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Introdução a Automação Industrial(Aula1)

Histórico e definição da automação


Da palavra Automation (1960), buscava enfatizar a participação do computador no
controle automático industrial.
Definição atual: “Qualquer sistema, apoiado em computadores, que substitui o trabalho
humano, em favor da segurança das pessoas, da qualidade dos produtos, rapidez da
produção ou da redução de custos, assim aperfeiçoando os complexos objetivos das
indústrias, dos serviços ou bem estar” (Moraes e Castrucci, 2007).

A Automação nas atividades humanas


Criada para facilitar a realização das mais diversas atividades humanas, a
automação pode ser observada:
Nas residências : nas lavadoras de roupas e de louças automáticas; nos microondas;
nos controles remotos de portões de garagem, etc.
Na rua: nos caixas de bancos automáticos; nos controladores de velocidades de
automóveis; nos trens do metrô; nos cartões de crédito, etc.
No trabalho: nos registradores de ponto automático; nos robôs industriais; no
recebimento de matéria-prima através de um sistema automático de transporte de carga;
na armazenagem do produto final num depósito automatizado; no controle de qualidade
através de sistemas de medição e aferição; no controle de temperatura ambiente ou de
uma coluna de fracionamento de petróleo; nos sistemas de combate à incêndios, etc.
No lazer: em máquinas automáticas de refrigerantes ; em esteiras automáticas de
academia; nos aparelhos de reprodução de vídeo ou DVD players; nos videogames, etc.

A Automação Industrial

Antes de iniciarmos nosso estudo dos controladores programáveis, precisamos


sedimentar alguns conceitos importantes. Um destes conceitos está relacionado com às
respostas para algumas perguntas :

O que é controle ?

Conforme o dicionário (Aurélio Buarque de Holanda Ferreira) podemos definir a


palavra controle como segue :
1 - Ato, efeito ou poder de controlar; domínio, governo.
2 - Fiscalização exercida sobre as atividades de pessoas, órgãos, departamentos, ou sobre
produtos, etc., para que tais atividades, ou produtos, não se desviem das normas
preestabelecidas.
O controle, vendo sob o ponto de vista tecnológico, tem um papel importantís-
simo no desenvolvimento de ações planejadas, modelando processos desde os mais
simples até os mais complexos.

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O que é automação industrial ?

Todas as vezes, relacionado a um processo, que introduzimos alguma nova técnica


de controle estamos falando de automação industrial. Na verdade a utilização destas
técnicas estará diretamente relacionada com o aumento de produtividade, qualidade,
flexibilidade e confiabilidade. Note que o termo automação descreverá um conceito
muito amplo, envolvendo um conjunto de técnicas de controle, das quais criamos um
sistema ativo, capaz de fornecer a melhor resposta em funções das informações que
recebe do processo em que está atuando. Dependendo das informações o sistema irá
calcular a melhor ação corretiva à ser executada. Neste ponto podemos verificar as
características relacionadas com os sistemas em malha fechada, também denominados
sistemas realimentados. A teoria clássica de controle define e modela, matematicamente,
estas características dando uma conotação científica e tecnológica a este assunto.

Características e conceitos da automação industrial

“A Automação é um conceito e um conjunto de técnicas por meio das quais se


constroem sistemas ativos capazes de atuar com eficiência ótima pelo uso de informações
recebidas do meio sobre o qual atuam.” Na Automação Industrial se reúnem três grandes
áreas da engenharia:
1 - A mecânica, através das máquinas que possibilitam transformar matérias primas
em produtos “acabados”.
2 - A engenharia elétrica que disponibiliza os motores, seus acionamentos e a
eletrônica indispensável para o controle e automação das malhas de produção;
3 - A informática que através das arquiteturas de bancos de dados e redes de
comunicação permitem disponibilizar as informações a todos os níveis de uma empresa.
Assim, a automação, tão presente nas atividades humanas, está presente também
nos processos industriais, com o mesmo objetivo básico, que é facilitar os processos
produtivos, permitindo produzir bens com:

• menor custo;
• maior quantidade;
• menor tempo; e
• maior qualidade.

Olhando por este aspecto, vemos que a automação está intimamente ligada aos
sistemas de qualidade, pois é ela que garante a manutenção de uma produção sempre com
as mesmas características e com alta produtividade, visando atender o cliente num menor
prazo, com preço competitivo e com um produto de qualidade.
Pensando no meio ambiente, observa-se também que a automação pode garantir o
cumprimento das novas normas ambientais, através de sistemas de controle de efluentes
(líquidos que sobram de um processo industrial), emissão de gases, possibilidade de uso de
materiais limpos, reciclagem, etc.
Portanto, a automação tem papel de muita importância na sobrevivência das
indústrias, pois garante a melhoria do processo produtivo e possibilita a competição nesse
mercado Globalizado, onde o concorrente mais próximo pode estar do outro lado do
mundo.

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Controlador Lógico Programável(C.L.P.)
Introdução

Antes do surgimento dos Controladores Lógicos Programáveis (CLP’s), as tarefas de


comando e controle de máquinas e processos industriais eram feitas por relés
eletromagnéticos, especialmente projetados para este fim. O controle baseado em relés
exigia modificações na fiação, no caso de alterações no processo automatizado, e em
muitos casos isso se tornava inviável, sendo mais barato substituir todo o painel por um
novo. O CLP revolucionou os comandos e controles industriais desde seu surgimento na
década de 70.

