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Cadeira: Sociologia
1ºAno-Laboral
Tema
Discentes:
Felomena Joana
Ussene Amussa
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Índice
1.0.Introdução..................................................................................................................................3
1.1.1.Delimitação de Objectivos......................................................................................................3
1.1.2.Geral:......................................................................................................................................3
1.1.3.Específicos:.............................................................................................................................3
1.1.4.Metodologia............................................................................................................................3
1.1.5.Conceptualização....................................................................................................................4
1.1.6.Sistemas Normativos..............................................................................................................4
2.0.Tipos de mecanismos plurais de resolução de conflitos:...........................................................5
2.1.1.Resolução normativa..............................................................................................................5
2.1.2.Resolução procedimental........................................................................................................5
2.1.3.Resolução institucional...........................................................................................................5
2.1.4.Governação do sistema judicial..............................................................................................6
2.1.5.Funções dos tribunais.............................................................................................................8
2.1.6.Função jurisdicional................................................................................................................8
3.0.Função educativa.......................................................................................................................9
3.1.1.Caracterização do sistema jurídico resolução de conflitos no país.........................................9
3.1.2.Lei fundamental ̸ Constituição e a data do respectivo texto..................................................9
3.1.3.O poder ou a autoridade dos tribunais na constituição Artigo 212 da CRM..........................9
3.1.4.Período pós-Independência (1990 – 2004)...........................................................................10
3.1.5.Garantia de independência dos tribunais e dos juízes..........................................................10
3.1.6.O Parlamento Moçambicano................................................................................................10
3.2.0.Processo Legislativo.............................................................................................................11
3.2.1.O sistema Governativo de Moçambique...............................................................................12
3.2.2.Papel da Presidência da República.......................................................................................12
3.2.3.Papel do Governo.................................................................................................................12
3.2.4.Códigos existentes em Moçambique....................................................................................12
3.2.5.Papel desempenhado pela lei e pela jurisprudência na actividade jurídica..........................13
3.2.6.Conclusão.............................................................................................................................14
3.2.7.Referencias Bibliográficas....................................................................................................15
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1.0.Introdução
O tema do presente estudo é pertinente pelo facto do legislador constitucional se aperceber que
as decisões judiciais se mostram insuficientes para resolver os litígios apresentados ao Judiciário.
E deste modo abre espaços para outras formas alternativas para resolução de litígios. No âmbito
da Administração da Justiça, o presente estudo revela-se importante por que no actual contexto
de resolução de conflitos possibilitará diagnosticar anomalias possíveis e lições úteis no processo
da administração da justiça moçambicana.
1.1.1.Delimitação de Objectivos
Segundo Andrade (1997:26), “toda pesquisa deve ter objectivos claros e definidos, pois assim
torna mais fácil conduzir a investigação”. Os objectivos podem ser gerais e específicos. Dessa
forma, o estudo resultante deste trabalho vai ser guiado pelos seguintes objectivos:
1.1.2.Geral:
1.1.3.Específicos:
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1.1.4.Metodologia
Segundo OLIVEIRA (2013): a metodologia é o conjunto de técnicas e métodos usados num
trabalho científico. Neste contexto, no presente capítulo destaca-se de forma clara os
procedimentos usados para o alcance dos objectivos da pesquisa, no entanto, alguns autores
entendem a metodologia como sendo: a explicação dos passos que o pesquisador seguirá para
atingir seu objectivo (p.102).
1.1.5.Conceptualização
1.1.6.Sistemas Normativos
O sistema jurídico é normativo na medida em que se dispõe a regular os comportamentos sociais
através de dois tipos fundamentais de normas: as regras e os princípios.
SANTOS (1997) diz que o pluralismo jurídico pode ser considerado uma forma complementar
de elaboração de normas do Estado, mas em alguns casos vai se mostrar contrárias a esse
objectivo, fazendo surgir diversas críticas quanto à sua aplicação, principalmente quando essas
críticas envolvem aqueles que defendem que só o Estado é quem pode ditar as leis (monistas
jurídicos). Segundo exposto entendemos que o surgimento de um conflito plural parte
necessariamente quando cada uma das ordens pretender regular comportamentos e,
consequentemente, responder a demanda de tutela de forma a abranger a totalidade do espaço
social para o qual foi concebida.
Essa tendência pode criar conflitos, de certa forma, de natura positiva, onde ambas as ordens
reivindicam legitimidade para regular ou resolver a situação da vida que se lhe coloca. Há
situações últimas em que o conflito pode extravasar a ordem normativa e ter os seus efeitos ao
nível, onde os corpos sociais rejeitam a autoridade de uma das ordens (SERRA, 2002).
Baseando-se na visão do CARLOS FEIJÓ (1997), entendemos que tratando -se do Direito do
Estado, será o recurso à força para repor, senão mesmo impor, a normalidade ou regularidade da
unidade do Estado.
