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INFORMÁTICA

CONCEITOS ELEMENTARES

Por Maria da Conceição Neves


Conceitos Elementares

ÍNDICE

1. Introdução à Informática

1.1 Importância da Informação

1.2 Computador

1.3 Breve perspectiva histórica da evolução do computador:

Evolução tecnológica

Evolução a nível de linguagens de programação

Evolução de aplicações

2. Introdução aos Computadores

2.1 Noção de Sistema de Computação

2.2 Arquitectura Genérica e Funcionamento de um computador


CPU
Memória
Periféricos

2.3 Representação Interna da Informação


Sistema baseado em 2 símbolos
Noção de bit, byte.
Unidades Kilobyte, Megabyte, Gigabyte, Terabyte
Sistema Binário
Códigos Binários

3. Software

3.1 Uma Classificação do Software

3.2 Noção de Sistema Operativo

3.3 Noção de Software de Linguagem: Compiladores, Interpretradores

3.4 Ferramentas de Desenvolvimento


Ambientes de Programação
Processadores de Texto
Folhas de Cálculo

3.5 Desenvolvimento de Software

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1. Introdução à Informática

O neologismo Informática aparece no início na década de 60 construído a partir


das palavras informação e automática.

Informática = Informação +Automática

Este termo Informática visa identificar o ramo do saber que se ocupa do


estudo de métodos e técnicas associados ao tratamento automático da
informação.

A matéria prima da informática é a informação ou melhor os dados, e a


ferramenta básica é o computador. O computador está para a informática
assim como o telescópio para astronomia.

1.1 A importância da Informação

Estamos na era da informação. O poderio de empresas e nações embora


residindo durante longo tempo na posse de recursos naturais, humanos e
financeiros e no domínio de tecnologias de produção assenta porém, cada vez
mais, no domínio da informação e das tecnologias da informática e das
comunicações com vista a gerar conhecimento.

Informação / Dados

A informação é tudo aquilo ( palavra, frase, imagem,...) que vai permitir a


tomada de decisão e a execução de acções.

Dados são informações elementares que por si só têm pouca utilidade, mas
que depois de trabalhados (processados) convertem-se em informação que
dão origem ao conhecimento.

Desde sempre, na sua actividade o homem processa informação. Esse


processamento começou por ser manual sendo hoje fortemente automatizado
utilizando computadores.

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1.2 O Computador

Como já referido o computador é a ferramenta fundamental da informática.


Não há informática sem computadores.

O que é um computador?

Uma definição elementar poderá ser:

Um computador é um conjunto de circuitos eléctricos e electrónicos


capaz de realizar de modo autónomo uma determina tarefa, por
obediência a um programa armazenado internamente.

Os computadores não surgiram de um instante para o outro por mero capricho


de investigadores, mas sim para responder às necessidades cada vez mais
exigentes do Homem.

1.3 Breve Perspectiva Histórica da Evolução do Computador

O Homem desde sempre tem vindo a desenvolver ferramentas para facilitar e


engrandecer as suas capacidades primeiro as manuais e posteriormente
intelectuais. Essas ferramentas são cada vez mais sofisticadas. O computador
surge nesse contexto.

Vamos dar uma breve perspectiva histórica da evolução do computador


organizada do seguinte modo:

Pré-História

Período que decorre até ao aparecimento do primeiro computador o ENIAC em


1945

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Desde sempre o homem tentou encontrar ferramentas que o ajudassem nas


suas tarefas, assim as pedrinhas usadas pelos pastores para contabilizar o seu
rebanho podem ser consideradas como a mais elementar ferramenta de
cálculo.

