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EXÉRCITO BRASILEIRO
Edição
2021
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
Edição
2021
1-1
INDICE DE ASSUNTOS
SUMÁRIO
REFERÊNCIAS
— CAPÍTULO I —
INTRODUÇÃO À ESGRIMA
1.1 FINALIDADE
Este Caderno de Instrução e seus anexos têm por finalidade servir de fonte de consulta,
visando a difusão e desenvolvimento da prática de Esgrima no Exército, em especial a
prática da modalidade de Espada.
A esgrima tem sua origem na pré-história, no momento em que o homem, visando sua
proteção e sobrevivência, começou a utilizar bastões e pedaços de madeira para atacar e
defender-se. Ao longo da
história e com a descoberta
do metal (6.000 a.C.) foi
possível a criação e
desenvolvimento de armas
e equipamentos, os quais
começaram a ser
empregados nos campos de
batalha. O combate corpo a
corpo perdurou como
principal forma de
combater, tendo como
marco do fim de seu
protagonismo a descoberta
e utilização da pólvora,
provocando mudanças nas
estratégias de guerra,
suprimindo o combate Fig. 1-1: Torneio Internacional de esgrima em 1896 – Paris FRA
aproximado.
- Moderno
- Contemporâneo
Período Antigo
1-1
1-1
travavam corpo a corpo a esgrima tinha uma função importante. Cada povo e cultura
desenvolveu o armamento e equipamento e a forma de combater.
- Os Hindus consideravam a esgrima como uma ciência divina e possuíam o mais antigo
tratado de esgrima, o “DHANOR VEDA”. Combatiam a pé, a cavalo, ou em carros e foram
os primeiros a registrar o emprego de mulheres em combate, além de possuírem locais
próprios de treinamento.
- Os chineses davam preferência à lança e o sabre a cavalo e sua formação militar era
escolar.
- Os assírios possuíam um espírito altamente belicoso. Em 2.000 a.C. é criada uma escola
especialmente destinada ao emprego das armas.
Fig. 1-2: Imagem da tumba do Faraó Ramsés III – Registro do primeiro torneio de esgrima
1-6
1-2
“LANISTES” ou mestres gladiadores. Se dominava a tática e o manejo do escudo e as
rápidas mudanças de guarda.
Período Moderno
Período Contemporâneo
Esse período tem como marco inicial a invenção da máscara de arame trançado concebida
por La Boussiére ao final do século XVIII. A esgrima começa a se desenvolver como
esporte, abandonando a área do combate, devido ao desenvolvimento das armas de fogo,
o que suprimiu o combate aproximado.
1-31-5
Em 1896, a esgrima integra os primeiros Jogos Olímpicos em Atenas. Os toques eram
observados e validados por juízes, obrigando os atletas realizarem movimentos mais
plásticos e lentos, visando uma melhor visualização e nitidez das ações pela arbitragem.
Primeiramente com a arma de Florete e Sabre e, em 1900, se inclui a Espada.
Em 1866 foi criado o Clube Ginástico Português para o ensino de ginastica e esgrima.
Durante a segunda metade do século XIX o esporte aparece em vários programas de
instituições educacionais. Em 1909 é criado o primeiro curso de Mestre D´armas do Brasil
na Escola de Educação Física da Força Pública de São Paulo, através da missão francesa,
destacando o mestre francês Balancie.
Fig. 1-5: Logotipo da Confederação Brasileira de Esgrima e da Escola de Educação Física do Exército
Em 1936 a União Brasileira de Esgrima se filia a FIE. Em 1941 foi fundada a Federação
Rio-grandense de Esgrima (FRGE). Em 1946 é criada a CBE com filiadas a FPE, a FME
(atual Federação de Esgrima do Estado do Rio de Janeiro - FEERJ), a FRGE e a Escola
de Educação Física da Marinha.
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1-6
Atualmente a CBE tem como filiadas a FEERJ, FRGE e a Federação Paranaense de
Esgrima (FPE). Clubes de Minas Gerais, Distrito Federal e São Paulo atuam como
reconhecidos, além de instituições de ensino superior militar e suas respectivas comissões
desportivas.
Velocidade
A velocidade é uma qualidade indispensável ao esgrimista. A esgrima emprega
preferentemente ações simples, estando o sucesso subordinado à rapidez de sua
execução.
.
Coordenação
A esgrima exige uma coordenação perfeita de movimentos, pois aliada à velocidade,
permite uma maior eficiência dos mesmos. A boa coordenação dos dedos e do braço
armado permite uma melhor empunhadura e precisão dos movimentos da arma. A
coordenação de pernas, aliada à de braço/dedos, faz com que o indivíduo consiga se
deslocar na pista no momento certo.
Flexibilidade
“À-propos”
Equilíbrio
1-5
1-5
Sensibilidade sensorial tátil e visual
Qualidade psicomotora essencial para ter eficiência durante a execução das ações.
A sensibilidade visual permite que o atirador consiga avaliar e se antecipar aos gestos e
sinais do adversário. Ela também permite que o indivíduo identifique e desenvolva a noção
de distância.
A sensibilidade tátil, é feita basicamente através de sua própria lâmina, que através das
ações realizadas em contato com a lâmina adversária, consegue-se obter um julgamento
das ações que o oponente irá realizar. Essa característica é conhecida como sentimento
de ferro.
.
Capacidade cardiorrespiratória
Observa-se que a capacidade cardiorrespiratória é desenvolvida visando uma resistência
à fadiga, devido a variação de intensidade durante todo o combate.
1-6
1-6
Caracterizado por alunos que possuem boa noção técnica e um bom entendimento do jogo,
mas com uma noção tática limitada. Não possuem resultados que o confirmem como um
esgrimista competitivo.
1-7
1-5
— CAPÍTULO II —
ÁREA DE JOGO, UNIFORMES / EQUIPAMENTOS E MODALIDADES
O terreno deve representar uma superfície plana e horizontal. Ele não pode dar vantagem
ou desvantagem a qualquer um dos dois adversários. As três armas são disputadas sobre
a mesma área de jogo.
São de uso essencial do esgrimista: Luva, máscara, plastron, jaqueta, calça e meião.
Para realização de uma aula individual é necessário apenas máscara, luva e plastron.
2-1
Fig. 2-2: O uniforme e equipamentos de esgrima: Calça, máscara, jaqueta, luva, plastron e toc-toc
O armamento é dividido em: ponta ou ponteira, lâmina com espiga, copo, tomada, punho e
pomo. Na espada e no florete ainda existe o fio de lâmina.
Fig. 2-3: A Espada é subdividida em: pomo, punho, tomada, copo, lâmina e ponta
2-2
2.4 Especificidades do Florete
Peso: 500g
Tamanho arma: 110 cm
Tamanho lâmina: 90 cm
Formato da lâmina: quadrangular
Toque: executado com a ponta
Intensidade do toque: maior que 500g
Superfície válida:
A superfície válida do florete é apenas
o tronco do adversário, incluindo as
costas. Todas as
outras superfícies não válidas. Para
diferenciar uma superfície da outra, o
esgrimista utiliza um colete elétrico
(jubeto)
Assim como o florete, o sabre é uma arma de convenção e o toque é realizado com
toda lâmina da arma, com golpes de corte, contra corte, plaqué e de ponta. É
necessário apenas o contato da lâmina com o colete elétrico para o aparelho acusar o
toque. A superfície válida do sabre é limitada ao tronco, braços (não valendo os toques
na mão) e cabeça.
Peso: 500g
Tamanho arma: 105 cm
Tamanho lâmina: 88 cm
Formato da lâmina: misto
(quadrangular, triangular e achatado)
Toque: contato da lâmina com o 2-3
colete elétrico
2-3
Superfície válida:
As superfícies válidas do sabre são os
braços, cabeça e tronco. Para
diferenciar uma superfície da outra,
o esgrimista utiliza um colete elétrico
(jubeto).
