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ESCOLA ESTADUAL PROFESSOR FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA DE ALBUQUERQUE

1984 – Diário de Richard Smith

MANAUS/AM

2022
3º Ano 04 – Matutino

Aluno(a):

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1984 – Diário de Richard Smith

Trabalho solicitado pela


professora Aureliane Silva, da
disciplina de Filosofia, para
obtenção de nota para o 3º
bimestre.

MANAUS/AM

2022
FEVEREIRO, 1984

1º Dia – A Opressão
O ano era 1984, havia acabado de acontecer a guerra atômica, a adorável Inglaterra, oh país
lindo... Agora a sua capital se chama Oceania, tinham acontecido tantas mudanças por ali,
como se já era esperado já que a Inglaterra foi dominada por um partido com um total
controle sobre os cidadãos. E eu estava ali, no meio da magia que se transformou em cinzas,
um homem de família bem pobre, trabalhava como um condenado, ainda conseguia ouvir
minha mãe chamar o meu nome antes de me deixar, “Richard”. Eu ganho o pão de cada dia
com aquele emprego, vale lembrar que não tinha tantas condições, então se eu quisesse algo
diferente teria que trabalhar muito mais. No meio disso tudo eu me apaixonei por Ester, eu
consegui sentir a felicidade quando estava com ela, apesar da calamidade que acontecia no
país. No entanto, nós sabíamos que aquele relacionamento não duraria, pois eu e Ester
participávamos de uma sociedade totalitária, nosso amor não poderia acontecer de modo
algum. Eu, Richard, já esperava a total negação que receberíamos do Gigante: o homem com
poder máximo nas mãos. Ele se chamava de “O Gigante”, porém, aquele nome não cabia nele,
tratava-se apenas do poder de domínio dele sobre as pessoas. Então, uma certa noite eu e
Ester tentamos fugir. Porém, para nossa infelicidade, a primeira tentativa foi um fracasso: claro
que o Gigante conseguiu nos alcançar e nos pegar, passamos até um mês trancados como
ratos em laboratórios sujos e condensados a acordar com lágrimas frias deslizando em nossos
rosto. Porém em alguma hora nós pensamos em tentar sair novamente, e começamos uma
guerra entre as pessoas que não apoiavam aquela doutrina.

2º Dia – Plano de Fuga


Eu olhava os olhos de Ester entre as grades, eu via o sonho se tornar poeira, eu não poderia
fazer nada para salvá-la do coração cheio de ruínas daquele homem que olhava a destruição
alcançar cada vez mais cada um de nós lá de cima. Eu tinha medo que se fugíssemos ainda sim
não seríamos livres, pois liberdade é “a liberdade de dizer que dois mais dois são quatro” e isso
não tínhamos, isso foi tirado de nós como tiram de uma criança todo o seu mundo de faz de
contas, e não tínhamos o poder de fazer nada assim como um inocente criança. Mas eu a
amava, e não queria perder esse amor que tinha por ela por nada. Porém eu podia sentir os
passos da dor chegando cada vez mais perto dos meus ossos, no fundo eu sentia que não
podia fazer com que eles parassem, não sozinho. Eu já tinha perdido tanta coisa na minha vida,
a guerra me fez enxergar que estávamos brigando guerras de outras pessoas, guerras de
corações gananciosos que não pensavam nas gotas de lágrimas pesadas que causariam. Mas
eu olhei para Ester e tentei esticar minha mão o mais longe possível para alcançar seus dedos,
eu consegui e fiquei aliviado que no meio disso tudo o nosso amor foi o que nos tornou
especiais, o que nos tornou perigosos. Mas eu sei que em algum momento se não derrotarmos
aquele que nos observava e controlava nossas mentes, ele iria nos tirar esse amor e eu teria
que enterrá-lo e esquecê-lo. Ester era como um ioiô, em um momento eu conseguia sentir que
ela estava longe de meus pensamentos, mas de alguma forma ela voltava, no meio da
tempestade da arrogância daqueles que acreditavam que o Gigante era bom para nós eu
escolhi meu ioiô. Depois disso, eu e Ester começamos novamente a pensar num plano de fuga
dali, e eu prometi que faria de tudo para que não precisasse enterrar os nossos sentimentos.
Então, em uma quieta e deserta noite, finalmente aconteceu: pela primeira vez, conseguimos
escapar.

3º Dia – Amor Perigoso


O sol nasceu e clareou-se iluminando uma superfície totalmente remota e possivelmente
despovoada. Tratava-se de uma espécie de mata distante da cidade, área camponesa onde a
visão e os demais sentidos do Gigante supostamente não nos alcançaria. Foi o nosso primeiro
local de parcial fuga, onde pela primeira vez, longe das muitas câmeras, teletelas, microfones e
dos outros instrumentos de monitoramento, eu e Ester podíamos olhar atenta e
impetuosamente nos olhos um do outro, sem precisarmos nos preocupar constantemente em
ocultar nossas ânsias e emoções, sem a necessidade de nos mantermos frios, onde finalmente
teríamos um ao outro sem restrição alguma, ainda que fosse por um breve e único momento.
Sem mais resistir, atirei-me nos braços de Ester, e ela nos meus. Relacionamo-nos como nunca
havíamos feito antes, fizemos questão de usufruir de cada minuto enquanto permanecíamos
ali, juntos. Estávamos felizes, longe de toda aquela cruel e distópica realidade. Sabíamos do
risco e das consequências de sermos descobertos pelo Gigante, porém, isso parecia tornar
tudo mais empolgante. No entanto, passados os momentos de satisfação, era ciente que não
poderíamos fazer aquilo por muito tempo porque, apesar de estarmos longe da cidade, ainda
estávamos restritos naquele país opressor. Então, Ester e eu tínhamos uma decisão a tomar:
ou nós derrubávamos aquele regime de uma vez por todas, ou fugíamos daquele país para
sempre. Obviamente, nenhuma das opções seria de fácil execução. Entretanto, eu já me
encontrava no meu limite, cansado, odioso de todo esse cenário horripilante e dominador,
logo já não me importavam os obstáculos. Ester também compartilhava de minha revolta.
Então, optamos por fugir de vez daquele lugar. Nisso, nossa escapada para o campo serviu
como um prelúdio para a fuga definitiva. Então, retornamos cautelosamente para a cidade e
começamos a arquitetar nosso plano final.

