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Caderno de

Gestão Pedagógica
FASCÍCULO 08:
A construção da identidade de bebês e crianças:
o papel da gestão de Educação Infantil para a
garantia do direito de conhecer-se
Governador
Camilo Sobreira de Santana
Vice-Governadora
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho
Presidenta do Comitê Consultivo Intersetorial das Políticas de Desenvolvimento
Infantil
Onélia Maria Moreira Leite de Santana
Secretária da Educação
Eliana Nunes Estrela
Secretário Executivo de Cooperação com os Municípios
Márcio Pereira de Brito
Coordenadora Coordenadoria de Educação e Promoção Social
Aparecida Prado
Articuladora da Coordenadoria de Educação e Promoção Social
Antonia Araújo de Sousa
Assessora Técnica Coordenadoria de Educação e Promoção Social
Sandra Maria Silva Leite
Orientadora da Célula de Apoio e Desenvolvimento da Educação Infantil
Aline Matos de Amorim
Equipe do Eixo de Currículo e Formação
Francisca Aline Teixeira da Silva Barbosa
Ellen Damares Felipe de Queiroz
Genivaldo Macário de Castro
Santana Vilma Rodrigues
Wandelcy Peres Pinto
Equipe do Eixo de Gestão da Educação Infantil
Maria Katiane Furtado Liberato
Iêda Maria Maia Pires
Rosiane Ferreira da Costa Rebouças
Temis Jeanne Filizola Brandão dos Santos
Apoio Logístico CADIN
Mirtes Moreira da Costa
Organizadoras
Aline Matos de Amorim
Maria Katiane Furtado Liberato
Wandelcy Peres Pinto
Autores
Francisca Aline Teixeira da Silva Barbosa
Genivaldo Macário de Castro
Iêda Maria Maia Pires
Maria Katiane Furtado Liberato
Temis Jeanne Filizola Brandão dos Santos
Wandelcy Peres Pinto
Design Gráfico
Daniel Dias
Sumário
1. Carta à equipe gestora....................................................................................................................4
2. Apresentação......................................................................................................................................6
3. Bases Legais........................................................................................................................................8
4. Introdução...........................................................................................................................................12
5. A construção da identidade de bebês e crianças:
o papel da gestão de Educação Infantil para a garantia
do direito de conhecer-se....................................................................................................................13
Liderança organizacional........................................................................................................13
Liderança organizacional:
o direito de conhecer-se e a construção
da identidade de bebês e crianças. .....................................................................................14
Gestão participativa.................................................................................................................17
Gestão Participativa e o direito de conhecer-se..............................................................17
Formação de profissionais
para a Educação Infantil.........................................................................................................20
Formação de profissionais da
Educação Infantil e a construção
da identidade de bebês e crianças.......................................................................................21
Desenvolvimento de inter-relações pessoais.....................................................................24
Desenvolvimento de inter-relações pessoais
e a construção da identidade de bebês e crianças..........................................................24
Engajamento da comunidade escolar..................................................................................27
Engajamento da comunidade
escolar e o direito de conhecer-se ......................................................................................27
6. Prepar(ação)! .....................................................................................................................................30
Leitura...........................................................................................................................................30
Livros: ..........................................................................................................................................32
Videos:..........................................................................................................................................33
7. “São Luiz Itinerante:
o Cineteatro vai à escola” ..................................................................................................................34
Participação................................................................................................................................34
8. Referências..........................................................................................................................................36
1
Carta à equipe gestora
Caríssimas(os) Gestoras(es),
É com grande satisfação e muito empenho que apresentamos o Caderno
de Gestão Pedagógica da Educação Infantil, um material a ser utilizado por
gestoras(es) das escolas de Educação Infantil com o objetivo de contribuir para
o acompanhamento das ações do trabalho pedagógico dos profissionais da
Educação Infantil, embasado em conhecimentos científicos e específicos para
essa etapa da educação, bem como para a liderança, dentro dessas unidades
escolares, por meio de debates acerca de temas pertinentes ao desenvolvi-
mento integral de bebês e crianças, fortalecendo, assim, as atividades desem-
penhadas por todo o grupo gestor.

4 I Caderno de Gestão Pedagógica


A partir da percepção de que as(os) gestoras(es) desempenham papel de
referência para suas equipes e comunidades escolares, este Caderno certa-
mente servirá como um norte para apoiar e orientar ações deste grupo, no
âmbito da Educação Infantil. Tendo em vista a sua elaboração à luz da Base
Nacional Comum Curricular (BNCC), do Documento Curricular Referencial do
Ceará (DCRC) para a Educação Infantil e também dos demais documentos que
referenciam a Educação Infantil com qualidade, os seus fascículos foram ela-
borados pela equipe de Gestão da Célula de Apoio e Desenvolvimento da Edu-
cação Infantil (CADIN), no âmbito da Coordenadoria de Educação e Promoção
Social (COEPS), buscando suscitar e promover reflexões sobre temáticas que
proporcionam discussões positivas na melhoria gradativa das condições hu-
manas e materiais das crianças e das(os) profissionais que vivenciam o coti-
diano das práticas de educação e de cuidados, tendo em vista o fortalecimento
da Educação Infantil em sua função sociopolítica e pedagógica.
Ensejamos que este material, construído coletivamente a partir de pon-
derações críticas, possa ser útil e colaborar com todas(os) as(os) profissionais
que trabalham em Instituições de Educação Infantil, em especial, para as(os)
gestoras(es), com o propósito de que possam se unir na promoção de uma
educação equânime e de qualidade para as crianças cearenses de maneira
comprometida e orientada.
Equipe CADIN.

A construção da identidade de bebês e crianças:


o papel da gestão de Educação Infantil para a garantia do direito de conhecer-se I 5
2
Apresentação
O Caderno de Gestão Pedagógica da Educação Infantil, conforme ex-
plicitado na Carta à Equipe Gestora, pretende subsidiar o trabalho da gestão
escolar por meio de discussões reflexivas, com informações científicas, pontu-
ais e específicas para a Educação Infantil.
O Caderno de Gestão Pedagógica da Educação Infantil está organizado
em fascículos, cada um com temática específica, de acordo com as necessida-
des próprias do grupo gestor, publicados mensalmente e com seções fixas, que
se adaptam conforme o assunto delimitado. As temáticas a serem trabalhadas
neste Caderno versarão sobre variados aspectos relacionados à gestão peda-
gógica, abrangendo discussões quanto, por exemplo, à relação família-escola,
à educação especial e inclusão das diversidades, ao planejamento e à elabora-
ção de documentos internos, buscando sempre assuntos pertinentes e atuais
referentes à Educação Infantil.

