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Língua Inglesa:

Compreensão e Produção
de Textos
Autores: Profa. Simone Camacho Gonzalez
Prof. Carlos Renato Lopes
Colaboradoras: Profa. Cielo Festino
Profa. Joana Ormundo
Professores conteudistas: Simone Camacho Gonzalez / Carlos Renato Lopes

Simone Camacho Gonzalez possui graduação em Letras pela Faculdade Ibero-Americana de Letras e Ciências
Humanas (1989) e Mestrado em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem pela Pontifícia Universidade Católica de
São Paulo (2004). Atualmente, é professora, coordenadora dos Laboratórios de Língua Inglesa e coordenadora auxiliar
do Curso de Letras da Universidade Paulista – UNIP. Tem experiência na área da Educação, com ênfase em Linguística
Aplicada – ensino-aprendizagem de Língua Inglesa, atuando principalmente nas seguintes áreas de conhecimento:
formação do professor, interação professor-aluno, processo de ensino-aprendizagem, representação e metodologias
de ensino. Possui experiência em coordenação de cursos de graduação, elaboração de material didático, gravação
de aulas e tutoria de plataforma virtual em curso de graduação e pós-graduação na modalidade EAD. Seu currículo
completo está disponível em: <http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4771651E8>.

Carlos Renato Lopes possui bacharelado e licenciatura em Letras (com habilitação em Português) e Linguística
pela Universidade Estadual de Campinas (1989), e em Inglês pela Universidade de São Paulo (1996). É mestre (2000) e
doutor (2007) em Estudos Linguísticos e Literários em Inglês pela Universidade de São Paulo e desenvolveu pesquisa
de pós-doutorado nessas mesmas áreas e universidade (2010). Tem experiência nas áreas de ensino de Língua
Inglesa, Linguística Aplicada, análise do discurso e letramentos, com ênfase em elaboração de material didático. Atua
principalmente nos seguintes temas: lendas urbanas, cultura popular, teorias pós-estruturalistas, teorias críticas da
linguagem e do conhecimento, estudos de mídia e conflitos epistemológicos na educação. Seu currículo completo está
disponível em: <http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4773522A5>.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

G693l Gonzalez, Simone Camacho

Língua inglesa: compreensão e produção de textos / Simone


Camacho Gonzalez; Carlos Renato Lopes - São Paulo: Editora Sol, 2012.
188 p., il.

Notas: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e


Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XVII, n. 2-057/13, ISSN 1517-9230.

1. Língua inglesa 2. Inglês - compreensão. 3. Inglês – produção


de textos. I.Título.

CDU 801

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Unip Interativa – EaD

Profa. Elisabete Brihy


Prof. Marcelo Souza
Profa. Melissa Larrabure

Material Didático – EaD

Comissão editorial:
Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
Dr. Cid Santos Gesteira (UFBA)
Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)

Apoio:
Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos

Projeto gráfico:
Prof. Alexandre Ponzetto

Revisão:
Sueli Brianezi Carvalho
Amanda Casale
Sumário
Língua Inglesa: Compreensão e Produção de Textos

Apresentação.......................................................................................................................................................7
Introdução............................................................................................................................................................9

Unidade I
1 Concepção de leitura...............................................................................................................................11
2 Leitura Instrumental.............................................................................................................................. 14
3 Estratégias de leitura............................................................................................................................. 15
3.1 Estabelecer objetivos .......................................................................................................................... 16
3.2 Conhecimento prévio.......................................................................................................................... 18
3.3 Cognatos................................................................................................................................................... 20
3.4 Skimming.................................................................................................................................................. 28
3.5 Scanning................................................................................................................................................... 30
3.6 Afixos.......................................................................................................................................................... 34
3.7 Análise do contexto.............................................................................................................................. 41
3.8 Uso do dicionário.................................................................................................................................. 43
3.9 Praticando as estratégias de leitura instrumental................................................................... 46
4 A escrita de um parágrafo.................................................................................................................. 56
4.1 Escrita processual: conceito.............................................................................................................. 56
4.2 Escrita processual e revisão de texto............................................................................................ 57

Unidade II
5 Revisão das estruturas gramaticais elementares da Língua Inglesa................. 65
5.1 Simple present........................................................................................................................................ 66
5.2 Present progressive............................................................................................................................... 79
5.3 Simple past and past progressive................................................................................................... 83
5.4 Future tense............................................................................................................................................. 95
6 Gêneros textuais: identificação, leitura e escrita............................................................103
7 Foco em gêneros textuais específicos....................................................................................... 112
7.1 Gêneros textuais virtuais................................................................................................................. 112
7.2 Gêneros textuais jornalísticos........................................................................................................130
7.3 Gêneros textuais de opinião...........................................................................................................143
7.4 Gêneros textuais literários...............................................................................................................148
8 Gêneros textuais acadêmicos ........................................................................................................160
Apresentação

Caro aluno(a),

seja muito bem-vindo(a) a mais uma disciplina do seu curso de Graduação de Letras – Licenciaturas
das Línguas Portuguesa e Inglesa.

Agora que você já nos conhece um pouco, que tal sabermos exatamente do que trata essa nossa
disciplina de LICPT?

É muito importante que você tenha plena ciência dos objetivos e do conteúdo da disciplina a qual
estudará neste momento. Portanto, vamos dedicar um tempo a isso.

Os objetivos gerais desta matéria levará o aluno a aplicar as estratégias de leitura instrumental em
Língua Inglesa a fim de que possa reconhecer e construir sentido a partir da leitura de diversos gêneros
textuais. Proporcionará o desenvolvimento da escrita em Língua Inglesa por meio da produção mediada
de diversos gêneros textuais.

Já os objetivos específicos é estimular a leitura e a compreensão de textos em Língua Inglesa,


sobretudo de textos autênticos e atuais, contextualizados, além de:

• desenvolver a atividade inferencial;


• enriquecer o repertório vocabular do aluno por meio da leitura frequente;
• estimular a produção escrita de diversos gêneros textuais;
• levar o aluno a refletir sobre as questões social, econômica e cultural que subjazem ao texto escrito;
• revisitar conceitos de morfossintaxe da língua inglesa a partir da análise de textos; e
• incentivar a produção oral para a discussão dos textos apresentados.

Para que a leitura instrumental no final deste curso seja eficaz, haverá a apresentação, discussão
teórica, exemplificação por meio de textos autênticos e prática das estratégias de leitura instrumental
em língua estrangeira, sob a perspectiva da concepção dialógica da língua, isto é, a identificação de
autor e leitor como atores sociais que dialogam entre si.

As estratégias a serem abordadas são:

• objetivo(s) da leitura;
• ativação do conhecimento prévio;
• prediction;
• reconhecimento das palavras cognatas;

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• skimming;
• scanning;
• estudo dos afixos: prefixos e sufixos;
• análise do contexto: implicações históricas, sociais e culturais que se coadunam na produção de sentido
de um texto; e
• uso do dicionário.

Além disso, vamos estudar a escrita de um parágrafo:

• escrita processual: primeira versão – revisão do texto – versão final, em uma abordagem colaborativa,
visando ao desenvolvimento da autonomia do aluno;
• produção mediada de textos escritos; e
• revisão das estruturas morfossintáticas elementares da Língua Inglesa, com ênfase nos aspectos
socioculturais da estrutura do discurso. Leitura e produção de textos objetivando a construção de sentido.

Em foco, os tempos verbais:

• Simple present;
• Present progressive;
• Simple past;
• Past progressive;
• Simple future;
• “Going to” future.

Também veremos os gêneros textuais: identificação, leitura e escrita; faremos uma revisita ao
conceito de gênero textual e apresentaremos textos autênticos de diversos gêneros textuais e análise de
como esses gêneros expõem o funcionamento da sociedade.

Em foco:

• Gêneros textuais virtuais;


• Gêneros textuais jornalísticos;
• Gêneros textuais de opinião;
• Gêneros textuais literários;
• Gêneros textuais acadêmicos.

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Muito bem, caro aluno, fica claro então que o papel desta disciplina é desenvolver a leitura e a
produção escrita em Língua Inglesa. Para isso teremos de estudar, e estudar muito! Está disposto(a)?

Tenho certeza de que está! E para deixá-lo(a) ainda mais motivado, eis o que Paulo Freire diz sobre
o ato de estudar:

Figura 1

Esta atitude séria e curiosa na procura de compreender as coisas e os fatos


caracteriza o ato de estudar. (...) Um texto para ser lido é um texto para ser
estudado. Um texto para ser estudado é um texto para ser interpretado. Não
podemos interpretar um texto se o lemos sem atenção, sem curiosidade; se
desistimos da leitura na primeira dificuldade. (...) Se um texto às vezes é difícil,
insiste em compreendê-lo. (...) Estudar exige disciplina. Estudar não é fácil
porque estudar é criar e recriar é não repetir os que os outros dizem. Estudar
é um dever revolucionário! (FREIRE, 2003, p. 58-59).

Apresentações feitas, caro aluno, vamos agora à Introdução da nossa disciplina LICPT.

Introdução

No processo de aprendizagem, só aprende verdadeiramente aquele que se apropria


do aprendido, transformando-o em apreendido, com o que pode, por isso mesmo,
reinventá-lo; aquele que é capaz de aplicar o aprendido-apreendido a situações
existenciais concretas (FREIRE in: KLEIMAN, 2004, p. 83).

Conforme já vimos na Apresentação, a disciplina Língua Inglesa: Compreensão e Produção


de Textos tem como principal objetivo desenvolver as habilidades de escrita e leitura em língua

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Unidade I

inglesa, promovendo a oportunidade de você se familiarizar com uma variedade de gêneros


textuais em inglês.

Acreditamos que só se aprende a ler e a escrever praticando, seja qual for a língua. Assim, mais do
que qualquer coisa, você está convidado aqui a praticar leitura e produção de tipos de textos que estão
presentes em seu cotidiano, aproximando-os, assim, de sua realidade.

E aqui está um ponto crucial no seu processo de ensino-aprendizagem: observe que uma disciplina
que visa a levar o aluno a desenvolver habilidades e competências de leitura e escrita é uma disciplina
que agrega conhecimento e enriquece o repertório cultural tanto no aspecto profissional quanto no
aspecto pessoal.

Tornar-se um leitor competente lhe confere maior acessibilidade aos seus direitos enquanto
cidadão e a uma inclusão atuante, dinâmica, responsiva e responsável na sociedade. Quando essa
competência de leitura e escrita ocorre não apenas em sua língua-mãe, mas também em língua
inglesa – idioma da comunicação global – os acessos descritos anteriormente ganham dimensões
ainda maiores.

Nossa intenção é, portanto, que você desenvolva maior autonomia ao lidar com textos em
inglês, sendo capaz de ler e produzir textos de diversas naturezas – jornalísticos, virtuais, literários,
acadêmicos –, para públicos e propósitos específicos. Esperamos deixá-lo(a), ao final do curso,
com um “gostinho de quero mais”, motivando-o(a) a ler e escrever mais, e com mais segurança,
na língua estrangeira.

Figura 2 - Happy readings and writings to you!

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Língua Inglesa: Compreensão e Produção de Textos

Unidade I
1 Concepção de leitura

Figura 3 – O leitor eficiente é um descobridor de sentidos

Uma vez que vamos estudar leitura ao longo da disciplina LICPT, creio ser fundamental deixar claro
qual concepção de leitura subjazerá aos nossos estudos. Trata-se da concepção dialógica da língua e
nela, segundo Koch e Elias (2007), os sujeitos (autor e leitor) são vistos como atores sociais que, por meio
da dialogicidade, constroem-se e são construídos no texto.

Saiba mais

Caro aluno, para compreender ainda melhor esse conceito de


dialogicidade, fundamental para que entendamos o ato de ler como um
ato de (re)construção de sentido, leia Pedagogia do Oprimido, de Paulo
Freire. Para aguçar sua curiosidade, reflita sobre uma frase do capítulo 3:
“O diálogo é o encontro entre os homens, mediatizados pelo mundo para
pronunciá-lo, não se esgotando, portanto, na relação eu-tu”.

A interação permite a constituição dos interlocutores como agentes ativos, construtores de sentido
e, portanto, envoltos em uma gama de implícitos que só podem ser percorridos levando-se em conta o
contexto sociocognitivo desses interagentes.

Essa concepção de leitura descarta a ideia de que o autor do texto é detentor de um sentido único e
o que escreve é verdade absoluta e incontestável; descarta também a ideia de que o texto é um produto
final sedimentado em uma estrutura linguística e que, portanto, a leitura é uma atividade linear e o
11
Unidade I

leitor é aquele que tem como papel decodificar os signos linguísticos sem questionar ou refletir
sobre eles.

Na perspectiva de leitura que assumiremos em nossos estudos

[...] o sentido de um texto é construído na interação texto-sujeitos e não algo que


preexista a essa interação. A leitura é, pois, uma atividade interativa altamente
complexa de produção de sentidos, que se realiza evidentemente com base
nos elementos linguísticos presentes na superfície textual e na sua forma de
organização, mas requer a mobilização de um vasto conjunto de saberes no interior
do evento comunicativo (KOCH e ELIAS, 2007, p. 11).

