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Aula 8
D O BRAS
Pr o f. E d u a r d o S a l a m u n i
( A r t e : A c a d ê m ic a M a rc e l a F r e g a t t o )
D O BRAS
I NTRO DUÇÃO
Definições
• Uma das feições estruturais mais evidentes (desde a escala
microscópica até a quilométrica) em regiões submetidas a tensões
compressivas é a DOBRA, ou seja uma superfície qualquer de referência
curvada em relação à linha do horizonte.
• Dobras são ondulações tanto convexas quanto côncavas existentes em
corpos originalmente planos, podendo ocorrer em rochas sedimentares,
ígneas ou metamórficas.
• Em geral é uma manifestação de deformação d ú c t il das rochas.
Formam-se sob condições variadas de stress, pressão hidrostática e
temperatura.
• O fechamento de uma dobra se dá em sua curvatura máxima
Localização de sistemas compressionais em zonas de
convergência.
Dobras são melhor observadas em zonas orogenéticas atuais ou
antigas, mas eventualmente podem ocorrer em regiões intraplacas
A n t icli n ó rio
Si n cli n ó rio
( a ) C r e n u l a ç ã o e m x is t os d o C o m p l e x o S e t u v a ; ( b ) d o b r a r e cli n a d a e m m e t a c a lc á rios d o G r u p o
A ç u n g u i – V a l e d o Ri b e ir a ; ( c ) d o b r a s p a r a si t a s e m m á r m o r e d o G r u p o A ç u n g u i ( F o t os a , b e c : E.
S a l a m u n i) ; ( d ) Millo o k H a v e n - C o r n w e ll - R e i n o U n i d o ( F o t o : a u t o ri a d e sc o n h e ci d a )
...e necessitam de referências estratigráficas ou bandamento diferencial
para a definição geométrica e/ou de estilo da dobra.
• S u p e rfíci e E n v ol t ó ri a : plano
que oscila entre duas superfícies
limítrofes.
• S u p e rfíci e m e d i a n a : superfície
que une as sucessivas linhas de
inflexão.
• Z o n a d e C h a r n e ir a : parte da dobra próxima à charneira (não é definida de
forma rigorosa).
• F l a n c os ( o u li m b os) : correspondem às partes que se situam entre duas
charneiras adjacentes e que contém os pontos de inflexão.
• Â n g u lo I n t e r - F l a n cos: ângulo formado por linhas contínuas tangentes
imaginárias a partir dos flancos da dobra, que se cruzam acima da zona de
charneira.
ZC F l a n cos ( o u
li m b os)
AI
Sequência de dobras
(antiforma e sinforma),
podem representar
morfoestruturas
facilmente
reconhecíveis em
zonas orogênicas.
• C ô n ic a s: possuem linha de
charneira mas não possuem eixo
de dobra e se dispõem como
parte de um cone (Cordilheira de
Zagros – Irã/Iraque. Foto: autoria
desconhecida.
A T I T U D E D O E I X O E D A S U P E R F Í C I E A X I AL D A S
D O BRAS
CL A SS I F I C A Ç Ã O G E O M É T R I C A
• A classificação da geometria das dobras depende da arquitetura
inerente à própria dobra. Assim, é necessário que sejam levadas
em conta as seguintes características:
( a ) Â n g u lo i n t e r - fl a n cos
Dobras suaves ângulo entre 120 º e 180 º
Dobra abertas ângulo entre 70 º e 120 º
Dobra fechadas ângulo entre 30 º e 70 º
Dobra cerradas ângulo entre 0 º e 30 º
Dobra isoclinal ângulo de 0 º
Dobra elástica ângulos negativos
Dobras com variados ângulos de abertura em
muscovita-quartzo-xisto do Complexo Setuva,
Vale do Ribeira (PR). Foto: E. Salamuni
Assi m é t ric a
h t t p : / / e a r t h .l e e d s. a c. u k / f ol ds
( d ) Terraço Estrutural: Camadas
Mergulham uniformemente no mesmo
sentido e com mesmo valor angular.
http: / /earth.leeds.ac.uk/folds
( g) Dobras " en chevron " : os ápices
são terminados em ângulo, parecendo
quebrados (flancos mantém a mesma
espessura).
Embasamento, Província
Mantiqueira. Rio de Janeiro.
Foto: E. Salamuni
G n a iss e d o e m b a s a m e n t o d a B a ci a d o P a r n a í b a ,
T o c a n t i n s. F o t o : E. S a l a m u n i
G n a iss e d o C o m p l e x o S e t u v a , V a l e d o Ri b e ir a ( P R ).
