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COMPOSTAGEM DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS –

DESAFIOS DA PRODUÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO


Engo Agro Dr. Gean Carlos Silva Matias
Diretor Técnico de Fertilizantes Orgânicos, Condicionadores de solos Substratos
Fone: (16) 99975-7813
E-mail: gean@abisolo.com.br
SUMÁRIO

1.Resíduos sólidos Urbanos

2.Oportunidades para Insumos Orgânicos

3.Desafios da produção e Comercialização

4.Mercado de Insumos Orgânicos


1. RESÍDUOS SÓLIDOS
1. URBANOS
 Residenciais
 Comerciais
 Podas e capinação de jardins
2. AGRÍCOLAS E ANIMAIS
 Estercos
 Restos de culturas e de animais
 Produtos deteriorados

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1. RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS
Classificação quanto à natureza
• Orgânico:
Restos de alimentos ; cascas de frutas e de ovos;
folhagens, plantas mortas; papéis/papelões, pó
de café.

• Inorgânico:
Vidros; plásticos; metais; materiais sintéticos

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1. RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

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1. ESTIMATIVA DA VARIAÇÃO DO RSU

PROJEÇÕES
COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA
2010 (1) 2024 (2) 2034 (3) 2044 (4)
organicos 51,1% 47,1% 43,0% 30,0%
papel/papelão 13,1% 20,6% 28,0% 33,0%
vidro 2,4% 2,7% 3,0% 7,0%
metais 2,9% 3,0% 3,0% 7,0%
plásticos 13,5% 12,3% 11,0% 13,0%
outros/inertes 17,0% 14,5% 12,0% 10,0%

(1) Fonte IBGE, 2010


(2) Média entre 2010 e 2033
(3) Gravimetria observada em países de média renda, segundo Chalmin e Gaillochet (2009)
(4) Gravimetria observada em países de alta renda, segundo Chalmin e Gaillochet (2009)
1. RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS
COLETA SELETIVA

 É uma operação que facilita o reuso, o


reaproveitamento e a reciclagem dos materiais
presentes no lixo.
 Consiste em coletar separadamente os materiais
recicláveis presentes no lixo após o descarte seletivo
realizado pela população.
 Os materiais coletados são: papel, papelão, metal,
vidro, plástico, ferro, pilhas, baterias e outros.

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1. RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS
COLETA SELETIVA

1) Separação dos materiais na fonte (residências,


escolas, escritórios, indústrias), pelo gerador com
posterior coleta seletiva e envio às usinas de
reciclagem.

2) Separação dos materiais em usinas de triagem, após


a coleta normal e transporte de lixo.

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1. RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS
REQUISITOS PARA A COLETA SELETIVA

 Separação seletiva dos diferentes produtos antes do


encaminhamento para o processo de reciclagem.

 Estrutura e apoio da administração municipal.

 Cooperação da população, que deve estar ciente das


vantagens dos custos da coleta seletiva.

 Disponibilidade de uma logística adequada.

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1. RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS
RESÍDUOS SÓLIDOS: COLETA DOS RESÍDUOS

 A coleta de RSU deve ser efetuada de forma


regular
 O intervalo de tempo entre a geração de RSU e a
coleta não deve ser superior a uma semana
 O dimensionamento da frota de veículos de
coleta de RSU e seu itinerário é um problema de
logística
1. RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS
ASPECTOS FAVORÁVEIS DA COLETA SELETIVA

 Com a separação há uma melhoria na


qualidade dos materiais recuperados.

 Estimula a cidadania.

 Permite parcerias com catadores, empresas,


associações ecológicas, escolas, sucateiros.

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1. RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS
ESPANHA
SANTO ANDRÉ
GOIANIA
CURITIBA
PORTUGAL
PORTO ALEGRE
S. JOSE DOS CAMPOS
FRANÇA
ITALIA
UK
HOLANDA
NORUEGA
BELGICA
AUSTRIA
DINAMARCA
SUECIA
IRLANDA
ALEMANHA
USA

0 50 100 150 200 250

INDICE DE RECICLAGEM ( kg/ hab x ano)


1. RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS
OBJETIVOS DA COMPOSTAGEM

- Reciclar resíduos
- Aproveitar materiais com propriedades inadequadas

- Transformar resíduos crus em fertilizante orgânico,


CONDIÇÕES NECESSÁRIAS

- Presença de microorganismos
- Umidade adequada: entre 40% e 60%
- Aeração suficiente: revolvimernto da pilha a cada 7 ou 15 dias
- Relação C/N equilibrada: 25 a 30/1

