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AULA 2

PROJETOS DE AUTOMAÇÃO

DOCENTE: WILLIAN CERQUEIRA DE SOUZA


INTRODUÇÃO
A área tecnológica visa a adequação do meio às necessidades
das pessoas, utilizando-se, para isso, de desenvolvimento, estudo e
criação de novas técnicas. Surgem problemas que devem ser
resolvidos da melhor maneira possível, mas para propor e até pensar
em uma solução, o profissional, primeiramente, tem de entender o
problema.
Buscaremos conhecer os conceitos básicos de automação e
em que se diferem da automatização. Veremos também as funções
da automação e suas principais aplicações. Tudo isso nos dará base
para identificarmos a melhor forma de automatizar cada tipo de
necessidade, em indústria mecânica, química, têxtil, processos de
fabricação, processos produtivos, processos logísticos, entre outras.
Você iniciará sua caminhada com alguns conceitos de automação
industrial, bem como seus tipos e aplicações.
Desde sempre o ser humano utiliza sua criatividade para
modificar o ambiente a sua volta, facilitar e melhorar sua
condição de vida.
A automação segue esse princípio e ainda o leva além.
Com o crescimento da sociedade moderna e o aumento da
competitividade de mercado, as pessoas têm de encontrar meios
alternativos de realizar suas tarefas diárias, razão pela qual se
pode dizer que a automação moderna tem como objetivo prover
o conforto para seus usuários.
Exemplos disso são as casas inteligentes, os sistemas de
irrigação automáticos e sistemas de segurança com
conectividade via internet, com o qual o usuário pode controlar
tudo de seu smartphone de onde estiver.
AUTOMAÇÃO X MECANIZAÇÃO:
AUTOMAÇÃO é um sistema de equipamentos eletrônicos e/ou
mecânicos que controlam seu próprio funcionamento, quase sem a
intervenção do homem.

AUTOMAÇÃO É DIFERENTE DE MECANIZAÇÃO!!!

A MECANIZAÇÃO ou AUTOMATIZAÇÃO consiste simplesmente


no uso de máquinas para realizar um trabalho, substituindo assim o
esforço físico do homem. Já a AUTOMAÇÃO possibilita fazer um
trabalho por meio de máquinas controladas automaticamente,
capazes de se regularem sozinhas.
A palavra AUTOMAÇÃO está
ligada ao controle automático de ações
a serem tomadas por um sistema,
mediante a determinadas situações
esperadas ou não no processo.

Vejamos o seguinte exemplo:


Ao caminharmos em direção a entrada
de um shopping, não existe a
necessidade de abrir a porta com o
auxilio das mão. Ao parar em frente a
mesma, ela abre de forma automática
sem a necessidade da nossa
intervenção.
Mas como isso funciona na prática?
De forma simplificada os sistemas de 1º - O processo reage a um
automação funcionam seguindo o estimulo externo;
diagrama abaixo:
2º - O controlador recebe o
sinal enviado pelo sensor;

3º - O controlador envia o
sinal de atuação para o
atuador;

4º - O processo se reinicia.
• SENSORES: são elementos que fornecem
informações sobre o sistema. Eles podem
indicar variáveis físicas, tais como presença,
pressão e temperatura.

• ATUADORES: São os dispositivos responsáveis


por realizar trabalho no processo ao qual foi
aplicada a automação. Podem ser elétricos,
pneumáticos, hidráulicos, magnéticos ou de
acionamento misto.

