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U NIVERSIDADE F EDERAL DO C ARIRI - UFCA

C ENTRO DE C IÊNCIAS E T ECNOLOGIA - CCT


C URSOS - E NGENHARIA C IVIL / E NGENHARIA DE M ATERIAIS
D ISCIPLINA - F ÍSICA E XPERIMENTAL
D OCENTE - N OELIA S OUZA

Aula 03 - Movimento de Projéteis


Parte II - Ponto de lançamento e de retorno do projétil em níveis diferentes

1. Objetivo

• Aplicar as equações da cinemática ao movimento de um projétil.


• Identificar as variáveis relevantes para o movimento do projétil.
• Identificar as consequências provocadas pelo desnível do ponto de lançamento e de retorno do
projétil sobre as medidas da altura máxima e do alcance horizontal

2. Fundamentação Teórica

Na atividade 2 - Movimento de Projéteis Parte I estudamos o movimento de um projétil cujo ponto


de lançamento e de retorno estão no mesmo nível, como ilustra a figura (1). Considerando as equações

Figura 1: Figura retirada da referência [3]

horárias da cinemática bidimensional escrevemos as seguintes equações para o movimento do projétil,


x = vi cos θi t, (1)
g
y = vi sin θi t − t2 , (2)
2
vx = vi cos θi , (3)
vy = vi sin θi − gt. (4)

1
e, em seguinda, obtivemos que a altura máxima do projétil é dada por
vi2 sin2 θi
h= , Altura maxima (5)
2g
e o alcance horizontal,
vi2 sin 2θi
R= . Alcance horizontal (6)
g
Nesta atividade pretendemos estudar o movimento de um projétil lançado de ponto que apresenta
um desnível h em relação ao ponto de retorno. A figura (2) ilustra o movimento do projétil que vamos
estudar.

Figura 2: Figura adaptada da referência [6].

Para obter uma expressão para a altura máxima convém observar que no ponto para o qual a altura é
máxima, vy = 0, assim podemos expressar o tempo a partir da equação 4 como
v0 sin θ0
t= , (7)
g
onde θ0 é o ângulo de lançamento conforme a figura (2). A expressão para a altura máxima será encon-
trada pela substituição 7, ou seja
v02 sin2 θ0
H= , Altura maxima, (8)
2g
onde H = y + h. Portanto, a altura máxima para um projétil que apresenta um desnível h, entre o ponto
de lançamento e o ponto de retorno, é igual a altura máxima do projétil cujo ponto de lançamento e de
retorno estão no mesmo nível acrescido do valor do desnível.

A expressão para o alcance horizontal pode ser obtida observando que, na figura 2, no ponto de
retorno H = 0, logo y = −h, assim a equação 2 torna-se
g
−h = v0 sin θ0 t − t2 (9)
2
ou ainda
g 2
t − v0 sin θ0 t − h = 0 (10)
2
que é uma equação de segundo grau em t. As soluções da equação (10) são
p
v0 sin θ0 ± v02 sin2 θ0 + 2gh
t= (11)
g

2
Ao substituir 11 em 1, encontramos a seguinte expressão
v 2 sin 2θ0 v0 cos θ0
q
R= 0 ± v02 sin2 θ0 + 2gh (12)
2g g
ou s
v 2 sin 2θ0 v0 2gh
R= 0 ± sin θ0 cos θi 1+ (13)
2g g v02 sin2 θ0
onde usamos 2 sin θi cos θi = sin 2θi .
s !
v 2 sin 2θ0 2gh
R= 0 1± 1+ 2 2 Alcance horizontal (14)
2g v0 sin θ0

que é o alcance horizontal do projétil cuja trajetória é ilustrada na figura (2). Como podemos obser-
2gh
var, comparando as equações 6 e 14, existe uma diferença da ordem de 2 2 quando o ponto de
v0 sin θ0
lançamento e o ponto de retorno do projétil estão em níveis diferentes.

3. Procedimento Experimental

As medidas serão coletadas virtualmente através do Simulador PHET disponível em: https : //phet.colorado.ed
Após acessar o endereço indicado você deve seguir os seguintes passos:
1. Na parte superior da tela, selecione a simulação da área de Física. Para isso basta clicar em
SIMULATIONS → PHISICS;

2. Em seguida, escolha a simulação Movimento de Projéteis (Projectile Motion), clique no botão Play
e depois selecione a opção INTRO (a primeira opção que aparecer na tela) com a imagem de um
canhão. Após clicar 2 (duas) vezes em INTRO aparecerá uma nova página;
Nessa nova página você poderá montar virtualmente o aparato experimental.
1. O ângulo de lançamento do projétil poderá ser alterado movendo o canhão com o cursor.

2. A velocidade de lançamento do projétil poderá ser indentificada e alterada clicando nas setas na
parte inferior da tela;

3. A simulação realizada poderá ser apagada utilizando a borracha na parte inferior da tela;

4. A simulação será iniciada com um clique no canhão, ao lado da borracha. Talvez seja necessário
clicar também no botão PLAY.

5. O tipo de projétil (bola do golfe, bola de beisebol, bala de canhão, humano e etc) poderá ser
selecionado na parte superior a direita da tela.