6 I Caderno de Gestão Pedagógica


Cada fascículo, além das seções introdutórias (capa, sumário, carta à
equipe gestora e apresentação), contará ainda com uma seção dedicada à
exposição da legislação específica para a Educação Infantil, que alicerça os
debates apresentados.
A temática elencada em cada fascículo será esmiuçada de acordo com cin-
co eixos de Gestão Pedagógica, a saber: Liderança organizacional; Gestão par-
ticipativa; Formação de profissionais da Educação Infantil; Desenvolvimento e
inter-relações pessoais e Engajamento da comunidade escolar. Cada um desses
eixos é apresentado de maneira concisa e, a seguir, é exposto a temática propos-
ta relaciona-se a eles. Para elaboração e definição dos eixos, o Caderno de Boas
Práticas dos Diretores de Escolas de Minas Gerais, elaborado pela Secretaria
de Educação do Estado em 2010, foi utilizado como ponto de partida, embora
adaptações tenham sido necessárias para a adequação à realidade cearense.
Na última seção do Caderno de Gestão Pedagógica da Educação Infan-
til, denominada Prepar(Ação), são apresentadas dicas de filmes, leituras, pes-
quisas e sites que podem contribuir com o aprofundamento e implementação
de cada temática a ser abordada dentro das unidades escolares.
Esse material foi elaborado com expectativas bastante positivas de que
possa continuar ajudando gestoras(es) a planejarem, executarem, avaliarem
e reavaliarem coletivamente suas ações pedagógicas, fomentando discus-
sões profícuas sobre cada temática abordada. Sempre na perspectiva atu-
alizada com saberes qualitativos para a educação e cuidados para bebês e
crianças cearenses.
Equipe CADIN.

A construção da identidade de bebês e crianças:


o papel da gestão de Educação Infantil para a garantia do direito de conhecer-se I 7
3
Bases Legais

Este espaço traz uma visão da fundamentação legal que garantiu a entra-
da da Educação Infantil, como primeira etapa da Educação Básica. Apresenta
também a Base Nacional Comum Curricular (BNCC, 2017), que assegurou uma
proposta curricular nacional para a Educação Básica. Nesse sentido, outros
documentos são apresentados com o objetivo de apoiar e fortalecer o trabalho
das(os) gestoras(es) na instituição escolar e de assegurar às(aos) bebês e às
crianças vivenciarem uma Educação Infantil de qualidade.
Com a promulgação da Constituição Federal em 1988, significativas
mudanças ocorreram em na legislação nacional, referentes à Educação Infan-
til, e uma delas foi o estabelecimento do acesso dos bebês e das crianças, às
creches e pré-escolas como um dever do Estado e direito de todas as crianças
brasileiras. Até então, a Educação Infantil não era considerada uma etapa
da Educação Básica e, por isso, uma grande parcela da população de bebês e
crianças não tinha acesso à escola.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDBEN, nº 9.393/1996
(art. 2º), regulamentou esse ordenamento, introduziu uma série de inovações
em relação à Educação Básica e estabeleceu, pela primeira vez na história da
educação brasileira, que a Educação Infantil é a primeira etapa da Educação
Básica, integrando creche e pré-escola.
O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI)
de 1998, trouxe um material para auxiliar gestoras(es) e professoras(es), na
organização e realização do trabalho educativo, junto às crianças pequenas,
no cotidiano escolar. O RCNEI apontou metas de qualidade que contribuiu
para que as crianças tivessem um desenvolvimento integral, que fossem ca-
pazes de crescer como cidadãos e que tivessem direitos de viver sua infância.

8 I Caderno de Gestão Pedagógica


As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI), de
2009, têm caráter mandatório e trazem orientações para que os estados e os
municípios formulem suas políticas de Educação Infantil, tais como a forma-
ção de professores e dos demais profissionais da Educação Infantil.
Outro importante documento, é a Base Nacional Comum Curricular
(BNCC), que foi homologada em 2017. É um documento normativo, de refe-
rência Nacional, que define conhecimentos essenciais, que as crianças e os
estudantes da Educação Infantil e do Ensino Fundamental têm o direito de
aprender. A BNCC tem por finalidade, orientar os sistemas de ensino na ela-
boração de suas propostas curriculares e traz como fundamento o direito à
aprendizagem e ao desenvolvimento integral dos bebês, das crianças, dos ado-
lescentes e dos jovens. Além disso, estabelece uma nova organização curricu-
lar por Campos de Experiências no âmbito da Educação Infantil.

A construção da identidade de bebês e crianças:


o papel da gestão de Educação Infantil para a garantia do direito de conhecer-se I 9
O Documento Curricular Referencial do Ceará (DCRC) é um marco im-
portante para a educação cearense, pois trata-se de documento construído a
partir da BNCC, com caráter normativo, homologado em dezembro de 2018, pelo
Conselho Estadual de Educação e publicado em 2019. Sua finalidade é orientar
os sistemas de ensino na elaboração de suas Propostas Pedagógicas e currículos,
configurando-se como referência para as escolas públicas e privadas do estado
do Ceará. É produto de um longo processo participativo e colaborativo entre o
estado e os municípios, contando com contribuições de gestores, de professores,
de vários profissionais da educação e de pesquisadores de universidades de todo
o estado do Ceará, além de membros da sociedade civil e de diferentes institui-
ções não governamentais.
Diante desse tempo de pandemia de Covid-19, no Brasil e no mundo, foram
necessários decretos e protocolos sanitários que orientassem a organização de
isolamento social. No âmbito da educação, medidas de impacto foram tomadas
para conter a propagação do vírus, e as escolas tiveram que trabalhar remo-
tamente em todas as etapas da Educação, com base na Lei no 13.979, de 6 de
fevereiro de 2020, do Governo Federal, medidas para enfrentamento da situação
de emergência de saúde pública foram fixadas. Outros documentos normativos
foram publicados, tais como a Medida Provisória no 934/20, de 1o de abril de
2020, que estabeleceu normas excepcionais sobre o ano letivo da educação bási-
ca; o Parecer do CNE no 5/2020, que dispôs sobre a possibilidade de cômputo de
atividades não presenciais para cumprimento da carga horária mínima anual; e o
Decreto no 33.510, de 16 de março de 2020, do Estado do Ceará, o qual deliberou
sobre a situação de emergência em saúde e sobre medidas para enfrentamento e
contenção da infecção humana pelo novo Coronavírus. (TAVARES; A.M.; PAES, C.;
NÓBREGA, E., 2020, p. 3).
Pensando na situação das escolas, no ano de 2020, a SEDUC elaborou
as Orientações Curriculares Prioritárias do Ceará (OCPC), um material que
pode apoiar o trabalho dos(as) professores(as), no período de pandemia, na
transição desse processo e após esse processo. Tal documento traz sugestão
de organização curricular que orienta a escola a repensar a organização de sua
proposta pedagógica e currículo. Uma vez que, em relação à Educação Infantil,
a família passou a realizar as atividades diretamente com suas crianças, ago-
ra em casa, e assim, elas continuaram aprendendo e se desenvolvendo. Essa