Peso: 770g
Tamanho arma: 110 cm
Tamanho lâmina: 90 cm
Formato da lâmina: triangular
Toque: executado com a ponta
Intensidade do toque: maior que 750g
Superfície válida:
A superfície válida da espada é todo o
corpo do adversário, incluindo
máscara, braços e pernas
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a situação do toque duplo e caso ocorra os toques não são considerados e o combate
reinicia do tempo em que o combate foi interrompido. Caso nenhum dos esgrimistas
consiga efetuar o toque é registrada a derrota dupla. As regras de pontuação são
regidas por regulamento da UIPM (União Internacional de Pentatlo Moderno)
O sabre e o florete são armas que, dependendo das ações realizadas no combate, o atleta
passa a deter a prioridade do toque. Cada arma possui regras específicas, que são
chamadas de convenções, que, permitem ao árbitro decidir, ao longo do match quem detém
tal prioridade. Esse princípio é desconsiderado na espada, sendo o toque duplo uma ação
válida e que beneficia ambos competidores.
2-5
— CAPÍTULO III —
PROGRESSÃO DIDÁTICA
Após ensinar ao aluno os movimentos da perna e avaliar sua boa coordenação, o aluno
começa a trabalhar com a arma na mão. Ensina-se a empunhadura correta, as linhas
e posições de esgrima e a partir dessas lições começa a se desenvolver o doigté e o
sentimento de ferro do aluno.
3-1
- Deslocamentos para frente e para
trás simples (marchar e romper)
- Conforme evolução insere-se os
2 Deslocamentos deslocamentos mais elaborados
(marchar e romper invertido, passo
avante e à retaguarda, salto à
frente e à retaguarda, balestra)
3 Deslocamentos para ações ofensivas - Afundo
- Flecha
4 Empunhadura / Doigté Empunhadura (Reto e anatômico)
- Doigté
5 Ofensivas simples - Golpe Direto
- Desengajamento
- Coupê
6 Contraofensivas - Contra ofensiva simples
- Esquivas
7 Defensivas Simples - Paradas simples
8 Ofensivas compostas - Fintas de ataque
- Tipos de ataques compostos (por
um dois, por um dois três, encima
e embaixo)
9 Defensivas Compostas - Fintas de parada
- Tipos de paradas
10 Ações ao ferro - Ataques ao Ferro
- Tomadas de Ferro
- Remessa
11 Variedade das ações ofensivas - Redobramento
- Repetição
- Contratempo
3-2
— CAPÍTULO IV —
A POSIÇÃO DE GUARDA
4.1. DEFINIÇÃO
Muito raramente se consegue alcançar a guarda ideal, para enfrentar as diversas situações
de combate e tipos de adversários. Durante o combate, a guarda do espadista pode sofrer
variações devido à fadiga e a displicência que dificultam a sua execução eficaz.
4-1
As características a seguir são essenciais para a correta execução da guarda clássica:
Linha diretriz — reta imaginária traçada do
centro do calcanhar do pé de trás passando ao
longo do centro do pé da frente do esgrimista.
Manter essa linha nos deslocamentos é
importante para executá-los equilibrados e na
direção desejada durante o combate.
Fig. 4-2: A linha diretriz formada pela posição dos pés
O tronco —o tronco deve estar lateralizado com o eixo dos ombros quase na mesma linha
do braço armado visando uma reduzir a exposição de área de superfície válida ao
adversário. O tronco e os quadris têm posições e movimentos independentes.
4-2
4.4. DEFEITOS A EVITAR
A posição de guarda não é uma posição natural e, durante a iniciação, faz-se necessário
a correção dos detalhes com o objetivo eliminar erros que possam comprometer o
desenvolvimento do aluno e evitar a criação de vícios mecânicos durante a tomada dessa
posição.
Excesso de peso sobre a perna de trás — O afundo torna-se saltado, acarretando atraso
e há esforço desnecessário; a perna de trás, dificulta a projeção do corpo para frente.
Excesso de flexão das pernas — esse defeito produz muita contração muscular. Os
movimentos são executados com um tempo de retardo.
Falta de flexão das pernas — Torna a posição de guarda muito alta. Conduz o esgrimista
a atacar inclinando muito o corpo para frente e grande esforço para retomar a guarda.
Acarreta a falta de rapidez na ofensiva.
Posição defeituosa do braço desarmado — levar o braço livre para a lateral do corpo no
afundo ou na flecha, produz um desvio da ponta para o lado e falta de precisão nos golpes.
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— CAPÍTULO V —
MEDIDA E DESLOCAMENTOS
5.1. MEDIDA
a) O atirador está na sua justa medida, quando ao tocar o adversário sua lâmina se encurva
ligeiramente.
Os deslocamentos para frente devem ser feitos com atenção, pois o adversário pode
executar uma ação ofensiva sobre nossa aproximação. Usualmente são pequenos e em
harmonia com os movimentos da mão e do braço armado.
5-1
Fig. 5-2: Os tempos de execução do marchar invertido
Salto à frente — consiste em saltar à frente com os dois pés, ao mesmo tempo, mantendo
o mesmo afastamento entre eles. Muito utilizado seguido de outro deslocamento com
aumento progressivo de velocidade. Por exemplo, seguido de afundo ou flecha.
Os deslocamentos para trás são usados para sair da medida e impedir que o adversário
toque. Podem ser combinados com as esquivas e as paradas. São bem maiores que os
deslocamentos à frente e em harmonia com os movimentos da mão e do braço armado.
5-2
Fig. 5-4: Os tempos de execução do romper
Salto atrás — consiste em saltar atrás com os dois pés, ao mesmo tempo, mantendo a
distância entre eles. Permite colocar-se rapidamente fora do alcance do adversário.
Passo atrás — consiste em recuar o pé da frente para trás do pé posterior e voltar à sua
distância na posição de guarda. Permite, mais rapidamente, sair da medida do adversário,
conservando o equilíbrio.
5-3
ao solo.
Oscilar o tronco para frente e para trás durante os deslocamentos — devido à falta de
habilidade motora ou de empenho. O desenvolvimento imediato ao deslocamento não será
instantâneo.
Pé de trás pousar em dois tempos sobre a pista — pousar primeiro a ponta e depois o
restante do pé, retarda o fim do deslocamento.
Pé de trás com a ponta voltada para trás — prejudica a impulsão no afundo e retarda a
volta à guarda, para frente ou para trás.
.
5-4
— CAPÍTULO VI —
O DESENVOLVIMENTO E AFUNDO
6-1
oposição da mão armada, do lado da lâmina do adversário, a fim de tocá-lo mais facilmente
e garantir melhor cobertura.
O uso das pernas — o pé da frente eleva-se pela ponta e é lançado para frente a uma
distância variável, conforme a estatura e a intenção tática do indivíduo. O pé deve se
deslocar rasante ao solo, primeiramente com o calcanhar. Ao mesmo tempo, a forte
impulsão proporcionada pela extensão da perna de trás dá velocidade ao golpe.
A ação da perna de trás começa desde que o pé da frente levanta a ponta ou o calcanhar
para decolar da pista. A potência atinge o máximo somente quando o quadril é levado para
frente para permitir um impulso horizontal.. A planta do pé de trás permanece em cheio no
solo, constituindo firme ponto de apoio, bloqueando o movimento do afundo e assegurando
perfeito equilíbrio. Na posição final do afundo o esgrimista deve estar bem equilibrado a fim
de prosseguir com a frase d’armas, se necessário.
O braço desarmado — O braço não armado tem no desenvolvimento, duas funções muito
importantes:
Na execução
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Braço armado encolhido
Prejudica à precisão e à apreciação da distância e, às vezes, dá possibilidade ao
contra-ataque adversário ganhar um tempo de esgrima, durante a execução do
desenvolvimento.
