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Atividade Especial de literatura- Terra Sonâmbula (Mia Couto)

Professora: Mariana Cajado 1° Ano do Ensino Médio

Grupo: Agnes Sayuri Xavier Momma, Maria Eduarda Malta e Almeida, João Paulo Corrêa de
Oliveira.

Terra Sonâmbula

Contexto histórico
Este livro foi escrito em 1992 (mesmo ano em que terminou uma das duas guerras civis
superviolentas em Moçambique). Toda a história narrada no livro, se passa no cenário da guerra
em Moçambique (iniciada em 1975, ano em que Moçambique iniciou movimentos contra Portugal,
na tentativa de conquistar a sua independência). Porém, é importante destacar que, graças ao
colonialismo europeu, muitos dos países Africanos foram divididos de maneiras inadequadas,
desrespeitando assim muitas das tribos, o que mais tarde, originou várias guerras por todo o
território. Além da violência, a guerra também gerou problemas que mataram milhares de pessoas,
como a fome e a miséria.

Resenha
O livro narra a história do idoso Tuahir e do menino Muadinga, que estão “vagando” pelo
país, fugindo da guerra. Eles não apresentam nenhum parentesco, mas, apresentam uma ligação
muito forte já que ambos perderam suas famílias devido a guerra. Muadinga é adotado por Tuahir
depois de ter tido uma experiência de quase morte, é aí que ambos iniciam a sua jornada por todo
o território. Durante a viagem, eles encontram um ônibus abandonado com vários cadáveres
incinerados dentro dele, porém, enquanto retiram os corpos para poderem se abrigar no interior
deste transporte, eles identificam um corpo que não está queimado (apresenta marcas de tiro e o
sangue não está tão velho). Junto com este cadáver existe a presença de uma mala, dentro dela está
presente pequenos cadernos, que narrarão a história de Kindzu. Neste momento inicia-se uma
segunda linha narrativa, em um espaço-tempo diferente. Durante o livro, é possível perceber uma
intercalação entre a história do Tuahir e do Muadinga (onde eles tentam sobreviver com poucos
recursos, em um ambiente totalmente desprovido de segurança), com as histórias de Kindzu (a
jornada dele após abandonar a sua aldeia, tentando seguir o seu sonho de se tornar um guerreiro
lutando pelo seu povo na guerra civil).
Basicamente, este livro nos apresenta duas realidades diferentes que possuem o mesmo
objetivo em comum, buscar um lugar melhor enquanto buscam a sobrevivência para poderem
recomeçar em um lugar novo, calmo, tranquilo e livre de guerras.

Metáforas da narrativa
Podemos identificar que durante a leitura do livro, Mia Couto introduziu na narrativa
muitas metáforas, entre elas está presente: - Tuahir: Tuahir representando a velha Moçambique; -
Muidinga: Muidinga que, por ter perdido parte de sua memória, esquecendo-se assim de seu
passado, representa a nova Moçambique, que procura esquecer os desastres e a colonização,
iniciando assim uma nova vida; -Terra Sonâmbula: O título do romance também apresenta uma
metáfora, afinal, Moçambique era um local onde não se podia dormir tranquilamente e nem estar
acordado, tudo parecia um pesadelo ou algo irreal. Estando em um estado de sonambulismo, onde
a incapacidade se faz presente e tudo o que você quer é acordar daquela situação.
Mia Couto- Um pouco sobre o autor

António Emílio Leite Couto, popularmente conhecido como Mia Couto, nasceu na cidade
de Beira, Moçambique, em 5 de julho de 1955. No país, formou-se como biólogo, escritor e
jornalista, além de concluir 3 anos de estudos em medicina, curso o qual abandonou.
O apelido de “Mia Couto” foi adotado pelo próprio escritor, ainda quando criança, devido
à sua paixão por gatos e porque seu irmão não conseguia pronunciar seu nome. Já com 14 anos,
Couto publicava poemas no jornal “Notícias da Beira” de sua comunidade. Aos 17 anos, três anos
depois, mudou-se para a capital de Moçambique Lourenço Marques (atualmente denominada
Maputo), onde iniciou a carreira no jornalismo. Na capital, o escritor teve um papel ativo durante
as guerras da independência, sendo diretor da Agência de Informação de Moçambique, diretor da
revista Tempo e colunista do Jornal Notícias. Em 1983, publicou Raiz de Orvalho, seu primeiro
poema, e, dois anos depois, iniciou seus estudos acadêmicos em biologia.
Mia Couto é o escritor mais famoso e mais traduzido de seu país, tendo recebido muito
reconhecimento e diversos prêmios pelo seu trabalho, como o Prêmio Camões, em 2013, dado pelas
mãos dos presidentes de Portugal e Brasil. Entre suas obras mais marcantes, estão Terra
Sonâmbula, Mulheres de Cinza e Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra.
Ele, com variadas entrevistas para sites, revistas e jornais, aos poucos responde
elaboradas perguntas feitas por grandes jornalistas e todas as perguntas feitas pelos repórteres são
perguntas que li e pensei “ nossa eu não chegaria a essa questão “, então estudar a forma em que
jornalistas fizeram as questões foi ótimo.
Mia Couto com seu sotaque Moçambicano conta como ganhou o apelido Mia, ele retrata
em algumas entrevistas uma história em que na varando quando pequeno ele era visitado por muitos
gatos, os quais ele amava.
Mia Couto para chegar aonde chegou teve muito tempo de estudo em cursos e hoje em
dia carrega a classificação de ser um dos escritores moçambicanos mais conhecidos e importante,
logo com 14 anos teve um poema dedicado ao pai, impresso em um jornal de grande visão.
O autor nega qualquer tipo de título de elite mesmo sendo um dos autores mais populares
no Brasil, é dito pelo mesmo que ele gosta de estar perto do leitor e não se colocar como superior
aos seus leitores, não é uma posição que ele se sente confortável. O mais impressionante é que em
entrevistas os jornalistas se chocam como as palavras formais saem facilmente da boca dele sem
esforço ou qualquer dificuldade, seu vocabulário é extremamente completo e formal e isso já era
de se esperar vindo de um grande autor como ele.

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