10 I Caderno de Gestão Pedagógica


medida foi necessária no contexto de isolamento social, para salvaguardar as
vidas das(os) bebês e das crianças cearenses, bem como de suas famílias.
O Parecer 299/2020 do Conselho Estadual de Educação (CEE), baixou
normas complementares e orientações para que as instituições pertencentes
ao Sistema de Ensino do Estado do Ceará organizassem o encerramento do
ano letivo de 2020 e como proceder a reformulação do Projeto Político Pe-
dagógico e do Regimento Escolar, incorporando os procedimentos didáticos e
legais indicados neste Parecer.
No início do ano, a Célula de Apoio e Desenvolvimento da Educação
Infantil (CADIN), no âmbito da Coordenadoria de Educação e Promoção So-
cial (COEPS), elaborou o Caderno de Orientações para a Jornada Pedagógica
para professoras(es) e gestoras(es) e demais profissionais da Educação Infantil.
Esse material tem como objetivo subsidiar a organização e o planejamento
das ações pedagógicas para o ano de 2021, norteando as práticas pedagógicas
das(os) professoras(es) e, favorecendo a construção de um planejamento par-
ticipativo e significativo para todos que fazem parte do coletivo escolar. Esse
material pode colaborar com a reelaboração de projetos educativos singulares
e fortalecer a parceria com as famílias e com a comunidade.
A Educação Infantil, primeira etapa da Educação Básica, tem especifici-
dades que a tornam diferente das outras etapas e, ao mesmo tempo, integrada
a elas, tendo tanta importância quanto o Ensino Fundamental e o Ensino Mé-
dio. Este material foi pensado para auxiliar as(os) gestoras(es) nessa emprei-
tada de melhoria da qualidade na educação infantil, por meio de discussões
pedagógicas enriquecedoras, no interior de cada instituição, sobre as bases
legais que consolidaram esta etapa da educação e também fundamentam o
Caderno de Gestão.

A construção da identidade de bebês e crianças:


o papel da gestão de Educação Infantil para a garantia do direito de conhecer-se I 11
4
Introdução

Para continuar a conversa....


Com responsabilidade, cientificidade e muito zelo, já publicamos sete fas-
cículos do Caderno de Gestão Pedagógica. Ao longo dos referidos fascículos,
abordamos temáticas que ampliam o fazer pedagógico da gestão escolar de
instituições de Educação Infantil, fortalecendo os saberes necessários e espe-
cíficos para subsidiar e acompanhar as ações de educação e de cuidados com
bebês e crianças, nas escolas de Educação Infantil, desenvolvidas pelas(os)
profissionais. a saber: Projeto Político Pedagógico das instituições de Educa-
ção Infantil (março 2021); Parceria família e escola de Educação Infantil (abril
2021); O enfrentamento da exclusão escolar na Educação Infantil em tempos
de pandemia (junho 2021) entre outros.
As discussões colocadas em pauta neste material são definidas de ma-
neira responsável, considerando as necessidades do grupo gestor das creches
e pré-escolas no sentido de auxiliar na qualificação do trabalho com bebês e
crianças, fomentando reflexões e autoavaliações do processo de gerenciar a
instituição e as relações que nela se constroem. Neste oitavo fascículo, traze-
mos considerações acerca de um dos seis direitos de aprendizagem definidos
pela BNCC: o direito de conhecer-se. Discorreremos especialmente como a
gestão poderá apoiar o processo de construção da identidade de bebês e crian-
ças e orientar professoras(es) na garantia desse direito fundamental.

12 I Caderno de Gestão Pedagógica


5
A construção da identidade
de bebês e crianças: o papel
da gestão de Educação
Infantil para a garantia do
direito de conhecer-se.

Liderança organizacional

Liderança organizacional é fundamental para a implementação efe-


tiva de gestão pedagógica democrática. Liderar, longe de uma perspectiva
tradicional hierárquica, relaciona-se a acompanhar, orientar, mobilizar e
coordenar um grupo de pessoas de modo colaborativo para que os objeti-
vos coletivos sejam alcançados de forma eficaz e as metas sejam cumpri-
das com qualidade. Para tanto, as(os) gestoras(res), dentre outras carac-
terísticas, devem conhecer os membros da equipe, demonstrar humildade
e colocar-se em posição de escuta; saber delegar; saber motivar e ser
flexível. Reforça-se que liderar não é habilidade natural e inata e exige
capacitação profissional continuada, bem como avaliação e planejamento
de ações de modo sistêmico e permanente.

A construção da identidade de bebês e crianças:


o papel da gestão de Educação Infantil para a garantia do direito de conhecer-se I 13
Liderança organizacional:
o direito de conhecer-se e a construção
da identidade de bebês e crianças.

A Liderança Organizacional da escola de Educação Infantil, tem grande


responsabilidade e ética profissional, comprometida com a qualidade do edu-
car e cuidar na primeira Etapa da Educação Básica. Para isso, um dos com-
promissos é planejar para acompanhar, orientar e mobilizar todas(os) as(os)
profissionais que trabalham com a Educação Infantil de sua escola, priorizan-
do leituras, estudos e reflexões que tratam dos campos de experiências e dos
direitos de aprendizagens de bebês e crianças, de acordo com o que propõe a
Base Nacional Comum Curricular para a Educação Infantil (2017) e Documen-
to Curricular Referencial do Ceará (2019). Principalmente dando ênfase ao
direito de conhecer-se, por ser fundamental no desenvolvimento integral das
infâncias e na construção de suas identidades.
Pesquisas científicas mostram que na vida de uma pessoa a fase mais
crucial acontece nos primeiros anos de vida e requer muito investimento no
desenvolvimento humano. Por ser tão significativa, essa fase repercute na
formação corporal, intelectual e emocional, e tudo que é vivenciado aí tem
impacto ao longo de toda a vida. Por essa razão, é muito importante que
as pessoas que lidam com a primeira etapa da Educação Básica, contribuam
para que a construção da identidade e a formação social de bebês e crianças
tenham experiências significativas, lúdicas, promotoras de múltiplas oportu-
nidades qualitativas. Tudo isso, para que elas(es) possam participar, ter inte-
rações e brincadeiras, contínuas e positivas, valorizando sua autoimagem e
autoestima. Para isso é necessário muito compromisso e responsabilidade por
parte de cada adulto que convive com elas(es) no sentido de respeitar as suas
capacidades e potencialidades, favorecendo positivamente a construção de
sua identidade com conhecimento, profissionalismo, dedicação, afeto e cari-
nho. Certamente essas atitudes proporcionarão segurança emocional, física e
proteção absoluta em todos os sentidos, para as mesmas, ampliando a huma-
nidade e existência de cada uma.

14 I Caderno de Gestão Pedagógica


Baseado no Documento Curricular Referencial do Ceará (CEARÁ, 2019, p.121),
colocamos a seguir um dos direitos de bebês e crianças, isto é, o direito de conhecer-
se, no qual falamos anteriormente de sua importância na construção da identidade.
Conhecer-se e construir sua identidade pessoal, social e cultural,
constituindo uma imagem positiva de si e de seus grupos de per-
tencimento, nas diversas experiências de cuidados, interações,
brincadeiras e linguagens vivenciadas na instituição escolar e em
seu contexto familiar e comunitário.