Pé de trás deslizando
O desenvolvimento é executado deixando cair o tronco para frente no momento da
explosão. Não existindo mais qualquer resistência no ponto de apoio, a potência é
praticamente nula. Este defeito não permite uma real apreciação da distância até o
adversário.
O esgrimista que não utiliza seu braço desarmado, tem uma tendência natural para
abusar dos ataques em flecha.
6-3
Na posição final
6-4
— CAPÍTULO VII —
A VOLTA À GUARDA E O AJUNTAMENTO
A volta à guarda para trás consiste em trazer o pé da frente à sua distância, flexionando o
joelho de trás e distribuindo o peso do corpo sobre ambas as pernas. Deve-se elevar o
braço de trás e terminar o movimento colocando o braço da frente (braço armado) na
posição de guarda. Destaca-se a volta a guarda com o braço alongado para realizar uma
melhor cobertura contra possíveis ações do adversário.
Braço armado flexionado fora de tempo e sem sincronização com a volta à posição
7-1
de guarda - Oferece ao adversário vantagens para executar uma ofensiva sobre a
retomada da guarda
7.4. O AJUNTAMENTO
7-2
— CAPÍTULO VIII —
A FLECHA
d) Quarto tempo - A flecha termina quando o pé de trás retoma o contato com o chão, último
momento para que a ação ofensiva toque o adversário. Para a melhor execução da flecha,
o braço desarmado, tal como no desenvolvimento, tem importante função motora para a
lateralidade do tronco, no desequilíbrio e equilíbrio do corpo, durante todos os movimentos
8-1
A flecha termina quando o pé de trás toca a pista, quando também termina a ação ofensiva,
seja ataque, resposta ou contrarresposta.
Fig. 8-2: Os tempos de execução da flecha, caracterizado pelo desequilíbrio da perna da frente, seguido da
ultrapassagem do pé de trás
A flecha é uma modalidade de deslocamento para ações ofensivas que explora a sua
eficiência na rapidez de execução.
Braço armado encolhido – tal como em toda ação ofensiva, aquela em flecha, deve ser
precedida pela extensão do braço armado, com adequada elevação e oposição da mão
armada a fim de assegurar proteção ao atacante.
8-2
— CAPÍTULO IX —
A EMPUNHADURA DA ESPADA E OS TIPOS DE PUNHO
O modo de empunhar uma espada varia segundo seu peso, a consistência da lâmina, seu
equilíbrio, suas características de montagem e, sobre tudo. de seu tipo de punho. Quando
empunhamos uma espada, é conveniente segurá-la de modo que ela não caia da mão e,
também, poder manejá-la para executar os movimentos com sua ponta ou arestas, para
atacar ou defender, respectivamente.
Fig. 9-1: Os punhos existentes na espada: anatômico e reto e a forma correta de empunhadura
O punho reto (ou francês), permite que o atirador empunhe a arma de diferentes formas,
permitindo uma maior variedade de ações, podendo alterar suas ações conforme as táticas
ao longo do combate.
9-1
Esse tipo de punho permite a variação, conforme a distância do copo, permitindo uma
empunhadura mais curta, ideal para as ações que necessitam de maior potência, para
agir mais forte sobre o ferro adversário, ou, a empunhadura mais longa, ideal para ações
ofensivas e contra-ataques com maior alcance.
O punho ortopédico ou anatômico é o tipo de punho que permite o atirador uma maior
firmeza, auxiliando nas ações ao ferro contra o adversário, além de permitir uma maior
resistência a essas mesmas ações. Há diversos modelos de punhos ortopédicos, no
entanto eles devem possuir apenas uma forma empunhadura da mão armada sobre ele. É
limitado o afastamento do polegar, no máximo, a dois centímetros do copo.
- O dedo mínimo não colocado sobre o punho — na maioria das vezes, esse defeito
provém da posição indevida dos dois primeiros dedos- polegar e indicador — sobre o
punho. É observado nos atiradores que repousam o punho da arma sobre a primeira
falange do indicador, provocando geralmente a contração permanente do antebraço e a falta
9-2
de firmeza, resultado da perda de um quinto ponto de apoio sobre o punho.
- Segurar a arma pelo pomo — permite aumentar o comprimento efetivo da arma em alguns
centímetros, mas prejudica a leveza e a precisão dos movimentos de ponta, diminuindo
também a autoridade das ações defensivas.
9-3
— CAPÍTULO X —
O DOIGTÉ E O SENTIMENTO DE FERRO
10.1. O DOIGTÉ
O “doigté” é a capacidade de conduzir a ponta da arma somente pela ação dos dedos,
especialmente o polegar e o indicador. O doigté bem desenvolvido permite a execução de
movimentos mais rápidos e precisos, tanto nas ofensivas, quanto nas defensivas e
contraofensivas. Isso faz com que o mesmo economize força e evite fadiga desnecessária.
Esta habilidade só é adquirida após um longo trabalho no plastron, nas lições individuais e
nos trabalhos em dupla, a fim de desenvolver a sensibilidade tátil, o mecanismo e a
independência muscular no trabalho dos diferentes dedos.
O sentimento de ferro se adquire após alguns anos de trabalho contínuo. Esta habilidade
psicomotora permite ao esgrimista agir por automatismo, em tempo extremamente curto de
milésimos de segundo. O esgrimista que possuir o doigté e sentimento do ferro mais
desenvolvidos terá vantagem significativa no combate.
10-1
— CAPÍTULO XI —
AS LINHAS E POSIÇÕES DE ESGRIMA
11.1. AS LINHAS
Há, no total, oito posições de esgrima. A cada linha de esgrima existem duas posições,
que variam conforme o posicionamento da mão (pronada ou supinada). O esgrimista
está em determinada posição quando sua lâmina e ponta defendem a linha
correspondente, impedindo que o adversário o atinja por um gole direto.
11-1
Fig. 11-2: As posições de prima, segunda, terça e quinta são
caracterizadas pela mão em pronação. Enquanto que as posições de
quarta, sexta, sétima e oitava, a mão do atirador está em supinação
11-2
— CAPÍTULO XII —
O ENGAJAMENTO, AS MUDANÇAS DE ENGAJAMENTO E O DUPLO
ENGAJAMENTO — A AUSÊNCIA DE FERRO E O CONVITE
O engajamento deve ser firme e flexível. Sua execução eficaz depende de uma boa
empunhadura da arma e do doigté. A linha de engajamento deve ser fechada, sem
exagero, de modo a impedir que qualquer ataque nela feito, por golpe direto .
Da linha alta para a linha alta, a mudança de engajamento executa -se, passando a
ponta por baixo da lâmina adversa.
12-1
12.3. EMPREGO TÁTICO
Na realidade, a lição com engajamento das lâminas cria e aprimora o bom mecanismo, mas
não desenvolve o senso tático. A ausência de ferro, evidentemente, obriga o aluno a
raciocinar e desenvolver, no mais alto grau, o seu senso tático.
Ausência de ferro é a ação que consiste em abandonar ou não permitir o contato de ferro
do adversário.
A ausência de ferro e o convite tomam o nome da linha que eles descobrem. Por
exemplo, estando na posição de sexta, tomar a posição de quarta, faz o convite na linha
de sexta.
Convite — os ferros estando engajados ou não, tomar uma posição de esgrima na linha
desejada.
12-2
b) Remediar a inferioridade de mão fugindo aos efeitos da potência de mão adversária.
O convite permite:
Provocar uma ação ofensiva do adversário, simples ou composta, para tirar partido.
Para ser eficaz, ele deve ser combinado com a marcha, ou com o salto, e sua amplitude é
em função da intenção tática.
