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18/05/2022 16:43 Mia Couto: vida, características, livros, frases - Brasil Escola

Mia Couto
Mia Couto é um famoso autor moçambicano do período pós-independência. Além de escritor,
é professor universitário. Suas obras valorizam a tradição cultural de seu país.

Mia Couto (Antônio Emílio Leite Couto) nasceu em 5 de julho de 1955, na cidade da Beira, em Moçambique. É biólogo,
professor universitário e atuava como jornalista quando publicou seu primeiro livro de poesias — Raiz de orvalho —, em
1983. No entanto, o sucesso só chegou com a publicação do romance Terra sonâmbula, em 1992.

As obras do autor, ganhador do Prêmio Camões, em 2013, pertencem ao período pós-independência de Moçambique e
apresentam características como realismo mágico ou fantástico, uso de neologismos, marcas de oralidade e
valorização da memória cultural de seu povo.

Leia também: Conceição Evaristo – autora que recupera a ancestralidade da negritude brasileira

Biografia de Mia Couto

Mia Couto, na foto de capa do livro Poemas escolhidos, publicado pela editora Companhia das Letras.[1]

Mia Couto (Antônio Emílio Leite Couto) nasceu em 5 de julho de 1955, na cidade da Beira, em Moçambique. Filho de
pais portugueses, o autor recebeu, na infância, influências culturais europeias e africanas. Na adolescência, escreveu seus

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primeiros poemas. Portanto, foi poeta antes de ser romancista.

Em 1972, mudou-se para a atual Maputo, capital de Moçambique, e ingressou na faculdade de medicina, que abandonou
dois anos depois para exercer a profissão de jornalista. Assim, trabalhou na Agência de Informação de Moçambique, na
revista Tempo e no jornal Notícias, até deixar o periodismo em 1985.

O autor, então, fez faculdade de biologia e, depois, se tornou professor universitário nessa área. Desse modo,
paralelamente à sua carreira de escritor — que, oficialmente, teve início em 1983, com a publicação do livro Raiz de orvalho
—, Mia Couto passou a se dedicar à pesquisa e ao ensino de biologia.

Com a publicação, em 1992, do romance Terra sonâmbula, o romancista começou a experimentar o sucesso como
escritor. Por essa obra, recebeu o Prêmio Nacional de Ficção da Associação de Escritores Moçambicanos, em 1995.
Hoje Mia Couto é um dos autores africanos mais conhecidos no mundo inteiro.

Em 2013, recebeu um dos mais importantes prêmios literários oferecidos a autores de língua portuguesa, isto é, o Prêmio
Camões. Anos antes, em 1998, foi o primeiro escritor moçambicano a ingressar, como sócio-correspondente, na
Academia Brasileira de Letras, tornando-se, dessa forma, o sexto ocupante da cadeira número 5.

Leia também: Pepetela – primeiro autor angolano a ganhar o Prêmio Camões

Características da obra de Mia Couto


Mia Couto é um autor pertencente à literatura moçambicana do período pós-independência, iniciado em 1975 e
marcado por uma guerra civil que durou 15 anos. Devido a isso, suas obras apresentam um caráter político, pois buscam
mostrar elementos culturais formadores da identidade nacional.

Assim, empreendem um resgate da tradição moçambicana e valorizam seu multiculturalismo. Além disso, os textos do
autor são caracterizados pela presença de neologismos, valorização da linguagem coloquial, além de alegorias e forte
lirismo. Também apresentam traços do realismo mágico ou fantástico.

Obras de Mia Couto

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Capa do livro Terra sonâmbula, de Mia Couto, publicado pela editora Companhia das Letras. [2]

→ Poesia

Raiz de orvalho (1983)

Raiz de orvalho e outros poemas (1999)

Idades, cidades, divindades (2007)

Tradutor de chuvas (2011)

→ Contos

Vozes anoitecidas (1987)

Cada homem é uma raça (1990)

Estórias abensonhadas (1994)

Contos do nascer da Terra (1997)

Na berma de nenhuma estrada (1999)

O fio das missangas (2003)

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→ Crônicas

Cronicando (1991)

O país do queixa andar (2003)

Pensatempos. Textos de opinião (2005)

E se Obama fosse africano? e outras interinvenções (2009)

Pensageiro frequente (2010)

→ Romances

Terra sonâmbula (1992)

A varanda do Frangipani (1996)

Vinte e zinco (1999)

Mar me quer (2000)

O último voo do flamingo (2000)

Um rio chamado Tempo, uma casa chamada Terra (2002)

O outro pé da sereia (2006)

Venenos de Deus, remédios do diabo (2008)

Jesusalém (2009)

A confissão da leoa (2012)

Vagas e lumes (2014)

Mulheres de cinzas (2015)

A espada e a azagaia (2016)

O bebedor de horizontes (2017)

→ Literatura infantil

O gato e o escuro (2001)

A chuva pasmada (2004)

O beijo da palavrinha (2006)

O menino no sapatinho (2013)

Veja também: Os melhores poemas de Mia Couto

Frases de Mia Couto


A seguir vamos ler algumas frases de Mia Couto, proferidas durante sua participação no projeto cultural Fronteiras do
Pensamento.

“A infância não tem outra nação, se vive ali sempre.”

“Esquecer é quase tão mentira quanto lembrar.”

“Escrever é uma coisa próxima de amar, nunca se tem experiência em amar.”

“Ninguém escreve se tiver medo.”

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“Sou um ateu, mas sou um ateu não praticante.”

“O silêncio sobre o qual deitamos o passado é um silêncio que mente.”

“O esquecimento é um trabalho ficcional.”

Crédito das imagens

[1] Companhia das Letras (reprodução)

[2] Companhia das Letras (reprodução)

Por Warley Souza


Professor de Literatura

Fonte: Brasil Escola - https://brasilescola.uol.com.br/literatura/mia-couto.htm

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