Contos do Nascer da Terra, de Mia Couto

O livro que irei apresentar tem como título “Contos do Nascer da Terra” e o
seu autor é Mia Couto.

1. APRESENTAÇÃO DA OBRA LITERÁRIA:

 TÍTULO: Contos do nascer da Terra

 AUTOR: Mia Couto

 DATA DE PUBLICAÇÃO: 1997

 EDITORA: Caminho

 EDIÇÃO: 13.ª edição

 GÉNERO LITERÁRIO: Narrativo (contos)

2. AUTOR : Mia Couto

Mia Couto é um escritor e biólogo moçambicano. É filho de pais portugueses e
nasceu em 1955, na cidade da Beira. O seu verdadeiro nome é António Emílio
Couto, mas adotou o pseudónimo Mia Couto devido à enorme admiração que
tem pelos gatos.

Em termos escolares, iniciou os seus estudos universitários em Medicina mas,

no final do terceiro ano que coincidiu com o 25 de Abril de 1974, abandonou o
curso e passou a exercer a função de jornalista.

Desempenhou funções de jornalista e cargos de direção em alguns jornais e

revistas, como na Agência de Informação de Moçambique e na revista Tempo
e publicou o seu primeiro livro de poesia, Raiz de Orvalho, em 1983.

Em 1985, demitiu-se para continuar os seus estudos universitários na área da

Biologia. Posteriormente, tornou-se professor universitário, também na área de
Biologia e conciliou esta atividade com a de escritor.

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Atualmente, dedica-se à escrita e, apesar de ter deixado o ensino, continua a
ser biólogo, dirigindo a Impacto, empresa que se dedica a estudos de impacto
ambiental, em Moçambique.

Além de ser considerado um dos escritores mais importantes de Moçambique,

Mia Couto é o escritor moçambicano mais traduzido.

Entre outros prémios e distinções, o seu livro Terra Sonâmbula foi considerado,
na Feira Internacional do Livro de Zimbabwe como um dos doze melhores
livros africanos do século XX. Foi, ainda, galardoado, com os prémios Vergílio
Ferreira, em 1999, Eduardo Lourenço, em 2011 e Camões, em 2013.

Mia Couto foi também fundador, em 2015, do centro cultural Fundação

Fernando Leite Couto, situada em Maputo. Esta fundação, criada em
homenagem ao escritor português Fernando Couto, pai de Mia, tem como
principal objetivo promover as artes e a cultura, em Moçambique.

3. Mia Couto – ALGUMAS OBRAS

 Cada Homem é uma Raça (1990)

 Terra Sonâmbula (1992)

 Estórias Abensonhadas (1994)

 O Último Voo do Flamingo (2000)

 O Beijo da Palavrinha (2008)

 Vagas e Lumes (2014)

 O Universo num Grão de Areia (2022)

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 4. ANÁLISE DA OBRA

Contos do Nascer da Terra trata-se de uma obra composta por 35 contos

curtos, escritos entre 1996 e 2009.

Alguns contos são autobiográficos, outros parecem pouco realistas, uma vez
que as suas personagens têm poderes fantásticos ou sobrenaturais, mas todos
eles abordam o dia-a-dia de um país que, na época, se estava a reconstruir.

Enquanto alguns contos, como A luavezinha e A Menina sem Palavra,

escritos para Rita, a filha escritor, abordam temas infantis e ligados à fantasia,
outros abordam questões como violência e pobreza. “A última chuva do
prisioneiro”, por exemplo, é sobre um prisioneiro prestes a ser executado e
que se lembra da mãe; “O homem da rua” é sobre um morador de rua que se
deixa ser atropelado para conversar com as pessoas.

Em traços gerais, este livro permite conhecer a cultura e a vivência do povo

moçambicano, num tempo marcado por muitas dificuldades económicas e
instabilidade política.

O narrador usa uma linguagem simples e frases curtas, mas com muitas
expressões moçambicanas e muitos neologismos, o que por vezes dificulta a
leitura.

Gostei do livro, em particular do conto “O fintabolista”. O título corresponde a

um neologismo associado às palavras finta e futebol e, como o próprio nome
indica, centra-se no meu desporto preferido, o futebol.

Trata-se de um conto autobiográfico passado na cidade da Beira, em

Moçambique em que o narrador relata as suas aventuras enquanto jogador de
futebol, numa equipa em que só se fintava e raramente se rematava à baliza e
marcava golos. Porém, um dia o treinador encontrou a solução para este
problema: contratarem o Chimbo de Marromeu, um jogador, cujo pontapé já
tinha derrubado postes e árvores.

Todos os jogadores contribuíram para o contrato deste novo elemento, tirando

dinheiro das carteiras aos pais. Também deixaram de treinar, porque o

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problema estava resolvido e os treinos, na opinião do treinador, só serviriam
para esfolar as canelas e gastar sapatilhas.

No dia do jogo, este começou sem que o Chimbo tivesse conhecido e jogado
com a equipa. Chegou atrasado, mas quando entrou em jogo, com um
equipamento diferente e cheio de estrelas, foi imediatamente aplaudido pelo
público. Afinal, era uma estrela! Contudo, aconteceu algo e o Chimbo acabou
por abandonar o campo.

Com esta saída, o narrador perdeu totalmente a esperança de vir a ser

campeão mundial de futebol.

Mas vamos ver o que realmente aconteceu ao Chimbo e o motivo pelo qual ele
saiu tão apressadamente do campo:

Recomendo este livro, principalmente para aqueles que não gostam muito
de ler, porque é composto por pequenos contos, a maioria deles muito
divertidos, que podem ser lidos em conjunto ou de forma isolada.