• O controlador é o computador central, é o


responsável por enviar os sinais enviados pelos
sensores e sua programação interna.
SISTEMA DE AUTOMAÇÃO DE PORTA
DE SHOPPING
1º - Sistema em stand-by;
2º - O sensor reage a aproximação de
uma pessoa;
3º - O controlador receber o sinal do
sensor;
4º - O controlador envia o comando de
atuação para o motor na porta;
5º - A porta se abre e em seguida se
fecha;
6º - O sistema entra em modo de espera.
• Em verde temos o elemento comparador, que compara um
sinal de referencia com o sinal recebido pelo sensor;
• Em caso de divergência, o controlador aciona o atuador, para
atuar no processo;
• O processo de repete até que o erro entre a referencia e o sinal
enviado pelos sensores esteja dentro de uma faixa
estabelecida pelo programa.
DESENVOLVIMENTO DA AUTOMAÇÃO:
Desde a antiguidade, o homem buscava meios de automatizar
sua tarefas.
Duas de suas grandes invenções são os moinhos de vento e as
rodas d’aguas.
Contudo a automação só ganhou destaque com o advento da
revolução industrial, a partir da segunda metade do século XVIII.
Devido a necessidade de aumentar a produção, ocorreram
diversas inovações tecnológicas, como por exemplo:
• Máquinas movidas a vapor, que eram capazes de produzir em
alta escala e com grande precisão;
• Invenção do regulador de esferas em 1769, por James Watt,
usado para controlar a velocidade das maquinas a vapor;
• Com a descoberta da energia elétrica a partir de 1870, foram
construídas as primeiras industrias de aço, química e as de
maquinas-ferramentas, causando grande progresso nas
industriais navais. Em meados do século XX, foram criados os
primeiros relés eletromecânicos, surgindo assim os primeiros
controladores lógico programáveis.
Em 1947 surgiu os transistores, tornando-se o principal componente
no lugar dos relés eletromecanicos nos computadores, pois possui
tamanhos extremamente menores, o que permite a criação de
circuitos integrados (C.I) e computadores portáteis.
Para atender as novas demandas e flexibilidades de produção, a
General Motors, criou um novo dispositivo capaz de ser programado
de maneira simples, de acordo com a necessidade de fazer algumas
variações nos modelos de carros, como mudanças de cor ou
detalhes no painel sem a necessidade de alterar o circuito interno
dos relés. Assim surgiu o primeiro CLP, desenvolvido pela empresa
Allen-Bradley, revolucionando toda a indústria posteriormente.
TIPOS DE AUTOMAÇÃO:
Visto que o mercado evolui de acordo com o tempo, a
automação também precisa se adequar. Uma vez que o
mercado deixa de ser caracterizado pela abundância de
produtos iguais e duradouros, não há a necessidade de
flexibilizar a automação existente nas maquinas de produção, ou
seja, a automação era fixa.
Apesar do grau de automação ser alto, qualquer alteração de
característica de produção demandava alto esforço para
reconfigurar a cadeia de produção.
Para isso a automação foi dividida em três tipos:
AUTOMAÇÃO FIXA
A automação rígida ou fixa é utilizada quando a produção é
intensa. Neste molde a linha de produção é composta por
máquinas de Comando Numérico (CN), denominadas de
estações de trabalho. Nas estações é realizado um conjunto de
operações. Quando estas são finalizadas, as peças passam para
a próxima estação até que o produto esteja pronto. Desse modo,
a produção possui uma linha fixa voltada para a concepção de
apenas um tipo de produto.
É caracterizada pela não flexibilidade de configuração do
equipamento e pela simplicidade das operações. Apresenta
investimentos iniciais elevados, elevadas taxas de produção e
impossibilidade geral de alterações nos produtos.
AUTOMAÇÃO PROGRAMÁVEL:
Neste caso, o equipamento é montado com capacidade de alterações
na produção, quando se pretende modificar o produto final, ou seja,
pode ser facilmente alterado o processo de produção.
A automação programável é parecida com a flexível, em certo nível,
porém é aplicada para um volume de produção baixo e diversificado. A
produção é realizada em pequenos lotes. Nessa forma de automação,
os equipamentos devem ser reprogramados a cada novo lote, o que
demanda elevado investimentos nos equipamentos.
O tempo total na produção de um lote se dá pelo tempo dedicado aos
ajustes iniciais e o tempo de produção do lote requerido.
AUTOMAÇÃO FLEXÍVEL:
A automação flexível é utilizada para volumes de produção moderados,
proveniente da interação otimizada da área da engenharia mecânica
com tecnologias de eletrônica embarcada e sistema de informação.
Nesta, a automação, aliada à flexibilidade, possibilita que se fabriquem
diversos produtos ao mesmo tempo, com utilização do mesmo sistema.
Ela apresenta:
• Elevados investimentos;
• Taxa de produção média;
• Flexibilidade de ajustes às variações nos tipos de produtos;
• Alta flexibilidade para ajustes dos programas a diferentes lotes sem
perder o tempo de produção.
Existem três tipos distintos de automação industrial, cada
qual com suas características. O profissional deve conseguir
caracterizar a necessidade do processo para poder determinar
qual tipo é o mais adequado ao problema enfrentado.
Veja estes exemplos:
Uma empresa automobilística quer ampliar sua produção de
carros populares criando mais uma linha de montagem automatizada
em sua fábrica principal.

Podemos perceber rapidamente que o volume de produção é


grande, razão pela qual determinamos que será um modo rígido de
automação, pois cada elemento deverá realizar apenas um tipo de
trabalho.
Uma empresa química regional, fabricante de desinfetantes para
clínicas veterinárias, desenvolve três tipos distintos do seu produto,
diferenciando apenas alguns componentes.