Essa citação serve para que a liderança organizacional possa refletir com
as(os) profissionais no sentido de dar apoio ao planejamento de ações espe-
cíficas que abominem situações preconceituosas que causem discriminação
com as identidades culturais, históricas, linguísticas e regionais de cada bebê
e criança. Além do mais, é muito importante que as histórias de vida de cada
uma(um), com sua identidade própria, seja valorizada e escutada com respeito
e notoriedade, pelo grupo gestor da escola da Educação Infantil, valorizando e
empoderando as várias infâncias (quilombolas, ribeirinhas, florestais, indíge-
nas, rurais e urbanas), em cada localidade em que elas(es) estão inseridas(os).
Essa discussão sobre o respeito às identidades de bebês e crianças nos re-
mete a comentar e chamar a atenção sobre o documento do Centro de Estudos
das Relações de Trabalho e Desigualdades que trata da “Educação Infantil e
práticas promotoras de igualdade racial”. O referido documento cita o Esta-
tuto da Criança e do Adolescente que assegura os direitos das crianças a terem
suas identidades respeitadas.
Lembremos que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)
assegura a toda criança o direito de igualdade de condições para
a permanência na escola, de ela ser respeitada pelos educadores,
de ter sua identidade e seus valores preservados e ser posta a salvo
de qualquer forma de discriminação, negligência ou tratamento
vexatório. (CEERT, 2012, P.11)

A Liderança organizacional da escola de Educação Infantil tem que tra-


balhar bastante o direito citado acima com todas(os) as(os) profissionais que
lidam com bebês e crianças em cada escola. Isso poderá evitar situações desa-
gradáveis por causa de características físicas.

A construção da identidade de bebês e crianças:


o papel da gestão de Educação Infantil para a garantia do direito de conhecer-se I 15
Fazer um trabalho com essas(es) profissionais envolvendo as famílias,
para tratar de temas relacionados ao pertencimento racial das crianças, enfa-
tizando o direito de conhecer-se e conhecer o outro é primordial e urgente.
Para isso é preciso elaborar um planejamento compartilhado com to-
das(os) para revisitar o projeto político pedagógico, especificando práticas pe-
dagógicas na Educação Infantil, revendo os espaços, os materiais, as imagens,
as interações e brincadeiras, incluindo a perspectiva da igualdade racial, res-
peitando as várias identidades de bebês e crianças.
Não se pode esquecer de proporcionar reflexões com as(os) profissionais,
sobre as identidades das crianças indígenas. Principalmente, porque bebês e
crianças indígenas possuem valores específicos de suas tradições e uma cultu-
ra diferenciada das demais crianças. Por inúmeras razões, elas são vulneráveis
e sofrem discriminação, inclusive por causa da invisibilidade de sua identida-
de, o que constitui uma grande violação de seus direitos.
Fiquem atentas(os) e proporcionem momentos lúdicos para todas(os)
profissionais da Escola de Educação Infantil para motivar professoras(es) a
refletirem e valorizarem o Direito de Conhecer-se de todas as crianças e in-
fâncias, para isso:

• Procurem e passem filmes que retratam as brincadeiras,


interações, costumes e tradições de bebês e crianças
quilombolas, indígenas, florestais e demais povos;
• Organizem atividades culturais mostrando danças, comidas
típicas, músicas exposições de trabalhos manuais, de quadros
que retratam tradições de vários povos;
• Convoquem as famílias para participarem de assembleias que
evoquem e reflitam sobre os direitos de todos os povos. E
também sobre a parceria dessa família para fazer valer essas
leis e direitos que asseguram o modo de cada bebê e criança
conhecer-se de maneira harmoniosa e fidedigna.

16 I Caderno de Gestão Pedagógica


Gestão participativa

A liderança organizacional de uma instituição de Educação Infantil deve-


rá estar intimamente relacionada à prática de uma gestão participativa, uma
vez que cabe às(aos) gestoras(res), ao assumir o papel de líder, estimular todos
os membros da unidade escolar a participar democraticamente do processo
de tomada de decisões e implementação de ações proativas, significativas e
contínuas. A plena participação de todas(os) se estabelece a partir da media-
ção respeitosa por parte de gestoras(es), em um ambiente de confiança entre
as partes, com sentimentos de pertencimento, reconhecidas em suas funções
específicas como partícipes do processo educativo e de cuidados

Gestão Participativa e o direito de conhecer-se

Na Educação Infantil, fomentar o direito de “Conhecer-se”, requer


uma compreensão da importância da construção da identidade e da au-
tonomia das(os) bebês e crianças para seu desenvolvimento integral. O
envolvimento e atuação da gestão, do corpo docente e da família são
imprescindíveis nesse processo. A respeito da construção da identidade,
MELO faz as seguintes considerações:
“A construção da identidade se dá por meio das interações da crian-
ça com o seu meio social, o qual acontece em primeiro momento
no seio familiar e, logo depois, na escola. A inserção da criança nos
espaços de Educação Infantil se faz um universo social diferente do
da família, favorecendo novas interações e ampliando, desta manei-
ra, seus conhecimentos a respeito de si e dos outros” (MELO, 2019).

De acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), dentre os


direitos da aprendizagem e o desenvolvimento na Educação Infantil, o direi-
to de “Conhecer-se” refere-se à construção da identidade pessoal, social e
cultural das(os) bebês e crianças, “constituindo uma imagem positiva de si
e de seus grupos de pertencimento, nas diversas experiências de cuidados,
interações, brincadeiras e linguagens vivenciadas na instituição escolar e em
seu contexto familiar e comunitário”.

A construção da identidade de bebês e crianças:


o papel da gestão de Educação Infantil para a garantia do direito de conhecer-se I 17
Segundo MELO (2019), essa construção de uma autoimagem positiva re-
quer, por parte da escola de Educação Infantil, promover práticas socioeduca-
tivas que possibilitem às crianças a vivenciarem experiências e situações que
lhes permitam ganhar confiança em suas capacidades e que sejam vistas como
sujeitos do próprio conhecimento.
Ainda conforme a BNCC, quanto à organização curricular, sabe-se que
a Educação Infantil está estruturada em cinco campos de experiências, nos
quais são definidos os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento das(os)
bebês e crianças, denominados em; “eu, o outro e nós”; “corpo, gestos e mo-
vimentos”; “traços, sons, cores e movimentos”, “escuta, fala, pensamento e
imaginação”; “espaços, tempos, quantidades, relações e transformações”. Em
cada um desses campos de experiência, é possível identificar os direitos de
aprendizagem e desenvolvimento na Educação Infantil.

