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Projeto de implantação
Contacto@mudora.es
São Paulo – 2013
___________________________ __________________________
Orientadora Orientadora
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 3
Musicoterapia x musicalização......................................................................................................... 12
Justificativa........................................................................................................................................ 17
Metodologia ....................................................................................................................................... 18
Cronograma..................................................................................................................................... 20
Avaliações ....................................................................................................................................... 20
Material necessário: ....................................................................................................................... 21
Remuneração : ............................................................................................................................... 23
Contrato: .......................................................................................................................................... 23
NOTA INTRODUTÓRIA
A ideia de criar o tal projeto, surgiu após uma reflexão sobre minha atuação
como educador musical desde o ano de 2004 até a presente data, onde constatei
que desde o princípio, sempre utilizei o ensino musical não apenas com a finalidade
de “formar músicos”, mas também como forma de colaborar no desenvolvimento
cognitivo, motor, social e afetivo do jovem educando.
Frente as inúmeras dificuldades de aquisição de instrumentos musicais, nas
diversas instituições nas quais trabalhei, sempre foi preciso fazer uso de outros
meios, que envolvem a prática musical, entre eles os que mais tiveram
assertividade, foram as vivencias de relaxamento musical, escuta musical, e práticas
de improvisação, re-criação, composição musical, feitas em sua grande maioria com
a utilização dos instrumentos de percussão, sons do corpo e da voz (BRUSCIA,
2000). Experiências essas que trouxeram resultados muito positivos, pois através do
fazer musical, proporcionou o desenvolvimento de habilidades não musicais,
influindo na melhora do rendimento escolar, e no convívio social.
Dessa forma, o educador musical, especialista em musicoterapia, agora
também está preocupado em ajudar o aluno a perceber-se e se reconhecer como
sujeito atuante nas suas decisões, capaz de realizar os seus objetivos e sonhos
propondo transformações à criança ou jovem não só na escola, como no ambiente
familiar, e, em última instância, na sociedade.
INTRODUÇÃO
Segundo BRUSCIA (2000, p.188) O terapeuta ou o professor particular
trabalha com estudantes sem deficiências que apresentam obstáculos ou problemas
na auto-expressão musical ou no processo de aprendizagem musical propriamente
dita.
Nesse estudo, o objetivo não é o de praticar a clínica de musicoterapia, onde
há um acompanhamento minucioso com objetivos determinados a serem
alcançados, por meio de sessões de musicoterapia com o objetivo de tratar o
indivíduo nos aspectos físicos, psíquicos e espirituais. Mas, com o objetivo de utilizar
técnicas de musicoterapia voltadas à educação, a fim de ajudá-los a superar suas
frustrações, muitas vezes, ocasionadas pela condição social que se encontra e/ou
colaborar no desenvolvimento de sua personalidade além de dar subsídios para que
suas limitações cognitivas, motoras e psicológicas não sejam agravadas.
Dessa forma o aprendizado musical está em primeiro plano e não há
processo terapêutico, entretanto, um professor de música, especializado em
musicoterapia pode trabalhar mais adequadamente com o objetivo de inclusão e
reinserção na sociedade, (PASSARINI, 2007), e assim, espera-se que a criança e o
jovem, além de desenvolver as práticas musicais também se beneficiem alcançando
uma maior percepção de si mesmo, autoestima e melhoria na qualidade de vida.
Nível auxiliar
Esse nível engloba todas as aplicações da música e as práticas não musicais,
pré-musicais e para musicais, desde que não possua um intuito de atuar como
terapia, onde as intervenções não estão ligadas a um processo terapêutico.
Nível aumentativo
Esse nível de atuação se relaciona às práticas de musicoterapia onde o foco
principal é aumentar a potencia da educação, do desenvolvimento e da cura,
intensificando os benefícios obtidos com o aprendizado musical. A música é utilizada
com um enfoque maior de forma terapêutica, e não mais lúdica como na
musicalização. As outras atividades não musicais já não se faz tão presentes como
no nível auxiliar, aqui elas servem apenas para justificar os resultados demonstrados
pelas intervenções musicais.
Nos termos de outras classificações, esse nível corresponde ao nível de
“atividade” na classificação de WHEELER (1983 apud Bruscia ) e de “apoio” em
relação à psicoterapia, na de WOLBERG (1977 apud Bruscia). Sintetizando as
duas, WHEELER atribui as seguintes características a esse nível:
1) busca atingir os objetivos principalmente através de atividades e não
através de insight verbalizados;
2) supressão dos sentimentos e impulsos em favor do desenvolvimento de
comportamentos adaptados;
3) foco voltado principalmente para os comportamentos e menos para os
processos latentes ou relações causais;
4) utilização dos recursos do cliente;
5) relação positiva com o terapeuta que desempenha um papel altamente
diretivo na condução da sessão;
6) mínima necessidade, por parte do terapeuta, de ter insight de seus próprios
sentimentos.