A necessidade de cálculos cada vez mais rápidos e precisos levaram ao


aparecimento de ferramentas cada vez mais eficientes. Passamos a referir
alguns marcos na evolução destas ferramentas de cálculo:

2500 AC – Ábaco Chinês

1617 – A régua de cálculo – J. Napier

1642 – A calculadora de Pascal – máquina automática funcionando como um


sistema de discos rotativos para a realização de adições, subtracções e
multiplicações

1646 – A multiplicadora de Leibniz

1812 – Babbage desenvolve Máquinas Diferenciais e Analíticas, precursoras


das actuais calculadoras programáveis

1886 – O apuramento dos resultados do recenseamento americano de 1880


demorou 7 anos, o que levou a concluir que o apuramento dos resultados do
recenseamento de 1890 não estaria pronto antes do de 1900. Para resolver
este problema Hollerith desenvolve um sistema electro-mecânico controlado
por cartões perfurados para permitir em tempo útil o apuramento dos
resultados do recenseamento americano de 1890. Com este mecanismo o
tempo do apuramento dos resultados reduziu-se para 3 anos. Hollerith foi um
dos fundadores de uma companhia que viria a ser IBM.

1944 – Na Universidade de Harvard foi construído o Mark I um sistema


baseado em relés electromagnéticas. Embora haja quem o considere o
primeiro computador esta classificação não é aceite por toda a comunidade por
não ser constituído exclusivamente por componentes eléctricas e electrónicas.

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História

Evolução na Perspectiva Tecnológica

Sob o ponto de vista tecnológico é usual distinguir na história dos


computadores cinco gerações caracterizadas pelo elemento básico da sua
construção.

1ª Geração – Geração das Válvulas de Vazio – aprox. até 1954

O primeiro sistema eléctrico e electrónico capaz de realizar tarefas, de modo


automático, por obediência a um programa, foi o ENIAC que é considerado o
primeiro computador. Como curiosidade é de referir que este computador
pesava cerca de 30 toneladas e ocupava aproximadamente 1/3 de um campo
de futebol. Esta dimensão resulta dos sistemas de arrefecimento exigidos pelas
válvulas de vazio.

2ª Geração – Geração dos Transistores – aprox. até 1960

O transistor aparece no final da 2ª guerra mundial em 1948 e substitui as


válvulas, componentes básicas da geração anterior. A dimensão física e custo
começam a reduzir grandemente.

3ª Geração – Geração dos Circuitos Integrados SSI “Small Scale


Integration”– aprox. até 1965

Numa pequena placa de silício são integradas várias componentes


electrónicas. Nesta geração ( SSI – Integração em pequena escala ) são
integradas menos do que 100 componentes por “chip”

4ª Geração – Geração dos Circuitos Integrados MSI e LSI “Medim and


Large Scale Integration” – aprox. até 1970

Esta geração (MSI e LSI – Média e grande escala de Integração) é


caracterizada por uma maior capacidade de integração de componentes, mais
do que 100 e menos do que 10 000 componentes por “chip”

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5ª Geração – Geração dos Circuitos Integrados “Very Large Scale


Integration” – até ...

VLSI – Elevada escala de Integração - mais do que 10 000 componentes por


“chip”

As três últimas gerações baseiam-se em circuitos integrados mas com


diferentes graus de integração. É difícil distinguir entre elas especialmente
entre as duas últimas.

Ao longo destas gerações assiste-se à miniaturização do computador, ao


aumento de fiabilidade e de velocidade e à diminuição do preço.

Cada geração vai envolvendo conceitos técnicos novos fazendo com que
exista uma evolução no modo de operação.

De referir também o aparecimento dos microcomputadores que tiveram um


papel determinante na “banalização “ do computador tornando-o acessível ao
comum dos mortais para uso pessoal. Basicamente são caracterizados pelo
microprocessador onde se integram todas as componentes que constituem o
“cérebro do computador” – CPU. O microprocessador reside numa única
pastilha de silício, num único “chip”.

Evolução do Software

Na Perspectiva das Linguagens de Programação

O primeiro computador ENIAC era caracterizado por:

- a informação de entrada e saída ser codificada em cartões perfurados

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- o programa ser realizado em hardware isto é através do estabelecimento de


ligações adequadas. A programação era tarefa de ferro de soldar, que exigia
um conhecimento completo dos detalhes operacionais da máquina.

Por isso dizemos que nos primeiros computadores a programação era


feita a nível de hardware.