18 I Caderno de Gestão Pedagógica


Buscando contextualizar a atuação da gestão escolar da Educação In-
fantil com o direito de “Conhecer-se” e sua relação com os campos de experi-
ências, podemos perceber que a construção da identidade na Educação Infan-
til está intrinsecamente relacionada com a interação das(os) bebês e crianças
com as pessoas e os ambientes em que vivem, observando e percebendo as
diferenças culturais e sociais, construindo seu modo de agir, suas percepções
e indagações sobre si e os outros. Partindo dessa premissa, a atuação das(os)
gestoras(es) da Educação Infantil deve estar pautada na criação de oportu-
nidades que fortaleçam as inter-relações e os vínculos das(dos) bebês e das
crianças entre pares, com os adultos e com o ambiente escolar.
Neste contexto, a escola de Educação Infantil, conforme previsto no
Documento Curricular Referencial do Ceará (DCRC), deve contemplar em seu
Plano Político Pedagógico e outros instrumentos de planejamento, propostas
e projetos pedagógicos que incentivem práticas voltadas para a construção da
identidade e aprendizagem das(os) bebês e das crianças, de modo a promover
o desenvolvimento das múltiplas linguagens, respeito à cultura em que estão
inseridos e ao desenvolvimento integral delas(es).
Para o processo de construção da identidade, é importante que a escola
de Educação Infantil seja vista como um ambiente conhecido, seguro e aco-
lhedor para bebês e crianças, no qual todas elas devem ser chamadas pelos
nomes, bem como, professoras(es), gestoras(es) e todas as pessoas que fazem
parte do cotidiano escolar, para paulatinamente se tornarem referências.
Na seara pedagógica, faz-se necessário que a gestão escolar da Edu-
cação Infantil proponha práticas pedagógicas junto às(os) professoras(es),
de modo a estimular as crianças a desempenharem um papel ativo em
seu percurso formativo. Vale ressaltar que é essencial o apoio à formação
das(os) professoras(es) e a participação dos pais, buscando fortalecer o
diálogo entre escola e família.

A construção da identidade de bebês e crianças:


o papel da gestão de Educação Infantil para a garantia do direito de conhecer-se I 19
Formação de profissionais
para a Educação Infantil

O Plano Nacional de Educação (PNE) (BRASIL, 2014) prevê a formação con-


tinuada para profissionais da educação, levando em consideração as necessida-
des, demandas e contextualização das etapas de educação. Dessa forma, o direi-
to à formação profissional pode e deve acontecer no próprio local de trabalho,
uma vez que os programas de formação em serviço podem qualificar a atuação
desses profissionais. Nesta perspectiva, no campo da Educação Infantil, as(os)
gestoras(es) precisam ser copartícipes de planejamento, elaboração, acompa-
nhamento e monitoramento da formação continuada desses profissionais.

20 I Caderno de Gestão Pedagógica


Formação de profissionais da
Educação Infantil e a construção
da identidade de bebês e crianças.

É muito importante conversar sobre a importância da formação de profis-


sionais da Educação Infantil quando se trata do direito de conhecer-se. Afir-
mamos que todas(os) profissionais têm um papel fundamental na construção
positiva da identidade de bebês e crianças dentro da escola de Educação In-
fantil. Esse é considerado um dos principais direitos de aprendizagem de bebês
e crianças, estabelecidos na Base Nacional Comum Curricular e no Documento
Curricular Referencial do Ceará.
Além do mais, é bom saber que várias ciências, tais como a Filosofia,
a Antropologia, a Sociologia, dentre outras, têm se debruçado para mostrar
que as identidades de cada pessoa devem ser respeitadas e valorizadas, com
todas as suas nuances culturais, suas características, ancestralidade e tradi-
ções próprias. Especialmente quando se trata da identidade da criança negra
e indígena, para que elas possam construir positivamente sua autoimagem e
autoestima. Como afirma Silva
O termo identidade pode significar: “[...] algo como uma compre-
ensão de quem somos, nossas características definitórias funda-
mentais como seres humanos.”Ou seja, está relacionado à caracte-
rização de um indivíduo. (SILVA, 2015, p.14)

A formação dos profissionais de Educação Infantil deve focar na perspec-


tiva humanizadora, com conhecimentos que valorizem a identidade pessoal e
cultural de bebês e crianças, relacionando-os aos princípios éticos, políticos e
estéticos. Isso implica realizar estudos aprofundados dentro da formação des-
sas(es) profissionais para que possibilitem a elas(es) subsídios que promovam
atividades de educação e de cuidados que ampliem a construção afirmativa de
identidade de cada uma(um). Nesse sentido, para que ajudem bebês e crianças
a conviverem com a diversidade étnico-racial, cultural, religiosa, respeitando
as pessoas que estão em seu entorno e os ambientes em que estão inseridos,
com autoestima elevada e com identidade respeitada.

A construção da identidade de bebês e crianças:


o papel da gestão de Educação Infantil para a garantia do direito de conhecer-se I 21
Assim, cabe ao grupo gestor das escolas de Educação Infantil contribuir
para que essa formação seja planejada para valorizar e organizar os tempos,
espaços, relações e experiências formativas que permitam a apropriação efe-
tiva de conhecimentos específicos que valorizem todas as infâncias, com suas
características próprias e valorização de suas culturas. E que isso possibilite o
prazer, a ludicidade e conhecimento de cada bebê e criança, da sua identidade
respeitada e valorizada principalmente no ato de conhecer-se.
Por esse motivo, a formação dessas(es) profissionais de Educação Infantil
deve envolver familiares e comunidades, fortalecendo a parceria no processo
educativo que reforce noções, habilidades, valores e afetos que garantam o
direito de cada bebê e criança conhecer-se com qualidade.
Em um trabalho desenvolvido por VIANNA (2017), ela fala sobre a Reso-
lução Nº 5, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2009, que Fixa as Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação Infantil. Principalmente porque a autora contem-
pla a temática da “identidade” voltada para bebês e crianças sob várias pers-
pectivas. Sejam elas enfatizando as identidades rurais, urbanas, ou mesmo a
identidade da diversidade e institucional. Chamamos a atenção para o artigo
8º§II, desta Resolução que explicita a necessidade de “reafirmar a identidade
étnica e a língua materna como elementos de constituição das crianças”. E
também o Artigo 4º, que evidencia a identidade pessoal e coletiva que devem
ser priorizadas nas propostas pedagógicas das Escolas de Educação Infantil.
As propostas pedagógicas da Educação Infantil deverão conside-
rar que a criança, centro do planejamento curricular, é sujeito
histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas co-
tidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva,
brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta,
narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a socieda-
de, produzindo cultura. (DCNEI /Resolução 5/2009 Art. 4º).

Assim, é fundamental que tenham vários embasamentos teóricos e prá-


ticos que possibilitem reflexões para as(os) profissionais da Educação Infantil,
em momentos de formação e no cotidiano de suas atividades, principalmente
para planejarem o Projeto Político Pedagógico, para enfatizarem a construção
das identidades pessoais e coletivas de bebês e crianças em ambientes e espa-
ços acolhedores. Com referências culturais, históricas, linguísticas, regionais

22 I Caderno de Gestão Pedagógica


próprias de cada infância, sempre evitando situações de preconceito e opres-
são. Sugerimos, então, para serem contempladas na formação em serviço dos
profissionais de Educação Infantil, para aprofundar essa temática sobre o di-
reito de conhecer e a construção da identidade de bebês e crianças, as leituras
atentas das indicações relacionadas na seção Prep(ação) deste caderno.
Leituras e estudos fundamentados também em teorias defendidas por
Henri Wallon, Piaget e Vygotsky (DANTAS, 1992), ajudam a compreender a im-
portância da afetividade para a construção das identidades de bebês e crian-
ças. Essa afetividade com enfoque no sujeito poderá influir positivamente ou
negativamente na construção da identidade de bebês e crianças. Por essa ra-
zão a formação dos profissionais da Educação Infantil precisa aprofundar o
estudo sobre os laços afetivos, para que possam colaborar para a elaboração
de um projeto político pedagógico que humanize e valorize a interação e a
brincadeira, o educar e cuidar com competências emocionais que certamente
poderão contribuir positivamente para o ato de conhecer-se e de identificar-
se de bebês e crianças.

