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PRÁTICA CORAL I

A pratica vocal em conjunto. Desempenho vocal: respiração, emissão, afinação, qualidade sonora,
interpretação e expressividade. Formação de grupos vocais. Estudo de repertorio coral a capella e/
ou com acompanhamento instrumental. Realização de obras corais do Canto Gregoriano a
Renascença, sacras e profanas, acompanhando o currículo de Historia da Musica para esse período.
Musica folclórica de variadas etnias.

1.CANTO GREGORIANO
Instituído na Igreja Católica como canto próprio da liturgia romana como uma versão sonora da
interpretação da Palavra (RAMPI,2015). Até o final do século IX prevalece a tradição oral, um canto
de memória transmitido através de gerações de monges cantores, com liberdade improvistória. Uma
profícua discussão é desenvolvida pelo musicólogo e diretor de coro Fulvio Rampi sobre as questões
históricas acerca do canto gragoriano, principalmente sobre sua ¨decadência¨ a partir da escrita
musical (site scuoladicantogregoriano.it).

Período Inicial
ano 313 - Melodias simples sobre as palavras dos salmos cantadas nas catacumbas
Sec.V a VII – O repertório latino se diversifica no texto e no modo de cantar segunso as áreas
geográficas: Roma, Galia, Espanha Visigota.
Ano 600 – O Papa Gregorio Magno inicia uma política de unificação da liturgia ocidental, resultando
num novo repertório denominado Canto gregoriano.
Sec. VII a IX – Segundo o musicólogo e maestro Fulvio Rampi, é o período considerado o apogeu do
canto gregoriano pela de intensa composição e liberdade improvisatória na interpretação. Os
compositores eram anonimos e o canto era de memória.
Ano 850 – Primeiras invenções de escritas musicais com a utilização de neumas.
Ano 1023 a 1050 – O monge Guido d´Arezzo (992 - 1050) estabelece uma escrita no tetragrama
com a definição intervalar das notas, dando os nomes de Ut – Re -Mi – Fa -Sol – La, extraídos do
texto do Hino a São João Batista. Com a notação musical, os registros melódicos agora se fixam no
tempo, perdendo o caráter improvisatório na interpretação e na invenção de novas melodias.

Características do Canto Gregoriano


1. Música vocal que se canta a cappella, sem acompanhamento instrumental.
2. Canto em uníssono, ou seja, canto monódico, cantado apenas por naipes
masculinos.Atualmente permite-se cantar também os naipes femininos, de forma alternada,
para uma maior fusão do timbre e na entonação.
3. O ritmo é livre, segundo o desenvolvimento do texto literário, sem marcação de esquemas
sobre o pulso ritmico.
4. Música essencialmente modal que se remetem a teoria dos afetos, onde as escalas melódicas
utilizadas suscitam uma variedade de sentimentos.
5. Melodia pode ser: silábica – uma nota para cada sílaba do texto; neumática – em cada s´laba
pode se catar 2 ou 3 notas; melismática – uma sílaba corresponde a várias notas, geralmente
cantadas com a vogal da sílaba.
6. O Texto é predominantemente em latim, com algumas partes em grego, como Kyrie Eleison,
Agios o Theos.
7. Escrito sobre o tetragrama com notas denominadas punctum quadratum ou virga. Os neumas
são notas agrupadas com intervalos determinados, existindo vários tipos segundo a
quantidade de notas agrupadas (neumas com 2 notas, 3 notas, etc).

Notação

Claves:

Clave de Do: Situa-se na quarta e/ou na terceira linha do tetragrama.

Clave de Fa: Situa-se na terceira e/ou na segunda linha do tetragrama.

Tetragrama

Sobre ele pequenas barras de compasso tem indicações diversas:


 um quarto da barra na parte superior do tetragrama indica onde se respira sem suspender o
canto ou frase melódica;
 metade da barra no meio do tetragrama indica respiração ao fim de uma semifrase musical;
 barra inteira atravessando o tetragrama indica uma pausa e o fim de uma frase musical;
 barra dupla inteira atravessando o tetragrama indica o fim do canto.

Leitura de alguns exemplos de neumas

O solfejo musical do neuma é sempre da nota (ponto quadrado) mais grave para a aguda, exceto
quando o ponto quadrado tem uma perna a esquerda (virga), cantando esta primeiro.
Pes – terça ascendente
Clivis – segunda descendente
Torculus – segunda ascendente seguida de segunda descendente (bordadura)
Porrectus – segunda (ou terça) descendente seguida de segunda (ou terça) ascendente
Climacus – três notas descendentes em intervalo de segunda

Repertório Coral

1. In nativitate S. Joannis Baptistae – em clave de Fá na terceira linha


Ouvir um exemplo no link https://www.youtube.com/watch?v=rDJH1WTs2-8

2. Agnus Dei XI – em clave de dó na quarta linha. Link: https://www.youtube.com/watch?


v=uQRLQxsj8Xc&ab_channel=GradualeProject

3. Kyrie (cunctipotens genitor Deus) – em clave de dó na quarta linha


Ouvir um exemplo no link: https://www.youtube.com/watch?
v=ddI2xZ2x2qs&ab_channel=GradualeProject

A 3 vozes: https://www.youtube.com/watch?v=BphlyIVXyWQ&ab_channel=Catu%C3%ADC%C3%B4rte-
RealSuarez

Referência Especial
RAMPI, Fúlvio – Apostila Il Canto Gregoriano, voce della Chiesa, utilizada no curso de Canto
Gregoriano de Cremona e Mantova (Itália) sobre o método de canto Schola Gregoriana
Mediolanensis.
RAMPI, Fúlvio .Alla scuola del canto gregoriano: studi in forma di manuale. Musidora editore, Parma,
2015.

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