12-3
— CAPÍTULO XIII —
AÇÕES OFENSIVAS: O ATAQUE
Ações ofensivas são os golpes executados com o objetivo de tocar o adversário. São elas:
os ataques, as respostas e as contrarrespostas. O ataque é a primeira ação ofensiva de
uma frase d’armas.
A ação visando tocar o adversário que já iniciou uma ofensiva (ataque, resposta ou
contrarresposta) é uma contraofensiva, chamadacomumente de contra-ataque.
O golpe direto é o mais simples dos ataques ou das ações ofensivas, que incluem também
as respostas e as contrarrespostas.
O golpe direto pode ser feito em todas as linhas, com a mão em supinação, em pronação
ou nas posições intermediárias.
O golpe direto necessita de boas qualidades, tais como: velocidade, precisão, presteza, e,
acima de tudo, senso de oportunidade quanto ao momento exato para desferiro golpe.
Fácil de conceber, mas difícil de executar, sua simplicidade permite o adversário com
presença de espirito prever e julgar o golpe e, do mesmo modo, todos os meios a fim de
13-1
pará-lo.
O golpe direto deve ser executado nas seguintes circunstâncias, em função dasituação
do adversário:
13.4 O DESENGAJAMENTO
A ação do desengajamento é facilitada pelo sentimento do ferro, qualidade que facilita todas
as ações defensivas e ofensivas e pode ser executado:
3º) Sobre um ataque ao ferro executado pelo adversário, no qual ele não encontra o ferro.
O corte (coupé) é uma ação ofensiva simples que consiste em passar a lâmina pela frente
da ponta adversa, por uma ação dos dedos e do pulso.
13-2
13.6 CONTRADESENGAJAMENTO
O desengajamento é a ação ofensiva de passar a arma de uma linha para outra. O contra
desengajamento é a ação de voltar à mesma linha, fazendo a ponta descrever um
movimento semelhante ao desengajamento, porém em sentido inverso. Os dois
movimentos não devem ser confundidos.
A elevação da mão armada — a execução dos ataques simples deve ser dominada pela
preocupação constante em efetuar os movimentos necessários de elevação e oposição da
mão, a fim de habilitar o aluno a cobrir-se nos ataques e a reagir contra a tendência de
abaixar a mão
A velocidade nos ataques simples — Na execução dos ataques simples, para se obter o
máximo de efeito de surpresa (e isto é muito importante), o ataque deve tera sua
velocidade progressivamente acelerada.
O efeito surpresa nos ataques simples — toda partida precipitada retira da ação ofensiva,
o desejado e natural, efeito da surpresa, porque imediatamente desperta no adversário a
reação defensiva correspondente.
13-3
— CAPÍTULO XIV —
A CONTRAOFENSIVA E OS ATAQUES SOBRE A PREPARAÇÃO
O contra-ataque deve ser feito em um momento oportuno para se pode tirar partido da
situação. Este momento surge no combate, de maneira muito favorável, principalmente,
quando o adversário inicia o ataque ou outra ofensiva.
Ao contrário, nas três armas, o golpe duplo ocorre em consequência de uma ação errônea
de um dos esgrimistas, devido a um tempo tomado em “falso”, à precedência na ofensiva
ou a um erro de execução.
- Golpe de arresto;
14-1
- Golpe de arresto por oposição (ou interceptação);
- Golpe de arresto com tempo de esgrima.
Podem ser executados no mesmo lugar, recuando ou à frente. Com ou sem esquiva.
O golpe de arresto é um movimento ofensivo, que tem por fim deter o adversário
quando ele ataca em marcha ou com o braço armado encolhido.
Atualmente, o Regulamento para as Provas da FIE denomina ambos como arresto por
oposição, uma ação defensivo-ofensiva, reunindo em um só movimento parada e resposta,
executada sobre a ofensiva adversária e interceptando a ofensiva adversária. Corretamente
executado impede o toque do adversário.
Este contra-ataque sempre deve ser premeditado, porém exigeprecisão e oportunidade para
ser executado corretamente. Sua dificuldade está em perceber a natureza do ataque
adversário e o seu grau de velocidade. É aconselhável só executar este golpe nas linhas
externas, em sexta ou oitava. A oposição na linha interna tende a ser insuficiente, pois a
superfície do corpo fica do lado interno da mão armada.
O espadista pode arrestar um ataque composto de seu adversário, mas para que haja
apenas um esgrimista tocado, este arresto deve tocar com antecedência.
14-2
Não se pode abusar dos arrestos com tempo de esgrima, deve-se tentá-los apenas quando
se tem bem julgado o ataque composto do adversário, pois este tipo de arresto, fora do
bom momento, provoca um toque duplo, o que pode ser útil ou péssimo, dependendo do
escore e do tempo de jogo. No entanto, um arresto no tempo oportuno faz prova de um
excelente julgamento e de uma boa execução.
O arresto em combate
Os arrestos podem ser executados sobre qualquer ação ofensiva dos adversários.
Considerando o emprego das lâminas, os arrestos podem ser executados com ou sem
contato de ferros:
a) A pé firme.
c) Com ajuntamento.
d) Com esquivas.
As diversas aplicações dos arrestos em combate devem ser exercitadas nas lições, nos
trabalhos em duplas e nos assaltos, tais como: a) Arrestar ao braço sobre um ataque simples.
Arrestar sobre os ataques as avançadas da linha baixa externa d) Arrestar sobre os ataques
executados com ataques ao ferro.
14-3
14.4 PREMISSAS BÁSICAS DA CONTRAOFENSIVA
Na esgrima de espada a melhor ação para impedir que a ofensiva adversária toque é a
contraofensiva.
- Com contato de ferros por meio de oposição (interceptação) quando fecha a linha
de penetração do ferro adversário impedindo-o de tocar nesta ação.
- Direta ou indireta
As preparações de ataque são certas ações preliminares, que têm por efeito agir sobre a
lâmina adversária, tais como engajamentos, mudanças de engajamento, duplos
engajamentos, ataques ao ferro ou tomadas de ferro.
O ataque sobre a preparação se diferencia dos golpes de arresto, porque se executa antes
do início do ataqueadversário.
14-4
— CAPÍTULO XV —
DEFENSIVA – AS PARADAS SIMPLES E AS ESQUIVAS
- Recuar.
- Esquivar
- Parar.
Parar - é o ato de se impedir com a própria arma – copo e / ou lâmina – a fim de evitar ser
tocado pelo adversário.
A parada é a ação principal da defensiva executada com a própria arma. Tem a finalidade
de desviar o ferro do adversário das linhas em que ele se apresenta com o objetivo impedir
o toque e propiciar a retomada de ações ofensivas.
A fim de bem parar um ataque é preciso perceber a intenção do adversário, por isso a
defensiva é considerada mais difícil do que a ofensiva, onde bons paradores são mais
raros do que os bons atacantes.
Além do papel de proteção, a parada tem por finalidade dar oportunidade para a resposta,
proporcionando ao atacado um meio de responder à ação ofensiva do atacante, após se
defender com o objetivo de tocá-lo. Portanto, sempre que possívela parada é feita em
função da resposta que será executada.
A amplitude limitada dos movimentos - ao fazer uma parada o instinto conduzo iniciante
a levar a mão de maneira precipitada na direção do ataque. A ponta da arma de um atirador
hábil enganará facilmente a esses movimentos largos e desordenados.
15-1
Oportunidade — a parada deve ser feita no devido tempo, nem cedo, nem tarde e no
final do ataque. Muito cedo, ela não age com o terço forte ou médio da lâminae, muito tarde,
não impede que o ataque chegue, isto é, toque.