A construção da identidade de bebês e crianças:


o papel da gestão de Educação Infantil para a garantia do direito de conhecer-se I 23
Desenvolvimento de inter-relações pessoais

A escola, em sua essência, estabelece-se por meio de interação entre todos


os indivíduos que dela fazem parte, pois é justamente, por meio das relações
cotidianas, que se constroem as experiências que possibilitam o desenvolvi-
mento das crianças. Sobre esse eixo, o papel das(os) gestoras(es) deve focar-se
em intermediar essas relações, principalmente, por meio de uma postura dia-
lógica. O ambiente escolar é formado por uma vasta e complexa multiplicida-
de de realidades, personalidades e experiências e todas devem ser respeitadas
e terem iguais oportunidades de serem ouvidas, acolhidas e atendidas, para
que se alcance objetivos comuns em prol da educação humanizadora.

Desenvolvimento de inter-relações pessoais e a


construção da identidade de bebês e crianças

Toda criança nasce do ventre da mãe, isso já nos informa que ela passou
por volta de nove meses numa relação simbiótica dialogando com um “ou-
tro”, a mãe, e assim ela foi acolhida e cuidada. Ela nasce num meio social e
cultural e, de acordo com suas relações com os “outros”, ela vai construindo
a sua identidade.
A construção da identidade da criança na Educação Infantil implica em
propiciar condições de conscientização para definições de quem ela é, de suas
crenças, valores e desejos pessoais e, sobretudo, o que ela anseia como me-
tas para sua vida como cidadão e/ou cidadã. A construção da identidade da
criança se concretiza pelas interações com o seu meio social. Suas primeiras
inter-relações pessoais, sociais e afetivas ocorrem no seio familiar e, logo em
seguida, ela ainda bem pequena inicia sua relação com o meio social mais am-
plo e, no fluxo de seu desenvolvimento, ela passa a fazer parte efetivamente
de um grupo social que é sua escola de Educação Infantil.
A entrada da criança na escola de Educação Infantil propiciará um mun-
do com outras experiências levando ao contato com outras crianças, profes-
soras(es), gestoras(es), funcionárias(os) da escola, com ambientes, horários
e regras bem diferentes do ambiente familiar. Essas novas chances de inter

24 I Caderno de Gestão Pedagógica


-relações pessoais propiciarão também novas oportunidades de experiências,
ampliando seu conhecimento a respeito de si mesma, de seus pares também
crianças e dos outros.
A construção da identidade da criança se realiza sob o olhar do outro
(os olhares dos outros), ou seja, sua autoimagem corporal é constituída a
partir da relação do meio social em que habita e convive no seu dia a dia.
Partindo da importância da qualidade das interações sociais para a constru-
ção da identidade da criança, a escola de Educação Infantil necessita mesmo
partir do pressuposto de que o papel da gestão escolar é garantir o direito da
criança conhecer-se, portanto, o espaço escolar necessita constituir de um
ambiente rico em interações, possibilitando acolhimento a todos e a cada
criança com suas particularidades, promovendo o reconhecimento, a aceita-
ção e o respeito às diversidades. A instituição escolar de Educação Infantil
não pode perder de vista que ela assume a responsabilidade da construção
da unidade coletiva das crianças com que trabalha, beneficiando também a
estruturação da identidade de cada uma.
É de extrema importância conhecer e nos situarmos de todas as con-
dições legais que favorecem a construção da identidade da criança. Se-
gundo o DCRC, conhecer-se é o sexto direito de aprendizagem da criança.
O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI) trata
da identidade da criança como algo muito importante e considera que ela
“é um conceito do qual faz parte para ideia de distinção, de uma marca
de diferença entre as pessoas, a começar pelo nome, seguido de todas as
características físicas, do modo de agir e de pensar e da história pessoal”
(RCNEI, 2998, p.13). Esse mesmo documento postula que a identidade
tem uma importante função de marcar as diferenças físicas, emocionais e
comportamentais de cada um dos indivíduos.
A instituição de Educação Infantil deve colaborar para a garantia do di-
reito de conhecer-se de bebês e crianças, propiciando condições próprias de
seu universo lúdico, contribuindo para a formação de uma identidade com
base em valores éticos, estéticos e políticos, necessários a todo cidadão e
cidadã consciente do seu real papel na edificação de sua própria história de
vida e da história do povo de sua cultura que habita. No cotidiano escolar, a(o)
professora(or) da Educação Infantil deve sempre considerar a construção da

A construção da identidade de bebês e crianças:


o papel da gestão de Educação Infantil para a garantia do direito de conhecer-se I 25
identidade da criança como prioridade, além do campo de experiência – o eu,
o outro e o nós. É de extrema importância, em suas atividades, inserir essa te-
mática em todos os demais campos de experiência. A sugestão metodológica
utilizada por Melo (2021), em sua pesquisa sobre A construção da identidade
na Educação Infantil aponta caminhos para a construção do fortalecimento da
identidade partindo da exploração do Eu e as diferenças com o outro através
das seguintes atividades:

• construção de um álbum da vida através de recortes


e ilustrações representando seu cotidiano;
• pintura ou desenho de seu autorretrato;
• representação do corpo humano através de uso de sucatas;
• atividades de nomeação e identificação das partes do corpo
humano;
• criação através de recursos artísticos da imagem
do próprio corpo;
• uso de balança e fita métrica para conferir peso e altura
de seu próprio corpo; dentre outras.

Propiciar condições para a criança vivenciar experiências, desta natureza,


pode sim potencializar as possibilidades para a construção de uma identidade
autêntica e consciente de si.
A escola é por excelência um lugar onde, segundo a BNCC-MEC, os ges-
tores podem intencionalmente colaborar com seu ambiente seguro, cooperan-
do com cada uma das crianças a
“Conhecer-se e construir sua identidade pessoal, social e cultural,
constituindo uma imagem positiva de si e de seus grupos de per-
tencimento, nas diversas experiências de cuidados, interações, brin-
cadeiras e linguagens vivenciadas na instituição escolar e em seu
contexto familiar e comunitário” (BNCC, 2018, p.38).

26 I Caderno de Gestão Pedagógica


A personalidade que compõe a identidade do futuro adulto tem uma relação
estreita com as experiências vividas pela criança com seus familiares, seus pares e a
sua experiência vivida na escola de Educação Infantil. É na primeira infância que a
criança constrói toda a sua base para sua vida. A sua autoimagem é construída sob
o olhar dos outros de suas inter-relações pessoais e sobretudo dos de suas relações
afetivas na convivência social em seu cotidiano familiar e escolar.

