UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, SOCIAIS E AGRÁRIAS

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO
CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
Componente Curricular: Literatura Infanto-juvenil Professora: Silvânia Lúcia de Araújo Silva

A escolarização da literatura infantil e juvenil

Equipe: Aline Ferreira da Silva;

Ana Paula Gomes da Silva;
Ayrlon Vinícius Silva Borges;
Charis Lane dos Santos;
Gleiciane Ferreira de Medeiros.
❑No livro didático analisado, escolhemos o segundo módulo para
fazer uma reflexão crítica de como os autores têm relacionado
a literatura com a escola. Deste modo, a autora Solange
Gomes em seu livro faz o uso do gênero literário conto.
 TEXTO 1: CONTO

EU EXISTO, ELE EXISTE, NÓS EXISTIMOS O AVÔ DE GUILHERME TEM RAZÃO. SABE
POR QUÊ? PORQUE ESSA É A MANEIRA PELA
– VÔ, POR QUE VOCÊ CUMPRIMENTA
QUAL MOSTRAMOS QUE VEMOS OS OUTROS,
PESSOAS QUE NEM CONHECE?
QUE RECONHECEMOS QUE O OUTRO EXISTE E
– GUILHERME, NÃO CUSTA NADA SER
QUE FAZ PARTE DO NOSSO MUNDO.
GENTIL, CUMPRIMENTAR COM UM OLÁ,
CUMPRIMENTAR ALGUÉM FAZ PARTE DE UM
AELEVADORGRADECER A QUEM ABRE A
RITUAL SOCIAL QUE DEMONSTRA QUE O
PORTA DO, DIZER BOM DIA OU BOA
OUTROTEM VALOR PARA NÓS.
NOITE PARA QUEM PASSA AO SEU LADO.
[...]
AS PESSOAS GOSTAM QUANDO A GENTE
MOSTRA QUE SABE QUE ELAS EXISTEM,
QUE MERECEM RESPEITO, MESMO QUE
AS CONHEÇA SÓ DE VISTA.

MARTINS, Maria Helena Pires. Eu e os outros: as regras da convivência. São Paulo: Moderna,
2001. p. 11-12
 TEXTO 2: CONTO

– FILHO, CADA UM TEM SUAS OBRIGAÇÕES.

POR QUE TENHO QUE FAZER ISSO? EU CUIDO DO MEU ESPAÇO E VOCÊ, DO
SEU. DO CACHORRO CUIDAMOS OS DOIS.
– GUILHERME, LEVANTA! ESTÁ NA HORA
FIZEMOS UM TRATO QUANDO VOCÊ O
DA ESCOLA. O DESPERTADOR JÁ TOCOU
GANHOU, LEMBRA-SE? VOCÊ PROMETEU
HÁ QUASE MEIA HORA E VOCÊ CONTINUA
TOMAR CONTA DELE, AGORA TEM DE
NA CAMA, RONCANDO.
CUMPRIR. VOCÊ É RESPONSÁVEL PELO
– MÃE, HOJE EU NÃO QUERO IR. VOU
BANHO, PARA QUE ELE POSSA ENTRAR EM
FICAR EM CASA.
CASA E EU ME RESPONSABILIZO PELA
– DE JEITO NENHUM. IR À ESCOLA É A
COMIDA E POR LAVAR O QUINTAL.
ÚNICA OBRIGAÇÃO QUE VOCÊ TEM. ESSE É
O SEU TRABALHO. ÀS VEZES, EU BEM QUE
GOSTARIA DE FICAR EM CASA E NÃO IR
TRABALHAR.
– A ESCOLA NÃO É A MINHA ÚNICA
OBRIGAÇÃO, NÃO! VOCÊ SEMPRE ESTÁ ME
MANDANDO FAZER ALGUMA COISA. 2 MARTINS, Maria Helena P. Eu e os outros: as regras de convivência. São Paulo: Moderna,
2001. p. 7.
 De acordo com Carnaz (2013, p. 9, apud BRUDER 2000, p.27) “A palavra
conto provém do latim computone e significa contar, enumerar feitos; quer
dizer relatar, narrar histórias, que como toda a história, necessita de um
argumento que a suporte, que lhe dê um sentido, uma razão de ser: que lhe
dê vida”. Assim o significado de cada conto dependem de cada indivíduo,
para dar sentido a cada história pessoal contada. Um instrumento de
pensamento, que fornece sentidos com as quais a criança se identifica,
facilitando assim a compreensão do mundo a sua volta através das histórias
e dos personagens que apresenta.
 Diante de procedimentos como esses os alunos são expostos a uma série de
fragmentos obras literárias, sem a oportunidade de conhecer na integra o conto.
Marisa Lajolo (1994) diz “[...]quanto mais abrangente a concepção de mundo e de
vida, mais intensamente se lê, numa espiral quase sem fim[...]”, sendo assim, esses
fragmentos limitam o contato com a literatura e consequentemente a concepção
da criança, em prol da escolarização.