e também de retirada após o uso. Essa ordem é importante para que
ao colocar os EPIs, não seja colocado errado, e na retirada do mesmo é para que não
ocorra a contaminação no colaborador.
Ordem de colocar: 1º Calça 2º Jaleco 3º Botas 4º Avental 5º Respirador 6º Viseira
7º Boné árabe 8º Luvas
A ordem de retirada consiste em: 1º Lavar as luvas com água e sabão neutro 2º
Boné árabe 3º Viseira facial 4º Avental 5º Jaleco 6º Botas 7º Calça 8º Luvas 9º Respirador
Após a retirada dos mesmos, é necessário que faça a lavagem das mãos e do rosto
como forma de precaução (SENAR/DF (2011)).

h) Período de reentrada
Após a aplicação dos agrotóxicos na lavoura é necessário a observação de um
período de reentrada mínimo, sendo de 24 horas (1 dia), após o término da aplicação a

31
área tratada deve ser isolada com faixas e placas de sinalização. Esse período de reentrada
é necessário para que as pessoas não entrem em contato com o agrotóxico utilizado e
sofra o risco de intoxicação (ANVISA (2010)).
Além do uso de EPIs e período de reentrada, também pode ser aplicado como
medida preventiva a execução de Diálogo Diário de Segurança – DDS alguns minutos
antes do início das atividades, e em casos que turistas e clientes vão visitar a lavoura após
a aplicação do agrotóxico sem saber que no momento a área foi tratada, conscientizar e
orientar sobre a necessidade de respeitar o período de reentrada (ANVISA (2010)).
Conforme descrito no tópico acima e analisado as informações obtidas, considera-
se que é necessário a utilização dos Equipamentos de proteção individual por parte dos
colaboradores, executando a forma correta de colocar e retirar para não ocorrer a
contaminação, e respeitar o período de reentrada no local em que foi tratado.

4. SINALIZAÇÕES DE SEGURANÇA
Segundo CHEMICAL RISK, 2021 a sinalização é algo que faz parte do dia a dia
de todos, como sabemos, elas podem ser notadas em diversos ambientes, tendo como sua
função a orientação e alertas assim facilitando a vida das pessoas. No cotidiano, nos
deparamos com várias dessas sinalizações, sendo placas que avisam sobre um piso que
está escorregadio até aquelas que sinalizam saída de emergências, como também
indicações de locais e direções, assim também são usadas no âmbito de segurança do
trabalho.
A sinalização se dá como uma das mais importantes medidas de segurança, pois
são usadas no ambiente de trabalho, sendo para qualquer segmento, como construção
civil, transporte, indústrias e hospitais (CHEMICAL RISK (2021)).
Elas são importantes devido a se tornar um meio de comunicação na orientação
dos colaboradores da empresa avisando dos riscos existentes no local de trabalho,
orientando os cuidados necessários que devem ser tomados no trabalho exercido
(INBRAEP (2017)).
Em conformidade com INBRAEP, 2017 esses elementos podem ser placas, cores,
sinais sonoros, faixas etc., cuja importância é prevenir possíveis acidentes, indicar
localizações dos equipamentos de segurança, determinar limites, identificar tubulações
de produtos químicos, alertar riscos de acidentes no ambiente, entre outros.

32
As cores existentes nas sinalizações têm o objetivo de especificar o grau de
toxidade do produto em que está sendo utilizado para tal trabalho.
As principais cores usadas nessas sinalizações são, vermelho, amarelo, azul e
verde, e são dadas por classificações sendo de I (Um) a IV (quatro).
a) Classe I (Um) – Extremamente tóxico – Vermelho
b) Classe II (Dois) – Altamente tóxico – Amarelo
c) Classe III (Três) – Medianamente tóxico – Azul
d) Classe IV (Quatro) – Pouco tóxico – Verde
Os graus de risco, ou seja, a toxicidade do agrotóxico é informada no rótulo da
embalagem ou material, sendo essa informação por desenhos ou números, onde informará
o que pode gerar de impacto na saúde do trabalhador ao fazer a utilização de forma
incorreta e os devidos cuidados do uso (EMBRAPA (2010)).

Figura 9 - Sinalização de área tratada

Fonte: UFV, 2015

Figura 10 - Sinalização de veneno

Fonte: UFV, 2015

33
Figura 11 - Instrução de serviço

Fonte: UFV, 2015

Figura 12 - Local de armazenamento de produto químicos

Fonte: UFV, 2015

Figura 13 - Indicação de produto químico

Fonte: UFV, 2015

34
Figura 14 - Indicando para ler as instruções de uso antes de fazer alguma aplicação do
agrotóxico

Fonte: UFV, 2015

A sinalização de segurança como prediz no tópico é um fator importante no


cotidiano, considerando que é uma forma de informativo visual aonde ficará visível para
as pessoas saberem o que se procede na determinada área em que a placa, e afins está
instalada alertando e passando informação de que é necessário respeitar as informações
conforme a placa indica.

