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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS

CAMPUS DE PALMAS
PRINCÍPIOS EXPERIMENTAIS DE FÍSICA

GABRIEL MIRANDA DE OLIVEIRA

LANÇAMENTO DE PROJÉTEIS

Palmas (TO)
19/10/2020
1. Introdução
Projéteis são, de acordo com HALLIDAY (2016)1, partículas que se movem
verticalmente com aceleração constante, sendo esta a aceleração gravitacional do planeta
Terra (aceleração de queda livre). Desprezando-se a resistência do ar, o movimento balístico,
isto é, do projétil, é representado pelas seguintes equações vetoriais:

⃗⃗⃗⃗ ̂ ̂ (1)
⃗⃗⃗⃗ = velocidade inicial
̂ = velocidade inicial na componente horizontal
̂ = velocidade inicial na componente vertical
(2)
(3)
= ângulo de lançamento do projétil
Fonte: HALLIDAY, 2016, p.177

Como o movimento balístico vertical é independente do movimento horizontal,


podemos nos ater ao segundo para o estudo do alcance máximo de projéteis, conforme a
seguinte equação:

(4)

= alcance horizontal em relação ao mesmo nível em altura;


= velocidade de lançamento ao quadrado;
=aceleração gravitacional;
= seno de 2 vezes o ângulo de lançamento.
Fonte: HALLIDAY, 2016, p.177

Porém, em situações reais, o ar exerce resistência contra o movimento de projéteis,


conhecida como força de arrasto, que é direcionada na mesma direção do movimento do ar
em relação ao projétil, conforme as equações:

1
Halliday afirma: “Consideraremos, a seguir, um caso especial de movimento bidimensional: uma
partícula que se move em um plano vertical com velocidade inicial 0 e com uma aceleração constante, igual à
aceleração de queda livre , dirigida para baixo. Uma partícula que se move dessa forma é chamada de projétil (o
que significa que é projetada ou lançada), e o movimento é chamado de movimento balístico.”
⃗ (5)

⃗ = força de arrasto
= coeficiente de arrasto

= massa específica do ar = 1,20

= Área de contato do projétil com o ar


= quadrado da velocidade do projétil
Fonte: HALLIDAY, 2016, p.314 e YOUNG, 2008, p.73

2. Objetivo
Testar o respaldo experimental das equações acerca do alcance máximo horizontal de
projéteis.

3. Materiais e métodos
Para a realização deste experimento, foi utilizado o simulador de balística da
Universidade do Colorado (conforme a figura 1), disponível no link
https://phet.colorado.edu/pt_BR/simulation/projectile-motion. Este simulador está traduzido
para a língua portuguesa. Ele oferece quatro opções de simulação: Intro, Vetores, Arrasto e
Lab. Nelas, o usuário possui a chance de testar os conceitos de física de forma lúdica, pois
possui animação gráfica de qualidade satisfatória, podendo alterar os objetos a serem lançados
e os valores das variáveis do processo. O experimento foi dividido em três procedimentos, em
que se utilizou uma trena virtual do aplicativo (disponível na versão online, na parte superior
da tela) para tais medições:
Figura 1- Imagem do aplicativo Movimento de Projétil disponível no site da Phet.

Fonte: Phet

Figura 2- Imagem do aplicativo Movimento de Projétil disponível no site da Phet.

Fonte: Phet
Figura 3- Imagem do aplicativo Movimento de Projétil disponível no site da Phet.

Fonte: Phet

Procedimento
1)Na opção Lab, foram utilizadas as seguintes constantes:
Velocidade de lançamento = 10 ;

Resistência do ar = 0;
Massa do projétil = 1 kg;
Diâmetro do projétil = 0,18m;
Gravidade = 9,81 .

O projétil era uma bala de canhão, que foi lançada sob os seguintes ângulos: 25°, 30°,
45°, 60° e 70°. Foram medidos os alcances máximos horizontais do projétil em função de
cada ângulo por meio de uma trena virtual que o simulador oferece (conforme a figura 2).

