ESTADO DE MATO GROSSO

AD ES
CÂMARA MUNICIPAL DE DIAMANTINO
“Palácio Urbano Rodrigues Fontes”
ASSESSORIA JURÍDICA
PARECER N.º 30/2016

Assunto: PROJETO DE LEI Nº 12/2016

Autoria: CHEFE DO PODER EXECUTIVO MUNICIPAL

Senhor Presidente,

Trata-se de Projeto de Lei que visa regulamentar o horário de funcionamento

e o sistema de plantão das farmácias/drogarias instaladas no município de Diamantino/MT.

A justificativa apresentada para a propositura do referido Projeto de Lei foi a

seguinte:

“Temos a honra de submeter à elevada consideração dessa

Egrégia Casa de Leis o Projeto de Lei em anexo, com a finalidade
de regular o horário de funcionamento e o sistema de plantão das
farmácias/drogarias instaladas no Município de Diamantino/MT.
Sabe-se que é de competência do Poder Público Municipal,
quanto à fixação do horário do funcionamento de
estabelecimentos comerciais situados em seu território, por se
cuidar de matéria que diz respeito ao peculiar interesse local, na
forma do art. 30, inciso I, da CF/88.
Ademais, importante citar, respectivamente, as Súmulas nº
419/1964 e nº 645/2003, ambas do Supremo Tribunal Federal:
“os municípios tem competência para regular o horário do
comércio local, desde que não infrinjam leis estaduais ou federais
válidas” e “é competente o Município para fixar o horário de
funcionamento de estabelecimento comercial”.
No âmbito municipal, o art. 221 do Código de Postura Municipal,
instituído pela Lei nº 624/2006, prevê que “é permitido às
farmácias e drogarias, o funcionamento em regime de 24 horas,
em escala de plantão elaborada de comum acordo entre os
representantes dessa atividade, e mediante aprovação da
Prefeitura Municipal, através da Secretaria Municipal de Saúde.”
Nesse sentido, considerando, ainda, que as farmácias/drogarias
exercem atividade de utilidade pública, visto que desenvolvem
serviço de interesse da coletividade, necessário se faz a presente
regulamentação tratada neste projeto de lei.
Este, pois, os motivos que me inclina a submeter o presente
PROJETO DE LEI à apreciação desse Poder Legislativo, EM
REGIME DE URGÊNCIA, contando, como sempre, com a
compreensão e apoio de Vossas Excelências, traduzidos na
aprovação desta proposição.
Ao ensejo, renovo aos membros dessa Casa meus protestos de
elevado apreço e distinta consideração. ”

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Inicialmente, cumpre destacar que não consta vício de iniciativa capaz de
macular o presente Projeto de Lei, em especial em virtude do que dispõe o art. 30, I da
Constituição Federal.

O Supremo Tribunal Federal editou a Súmula 419, a qual estabelece que: “ Os

municípios têm competência para regular o horário do comércio local, desde que não infrinjam
leis estaduais ou federais válidas.”

Dentre os estabelecimentos comerciais estão inclusas, por óbvio, as

farmácias e drogarias, senão vejamos a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal:

EMENTA: Fixação de horário de funcionamento para farmácias no

Município. Lei 8.794/78 do Município de São Paulo. - Ao julgar o RE
189.170, o Plenário desta Corte, em caso análogo ao presente sobre a
mesma legislação do Município de São Paulo, assim decidiu: "
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. FARMÁCIA. FIXAÇÃO DE HORÁRIO
DE FUNCIONAMENTO. ASSUNTO DE INTERESSE LOCAL. A fixação
de horário de funcionamento para o comércio dentro da área municipal
pode ser feita por lei local, visando o interesse do consumidor e evitando
a dominação do mercado por oligopólio. Precedentes. Recurso
extraordinário não conhecido." - Anteriormente, esta Primeira Turma, ao
julgar o RE 237.965, já se havia manifestado no sentido de que a fixação
de horário para o funcionamento de farmácia é matéria de competência
do município, não havendo qualquer afronta aos princípios constitucionais
da isonomia, da livre concorrência, da defesa do consumidor, da liberdade
de trabalho e da busca ao pleno emprego. - Dessa orientação divergiu o
acórdão recorrido. Recurso extraordinário conhecido e provido.

(RE 274028, Relator(a):  Min. MOREIRA ALVES, Primeira Turma, julgado

em 05/06/2001, DJ 10-08-2001 PP-00021 EMENT VOL-02038-04 PP-
00824) (grifo nosso)

Desta feita, por ora, não vislumbra-se qualquer indício de

inconstitucionalidade e/ou ilegalidade junto à matéria constante no Projeto de Lei em análise.

Em razão do Exposto, opina-se de modo favorável à aprovação do Projeto de

Lei nº12/2016.

Salienta-se que o Projeto de Lei em epígrafe deverá ser encaminhado à

Comissão de Constituição e Justiça para que seus membros emanem os respectivos
pareceres.

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Assessoria Jurídica, 11 de julho de 2016.

Aline Simony Stella

OAB/MT 16.673/O

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