Parte adequada da lâmina — a parada deve ser feita com o terço forte (o mais próximo
possível do copo) ou médio da lâmina — em função da parada quanto à execução,
reduzindo ao mínimo o braço da alavanca (distância entre o ponto da lâmina que faz a
parada e a mão do esgrimista que parou) e detendo assim, sem grandes esforços,qualquer
ação vigorosa do adversário.
Desviar a lâmina adversária — a parada deve ser executada, tanto quanto possível, lateral
ou em diagonal, para desviar com segurança a ponta do ferro do adversário para fora da
superfície válida e, de preferência, sem permitir que passe frente à superfície válida.
Paradas laterais — é aconselhável não abaixar a mão ao fazer a parada lateral,a fim de
não desviar para as pernas, um ataque dirigido ao peito. Na parada, a mão deve se deslocar
na horizontal, ou melhor, não deve se afastar do plano horizontal.
Paradas circulares ou contras: executadas da linha alta para a mesma linha alta, circulando
a arma por baixo da lâmina adversáriae, da linha baixa para a mesma linha baixa, circulando
a arma por cima da lâmina adversária.
As paradas laterais — são de execução fácil, porém exigem bastante precisão Se a parada
for fraca, o ataque não encontrará dificuldade.As paradas autoritárias, que abalam ou
dominam fortemente o ferro do adversário, sãoo apanágio dos bons atiradores.
15-2
As paradas circulares — asseguram uma proteção completa. Elas envolvem e desviam o
ferro em todas as linhas. São sempre empregadas quando não se tem certeza do que vai
fazer o adversário.
A resposta — que se segue a uma parada de contra ou circular é menos rápidae menos
precisa do que a de uma parada lateral.
- Paradas de oposição;
- Paradas de tac;
- Paradas cedendo.
Parada de tac — consiste de um movimento seco e rápido, que termina com um choque
sobre ferro adversário. Seu objetivo é afastar, momentaneamente, o ferro da linhaem que se
acha e facilitar a resposta.
15-3
As paradas podem ser, igualmente, seguidas por um forçamento ou uma tomada de ferro –
oposição, envolvimento, cruzamento ou ligamento.
15.6 AS ESQUIVAS
- Passata sotto – sobre a ação ofensiva adversária, quase sempre é executada daguarda ou
recuando se colocando na posição de afundo, porém lançando o pé esquerdo para trás
(para o canhoto é o pé direito). A ofensiva adversária passa acima do tronco do atacado
que se esquivou e, ao mesmo tempo, executa um arresto.
- Por agachamento – sobre a ação ofensiva adversária, executada com a flexão das pernas
e sentando sobre os calcanhares. A ofensiva adversária passa acima da cabeçado atacado
que se abaixou e, ao mesmo tempo, executa um arresto.
- Inquartata – sobre a ação ofensiva adversária, golpe executado com o afastamento lateral
do pé esquerdo para a direita (para os canhotos é o contrário) e giro deum quarto de volta
do tronco, quase sempre combinada com um arresto (oposição ou interceptação) ou uma
parada, de oposição ou cedendo (cedutta), à ação ofensiva ido adversário. Por exemplo,
executando a parada, de 7ª alta ou de prima, contra uma ofensiva adversária feita por
tomada de ferro, por oposição ou envolvimento em 6ª.
15-4
— CAPÍTULO XVI —
O ESTUDO DAS PARADAS
As posições de esgrima:
Este conceito não significa que as demais paradas – executadas com a mão em pronação–
, devam ser relegadas a um plano secundário, pois, quaisquer que elas sejam, têm um
emprego tático específico.
Parada de quarta – defesa para a linha alta de dentro éuma parada muito empregada,
ficando o braço em uma posição natural. Éautoritária e permite realizar a resposta direta
com a devida rapidez.
Parada de sexta — defesa para a linha alta de fora desvia o ferro do adversário para a
direita do destro ou esquerda do canhoto. Sendo menos potente, entretanto, é de primeira
ordem.
Parada de Sétima — serve para parar os golpes dirigidos à linha baixa de dentro. Na Itália
é chamada de parada de meio círculo porque é muito usada para defesa contra as ações
ofensivas adversárias direcionadasà linha alta de dentro, sendo feita com elevação da mão
durante a sua execução. Isto é. uma parada de sétima alta.
Parada de Oitava — defesa contra os golpes dirigidos à linha baixa de fora. Menos
autoritária que a sétima, a oitava tem a vantagem de desviar o ferro parafora do
corpo, como fazem as paradas de sexta, segunda e terça.
Parada de Prima — Defesa contra a ofensiva à linha baixa interna, ela é dedifícil
execução, porque sua posição faz contrair um pouco os músculos do antebraço,
bloqueando o movimento das articulações do punho, do cotovelo e do ombro. É perigosa
por ser muito aberta e, portanto, fácil de ser enganada. Além disto, é muito lenta. Durante a
lição, entretanto, constitui excelente exercício de flexibilidade. Também é bastante usada
em paradas cedendo em prima alta contra tomadas de ferro.
16-1
Parada de Segunda — É a mais autoritária das paradas da linha baixa. Ela afastao ferro
adversário para uma direção menos perigosa, da qual só pode voltar com dificuldade. A
mão do destro ficará à direita, um pouco mais alta que o quadril; as unhas para baixo, o
braço esquerdo estendido sem rigidez, a ponta um pouco mais baixa que a mão e
ligeiramente fora da linha, a lâmina quase na horizontal e o cotovelo para baixo. A ponta,
assim orientada, não terá mais do que progredir alguns centímetros para atingir o
adversário.
Parada de Terça — Afasta, como a sexta, o ferro para fora. Tem a vantagem de ser mais
autoritária, porém a resposta em mão de terça perde um pouco a sua precisão. É uma
parada empregada, com proveito, contra as tomadas de ferro.
Parada de Quinta — ação autoritária na linha interna alta, a mesma da parada de quarta.
Tem a desvantagem de não conduzir a resposta diretamente e levar a mão do atirador para
baixo.
A parada pode ser feita no final, ou antes, do final da ofensiva (ataque, resposta
ou contrarresposta) do adversário.
- A resposta é fácil de ser dada, porque o atacante (se for um ataque) está empleno
desequilíbrio.
Na realidade, se trata de uma ação contraofensiva com ataque ao ferro enão uma
parada-resposta.
16-2
No momento do encontro de ferros da parada, em função da intenção tática, da distância
entre os esgrimistas e dos deslocamentos sobre a pista, a parada pode ser:
16-3
— CAPÍTULO XVII —
RESPOSTAS E CONTRARRESPOSTAS
Simples e diretas: quando são executadas na mesma linha em que se realizou a parada,
isto é, resposta por golpe direto. Por exemplo: quarta e respostapor golpe direto, sexta
e reposta por golpe direto.
Simples e indiretas: quando são executadas em outra linha, diferente da paradarealizada. Isto
é, resposta por desengajamento ou por corte. Por exemplo: quarta- desengajar, sexta-corte.
17-1
A tempo perdido: após a parada, o atacado demora mais do que um tempo de esgrima
(duração de execução de uma ação simples) para iniciar a ação ofensiva visando o
adversário.
17.4 AS CONTRARRESPOSTAS
Chama-se contrarresposta a ação ofensiva executada pelo esgrimista que parou uma
resposta adversa. Tudo que foi prescrito para a resposta aplica-se a contrarresposta.
17-2
— CAPÍTULO XVIII —
AS FINTAS E OS ATAQUES COMPOSTOS
Definição de finta
Terminologia
As fintas recebem os nomes das ações que elas simulam, sendo estas, as fintas de ataque,
que são os ataques simples — golpe direto, desengajamento e corte. Por isto, as fintas de
ataque recebem a denominação de finta de golpe direto, finta de desengajamento ou finta
de corte. Estas denominações, também, são aplicadas às fintas nas respostas e
contrarrespostas.
