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Os computadores e os Sistemas

de Informação
Geórgia Maria Ferro Benetti e Simone Fernandes Gonçalves Siqueira

Introdução
Agora você já tem a ideia básica do que é um computador, não é mesmo? Neste tema, aprofundaremos um pouco
mais esse aprendizado, identificando os principais tipos de microcomputador e suas diferentes tecnologias.
Você também conhecerá conceitos básicos de informática e entenderá o que são sistemas, identificando o papel
deles nas atividades do cotidiano. Compreenderá ainda o que são Sistemas de Informação e conhecerá seus
componentes básicos. Vamos lá?

Tipos de computadores
Podemos encontrar no mercado vários tipos de computadores e, apesar de suas diferenças, todos têm a mesma
função, como, de acordo com Tanenbaum (2007), guardar dados/informações, manipulá-los e depois transmiti-
los. Por isso, é importante saber que equipamento será conveniente e adequado para as suas necessidades de
volume, velocidade de processamento e armazenamento de dados.

EXEMPLO
Os requisitos de hardware de um computador dependem do sistema operacional e dos
aplicativos que serão executados. Para escolher, o equipamento deve atender o que exigir mais
recursos, assim os outros serão executados com folga de processamento. Para o Windows® 8,
por exemplo, os requisitos mínimos são: processador: 1 GHz ou clock superior; RAM: 1 GB (em
32 bits) ou 2 GB (em 64 bits); placa gráfica - dispositivo gráfico Microsoft® DirectX 9 (PAIXÃO,
2014).

É importante notar que a evolução das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) ao longo das últimas
décadas nos disponibilizou variados recursos computacionais e tipos de computadores. Alguns deles são:
• Mainframe: computadores de grande porte que predominavam em 1960. Devido ao seu alto custo,
eram utilizados prioritariamente para processar dados, que eram transformados em informações e
disponibilizados em listas. Veja um exemplo na figura a seguir:

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Figura 1 - Mainframe.
Fonte: Everett Historical. Shutterstock, 2019.

• Computador pessoal (PC), laptop ou notebooks: tecnologia para realização de atividades individuais ou
em grupos pequenos. Geralmente, são compostos por memória, disco rígido, driver de CD-ROM, DVD,
placa de som, interface de rede, monitor de alta resolução e outros periféricos.
• Supercomputadores: computadores sofisticados, voltados às tarefas que necessitam de cálculos
complexos e extremamente rápidos, como análise de estruturas de engenharia, experimentos científicos e
trabalhos militares.
Ainda existem muitas dúvidas sobre a classificação dos tipos de computadores. Segundo os autores Marietto,
Minami e Westera (2013), um computador pode ser classificado por:
• capacidade de processamento (lembre-se de que isso é muito importante);
• velocidade com que processa as informações e o volume de transações;
• capacidade de armazenar as informações;
• sofisticação do software disponível;
• compatibilidade e tamanho da memória;
• tipo de Unidade Central de Processamento, outro aspecto fundamental.
Veja, a seguir, a classificação dos computadores, conforme Kozak (2002):

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Figura 2 - Gerações de computadores.
Fonte: Fonte: Adaptado de Kozak (2002).

Computadores analógicos x digitais


Primeiramente, precisamos entender que o computador é um equipamento que processa, armazena, calcula e
trata as informações. Ele é capaz de processar dados (informações) e devolvê-los ao usuário de forma clara,
objetiva, rápida e, principalmente, útil.

Considerando essa definição, percebemos que um computador não precisa ser, necessariamente, digital.

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Considerando essa definição, percebemos que um computador não precisa ser, necessariamente, digital.
Marietto, Minami e Westera (2013) apontam que o primeiro instrumento computacional a surgir foi o ábaco,
utilizado desde 2000 a.C.

SAIBA MAIS
Para conhecer em detalhes a história dos computadores, leia o artigo “Guia: A História da
Informática”, disponível em: <http://www.hardware.com.br/guias/historia-informatica/>.

