Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
MESSIAEN
Ritmo e tempo
■ Técnicas e modelos de formalização do seu discurso a nível rítmico:
– Ritmos indianos
– Métrica Grega
– Valores acrescentados
– Aumentação e diminuição de valores
– Ritmos não-retrogradáveis
– A polirritmia
2
OLIVIER MESSIAEN
Métrica Grega
3
Música da
Antiguidade Grega
■ Filho de Cécile Sauvage, poetisa e estudiosa
da rítmica grega, e tendo sido aluno, no
Conservatório de Paris, de Maurice Emmanuel
(1862-1938), especialista em métrica e modos
gregos, música folclórica e liturgia cristã,
impossível se faz que estes conteúdos não se
manifestem na sua obra... (GRIFFITHS, 2001:
491).
■ De entre as suas fontes musicológicas,
Messiaen destaca:
– os textos de Hephestion (séc. II) e
Aristoxenes de Tarente (séc. IV)
– o Traité de métrique grecque (1936) de
Willem John Wolff Koster e
– o ensaio Grèce (Art Gréco-Romain), da
Encyclopédie de la musique e o
Dictionnaire du conservatoire (1921) de
Maurice Emmanuel (HEALEY, 2013: 13-
26).
4
Música da Antiguidade Grega
■ Messiaen procurou estabelecer um paralelo entre
– a acentuação métrica clássica grega, formada pelo princípio simples da combinação
de durações longas e curtas,
– com diversos aspetos da acentuação do idioma francês contemporâneo,
– figurações rítmicas latinas,
– figurações rítmicas búlgaras (MESSIAEN, 1994: 61-62, 73-170),
– bem como a recitativos de obras tonais, sobretudo compostas por Mozart.
■ Estabeleceu relações entre figurações rítmicas literárias gregas e figurações rítmicas
musicais estabelecidas desde o advento da notação proporcional ocidental.
5
Música da Antiguidade
Grega
■ Sendo múltiplas de durações longas e curtas, e
decorrentes da flexibilidade orgânica da língua
falada, as métricas gregas trazem em si o germe
da irregularidade métrica.
■ São também associados à origem cultural grega os
PALÍNDROMOS literários e os números primos, que
carregam em si a “impossibilidade” de
retrogradação.
6
Palíndromos
■ PALÍNDROMO
■ palavra ou frase que mantém o mesmo sentido quando lida de trás para a frente
– ex palavras: ana, ama, ovo, arara, esse, reviver, ata, rir, radar, osso, asa
– ex frases: ame o poema; Óto come mocotó; a base do teto desaba; anotaram a
data da maratona; seco de raiva coloco no colo caviar e doces;
7
Palíndromo
8
9
Palíndromo
■ ou edifícios
10
Música da Antiguidade Grega
■ Tanto na rítmica grega quanto na indiana, Messiaen encontrou o que chamou de
“primeiros ritmos não retrogradáveis conhecidos” e considerou essa descoberta, uma
de suas “descobertas preferidas” (MESSIAEN, 1995: 7).
■ Encontra-se ligada às suas ideias norteadoras de “limitação” e “eternidade”, visto que
início e fim se confundem nos padrões não retrogradáveis.
■ A conceção dos valeurs ajoutées decorre tanto do contato com as acumulações
formativas dos ritmos indianos Déçi-Talas, como com as combinações de durações
longas e curtas da música grega
11
■ Mesmo que não possamos aceder a documentos escritos sobre o teoria e a prática
musical grega a fim de as estudar, a análise pode ser feita, de forma indireta,
através de documentos literários e em especial através da poesia.
12
■ A rítmica grega encontra-se imortalizada em numerosos textos como sejam:
■ A Métrica – ciência que explica as leis que regem os diferentes versos, e por consequência
os seus ritmos, tem vários representantes. Salientamos:
■ O fundamento da Métrica Grega é a distinção entre longa e breve sabendo que a longa vale
duas breves.
13
■ A longa representa o repouso, Thésis, por oposição à breve que representa o movimento,
Arsis.
■ Se chamarmos tempo à duração de pronunciação de uma sílaba breve, a longa vale, como
já referimos, 2 tempos.
14
■ De 2 tempos ■ De 5 tempos
■ Pariambe È È
■ Da 1ª espécie – constituídos por 2 longas e 1 breve.
■ Báquio È ¾ ¾
■ De 3 tempos ■ Amphimacre ¾ È ¾
■ Troqeu ¾ È ■ Antibáquio ¾ ¾ È
■ Jambico È ¾
■ Tribraque È È È
■ Da 2ª espécie – constituídos por 1 longa e 3 breves
■ Péon I, II, III, IV
■ De 4 tempos ■ Péon I ¾ È , È È (Troqeu + Pariambe)
■ Espondeu ¾ ¾ ■ Péon II È ¾ , È È (Jambico + Pariambe)
■ Dáctilo ¾ È È ■ Péon III È È , ¾ È (Pariambe + Troqeu)
■ Anapesto È È ¾ ■ Péon IV È È , È ¾ (Pariambe + Jambico)
■ Proceleumático È È È È
■ Amphibraque È ¾ È
15
■ Encontramos estes ritmos em, por exemplo:
16
■ De 6 tempos
■ Iónico maior ¾ ¾ ÈÈ
■ Iónico menor ÈÈ ¾ ¾
■ Molosse ¾ ¾ ¾
■ De 7 tempos
■ Raros são constituídos por 3 longas e 1 breve
■ Épitrite
– Épitrite I È ¾ ¾ ¾
– Épitrite II ¾ È ¾ ¾
– Épitrite III ¾ ¾ È ¾
– Épitrite IV ¾ ¾ ¾ È
17
■ Encontramos estes ritmos em:
■ "Glorificação da Eleita" Sagração da Primavera de Stravinsky:
– Épitrite III (¾ ¾ È ¾)
18
■ COMPOSTOS
■ Ditroqeu ¾ È, ¾ È (6 tempos – 3 + 3)
■ Dijambico È ¾,È ¾ (6 tempos – 3 + 3)
■ Coriambico ¾ È, È ¾ (6 tempos – 3 + 3)
■ Antipaste È ¾ , ¾ È (6 tempos – 3 + 3)
■ Dochmius È ¾ ,¾ Ⱦ (8 tempos – 3 + 5)
■ Diespondeu ¾ ¾ ¾ ¾ (8 tempos – 4 + 4)
■ Dáctilo-Épitrite ¾ ÈÈÈ,¾ ¾ ¾ (11 tempos - 4 +7)
19
■ Encontramos três géneros de pés métricos variados através
– da utilização de um elemento diferente – a substituição,
– ou pela modificação de uma longa por duas breves – a dissolução.
20
■ O conjunto de dois pés constitui uma mètre.
■ Consoante o tipo de pés métricos empregues na sua construção, obtemos versos cujas
métricas são simples, compostas ou combinadas.
■ Os versos de métrica simples são constituídos por um único ritmo ou pé sendo variados
pela utilização de substitutos ou através do uso do verso catalético, ou seja com o último pé
incompleto.
21
■ O conjunto de vários versos constitui uma estrofe.
■ A tríade composta por três estrofes constitui a forma mais usual de agrupar os versos
podendo apresentar três formas distintas:
– AAB, ABB, ABA, onde a primeira estrofe se designa por estrofe, a segunda por
antístrofe e a terceira por épode.
■ A métrica grega engloba muito mais informação que não vamos aqui expor pois estamos a
focar-nos na obra de um compositor em particular:
– Olivier Messiaen
22
Métrica Grega
curta longa
26