5. METODOLOGIA
O projeto foi desenvolvido no Centro Integrado Sesi Senai (CISS) de Aparecida
do Taboado/MS. A metodologia utilizada foi “pesquisa bibliográfica", desenvolvida com
base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos.
(GIL, 2002).
Na construção do projeto foi aplicado modelo exploratório/descritivo com dados
obtidos através de consultas em normativos, artigos científicos, sites governamentais e
regulamentadores. Nesta pesquisa, o procedimento executado foi aprofundado para obter
informações dos problemas adversos gerados na saúde e no ambiente.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com os dados coletados a partir de pesquisas bibliográficas feitas através de
pesquisas com dados consolidados, foi analisado e conforme todo o processo obtido em
que consiste na produção de morangos e aplicação de agrotóxicos, a contaminação
ocorrida por parte dos agrotóxicos nesses processos de aplicação ocasionar intoxicação

35
aguda e crônica a qual ocorre pelas seguintes formas: contato direto, sendo por, contato
com o agrotóxico, inalação de vapores, e contato indireto que ocorre por consumo do
alimento com alto grau de contaminação, águas e ingestão do fruto na própria lavoura.
Gerando efeitos adversos quanto à saúde e ao ambiente. Os dados obtidos a partir
das pesquisas feitas, é de que a contaminação ocorre em grandes escalas, e os efeitos
causados são imensos e críticos. Levando a aparecer esses efeitos em curto, médio e longo
prazo. Os impactos gerados na saúde do colaborador como descrito na forma aguda
consiste nos efeitos gerados como irritação na pele, alergias, desidratação no corpo,
coriza, dores nos peitos, e afins. Para efeitos crônicos que ocorrem são: insônias,
esquecimento, alteração de funcionamentos dos organismos, e afins.
Os impactos adversos não somente ocorrem na saúde, como também nos
ambientes em que se concentra a produção do fruto. Esses impactos adversos no ambiente
geram enormes prejuízos como a deterioração do solo, na biodiversidade das espécies
existentes no local, contaminação alta dos lençóis freáticos e reservatórios de águas para
abastecimento de cidades.
Com as pesquisas feitas, foi obtido que o tempo em que o agrotóxico fica no
ambiente é de aproximadamente 30 anos, portanto o tempo exato em que esses insumos
ficam pairando no ar é impossibilitado de obter. Portanto existe um determinado tempo
em que é exigido após a aplicação do agrotóxico na lavoura, esse tempo é predito como
carência e reentrada no local, o tempo exigido conforme descrito na tabela 2 é conforme
o agrotóxico em que foi utilizado, podendo ser de 1 dia até 20 ou mais.
Conforme as informações obtidas, os visitantes e clientes estão suscetíveis aos
mesmos contaminantes e efeitos adversos que esses contaminantes produzem. Para que
essa contaminação não ocorra em ambas partes, é necessário a utilização de
Equipamentos de proteção individual. Nas aplicações feitas através dos colaboradores é
de suma importância a utilização dos mesmos e de forma correta. É importante que
respeite o tempo de carência e reentrada que é determinada após a aplicação, proibindo a
entrada no ambiente sem a utilização de EPIs necessários.
Quando se faz uma visita a esses locais, muitos dos visitantes costumam ingerir o
fruto no próprio local sem passar por uma higienização, o que se torna importante a
realização para tirar o excesso de agrotóxico e as impurezas que ficam no fruto. A
utilização de certos EPIs após o término do período de carência ainda se faz necessário.

36
As sinalizações são um dos pontos importantes para vincular o colaborador,
turistas ou clientes com o que está acontecendo. As sinalizações utilizadas são placas que
são instaladas no ambiente em que foi aplicado o agrotóxico com o dia em que foi
aplicado e o tempo de reentrada, se tornando um meio mais fácil de comunicação visual.
Logo considera-se tendo em vista os dispostos discutidos e argumentado neste
trabalho objetivou-se que de forma que se entende que os turistas que realizam a visita no
ambiente e os clientes que procuram ir na lavoura para conhecer o fruto ou a compra do
mesmo estão suscetíveis aos mesmo contaminantes e efeitos adversos que os
colaboradores.
Compreende-se que é necessário respeitar os dias de reentrada e carência para o
fruto não conter alto grau de contaminante e o período de reentrada para não ocorrer a
contaminação nos turistas, clientes e colaboradores. Levando em consideração que muitos
turistas e clientes consomem o fruto na própria lavoura sem a higienização correta.

37
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGRO, PARANÁ. A produção de morango se destaca na região de Curitiba e cresce
em todo Paraná. GOVERNO DO ESTADO – PARANÁ, 2021. Disponível em:
https://www.aen.pr.gov.br/Noticia/Producao-de-morango-se-destaca-na-regiao-de-
Curitiba-e-cresce-em-todo-Parana. Acesso em: 18 abr. 2023

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Disponível em: https://socientifica.com.br/os-10-paises-que-mais-usam-pesticidas/#.
Acesso em: 15 mai. 2023

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Nota sobre o uso de


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https://www.gov.br/anvisa/pt-
br/centraisdeconteudo/publicacoes/agrotoxicos/publicacoes/informe-uso-de-
agrotoxicos-em-area-urbana.pdf. Acesso em: 16 mai. 2023

ALENCAR ADALBERTO, JOSÉ. Sistema de Produção - Cultivo da Videira.


EMBRAPA, 2010. Disponível em:
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