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1. RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS
COMPOSTAGEM: DESVANTANGENS

 Alto custo de investimento


 Viável se houver demanda do composto gerado
 Limitado por sua capacidade operacional
 Necessidade de encaminhamento dos rejeitos
para aterro sanitário ou incineradores
1. RESIDUOS SÓLIDOS URBANOS
COMPOSTAGEM: VANTANGENS

 Possibilidade de reciclagem de materiais triados;

 Produção de composto orgânico auxiliar da


fertilização química e biológica do solo;

 Fácil manutenção e operação do que quando


comparado com a técnica de incineração;
2. OPORTUNIDADES PARA INSUMOS ORGÂNICOS

EXISTE UMA GRANDE OPORTUNIDADE DE TRANSFORMAR RESÍDUOS


OU SUBPRODUTOS EM VEÍCULOS PARA NUTRIENTES OU ATÉ MESMO
EM FERTILIZANTES ORGÂNICOS, TORNANDO-SE PRODUTOS E
NEGÓCIOS INOVADORES, CONTRIBUINDO PARA A GESTÃO DOS
RESÍDUOS SÓLIDOS NO BRASIL
2. OPORTUNIDADES PARA INSUMOS ORGÂNICOS
O PESO DAS IMPORTAÇÕES NO SUPRIMENTO DE FERTILIZANTES

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2. OPORTUNIDADES PARA INSUMOS ORGÂNICOS

Gráfico: Geração de resíduos orgânicos nas principais culturas.


Fonte: IPEA/ IBGE/ PAM. Elaboração: GlobalFert.
2. OPORTUNIDADES PARA INSUMOS ORGÂNICOS
ciclo hectares N P2O5 K2O N P2O5 K2O
kg ha-1 t
cana-planta 1200000 60 150 120 72000 180000 144000
cana-soca 5800000 100 30 120 580000 174000 696000
total 7000000 ----- ----- ----- 652000 354000 840000
Faroni et al. (2008)b; Conab (2008).

Subproduto produção total % da matéria seca 46% toneladas


83% 95%
(m³ *ou t**) N P2O5 K2O N P2O5 K2O
vinhaça 332.500.000* 0,037 0,006 0,204 124.688 19.950 676.638
torta de filtro 17.100.000** 1,000 1,500 0,500 171.000 256.500 85.500
cinzas 377.100** 0,100 0,900 1,700 377 3.394 6.411

fuligem 1.800.000** 0,100 0,800 1,800 1.800 14.400 32.400


total ----- ----- ----- ----- 297.865 294.244 800.948
IAA (1980); Copersucar (1988); Faroni et al. (2008)a; Rossetto et al. (2008).

DISPONIBILIDADE DE INSUMOS ORGÂNICOS NO SETOR SUCROENERGÉTICO


2. PRINCIPAIS EMPRESAS DE COMPOSTAGEM
2. PRINCIPAIS EMPRESAS DE COMPOSTAGEM
1. Visafertil 16. Biofosfatos
2. Geociclo 17. Ecometano
3. Valoriza 18. IFB – Instituto de Fosfato
4. Organosolvi Biológico/Gofert
5. Tera 19. Provaso/JCM
6. Ambitec/Bioland 20. Minhofertil
7. Terra de Cultivo 21. Armosia Brasil
8. Constroeste
 MAPEAMENTO DO SETOR DE
9. Nutrisafra/Biofertec COMPOSTAGEM
10. Agrodekv
11. Ecocitrus
12. Ecomark
13. Composul
14. CEPAGRO
15. Embrafós
2. PRINCIPAIS PLAYERS

Fertilizantes Organominerais Fertilizantes Orgânicos

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2. AS OPORTUNIDADES
2. OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS

 FERTILIZANTE COM BIOCONTROLE

• Produzir fertilizantes organominerais aditivado com microorganismos que atuam no


controle biológico.
• Produzir fertilizantes organominerais contendo substâncias que promovam controle
fitossanitário.

 DIVERSIFICAÇÃO DE PRODUTOS

• Fertilizantes com aminoácidos.