Em 1946 John Van Newman, um consultor do projecto ENIAC, apresenta o


conceito de programa armazenado. O programa e os dados são introduzidos
codificados em cartões perfurados e armazenados na memória do computador.

Este conceito de Von Newman é muito importante e aumentou a


flexibilidade e versatilidade do computador, mantém-se presente nas
arquitecturas dos computadores actuais.

Os programas eram escritos numa linguagem de programação composta por


conjuntos de símbolos binários. Estavamos na época da programação em
linguagem máquina.

Desde este conceito de Van Newman até aos nossos dias houve grande
evolução. Toda essa evolução foi no sentido de facilitar a tarefa do
programador distanciando-o o mais possível do nível físico.

O passo seguinte está associado à utilização de siglas, em vez de símbolos


binários, para codificar cada operação da máquina. Chegou-se assim à
programação em Assembly. Esta linguagem era traduzida para linguagem
máquina por um programa o Assembler. Programar em Assembly exigia ainda
um conhecimento profundo da máquina.

Em 1957, John Backus verificando que um programador precisava de conhecer


a linguagem máquina de cada um dos computadores para poder desenvolver
programas para essas máquinas propõe o desenvolvimento de uma
linguagem independente das máquinas o Fortran – Formula Translation -
que é apresentada como a linguagem universal para programar computadores.
Seria pois da responsabilidade dos diferentes construtores de computadores o

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desenvolvimento de tradutores, isto é um programa capaz de traduzir o


programa da linguagem Fortran para a respectiva linguagem máquina. Surge
assim o conceito de compilador, programa capaz de traduzir um programa em
linguagem fonte, Fortran neste caso, para a linguagem máquina do respectivo
computador.

Desde então têm surgido centenas de linguagens de programação integradas


em diferentes paradigmas.

Exemplos: COBOL, RPG, BASIC, ALGOL, PASCAL, PL1, C, ... Hoje existem
largas centenas de linguagens baseados em diferentes paradigmas de
programação.

Evolução do Software

Na Perspectiva das Aplicações

As primeiras aplicações eram automatização de processos bem formalizados.


Até 1964 os programadores tinham em mãos a automatização de processos
manuais bem definidos.

Na década de 70 surgem sistemas operativos mais poderosos e a evolução


verificada a nível de hardware levanta grandes expectativas quanto ao
desenvolvimento de tarefas cada vez mais complexas. O computador aparece
assim ligado praticamente a todos os ramos da actividade humana. Cada vez
mais a sua utilização depende da imaginação humana. Os campos de
aplicação alargam-se a um ritmo crescente, invadindo o quotidiano. Surge
então a necessidade de abordar o desenvolvimento de software numa
perspectiva de engenharia dando origem ao conceito Engenharia de Software.

A partir da década de 70 começam a multiplicar-se as tentativas de integração


de aplicações existentes. surgem as aplicações informáticas integradas. Esta

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preocupação conduz ao aparecimento do conceito de Sistema de Informação


de uma organização.

A década de 80 pode ser identificada como a das redes de computadores e


das respectivas aplicações distribuídas.

A década de 90 identificaremos de um modo geral como a época das


aplicações na Internet.

Consultar : Museu Virtual de Informática – Universidade do Minho


http://piano.dsi.uminho.pt/museuvo/

2. Sistema de Computação

Na definição de computador apresentada na secção 1.2 está muito bem


explícito o conceito de computador como um sistema de computação que
incorpora uma componente física (conjunto de circuitos eléctricos e
electrónicos) que designamos por hardware, e uma componente lógica (
programa armazenado internamente ) que designamos por software, e que visa
a realização de tarefas de modo autónomo.

O hardware é o conjunto de circuitos eléctricos e electrónicos responsável por


todas as potencialidades da máquina.

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Quando um computador é construído possui:

- uma determinada capacidade para executar certo tipo de instruções a uma


determinada velocidade;

- capacidade de armazenamento de um número máximo de bytes;

- capacidade de comunicação com um número específico de periféricos

Este conjunto de componentes físicas têm que receber instruções específicas


do que fazer, de como se articularem. Esta é a função do software que é o
conjunto de programas que dirigem o funcionamento do computador.