Engajamento da comunidade escolar

O engajamento da comunidade escolar requer a mediação do grupo ges-


tor, participativo, mesmo que a multiplicidade de contextos e vivências torne
-o um desafio. Para tanto, algumas posturas devem ser cultivadas, tais como,
estar aberto a escutar, dividir responsabilidades e conquistas, ser transparente
sobre os planos e ações. Além de convidar a todas(os) a participarem dos mo-
mentos de planejamento, pensar estratégias específicas para envolver pais e
responsáveis, objetivando emergir o sentimento de pertencimento ao ambien-
te escolar e corresponsabilização sobre o trabalho, fazendo com que as ações
se desenvolvam de modo consistente, sincrônico e eficiente.

Engajamento da comunidade
escolar e o direito de conhecer-se

É papel das(os) gestoras(es) das instituições de Educação Infantil liderar


o processo de engajamento da comunidade escolar no sentido de garantir a
efetivação da gestão democrática e participativa. Sobretudo, ao colocar no
foco da discussão a construção da identidade de bebês e crianças, não se pode
negligenciar a importância e a influência dos atores e do contexto social que
cercam esses indivíduos em formação.
Sabemos que a construção da identidade se dá desde os primeiros anos
de vida e está intrinsecamente ligada às experiências em que bebês e crianças
têm a oportunidade de participar e de interagir, com qualidade, de maneira
orientada e responsável. Interações que objetivam experiências positivas, por
meio da relação com outras crianças e com adultos com base no afeto, carinho

A construção da identidade de bebês e crianças:


o papel da gestão de Educação Infantil para a garantia do direito de conhecer-se I 27
e segurança emocional, permitem e incentivam que elas(eles) desenvolvam
papel ativo na sociedade em que estão inseridas(os). Para a construção saudá-
vel da identidade e para a garantia do direito de conhecer-se, é fundamental,
portanto, o estabelecimento de vínculos e o conhecimento sobre si e sobre o
mundo que nos cerca.
Embora o conceito de identidade possa apontar para algo único e perso-
nalizado, considerando as experiências, os sentimentos e as vivências próprias,
essa construção só é possível a partir da dinâmica interação do ser humano
consigo mesmo, com as pessoas, com o meio e com a cultura. Portanto, o co-
nhecimento da cultura e do contexto social, dessa forma, perpassa a construção
da identidade individual. À comunidade escolar, cabe propiciar o fortalecimento
de valores, costumes, tradições populares, laços culturais e históricos dos grupos
socioculturais que contribuem para a construção social, histórica e cultural.
Planejar coletivamente momentos de interações entre os diferentes gru-
pos sociais que, de alguma forma, fazem parte da instituição de educação e da
comunidade escolar, reconhecendo e valorizando não só aspectos em comum,
mas as diversidades vivenciadas por esses, de maneira acolhedora e respeitosa
pode propiciar a bebês e crianças momentos de valiosa contribuição para a
construção da própria identidade.
Em caso de creches e pré-escolas que atendam a bebês e a crianças de fa-
mílias quilombolas, praianas, ribeirinhas, ciganas e outros grupos, é importan-
tíssimo o trabalho de engajamento dessas realidades para o enriquecimento e
valorização da cultura e da identidade individual e coletiva.

Para saber mais sobre a importância da cultura na Educação Infantil,


acesse o Caderno de Gestão Pedagógica da Educação Infantil – fas-
cículo 06, de agosto de 2021, com o tema: “Atividades culturais na
formação integral de bebês e crianças: um trabalho integrado com
professoras(es) e gestoras(es) da Educação Infantil”. Disponível em:
https://idadecerta.seduc.ce.gov.br/index.php/fique-por-den-
tro/downloads/category/345-2021-03-02-12-35-46?download=-
4003%3A06-caderno-de-gesto-min

28 I Caderno de Gestão Pedagógica


Freitas Junior & Perucelli (2019), assim estabelecem a relação entre iden-
tidade e cultura:
quando volta-se para a constituição da identidade, entende-se
que o indivíduo faz parte de um determinado ambiente, e esse
ambiente é constituído de determinada cultura, que por sua
vez, influencia na formação dessa identidade, porém, com di-
versas mudanças, essa identidade torna-se múltipla, capaz de
oferecer ao indivíduo, caminhos distintos, opções a seguir, sendo
ele responsável também pela formação dessa identidade. Uma
vez moldado pelo ambiente, e também podendo organizar esse
ambiente conforme suas vontades. (Freitas Junior & Perucelli,
2019, p. pág. 128).

Vivenciar essa multiplicidade sociocultural de maneira positiva, princi-


palmente na escola, desde os primeiros anos de vida, reforça o senso de per-
tencimento à comunidade, que faz parte da identidade dos indivíduos.
Dessa forma, quando a comunidade escolar está bem orientada no sen-
tido de compreender os objetivos da instituição e quando esses objetivos são
partilhados e pertencentes a todas(os) envolvidas(os), o diálogo entre os pares
fica mais simples e direto, corroborando para maior engajamento de todas(os).

A construção da identidade de bebês e crianças:


o papel da gestão de Educação Infantil para a garantia do direito de conhecer-se I 29
6
Prepar(ação)!

Leitura

• A importância da Educação Infantil na constituição da identidade


das crianças como sujeitos do campo.

Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=-


com_docman&view=download&alias=12465-oferta-demanda
-educacao-ampo-pdf&category_slug=fevereiro-2013-pdf&Ite-
mid=30192.

• Diretrizes curriculares nacionais para a educação infantil.

Disponível em http://portal.mec.gov.br/index.php?option=-
com_docman&view=download&alias=9769-diretrizescurricu-
lares-2012&category_slug=janeiro-2012-pdf&Itemid=30192.

30 I Caderno de Gestão Pedagógica


• Educação infantil e práticas promotoras de igualdade racial

Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=-


com_docman&view=download&alias=11284-revistadee-
ducacaoinfantil-2012&category_slug=agosto-2012-pdf&Ite-
mid=30192;

• Educação infantil, igualdade racial e diversidade : aspectos


políticos, jurídicos, conceituais.

Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=-


com_docman&view=download&alias=11283-educa-infantis-
conceituais&category_slug=agosto-2012-pdf&Itemid=30192;

• Critérios para um atendimento em creches que respeite os direitos


fundamentais das crianças

Disponível em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/direi-


tosfundamentais.pdf

A construção da identidade de bebês e crianças:


o papel da gestão de Educação Infantil para a garantia do direito de conhecer-se I 31
Livros:

A evolução psicológica da criança,


Henri Wallon

Psicologia da educação e da
infância, Henri Wallon

Três desejos para o sr. Pug,


Sebatian Meschenmoser.

Uma canção de urso,


Benjamin Chaud

Bola vermelha, Vina Starkoff.