• Fertilizantes com Nanotecnologia.
• Fertilizantes com subprodutos industriais.
• Fertilizantes Coating com ureia e fósforo.
2. NOVA GERAÇÃO DE FERTILIZANTES
Projeto 1 - Fertilizante organomineral de eficiência aumentada produzido com matéria
orgânica funcional obtida a partir de subprodutos industriais;

<TRANSFORMAÇÃO>

M.O. FUNCIONAL FERTILIZANTE


ORGANOMINERAL
DE ALTA EFICIÊNCIA

SUBPRODUTOS
FERTILIZANTE MINERAL
INDUSTRIAIS

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2. NOVA GERAÇÃO DE FERTILIZANTES

OPORTUNIDADE:

Aproveitar e transformar a grande quantidade de subprodutos industriais


gerados anualmente para desenvolver um fertilizante organomineral

PROPOSIÇÃO:

Desenvolver um fertilizante organomineral com menor custo em relação ao


nutriente recuperável que o fertilizante mineral (melhor relação custo/benefício).

PROJETO:

Planta comercial para produção de fertilizantes organominerais a partir de


subprodutos industriais com capacidade anual de 40.000 toneladas.
2. PLANO DE NEGÓCIOS

FERTILIZANTE SUBPRODUTOS INDUSTRIAIS


3. DESAFIOS ATÉ 2020 – REDE FERTBRASIL

• Aumento da produção nacional de fertilizantes organominerais de 3,5 para 8


milhões de toneladas/ano até 2015 e para 15 milhões de toneladas/ano até
2020 no Brasil;
• Diminuição em, pelo menos 10% até 2015, e em 25% até 2020, da demanda
externa por NPK no Brasil;
• Diminuição dos riscos de poluição ambiental das atividades de suinocultura,
avicultura, bovino cultura de corte e sucroalcooleira em 30% até 2015 e em 70%
até 2020;
• Aumentar a eficiência agronômica de fertilizantes em pelo menos 20% nas
lavouras que utilizarão fertilizantes organominerais;
• Diversificar e desconcentrar econômica e regionalmente a produção de
fertilizantes no País.

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3. DESAFIOS DA LEGISLAÇÃO
3. DESAFIOS DA PRODUÇÃO
A tecnologia da compostagem é
reconhecidamente capaz de transformar as
características dos resíduos sólidos orgânicos,
sejam eles de origem agropecuária, urbana,
agroindustrial ou industrial, em um produto
orgânico, com características de condicionador
de solos e ou fertilizante, para uso seguro na
agricultura.
3. DESAFIOS DA PRODUÇÃO

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3. DESAFIOS DA PRODUÇÃO

MISTURA 03-15-10 + TORTA + FULIGEM PELETIZADO 03-15-10 + TORTA + FULIGEM

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3. DESAFIOS DA PRODUÇÃO
3. DESAFIOS DA PRODUÇÃO

Problemas de Esfarelamento de Fertilizante


Organomineral Peletizado e Segregação na
mistura de Grânulos

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3. DESAFIOS DA APLICAÇÃO

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3. DESAFIOS DA COMERCIALIZAÇÃO
A VALORIZAÇÃO DA FRAÇÃO ORGÂNICA DOS RESÍDUOS E AS
EXIGÊNCIAS DA PNRS
 Compostagem como ferramenta para tratar, transformar e reciclar.
 Gestão de resíduos deve ser remunerado pelo Gerador.
 Reserva de mercado para compostagem, devendo ser incentivada.
AÇÕES PARA AUMENTAR A RECICLAGEM DE RESÍDUOS ORGÂNICOS
NO BRASIL
 Regulamentação que incentiva o Setor.
 Não aterramento de resíduos orgânicos a serem compostados.
 Regras para destinação dos resíduos de podas de árvores.
 Política de preço e valorização da atividade, incentivos fiscais para
aquisição de máquinas e equipamentos para modernização do setor.
3. DESAFIOS DA COMERCIALIZAÇÃO

USO DO COMPOSTO COMO FERTILIZANTE: POTENCIAL DE OFERTA E


DEMANDA BRASILEIRA
 A demanda potencial é infinitamente maior do que a geração do
produto compostado.
 Faltam ações de marketing e divulgação dos benefícios da
atividade de compostagem.
 Falta de estrutura para atender o aumento da oferta de resíduos
orgânicos para compostagem.
 A estruturação adequada depende de políticas públicas para
incentivar a atividade.
3. DESAFIOS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS

