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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA

PEDAGOGIA

CARINA DA SILVA PEREIRA

MATRÍCULA: 20221313518

DECLARAÇÃO E PROGRAMA DE AÇÃO DA CONFERÊNCIA MUNDIAL


CONTRA O RACISMO, A DISCRIMINAÇÃO RACIAL, A XENOFOBIA E A
INTOLERÂNCIA CORRELATAS

Rio de Janeiro
2022
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DECLARAÇÃO E PROGRAMA DE AÇÃO DA CONFERÊNCIA MUNDIAL


CONTRA O RACISMO, A DISCRIMINAÇÃO RACIAL, A XENOFOBIA E A
INTOLERÂNCIA CORRELATAS

O documento escolhido para análise, foi a “Declaração e Programa de Ação


da Conferência Mundial Contra o Racismo, a Discriminação Racial, a xenofobia e a
Intolerância Correlatas”, realizado em Durban, na África do Sul, nas datas de 31 de
agosto a 8 de setembro de 2001, adotando diversos princípios e objetivos para o
combate do racismo e da discriminação racial.
Sendo abordado algumas declarações e resoluções ocorridas de 1978 a
1997, como exemplo: Declaração de Viena e Promoção de Ação de 1993, da
resolução 1997/74 de 18 de abril de 1997, das Conferências Mundiais de Combate
ao Racismo e à Discriminação Racial nos anos de 1978 e 1983.
Sendo citado que nas três últimas décadas tiveram uma grande preocupação
e esforço da comunidade internacional para o combate do racismo e da
discriminação racial. A Mobilização contra o Racismo, Discriminação Racial,
Xenofobia e Intolerância Correlata tem como intuito e compromisso eliminar todas as
formas de racismo e discriminação.
De acordo com a Declaração (2001), é reconhecido a necessidade urgente de
promover programas de ações práticas, sendo citado as vítimas africanas e
afrodescendentes, dos povos indígenas, migrantes, refugiados e outras vítimas,
assegurando a todos, desde crianças, adultos a idosos o combate ao racismo e ao
preconceito. Sendo observado ainda, questões de vítimas relacionados ao tráfico, da
extrema pobreza e violência sexual.
O documento possui a oportunidade única de considerar as contribuições dos
povos indígenas, citado no documento referências as “contribuições dos povos
indígenas para o desenvolvimento político, econômico, social, cultural e espiritual
das nossas sociedades em todo o mundo, assim como, os desafios enfrentados por
eles, incluindo o racismo e a discriminação racial”. (DECLARAÇÃO, 2002, p. 02).
Em observação ao conteúdo disposto na declaração, é reafirmando o,
“compromisso com os propósitos e princípios contidos na Carta das Nações Unidas
e na Declaração Universal dos Direitos Humanos” (DECLARAÇÃO, 2022, p 02).
Promovendo princípios de igualdade, do respeito aos direitos humanos, sem a
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distinção de raça, cor, sexo, opinião política ou quaisquer características de origem


social, nacional, entre outros status. Sendo citado que a cultura é um bem valioso,
devendo ser valorizado, desfrutado e aceita por todos, permitindo o enriquecimento
da sociedade.
Por fim:

Afirmando que racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância


correlata, quando equivalem a racismo e discriminação racial, constituem
graves violações de todos os direitos humanos e obstáculos ao pleno gozo
destes direitos, e negam a verdade patente Durban de que todos os seres
humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos, constituem um
obstáculo para relações amistosas e pacíficas entre povos e nações, e
figuram entre as causas básicas de muitos conflitos internos e
internacionais, incluindo conflitos armados e o consequente deslocamento
forçado das populações. (DECLARAÇÃO, 2002, p. 03).

Ao longo do documento, é citado o reconhecimento das ações nacionais e


internacionais para o combate ao racismo, discriminação racial, xenofobia e
intolerância correlata. Reafirmando o dever do Estado em proteger e promover os
direitos humanos e as liberdades fundamentais, através de princípios dos direitos
iguais e da autodeterminação dos povos.
O documento é extenso, contendo ao todo 71 páginas. Possuindo as
questões gerais, das origens, causas, formas e manifestações contemporâneas de
racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância correlata, das vítimas e
discriminação, medidas de prevenção, educação e proteção com vistas à
erradicação do racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância correlata em
níveis nacionais, regionais e internacionais, das estratégias para alcançar a
igualdade plena e efetiva, abrangendo a cooperação internacional e o fortalecimento
das Nações Unidas.
As Medidas legislativas, judiciais, normativas, administrativas e outras
medidas para prevenção estão diante da implementação e do fortalecimento de
legislações e medidas administrativas para proibir o racismo e a discriminação.
Tornando-se fundamental para promover a igualdade e oportunidade entre todos.
Cabe citar como dever do estado:

Insta os Estados a estabelecerem programas para a promoção de acesso,


sem discriminação, de grupos ou indivíduos que são vítimas de racismo,
discriminação racial, xenofobia e intolerância correlata, aos serviços de
saúde e a promoverem esforços para eliminarem as disparidades, inter alia,
nas taxas de mortalidade materno-infantil, nas vacinações de crianças,
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HIV/AIDS, doenças cardíacas, câncer e doenças contagiosas; 102. Insta os


Estados a promoverem a integração residencial de todos os membros da
sociedade na fase de planejamento de esquemas de desenvolvimento
urbano e outros assentamentos humanos, bem como renovando as áreas
negligenciadas de moradia pública com o intuito de se deter a
marginalização e a exclusão social. (DECLARAÇÃO, 2001, p. 45).

Evidencia-se ainda, ações voltadas ao emprego, saúde, meio ambiente, do


acesso à educação, de uma educação voltada em direitos humanos. Tornando-se
fundamental a realização de programas e políticas econômicas e sociais.
Numa visão mais abrangente, a conferência tratou de diversas questões
envolvendo o racismo, da discriminação racial, da xenofobia e de diversas formas
correlatas da intolerância, buscando promover os direitos humanos, em uma
sociedade justa e democrática.
Trabalhar no contexto escolar os direitos humanos, por meio da educação,
possibilita uma reflexão e ações em prol de uma construção de uma sociedade
democrática, que permite dispor aos cidadãos dos seus direitos humanos, além de
seus direitos como cidadão. E esse respeito “a construção da democracia exige
desenvolver uma cultura de direitos humanos, buscando a formação de pessoas
ativas e críticas, conscientes de seu papel social e atuantes eticamente e
politicamente”. (BRASÍLIA, 2004, p. 08). Nesse sentido, por meio do conhecimento é
possível levar a sala de aula informações sobre a importância da justiça social, da
ética, dos direitos e deveres para a construção de uma sociedade justa e humana,
livre de discriminação e do ódio.
O Plano Nacional de Direitos Humanos atua como instrumento de orientação,
citando que:

[…] c) a educação em direitos humanos, por seu caráter coletivo,


democrático e participativo, deve ocorrer em espaços marcados pelo
entendimento mútuo, respeito e responsabilidade; d) a educação em direitos
humanos deve estruturar-se na diversidade cultural e ambiental, garantindo
a cidadania, o acesso ao ensino, permanência e conclusão, a equidade
(étnico-racial, religiosa, cultural, territorial, físicoindividual, geracional, de
gênero, de orientação sexual, de opção política, de nacionalidade, dentre
outras) e a qualidade da educação; […] (BRASIL, 2006, p.32).

Assim, evidencia-se da importância de abordar tal temática. O racismo é


considerado como um sério problema histórico-cultural, que está presente nas
diversas sociedades, sendo um tema atual e preocupante. Uma proposta a ser
realizada no contexto educacional, é a realização de palestras, contendo imagens de
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documentários e filmes, que permite ao aluno uma reflexão do tema disposto.


Realizar roda de conversa propícia uma interação ativa do aluno, além da realização
da feira do conhecimento, possibilitando levar aos alunos, pais e comunidade em
geral, a cultura de diversas raças e etnias, promovendo um amplo conhecimento
cultural. Os resultados esperados com as atividades, permitirá levar ao público-alvo
diversos conhecimentos sobre os direitos humanos, da importância de respeitar o
próximo, das ações contra a discriminação racial, da xenofobia e de qualquer
intolerância correlata.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Orientações


Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Ciências humanas e suas
tecnologias. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2006.

BRASÍLIA. Módulo 3 Direitos Humanos. Programa de Desenvolvimento


Profissional Continuado. 2004. Disponível em
http://www.dhnet.org.br/dados/cursos/edh/br/mec/mec_etica/modulo3_direitos_huma
nos.pdf. Acesso em: 24 nov. 2022.

DECLARAÇÃO E PROGRAMA DE AÇÃO DA CONFERÊNCIA MUNDIAL


CONTRA O RACISMO, A DISCRIMINAÇÃO RACIAL, A XENOFOBIA E A
INTOLERÂNCIA CORRELATAS. 31 de agosto a 8 de setembro de 2001, Durban –
África do Sul. Disponível em
https://www.oas.org/dil/port/2001%20Declara%C3%A7%C3%A3o%20e%20Program
a%20de%20A%C3%A7%C3%A3o%20adotado%20pela%20Terceira%20Confer%C
3%AAncia%20Mundial%20contra%20o%20Racismo,%20Discrimina%C3%A7%C3%
A3o%20Racial,%20Xenofobia%20e%20Formas%20Conexas%20de%20Intoler%C3
%A2ncia.pdf. Acesso em: 24 de nov. 2022.

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