Movimento Balístico: O Alcance em Lançamentos de Projéteis
Kaylanne Gomes de Oliveira
Universidade Estadual da Paraíba - Departamento de Engenharia Civil Centro de Ciências, Tecnologia e Saúde – CCTS - Araruna-PB
Resumo – O presente trabalho tem por objetivo estudar o comportamento de projéteis
quando lançados obliquamente na superfície da Terra, com o intuito de determinar experimentalmente a trajetória de um projétil. Os alcances horizontais vão ser as principais unidades que irão ser medidas, em função de um ângulo dado, num plano bidimensional x e y, a partir de uma determinada altura. Por fim, observar os alcances obtidos e compará-los.
1. Introdução de dois movimentos conjugados, aos
O lançamento de um projétil é um quais, Galileu Galilei descreveu: um exemplo de movimento curvilíneo Movimento Retilíneo Uniforme (MRU) bidimensional, isto é, o “disparo” de uma na horizontal e um Movimento Retilíneo partícula lançada obliquamente no ar. Uniformemente Variado (MRUV) na Considerando o estudo elaborado, vertical, sujeito à aceleração da pode-se admitir que os efeitos da gravidade, análogo ao movimento de resistência do ar sobre seus queda livre [1]. movimentos podem ser desprezados O alcance horizontal AH é a distância [1]. entre os pontos de partida e chegada do O movimento dos corpos, dado o objeto lançado obliquamente, a partir de experimento executado sob ação da uma determinada altura, como ilustrado gravidade, está sujeito ao na Figura 1 a seguir comportamento de projéteis quando lançados obliquamente, ou seja, o arremesso vai ser feito horizontalmente a partir de uma determinada altura em relação à superfície da terra e isso AH
resultará, por conseguinte, uma
Figura 1: Ilustração de um lançamento oblíquo, a trajetória inclinada para baixo após o partir de um ângulo θ em um altura h, determinando uma alcance horizontal AH – Fonte: lançamento [2]. http://plutaoplanetaplutao.blogspot.com/2012/01/lan camento-obliquo.html
Ademais, os lançamentos podem ser O alcance será obtido pela equação
entendidos como sendo a associação 𝑣02 𝑠𝑒𝑛2𝜃0 (1) 𝐴= 𝑔
Onde:
V0 será a velocidade inicial do projétil;
θ será o ângulo de lançamento; g a gravidade da terra. Figura 2: Ilustração do lançador de projétil, com um ajustador de ângulo, um bastão e uma esfera – Fonte: autor. 2. Materiais Utilizados 1 lançador de projétil; Posteriormente, foi necessário o uso de 1 plataforma ajustável; uma plataforma ajustável, com o auxílio 1 esfera com 25mm de diâmetro; de uma folha A4, para pontuar a Folhas de papel A4; marcação exata de onde a esfera caiu 1 Trena. após o lançamento. A Figura 3 abaixo ilustra a plataforma usada no 3. Procedimento Experimental experimento O objetivo do experimento é verificar o alcance horizontal de um projétil em função de ângulos menores que 90º à uma determinada altura h, lançado com a mesma velocidade inicial em todos os lançamentos. Figura 3: Ilustração de uma plataforma ajustável, com uma folha A4 apoiada sobre ela – Fonte: autor.
Primeiramente, com um lançador de
projétil que possui um ajustador de A trena foi utilizada na função de medir ângulos, conforme a Figura 2, ajustou- a altura h, a partir do ponto em que se o primeiro ângulo de lançamento, houve o lançamento. Em síntese, para em seguida inserir a esfera no repetiu-se esse lançamento três vezes equipamento. Logo depois, foi em função de um determinado ângulo, necessário comprimir a mola do para ser possível calcular a média dos equipamento para o segundo estágio, alcances do projétil. Com a aquisição com ajuda de um bastão. Dado isso, o dos dados, construímos a Tabela 1 para gatilho foi acionado, a fim de observar o cada medida de alcance estabelecido. lançamento e de verificar a região onde a esfera caiu. 4. Resultados e Discussões lançamento for igual a 45°, como ilustra a Figura 4. Como o ângulo é Conforme explicado o procedimento multiplicado por dois na equação do experimental anteriormente, usamos os alcance eq.(1), o seno calculado será o ângulos de 20º, 30º, 40º, 50º, 60º e 70º de 90°, que corresponde ao máximo para adquirir os alcances horizontais em valor de seno possível, assim o alcance cm, em função de suas determinadas será o máximo possível. alturas em cm, que foram sendo alteradas a cada ajuste da plataforma. Sendo assim, a Tabela 1 a seguir foi construída. h Tabela 1
θ h AH1 AH2 AH3 A̅H
(cm) (cm) (cm) (cm) (cm) Figura 4: Uma partícula é lançada a partir do solo com 20º 17 133 134 130,5 132,5 velocidade inicial V0, a partir de um ângulo de 45º obtendo um alcance horizontal máximo – Fonte: 30º 18,5 196,5 198 196,6 197,3 https://www.educabras.com/ensino_medio/materia/fisi 40º 21 231,5 232,5 231 231,6 ca/mecanica_cinematica/aulas/lancamento_obliquo 50º 23 239 238 237 238 60º 28 211,5 207 209 209,2 Com isso, percebe-se que o ângulo de 70º 29 192,5 193 192,6 192,7 lançamento de 50º será o que vai permitir um alcance máximo de 238 cm.
Podemos notar que para cada ângulo 5. Conclusão
estabelecido, não houve colunas de Destarte, com os estudos sobre alcances iguais e nem próximos uns dos lançamento de projéteis, conseguimos outros. Portanto, analisando os coletar alguns tópicos no que se refere resultados obtidos, percebe-se que os ao experimento realizado. Apontou-se alcances do projetil dependem do que o movimento de um projétil pode-se ângulo de lançamento. decompor em um Movimento Uniforme Mas a partir dos dados experimentais, é na direção horizontal, ao qual se pode notório que entre os ângulos de 40º e descrever com uma semi-parábola. 50º o alcance compreendido foi máximo. Ademais, foi dado que o alcance Mas por quê? horizontal seria a distância entre a início Estas grandezas dependem do seno do movimento e o ponto onde o projétil do ângulo de lançamento que varia atinge o solo e que, no experimento, entre 0 e 1. O alcance será o máximo essa distância foi aumentando conforme possível quando o ângulo de o ângulo se aproximava de 45º, e diminuindo quando se aproximava de 90º. Isso porque, a altura h, também aumenta, à medida que o ângulo cresce.
6. Referências
[2] HALLIDAY, D.; HESNICK. R. Física.
4. ed. Rio de Janeiro: livros técnicos e científicos editora, 1983 p-57.