4º Dia - Desconfiança
Depois de exatos 4 dias, obtivemos o melhor plano de fuga final. No meio de uma noite
estrelada e bem fria, nos levantamos, sorrateiros e cautelosos, vestimos as roupas já
separadas, e nos encontramos próximo a uma enorme árvore que havia na cidade, bem
distante da vista do Gigante. Era preciso não se deixar ouvir, não dar passos em falso, não
hesitar. E em seguida, assustados e bem confiantes fomos ao encontro de um pequeno grupo
de pessoas que moravam ali próximo. Elas concordaram em fugir conosco para bem longe
daquela cidade tão cruel, e que em pouco tempo estaríamos bem distante. Quando chegamos
num local seguro e escondido, uma casa abandonada há muitos anos, ficamos ali para nós
aquecer do frio que não só atingia nossa pele, mas também nossos pensamentos. Estávamos
com medo de que o que caminho que tínhamos escolhido não houvesse mais volta. Enquanto
isso acendemos uma fogueira e começamos a conversar sobre o que faríamos a seguir,
enquanto alguns apresentavam ideias eu reparei que um deles ficava quieto em seu canto,
calado e parecia armazenar tudo o que diziam. Eu tinha um mal pressentimento em relação a
ele, até que Ester segurou minha mão e disse que eu não precisava ter medo, mas, como eu
poderia confiar naquelas palavras? se ele não fosse um de nós, estaríamos mortos. Eu queria
olhar para Ester e dizer que não estava com medo, mas sei que ela perceberia que isso era
uma farsa, então tentei ficar calado e voltar a ter ideias para nos livrar dessa sensação de
medo de uma vez.

5º Dia – O Gigante vence


Naquela noite o clima não estava em nosso favor, todos decidimos passar a noite nessa casa.
Eu não parava de pensar no dia seguinte, sem fechar os olhos a noite toda, pensando se ia dar
certo ou errado, pensando se teríamos liberdade ou sofrimento, não importava, a única coisa
que importava de verdade era o amor de Ester. Acordamos com a luz do sol atravessando os
buracos daquela casa aquecendo os nossos corpos sujos, era um novo dia. Com a minha mente
corroída, não sei por qual motivo, tive uma briga com Ester. Então, arriscando todas as pessoas
daquela casa, eu saí à procura de ar, com meus olhos arregalados virados para o sul eu vi a
morte, policiais vindo em minha direção naquele exato momento, eu tive todos os
sentimentos que um homem pode sentir, raiva, medo, angústia, não queria pensar quem foi
que nos traiu, só pensava em Ester. Corri com todas as minhas forças para salvá-la porque já
era tarde demais para avisá-la. Policiais cruéis atirando em toda direção, eu via nos olhos
daquelas pessoas sangrando na minha frente, crianças com olhar desesperador, eu via o que o
nosso país se tornou. Com um tiro de 5 cm para esquerda do coração, eu não lembro de mais
nada. Acordei no inferno, uma série de torturas a fim de que eu esquecesse a atenção que eu
outrora tinha em Ester, e me tornar uma cascas vazia cujo único amor era direcionado ao
Gigante, mas eu não me importava, só queria saber se meu amor estava vivo. O senhor John,
que estava com nós naquela casa, o traidor, ele só queria me pegar, mas ele tem uma notícia
boa de que Ester está viva. Foi um alívio para mim, no inferno eu sou torturado por John de
todas as formas horríveis, ossos e dentes quebrados, sessões de choque elétrico, privação de
alimentos. Pouco a pouco eu vou contando tudo que eu sei, sou obrigado a assumir por crime
que eu não cometi. Então, finalmente John diz o que é que o governo realmente quer: o que
eles querem é ter poder total sobre as mentes das pessoas, querem que pessoas como eu
digam que dois mais dois é igual a cinco e, que realmente acreditemos nisso. Com incessantes
torturas, eles finalmente destruíram a minha mente, num quarto chamado "decisão". Como
ele não queria um amor entre eu e Ester, perguntaram calma e friamente, quem deveria
morrer. Nesse exato momento, eu perco a minha dignidade completamente: lágrimas saíram
de meus olhos como nunca tinham saído, e, então, em poucas palavras, soluçando eu digo:
"faça isso com, Ester não comigo". Isso é uma completa traição do que é mais importante para
mim. Como última tortura, vi Ester sendo enforcada em uma sala, onde estávamos somente
nós, e sem dizer uma palavra, porque não poderíamos mais amar-nos. Olho dentro dos olhos
de Ester e derramo lágrimas. A vida não terá mais sentido. O governo me deu um emprego
inútil com um belo salário. Passei o resto de meus dias sentado, bebendo o gim da vitória e
jogando xadrez, mas no fundo da minha mente eu sabia que, na verdade, dois mais dois é igual
a quatro.
REFERÊNCIAS

https://pt.wikipedia.org/wiki/1984_(filme_de_1984)

https://books.google.com.br/books/about/1984.html?
id=i00fEAAAQBAJ&printsec=frontcover&source=kp_read_button&hl=pt-
BR&newbks=1&newbks_redir=1&redir_esc=y

https://youtu.be/jQ6q9S6wT9k

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