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DISCIPLINA DE REDES ELÉTRICAS INTELIGENTES – 2020/1 1

ANÁLISE DE COMPORTAMENTO DE UM SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO COM RECONFIGURAÇÃO DE REDES

FABIO DUARTE DA FONSECA

Universidade Federal do Pampa – UNIPAMPA


Centro de Tecnologia de Alegrete – CTA
E-mail: fabiofonseca.aluno@unipampa.edu.br

Abstract⎯ In this article, the OpenDSS software and the example Para isso, contaremos com a rede de distribuição mo-
model IEEE 13 Barras are used, in order to carry out the analysis and the delo IEEE 13 BARRAS que foi adicionado 3PVSystem e
consequences of adding switch keys that will reconfigure the power flow
of the network. A simulation is first carried out to find out the losses in 8 chaves que possibilitam a reconfiguração do fluxo de
8 types of topologies, changing between the keys that will remain open potência da rede que é mostrada na figura 1.
and that will close. Afterwards, the worst and best situation is explained
and the most careful analysis is carried out on the benefits of self-recon-
figuring a distribution network. The system will have distributed gener-
ation systems, voltage-lowering substations and the addition of loads that
model the loads coming from electric vehicles.

Keywords⎯ SmartGrids. OpenDSS. Power Flow. Distributed Genera-


tion. Electric Vehicles

Resumo⎯ No presente artigo é utilizado o software OpenDSS e o mo-


delo exemplo IEEE 13 Barras, com o objetivo de realizar a análise e as
consequência da adição de chaves comutadoras que irão reconfigurar o
fluxo de potência da rede. É realizado primeiramente uma simulação
para saber as perdas em 8 tipos de topologias alternando entre as chaves
que irão ficar abertas e que irão se fechar. Logo após é explanado sobre
a pior e melhor situação e realizada a análise mais criteriosa sobre os
benefícios da auto-reconfiguração de uma rede de distribuição. O sis-
tema contará com sistemas distribuídos de geração, subestações rebaixa-
doras de tensão e adição de cargas que modelam as cargas advindas de
veículos elétricos.
Figura 1. Modelo de Simulação
Fonte: Documento de auxílio ao trabalho
Palavras-chave⎯ Redes Elétricas Inteligentes. OpenDSS. Fluxo de Po-
tência. Geração Distribuída. Veículos Elétricos. Com esta topologia, foi obtido os seguintes valo-
res de perdas totais do sistema para 8 tipos de reconfigu-
rações utilizando as chaves comutadoras, quando adicio-
I.INTRODUÇÃO nado as cargas de veículos elétricos, PVSystem e a subes-
tação 2. Na tabela 1 é possível verificar os resultados.

A continuidade do fornecimento de energia é um dos


principais pontos que diferenciam a qualidade de ser-
viço prestado por uma concessionária. A utilização
Configuração
Chaves Aberta/Fechadas
Chave 1 NA e as demais NF
07h
25,1
12h
35,1
Perdas (kW) Horário
13h
29,6
15h
30,6
18h
34,3
22h
59,8
Chave 2 NA e as demais NF 25,1 35,1 29,6 30,6 34,3 59,8
de armazenadores de carga, proteções e uma boa fonte de Chave 3 NA e as demais NF 26,3 32,2 28,1 28 33,8 64,7
energia são inerentes a uma falta que pode ocasionar a pa- Chave 4 NA e as demais NF 46,9 71,7 64,8 66,6 66,6 95,7
Chave 5 NA e as demais NF 46,9 71,7 64,8 66,6 66,6 95,7
rada total do sistema de distribuição e afetar a todos os
Chave 6 NA e as demais NF 48,8 66,7 64,5 63,3 67,6 104,9
clientes conectados a este. Chave 7 NA e as demais NF 48,8 66,7 64,5 63,3 67,6 104,9
Sendo assim, há a necessidade de interromper Chave 8 NA e as demais NF 68,4 92,8 89,5 87 93,2 150