Várias gerações de computadores analógicos se sucederam até que esses equipamentos se tornassem
informatizados, ou seja, capazes de tratar as informações automaticamente, recebendo, processando e emitindo
dados por meio de dispositivos eletrônicos e sistemas computacionais (MARIETTO; MINAMI; WESTERA, 2013).
A tecnologia continuou a avançar até o desenvolvimento de máquinas com tecnologias digitais, capazes de
transpor diferentes dados para código binário.

Figura 3 - Código binário.


Fonte: Laborant. Shutterstock, 2019.

A informática avançou muito em pouco tempo, trazendo uma das principais invenções deste século: o
microprocessador, que possibilitou a criação de sistemas compactos, poderosos e simples de usar.

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Sistemas de computação
Até o início da década de 1990, a informação era transmitida por poucas mídias, como televisão, rádio e
publicações impressas. A velocidade de coleta, processamento e disseminação das informações também era
menor do que a rapidez que experimentamos atualmente.
Além disso, a produção da informação estava concentrada em determinadas pessoas e empresas. A esmagadora
maioria da sociedade, que não fazia parte desse grupo, experimentava somente o papel de receptor de
mensagens.
Nessa época, o processamento eletrônico de informação por meio de sistemas informatizados estava
concentrado no âmbito de trabalho interno das empresas e em organizações específicas, como o Exército e as
universidades.
Surgiria, então, a internet, que teve seu alcance ampliado pela evolução dos dispositivos móveis e pessoais de
comunicação. Tudo isso causaria mudanças radicais na sociedade. Hoje, praticamente todos nós podemos ser
produtores e disseminadores de informações e de conhecimento, de forma ampla e imediata (sem latência de
tempo entre coleta, processamento e divulgação). Para isso, basta termos acesso à internet e um dispositivo de
comunicação (computador, smartphone, notebook, tablet etc.). Dessa forma, em poucos segundos, podemos
divulgar ou compartilhar dados, informações e conhecimento. Você já fez isso?
Entretanto, tanto antigamente quanto nos dias de hoje, é preciso organizar as informações e as relações entre os
produtores e os receptores de informação. Para atender a essa necessidade, temos a ciência dos Sistemas de
Informação (SI).

Sistemas
Antes de entrarmos diretamente no conceito de Sistemas de Informação, vamos entender o que é sistema. A
Teoria Geral dos Sistemas (TGS) foi proposta em meados de 1950 pelo biólogo Ludwig von Bertalanffy
(REZENDE, 2008). Segundo essa teoria, o desenvolvimento do conhecimento humano requer contínua
especialização, mas também revela a necessidade de relacionar as partes ao todo, além de sintetizar diferentes
níveis de complexidade.
A TGS define características e leis (regras) que são aplicadas independentemente da área em questão
(administração, informática, economia, biologia etc.).
• Características de sistemas
Os sistemas têm as seguintes características:
· elementos;
· relações entre os elementos;
· objetivo comum;
· meio ambiente.

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FIQUE ATENTO
Embora o meio ambiente seja um elemento do sistema, não pode ser controlado, por ser um
aspecto independente.

Sistemas podem ser compostos de subsistemas. Sistemas menores podem interagir entre si para formar um
sistema maior ou principal.

Sistemas de Informação
A expressão Tecnologia da Informação (TI) surgiu na década de 1980, substituindo as expressões informática
e processamento de dados, usadas até então. Segundo Keen (1993), o termo Tecnologia da Informação
compreende conceitos em contínua transformação no que diz respeito a computadores, telecomunicações,
ferramentas de acesso e recursos de informação multimídia, já que esses equipamentos evoluem em velocidade
acelerada nos dias atuais.

FIQUE ATENTO
A diferença entre Tecnologia da Informação e Sistemas de Informação é que a TI se refere aos
aspectos técnicos, e os SI dizem respeito ao fluxo de trabalho, às pessoas e às informações
envolvidas.