Segue abaixo a tabela das áreas de atuação dos níveis auxiliar e aumentativo
de acordo com as definições de BRUSCIA;
Musicoterapia x musicalização
Há muitas semelhanças e algumas pequenas diferenças entre os dois, porém,
são muito significativas. Apesar do som, da música e seus elementos serem a
ferramenta principal, os objetivos a serem alcançados são divergentes, pois a
musicalização tem como meta o aprendizado de um instrumento musical, tais como
a voz ou qualquer instrumento e a musicoterapia tem como objetivo utilizar a música
e seus elementos como meio para prevenir, diagnosticar e tratar problemas físicos,
psíquicos e mentais.
Processos de musicalização
As atividades serão fundamentadas e desenvolvidas, baseadas nos princípios
de aprendizado constante nas práticas educacionais da musicalização, juntamente
com as atividades pertencentes aos métodos de musicoterapia.
Enquanto a musicoterapia servirá para avaliação, e tratar dos aspectos não
verbal do educando, a musicalização servirá para trazer à prática todo o
aprendizado, de forma expositiva, mostrando para ele de forma clara que as
atividades de musicoterapia contribuiu para sua melhora no desenvolvimento
musical, possibilitando-o se expressar através do instrumento e da voz.
Nas atividades de musicalização, desenvolveremos a parte teórica musical,
necessária para a prática instrumental e vocal. Ampliando dessa forma, o
conhecimento musical e cultural.
Com o intuito de despertar a prática e desenvolver o Ouvir e o Fazer, fará
presente em todo conteúdo desenvolvido nas aulas como;
Estruturas musicais Atividades musicais
Os parâmetros do som Voz Corpo Instrumentos musicais
A produção do
Ritmo Os Movimentos Objetos sonoros
Som
A diversas
Melodia Os Gestos sonoros Instrumentos Clássicos
formas do Falar
A diversas
Harmonia formas do Instrumentos Folclóricos
Cantar
Forma Instrumentos Étnicos
Estilo
Gênero
(GAINZA 1988)
Edgar Willems
Ele desenvolveu uma proposta de ensino de música para todas as crianças a
partir de 3 anos de idade. Para ele, “a escuta é à base da musicalidade”
(FONTERRADA, 2005, p. 126) e o estudo da audição foi um dos pontos
fundamentais abordados em sua proposta. A busca por bases psicológicas para a
educação musical marcou a trajetória de Willems como educador musical. Em seus
estudos, procurou estabelecer relações entre o som e a natureza humana a partir
dos aspectos: sensorial, afetivo e mental.
Émile Jacques-Dalcroze
Apresentou uma proposta de educação musical que relaciona a música ao
movimento corporal. Para o desenvolvimento desta perspectiva, Dalcroze propôs
diversos caminhos metodológicos, com o objetivo de estimular “o desenvolvimento
global da pessoa na área física, afetiva, intelectual e social” (DEL BIANCO, 2007, p.
27 apud ALFAYA). Ritmo, solfejo e improvisação fazem parte das proposições de
Dalcroze para o desenvolvimento musical de crianças, jovens e adultos.
Zoltán Kodály
Idealizou e desenvolveu uma proposta de educação musical que é dirigida
para todas as pessoas. A prática vocal em grupo, o treinamento auditivo e o solfejo
são atividades centrais para esta metodologia.
A música folclórica húngara foi pesquisada e integrada ao método. “A música
folclórica”, afirma Szonyi (1990 apud ALFAYA), “é a herança de todas as pessoas...
e um princípio fundamental do método Kodály” que pode ser aplicado a diferentes
experiências culturais em educação musical. A experiência musical antes da teoria,
criatividade, movimentos corporais, desenvolvimento intelectual e emocional, são
elementos que também pertencem à abordagem proposta por Kodály.
Objetivo geral
Utilizar as técnicas e atividades da musicoterapia educacional, a fim de ajudar
o estudante de música, pertencente a Organização Não Governamental (ONG) -
Creche Centro Comunitário Santa Cruz dos Navegantes a superar suas dificuldades
e frustrações psíquicas e mentais, ocasionadas pela condição social que se
encontra, além de dar subsídios para que sua limitações cognitivas, motoras e
psicológicas não sejam agravadas.
Objetivos específicos
Justificativa
Metodologia
A implantação do projeto será realizado em uma Organização Não
Governamental (ONG) - Creche Centro Comunitário Santa Cruz dos Navegantes,
localizada na Rua Orlando Botelho Ribeiro - Santa Cruz Navegantes Guarujá, SP,
tendo como público alvo crianças e adolescentes com idades entre 10 a 15 anos.