Ataque composto é a primeira ação ofensiva de uma frase d’armas, executado com uma,
ou mais fintas de ataque. Nada mais é do que um ataque precedido de fintas de ataque,
podendo ter quantas fintas o esgrimista quiser. Portanto, os ataques compostos têm dois
ou maistempos de esgrima, sendo cada finta um tempo de esgrima.
18-1
O espadista finta bem coberto para provocar uma parada ou recuo do adversário ou
descoberto para provocar uma contraofensiva sobre a qual executará um
contratempo.
As fintas de velocidade
As fintas de combinação
A finta antes de saber a parada a enganar — quando a finta, feita antes da parada que se
vai enganar, é necessário estar-se com a lâmina afastada da do adversário, desde que não
se pretenda seguir está lâmina enganando suas paradas. Quando na finta a ponta segue a
lâmina adversa é necessário aproximar-se dela.
A finta de corte — quando se tem a intenção de prosseguir após fazer uma finta de corte
(coupé), deve-se executá-la com a ponta mais alta que a do adversário, evitando, deste
modo, flexionar a articulação do cotovelo para fazer o corte (coupé).
18-2
O ritmo das fintas
O ritmo das fintas é igualmente variável. Assim, o um-dois-três pode serdecomposto em finta
de desengajamento e, em seguida, um-dois.
No entanto, durante a lição estes exercícios constituem excelente meio de fazer o praticante
adquirir e aprimorar o «doigté» - a faculdade de conduzir a ponta pela ação dos dedos -, a
flexibilidade, a precisão, a coordenação braço-pernas, a noção de medida e o golpe de
vista.
Enganar
Chama-se enganar a ação de livrar o ferro de uma ação defensiva executada com a
arma adversa: a parada.
Escapar
18-3
— CAPÍTULO XIX —
OS ATAQUES AO FERRO
Ataques ao ferro são ações sobre a lâmina do adversário com o objetivo de abalar sua
guarda, abrir uma linha, afastar sua lâmina da posição de ponta em linha, desviar sua ponta
ou deixá-lo numa situação que não esteja preparado para reagir.
Sua principal finalidade é retardar a parada do adversário.
Os ataques ao ferro agem sobre a lâmina do adversário apenas por uma fração de
segundo e, a seguir, abandonam o contato de ferros para realizar outro golpe.
A intensidade do ataque ao ferro é variável, segundo seu emprego tático. Para serem
corretamente executados, devem ser aplicados sobre o fracoda lâmina contrária com a
parte média de nosso ferro.
19.3 A BATIDA
A batida deve ser feita com as arestas da lâmina e não com as laterais - As arestas, sendo
rígidas, imprimem à batida uma maior pressão, dando autoridade perfeita. As laterais são
flexíveis e quando se chocam, envergam e oscilam a ponta, tirando a precisão para realizar
o toque.
Uma batida bem feita abala a mão do adversário — e conforme a intensidade serve para
abrir uma linha, fixar a mão ou provocar uma contrabatida do adversário.
19.4 A PRESSÃO
19-1
É um ligeiro esforço que se exerce sobre o fraco do ferro adversário — deve ser feita
perpendicularmente à lâmina contrária, por meio de um cerrar (aperto) de dedos. Nãosendo
feita desta maneira, provoca um deslizamento de lâminas sem nenhum efeito. Por menorque
seja essa ação, o adversário tem tendência de pôr seu ferro em linha ou reagir com uma
contrapressão, pois sua lâmina acabou de ser deslocada de alguns centímetros.
19.5 FORÇAMENTO
É o mais violento dos ataques ao ferro. Sua finalidade e seus resultados – os objetivos -
são os mesmos que os da pressão e da batida. Enquanto que a pressão e a batida somente
exercem sua ação sobre a parte fraca da lâmina contrária, o forçamentoestende sua ação
de uma extremidade à outra da lâmina.
O forçamento age do fraco ao forte da lâmina por uma fricção enérgica e continua. Uma
ligeira rotação do punho aumenta a sua eficiência.
Um forçamento bem feito pode provocar o desarme. Ele é executado sobre o braçoestendido
ou sobre uma guarda de braço meio alongado com a ponta na horizontal.
19-2
— CAPÍTULO XX —
TOMADAS DE FERRO
Tomadas de ferro são ações sobre a lâminado adversário com o objetivo de se apoderar
dela e dominá-la.
Enquanto os ataques ao ferro abandonam o contato de ferros, logo após a sua realização,
antes detocar ou executar outra ação, nas tomadas de ferro, o atirador deverá, ou não,
manter o contato com a lâmina do adversário até o fim da ofensiva (ataque, resposta,
contrarresposta ou variedade de ação ofensiva), salvo intenção contrária.
20.3 A OPOSIÇÃO
Consciste em unir a arma ao ferro adversário eafastá-lo, agindo com o forte da lâmina e o
copo da arma sobre o fraco da lâmina contrária, de uma maneira progressiva e continua,
quase sempre até o final da ofensiva (ataque, resposta, contrarresposta ou variedade de
ação ofensiva).
Todas as tomadas de ferro devem ser executadas no momento em que o braço armado
adversário está iniciando o seu alongamento, jamais com ele completamente estendido.
Caso seja executada sobre o braço alongado, expõe-se a um escape adversário.
20.4 O LIGAMENTO
A tomada de ferro por ligamento é um movimento onde a lâmina inicia o seu movimento de
uma linha alta para uma linha baixa oposta, ou o inverso.
A parte forte da lâmina deve dominar a parte fraca da lâmina adversária, criando uma
triangulação entre as lâminas e o copo de quem faz o ligamento.
20-1
O contato de ferro deve ser mantido até o final, chegando-se ao toque, dificultando a ação
do adversário de realizar escapes.
Na ofensiva, pode-se executar ataques após o ligamento, tais como o golpe direto, o
desengajamento, o corte ou mesmo um ataque composto.
Na defensiva, pode-se executar parada seguida de resposta por ligamento, muito efetivas.
São usadas com sucesso contra os adversários que fazem remessas sistematicamente.
20.5 O ENVOLVIMENTO
Representa um grau maior queo ligamento, pois a ponta descreve uma circunferência
inteira. Ele pode ser executado em todas as linhas.
20.6 O CRUZAMENTO
É o movimento que conduz o ferro adversário de uma linha alta para a linha baixa
correspondente, ou inversamente, mais difícil de ser realizado.
Emprega-se nas respostas onde o contato com o ferro adversário deve ser mantido
durante toda a ação e, sobre um adversário procura fazer remessa.
20-2
As tomadas de ferro compostas não devem ser executadas a pé firme e simcom
deslocamentos, ou seja, avançando para se aproximar do adversário, ganhar a medida,
tornando seu escape cada vez mais difícil.
São aquelas tomadas sucessivas feitas no mesmo sentido. Devem ser executadascom uma
mudança de ritmo. A primeira é feita marchando e lentamente. A tomada final é realizada
rapidamente e com afundo. A tomada de ferro dupla mais usada é o duplo ligamento de
quarta em oitava (ou segunda).
20-3
— CAPÍTULO XXI —
VARIEDADE DE AÇÕES OFENSIVAS:
REMESSA – REDOBRAMENTO – REPETIÇÃO
21.2 REMESSA
A remessa é uma “ação ofensiva simples imediata, que segue uma primeira ação, sem
recolher o braço, após uma parada ou recuo do adversário, seja porque ele abandonou o
ferro sem responder, seja porque ele respondeu tardiamente, indireto ou composto.”
(Regulamento para as Provas da FIE).
A remessa pode, igualmente, ser executada sobre um adversário que, depois de ter parado,
abandona o ferro. Por este motivo, no caso, é chamada de continuação do ataque
(terminologia fora do Regulamento da FIE).