De uma maneira bem simples e até um pouco lúdica, podemos tomar o seguinte texto para
exemplificar o que foi dito acima. Leia-o atentamente:

A galinha da vizinha botou hoje sete ovos vermelhos.

Se fizermos uma leitura do ponto de vista de decodificação linguística, basta conhecermos


a estrutura gramatical da língua portuguesa e o significado das palavras do texto e, pronto, a
leitura está feita.

Já uma leitura que concebe o autor do texto como o dono do sentido desse texto resulta, no máximo,
em uma reação de surpresa da parte do leitor, mas o que está escrito é tomado como verdade e como
produto final.

Na perspectiva dialógica, interacional da leitura, o leitor coloca-se como coconstrutor do sentido do


texto e, de pronto, questiona-o:

- É mesmo possível que uma galinha bote sete ovos em um só dia?

- As cascas dos ovos de uma galinha podem ser naturalmente vermelhas?

- Quem deu essa informação?

- Alguém constatou o fato?

- Quem é essa vizinha? É vizinha de quem?

Ou seja, os questionamentos, a reflexão, a ativação dos conhecimentos prévios (aspecto que


será discutido logo mais) para a construção de sentido devem ocorrer na constituição da tríade
autor-(con)texto-leitor. Daí apreende-se que o leitor não pode ser um receptor passivo, mas sim
um sujeito ativo que deve colocar seus conhecimentos em processo de interação, segundo afirma
Koch e Elias (2007).

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Língua Inglesa: Compreensão e Produção de Textos

Observe, no trecho abaixo, como a leitura é vista pelos PCNs:

A leitura é o processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de compreensão


e interpretação do texto, a partir de seus objetivos, de seu conhecimento sobre
o assunto, sobre o autor, de tudo o que sabe sobre a linguagem e a língua, de
uma análise do contexto social, cultural, econômico e político. Não se trata de
extrair informação, decodificando letra por letra, palavra por palavra. Trata-se
de uma atividade que implica estratégias de seleção, antecipação, inferência e
verificação, sem as quais não é possível proficiência. É o uso desses procedimentos
que possibilita controlar o que vai sendo lido, permitindo tomar decisões diante
de dificuldades de compreensão, avançar na busca de esclarecimentos, validar no
texto suposições feitas (BRASIL, 1998, p. 69-70).

Bem, aluno, você deve ter notado que o trecho acima faz parte do PCN de língua portuguesa, no
entanto, a questão da leitura é universal e Fonseca (2005) afirma que

[...] a leitura vem readquirindo posição de destaque no ensino de línguas: ela é


fonte de diversos tipos de informação sobre a língua estrangeira, o povo que a
fala e sua cultura, além de ser o contexto ideal para apreensão de vocabulário e
sintaxe em contextos significativos, permitindo ao aprendiz mais tempo para a
resolução de problemas e a assimilação das novas informações apresentadas. A
leitura, portanto, é fundamental ao aperfeiçoamento das demais habilidades e à
expansão do conhecimento (FONSECA, 2005, p. 4 e 5).

Por fim, não podemos deixar de enfatizar o quanto a leitura contribui para a formação e pleno
exercício da cidadania, quando compreendida à luz das perspectivas teóricas discutidas acima.

Celce (2010) afirma que o domínio da leitura e da escrita pode proporcionar ao indivíduo a
participação integral na economia global e o exercício de seus direitos e de suas responsabilidades.
Segundo a estudiosa, saber ler e escrever em um idioma pode garantir:

• Acesso à informação, recursos, eventos, empregos, o que é uma maneira de poder fazer parte do mundo;

• Capacidade de livre expressão de ideias e opiniões, onde o autor pode ter a confiança de que será ouvido,
pois se comunica bem. A isto se denomina “ter voz” e é um dos pontos mais importantes para a construção
da cidadania.

• Capacidade de tomada de decisão, resolução de problemas, negociações. Independência e liberdade de


expressão. Em resumo: autonomia.

• Construção de uma ponte para o futuro, considerando que, no momento em que o indivíduo aprende a
aprender ele estará sempre apto a se manter atualizado em relação às mudanças do mundo.

Creio, aluno(a), que você deve estar pensando: “ler é fundamental na aquisição de língua estrangeira
e a concepção de leitura aqui apresentada certamente coloca o leitor em uma posição ativa, dinâmica,
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Unidade I

de construtor do saber e em pleno exercício de sua cidadania. O saber, por sua vez, dá autonomia e
liberdade de decisão e de escolha a quem o tem. Mas como farei leituras em língua inglesa neste nível
de profundidade, de reflexão e articulação de saberes se nem mesmo domino as estruturas da língua?
Se nem mesmo possuo um bom vocabulário?”.

É neste ponto que entra a leitura instrumental, nossa principal ferramenta de ensino-aprendizagem a
partir de agora. Ao compreender e se familiarizar com as estratégias da leitura instrumental, você
perceberá que é possível sim ler textos autênticos em língua inglesa ainda que seu conhecimento
linguístico do idioma não seja avançado. E, no momento em que você se perceber lendo em
inglês, perceberá também que essa prática por si só o levará a um aumento de vocabulário e
uma compreensão cada vez mais ampla e articulada das estruturas da língua inglesa. É a ação da
prática sobre o conhecimento.

E então, aluno, pronto para esse desafio?

Vamos aprender a ler o mundo em inglês?

Ouvi sim como resposta! Portanto, vamos entender o que é leitura instrumental.

2 Leitura Instrumental

Figura 4 - A leitura instrumental é como uma lupa: ela desvenda, revela, desvela o que a olhos nus não conseguíamos ver...

O que hoje se entende por leitura instrumental a serviço do ensino-aprendizagem de língua inglesa
teve sua origem com o livro English for specific purposes (1989), de Allan Waters e Tom Hutchinson. A
tradução do título do livro é “Inglês para propósitos específicos” e a obra, fundamentalmente, apresenta
aos seus leitores estratégias de leitura em língua estrangeira que têm como objetivo levar o leitor a
compreender e interpretar textos mesmo sem ter um domínio proficiente do idioma.

Para que essas estratégias de leitura possam ser articuladas pelos leitores, faz-se necessário
o entendimento da concepção de leitura que foi apresentada anteriormente, isto é, o ato de ler
compreendido como uma atividade interacional de produção de sentido.
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Língua Inglesa: Compreensão e Produção de Textos

Se você, caro aluno, entender bem o que é leitura instrumental perceberá que, em pouco tempo,
desenvolverá a habilidade de leitura e compreensão em textos de língua inglesa em um nível bastante
interessante. Para que isso ocorra, em primeiro lugar, responda a uma pergunta:

Quando você está lendo para si mesmo, em português, sua língua-mãe, fica preocupado com a
correta pronúncia das palavras, fica pensando nas constituições morfológicas, procura analisar as
estruturas gramaticais de cada frase?

Provavelmente sua resposta foi “não”.

Pois bem, esse é o princípio da leitura instrumental. Pare de ficar mensurando o quanto de inglês
você sabe, o quanto de vocabulário possui e quão profundamente você conhece a gramática da língua
inglesa1 e se atente às estratégias de leitura instrumental que lhe serão apresentadas a partir de agora.
Coloque-as em prática e, ao final desta disciplina, você constatará que é capaz de ler em inglês e de
apreender muito mais informação do que jamais pôde imaginar.

3 Estratégias de leitura

Figura 5

Há elementos norteadores de leitura que consideram a característica fluida da linguagem e seu


produtor – o homem – como sujeito sócio-historicamente constituído (VYGOTSKY, 2000). Esses
elementos levam em conta também que tanto autor quanto leitor são, ambos e em concomitância,
produtores de sentido do texto.

Vejamos, então, quais são as ações que devem fazer parte da atividade leitura de um texto; nesse
nosso contexto, leitura de um texto em língua estrangeira.

1 
É claro que, como futuro professor de língua inglesa, é fundamental que você domine todas as estruturas do
idioma. Neste momento, no entanto, nosso foco é outro: ele visa o desenvolvimento da habilidade de leitura, que o ajudará
no desenvolvimento das demais habilidades.
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Unidade I

3.1 Estabelecer objetivos

Figura 6

O leitor deve, previamente à leitura de qualquer texto, estabelecer os objetivos que os levaram
a ler aquele texto. Não raro, o leitor perde-se na compreensão de um texto porque os objetivos
não foram bem traçados. Há uma simples pergunta que norteia a atividade de compreensão de
um texto:

O que quero saber/conhecer a partir desse texto?

Que informação eu quero dele?

Respostas dadas, o leitor pode direcionar o texto ao alvo pretendido, sem divagar por searas alheias
ao objetivo traçado.

Tenha em mente que a leitura ocorre de modo diferente para finalidades diferentes. As razões que
nos levam a ler diferentes textos influenciam – e muito – na maneira como os lemos.

Muitas vezes, deparamo-nos com um texto em inglês e, ao bater os olhos sobre ele dizemos: “Nossa!
Não entendo nada! Que língua difícil. Não é possível ler.” E dizemos isso sem ter estabelecido o que
queremos daquele texto. É muito provável que, se o tivéssemos feito, encararíamos o texto de forma
diferente, mais tranquilos, buscando por aquilo que nos interessa saber e deixando em segundo plano
as informações que, naquele momento, não nos interessam.

Vamos fazer um exercício prático?

Vamos supor que você está procurando por um programa para o final de semana e se deparou com
o seguinte texto em inglês.

Antes de mais nada: qual é seu objetivo?

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Língua Inglesa: Compreensão e Produção de Textos

Resposta: saber do que se trata para decidir se vai ou não ao evento. Agora, tendo esse objetivo em
mente, leia o texto abaixo:

Figura 7

Everyone’s falling HEAD OVER HABIT for SISTER ACT, Broadway Theater’s feel-amazing
musical comedy that takes the beloved film to hilarious new heights!

AUDIENCES OF ALL AGES will adore this high-energy hit, which features an uplifting
new score by 8-time Academy Award winner ALAN MENKEN mixing the sounds of
disco, soul, funk, R&B and Broadway. WOR Radio says “YOU’LL BE DANCING IN THE
AISLES ALL NIGHT!”

Tickets available online at a special offer: U$ 25.00 to 50.00. Mastercard and


Visa accepted.

Two presentations every Saturday and every Sunday: 5:00pm and 8:00pm.

Veja se você consegue atingir o objetivo traçado, respondendo às seguintes


perguntas: Qual é o evento? Qual é o gênero? Onde está sendo apresentado? Quanto
custa? A que horas começa?

Estas são as respostas: Trata-se de uma peça de teatro (Broadway Theater) musical
e engraçada (musical comedy). Está sendo apresentada no Teatro Broadway às 17h00 e
20h00 e os preços estão entre 25 e 50 dólares.

Você agora está pronto para decidir se pode/quer ou não ir e não precisou compreender o
texto todo. Bastou definir os objetivos e procurar por palavras-chaves que lhe dão a informação
pretendida.

A essa estratégia, somam-se outras. Vejamos.

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Unidade I

3.2 Conhecimento prévio

Figura 8 - O conhecimento prévio é tudo o que aprendemos e apreendemos no nosso navegar pela vida. Quanto mais passeamos
pelas águas do saber, mais conhecimento agregamos, mais entendimento temos do mundo que nos acolhe. O cerne da aprendizagem
está em agregar novas informações ao nosso conhecimento prévio

A atividade de leitura requer que seu agente, o leitor, acione seus conhecimentos prévios e, por
meio deles, produza sentido. Os conhecimentos prévios podem ser relacionados da seguinte forma:

Conhecimento linguístico: condiz com o conhecimento do idioma no qual o texto foi produzido.
O conhecimento linguístico abrange a área fonética-fonológica, morfológica, sintática e semântica de
uma determinada língua. Sem esse conhecimento, não há a condição mínima de produção de sentido.
E quanto mais e melhor conhecemos o idioma do texto que estamos lendo, maiores as condições de
compreensão.

Conhecimento enciclopédico: aquele adquirido por meio de ensino-aprendizagem formal, isto é,


as questões factuais do mundo em que vivemos e das quais tomamos conhecimento via escola, livros,
palestras, noticiários etc.

Conhecimento de mundo: diz respeito ao conhecimento das normas institucionais, sociais


e culturais; diz respeito também às nossas crenças, valores e representações. É adquirido por
meio da (con)vivência com as pessoas da nossa família, comunidade, sociedade. O produto dessa
convivência é a experiência acumulada ao longo de nossa formação como ser sócio-historicamente
constituído.

Todos esses conhecimentos devem ser acionados na atividade de leitura e determinarão o sentido
que será produzido dela. A partir daí é importante ressaltar que a leitura não é um artefato pronto, mas
um processo que se inicia quando se ativa os conhecimentos prévios a fim de se fazer dela um evento
comunicativo.

Vamos a outro exercício prático: leia o texto abaixo e ative seus conhecimentos prévios. A seguir,
responda: do que se trata?

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Língua Inglesa: Compreensão e Produção de Textos

Figura 9

We’ll share our tomorrows and all that it holds...