2.1.1.Resolução normativa
WOLKMER (2001) em conformidade com O.M. Hinz a fórmula de reconhecimento é também
uma norma de conflitos, na medida em que ao definir positiva e negativamente o pressuposto de
reconhecimento ou de eficácia da autoridade tradicional, ao estipular o campo positivo de
actuação normativa do costume e das instituições consuetudinárias, o preceito opera também um
recorte negativo, impondo limites à atendibilidade do Direito consuetudinário. Dessa forma, a
fórmula de reconhecimento funciona, simultaneamente, como norma de resolução de conflitos e
como cláusula de ordem pública.
2.1.2.Resolução procedimental
A resolução procedimental é um mecanismo que se preocupa mais em como se
encontra a solução, o que, naturalmente, pressupõe uma aproximação cognitiva: o conhecimento
e colaboração recíprocos. Nessa perspectiva pode-se recorrer ao art. 348º do Código Civil
moçambicano, que impõe ao juiz, quando haja de discutir de acordo com o Direito
Consuetudinário, a realização das diligências adequadas ao conhecimento do Direito aplicável.
Nessa senda, idêntico dever de conhecimento do Direito aplicável está pressuposto nas normas
de conflito quando, em função da norma aplicável, o juiz nacional deve aplicar Direito
estrangeiro: nesses casos, o conhecimento do outro Direito não é apenas matéria de prova cujo
ónus recai sobre as partes ( MORAIS, 2010).
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2.1.3.Resolução institucional
PRATA (2008), a mútua acomodação, como mecanismo de resolução de conflitos normativos no
âmbito do pluralismo jurídico, pressupõe, como vimos na abordagem anterior, relações de
coordenação e de harmonização. Esse mecanismo de acomodação mútua pode configurar-se
como um mecanismo institucional de resolução ou gestão de média intensidade. Nesse corolário
podem ser considerados mecanismos alternativos paritários de resolução de conflitos entre a
norma estadual e o Direito tradicional, que visem assegurar que a acomodação se faça através de
uma interpretação multicultural dos casos e do Direito, de modo a garantir o respectivo mútuo e
a operacionalidade efectiva das regras de reconhecimento.
A Lei Orgânica dos Tribunais Judiciais de 1992 fornece a base legal para a organização dos
tribunais judiciais. Os tribunais judiciais formam a espinha dorsal do sistema judiciário: a sua
jurisdição cobre tanto matérias civis e criminais como todas as matérias não atribuídas a outros
tribunais. Territorialmente, os tribunais judiciais são organizados de acordo com a estrutura
administrativa do país (BUCHILLI, 1997).
Ou por outras os tribunais são qualificados, pela lei fundamental como órgãos de soberania. Os
tribunais são órgãos constitucionais aos quais é especialmente confiada a função jurisdicional
exercida pelos juízes. Do ponto de vista de organização e funcionamento, o poder judicial é,
Separado dos outros poderes (TRINDADE, 2002).
Tribunal Supremo
Tribunais superiores de recurso
Tribunais judiciais da província
Tribunais judiciais de distrito (de 1 ª e 2ª classe).
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Maputo todos os tribunais distritais são da 1ª classe, com competências para, em matéria
criminal, julgar as infracções criminais que correspondam a pena não superior a 12 anos de
prisão maior, e, em matéria civil, julgar acções cujo valor não exceda cem vezes o salário
mínimo nacional (FREGAPANI, 1997).
SERRA (2006), a hierarquia entre os tribunais não é cabalmente clara, pois o Tribunal Supremo
não tem poder sobre todos os outros tribunais – apenas sobre os judiciais e os do trabalho (ainda
não implementados). O tribunal aduaneiro e os (ainda por implementar) tribunais
administrativos, marítimo e fiscal recorrerão para o Tribunal Administrativo. De facto, em
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versões anteriores da actual Constituição, o Tribunal Supremo era denominado “Tribunal
Supremo de Justiça” e o Tribunal Administrativo, “Tribunal Supremo Administrativo”, tal como
na Constituição Portuguesa. Por razões não conhecidas, os nomes foram alterados para “Tribunal
Supremo” e “Tribunal Administrativo” antes da aprovação da versão final da Constituição, em
Novembro de 2004.
A estrutura dos tribunais tal como estabelecida na Constituição pode ser conceptualizada da
seguinte forma:
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2.1.5.Funções dos tribunais
Os tribunais como órgãos de soberania, desempenham duas funções: “Jurisdicional e
Educativa.
2.1.6.Função jurisdicional
Na função jurisdicional, “os tribunais tem como objectivo garantir e reforçar a legalidade como
factor da estabilidade jurídica, garantir o respeito pelas leis, assegurar os direitos e liberdades dos
cidadãos, assim como os interesses jurídicos dos diferentes órgãos e entidades com existência
legal”. Pode-se entender nesta norma que garantir a liberdade, no âmbito da prestação
jurisdicional, é uma função muito importante, pois não há liberdade quando existir a
concentração ou confusão entre quem faz as leis, quem as aplica e quem julga. Por isso é
fundamental que haja garantias na independência da magistratura, pois só magistrados
independentes podem assegurar a justiça em liberdade (JOÃO CARLOS, 2002).