Uma remessa pode ser executada, particularmente, sobre os adversários que após parar,
mantém uma oposição durante certo tempo antes de responder. Essa remessa pode ser
realizada em cavação, isto é, a lâmina e o braço angulados, formando uma linha quebrada.
Este modo de agir permite tocar o adversário apesar da sua oposição e antes que ele tenha
respondido.
21-1
- Parada de oposição avançando e, depois, responder por baixo;
- Executar uma tomada de ferro em sequência ininterrupta, após a parada.
21.3 REDOBRAMENTO
21.4 REPETIÇÃO
A repetição é nova ação ofensiva executada imediatamente após uma ofensiva inicial,
precedida de uma retomada de guarda para trás ou para frente, sobre um adversário que
para sem responder ou que evita o primeiro golpe por meio de um recuo.
Taticamente, pelas razões já expostas, por vezes será conveniente incitar o adversário a
executar a repetição, precisamente para provocar a oportunidade de desferir fáceis contra-
ataques.
21-2
— CAPÍTULO XXII —
VARIEDADE DE AÇÕES OFENSIVAS:
CONTRATEMPO – O FALSO ATAQUE
Em face à lâmina na posição de ponta em linha, o contratempo por tomada de ferro é mais
indicado do que qualquer outra ação, embora possa ser feito por um ataque ao ferro do
adversário.
Em caso contrário, quando não está com a ponta em linha, o contratempo deve ser
executado por meio de um ataque ao ferro.
Os ataques simples, por sua própria simplicidade, exigem grande rapidez de execução e
impõem a escolha exata do momento para dar o golpe, o que torna difícil o seuemprego, a
não ser contra atiradores fracos.
O falso ataque pode ser simples ou composto, mais pronunciado ou menos pronunciado,
22-1
com maior ou menor desenvolvimento e, se necessário, combinado com a marcha, com o
meio afundo ou outros deslocamentos e fintas de diversas naturezas.
22-2
— CAPÍTULO XXIII —
A OFENSIVA EM ESPADA
Embora o atacante disponha de um campo maior quando ataca, oferece também um alvo
mais extenso aos golpes do adversário.
2ª) Utilizar, para a ofensiva ao corpo, a tática de segunda intenção, que terá por objetivo
obrigar o adversário a esquivar, parar e que recolha o braço armado, para o atacante atacar
composto. Ou então, provocar um contra-ataque (arresto), para dominar o ferro e em
continuação, sem interrupção, prosseguir na ofensiva.
23-1
— CAPÍTULO XXIV —
A OFENSIVA ÀS AVANÇADAS
Em espada, as ofensivas às avançadas são mais usadas em ataques. Porém também são
utilizadas em ações de respostas e arrestos.
Assim sendo, no ataque às avançadas, são preferíveis os ataques simples. Eles serão
executados por meio do golpe direto ou desengajamento, precedidos ou não de uma
preparação ao ferro e devem ser desencadeados de mais longe possível, a fim de não
expor o atacante a um possível contra-ataque.
1º) Ataque clássico às avançadas — no qual a lâmina e o braço armado do atirador ficam no
prolongamento um do outro.
Deve ser executado de longe, sem preparação muscular prévia e dirigido à mão, ao
antebraço ou ao braço do adversário. Executado protegido pelo copo, do lado da lâmina
adversária, estará coberto contra os contra-ataques diretos. No afundo o tronco deve
permanecer na vertical, para não expora cabeça do atirador.
A volta à guarda efetua-se, principalmente, com auxílio da perna de trás e retorno do quadril
à sua posição, e não com os músculos dorsais. A volta à guarda deverá ser protegida pela
manutenção do braço armado na posição de ponta em linha ou mediante à execução de
qualquer parada.
24-1
24.3 ATAQUE EM CAVAÇÃO ÀS AVANÇADAS
Esse gênero de ataque, que subordina seu êxito ao efeito de surpresa e a uma grande
velocidade de execução, comporta alguns riscos, um dos quais é o arresto com oposição
de copo. Por essa razão, será sempre prudente fazê-lo preceder de um ataque ao ferro que,
bem ligado ao ataque, retarda e dificulta os contra-ataques adversos.
Diante de espadistas que retiram a mão a qualquer ameaça, o ataque pode ser
executado sobre esta retirada de mão.
Este gênero de ataque comporta dois tempos:
- O segundo, por uma oposição de copo, desviando a lâmina adversária para o lado.
Seu emprego é preconizado após uma finta de ataque num ataque composto — forçando
aretirada da mão do adversário, ou uma parada levantando a ponta.
Pode ser executado, também, logo após uma ação ao ferro, pressão de preferência.A batida,
nesse caso, é menos eficaz, uma vez que permite uma rápida recolocação da ponta em
linha. Ou ainda, com tomada de ferro, em ataque ou resposta.
24-2
— CAPÍTULO XXV —
ATAQUES AO CORPO
É recomendável não atacar ao corpo semtomar certas precauções, para não se expor a um
contra-ataque às avançadas.
- Para se obter a precisão indispensável, o ataque ao corpo deve ser desenvolvido com o
braçoalongado e sem contração, a mão em supinação, seminclinar o corpo para frente.
- O golpe deve ser impulsionado e conduzidocom as pernas, sem enrijecer o braço armado,
paranão provocar um desvio da ponta.
- Atacar de preferência na linha alta externa, pois é a mais próxima e por oferecermaior
segurança ao atacante, que pode e deve tomar a precaução de opor o copo para proteger-
se contra o arresto, pois em caso de falha de execução, a ponta pode ainda encontrar a
mão, o braço ou o ombro do adversário.
As ações ao corpo serão realizadas por meio de ataques de segunda intenção iniciados por
ações compostas, seja com uma finta, um falso ataque, ou um convite, quepodem ter como
objetivo:
25-1
25.4 ATAQUES DE SEGUNDA INTENÇÃO SOBRE A RETIRADA DO BRAÇO DO
ADVERSÁRIO PARA ATAQUES AO CORPO
Serão executados por meio de fintas às avançadas, que terão por fim:
É a forma de ataque ao corpo que oferece maior segurança, porque permite tomaro ferro do
adversário e mantê-lo dominado até o fim da ação.
As tomadas de ferro simples, em princípio, não são recomendáveis, porque são fáceis de
escapar. Todavia, pode-se empregá-las sobre um adversário de braço rigidamente
estendido, tomando-se a precaução de precedê-las de um ataque ao ferro (batida, pressão)
na linha oposta. Em segunda intenção e em contratempo é que serámais vantajoso executá-
las.
25-2
— CAPÍTULO XXVI —
PRINCÌPIOS TÁTICOS NA OFENSIVA E NA DEFENSIVA
Ser ofensivo não significa avançar sempre sobre a pista, mas saber manter o adversário à
distância conveniente, conduzi-lo para uma posição sobre a pista, de tal modo que se
encontre a melhor situação para o êxito da ofensiva ou da contraofensiva (contra-ataque).
Assim sendo, os ataques preferidos devem ser simples (golpe direto, desengajamento,
corte), cuidadosamente preparados por ações ao ferro (ataques ao ferro ou tomadas de
ferro). As ações sobre o ferro têm por objetivo abalar o adversário, evitando contra-ataques
sempre possíveis.
Deve-se procurar todas as ocasiões para atacar sobre as preparações adversas: marchas,
engajamentos, mudanças de engajamento, fintas, ataques ao ferro, tomadas de ferro.
Todo movimento de mão ou de corpo do atirador deverá ter sempre um objetivo preciso,
seja para dominar o ferro adverso para executar em seguida um ataque, seja parafintá-lo, a
fim de provocar uma reação (parada, recuo, esquiva, contra-ataque), ou ainda,suscitar uma
ação de sua parte, para fazê-lo cair em uma “armadilha” e dela tirar partido.