Together with our parents we invite you with your family with great pleasure to our
wedding ceremony on Saturday, 19th March 2011at 10am, at Saint Joseph Church, New
Jersey.

After the ceremony we’ll be happy to have you in our Buffet party (address and directions
enclosed).

Liz Johnson Brad Smith

Pois bem, aluno, tenho certeza de que você respondeu que se trata de um convite de casamento. E
para chegar a tal conclusão, você acionou seus conhecimentos prévios.

Começando pela imagem – que é parte integrante do texto – podemos identificar um casal com
trajes nupciais. Identificamos os trajes por conta de nosso conhecimento de mundo. A essa informação
agregamos nosso conhecimento linguístico que, mesmo se limitado, ainda assim há palavras cognatas2
– tais como ceremony, buffet, family, que nos remetem a um texto de um convite de casamento. A
disposição do texto e os nomes próprios (de uma mulher e de um homem, por inferência, os noivos) no
final do texto – indicadores de um gênero textual3 – também nos levam à conclusão final.

Observação

Aluno, atente para a definição de inferir: tirar uma conclusão a partir


de fatos, contexto, princípio. É bem diferente de adivinhar, que significa
predizer o futuro, pressentir, descobrir algo por meios sobrenaturais.

2
  Sobre cognatos discutiremos com maiores detalhes ainda nesta unidade.
3
  Sobre gêneros textuais discutiremos na Unidade 3 deste livro-texto.
19
Unidade I

A partir daí, caso tivéssemos recebido o convite, poderíamos detectar as informações necessárias
para comparecermos à cerimônia, isto é, dia, hora e local. Isso tudo sem necessariamente sermos fluentes
em língua inglesa, mas fazendo uso das estratégias de leitura instrumental.

Vamos a mais uma?

3.3 Cognatos

Figura 10

Aluno, você sabe o que são cognatos? Talvez falsos cognatos lhe seja um termo mais familiar.

Lembro-me que quando era aprendiz de língua inglesa eu ficava muito apreensiva toda vez que me
deparava com uma palavra em inglês que fosse parecida com um vocábulo da língua portuguesa. Sem
pestanejar vinha-me à cabeça: “Não, restaurant não deve ser restaurante. Deve ser um falso cognato!”

Isso acontecia porque muito se enfatizava sobre os perigos de cometermos erros crassos por
considerar palavras conhecidas como cognatas.

Muito tempo se passou até que constatei que os cognatos são em número expressivamente maior
do que os falsos cognatos. A razão é bem simples: a língua portuguesa tem como origem o latim e a
língua inglesa moderna (modern English) sofreu fortes e significativas influências do latim. Portanto,
é absolutamente natural que os dois idiomas tenham preservado palavras em comum, que ao longo
do tempo sofreram modificações de acordo com a estrutura morfológica de cada idioma, mas que se
configuram de forma bem semelhante, pois têm a mesma raiz etimológica.

Assim, é evidente que devemos estar atentos aos falsos cognatos, mas é fundamental utilizar os
cognatos como ferramenta para a leitura instrumental.

Por exemplo, no tópico do conhecimento prévio (3.2) observamos o exemplo do convite de casamento
e constamos a presença dos cognatos ceremony, buffet, family. Constatamos também que eles nos
ajudaram na inferência textual.

20
Língua Inglesa: Compreensão e Produção de Textos

Daqui para frente, se pararmos em cada texto para observar os cognatos, sem dúvida a leitura ficará
mais fácil, pois eles podem nos dar suporte para uma construção de sentido mais consistente.

Finalmente, cabe observar que há, basicamente, dois tipos de cognatos: aquelas palavras que têm
grafias idênticas, tais como hotel, chocolate, sofá, radio, digital, crime, entre muitas outras e as de grafia
semelhante, tais como music, television, student, technology, electronic, activity, communication etc.,
mas nem por isso mais difíceis na identificação.

E, sim, identificar os cognatos e utilizá-los como aliados para a construção de sentido de um texto
em língua estrangeira é uma estratégia de leitura instrumental.

Vamos fazer um exercício prático, mas antes, disponibilizo para você uma relação dos principais
falsos cognatos, disponível em: <http://www.sk.com.br/sk-fals.html>. Acesso em 2 abr. 2012.

Por que apresento uma relação de falsos cognatos e não uma relação de cognatos, propriamente
ditos?

É simples: o número de cognatos é muito maior do que o número de falsos cognatos. Assim, tendo
acesso aos falsos, você já sabe que as demais palavras parecidas são realmente o que parecem ser.

Quadro 1

INGLÊS - PORTUGUÊS PORTUGUÊS - INGLÊS

Actually (adv) - na verdade..., o fato é que... Atualmente - nowadays, today

Adept (n) - especialista, profundo conhecedor Adepto – supporter

Agenda (n) - pauta do dia, pauta para discussões Agenda - appointment book; agenda

Amass (v) - acumular, juntar Amassar - crush

Anticipate (v) - prever; aguardar, ficar na expectativa Antecipar - to bring forward, to move forward

Apology (n) - pedido de desculpas Apologia - elogio, enaltecimento

Application (n) - inscrição, registro, uso Aplicação (financeira) - investment

Appointment (n) - hora marcada, compromisso profissional Apontamento - note

Appreciation (n) - gratidão, reconhecimento Apreciação - judgement

Argument (n) - discussão, bate boca Argumento - reasoning, point

Assist (v) - ajudar, dar suporte Assistir - to attend, to watch

Assume (v) - presumir, aceitar como verdadeiro Assumir - to take over

Attend (v) - assistir, participar de Atender - to help; to answer; to see, to examine

Audience (n) - plateia, público Audiência - court appearance; interview

Balcony (n) - sacada Balcão - counter

21
Unidade I

Baton (n) - batuta (música), cacetete Batom - lipstick

Beef (n) - carne de gado Bife - steak

Cafeteria (n) - refeitório tipo universitário ou industrial Cafeteria - coffee shop, snack bar

Camera (n) - máquina fotográfica Câmara - tube (de pneu) chamber (grupo de pessoas)

Cartão - card
Carton (n) - caixa de papelão, pacote de cigarros (200)
Casualty (n) - baixa (morte fruto de acidente ou guerra), Casualidade - chance, fortuity
fatalidade

Cigar (n) - charuto Cigarro - cigarette

Collar (n) - gola, colarinho, coleira Colar - necklace

College (n) - faculdade, ensino de 3º grau Colégio (2º grau) - high school

Commodity (n) - artigo, mercadoria Comodidade - comfort

Competition (n) - concorrência Competição - contest

Comprehensive (adj) - abrangente, amplo, extenso Compreensivo - understanding

Compromise - (v) entrar em acordo, fazer concessão; (n) Compromisso - appointment; date
acordo, conciliação

Contest (n) - competição, concurso Contexto - context

Convenient (adj) - prático Conveniente - appropriate

Costume (n) - fantasia (roupa) Costume - custom, habit

Data (n) - dados (números, informações) Data - date

Deception (n) - logro, fraude, o ato de enganar Decepção - disappointment

Defendant (n) - réu, acusado Advogado de defesa - defense attorney

Design (v, n) - projetar, criar; projeto, estilo Designar - to appoint

Editor (n) - redator Editor - publisher

Educated (adj) - instruído, com alto grau de escolaridade Educado - with a good upbringing, well-mannered,
polite

Emission (n) - descarga (de gases, etc.) Emissão - issuing (of a document etc.)

Enroll (v) - inscrever-se, alistar-se, registrar-se Enrolar - to roll; to wind; to curl

Eventually (adv) - finalmente, consequentemente Eventualmente - occasionally

Exciting (adj) - empolgante Excitante – thrilling

Exit (n, v) - saída, sair Êxito - success

Expert (n) - especialista, perito Esperto - smart, clever

Exquisite (adj.) - belo, refinado Esquisito - strange, odd

Fabric (n) - tecido Fábrica - plant, factory

Facility (n) – prédio, instalações Facilidade – easiness, skill, talent

22
Língua Inglesa: Compreensão e Produção de Textos

Genial (adj) - afável, aprazível Genial - brilliant

Graduate program (n) - Curso de pós-graduação Curso de graduação - undergraduate program

Gratuity (n) - gratificação, gorjeta Gratuidade - the quality of being free of charge

Grip (v) - agarrar firme Gripe - cold, flu, influenza

Hazard (n,v) - risco, arriscar Azar - bad luck

Idiom (n) - expressão idiomática, linguajar Idioma - language

Income tax return (n) - declaração de imposto de renda Devolução de imposto de renda - income tax refund

Ingenuity (n) - engenhosidade Ingenuidade - naiveté / naivety

Injury (n) - ferimento Injúria - insult

Inscription (n) - gravação em relevo (sobre pedra, metal etc.) Inscrição - registration, application

Intend (v) - pretender, ter intenção Entender - understand

Intoxication (n) - embriaguez, efeito de drogas Intoxicação - poisoning

Jar (n) - pote Jarra - pitcher

Journal (n) - periódico, revista especializada Jornal – newspaper

Lamp (n) - luminária Lâmpada - light bulb

Large (adj) - grande, espaçoso Largo - wide

Lecture (n) - palestra, aula Leitura - reading

Legend (n) - lenda Legenda - subtitle

Library (n) - biblioteca Livraria - book shop

Location (n) - localização Locação - rental

Lunch (n) - almoço Lanche - snack

Magazine (n) - revista Magazine – department store


Mayor (n) - prefeito Maior - bigger

Medicine (n) - remédio, medicina Medicina – medicine

Moisture (n) – umidade Mistura - mix, mixture, blend

Motel (n) - hotel de beira de estrada Motel - love motel, hot-pillow joint, no-tell motel

Notice (v) - notar, aperceber-se; aviso, comunicação Notícia - news

Novel (n) – romance Novela - soap opera

Office (n) – escritório Oficial - official

Parents (n) - pais Parentes - relatives

Particular (adj) - específico, exato Particular - personal, private

Pasta (n) - massa (alimento) Pasta - paste; folder; briefcase

Policy (n) - política (diretrizes) Polícia - police

23
Unidade I

Port (n) - porto Porta - door

Prejudice (n) - preconceito Prejuízo - damage, loss

Prescribe (v) - receitar Prescrever - expire

Preservative (n) - conservante Preservativo - condom

Pretend (v) - fingir Pretender - to intend, to plan

Private (adj) - particular Privado - private

Procure (v) - conseguir, adquirir Procurar - to look for

Propaganda (n) - divulgação de ideias/fatos com intuito de Propaganda - advertisement, commercial


manipular

Pull (v) - puxar Pular - to jump

Push (v) - empurrar Puxar - to pull

Range (v) - variar, cobrir Ranger - to creak, to grind

Realize (v) - notar, perceber, dar-se conta, conceber uma ideia Realizar - to carry out, make come true, to accomplish

Recipient (n) - recebedor, agraciado Recipiente - container

Record (v, n) - gravar, disco, gravação, registro Recordar - to remember, to recall

Refrigerant (n) - substância refrigerante usada em aparelhos Refrigerante - soft drink, soda, pop, coke

Requirement (n) - requisito Requerimento - request, petition

Resume (v) - retomar, reiniciar Resumir - summarize

Résumé (n) - curriculum vitae, currículo Resumo - summary

Retired (adj) - aposentado Retirado - removed, secluded

Senior (n) - idoso Senhor - gentleman, sir

Service (n) - atendimento Serviço - job


Stranger (n) - desconhecido Estrangeiro - foreigner

Stupid (adj) - burro Estúpido - impolite, rude (Rio Grande do Sul)

Support (v) - apoiar Suportar (tolerar) - tolerate, can stand

Tax (n) - imposto Taxa - rate; fee

Trainer (n) - preparador físico Treinador - coach

Turn (n, v) - vez, volta, curva; virar, girar Turno - shift; round

Vegetables (n) - verduras, legumes Vegetais - plants

Atenção, caro aluno: a relação acima não é para ser memorizada porque acreditamos que a memorização
não é ferramenta eficaz no processo de ensino-aprendizagem. A lista serve como material de consulta.

O que recomendo fortemente é que você leia textos em língua inglesa pelo menos três vezes por
semana, de variados gêneros, mas colocando em prática o que já foi estudado e observando o quanto
os cognatos podem ajudar.
24
Língua Inglesa: Compreensão e Produção de Textos

Vamos fazer um exercício juntos?

Leia o texto abaixo: é o resumo de um trabalho acadêmico. Faça uma relação dos cognatos e os
escreva na tabela abaixo do texto:

Abstract:

This paper provides an overview of U.S. Department of Education programs authorized and
funded under federal law. It includes information as well on the laboratories, centers, and
other facilities funded by the Department that provide important resources for education.
Readers will find funding information, contact information, and a web site for more
information about each program.

Disponível em: <http://www.eric.ed.gov>. Acesso em 2 abr. 2012.

Agora, observe o mesmo texto com os cognatos destacados. Você conseguiu detectar todos? Veja que
entre eles nós temos um cognato idêntico: federal (= federal) e 12 cognatos semelhantes: paper (papel,
no caso, trabalho escrito), department (departamento), education (educação), programs (programas),
authorized (autorizado), funded (fundado), include (incluir), information (informação), laboratories
(laboratórios), centers (centros), important (importante), contact (contatar).