2.1 Estrutura Básica e Funcionamento de um Computador

Não sendo nosso objectivo o estudo das componentes físicas do computador,


vamos abordar a arquitectura genérica e o funcionamento do computador de
um modo muito breve baseando-nos no seguinte diagrama de blocos onde se
identificam as principais componentes:
CPU- Unidade Central de Processamento,
Memória e

Periféricos.

A Unidade Central de Processamento – CPU é responsável por:

- coordenação do fluxo de informação (acesso à memória e registos,


encaminhamento de dados e instruções para certas unidades, etc)

- processamento (operações aritméticas e lógicas sobre dados)

A Memória responsável pelo armazenamento da informação (dados e


programas). A memória é constituída por pequenas células cada uma capaz de
armazenar um conjunto de bits e é endereçavel, isto é, tem um endereço
associado e permite o seu acesso para leitura ou escrita de dados. A memória
principal é uma memória to tipo RAM. Existem no computador outros tipos de

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memória com funções auxiliares, são elas as memórias ROM e os discos que
funcionam como memórias auxiliares externas.

Memória Principal

Unidade de
PERIFÉRICOS Controlo

Reg. Unidade
Aritmética
e Lógica

CPU – Unidade Central


de Processamento

Barramentos:
para o fluxo de sinais de controlo
para o fluxo de endereços e de dados

Periféricos são equipamentos que permitem:

- a comunicação entre o sistema e o exterior, isto é, que recebem ou enviam


informação para o computador;

- o armazenamento de dados necessários ao processamento e de programas

Periféricos de Entrada:

• leitores de (Bandas Magnéticas, Caracteres Ópticos, Caracteres


Magnéticos, Discos rígidos, Discos flexíveis, ...),

• teclados, ratos, unidades especiais (light pen, touch screen, joy stick,
unidades de controlo (Relógios de Ponto, ...)

Periféricos de Saída:

• gravadores de (Bandas Magnéticas, Discos rígidos, Discos flexíveis,...),

• terminais de video, impressoras, plotters, unidades de controlo,...

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O Funcionamento

As partes constituintes do computador: Processador Central, Memória Principal


e Periféricos (entrada, saída, armazenamento,...).

Através dos Periféricos de Entrada são introduzidos os dados e programas


necessários ao processamento desses dados. Através dos Periféricos de Saída
são postos à disposição do utilizador os resultados do processamento. A
Memória Principal armazena dados e programas para uso interno do
computador. É a Unidade Central de Processamento - CPU que se encarrega
do controlo e execução do programa, através da Unidade de Controlo e da
Unidade Aritmética e Lógica que executa todas as operações aritméticas e
lógicas.

Sendo o computador uma máquina de execução sequencial a Unidade de


Controlo acede sequencialmente às instruções, descodifica-as e activa as
componentes necessárias à sua execução. Todas as operações são
executadas a um ritmo imposto por um clock ( ex: 200 MHz).

O tamanho de palavra de um processador refere-se ao número de bits que flui,


de cada vez, através dos barramentos (Bus) entre as componentes desse
processador. Os tamanhos de palavra são característicos de cada processador
e há-os de 8bits, 16bits, 32bits, 64bits,...

2.2 Representação Interna da Informação

O equipamento electrónico precisa de um código capaz de representar a


informação: números, caracteres, ...

Sob o ponto de vista tecnológico um sistema baseado em dois estados tem


vantagens em termos de simplicidade, rapidez e fiabilidade de implementação.

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Por isso a informação é representada internamente de forma discreta por


sequências de bits (0,1), dizemos que é representada em forma binária.

Os dígitos binários (bit - binary digit) são o 0 e o 1. O bit é a unidade elementar


de representação de informação

O byte é um conjunto de 8 bits, capaz de representar um caracter.

Os multiplos são 1Kbyte=1024 bytes, 1Mbyte= 1024 Kbytes 1Gbyte=1024


Mbytes,1Tera...)