Visa propor um ensino musical dentro do espaço da ONG, utilizando técnicas de
musicoterapia, com a finalidade de desenvolvimento não somente das habilidades
necessárias para se tocar um instrumento, mas formar o educando como um todo, a
fim de promover e motivar não somente o aprendizado musical, mas habilidades
importantes para obter maiores recursos para o enfrentamento da vida, tais como, a
atenção e concentração, disciplina, saber ouvir e ser ouvido, desenvolver
autoestima, respeito, ética, entre outros.
História do bairro
A praia Santa Cruz dos Navegantes é também conhecida como Pouca
Farinha e Marinas.
Com 750 metros de extensão, sem ondas, A vila é de população de
pescadores e caiçaras, localizada próxima da Fortaleza da Barra Grande que foi
construída pelos espanhóis para evitar ataques de piratas. Quando Américo
Vespucio descobriu a Ilha de Santo Amaro em 22 de janeiro de 1502, ancorou seu
navio justamente nesta praia, por ser geograficamente segura dos ventos e das
ondas de sul predominantes na região, por isso a praia foi homenageada com o
nome “Santa Cruz dos Navegantes”.
Foi habitada até 1970 por caiçaras, pescadores artesanais, originários,
principalmente, do Norte e Nordeste do país. No início dos anos 80, passou a ser
habitada por pessoas de diferentes ocupações que necessitavam de lugar de baixo
custo para moradia. Algumas famílias inteiras trabalham na pesca do marisco,
principalmente as que moram perto do mangue. A população é de cerca de 20 mil
pessoas, sendo que grande parte desta população reside em palafitas sobre o
mangue.
A grande maioria (60,88%) exerce atividades formais e os rendimentos
mensais estão em torno de 1 a 3 salários mínimos. Em atividades informais
encontram-se cerca de 20% da população, sendo que 79% destes recebe até 2
salários. A renda per capita gira em torno de 0,5 a 1 salário mínimo. A questão do
lixo é uma das maiores problemáticas enfrentadas por esta comunidade que não
possuia sistema de coleta domiciliar porta a porta e por falta de educação ambiental
acaba por jogar seu lixo direto no manguezal.
Fontes: Nação Ecológica
Espaço físico
Para o desenvolvimento das atividades é necessário uma sala de
aproximadamente 10 metros quadrados, sem objetos que ocupem o centro,
impedindo a locomoção pelo espaço, seja livre interrupções externas, e
preferencialmente que não possua imagens nas paredes para não dispersar a
atenção dos participantes.
Cronograma
As atividades ocorrerá no período entre fevereiro a junho e de agosto a
dezembro, com apresentações dos alunos a qual servirá para concretizar o
aprendizado, e os benefícios de saúde obtidos no decorrer dos estudos.
Avaliações
Será utilizada o método de avaliação da musicoterapeuta Ana Sheila
Tangarife, intitulado pela própria autora como Avaliação Musicalização Terapeutica,
que leva em consideração a motivação onde analisa o Interesse, Atenção,
Concentração, e memória, levando em consideração os elementos predominantes
do Timbre, Rítmo, Elementos Melodia, Predominantes Harmonia, Estrutura formal,
Estilo Musical, de acordo com as Respostas de discriminação (qualidades sonoras),
motricidade (como se move), Respostas . afetividade (prazer, escolha), inteligência
(compreensão, relaciona estruturas metálicas) (TANGARIFE 2005) , essas
avaliações servirão com a finalidade de apontar quais as mudanças ocorridas
durante o processo de aprendizagem, a fim de nortear o desenvolvimento das aulas
.
Material necessário:
Nome do produto Preço Quantidade Valor total
unitário
Remuneração :
Contrato:
Considerações finais
.
É de conhecimento de todos as inúmeras dificuldades que os jovens
brasileiros enfrentam todos os dias, basta apenas ligar a TV nos noticiários e nos
deparamos com a dura realidade, daqueles que vivem nas periferias, sabemos que
tal situação cada vez mais se agrava, o governo tenta amenizar essa situação
caótica com os diversos programas de auxilio, no entanto, cabe a cada um de nós
contribuir de alguma forma para que a situação seja revertida o quanto antes, para
que deixemos de sofremos diretamente com as consequências, pois somos nós as
vitimas dos crimes cometidos por esses jovens que vivem em situação de risco
social.
Por meio do aprendizado musical o jovem estudante tem a possibilidade de
enxergar novas possibilidades dentro do seu contexto social, distanciando dessa
maneira dos inúmeros problemas que o rodeia, refletindo em seu ambiente familiar e
na comunidade a qual é inserido.
ALFAYA, Monica / PAREJO, Enny, Musicalizar: uma proposta para vivência dos
elementos musicais, São Paulo: MUSIMED, 1987.
SILVA, Carlos Alberto. Vozes, música, ação: Dalcroze em cena. Conexões entre
rítmica eencenação. Dissertação de mestrado em artes. Universidade de São
Paulo. São Paulo, 2008
Artigo e tese