Abstract:

This paper provides an overview of U.S. Department of Education programs authorized and
funded under federal law. It includes information as well on the laboratories, centers, and other
facilities funded by the Department that provide important resources for education. Readers will find
funding information, contact information, and a web site for more information about each program.

Como pudemos constatar, há 13 cognatos em um texto de cinco linhas. É claro que textos científicos
tendem a ter um número maior de cognatos porque a linguagem utilizada é mais formal, portanto,
mais próxima das origens, isto é, do latim. Mesmo assim, Guandalini (2005) declara que os cognatos
facilitam a compreensão de um texto e representam de 20% a 25% de todas as palavras em um texto,
pelo menos.

E uma vez que estamos com o foco nos cognatos, por que a palavra web site foi sublinhada? Porque
é uma palavra que também nos ajuda na compreensão do texto, mas não é cognata. Web site é uma
palavra em língua estrangeira que foi incorporada, sem sofrer alterações, ao léxico da língua portuguesa.
Alguns linguistas chamam de estrangeirismo, mas há controvérsias de cunho teórico e analítico. Para
nós, neste momento, o importante é perceber que esse fenômeno linguístico também contribui para a
25
Unidade I

compreensão do texto, pois são palavras que fazem parte do nosso universo de comunicação em língua
materna.

Veja outros exemplos: browser, cowboy, call center, link, outdoor, mouse, performance, home
theater, skate, piercing, performance, video clip, ranking, poster, banner, internet, delivery, remix,
DJ (disk jockey)...

Não são palavras do seu dia a dia?

Observação

Cognatos são palavras de idiomas diferentes, mas que possuem a mesma


origem etimológica, por isso são idênticas ou pelo menos bem semelhantes
do ponto de vista gráfico; já palavras como skate, home theater e poster,
por exemplo, são palavras ou expressões de outras línguas, incorporadas
nos atos de falas da nossa língua-mãe.

Mas vamos voltar ao texto. De nada adianta sabermos o que são cognatos e identificá-los se não
usarmos isso como ferramenta para a compreensão do texto.

Sendo assim, retorne ao texto acadêmico anterior e considerando os cognatos e também as


estratégias discutidas até este momento, tente responder as seguintes questões:

1. Quais programas o trabalho analisa?

___________________________________________________________________________________

2. O que mais é abordado no trabalho?


___________________________________________________________________________________

3. Caso os leitores queiram saber mais sobre os programas, do que o trabalho dispõe?

___________________________________________________________________________________

O importante na leitura instrumental é manter a tranquilidade. Você está dando início a um processo;
o resultado não virá prontamente, mas virá!

Conseguiu responder às perguntas acima? Veja as respostas:

1. O trabalho analisa os programas do Departamento de Educação dos Estados Unidos.

2. O trabalho também traz informações sobre laboratórios, centros e instalações fundados pelo
Departamento.
26
Língua Inglesa: Compreensão e Produção de Textos

3. Para maiores informações o trabalho disponibiliza informação sobre o contato e o web site do
Departamento.

Exemplo de aplicação

Vamos fazer mais um exercício agora.

Leia o texto abaixo pelo menos três vezes, com muita atenção. Depois, responda às questões que
seguem. Ative seus conhecimentos prévios, apoie-se nos cognatos e tenha claro o seu objetivo de leitura
que é responder às seguintes questões:

1. O que aconteceu no dia de Natal de 2007?


___________________________________________________________________________________

2. Onde foi?
___________________________________________________________________________________

3. Algum visitante morreu?


___________________________________________________________________________________

4. Quantos anos ele tinha?


___________________________________________________________________________________

On Christmas Day 2007, a 243 lb. Siberian tiger named Tatiana escaped at the San Francisco
Zoo and mauled three young men. Before long, a 17-year-old boy and the tigress lay dead. This
was the first time a visitor was killed by an escaped animal at an accredited zoo in the U.S.

Disponível em: <http://channel.nationalgeographic.com/series/explorer/3816/Overview#ixzz1Tuc85dDd>. Acesso em jul. 2011.

Respostas sugeridas:

1. Um tigre-siberiano, chamado Tatiana, fugiu de um zoológico.

2. Foi no Zoológico de San Francisco.

3. Sim. Um garoto.

4. Tinha 17 anos.

27
Unidade I

3.4 Skimming

Figura 11

Skimming é mais uma estratégia de leitura que consiste em observar o texto rapidamente, com o
objetivo de detectar seu assunto geral, sem se ater aos detalhes. A ideia é ter uma visão geral do texto,
panorâmica.

De acordo com Souza et al. (2005), essa ação requer, portanto, que o leitor observe com atenção
o layout do texto, título, subtítulos, a informação não verbal, isto é, imagens, tabelas, gráficos, figuras,
fotos, tipografia etc. e os cognatos.

Se isso for feito com bastante atenção, já nos dá a possibilidade de compreender, pelo menos, o
assunto do texto e ter sobre ele algumas informações básicas.

Na verdade, fazemos skimming o tempo todo enquanto lemos em nossa língua materna: folheamos
um jornal antes de começar a trabalhar, passamos pelas páginas de uma revista enquanto esperamos pelo
dentista e também praticamos a estratégia do skimming na vida acadêmica, quando estamos em fase de
elaboração de um trabalho, pois folheamos vários artigos e textos na procura do que especificamente
queremos.

É que não percebemos por se tratar de uma ação de leitura já internalizada. Em língua inglesa isso
precisa ser trabalhado, mas nos dá o mesmo efeito de captação e produção de sentido do que quando
o fazemos em língua portuguesa.

As estratégias de skimming e scanning (que veremos na sequência) contam muito com o apoio
dos recursos tipográficos e imagéticos, conforme já foi mencionado. Observar bem as imagens,
as tabelas, gráficos, mapas e os marcadores tipográficos é fundamental para termos uma boa
ideia do tema do texto e de alguns de seus aspectos gerais. Lembre-se de que as imagens são
partes integrantes do texto. Fazer uso delas para a compreensão do texto não é burlar o conteúdo
linguístico, mas sim recorrer à informação não verbal que é elemento textual tanto quanto as
informações linguísticas o são.

28
Língua Inglesa: Compreensão e Produção de Textos

Leve tudo isso em consideração, aluno, e leia o texto a seguir. Após a leitura, tente responder as
perguntas que seguem.

Figura 12

Amazing fashion evolution

The Duchess of Cambridge attended the wedding of Zara Phillips, Princess Anne’s daughter, to Mike
Tindall in a floral embroidered outfit on July 30, 2011. Though the dress was low-key, she accessorized
the ensemble with a large hat adorned with flowers.

Disponível em: <http://www.time.com/time/photogallery/0,29307,2065084,00.html#ixzz1TvBWEgeF>.Acesso em 2 abr. 2012.

1. Sobre quem é o texto?


___________________________________________________________________________________

2. Sobre o que é o texto?


___________________________________________________________________________________

Aluno, peceba como é praticamente impossível utilizar as estratégias de leitura de forma fragmentada,
isto é, uma de cada vez. A resposta à primeira pergunta pode ficar muito fácil caso você ative seus
conhecimentos prévios e reconheça na fotografia a imagem de Kate, esposa do príncipe da Inglaterra.
Isso responde a primeira pergunta: o texto é sobre a Duquesa de Cambridge.

Já a segunda pergunta pode ser respondida se unirmos a imagem com as últimas palavras do texto
(que são cognatas): “adorned with flowers” = “adornado (= enfeitado) com flores”. Portanto, o texto é
sobre o chapéu de Kate.

Bem, aluno, agora nós vamos à estratégia do scanning, mais uma que nos instrumentalizará para
uma leitura eficaz em língua inglesa.

29
Unidade I

3.5 Scanning

Figura 13

Scanning é a estratégia de leitura instrumental que se refere à busca de informações específicas


contidas em um texto. Essas informações podem nos ajudar a apreender as ideias principais do texto e/ou
nos auxiliam na busca de um determinado dado, que pode ser uma informação relevante, dependendo
do nosso objetivo de leitura.

Também praticamos o scanning na nossa vida diária. Por exemplo, se quero fazer um bolo em casa
e preciso antes saber se tenho todos os ingredientes, abro a receita e leio – antes de mais nada – a lista
dos ingredientes. Em outras palavras, busquei no texto uma informação específica para atender ao meu
objetivo. Em consulta a enciclopédias, catálogos e listas telefônicas, por exemplo, fazemos exatamente
a mesma coisa: procuramos por um dado específico e o fazemos por meio de scanning.

O scanning também é comum em leituras de biografias, por exemplo. Muitas vezes nosso desejo é
obter algumas informações pontuais sobre a pessoa em questão e essa estratégia favorece alcançarmos
o objetivo.

Vamos a um exercício prático?

Leia a minibiografia de Paul Newman, famoso ator americano. Suponha que nosso objetivo seja
descobrir:

a) A cidade natal de Paul Newman;

b) Os nomes de seus pais;

c) As profissões de seus pais;

d) A outra ocupação de Newman, além de ator;

e) Em que ano Paul Newman morreu e quanto anos ele tinha.

Aluno, lembre-se: vá direto aos pontos que lhe darão essas respostas, sem se incomodar se você não
compreende o texto em sua totalidade. O que vale é atingir nossos objetivos!
30
Língua Inglesa: Compreensão e Produção de Textos

Actor. Paul Leonard Newman (January 26, 1925 – September, 26, 2008) was born in
Cleveland, Ohio. With more than five decades’ worth of great performances to his credit,
Paul Newman was one of Hollywood’s most talented and beloved actors. He was not only
an actor, but a humanitarian, donating 100% of the profits from the food company he
founded to numerous charities.

Newman grew up in Shaker Heights, Ohio, with his older brother Arthur and his
parents, Arthur and Teresa. His father owned a sporting-goods store and his mother was a
homemaker who loved the theatre. Newman got his first taste of acting while doing school
plays, but it was not his first love at the time. In high school, he played football and hoped
to be a professional athlete.

Disponível em: <http://www.biography.com/people/paul-newman-9422564>. Acesso em: 2 abr. 2012.

Você já respondeu às perguntas acima?

Então vamos checar:

a) Cleveland.
b) Arthur e Teresa.
c) O pai tinha uma loja de artigos esportivos e a mãe era dona de casa.
d) Newman era um humanitário.
e) Morreu em 2008, aos 83 anos.

Percebeu como não é tão difícil?

Agora nós vamos praticar o scanning com um tipo de texto diferente e bem interessante. Parece
um painel e traz inúmeras informações. Antes de acharmos que tudo é muito confuso por se tratar de
números para todos os lados e palavras em inglês, aparentemente sem ordem alguma, assumiremos
diante do texto abaixo uma atitude acadêmica e centrada. Depois, com calma e praticando o scanning,
vamos responder às seguintes perguntas:

a) Os pais de Obama moram juntos ou estão separados?


___________________________________________________________________________________

b) Quais esportes Obama pratica?


______________________________________________________________________________

c) Qual o nome do cachorro da família de Obama?


______________________________________________________________________________
31
Unidade I

d) Quantos anos tem Obama?


___________________________________________________________________________________

e) Qual Universidade Obama frequentou?


___________________________________________________________________________________

Figura 14

Disponível em: <http://www.thedailybeast.com/newsweek/2011/07/24/barack-obama-50th-birthday.html>.


Acesso em: 2 abr. 2012..

32
Língua Inglesa: Compreensão e Produção de Textos

Confira suas respostas:

a) Estão separados a uma distância de 8.412 milhas.

b) De acordo com o painel, podemos ter certeza de que ele pratica basquete e golfe.

c) Bo.

d) No painel podemos identificar que seu ano de nascimento é 1961. Ele tem, portanto, 50 anos de
idade.

e) Harward.

Continue utilizando a estratégia do scanning e responda:

A que se referem os seguintes números?

1. 69,456,897 ___________________________________________________

2. $ 1.65 million _________________________________________________

3. 9.3 million ____________________________________________________

4. 1981 ________________________________________________________

5. 30 __________________________________________________________

Unindo as estratégias do scanning às demais já estudadas, suponho que você, aluno, tenha respondido
o seguinte:

1. Número de votos que Obama teve como candidato à presidência dos Estados Unidos.

(Chegamos a essa conclusão também com o auxílio dos cognatos (votes = votos) e de nosso
conhecimento prévio: White House é a residência dos presidentes dos Estados Unidos, logo os votos ao
lado dessas palavras só podem se referir aos votos que o atual presidente teve por ocasião das eleições
à presidência).

2. O valor de sua casa em Chicago.

3. O número dos seguidores de Obama no Twitter.

4. Ano no qual deu seu primeiro discurso público.

5. Número de países que Obama visitou na posição de presidente dos Estados Unidos.
33
Unidade I

3.6 Afixos

Figura 15

Por definição, afixos são morfemas que devem ser adicionados a outros morfemas
alterando‑lhes o significado. Em nossos estudos presentes, os afixos são mencionados como
estratégia de leitura instrumental porque observá-los e analisá-los pode nos ajudar a compreender
o sentido de um texto.