Cada processador opera com um nº básico de bits: a palavra. Assim, como já


referido, temos computadores com uma arquitectura baseada em tamanhos de
palavras de 8, 16, 32, 64,128, ... bits

Conclusão:
Toda a informação é representada no computador como combinações únicas
de 0 e 1 ‘s.
Mas um conjunto de bits para ter significado exige um conjunto de regras, isto é
exige um código binário.

A representação de informação numérica baseia-se no sistema binário base 2.


A representação de informação alfanumérica baseia-se num código binário.

O código binário mais usado é o código de 8 bits ASCII- American Standard


Code for information Interchange. Este código utiliza somente 7 bits para a
representar a informação, sendo o oitavo bit utilizado para a detenção de erros.
Com 7 bits pode-se representar 2^7 =128 combinações diferentes.

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3. Software

Software- Parte lógica da máquina. Conjunto de programas que dirigem o


hardware na realização das tarefas.

O software reside em memórias:

• ROM - Read Only Memory,

• Memórias secundárias: discos, disquetes, CD-ROM, banda magnéticas

que na altura da execução é carregado na memória RAM - Random Access


Memory, memória principal do comptador.

Comparação de Memórias RAM e ROM

RAM ROM

Permite a leitura e escrita de nova Apenas permite a leitura da informação


informação em qualquer célula de memorizada
memória

Armazena programas do utilizador Armazena programas do fabricante


como fazendo parte do software do
sistema

Volátil Não Volátil

Temporária Permanente

3.1 Uma classificação de Software

Para uma melhor sistematização do software e as respectivas funções vamos


organizá-lo nas seguintes categorias:

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Software de Sistema

Sistema Operativo

Software de Linguagem: Compiladores e Interpretadores

Utilitários: Editores, ...

Ferramentas de Desenvolvimento

Ambientes de Programação
Sistemas de Gestão de Bases de Dados
Folhas de Cálculo
Processadores de Texto

Aplicações
Pacotes de Software
Aplicações Específicas

Software de Sistema é o conjunto de programas necessários para a utilização


do sistema de computação, isto é, os programas que controlam o sistema e
suportam o seu funcionamento.

3.2 Sistema Operativo

O Sistema Operativo é um conjunto integrado de programas responsável por:


- gestão dos recursos de hardware

- proporcionar ao utilizador uma máquina virtual mais fácil de usar, isolando-o


do hardware, disponibilizando-lhe funções de:
- entrada/saída (Input/Output I/O)
A nível de entrada/ saída as capacidades de hardware são muito
complexas e requerem, para a sua utilização programação muito
sofisticada. O S.O. disponibiliza rotinas de I/O.
- gestão de memória
O S.O. gere a memória oferecendo um único espaço de endereços.
Ele partilha a memória principal entre os utiliuzadores (se fôr caso

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disso). Pode usar memória secundária para dar ideia de maior


memória principal – Memória Virtual.
- sistema de ficheiros
O S.O. permite a memorização a longo prazo de programas e dados
e o posterir acesso através de um nome simbólico.
- protecção e manipulação de erros
O S.O. fornece uma uma máquina virtual ondecada utilizador está
protegido dos erros e malícias dos outros.
- interacção entre programas
O S:O. permite a interacção entre programas de tal modo que a
saída de um pode ser a entrada de outro.
- controlo de programas
O S:O. disponibiliza ao utilizador uma linguagem de comandos para
interactuar com ele.
As rotinas de um sistema operativo agrupam-se de acordo com as suas
funções, geralmente nos seguintes módulos:
- núcleo,
- gestor de memória,
- gestor de entrada/saída
- gestor de ficheiros
- gestor de processos

oo

Sistema Operativo

Hardware

O Sistema Operativo serve de interface entre o utilizador e o hardware

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3.3 Software de Linguagem

Integram-se neste grupo programas especiais que se encarregam da tradução


de programas escritos numa linguagem de programação para linguagem
máquina.

Um computador pode utilizar programas escritos em várias linguagens de


programação embora só “entenda” a sua linguagem máquina.