32 I Caderno de Gestão Pedagógica


Videos:

https://www.youtube.com/watch?v=xuQ9mR06MsQ

QUEM SOU EU ESPELHO MEU? AUTONOMIA


https://www.youtube.com/watch?v=FttTvzLZfKc

https://www.youtube.com/watch?v=gqZJI7zo8Ek

A construção da identidade de bebês e crianças:


o papel da gestão de Educação Infantil para a garantia do direito de conhecer-se I 33
7
“São Luiz Itinerante:
o Cineteatro vai à escola”

Mediante parceria firmada entre a Secretaria da Educação - SEDUC e a


Secretaria da Cultura – SECULT, o projeto “São Luiz Itinerante: o Cineteatro vai
à escola” visa promover e disponibilizar, gratuitamente, videoclipes de artistas
e bandas cearenses, além de filmes de longa, média e curta duração cearenses
e brasileiros nos gêneros ficção, animação e documentário, com ampla diver-
sidade de temas e com possibilidades de uso nas escolas, que poderão contar
com informações adicionais onde constarão dados sobre as obras, autores e
profissionais envolvidos, além de sugestões de temas transversais passíveis de
serem explorados e debatidos entre os participantes.

Participação

Para participar do projeto “São Luiz Itinerante: o Cineteatro


vai à escola”, a instituição escolar (por meio de seu represen-
tante) ou professor interessado deve preencher os dados do
Formulário de Inscrição disponível no seguinte link: https://
docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSfItmgrVGBWSFBdbWLk-
Z1hPb_bPie8jBHyq4jhUwrbCjq8S2Q/viewform

34 I Caderno de Gestão Pedagógica


Posteriormente a equipe de produção do Cineteatro São Luiz entrará
em contato para confirmar os dados, disponibilizar a relação dos conteúdos
ofertados, o termo de compromisso e estabelecer, em comum acordo com
os inscritos, o calendário de atividades, que poderá ser cumprido de forma
online, mediante o envio, por parte do Cineteatro São Luiz, de arquivos ou
links e senhas de acesso aos conteúdos selecionados pelas instituições e
profissionais inscritos no projeto.

A construção da identidade de bebês e crianças:


o papel da gestão de Educação Infantil para a garantia do direito de conhecer-se I 35
8
Referências

● BENTO, Maria Aparecida Silva (org). Educação infantil, igualda-


de racial e diversidade : aspectos políticos, jurídicos, conceituais.
- São Paulo : Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desi-
gualdades - CEERT, 2012. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/
index.php?option=com_docman&view=download&alias=11283-e-
duca-infantis-conceituais&category_slug=agosto-2012-pdf&Ite-
mid=30192.
● BRASIL, Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Gerais da
Educação Básica. Brasília: MEC, SEB, DICEI, 2013.
● BRASIL, Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Na-
cional de Educação. PNE e dá providências. Diário Oficial da União,
Brasília, DF 26 de junho de 2014.
● BRASIL. Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020. Dispõe sobre as
medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de
importância internacional decorrente do coronavírus responsável
pelo surto de 2019. Diário Oficial da União, Brasília - DF, 2020.
● BRASIL, Senado Federal. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Na-
cional nº 9.393 de 1996. Brasília - DF, 1996.
● BRASIL, Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular.
Brasília, 2018.
● BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa
do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988.
● BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Referencial curricu-
lar nacional para educação infantil. Brasília, DF: MEC, 1998.

36 I Caderno de Gestão Pedagógica


● BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica.
Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil.
Brasília, 2006.
● BRASIL. Decreto nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999. Regulamen-
ta a Lei no 7.853, de 24 de outubro de 1989, dispõe sobre a Política
Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, con-
solida as normas de proteção, e dá outras providências.
● BRASIL, Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais
para a Educação Infantil. Brasília, DF, 2009.
● BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Pa-
râmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil. – Bra-
sília - DF, 2006. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arqui-
vos/pdf/Educinf/eduinfparqualvol1.pdf
● BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Dire-
trizes curriculares nacionais para a educação infantil. Secretaria de
Educação Básica. – Brasília: MEC, SEB, 2010. Disponível em http://
portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=downlo-
ad&alias=9769-diretrizescurriculares-2012&category_slug=janeiro-
2012-pdf&Itemid=30192.
● CAMPOS, Maria Malta e ROSEMBERG, Fúlvia. Critérios para um
atendimento em creches que respeite os direitos fundamentais
das crianças – 6.ed. Brasília : MEC, SEB, 2009. Disponível em: http://
portal.mec.gov.br/dmdocuments/direitosfundamentais.pdf
● CEARÁ. Secretária da Educação do Estado do Ceará. Documento
Curricular Referencial do Ceará: educação infantil e ensino funda-
mental / Secretária da Educação do Estado do Ceará. - Fortaleza:
SEDUC, 2019.
● CEARÁ. Parecer 299/2020. Baixa normas complementares para as ins-
tituições pertencentes ao Sistema de Ensino do estado do Ceará, e
para as instituições dos sistemas municipais que a ele se integrarem,
orientando sobre o encerramento do ano letivo de 2020 e sobre como
proceder em relação aos registros de escrituração escolar, e dá outras
providências. Conselho Estadual de Educação. Ceará, 10.11. 2020

A construção da identidade de bebês e crianças:


o papel da gestão de Educação Infantil para a garantia do direito de conhecer-se I 37
● CEARÁ. Ministério da Educação. Resolução CNE/CEB 05/09 no Artigo
7º. Fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil.
● CEARÁ. Poder Executivo. Decreto n 33.510, de 16 de março de 2020.
● CEARÁ. Secretária da Educação do Estado do Ceará. Orientações
Curriculares Prioritárias do Ceará. Fortaleza: SEDUC, 2020.
● CEERT. Educação infantil e práticas promotoras de igualdade racial.
[coordenação geral Hédio Silva Jr., Maria Aparecida Silva Bento, Sil-
via Pereira de Carvalho]. - São Paulo: Centro de Estudos das Relações
de Trabalho e Desigualdades - CEERT: Instituto Avisa lá - Formação
Continuada de Educadores, 2012.
● CHAUD, Benjamin. Uma canção de urso. WMF Martins. Tradução:
Luciana Veit. (2019).
● DANTAS, Heloysa. A afetividade e a construção do sujeito na psico-
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DANTAS, Heloysa. Piaget, Vygotsky e Wallon. Teorias psicogenéticas
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38 I Caderno de Gestão Pedagógica


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● SILVA, Tácia Gonçalves da. Historicidade da identidade afrodescen-
dente na educação escolar da comunidade quilombola de Parati-
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torio.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/2033/1/TGS24052016
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ças da Educação Infantil: uma aproximação à temática. (TCC). Flo-
rianópolis, SC, 2017. Disponível em; https://repositorio.ufsc.br/bits-
tream/handle/123456789/197094/Naiara%20Leni%20Romano%20
Vianna.pdf?sequence=1&isAllowed=y
● WALLON, Henri. A evolução psicológica da criança. Lisboa, Portugal:
edições 70, 1995.
● WALLON, Henri. Psicologia da educação e da infância. Lisboa, Por-
tugal: editorial estampa, 1975.

A construção da identidade de bebês e crianças:


o papel da gestão de Educação Infantil para a garantia do direito de conhecer-se I 39
40 I Caderno de Gestão Pedagógica

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