A boa notícia é que a grande maioria dos afixos em língua portuguesa e em língua inglesa tem
sua origem no grego ou no latim. Como a origem é a mesma, o significado que os afixos atribuem aos
morfemas aos quais se unem também costuma ser o mesmo, nas duas línguas.

Para efeito de leitura instrumental, vamos considerar os dois tipos básicos de afixos: o prefixo
(morfema agregado no início de uma palavra) e o sufixo (morfema agregado no final de uma
palavra).

O leitor que ao longo de sua atividade de leitura observar as ocorrências dos afixos terá em suas
mãos mais uma ferramenta de construção de sentido do texto.

Desta forma, caro aluno, segue uma relação dos prefixos e sufixos mais frequentes em língua inglesa
para que você os conheça.

Antes de começar a apreciar a lista, lembramos que se trata apenas de uma relação de
prefixos e sufixos mais comuns e não há a menor intenção de cobrir o assunto somente
com essa relação. A consulta a dicionários e livros de gramática é necessária para uma visão
completa dos afixos.

34
Língua Inglesa: Compreensão e Produção de Textos

Quadro 2

AFFIXES
PREFIX MEANING EXAMPLES
unread (que não foi lido)

unofficial (não oficial)

unobserved (que não foi observado; analisado)

infinite (infinito)

illogical (ilógico)

un-, in-, il-, im-, ir- illiterate (não alfabetizado)

illegal (ilegal)

immoral (imoral)

immortal (imortal)
o oposto de; não; sem
irregular (irregular)

irresponsible (irresponsável)
disrespect (desrespeito)
dis-
distrust (não confiar em)
devalue (desvalorizar)
de-
defrost (descongelar)
non-citizen (não cidadão; não natural de; estrangeiro)

non-alcoholic (sem teor alcólico)


non-
non-stop (sem parar; direto)

non-smoker (não fumante)


atypical (atípico)
a-, ab- sem; ausência
abnormal (anormal)
co-author (coautor)

co- junto co-pilot (copiloto)

cooperation (cooperação)
pro-active (pró-ativo)
pro- a favor de; em apoio a
pro-democracy (a favor da democracia)
antiseptic (antisséptico)

antidote (antídoto)

counter-, anti- contra; que se opõe a antisocial (antissocial)

counterpart (contraparte)

counter-attack (contra-ataque)

35
Unidade I

superpower (superpoder)
extremo; mais ou melhor do que
super- o normal superhuman (sobre-humano)
sub-zero (subzero)
sub- abaixo; menos do que
submarine (submarino)
international (internacional)
inter- entre; de um para o outro
interface (interface)
transatlantic (transatlântico)
que atravessa; que passa para
trans- transplant (transplante)
outro lado
transform (transformar)
misunderstand (entender errado)
de forma errada, equivocada,
mis- misjudge (fazer mal julgamento de; julgar mal)
falsa
misguide (desorientar)
malpractice (má prática)
mal- erro
malfunction (mal funcionamento; má função)
pseudo- falsidade, imitação pseudo-intellectual (pseudointelectual)
archbishop (arcebispo)

superhero (super-herói)

outgrow (crescer mais do que o esperado ou planejado)


arch-, super-, out-, sur, tamanho/valor grande; maior surcharge (cobrar a mais; adicionar taxa)
over-, hyper-, ultra- qualidade
overdose (overdose)

hyperactive (hiperativo)

ultraviolet (ultravioleta)
subtitle (subtítulo)
tamanho/valor pequeno; menor
sub-, under-, mini- underworld (submundo)
qualidade
miniskirt (minissaia)
autobiography (autobiografia)
auto- próprio
autograph (autógrafo)
neoclassical (neoclássico)
neo- novo, moderno
neonatal (neonatal)
pan-american (panamericano)
pan- inteiro, todo
pandemic (pandêmico)
proto- original, primeiro prototype (protótipo)
ex- deixou de ser ex-husband (ex-marido)
rebuild (reconstruir)

re- novamente redo (refazer)

redistribute (redistribuir)

36
Língua Inglesa: Compreensão e Produção de Textos

foresee (prever)
fore-, pre- antes
review (prever)
postgraduate (pós-graduado)
post- depois
post-mortem (pós-morte)
semifinal (semifinal)
semi- meio, metade
semicircle (semicírculo)
uniform (uniforme)

unilateral (unilateral)
uni-, mono- um
monochromatic (nomocromático)

monolingual (monolíngue)
bicycle (bicicleta)
bi-, di- dois
bicentenary (bicentenário)
tricycle (triciclo)
tri- três
tridimensinal (tridimensional)
multifocal (multifocal)

multidisciplinary (multidisciplinar)
multi-, poly- vários, diversos, muitos
polygamy (poligamia)

polyglot (poliglota)
self-control (autocontrole)
self- próprio; si mesmo; auto
self-confident (autoconfiante)
empower (dar poder a)

en-, em- tornar enable (tornar capaz; capacitar)

encourage (encorajar)
interpreter (intérprete)

beginner (iniciante)

translator (tradutor)
-er, -or, -ar a pessoa que faz
editor (redator)

liar (mentiroso)

beggar (pedinte; mendigo)


dentist (dentista)

pianist (pianista)

scientist (cientista)
aquele que estuda; que se
-ist, -ian dedica a mathematician (matemático)

electrician (eletricista)

musician (músico)

37
Unidade I

production (produção)

institution (instituição)

violation (violação)
servem para formar substantivos
-ion, -ation, -ition, -sion derivados de verbos e dão a communication (comunicação)
ideia de processo ou resultado
competition (competição)

conclusion (conclusão)

confession (confissão)

development (desenvolvimento)

agreement (acordo)
servem para formar substantivos
performance (desempenho)
derivados de verbos e dão
-ment, -ance, -ence a ideia de: a ação de algo/ assistance (assistência)
resultado da ação de algo
patience (paciência)

obedience (obediência)

survival (sobrevivência)
servem para formar substantivos arrival (chegada)
derivados de verbos e dão a
-al, -age ideia de: processo ou estado de drainage (drenagem)
algo
passage (passagem)

criticism (crítica)

-ism ação ou resultado de buddhism (budismo)


racism (racismo)

homeless (sem-teto)
-less falta de; ausência de
jobless (sem emprego; desempregado)

spoonful (uma colher cheia de)

cupful (uma xícara cheia de)


cheio de; quantidade contida
-ful em useful (cheio de utilidade; útil)

faithful (cheio de fé; fiel)


agreeable (agradável)

são acrescentados a verbos considerable (considerável)


-able, -ible ou substantivos para formar
adjetivos responsible (responsável)

accessible (acessível)
usefulness (utilidade)
formam substantivos abstratos
-ness, -ity necessity (necessidade)
de adjetivos
poverty (pobreza)

38
Língua Inglesa: Compreensão e Produção de Textos

neighborhood (vizinhança)

childhood (infância)

friendship (amizade)

relationship (relacionamento)
-hood, -ship, -dom,-ery status, domínio, condição
freedom (liberdade)

kingdom (reinado)

slavery (escravidão)

nursery (berçário)
learning (aprendizagem)
-ing atividade; resultado da atividade
tubing (encanamento)
salty (salgado)
acrescentados a substantivos
para formar adjetivos e
-y oily (oleoso)
significa: que tem a qualidade
de; que tem a aparência de dusty (empoeirado)
daddy (papai)
acrescentados a substantivos
-y para dar a ideia de afeto ou mommy (mamãe)
diminutivo
doggy (cachorrinho)
completely (completamente)

consecutively (consecutivamente)
para formar advérbios quando
-ly easily (facilmente)
se adiciona a adjetivos
socially (socialmente)

specially (especialmente)
digno de; adequado a; que
-worthy trustworthy (que merece confiança)
merece
semelhante a; que tem as
-like características de; típico de childlike (infantil)

-some o que causa; o que provoca fearsome (que causa medo; amedrontador)
destructive (destrutivo)
que tende a; que tem a natureza
-ive explosive (explosivo)
de
descriptive (descritivo)
ecomomic (econômico)
quando acrescentado ao
-ic realistic (realista)
substantivo, forma o adjetivo
artistic (artístico)
pointed (pontiagudo)
-ed feito de; tem a característica de
blue-eyed (de olhos azuis)
mountainous (montanhoso)
tem a natureza de; tem a
-ous ambitious (ambicioso)
qualidade de
glorious (glorioso)

39
Unidade I

classify (classificar)

-ify fazer ou tornar simplify (simplificar)

purify (purificar)
privatize (privatizar)
-ise, -ize fazer ou tornar
criticize (criticar)
sadden (entristecer)

-en fazer ou tornar golden (dourar; dourado)

wooden (de madeira)

Adaptado de:<http://www.inglesvip.com/grammar/word-formation-prefix-and-suffix.html>. Acesso em: 2 abr. 2012.

Como já foi mencionado, a relação acima pode lhe servir como um material de consulta, mas não
como o material de consulta, pois há muitos mais afixos do que os apresentados. Nossa intenção é a de
apresentar a você, aluno, um pouco desse universo dos afixos e mostrar que conhecê-los e observá-los
pode ajudar – e muito – a compreender o sentido de um texto.

Assim como na língua portuguesa, os afixos são muito presentes na língua inglesa.

Observe a nota jornalística abaixo. Leia atentamente e sublinhe as palavras com afixos. Consulte a
relação acima e veja que sentido você consegue depreender de cada palavra. Vamos tentar?

Why don’t brazilians react against their politicians’ corruption?

Figura 16

Written by Juan Arias   


Wednesday, 17 August 2011 17:07

After only six months of her administration, President Dilma Rousseff had to call for the dismissal
of two of her upper-level ministers, both inherited from the cabinet of her predecessor Luiz Inácio Lula
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Língua Inglesa: Compreensão e Produção de Textos

da Silva. Antonio Palocci, who was the minister of the Casa Civil, a sort of Prime Minister, and Alfredo
Nascimento, the transport minister, fell under the rubble of the political corruption.
Disponível em: <http://www.brazzil.com>. Acesso em: 2 abr. 2012.

Como foi o exercício? Conseguiu identificar os afixos? Eles o ajudaram a compreender o texto?

Abaixo, o texto novamente com as palavras afixadas destacadas.

Why don’t brazilians react against their politicians’ corruption?

Written by Juan Arias   


Wednesday, 17 August 2011 17:07

After only six months of her administration, President Dilma Rousseff had to call for
the dismissal of two of her upper-level ministers, both inherited from the cabinet of her
predecessor Luiz Inácio Lula da Silva. Antonio Palocci, who was the minister of the Casa
Civil, a sort of Prime Minister, and Alfredo Nascimento, the transport minister, fell under
the rubble of the political corruption.

3.7 Análise do contexto

Figura 17

Vivemos em um mundo de textos. Estamos cercados por eles, somos banhados por
eles, somos constituídos por eles e por meio deles constituímos nossas histórias e
as entrelaçamos com as histórias dos demais seres da terra.

Textos escritos, textos orais, textos verbais, não verbais...

Todos esses textos, no entanto, não são elementos isolados, ensimesmados. Eles
estão em constante diálogo com os demais textos que circulam no mundo. Todo

41
Unidade I

texto repousa em uma imensidão de outras informações que lhe encerram sentido:
é o que se chama de contexto (GONZALEZ, 2010, p.14).

Analisar o contexto é outra estratégia de leitura instrumental. Mas para que possamos nos
valer dessa estratégia, é essencial que entendamos que contexto refere-se aos elementos que
transitam fora e ao redor do texto, isto é, todas as implicações históricas, sociais e culturais que
se coadunam na produção de sentido do texto uma vez que ele está em uma situação concreta
de comunicação.

Se lembrarmos que leitura é um exercício de convivência sociocultural, não seria possível


compreender um texto apartado dos acontecimentos históricos, culturais e sociais da época de
sua produção.

Daí, há perguntas e reflexões pertinentes a se fazer no momento da atividade de leitura:

• Em qual momento sócio-histórico este o texto foi produzido?

• A sociedade para a qual o texto foi produzido apoia-se em quais patamares culturais?

• Qual é o momento político?

Tais reflexões, unidas às questões comentadas acima, permitem uma atividade de leitura com efetiva
produção de sentido.

Se você, aluno, parar para refletir, estivemos o tempo todo atentos ao contexto nas questões
que respondemos acima. A todo momento, além de ativar nossos conhecimentos prévios, também
devemos transitar pelas questões políticas, históricas, sociais e culturais sobre as quais os textos
se apoiam.

(Re)conhecer o contexto contribui significativamente para que o leitor não se perca nas demais
estratégias.

Por exemplo, no caso do texto da Duquesa de Cambrigde, se ao olhar sua fotografia a


reconhecemos e sabemos de seu casamento com o príncipe da Inglaterra, de sua fama de jovem
discreta, elegante e contida, dos costumes europeus de vestimentas e acessórios nas festas de
gala, torna-se muito mais fácil compreender o texto pertencente a todo esse contexto descrito
acima. A partir daí podemos até inferir que o chapéu grande e florido da duquesa surpreendeu o
público e a imprensa.