2) Na opção Lab, foram utilizadas as seguintes constantes:


Velocidade de lançamento = 10 ;

Diâmetro do projétil = 0,18 m;


Resistência do ar = 0;
Ângulo de lançamento do projétil = 45º;
Gravidade = 9,81 .
O projétil era uma bala de canhão, que foi lançada com as seguintes massas: 2, 5, 10,
15 e 20 kg. Foram medidos os alcances máximos horizontais do projétil em função de cada
massa por meio de uma trena virtual que o simulador oferece.

3) Na opção arrasto, foram utilizadas as seguintes constantes:


Coeficiente de arrasto = 1,00;
Velocidade de lançamento = 10 ;

Diâmetro do projétil = 0,2 m;


Massa do projétil = 2 kg;
Gravidade = 9,81 ;

Altitude = 0 m.
O projétil era uma bala de canhão, que foi lançada sob os seguintes ângulos: 25°, 30°,
45°, 60° e 70°. Foram medidos os alcances máximos horizontais do projétil em função de
cada ângulo por meio de uma trena virtual que o simulador oferece.

4. Resultados
Procedimento 1:
Tabela 1- Alcance máximo do projétil em função do ângulo de lançamento.
Ângulo Alcance (m)
25° 7,83
30° 8,81
45° 10,23
60° 8,81
70° 6,56
Fonte: Próprio autor.

Tabela 2- Análise do desvio dos dados em relação à equação 4.


teórico (m) real (m)
25º 0,766 7,81 7,83 0,01
30º 0,866 8,83 8,81 0,01
45º 1,000 10,19 10,23 0,02
60º 0,867 8,83 8,81 0,01
70º 0,644 6,56 6,56 0
Fonte: Próprio autor.

Procedimento 2:
Tabela 3- Alcance máximo em função da massa do projétil.

Massa (kg) Alcance (m)


2 10,18
5 10,19
10 10,19
15 10,19
20 10,19
Fonte: Próprio autor.

Tabela 4- Análise do desvio dos dados em relação à equação 4.


Massa (kg) teórico (m) real (m)
2 10,19 10,18 0,005
5 10,19 10,19 0
10 10,19 10,19 0
15 10,19 10,19 0
20 10,19 10,19 0
Fonte: Próprio autor.

Procedimento 3:
Tabela 5: Alcance máximo em função do ângulo de lançamento do projétil em meio com
resistência do ar.

Ângulo Alcance (m)


25° 7,42
30° 8,32
45° 9,39
60° 8,15
70° 6,06
Fonte: Próprio autor.

Tabela 6: Análise do desvio dos dados em relação à equação 5.


teórico (m) real (m)
25° ? 7,42 ?
30° ? 8,32 ?
45° ? 9,39 ?
60° ? 8,15 ?
70° ? 6,06 ?
Fonte: Próprio autor.
5. Conclusão

Gráfico 1- Análise do desvio dos dados em relação à Tabela 2.

Fonte: Próprio autor.

Gráfico 2- Análise do desvio dos dados em relação à Tabela 4.

Fonte: Próprio autor.


Gráfico 3- Análise da tendência dos dados em relação à Tabela 5.

Fonte: Próprio autor.

Conclui-se que a equação 4 possui respaldo experimental (conforme os gráficos 1 e 2)


e que também a teoria de que o movimento vertical de um projétil, desprezando-se o atrito, é
independente da sua massa (conforme o gráfico 2). Também, verificou-se que aos 45 graus de
ângulo, o projétil tem seu alcance máximo em ambientes sem atrito do ar.
Quanto aos dados do procedimento 3 (conforme o gráfico 3), verifica-se que eles
seguem a mesma tendência do procedimento 1 (conforme o gráfico 1), ademais não se chegou
a nenhuma conclusão adicional, motivada pela não encontra de modelos matemáticos que
fornecessem o valor teórico de R para movimentos com força de arrasto horizontal.

Referências

HALLIDAY, David. Fundamentos de física, volume 1: mecânica. 10ª Edição. Tradução de


Ronaldo Sérgio de Biasi. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
YOUNG, Hugh D.. Física II: Termodinâmica e Ondas (Sears and Zemansky`s University
physics). 12ª Edição. Tradução de Cláudia Santana Martins. São Paulo: Addison Wesley,
2008.

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