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ORGANIZAÇÕES PROMOTORAS DOS DIREITOS HUMANOS

O papel da ONU
A Organização das Nações Unidas nasceu oficialmente a 24 de outubro de
1945, data em que a sua Carta foi ratificada
pela maioria dos 51 Estados Membros
fundadores. O dia é agora anualmente
celebrado em todo o mundo como Dia das
Nações Unidas.
O combate ao racismo, à discriminação
racial, à xenofobia e à intolerância está na
origem da criação da Organização das Nações
Unidas. Produto de um mundo marcado pela
experiência trágica da mais extrema das modalidades de discriminação – o genocídio
–, a ONU introduziu a linguagem dos direitos humanos na agenda internacional.
Ao longo dos últimos 60 anos, o sistema internacional de proteção dos direitos
humanos desenvolveu-se tendo por fundamento a igualdade entre todos os seres
humanos em direitos. Acima desses direitos paira o princípio da dignidade humana,
princípio que orienta tanto o direito internacional como o direito interno.

Declaração Universal dos Direitos do Homem (1945)


Os direitos humanos visam salvaguardar a dignidade de todas as pessoas, em
todos os momentos e em todas as suas
dimensões. São normas jurídicas
adotadas por Estados no âmbito de
organizações internacionais.
A Declaração Universal dos
Direitos Humanos é um documento
marco na história dos direitos humanos.
Elaborada por representantes de
diferentes origens jurídicas e culturais
de todas as regiões do mundo, foi
proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em Paris, em 10 de dezembro
de 1948, como uma norma comum a ser alcançada por todos os povos e nações.
Esta Declaração estabelece, pela primeira vez, a proteção universal dos direitos
humanos, proclamando que:

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 Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em
direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com
os outros em espírito de fraternidade.
 Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades
proclamados na presente Declaração, sem distinção alguma,
nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de
opinião política ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de
nascimento ou de qualquer outra situação.
 Todo o indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
 Ninguém será mantido em escravatura ou em servidão; a escravatura e
o trato dos escravos, sob todas as formas, são proibidos.
 Ninguém será submetido a tortura nem a penas ou tratamentos cruéis,
desumanos ou degradantes.
 Todos os indivíduos têm direito ao reconhecimento em todos os lugares
da sua personalidade jurídica.
 Todos são iguais perante a lei e, sem distinção, têm direito a igual
proteção da lei. Todos têm direito a proteção igual contra qualquer
discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer
incitamento a tal discriminação.

Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de


Discriminação Racial (1965)
Na presente Convenção, a expressão «discriminação racial» visa qualquer
distinção, exclusão, restrição ou preferência fundada na raça, cor ascendência na
origem nacional ou étnica que tenha como objetivo ou como efeito destruir ou
comprometer o reconhecimento, o gozo ou o exercício, em condições de igualdade,
dos direitos do homem e das liberdades fundamentais nos domínios político,
económico, social e cultural ou em qualquer outro domínio da vida pública.
Os Estados Partes condenam a discriminação racial e obrigam-se a prosseguir,
por todos os meios apropriados, e sem demora, uma política tendente a eliminar todas
as formas de discriminação racial e a favorecer a harmonia entre todas as raças, e,
para este fim:
a) Os Estados Partes obrigam-se a não se entregarem a qualquer ato ou
prática de discriminação racial contra pessoas, grupos de pessoas ou

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instituições, e a proceder de modo que todas as autoridades públicas e
instituições públicas, nacionais e locais se conformem com esta obrigação;
b) Os Estados Partes obrigam-se a não encorajar, defender ou apoiar a
discriminação racial praticada por qualquer pessoa ou organização;
c) Os Estados Partes devem adotar medidas eficazes para rever as políticas
governamentais nacionais e locais e para modificar, revogar ou anular as leis e
disposições regulamentares que tenham como efeito criar a discriminação
racial ou perpetuá-la, se já existe;
d) Os Estados Partes devem, por todos os meios apropriados, incluindo, se as
circunstâncias o exigirem, medidas legislativas, proibir a discriminação racial
praticada por pessoas, grupos ou organizações e pôr-lhe termo;
e) Os Estados Partes obrigam-se a favorecer, se necessário, as organizações
e os movimentos integracionistas multirraciais, e outros para eliminar as
barreiras entre as raças, e a desencorajar o que tende a reforçar a divisão
racial.

Os Estados Partes adotarão, se as circunstâncias o exigirem, nos domínios


social, económico, cultural e outros, medidas especiais e concretas para assegurar
convenientemente o desenvolvimento ou a proteção de certos grupos raciais ou de
indivíduos pertencentes a esses grupos, a fim de lhes garantir, em condições de
igualdade, o pleno exercício dos direitos do homem e das liberdades fundamentais.

Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural (2001)

Adotada unanimemente pelos 185 Estados-parte em 2001, esta Declaração


constitui o ato inicial de uma nova ética da UNESCO para o séc. XXI.
A comunidade internacional passou a dispor, pela primeira vez, de um
instrumento abrangente para questões relacionadas com diversidade cultural e o
diálogo intercultural, garantes do desenvolvimento e da paz.
Segundo esta Declaração:

 Todas as pessoas devem assim ter a possibilidade de se exprimir e de


criar e divulgar o seu trabalho numa língua da sua escolha, e
particularmente na sua língua materna; todas as pessoas devem ter
direito a uma educação e a uma formação de qualidade, que respeitem
plenamente a sua identidade cultural

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 Todas as pessoas têm o direito de participar na vida cultural da sua
escolha e de realizar as suas próprias práticas culturais, sem prejuízo do
respeito pelos direitos humanos e liberdades fundamentais.
 Ao mesmo tempo que se garante o livre fluxo de ideias pela palavra e
pela imagem, deverá ter-se o cuidado de assegurar que todas as
culturas se possam exprimir e dar-se a conhecer.
 Face aos atuais desequilíbrios nos fluxos e intercâmbios de bens e
serviços culturais a nível mundial, é necessário reforçar a cooperação e
solidariedade internacionais para que todos os países, especialmente
países em vias de desenvolvimento e países em transição, possam
estabelecer indústrias culturais viáveis e competitivas a nível nacional e
internacional.

A UNESCO, em virtude do seu mandato e das suas funções,


tem as seguintes responsabilidades:
a) Promover a incorporação dos princípios enunciados na
presente Declaração nas estratégias de
desenvolvimento delineadas no seio dos vários
organismos intergovernamentais;
b) Servir como entidade de referência e fórum
onde os Estados, as organizações internacionais
governamentais e não-governamentais, a sociedade civil e o sector privado
possam juntar-se para a elaboração conjunta de conceitos, objetivos e políticas
em prol da diversidade cultural;
c) Prosseguir as suas atividades de definição normativa, sensibilização e
desenvolvimento de capacidades nas áreas relacionadas com a presente
Declaração que se inscrevam nas suas esferas de competência;
d) Facilitar a aplicação do Plano de Acão, cujas linhas principais constam em
anexo à presente Declaração.

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Conferência mundial contra o racismo, xenofobia, discriminação racial e
intolerância conexa (2001)

Esta conferência foi organizada pelo Alto Comissário para os Direitos Humanos
e centrava-se em propostas de ação e medidas concretas em matéria de luta contra o
racismo.
Os objetivos principais compreendiam: uma avaliação do combate contra a
discriminação racial e o seu futuro, o aumento da tomada de consciência do racismo e
das suas consequências, a formulação de recomendações às Nações Unidas (ONU)
no que respeita ao reforço da aplicação das suas ações, etc.

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