Pronto: construímos sentido a partir do texto!

Agora, aluno, vamos à última estratégia de leitura que será apresentada nesta disciplina: o uso do
dicionário.

42
Língua Inglesa: Compreensão e Produção de Textos

3.8 Uso do dicionário

O dicionário é o pai dos inteligentes;


os burros dispensam-no.

Mario da Silva Brito

Figura 18

Até este momento não mencionamos o uso do dicionário, mas é evidente que ele é uma ferramenta
muito importante na atividade de leitura, até mesmo quando o texto está em nossa língua materna.
Portanto, faça uso dessa ferramenta sem hesitação, mas também sem exageros.

É muito comum adotarmos um comportamento de leitor de língua estrangeira no qual o


dicionário deixa de ser uma e passa a ser a única ferramenta de construção de sentido do texto.
Quando isso acontece, repousamos no dicionário toda a responsabilidade pela compreensão do
texto, negligenciando todas as estratégias que nos foram apresentadas até agora e, ainda pior,
fechando os olhos e a mente para tudo o que já foi aprendido sobre a nova concepção de leitura.

Lembre-se de que o dicionário lhe dará a tradução fria das palavras, isto é, ele não analisa o
contexto social, político e econômico no qual o texto está inserido, pois é uma obra elaborada
de forma estática que traz um repertório lexical sistematicamente organizado. Portanto, é muito
importante estar ciente de que você é o responsável por articular a informação nele contida. É
você, usuário do dicionário, que determinará qual é o significado mais adequado ao contexto de
sua frase/texto.

Observação

Aluno, você sabia que os primeiros dicionários surgiram na Grécia Antiga,


no século I? O primeiro dicionário com a configuração que conhecemos
hoje foi o Oxford (Inglaterra) e levou 70 anos para ser elaborado.

Outra questão muito importante de ser observada é a qualidade do(s) dicionário(s) usado(s). Procure
escolher um dicionário que seja bem avaliado pelo mercado e que tenha sido elaborado em um sólido e
extenso campo de pesquisa.
43
Unidade I

Levando em consideração que estamos falando de leitura em língua inglesa, é bom considerar que
há os dicionários bilíngues e os monolíngues. O bilíngue apresenta o léxico em inglês e a tradução
de seus significados; o monolíngue apresenta os significados do léxico procurado também em língua
inglesa. É claro que a escolha por um ou pelo outro tende a recair sobre o seu grau de conhecimento da
língua inglesa; sabemos também que a tradução, em geral, deixa-nos mais seguros, pois sentimos que
estamos em território familiar.

No entanto, considerando que somos – além de aprendizes de língua inglesa – professores em


formação, é fortemente recomendado que você, aluno, acostume-se desde o início a utilizar dicionários
monolíngues, pois eles contribuem muito com a aquisição de vocabulário em língua estrangeira,
acelerando, assim, a construção do conhecimento. Nada impede que você, no ínício, faça uso dos dois
tipos de dicionários concomitantemente, mas não abra mão do monolíngue.

Figura 19

E já que estamos falando de tipos de dicionários, há também o Thesaurus. Trata-se de um dicionário


que traz os sinônimos e antônimos dos léxicos pesquisados. Assim como o monolíngue, o Thesaurus é
uma excelente ferramenta de ensino-aprendizagem que não deve ser dispensada pelo professor em
formação.

Há inúmeros dicionários on-line e é preciso filtrar as fontes para que as pesquisas virtuais não nos
desorientem mais do que nos ensinem. Seja um pesquisador virtual, mas o seja criteriosamente.

Observação

Os dicionários Oxford, Cambridge e Webster são de altíssima qualidade


e estão disponíveis no mercado nos mais variados formatos.

E já que estamos falando de qualidade, Sousa (2008) observa que um bom dicionário deve trazer, no
mínimo, para cada léxico pesquisado:

• classe da palavra;

• gênero gramatical;

44
Língua Inglesa: Compreensão e Produção de Textos

• regência;

• formação gráfica e fônica;

• etimologia;

• significado(s); e

• emprego(s).

Sousa (2008) também enfatiza que, ao utilizar dicionários, não se pode esquecer que:

• os léxicos vêm classificados;

• os verbos vêm no infinitivo;

• os substantivos vêm no singular;

• os adjetivos são apresentados no grau normal e, geralmente, seguidos de seus respectivos advérbios;

• as palavras consultadas são apresentadas com todas as suas possíveis definições;

• alguns dicionários trazem as palavras nas suas viariantes americana (AmE = American English) e britânica
(BrE = British English);

• palavras com particularidades em diferentes contextos aparecem exemplificadas.

Saiba mais

Consulte os sites abaixo e divirta-se com as possibilidades de busca,


além de outras atividades para aprendizagem:

<http://oxforddictionaries.com/>
<http://dictionary.cambridge.org/>
<http://www.merriam-webster.com/>

Observação

O site <http://www.slideshare.net/FabioRLemes/uso-do-dicionrio-de-
lngua-inglesa> traz uma apresentação em PowerPoint demonstrando
como compreender as informações que acompanham o léxico procurado.
Há outros sites com informações semelhantes. Pesquise! (Acesso em 2 abr.
2012).
45
Unidade I

Figura 20

E assim, caro aluno, encerramos os tópicos sobre as diferentes estratégias de leitura instrumental. Já
foi mencionado, mas é melhor deixar ainda mais claro que a divisão feita neste livro-texto é puramente
didática e que esta é apenas uma etapa de nossa trajetória. Nosso caminho continua, só que agora
temos mais recursos, temos em que nos apoiarmos.

Nos momentos de leitura instrumental, todas ou pelo menos quase todas as estratégias devem ser
postas em ação, ao mesmo tempo. Estabeleça seus objetivos de leitura e, tranquilamente, envolva-se
com o texto e o envolva no contexto social, econômico e político, isto é, estabeleça um diálogo com o
texto e você perceberá que ele responde para você.

3.9 Praticando as estratégias de leitura instrumental

Convido-o agora para atividades de leitura e escrita a fim de praticarmos as estratégias todas juntas
e percebermos o quanto aprendemos ao longo desta primeira unidade.

Para tal, vamos iniciar com narrativas curtas, pessoais.

Proponho que você tenha uma primeira oportunidade de escrever um texto. A proposta é que você
escreva um texto curto sobre sua experiência com a língua inglesa, para que seja publicado em um site
para falantes e estudantes de inglês ao redor do mundo. Você poderá escrever uma narrativa contando
sua história com o inglês: como aprendeu, onde, quando, como foi evoluindo. Ou você poderá escolher
se concentrar em um episódio específico, em que você teve de usar a língua inglesa, contando os
detalhes da situação.

Um primeiro passo é planejar seu texto:

• Que informações você pretende incluir?

• Como pode agrupar essas informações de forma coesa e coerente?

46
Língua Inglesa: Compreensão e Produção de Textos

Mas antes, para se preparar, dê uma olhada nas narrativas que seguem. Quem é estudante? Quem é
professor? Com que propósito cada um está escrevendo? As respostas a essas perguntas virão em forma
de discussão, logo após os textos.

Mas agora analise bem os textos e seus contextos. Após cada um, tente responder às perguntas
elaboradas usando como ferramentas as estratégias de leitura estudadas até aqui.

Texto 1

User ID: 101628


Name: Jafar
Email: Registered users only
Country: Iran
Age: 22
Gender: Male

Hi everyone on here, my name is Jafar. I studied English Literature at university and loved
it a lot. I have lots of hobbies: drawing, art, reading, surfing the Internet, listening to any kind
of music, films, theatre, learning languages, cats, photography and so on. I can speak and write
English quite well, so don’t worry. I live in Tehran, the capital of Iran. Well I know what most
people of the world think of Iran, but it’s really a nice beautiful country with ancient history. The
people are warm and friendly. It’s only the government which is bad and makes awful political
mistakes in its international affair. I can show you what really Iran is like. I am also willing to
teach others my language. If you came to Iran, I can take you to a lot of interesting places. I’m
sure you will enjoy yourself. I’ll also send you a lot of photos from my city, my country. Would
you be kind enough to drop me a line and be my e-pal? I have a lot of things to tell you and
show you!

Perguntas:

Qual o nome do autor do texto?


___________________________________________________________________________________

Onde ele mora?


___________________________________________________________________________________

Mencione quatro hobbies do autor do texto.


___________________________________________________________________________________

4. O autor do texto gosta de seu país?


___________________________________________________________________________________

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Unidade I

5. O autor do texto convida o leitor a ser seu “e-pal”. Procure no dicionário o que significa “pal” e
depois, ativando seu conhecimento prévio, infira o que pode vir a ser “e-pal”.
___________________________________________________________________________________

Sugestões de respostas:

1. Jafar.

2. Em Teerã, capital do Irã.

3. Arte, leitura, navegar na internet, filme, teatro, gatos, fotografia…

4. Sim, ele acha que seu país é bonito e os lugares são interessantes.

5. Pal = friend = amigo. E-pal = (e= electronic = eletrônico/virtual). Portanto e-pal = amigo de/pela
internet.

Texto 2

Hi, my name is Annette and I am a teacher here in Brighton. Brighton is fantastic! I was born in
Ireland, (my Dad is Irish) but have lived in Africa for two thirds of my life. I’ve travelled all around
southern Africa, parts of Europe and South America. My mother is from Chile, and my family is scattered
all over the globe.

I’ve been living here since December 2008, and I really enjoy the variety of the place. You
can go to all kinds of cultural and musical events from all over the world and there are plenty of
festivals that take place during the year. On the weekends I enjoy sitting on the beach or taking
the bus to walk along the Downs. There are so many places to meet friends in a pub or share food
at one of the many good cafés and restaurants and the students often go to the clubs that are
open every day of the week until late.

The best part of this job is meeting people from different countries, and learning as much as I can
about their culture, language and country.

Perguntas:

1. Qual a profissão de Annette?


___________________________________________________________________________________

2. Por onde Annette já esteve ao longo de sua vida?


___________________________________________________________________________________

48
Língua Inglesa: Compreensão e Produção de Textos

3. Annette trabalha agora em Brighton. O que ela diz sobre o que é possível fazer na cidade para se
divertir?
___________________________________________________________________________________

Sugestões de respostas:

1. Ela é professora.

2. Ela já esteve na África, algumas partes da Europa e na América do Sul.

3. Há eventos culturais e musicais e é possível conversar com os amigos na praia, em bares e em


restaurantes.

Texto 3

Tuesday, 13 October 2009


11 comments
A world of words

It is rather cold today in Heidelberg. A little shower in the morning and heavy wind throughout
the day. The season has come to a very subtle phase where you can hardly judge if it is still autumn
or winter has arrived unnoticed. The new semester of Heidelberg University started on Monday
this week, and my schedule has already been filled with courses both in English and German. I
have long been curious about how and what students are taught in a foreign university. Luckily,
they seem not completely unfamiliar.

In a linguistic course called Approaches to World Englishes, we will look at Englishes spoken
in different parts of the world – their accents, history, cultural backgrounds and future. It
interests me that Hong Kong English will be studied too. I have several intimate friends from
Hong Kong, who speak English with a very distinctive accent and intonation. Now for the very
first time, I have been offerred a perfect chance to know not only how they speak, but why
like this.

I have also discovered that there may be a mysterious power which weaves fragments of my
life into a consistent series. Months ago as I was visiting Bath, UK, I spent an entire afternoon
in the Jane Austen Center (I hope there are many Austen fans among the readers here) smelling
the air in the house and playing mini dramas in my head about Jane’s life. For a little souvenir to
bring back, I randomly picked an exquisite bookmark which read “I Love Mansfield Park”.

Now months later in Heidelberg, sitting in the course of “Literature and Film, Mansfield Park”, with
thirty young women glittering with enthusiasm about a same lasting name, I suspected delightedly that
that bookmark had meant to lead me there.

49
Unidade I

I shall now trace back to a bit earlier, how I, born and brought up in a distant oriental country, have
turned out a faithful soul who wishes to share a corner of the bewildering literary world. The answer
looks superstitious but worth believing in – my birthday!

On the same date, two influential people, if not utterly historic, were born. One is Mr. Arnold
Schwarzenegger, former Hollywood star and present Governor of California USA, whom there is no
possibility I could ever become. The other – when I first learned it, an inner voice of mine shouted out
of surprise – is Emily Bronte, author of Wuthering Heights, one of the most prominent British writers
of all time.

I do not know if that means anything, but rather I like to take it as a hint. That mysterious
power arranged me to be born on this special date, and has made me much closer in many
ways to this special woman. As a kid of 8, I was shown by chance a black-and-white film of
Jane Eyre, a work by Emily’s sister Charlotte Bronte. I was magnetized even without complete
comprehension. The journey of loving literature (in both languages I speak) then started and has
led itself onwards.

So I hope you now understand why I chose to study language and literature. It’s a natural
choice. I know in many cultures, including Chinese culture, people believe in Fate. I do not say this
is fate, because it sounds ostentatious. Nevertheless, there might still be one day at my old age
when I look back and say “Well, it’s just meant to happen.”