Histórico
O primeiro CLP surgiu na indústria automobilística americana até então um usuário
em potencial dos relés eletromagnéticos utilizados para controlar operações seqüenciadas
e repetitivas numa linha de montagem, especificamente na Hydromic Division da General
Motors, em 1968, devido a grande dificuldade existente para alterar-se a lógica de controle
de painéis de comando a cada mudança na linha de montagem. Estas mudanças
implicavam altos gastos de tempo e dinheiro. Sob a liderança do engenheiro Richard
Morley, foi preparada uma especificação que refletia os sentimentos de muitos usuários de
relés, não só da indústria automobilística como de toda a indústria manufatureira.

Os primeiros controladores surgiram baseados numa especificação resumida a seguir:

• Facilidade de programação;
• Facilidade de manutenção com conceito plug-in;
• Alta confiabilidade;
• Dimensões menores que painéis de Relês, para redução de custos;
• Envio de dados para processamento centralizado;
• Preço competitivo;
• Expansão em módulos; e
• Mínimo de 4000 palavras na memória.

A grande vantagem dos controladores programáveis era a possibilidade de


reprogramação, permitindo transferir as modificações de hardware em modificações de
software. Nascia, assim, a indústria de controladores programáveis, hoje com um mercado
mundial estimado em 4 bilhões de dólares anuais, e que no Brasil é estimado em 50
milhões de dólares anuais (dados de 2005).
Com o sucesso do uso dos CLPs na indústria, a demanda por novas funções e maior
capacidade aumentou consideravelmente.

Características e vantagens
Basicamente, um Controlador Lógico Programável apresenta as seguintes
características:

• hardware e/ou dispositivo de controle de fácil e rápida programação ou


reprogramação, com a mínima interrupção da produção;
• capacidade de operação em ambiente industrial;
• sinalizadores de estado e módulos tipo plug-in de fácil manutenção e substituição;
• hardware ocupando espaço reduzido e apresentando baixo consumo de energia;
• possibilidade de monitoração do estado e operação do processo ou sistema, através
da comunicação com computadores;

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• compatibilidade com diferentes tipos de sinais de entrada e saída;
• capacidade de alimentar, de forma contínua ou chaveada, cargas que consomem
correntes de até 2 A;
• hardware de controle que permite a expansão dos diversos tipos de módulos, de
acordo com a necessidade;
• custo de compra e instalação competitivo em relação aos sistemas de controle
convencionais;
• possibilidade de expansão da capacidade de memória;
• conexão com outros CLP’s através de rede de comunicação.
Definição segundo a ABNT O CLP é um equipamento eletrônico digital com hardware e
software compatíveis com aplicações industriais.

Definição segundo a Nema (National Electrical Manufactures Association)Aparelho


eletrônico digital que utiliza uma memória programável para armazenamento interno
de instruções para implementações específicas, como lógica, seqüenciamento,
temporização, contagem e aritmética, para controlar, através de módulos de entradas e
saídas, vários tipos de máquinas ou processos.

Um CLP é um equipamento eletrônico digital que tem por objetivo implementar


funções específicas de controle e monitoração sobre variáveis de uma máquina ou
processo.
De forma geral, os controladores lógicos programáveis (CLPs) são
equipamentos
eletrônicos de última geração, utilizados em sistemas de automação flexível. Estes
permitem desenvolver e alterar facilmente a lógica para acionamento das saídas em
função das entradas. Desta forma, pode-se utilizar inúmeros pontos de entrada de
sinal para controlar pontos de saída de sinal (cargas).

As vantagens da utilização dos CLP's, comparados aos outros dispositivos de controle


industrial, são:
• menor espaço ocupado;
• menor Potência elétrica requerida;
• reutilização;
• programável:
• maior confiabilidade;
• fácil manutenção;
• maior flexibilidade;
• permite interface através de rede de comunicação com outros CLP’s e
microcomputadores;
• projeto mais rápido.

Todos estes aspectos mostram a evolução da tecnologia, tanto de hardware


quanto de software, o que permite acesso a um maior número de pessoas nos projetos
de aplicação de controladores programáveis e na sua programação. Porém, conforme
Georgini (2000): “Constantes atualizações dos produtos agregam valores e reduzem o
custo das soluções baseadas em PLCs, o que exige do profissional uma atualização
contínua por intermédio de contato com fabricantes e fornecedores, sendo a internet
uma ótima opção.”

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Constituição de um CLP

Um CLP é constituído por módulos de entrada e de saída (hardware) onde as


funções disponíveis podem ser programadas em uma memória interna (software), através
de uma linguagem de programação que possui um padrão internacional chamado IEC
1131-3, uma fonte de alimentação e uma CPU (Unidade Central de Processamento). Cada
unidade que compõe um CLP é responsável pelo seu funcionamento.

FONTE
DE
ALIMENTAÇÃO

As configurações oferecidas pelos diversos fabricantes de CLPs podem ser divididas


em duas formas básicas:
a) Compacta – onde a CPU e todos os módulos de entrada e saída (E/S) estão no
mesmo rack. Um CLP deste tipo pode atender cerca de 80% das aplicações de
automação mais comuns.

b) Modular – onde a CPU e cada um dos módulos de E/S se encontram separados e são
montados de acordo com a configuração exigida.

Estrutura de Programação
O princípio de funcionamento de um CLP é semelhante ao de todo sistema
microprocessado, baseando-se em três passos, com a partida, o CLP executa as seguintes
tarefas:

1ª.) Transfere os sinais existentes na interface de entrada para a memória de dados


(RAM).

2ª.) Inicia a varredura do software aplicativo armazenando-o na memória de dados.


Dentro deste ciclo, executará todas as operações que estavam programadas no sofware
aplicativo, como intertravamentos, habilitação de temporizadores/contadores,
armazenagem de dados processados na memória de dados, etc...

3ª.) Concluída a varredura do software aplicativo, o CLP transfere os dados processados


(resultados das operações lógicas) para a interface de saída.
Paralelamente, novos dados provenientes da interface de entrada irão alimentar a
memória de dados.

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