3.0.Função educativa
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3.1.3.O poder ou a autoridade dos tribunais na constituição Artigo 212 da CRM
“Os tribunais têm como objectivo garantir e reforçar a legalidade como factor da
estabilidade jurídica, garantir o respeito pelas leis, assegurar os direitos e liberdade
dos cidadãos, assim como os interesses jurídicos dos diferentes órgãos e entidades
com existência legal.
Os tribunais penalizam as violações da legalidade e decidem pleitos e acordo com o
estabelecido na lei. “ Artigo 215º da CRM” As decisões dos tribunais são de
cumprimento obrigatório para todos os cidadãos e demais pessoas jurídicas e
prevalecem as de outras autoridades.”
A lei da Organização Judiciária, Lei nº 10/92, de 6 de Maio, prevê ainda que a direcção e gestão
do aparelho judicial ficam a cargo do Tribunal Supremo e do Conselho Judicial, como órgãos
centrais do sistema judicial. Contudo, com a entrada em vigor da Constituição de 2004, é
resgatado o pluralismo jurídico no sistema legislativo, como se pode depreender do art. 4º do
referido textual constitucional que prescreve o seguinte:
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3.1.5.Garantia de independência dos tribunais e dos juízes
Artigo 217º da CRM
3.2.0.Processo Legislativo
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Aos deputados
As bancadas parlamentar
As comissões da assembleia da república
Ao presidente da república
Ao Governo.
O país possui dezenas de formações políticas sendo, contudo, as principais a FRELIMO (Frente
de libertação de Moçambique -no poder), a RENAMO (Resistência Nacional de Moçambique), e
o recente, o MDM (Movimento Democrático de Moçambique), surgido no fim do 1º semestre de
2009. O Sistema de Governação é Presidencialista tendo o Presidente da República como Chefe
do Estado, do Governo e Comandante-chefe das Forcas Armadas (ANDRÉ, 2007).
O poder legislativo é exercido pela assembleia da república composto por 250 deputados, eleito
por sufrágio directo e universal. A duração dos mandatos, tanto do presidente da república como
da assembleia da república é de cinco (5) anos (VARELA, 1987).
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3.2.2.Papel da Presidência da República
O presidente da república é o chefe do estado, simboliza a unidade nacional, representa a nação
no plano interno e internacional e zela pelo funcionamento correcto dos órgãos do estado.
3.2.3.Papel do Governo
O Governo da República de Moçambique é o conselho de ministros, que assegura a
administração do pais, garante a integridade territorial, zela pela ordem pública e pela segurança
e estabilidade dos cidadãos, promove o desenvolvimento económico, implementa a acção social
do estado, desenvolve e consolida a legalidade e realiza a política do país (SERRA, 2002).
Temos uma jurisprudência escassa e guiamo-nos mais pela jurisprudência portuguesa (do
período colonial).
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A legislação e o direito estrangeiro que mais influenciam a ordem jurídica moçambicana é a
portuguesa um dos pais dos membros da UIJLP, Moçambique tem mais relações de cooperação
internacional com Angola, Brasil, Portugal e Timor Leste (ARAÚJO, 2019).
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3.2.6.Conclusão
Nessa amplitude percebemos que umas das funções do direito é a resolução de conflitos
resultantes da sociedade, onde nela encontramos uma diversidade de normas a vigorar de forma
simultânea, pelo facto de ser considerada como questão social e em parte como antagonismo ao
monismo jurídico, que é o monopólio das normas jurídicas exercidas pelo Estado.
Hoje, o peso das autoridades tradicionais, dos tribunais comunitários, bem como das restantes
instâncias de resolução de conflitos, previstas ou não na lei, varia consideravelmente.
Dessa forma se pode ilidir que o papel da autoridade tradicional no processo de resolução de
conflitos na base do direito costumeiro não é muito destacado. Por isso mesmo, o
reconhecimento constitucional da autoridade tradicional só viria a acontecer em 2004, na
sequência do processo de revisão constitucional que conduziu à aprovação da nova Constituição
da República, a 16 de Novembro de 2004, concretamente no seu art. 118º.
Com efeito, o art. 118º da Constituição de 2004 estabelece que “o Estado reconhece e valoriza a
autoridade tradicional legitimada pelas populações e segundo o direito costumeiro. O estado
define a relação entre a autoridade tradicional e as outras instituições e enquadra a sua
participação na vida económica, social e cultural do País nos termos da lei”.
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3.2.7.Referencias Bibliográficas
PRATA, Ana. Dicionário Jurídico – Direito Civil, Direito Processual Civil, Organização
Judiciária. Vol. I. 5ª ed., Almedina, Porto, 2008.
SANTOS, Boaventura de Sousa, O Estado Heterogéneo e o Pluralismo Jurídico, ob., cit., p.70.
NEGRÃO, José; TRINDADE, João Carlos. 2002, p.45. apud SERRA, Carlos Manuel
AZEVEDO, Rodrigo de, Informalização da Justiça e Controle Social, São Paulo, p.1999.
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