Posted on Tuesday, 13 October 2009 | comment on this post.

Agora, vamos tentar responder as perguntas em Inglês?

Questions:

1. What day of the week did the classes start?


___________________________________________________________________________________

2. What does the course “Approaches to World Englishes” focus on?

___________________________________________________________________________________

3. Where did the author go when visiting the city of Bath and what connection does this visitation
have with her course?

___________________________________________________________________________________

4. Who are the two famous people born on the same day as the author?

___________________________________________________________________________________

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Língua Inglesa: Compreensão e Produção de Textos

5. From these two people, who does she identify with? Why?
___________________________________________________________________________________

6. Who are the authors of Wuthering Heights and Jane Eyre?

___________________________________________________________________________________

7. Why has the author chosen to study Language and Literature?

___________________________________________________________________________________

Answers:

1. The classes started on Monday.

2. This course focuses on Englishes spoken in different parts of the world: their accents, history,
cultural backgrounds and future.

3. She went to Jane Austen Center and the connection is that Jane Austen is a great writer of novels
and the author studies Literature and loves it.

4. Arnold Schwarzenegger and Emily Bronte.

5. She identifies with Emily Bronte because Emily is a writer and the author loves literature.

6. Emily Bronte is the author of Wuthering Heights and Charlotte Bronte is the author of Jane Eyre.

7. The author says it is a natural choice. She just loves literature.

E então, aluno, como foi responder às perguntas?

Você conseguiu perceber que pode assimilar muita informação fazendo uso das estratégias de leitura
instrumental?

Mas veja só, caso ainda esteja um pouco difícil captar dos textos as informações necessárias para
responder às perguntas, leia abaixo os comentários sobre os textos 1, 2 e 3 e tente novamente. É o
exercício constante e sua determinação que farão a diferença.

Comentários: Você deve ter percebido que, apesar da temática em comum, os textos têm propósitos
diferentes e se dirigem a públicos diferentes. Podemos afirmar que são três narrativas pertencentes a
três gêneros textuais distintos.

No Texto 1, o autor se apresenta em um site em busca de pessoas com quem pretende se corresponder
em inglês.
51
Unidade I

No Texto 2, uma professora de inglês fala um pouco de si e da cidade onde trabalha, dirigindo-se
aos seus alunos (atuais e potenciais). Provavelmente, trata-se de um site institucional promovendo um
programa de ensino de inglês online.

Finalmente, o Texto 3 nos apresenta um blog em que a autora fala de sua experiência como aluna
de Letras (inglês) numa universidade europeia.

Após esses comentários, faça uma nova leitura. Você verá que os textos ficarão mais fáceis de
entender.

No que se refere a textos em língua estrangeira, é muito recomendado que se leia sempre mais
de uma vez o mesmo texto – diversas vezes se for necessário – e percebemos que, a cada leitura, as
informações ficam mais claras.

E agora, aluno, propomos que você escreva a sua própria narrativa sobre sua relação com a língua
inglesa. Vamos estabelecer alguns parâmetros de escrita: o seu texto será publicado em um blog destinado
a estudantes de língua inglesa de todas as partes do mundo; o objetivo de seu texto é compartilhar
experiências sobre o processo de aprendizagem de língua inglesa.

Façamos assim: eu escrevi um texto sobre a minha relação com a língua inglesa. Você, aluno, o
lê e depois escreve o seu próprio texto. A intenção não é que você se prenda à estrutura do meu
texto. Muito pelo contrário. Leia o meu texto, construa sentido com ele e escreva o seu livre e
criativamente.

My name is Simone Gonzalez and I have been interested in languages since I was a very
young girl. When I was six I already read and wrote Portuguese quite well.

At the age of seven my mother took me to a school of English and I just loved studying
that language. I remember I had some difficulties in writing the words and memorizing the
irregular verbs, but I loved songs in English and I listened to them for hours and hours and
tried to write them down. I also read a lot in Engligh – books, magazines, newpapers. That
helped me a lot in my learning proccess.

I have studied other languages too like Spanish, Italian and French. I loved them all but
English is my real passion.

Surprising as it may seem, I started teaching English for children when I was 14 and, at
the age of 20, I left to England where I worked and studied for almost two years.

Back to Brazil I continued teaching English and I am so happy with my profession.

Also, because I know English I can travel to whichever country I choose and talk to
people in English in the airports, hotels, museums, restaurants and even on the streets. Once
I went to Egypt and learned a lot about their culture by talking to the egyptian people in
52
Língua Inglesa: Compreensão e Produção de Textos

English. I can also read texts from all different sources and I really feel I am a citzen of the
world.

I like this sensation!!

I love English.

Now it’s your turn.

Agora é a sua vez.

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Agora que você já exercitou a escrita em uma narrativa sobre sua trajetória com a língua inglesa,
vamos manter a prática das narrativas no gênero textual biografia?

A proposta agora é que você leia o texto abaixo sobre o Pelé. Ative seus conhecimentos prévios sobre
ele e faça uso de todas as estratégias de leitura estudadas. Após a leitura do texto (leia, no mínimo, duas
vezes, com muita atenção), responda às questões que se seguirão:

Figura 21

53
Unidade I

Date of Birth: 23 October 1940, Três Corações, Minas Gerais, Brazil


Birth name: Edson Arantes do Nascimento
Nickname: The Black Pearl
Height: 5’ 8” (1.73 m)
Mini Biography

Simply he was, and for many people still is, the greatest football player of the world. Not a single
thing was impossible for him: he won three World Cups with his National Team of Brazil (Sweden 1958,
Chile 1962, Mexico 1970). He scored more than 1,200 goals during his long career (more than 1,300
official matches). He also won many national Leagues and Continental Cup (“Copa Libertadores”), with
his team, Santos Futebol Clube (from the Brazilian ‘São Paulo’ State). In the sixties he was nick-named “O
Rei” (The King) and in the seventies 95 people out of 100 knew his name. (“Wow, man, you’re popular!”
said Robert Redford, some years ago, after seeing Pelé give dozens of autographs in New York while he
was not asked for one). In the late 1960’s, when he and his team, Santos, went to Nigeria to play a few
friendly matches, the ongoing civil war stopped for the duration of his visit. He finished his career in
the New York Cosmos, in 1977. Now he is a United Nation’s Ambassador and has been also Minister for
Sports in his country, but, for the people who saw him make magic with his right foot, he is, now and
forever, the biggest footballer in the world, and the one and only “King”.

Disponível em: <http://www.imdb.com/name/nm0671446/bio>. Acesso em 2 abr. 2012.

Agora, responda:

1. What do these numbers correspond to?

a. three
b. 1,200
c. 1960’s
d. 1977

2. True or false? Acording to the text.

a. Pelé is more popular than Robert Redford. ( )


b. The civil war in Nigeria did not stop for the visit of Pelé. ( )
c. Pelé’s nickname is “The Lion King” ( )
d. Pelé has got two nicknames. ( )
e. Pelé has been the Minister of Sports in Brazil. ( )
f. Pelé is retired now. ( )
g. Pelé is in his seventies. ( )
54
Língua Inglesa: Compreensão e Produção de Textos

Respostas:

1.

a. Number of World Cups Pelé won for Brazil.


b. Approximate number of goals Pelé scored during his career.
c. He was nicknamed “The King”.
d. He stopped playing football.

2.

a. True.
b. False.
c. False.
d. True (The King and The Black Pearl.)
e. True.
f. False (No. He is a united nation’s ambassador.)
g. True (Yes. He was born in 1940.)

Muito bem, caro aluno!

E agora é você quem vai escolher uma pessoa bastante famosa e escrever sobre ela. Uma sugestão
é que você leia sobre essa pessoa em língua inglesa, em textos de diversas fontes. Observe como os
textos sobre ele(a) se organizam e qual é o campo semântico que condiz com as atividades do indivíduo
escolhido por você. Faça leituras atentas e use das estratégias apresentadas. Faça anotações: elas lhe
servirão como material para escrever o seu texto. Quando você já tiver assimilado bastante sobre o seu
sujeito escolhido, feche todos os textos lidos, concentre-se e escreva o seu próprio texto.

Vamos tentar?
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Unidade I

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Bom, aluno(a), após todo esse estudo sobre leitura instrumental, você está pronto para um novo
olhar sobre os textos, sobretudo sobre os textos produzidos por você.

Após estudar o tópico 4 que iniciará agora, retorne ao dois textos que escreveu acima e releia-os.
Você vai ver que poderá deixá-los ainda melhores.

4 A escrita de um parágrafo

4.1 Escrita processual: conceito

Alves e Moreira (2008) afirmam em seu trabalho que, segundo diversos estudiosos, a escrita processual
proporciona ao aprendiz a oportunidade de refletir sobre o seu processo de produção escrita, o que lhe
concede mais possibilidades de escolha e lhe confere autonomia.

A escrita processual tem por princípio desenvolver o texto em diversos passos, cada um deles
partindo de uma tarefa dada pelo mediador do processo. O produto final é o texto. Em outras palavras,
essa abordagem no processo de produção escrita dá-se em etapas e, quanto mais esse processo for
colaborativo, mais seus participantes se tornam independentes e seguros em relação a seus textos
escritos.

Decidimos expor abaixo um quadro de Williams (1998, p. 55, apud ALVES e MOREIRA, 2008) para
que você, aluno(a), possa visualizar melhor quais podem ser as etapas da escrita processual e o que
cada uma compreende. Aproveitamos para ressaltar que essa não é uma abordagem exclusivamente
aplicável ao ensino-aprendizagem de uma língua estrangeira. É um procedimento metodológico que
pode ser utilizado por você, na sua trajetória de professor, no trabalho do desenvolvimento da escrita
de seus alunos.

Vamos ao quadro:

Quadro 3

Processo Definição Descrição


de Escrita
As atividades da pré-escrita ocorrem antes da elaboração da
Pré-escrita Gerar ideias, estratégias e informação primeira versão do texto e incluem: discussão, organização,
para a tarefa. escrita livre, diários, fala-escrita e metáforas.

56
Língua Inglesa: Compreensão e Produção de Textos

A planificação envolve considerar a retórica, o objetivo do


Refletir sobre o material produzido na texto, a relação entre esses fatores e a sua relação com a
Planificação fase anterior para, então, desenvolver informação produzida na fase anterior. Envolve, também,
um plano que corresponda ao objetivo selecionar argumentos e elaborar um rascunho da estrutura
da tarefa. organizativa do texto.
Produzir palavras (no computador ou A escrita é uma atividade demorada. Os bons escritores
Primeira versão no papel) que correspondam ao plano raramente tentam produzir um texto de uma só vez ou em
inicial de trabalho. um só dia.
Momento em que não se escreve. Os
Pausa escritores refletem no trabalho feito Os escritores consideram aspectos gerais: plano, adequação
e na adequação do texto ao plano. ao leitor-alvo, organização etc.
Envolve a leitura do texto.
A leitura e a escrita são atividades interrelacionadas. Bons
Momentos, dentro da fase de pausa,
Leitura leitores são bons escritores e vice-versa. A leitura durante
em que os escritores leem o que a escrita é crucial para a reflexão à qual se refere na fase
escreveram e comparam com o plano. anterior.
A revisão ocorre quando a primeira versão estiver acabada.
Rever o texto para fazer alterações Envolve fazer alterações que façam o texto corresponder
Revisão de profundidade para que o texto de ao plano. Deve-se considerar a retórica, os objetivos etc.
adéque ao plano. Essa etapa pode incluir pedir ajuda aos amigos, professores,
colegas de equipe.
Focar aspectos formais de pontuação,
Correção Ocorre depois da revisão para que o texto tenha uma
dimensão das frases, aspecto, aparência profissional.
ortografia, concordância e estilo.

Publicação Não se limita à publicação em um jornal ou revista. Pode


Partilhar o texto final com os leitores. incluir entregar um trabalho ao professor, ao chefe etc.

O quadro acima deixa muito claro a importância do passo a passo para uma escrita de qualidade. É
certo que com a prática, essas etapas acabam acontecendo de forma mais natural, menos pedagógica.
Contudo, na fase da aprendizagem a articulação de todo o procedimento pode levar a um resultado
final de qualidade.

Vale elucidar, mais uma vez, que o elemento colaborativo no processo de escrita é pertinente à
abordagem de ensino-aprendizagem que se fundamenta na construção de sentido, na busca pela
autonomia do aluno e, por consequinte, na sua responsabilização pelo seu processo de aprendizagem.
O processo colaborativo (aluno-professor/aluno-aluno) potencializa a capacidade de aprendizagem do
indivíduo e desenvolve sua habilidade de negociação.

É por este motivo que você, aluno(a), ainda que em um ambiente virtual de aprendizagem, deve
buscar canais de comunicação por meio dos quais possa interagir com outras pessoas. O fórum, por
exemplo, é um excelente recurso para tal.

Após essa breve descrição sobre o conceito de escrita processual, vamos a uma seção na qual a teoria
é colocada em prática.