Ser defensivo não significa recuar sempre sobre a pista, ou jogar no final da pista à
retaguarda, mas saber manter o adversário à distância conveniente e conduzi-lo para uma
situação, de tal modo que ele ataque induzido pelas ações e convites que provocam a sua
ofensiva, proporcionando melhor situação para o êxito da parada e resposta, ou da
contraofensiva (contra-ataque), ou da esquiva. Ou ainda, para sair da medida fazendo com
que o ataque adversário seja curto e disto tirar proveito.
- Os riscos, que toda ação ofensiva, expõe o atacante não respondem às certas condições
precisas. Isto é, são indefinidos e inesperados.
- Toda ação ofensiva com a marcha (pequena), ou balestra seguidas de afundo ou flecha;
- Toda ação defensiva com o recuo precedendo, ou simultâneo, ao trabalho damão armada,
a fim de reforçar e garantir melhor as condições da defensiva
Não executar
26-3
— ANEXO A —
ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Para o planejamento de uma sessão deve-se observar diversos fatores, tendo como objetivo
um melhor aproveitamento e desenvolvimento dos alunos. Ao preparar uma lição o Mestre
d’Armas ou o técnico deve levar em consideração: a quantidade de alunos, o tempo disponível,
o objetivo do aluno, o nível técnico do mesmo e suas individualidades biológicas.
Para os treinadores que não possuem o conhecimento técnico de esgrima o ideal é o trabalho
constante dos educativos e de ações mais simples.
LIÇÕES INDIVIDUAIS
As lições individuais são feitas com o Mestre e aluno, visando o desenvolvimento de ações
específicas. De acordo com a finalidade, ela pode ser dividida em três tipos:
- De estudo: ensina-se ao aluno uma nova ação, ainda não aprendida nem desenvolvida.
- Aquecimento: são executadas ações simples e de fácil execução, preparando o aluno para o
trabalho principal (os exercícios tem q se assemelhar ao que será feito na lição)
- Volta à calma: são executadas ações simples que o aluno apresentou dificuldades durante o
trabalho principal ou ações simples que o mesmo executou com facilidade. Isso dependerá do
objetivo do técnico
LIÇÕES COLETIVAS
A-1
- Aquecimento: realiza-se ações para trabalhar valências físicas e preparar o aluno, de maneira
específica, para o trabalho principal
- Lição propriamente dita: são executadas ações específicas, mais simples que as
apresentadas nas lições individuais.
FASES DA LIÇÃO
O técnico deve observar as características e a forma que ele desenvolve suas sessões. Um
fator importante é sempre iniciar a ações de maneira mais lenta e realizar um aumento gradual
da velocidade. Desenvolve-se as ações das mais simples para a mais complexas e deve-se
observar a fluidez dos movimentos.
O técnico deve sempre corrigir os erros dos alunos. No entanto, esses erros devem ser
corrigidos dos mais graves aos mais brandos. Ao abordar os defeitos, não deve indicar todos
de uma só vez, buscando um melhor entendimento e uma maior facilidade de autocorreção
por parte do aluno.
As lições são faseadas em uma sequência didática. Elas são feitas da seguinte forma:
decompostas a comando, decompostas sem comando, sem decompor a comando e sem
decompor e sem comando.
As lições de esgrima são planejadas de acordo com objetivos específicos. Esses objetivos são:
- Aprendizado: as sessões com o objetivo de aprendizagem têm como foco o estudo de novas
lições. A preparação é menos específica e são planejados assaltos visando uma preparação
sumária para competições. São introduzidas noções e ensinamentos sobre arbitragem e é
realizado algumas discussões e críticas sobre a conduta nos assaltos.
- Treinamento: depende do nível técnico do aluno. A preparação passa a ser mais específica,
com desenvolvimento da técnica através das lições individuais e coletivas. O aluno realiza a
prática da arbitragem e há um estudo mais aprofundado das regras. São realizados assaltos
livres com variação dos adversários e faz-se maiores críticas aos matches disputados no que
tange a técnica e a tática.
A-3
- ANEXO B -
A CONDUÇÃO DA SESSÃO DE TREINAMENTO
AQUECIMENTO
EDUCATIVOS
São fundamentais para formar as ações de base técnica e a correção dos movimentos
de esgrima, propiciando ações mais precisas e lapidadas. Geralmente, cada
educativo tem uma finalidade específica, para a espada é importante a precisão do
toque e o correto alongamento do braço.
Todas as ações podem ser treinadas nesse dispositivo, desde o golpe direto até os
ataques compostos. É importante que o toque que não chegue corretamente na
bolinha, seja repetido, não sendo contado para a quantidade de repetições de cada
exercício específico.
Outro educativo a ser desenvolvido são as ações no plastron fixo, principalmente para
o correto alongamento do braço armado para a realização do toque. Da mesma
maneira, deve-se iniciar o toque à pé firme e ir progredindo para os deslocamentos
até o marchar afundo.
B-1
ESCOLA DE PASSOS
TRABALHO TÉCNICO
Nesse tipo de trabalho deve-se primar pela correção da técnica das ações, não
importando-se inicialmente com a velocidade de execução, mas sim como a correta
forma de executar. É importante que os erros mais graves sejam corrigidos primeiros
para depois corrigir os pequenos detalhes.
Podem ser realizados trabalhos em dupla, onde os alunos executam uma ação de
base e algumas variações pretendidas para aquele exercício. Deve se observar
enquanto eles executam e corrigir oportunamente para que assimilem o que devem
fazer, assim executando da maneira correta o movimento, além de não ficarem com
um “vício” naquela ação.
TRABALHO TÁTICO
Esse é o trabalho que se não for bem conduzido, independente do grau de correção
técnica do aluno, resultará no insucesso do combate. A percepção tática é como o
esgrimista irá reagir frente as ações ou reações que o seu adversário apresenta,
encontrando uma resposta para os problemas que surgem durante o combate.
O mais importante é desenvolver a percepção do aluno para identificar quando ele irá
usar cada ação, além de obter uma variação das ações que ele poderá nos combates,
não se tornando previsível e com a mesma intenção sempre.
B-2
REFERÊNCIAS
ANDRE, Emile. Le Jeu de l’Épée. 2ed. Paris, Paul Ollendorff Éditeur, 1887.
ANDRE, Emile. Manuel d’Escrime Fleuret - Épée - Sabre. 3ed. Paris. Garnier Frères, Libraires-
Editeurs, 1914.
BARTH, Berndt e BECK, Emil (eds.). The complete guide to Fencing. 2005. Meyer & Meyer
Sport, 2007
BORYSIUK ZBIGNIEW Ph.D. Modern Saber Fencing. 1971. Tradução Tomasz Skirecki, Ph.D,
versão inglesa do original polonês. SKA SwordPlay Books, 2009.
CASTANET, Jacques. La légende de l’escrime. Toulouse, Éditions Le Pas d’oiseau, 2008
CASTILLÓ, Julio M. The theory and Practice of Fencing. New York, Charles Scibner’s Sons,
1933.
CLÉRY, Raoul. Escrime fleuret, épée, sabre. Paris, Editions Amphora, 1965.
CLÉRY, Raoul. Escrime. Paris, Presses universitaires de France, 1973.
CZAJKOWSKI, Zbigiew. Undertanding Fencing. Stand Island, SKA Swordplay Books, 2005
DUBOIS, George. L’Escrime du Duel. Paris, Éditions Nilson, 1973.
ÈCOLE INTERARMÉES DES SPORTS. Les Cahiers de l’Escrime EDOM, Ach. Escrime
rationnelle aux trois armes. Gand, Van Doosselaere. 1909
FEDERATION FRANÇAISE D’ESCRIME. Le Manuel de l’Educateur. Imprimerie Administrative
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