Programa Programa
Fonte TRADUTOR Executável
(Ling. Prog.) (Ling. Máquina)

Tradutores:

Assembler (o primeiro tradutor)

Linguagem de baixo nível (Assembly)

(1 instrução da linguagem -> 1 instrução máquina)

Compiladores e Interpretadores

Linguagens de alto nível

(1 instrução da linguagem -> várias instruções máquina)

A principal diferença entre um compilador e um interpretador é a seguinte:

- o compilador traduz o programa fonte no programa em linguagem máquina


que depois é executado como um todo.

- O interpretador traduz e executa instrução a instrução até concluir o


programa.

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3.4 Ferramentas de Desenvolvimento

Inclui-se neste grupo o software, que proporciona ao utilizador facilidades para


desenvolver programas de aplicação.
Com as ferramentas disponíveis, como sejam os ambientes de programação
para várias linguagens, os sistemas de gestão de bases de dados, as
plataformas de interfaces de janelas, as folhas de cálculo, etc, reduzem o
tempo de desenvolvimento de aplicações.

3.5 Desenvolvimento de Software

Até à década de 70 pensava-se que o desenvolvimento do hardware seria


responsável pela expansão dos computadores e a programação era vista como
uma arte.

Na década de 70 há um reconhecimento de um conjunto de situações que são


identificadas como “Crise de Softwarte”. Entre elas estão:

- o crescimento dos custos de software,

- a fiabilidade do software

Hardware

Software

1955 2006

Era preciso transformar a tarefa de construir software numa actividade com


rigor comparável ao utilizado nas diversas áreas de engenharia. Surge assim
uma nova disciplina a “Engenharia de Software”.

A engenharia de software tem como objectivo a produção de software de modo


eficiente em termos de custo e fiabilidade. É a aplicação prática do
conhecimento científico na especificação, análise, projecto, desenvolvimento e
manutenção de software.

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As principais fases do ciclo de vida de uma aplicação informática são:

Programação
Especificação Análise Projecto/ Implementação Manutenção
Desenho e Teste

As metodologias de análise e projecto, bem como as linguagens de


programação têm evoluído de acordo com a complexidade das aplicações e da
necessidade de rentabilização da produção de software.

Vamo-nos referir essencialmente à fase de desenvolvimento de uma aplicação


e analisarmos a evolução das linguagens de programação e dos paradigmas
de programação que suportam:

- Até há década de 70 as linguagens utilizadas como por exemplo: o Fortran,


o Cobol, o Basic; eram linguagens não estruturadas. Programar era uma
“arte”, não existindo definidos paradigmas de programação.

- Na década de 70 o paradigma de programação era o procedimental. A


tarefa a ser executada era decomposta no conjunto de acções elementares
que conduziriam à realização da tarefa objectivo.
Foi também nesta década que, motivado pela crise de software existente,
Dijkstra desenvolve uma metodologia que visa o desenvolvimento de
programas fiáveis e de fácil manutenção. Esta metodologia foi designada
por programação estruturada e define um conjunto de regras para
elaboração de programas. A linguagem Pascal é então desenvolvida para
dar suporte a esta nova metodologia.
As linguagens Pascal, C são linguagens procedimentais que permitem a
programação estruturada.

- Na década de 80 surge o paradigma da programação modular. A linguagem


Modula II surge a dar suporte a esse paradigma.

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Conceitos Elementares

- Na década de 80 surge a linguagem ADA associada ao paradigma de


programação baseado no conceito de Tipos de Dados Abstractos

- Nos finais da década de 80 e início da década de 90 surge um novo


paradigma de programação, a programação orientada por objectos.
Linguagens que suportam este paradigma são o Smalltalk, C++, Java,
VBasic, ...
Geralmente as linguagens que suportam um determinado paradigma
suportam os anteriores.

- Existem outros paradigmas de programação não imprativa com por exemplo


a programação declarativa no qual se inclui o paradigma funcional e
paradigma lógico. São exemplo de linguagens funcionais o LISP ( desde
1956) , Haskell, ...
O Prolog, por exemplo, é uma linguagem de progamação em Lógica.

- A evolução continua, e novos paradigmas vão surgindo, como o paradigma


COM – desenvolvimento de aplicações baseado em componentes, ...

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