LEI DE INCENTIVO AO USO DO FERTILIZANTE ORGÂNICO COMPOSTO COMO


POLÍTICA DE RECICLAGEM DE RESÍDUOS SÓLIDOS

 Destinar preferencialmente o material vegetal das podas urbanas


para compostagem;
 Usar preferencialmente fertilizantes orgânicos, em áreas de
implantação e manutenção de parques, jardins,
reflorestamentos;
 Incentivos fiscais para importação de máquinas e equipamentos
específicos para o setor.
2. DESAFIOS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
Considerando o interesse em conjugar esforços para estabelecer
ações futuras objetivando
1) fomentar o uso de tecnologias em nutrição vegetal;
2) participar conjuntamente de eventos da cadeia do agronegócio do Estado de
São Paulo;
3) firmar as partes como referências nas ações de políticas públicas para o setor
de fertilizantes para o Estado de São Paulo;
4) INTEGRAR AÇÕES PARA A POLÍTICA ESTADUAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS;
5) promover acordos setoriais benéficos ao agronegócio no Estado de São Paulo;

ESTADO DE SÃO PAULO


2. DESAFIOS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS

Portaria CODEAGRO de 20/05/2015 – Comissão especial de


compostagem que visa estudos e elaboração de propostas para a
criação de normas técnicas para a compostagem.

Discutir e recomendar os aspectos técnicos agronômicos para a


melhor forma de utilização dos fertilizantes orgânicos compostos e,
sobretudo, o encaminhamento de temas para elaboração de
políticas de incentivo ao uso destes produtos na agricultura paulista
4. MERCADO DE INSUMOS ORGÂNICOS
Em 2015, o segmento faturou R$ 5,2 bilhões, um crescimento de 13% em relação
a ano anterior. Este valor representa 3,4% do PIB “antes da porteira” e 0,41% do PIB
do agronegócio brasileiro*

13% R$ 5,2 19% R$ 6,2 bi


R$ 4,6 bi Perspectiva
bi 2016
4. PESQUISA E DESENVOLVIMENTO

 350 milhões é o montante investido por ano em Pesquisa e Desenvolvimento.

8%
7% 7%
6%
5% 5%

Geral Fertilizante Fertilizante Fertilizante Condicionador Substrato para


Orgânico Foliar Organomineral de Solo Plantas

Percentual do faturamento investido em P&D.


4. REPRESENTATIVIDADE DOS CEREAIS NO
MERCADO DE INSUMOS ORGÂNICOS

31% 38%
53%
1% 57%
2% 3%
5% 2%
13% 1% 88% Soja
23% 2%
2% Milho
16% 4% Café
7% 9%
6% Feijao
48% 7%
3% Arroz
27% 22% 21% 3% Outras
3%
3%
Foliar Orgânico Organomineral Condicionador Substratos
de Solo para Plantas
Gráfico: Venda de Tecnologia em Nutrição Vegetal por Culturas por Segmento em 2015
4. VENDA DE INSUMOS ORGÂNICOS POR CULTURAS
3. VENDA DE INSUMOS ORGÂNICOS POR ESTADO
3. COMPOSIÇÃO DE CUSTOS
3. EXPECTATIVA DE CRESCIMENTO DAS EMPRESAS
3. NÚMERO DE EMPRESAS POR SEGMENTO
O SEGMENTO DE FOLIARES ESTÁ PRESENTE NO PORTFÓLIO DE 214 EMPRESAS

250
214 207
200
157
150

100 86

50 38

0
Fertilizante Foliar Fertilizante Fertilizante Condicionador de Substrato para
Organomineral Orgânico Solo Plantas

*Número de Empresas de Tecnologia em Nutrição Vegetal por Segmento.

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3. VOLUME VENDIDO DE LÍQUIDO E SÓLIDO
Em 2015, foram vendidos 1,4 bilhão de litros, sendo mais da metade para fertilizante mineral.
Fertilizantes sólidos: 3,5 milhões de toneladas , com destaque para o fertilizante orgânico que
respondeu por 38% do volume
3. DISTRIBUIÇÃO DAS EMPRESAS DE ORGANOMINERAIS

266 unidades produtoras registradas. 60%


delas estão na região sudeste, com quase
metade no estado de São Paulo (48%).

46% das empresas com menos de 10 anos de


idade, sendo a média de 16 anos.
3. PERFIL DAS EMPRESAS DE ORGÂNICOS

233 unidades produtoras no Brasil, e com


a região sudeste abrangendo 50% do
setor. É o segmento com maior
abrangência no país, 17 estados e o DF.

54% das empresas possui menos de 10 anos


sendo a média de 15 anos.
3. MERCADO DOS FERTILIZANTES ORGÂNICOS
OBRIGADO !!!

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