4.2 Escrita processual e revisão de texto

A prática de escrita nos cursos de língua inglesa é geralmente descontextualizada, na qual os alunos
produzem textos a serem lidos e corrigidos pelo(a) professor(a). Trata-se de uma tarefa essencialmente
escolar, pouco ligada às situações de leitura e escrita com as quais os alunos convivem em seu dia a dia.
57
Unidade I

Como estamos propondo aqui um trabalho de leitura de textos em torno de gêneros, gostaríamos
que você experimentasse escrever seus textos com essa mesma orientação em mente. Mais importante,
gostaríamos que você visse a escrita como um processo no qual você terá a chance de reescrever e
melhorar seus textos, dando ênfase à escrita mais como processo do que como produto.

Vamos partir, então, da seguinte proposta: imagine que você está organizando um site em inglês contendo
informações sobre os jogadores de futebol mais importantes do mundo na atualidade. Você reuniu várias
informações de vários jogadores, em diferentes línguas, e quer agora escrever perfis ou minibiografias de cada
um deles em inglês. Considere os seguintes dados sobre o jogador Cristiano Ronaldo, da seleção portuguesa:

Full name: Cristiano Ronaldo dos Santos Aveiro


Date of birth: 5 February 1985 (age 25)
Place of birth: Funchal, Ilha da Madeira, Portugal
Height: 1.86 m (6ft 1 in)
Playing positions: winger; forward
Current club: Real Madrid
Number: 9

Senior career

Years Team Appearances Goals


2001-2003 Sporting CP 25 3
2003-2009 Manchester United 292 118
2009- Real Madrid 133 133

National team
2003- Portugal 87 32

• Relationship: Girlfriend Irina Shayk


• Childhood Hero: Pelé
• Current Heroes: Luis Figo and Samir Nasri
• Favorite Moviestars: Jean Claude van Damme and Angelina Jolie
• Favorite Movies: The Sixth Sense and The Rock
• Favorite Music: Dance Music
• Favorite meal: Portuguese cod fish with potatoes and scrambled eggs
• Drink: Santal (regional fruit drink)
• Hobbies: Going for walks, going to the cinema, listening to music

Disponível em: <http://www.oleole.com/cristiano-ronaldo/pl8ba.html>. Acesso em: 2 abr. 2012.

58
Língua Inglesa: Compreensão e Produção de Textos

Você vai ler agora duas diferentes versões de textos produzidos a partir dessas informações. Você é
capaz de pensar em formas de melhorar cada um desses textos? Compare seus comentários e sugestões
com os que propomos ao final de cada versão.

Perfil de Cristiano Ronaldo – Versão 1

Cristiano Ronaldo is a popular football player from Portugal. He was born in 5 February, 1985 in
Funchal, Ilha da Madeira. At the moment he played at Real Madrid in Spain. He started his senior career
in the Sporting CP at 2001. He has played for the Manchester United from 2003 to 2009.

His relationship is with girlfriend Irina Shayk, a Russian model. His childhood hero is Pelé and his
current heroes are Luís Figo and Samir Nasri. His favorite movie stars are Jean Claude van Damme and
Angelina Jolie, and his favorite movies are “The Sixth Sense” and “The Rock”. His favorite music is dance
music and his favorite meal is Portuguese cod fish with potatoes and scrambled eggs.

Santal, a regional fruit drink, is his favorite drink. His hobbies are going for walks, going to the
cinema and listening to music.

Comentários e sugestões:

O texto procura incluir todas as informações contidas nos itens dados. No primeiro parágrafo,
temos informações sobre a carreira de Cristiano como jogador de futebol. No segundo, encontramos
informações mais pessoais, tais como seu relacionamento amoroso, seus ídolos e suas várias preferências.
O último parágrafo concentra-se nos seus hobbies.

Embora o texto seja claramente dividido nessas partes, há uma forte repetição de informações no
segundo parágrafo com a estrutura “His favorite... is/are...”, o que torna o texto pouco fluente e mesmo
desinteressante. O uso de outras estruturas como “He enjoys...”, “He likes...” ou “He’s into...” traria mais
variedade ao texto. O uso de conectivos também contribuiria para uma maior “fluência” no texto. Por
exemplo: “Pelé is his childhood hero, but at present he admires Luís Figo and Samir Nasri”.

Outra questão a se observar é o uso impreciso de alguns tempos verbais no primeiro parágrafo.
Em “At the moment he played...” o verbo deveria estar no presente (“plays” – simples, ou “is playing”
– progressivo), pois se trata de um fato relativo ao momento presente. Já em “He has played for the
Manchester United...”, a ação se encontra totalmente encerrada em relação ao presente, o que pediria o
uso do passado simples (“played”), e não do presente perfeito (“has played”). As preposições expressando
tempo em “in February 5” e “at 2001” também deveriam ser substituídas, respectivamente, por “on” e
“in”.

No geral, embora o texto esteja razoável, poderia melhorar bastante se incorporasse as sugestões
acima.

Agora vamos à versão 2 do perfil do jogador:

59
Unidade I

Perfil de Cristiano Ronaldo – Versão 2

Cristiano Ronaldo was born on February 5, 1985 in Funchal, Ilha da Madeira, Portugal. He play for
the Real Madrid in Spain and for the portuguese national team.

Cristiano is single and is very popular with women. But he have a girlfriend call Irina Shayk, a
Russian model.

Pelé is his hero since he is a child, but he also liked Luís Figo and Samir Nasri.

Cristiano loves watch movies. His movies favorites are “The Sixth Sense” and “The Rock”, and he is
fan of Jean Claude van Damme and Angelina Jolie. He too enjoys listen to dance music.

Cristiano really like portuguese food: his favorite plate is cod fish with potatos and scrambled eggs.
He don’t drink alcohol very often. He prefer fruit drinks.

Comentários e sugestões:

Esta versão parece mais bem escrita, não? Em termos de coerência e coesão, o texto está razoavelmente
bem estruturado, com os parágrafos claramente divididos em torno de temas.

O(a) autor(a) desse texto também procurou incluir o maior número de informações dos itens
dados, embora no primeiro parágrafo tenham faltado alguns detalhes importantes sobre a carreira
do jogador.

Mas o que talvez chame mais a atenção nessa versão é o número de erros gramaticais relativamente
básicos, o que com uma boa revisão poderia ser facilmente resolvido. Assim, por exemplo, notam-se
verbos sem a terminação “-s” de terceira pessoa singular: “play” ao invés de “plays”, “have” ao invés
de “has”, entre outros. Há também o uso não padrão da forma negativa em “He don’t drink alcohol...”
(o correto seria “He doesn’t drink alcohol...”). Na sentença “Pelé is his hero since he is a child”, há
inconsistência no uso dos tempos verbais. Uma possibilidade de reescrita seria: “Pelé has been his soccer
hero since he was a child”.

Há de fato vários outros erros nesta e na primeira versão.

Considerando que você, como estudante, terá a oportunidade de reescrever seu texto e ir “aparando
as arestas”, talvez não seja o caso de ter tudo absolutamente corrigido de uma primeira para uma
segunda versão. Mais importante é incorporar as sugestões dos seus leitores, sugestões essas que não
deveriam se restringir à mera correção das formas linguísticas.

Acreditamos ainda que vários dos erros que você cometerá escrevendo textos em inglês poderão
ser corrigidos por você mesmo(a). Para auxiliar nessa tarefa, gostaríamos que observasse – e procurasse
adotar – a seguinte sugestão de código para autocorreção.

60
Língua Inglesa: Compreensão e Produção de Textos

Editing Code

__ = change word (palavra sublinhada: substitua-a por uma mais adequada)


SP = wrong spelling (corrija a ortografia)
√ = missing word (insira a palavra que falta)
VT = wrong verb tense (tempo verbal inadequado: substitua)
VF = wrong verb form (forma verbal inadequada: substitua)
ST = wrong structure (estrutura inadequada: reformule)
? = confusing (trecho confuso: reformule)
// = paragraph (separar ou iniciar novo parágrafo aqui)

Na sequência, aplicamos o código à Versão 2 acima e propomos que você pense em como corrigiria
as partes anotadas.

Perfil de Cristiano Ronaldo – Versão 2

Cristiano Ronaldo was born on February 5, 1985 in Funchal, Ilha da Madeira, Portugal. He play [VT]
for the Real Madrid in Spain and for the portuguese [SP] national team.

Cristiano is single and is very popular with women. But he have [VF] a girlfriend call [VF] Irina
Shayk, a russian [SP] model.

Pelé is [VT] his hero since he is [VT] a child, but he also liked [VT] Luís Figo and Samir Nasri.

Cristiano loves watch [VF] movies. His movies favorites [ST] are “The Sixth Sense” and “The Rock”,
and he is [ √ ] fan of Jean Claude van Damme and Angelina Jolie. He too enjoys listen [VF] to dance
music.

Cristiano really likes portuguese [SP] food: his favorite plate is cod fish with potatos [SP] and
scrambled eggs. He don’t [VF] drink alcohol very often. He prefer [VF] fruit drinks.

Agora confira uma possível versão corrigida.

Perfil de Cristiano Ronaldo – Versão 2

Cristiano Ronaldo was born on February 5, 1985 in Funchal, Ilha da Madeira, Portugal. He plays for
the Real Madrid in Spain and for the Portuguese national team.

Cristiano is single and is very popular with women. But he has a girlfriend called Irina Shayk, a
Russian model.

Pelé has been his hero since he was a child, but he also likes Luís Figo and Samir Nasri.
61
Unidade I

Cristiano loves watching movies. His favorite movies are “The Sixth Sense” and “The Rock”, and he is
a fan of Jean Claude van Damme and Angelina Jolie. He also enjoys listening to dance music.

Cristiano really likes Portuguese food: his favorite dish is cod fish with potatoes and scrambled eggs.
He doesn’t drink alcohol very often. He prefers fruit drinks.

É importante que o código de correção seja usado com um guia que facilite o processo de reescrita,
e não como uma “camisa de força” que iniba o seu progresso. Lembre-se: há sempre várias formas de
expressar as ideias. Você pode muito bem decidir reformular trechos inteiros do seu texto, invertendo
frases, acrescentando ou retirando trechos. Afinal, o texto é seu e você pode reinventá-lo sempre, à sua
maneira.

Muito bem, caro(a) aluno(a), chegamos ao final da Unidade I. Esperamos ter contribuído com algumas
considerações iniciais sobre leitura e escrita. Conscientize-se, entretanto, de que é você quem dispara
o processo; é sobre você que repousa a responsabilidade de aprender. Sendo assim, leia este material
quantas vezes forem necessárias até que você se familiarize com ele e possa articular, na prática, as
questões aqui abordadas.

Vejo você na Unidade II.

Resumo

A Unidade I contém considerações, apresentação teórica e discussão


sobre a leitura vista como atividade social e de formação da cidadania; a
nova concepção de leitura como construção de sentido; a relação entre
leitura-escrita e cidadania, além de abordar a leitura instrumental (conceito
e estratégias para uma leitura mais eficiente e segura) na teoria e com
exemplos práticos.

A Unidade I também trata da escrita processual colaborativa, ou seja, o


procedimento metodológico para a construção de confiança e autonomia
na escrita de forma teórica e também prática.

Exercícios

Questão 1. According to what you have been studying about Reading and Writing in English:

“__________ refers to the process of reading only main ideas within a passage to get an overall
impression of the content of a reading selection”.

Disponível em: <http://pioneer.netserv.chula.ac.th/~pkanchan/html/skim.htm>. Acesso em: 4 dez. 2012.

62
Língua Inglesa: Compreensão e Produção de Textos

The concept that correctly fills in the blank is

A) Skimming.

B) Scanning.

C) Reading.

D) Previous knowledge.

E) Summarizing.

Resposta correta: alternativa A.

Análise das alternativas

A) Alternativa correta.

Justificativa: skimming refere‑se ao processo de ler apenas as ideias principais de um texto, para se
ter uma ideia geral a respeito do conteúdo da leitura escolhida, o que está de acordo com o parágrafo
citado na questão.

B) Alternativa incorreta.

Justificativa: scanning consiste em uma leitura detalhada; não é o que está dito no parágrafo citado
na questão.

C) Alternativa incorreta.

Justificativa: reading é todo o processo de leitura, do qual skimming e scanning fazem parte.

D) Alternativa incorreta.

Justificativa: nessa alternativa, fala‑se de conhecimento prévio (a respeito de algum tema). Tal
informação não se relaciona ao conteúdo do parágrafo citado na questão.

E) Alternativa incorreta.

Justificativa: summarizing refere‑se ao poder de síntese, que ocorre depois de todas as outras etapas
da leitura. Tal informação não se relaciona ao conteúdo do parágrafo citado na questão.

Questão 2. English for Specific Purposes, na concepção de autores como Allan Waters e Tom
Hutchinson, remete‑nos ao que no Brasil costuma receber a designação de:

63
Unidade I

A) Inglês gramatical.

B) Inglês técnico.

C) Inglês instrumental.

D) Inglês para viagens.

E) Inglês em poucas semanas.

Resolução desta questão na plataforma.

64

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