O termo Tecnologia da Informação, portanto, serve para designar o conjunto de recursos tecnológicos e
computacionais para geração e uso da informação (ALTER, 1992).

Um Sistema de Informação (SI) é um conjunto de componentes interrelacionados que serve para


coletar, recuperar, processar, armazenar e distribuir informações. Sua finalidade é facilitar o
planejamento, o controle, a coordenação, a análise e a tomada de decisões nas organizações (em
particular nas empresas). (LAUDON; LAUDON, 2007, p. 4).

Assim, é importante ressaltar que Sistemas de Informação não precisam, necessariamente, ser informatizados ou
utilizar equipamentos e recursos de Tecnologia da Informação. Um SI pode ser totalmente manual.
A declaração de Imposto de Renda, por exemplo, é um Sistema de Informação, ainda que fosse realizada no
Brasil por meio de formulário escrito até meados da década de 1980. Nessa época, as pessoas precisavam
preencher manualmente ou datilografar os formulários da Receita Federal e enviá-los pelos Correios, ou entregá-
los pessoalmente nas unidades da Receita Federal.
Assim, um Sistema de Informação, manual ou informatizado, é composto por três partes básicas:
• entrada de dados brutos;

• processamento desses dados;

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• processamento desses dados;
• saída de informações requisitadas pelos usuários e pela organização.
Podemos ainda acrescentar ao sistema um mecanismo de feedback (realimentação), pelo qual as saídas
influenciam as novas entradas. Observe, na figura a seguir, um exemplo de fluxo em um sistema.

Figura 4 - Fluxo dentro de um sistema.


Fonte: Elaborada pela autora.

Percebe-se que um Sistema de Informação abrange dimensões humanas, tecnológicas e organizacionais


(LAUDON; LAUDON, 2007). A dimensão humana dos SI compreende questões como treinamento, atitudes
profissionais e comportamento da administração diante dos sistemas. A dimensão organizacional está ligada à
hierarquia da organização, às especializações funcionais, aos processos e cultura organizacional. Já a dimensão
tecnológica, refere-se ao hardware (equipamentos de TI) e ao software (programas de computador).

Fechamento
Nesse tema, você conheceu diferentes tipos de computadores, relembrou os conceitos de computador e
compreendeu a diferença entre computadores analógicos e digitais. Também estudou a computação na
perspectiva dos sistemas, tornando-se capaz de compreender o que constitui um sistema e o que são os Sistemas
de Informação.
Esses conhecimentos são fundamentais para a compreensão da informática contemporânea e de como as
possibilidades oferecidas por ela podem ser úteis no seu exercício profissional.

Referências
ALTER, S. Information Systems: a management perspective. Massachusetts: Addison-Wesley Publishing Co,
1992.
KEEN, P. G. W. Information, technology and the management theory: the fusion map. IBM Systems Journal, v.
32, n. 1, p. 17-38, 1993.
LAUDON, K.; LAUDON, J. Sistemas de Informações Gerenciais. São Paulo: Pearson Prentice-Hall, 2007.

MEIRELLES, Adriano hardware. Guia: a história da informática. Hardware, 1 out. 2007. Disponível em:

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MEIRELLES, Adriano hardware. Guia: a história da informática. Hardware, 1 out. 2007. Disponível em:
<https://www.hardware.com.br/guias/historia-informatica>. Acesso em: 12 jan. 2019.
MARIETTO, M. G; MINAMI, M; WESTERA, W. Bases computacionais da ciência. Santo André: Universidade
Federal do ABC, 2013. Disponível em: <http://www.lcs.poli.usp.br/~marcio/Papers
/Livro_BasesComputacionais.pdf>. Acesso em: 12 dez. 2016.
PAIXÃO, Renato Rodrigues. Arquitetura de computadores. São Paulo: Érica, 2014.
REZENDE, D. A. Planejamento de Sistemas de Informação e Informática. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

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