Logo percebemos que esta é uma empresa de produção média


que pode possuir uma linha de produção flexível, o que implica que os
três produtos podem ser fabricados juntos, apenas com pequenas
modificações na linha de produção.
Uma empresa que presta serviços de calibração de balanças de
precisão possui uma grande variedade de produtos para os quais presta
assistência.
Neste caso, você pode perceber que existe uma grande
variedade de produtos, porém, como é um serviço de grande
especialidade, o volume de produção é bem baixo. Assim, podemos
concluir que existe a necessidade de um tipo programável de
automação, pois a cada balança o equipamento tem de ser
reprogramado.
Um exemplo para uma linha de produção que não necessita de
automação é o empacotamento de feno para fardos de ração para
cavalos, pois, apesar de importante, não é uma produção que exija
grande precisão ou qualidade, razão pela qual podemos desenvolver
apenas um dispositivo de empacotamento automático, o que reduziria
os custos de projeto.
Uma pequena empresa fabricante de peças de reposição
para automóveis deseja automatizar uma de suas linhas de
produção para ampliar sua produtividade. Para isso, contratou
uma empresa de automação que enviou seu profissional ao
local. Durante uma breve reunião para discussão das
necessidades da linha de produção, ficou evidente que o
responsável não conseguia descrever como deveria ser
realizada a automação. Como profissional responsável pelo
problema, quais perguntas você faria ao encarregado da
produção, a fim de compreender as necessidades desse cliente?
Nesta situação, você deve se portar diante dos problemas, que
são dois: o seu e o do cliente.
Primeiro entendamos o seu problema: obter as informações
necessárias para a compreensão das necessidades do cliente.
Para resolvê-lo temos de pensar: sabemos que o cliente não tem
ideia de como resolver a questão da automação, então, cabe a
você direcioná-lo. Além disso, pelo que vimos até aqui, só vamos
saber qual tipo de automação será aplicada dessa forma:
- Qual é a primeira pergunta que você deve fazer para o
responsável de produção da empresa?
- O que é importante você saber para determinar o tipo de
automação que deverá ser empregado?
Uma vez resolvido seu problema, a solução para o cliente se
mostrará com a devida análise das informações.
Suponhamos que ele tenha lhe dado a seguinte resposta para
seus questionamentos: “A ideia desta linha de produção é
produzir cerca de cem unidades de lâmpadas diárias, isto para
três tipos de veículos diferentes, o que totaliza trezentas
lâmpadas nesta linha, considerando que são fabricadas
paralelamente”. Podemos determinar o tipo de automação a ser
usada com base nessa resposta.
Dessa forma, a resposta inclui determinar qual o tamanho da
produção da empresa, quantos tipos de produtos são fabricados
por eles e se estes são fabricados na mesma linha de produção
ou em linhas distintas.
Como será realizado apenas o sistema de automação em uma
linha, se esta for pequena e diversificada, aplicaremos uma
automação programável. Se for uma produção de um único
produto com alto volume, teremos uma automação fixa.

Sendo assim, a primeira questão seria: qual é o volume de


produção desta linha?
E a segunda questão seria: quantos tipos de produtos vocês
querem fabricar nessa mesma linha?
Com essas duas simples perguntas, poderemos determinar qual
tipo de automação melhor se emprega ao caso. Perceba que a
resposta do cliente sanou essas duas dúvidas, mostrando o
caminho correto para o tipo de automação que deve ser
empregado.
Observe a resposta do cliente, na qual estão contidas duas
informações relevantes:
• A primeira informação diz que essa linha de produção fabrica
trezentas lâmpadas de três tipos diferentes. Considerando essa
configuração, podemos dizer que se trata de uma linha pequena ou
de uma linha média de produção, pois, se fosse uma grande,
teríamos apenas um tipo de produto.
• A segunda diz respeito à forma como esses produtos são
fabricados. Essa linha do cliente fabrica três tipos de itens
paralelamente, ou seja, há três produtos ao mesmo tempo na linha
de produção.
Com essas duas informações, podemos dizer que o tipo de
automação que melhor se encaixa à situação proposta é a
automação flexível, por se tratar de uma linha com médio fluxo de
produção.
O mais importante aqui é o entendimento dos problemas (seu
e do cliente) e a análise das informações obtidas com os
questionamentos corretos.
Estes são os primeiros passos que você como projetista deve
dar.
Desenvolvam o seu pensamento critico!!!

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