F o t o : E. S a l a m u n i
CLA SS I F I C A Ç Ã O B A SE A D A N A R ELA Ç Ã O E N T R E
A S S U P E R F Í C I ES S U C ESS I V A S D O B R A D A S
Classe 1b
Cl a ss e 1 c
Cl a ss e 1 a Cl a ss e 1 b Cl a ss e 1 c
• Cl a ss e 2
• Classe 3:
Cl a ss e 2 Cl a ss e 3
COMPETÊNC I A E I NCOMPETÊNC I A EM UMA D O BRA
• Fle x ão
Quando há um encurtamento no interior da camada competente, os
esforços produzem uma instabilidade que dá lugar a uma fl a m b a g e m
( b u c k li n g ). A flambagem do banco é a ação elástica responsável por
uma ondulação do banco competente, gerando uma dobra paralela
(isópaca ou flexural). Os estratos podem apresentar-se desarmônicos
pois as dobras isópacas tendem a ser concêntricas
As dobras por fl a m b a g e m podem gerar fraturas de tensão no arco
externo que são preenchidos por minerais, boudins, dobras de arrasto,
estrias de atrito, microdobras e falhas (inversas no núcleo da dobra) e
xistosidade.
Maneira com que se formam dobras por flambagem: a tensão
1 é lateral.
• Cis a l h a m e n t o (s h e a r f ol ds, d o b r a s p a ssi v a s, sli p f ol ds)
Podem ser chamadas de dobras similares (Classe 2 de Ramsay).
Formam-se em zonas profundas da crosta, onde as rochas estão em
estado dúctil ou dúctil-rúptil. Podem se formar por meio de processos
de cisalhamento simples, cuja deformação é progressiva, heterogênea
ou homogênea. A superfície ou o plano axial é sempre paralelo ao
plano de cisalhamento.
Dobras geradas por cisalhamento
h t t p : / / e a r t h .l e e ds. a c. u k / f ol ds M e t a ss e si m e n t o d a F o r m a ç ã o B e t a r a –
I t a p e r u ç u ( P R ). F o t o E. S a l a m u n i
F ili t o G r u p o A ç u n g u i – F a i x a I t a i a c o c a ( P R ). F ili t o d a F o r m a ç ã o V o t u v e r a v a – a d j a c ê n ci a s
F o t o E. S a l a m u n i d o N ú cl e o B e t a r a ( P R ). F o t o E. S a l a m u n i
• A c h a t a m e n t o ( fl a t t e n i n g )
Teoricamente uma barra pode dobrar até 36% pelo processo de
flambagem. Após atingir esse valor ocorre a c h a t a m e n t o, no qual há
adelgaçamento nos flancos da dobra e espessamento na zona apical,
ou seja, há um fluxo plástico do material dos flancos da dobra para o
ápice da mesma.
• Flu xo:
Ocorre em condições de metamorfismo muito elevado, estando a rocha
num estado extremamente plástico (quase fusão). Esse processo
normalmente causa dobras muito irregulares com as seguintes
características: (a) inconstância do eixo; (b) padrão geométrico
extremamente irregular e (c) características típicas de alto grau
metamórfico.
D o b r a s d e fl u x o e m
mig m a tito do
e m b a s a m e n t o d o Rio d e
J a n e ir o. P r o v í n ci a
M a n t i q u e ir a N o r t e . F o t o : E.
Sala m uni
Observação: Qualquer que seja o tipo de dobra, os estratos deslizam uns
sobre os outros. Esses deslizamentos produzem estrias nas superfícies
superiores dos bancos (sulcos de fricção), mostrando um típico produto
de cisalhamento simples em escala local.
D o b r a s r e l a cio n a d a s a f a l h a s i n v e rs a s
D o b r a s d e c a v a l g a m e n t o e m p a r a g n a iss e s d a F o r m a ç ã o
B e t a r a ( P a r a n á ). F o t o : E. S a l a m u n i
D o b r a s r e l a cio n a d a s a f a l h a s n o r m a is:
h t t p : / / e a r t h .l e e ds. a c. u k / f ol ds
O padrão de interferência do Ti p o 2 , mostra formas geométricas com
formas em “ m e i a -l u a ” ou “ a s a s d e b o r b ol e t a “. A foto do afloramento
é o resultado de uma primeira fase de dobramento reclinada seguido
por dobras vertical. Braço de Mar Monar, Escócia.
h t t p : / / e a r t h .l e e ds. a c. u k / f o l ds
O padrão de interferência do Ti p o 3 gera geometria com formas em
“c h a m a s” ou “lí n g u a s”. Estas formas da superfície axial quase
recumbentes estão redobradas por dobra vertical, mas com eixo quase
paralelo ao primeiro dobramento.
h t t p : / / e a r t h .l e e ds. a c. u k / f ol ds
Figuras de interferência em redobramentos (mapa ou perfil)
D ESE N V O LV I M E N T O D E F O L I A Ç Ã O E L I N E A Ç Ã O E M D O B R A S
h t t p : / / w e b . u s a l. e s / ~ g a b i / A P U N T ES / T E M A 6 .P D F
Possíveis padrões geométricos de clivagens plano-axiais em dobras
M o d ific a d o d e : h t t p : / / w e b . u s a l. e s / ~ g a b i
Uma das estruturas mais comuns em zonas de charneira são as clivagens
e/ou foliações que criam uma geometria particular em forma de
crenulações (ou micro-dobras). Tais estruturas sinalizam, em geral, para
uma segunda fase de deformação.
M o d ific a d o d e : h t t p : / / w e b . u s a l. e s / ~ g a b i / A P U N T E S
R EL A Ç Õ ES EST R A T I G R Á F I C A S E M D O B R A S