6. O alcance horizontal e a altura máxima poderão ser medidas com a trena localizada na parte supe-
rior da tela. Para efetuar as medidas arraste a trena até o ponto que será considerado o ponto inicial
das medidas. Em seguida arraste o sinal + até o ponto final das medidas. Após a realização da
medida a trena deverá ser devolvida para o seu lugar de origem.
Medidas

a) Faça os ajustes sugeridos na tabela 1.

b) Colete as medidas do alcance horizontal R e da altura máxima H para cada ângulo sugerido da
tabela 2. Insira os valores das medidas na tabela 2, no local apropriado, escrevendo os resultados
usando o metro como unidade de medida.

3
c) Faça os ajustes sugeridos na tabela 3.
d) Colete as medidas do alcance horizontal R e da altura máxima H para cada ângulo sugerido da
tabela 4. Insira os valores das medidas na tabela 4, no local apropriado, usando o metro como
unidade de medida.
e) Faça os ajustes sugeridos na tabela 5.
f) Colete as medidas do alcance horizontal R e da altura máxima H para cada ângulo sugerido da
tabela 6. Insira os valores das medidas na tabela 6, no local apropriado, usando o metro como
unidade de medida.
Projétil Atrito Ilustração Vetorial velocidade inicial Desnível
Bola de futebol 0 (botão desmarcado) Não (botão desmarcado) 9m/s 10m
Tabela 1: Tabela de ajustes sugeridos no item a.

Ângulo Altura máxima H Alcance horizontal R


250
350
450
550
650
750
Tabela 2: Tabela de resultados do item a obtidos a partir dos ajustes da tabela 1 para o movimento de
uma bola de futebol.

Projétil Atrito Ilustração Vetorial velocidade inicial Desnível


Bala de canhão 0 (botão desmarcado) Não (botão desmarcado) 9m/s 10m
Tabela 3: Tabela de ajustes sugeridos no item c.

Ângulo Altura máxima H Alcance horizontal R


250
350
450
550
650
750
Tabela 4: Tabela de resultados do item c obtidos a partir dos ajustes da tabela 3 para o movimento de uma
bala de canhão.

Projétil Atrito Ilustração Vetorial velocidade inicial Desnível


Humano 0 (botão desmarcado) Não (botão desmarcado) 9m/s 10m
Tabela 5: Tabela de ajustes sugeridos no item e.

g) Utilizando a opção 4 (LAB) da Simulação Movimento de Projéteis no PHET (utilizada na Atv2),


ajuste as grandezas conforme a tabela 1 do item a (na opção LAB é possível ajustar o tipo de projétil
na parte superior a direita da tela). Em seguida faça as medidas sugeridas na tabela 7. Repita o
mesmo procedimento ajustando os dados conforme as tabelas 3 e 5 do item c e e, respectivamente
e faça as medidas sugeridas nas tabelas 8 e 9.

4
Ângulo Altura máxima H Alcance horizontal R
250
350
450
550
650
750

Tabela 6: Tabela de resultados do item f obtidos a partir dos ajustes da tabela 5 para o movimento de um
humano.
Ângulo Altura máxima h Alcance horizontal R
250
350
450
550
650
750
Tabela 7: Tabela de resultados do item g obtidos a partir dos ajustes da tabela 1 para o movimento da
bola de futebol.
Ângulo Altura máxima h Alcance horizontal R
250
350
450
550
650
750
Tabela 8: Tabela de resultados do item g obtidos a partir dos ajustes da tabela 3 para o movimento da bala
de canhão.
Ângulo Altura máxima h Alcance horizontal R
250
350
450
550
650
750
Tabela 9: Tabela de resultados do item g obtidos a partir dos ajustes da tabela 5 para o movimento de um
humano.

4. Análises e Resultados

a) Analise os resultados das tabelas 2, 4 e 6 e verifique qual é o ângulo que fornece a maior altura
máxima H e o maior alcance horizontal R.

b) Analisando os resultados das tabelas 2, 4 e 6 qual é a relação entre a altura máxima H, o alcance
horizontal R e o ângulo de lançamento. Existe algum ângulo limite para se obter os maiores valores
de H e R?

c) Compare os resultados da tabela 2 com os da tabela 7. Os resultados são coerentes com as expres-

5
sões 8 e 14? Justifique sua resposta.

d) Faça a mesmo procedimento descrito no item c comparando a tabela 4 com a tabela 8.

Referências
[1] HALLIDAY, D; RESNICK, R. Fundamentos de Física: Mecânica. ed 9. Rio de Janeiro. LTC.
2013.

[2] NUSSENZVEIG, H. M. Curso de Física Básica 1: Mecânica. ed 4. São Paulo. Edgard Blucher.
2002.

[3] RAYMOND, A. S; JHON, W. J. Princípios de Física. vol 1. ed 5. São Paulo. Cengage Learning.
2014.

[4] https : //phet.colorado.edu/pt/

[5] YOUNG, H. D; FREEDMAN, Física 1: Mecânica. ed 12. São Paulo. Pearson. 2008.

[6] TIPLER, P. A.; MOSCA, G. Física para Cientistas e Engenheiros. ed 6. vol. 1. Rio de Janeiro.
LTC. 2013.

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