parte da distribuição e utilizar de topologias para que a Tabela 1. Perdas totais por horário em kW
rede seja cada vez mais independente do caminho que irá Fonte: Autor
percorrer a energia até o ponto de consumo. Veja que, para a retirada da linha que interliga o ponto
Desta forma, vamos neste artigo discutir um mo- 675 e o ponto 611 houve um elevado nível de perdas que
delo que irá adicionar chaves comutadoras capazes de iso- supera todas as outras reconfigurações significativamente,
lar circuitos em falta e garantir o fornecimento para os motivando a necessidade de mais uma malha entre esses
usuários à montante e em determinados casos à jusante do pontos, a fim de reduzir o impacto caso esse caminho ve-
ponto de abertura. nha a ficar inutilizada por um longo período.
Já para a melhor configuração que reduz as perdas fica
para as chaves 1 e 2 pois, entre elas não existem cargas no
II.ANÁLISE DO SISTEMA PARA CASOS circuito, logo não há diferença entre elas, das quais, pode-
riam ser eliminadas uma das duas para redução de custos.
Nesta primeira simulação, deseja-se saber as perdas no Se explica esta baixa perda, devido cada uma das su-
sistema para casos em que uma chave permanece aberta, bestações e PVSystems assumirem as cargas que foram
simulando uma falta local e as demais estão fechadas.
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isoladas entre as linhas 632 e 670, devido a abertura das


chaves 1 e/ou 2.
Sabendo destas perdas, escolheu-se a configuração de
chave aberta 1 e chave aberta 8 para analisar mais profun-
damente o que acontece com as variáveis de potência e
tensão das subestações e das cargas, visto que são extre-
mos da topologia adotada.

III.ANÁLISE DO SISTEMA PARA CHAVE 1 ABERTA

Nesta análise é aberta a chave 1 com as demais


fechadas e será verificado em gráficos a sua influência na
curva diária da rede simulada. A curva de tensão diária
para as subestações 1 e 2 são mostradas nas figura 2 e 3,
respectivamente.
Figura 4. Potência ativa na Subestação 01
Fonte: Autor

Figura 2. Tensões na Subestação 01


Fonte: Autor
Figura 5. Potência ativa na Subestação 02
Fonte: Autor
Veja que, em alguns pontos do dia há a inversão
do fluxo de potência para as subestações, visto que, os sis-
temas PV têm potência suficiente para assumir a demanda
dos clientes e as subestações ficam em stand-by até que a
noite onde a curva de irradiação dos PVs está zerada as
subestações voltam a assumir a carga.
Da mesma forma, fica a situação para a potência
reativa destas subestações que podem ser vistas nas figu-
ras 6 e 7 respectivamente.

Figura 3. Tensões na Subestação 02


Fonte: Autor
Nas figuras 2 e 3 é possível notar que são idênti-
cas, visto que, foram conectadas a mesma fonte de gera-
ção e que é capaz de gerar energia suficientemente sem
distorcer as demandas para cada subestação.
Já para as potências ativas, as figuras 4 e 5 mos-
tram a demanda durante o dia para as subestações 1 e 2,
respectivamente.

Figura 6. Potência reativa na Subestação 01


Fonte: Autor
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Nesse caso, como não há dispositivos capazes de


controlar a qualidade do fator de potência e há a inversão
do fluxo de potência ao longo do dia, as curvas estão ex-
tremamente fora de uma operação eficiente o que pode
causar perdas de reativos significativamente elevadas.

IV.ANÁLISE DO SISTEMA PARA CHAVE 8 ABERTA

Nesta análise é aberta a chave 8 com as demais


fechadas e será verificado em gráficos a sua influência na
curva diária da rede simulada. A curva de tensão diária
para as subestações 1 e 2 são mostradas nas figura 10 e 11,
respectivamente.

Figura 7. Potência reativa na Subestação 02


Fonte: Autor
Veja que, na subestação 01 ela opera absorvendo
reativos gerados pelo sistema resultante isolado. No en-
tanto, a subestação 02 está fornecendo reativos pois, os
Veículos elétricos são modelados como motores que ab-
sorvem reativos e necessitam de um fornecedor.
O fator de potência resultante deste sistema para
as fases de cada subestação é visto nas figuras 8 e 9, res-
pectivamente.

Figura 10. Tensões na Subestação 01


Fonte: Autor

Figura 8. Fator de potência na subestação 01


Fonte: Autor

Figura 11. Tensões na Subestação 02


Fonte: Autor
Como para a simulação anterior as figuras 10 e
11 são idênticas pois, foram conectadas a mesma fonte de
geração e que é capaz de gerar energia suficientemente
sem distorcer as demandas para cada subestação.
Já para as potências ativas, as figuras 12 e 13
mostram a demanda durante o dia para as subestações 1 e
2, respectivamente.

Figura 9. Fator de potência na subestação 02


Fonte: Autor
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Figura 12. Potência ativa na Subestação 01 Figura 15. Potência reativa na Subestação 02
Fonte: Autor Fonte: Autor
Veja que, na subestação 01 ela opera fornecendo
reativos e a subestação 02 está absorvendo reativos.
O fator de potência resultante deste sistema para
as fases de cada subestação é visto nas figuras 16 e 17,
respectivamente.

Figura 13. Potência ativa na Subestação 02


Fonte: Autor
Veja que, em alguns pontos do dia há a inversão
do fluxo de potência para as subestações, visto que, é mais
vantagem uma subestação assumir a carga de outra para
determinado comprimento de linha, devido a interrupção Figura 16. Fator de potência na subestação 01
da linha de transmissão que conecta 611 a 675. Fonte: Autor
Da mesma forma, fica a situação para a potência
reativa destas subestações que podem ser vistas nas figu-
ras 14 e 15 respectivamente.

Figura 17. Fator de potência na subestação 02


Fonte: Autor
Nesse caso, como não há dispositivos capazes de
Figura 14. Potência reativa na Subestação 01 controlar a qualidade do fator de potência e há a inversão
Fonte: Autor do fluxo de potência ao longo do dia, as curvas estão ex-
tremamente fora de uma operação eficiente o que pode
causar perdas de reativos significativamente elevadas.
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V.CONCLUSÃO

Neste relatório foi mostrado os resultados da simula-


ção via OpenDSS e os impactos da adição de chaves para
comutação e modificação da topologia da rede.
Com os resultados obtidos, vimos que a influência de
reconfigurar a rede tem o poder de mitigar as perdas téc-
nicas, devido ao maior caminho da corrente para chegar
ao usuário final.
Além disso, com o chaveamento entre as linhas é pos-
sível reduzir o tempo e o número de usuários atingidos
pela interrupção de uma linha de transmissão. Se bem co-
ordenado, irá elevar a qualidade e confiabilidade do ser-
viço prestado ao cliente final.
Nesse aspecto, podemos ver que a rede se comportou
como o esperado, na qual as subestações ao isolar parte do
sistema foram responsáveis por fornecer ou absorver os
reativos da rede e os sistemas PV como no item III assu-
miram toda a carga em um determinado período e nenhum
cliente foi comprometido com a falta de uma linha de
transmissão.
Portanto, é de fundamental importância que em um
sistema de distribuição haja inúmeros religadores e secci-
onadores com a finalidade de isolar em pontos críticos os
locais que tem maior probabilidade de acontecer uma falta
e que quando aconteça atinja o menor número de clientes
além de sua recuperação se dar em um tempo relativa-
mente menor ao que depender de uma manutenção do tre-
cho danificado. Outra função é a de controlar o fluxo de
potência, comutando as cargas entre alimentadores tendo
como principal vantagem a diferenciação de tarifas entre
usinas e/ou dedicação total de um alimentador a um deter-
minado trecho.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] Freitas. Paulo Ricardo Radatz de, “Modelos avançados


de análise de redes elétricas inteligentes utilizando o
software OpenDSS” São Paulo, 2015.

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