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Gravitação quântica

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Série de artigos sobre

Teoria das cordas

História

Objetos fundamentais[Expandir]

Teoria de perturbações[Expandir]

Não perturbativos[Expandir]

Fenomenologia[Expandir]

Equações e teorias[Expandir]
Conceitos[Esconder]

 Teoria de tudo
 Teoria do campo conformal
 Gravitação quântica
 Supersimetria
 Supergravitação
 Teoria Twistor (Cordas Twistor)
 Teoria supersimétrica N = 4 de Yang-Mills
 Teoria de Kaluza–Klein
 Multiverso
 Princípio holográfico
 Variedade de Calabi-Yau

Teóricos[Expandir]

 v
 d
 e

Gravitação quântica é o campo da física teórica que desenvolve modelos físico-matemáticos


específicos, no propósito de contribuir para a unificação da mecânica quântica (que já descreve
três das quatro conhecidas interações de campo) com a relatividade geral (que contempla e
descreve a quarta interação de campo, a interação gravitacional). A gravitação quântica, em si,
busca conciliar no domínio quântico (subatômico) a aplicação da interação gravitacional. O
desafio final é construir uma teoria do campo unificado (a teoria de tudo), que descreva todas as
interações nos domínios micro e macrocósmico.

Muito da dificuldade em se fundir estas teorias origina-se das hipóteses radicalmente diferentes
que estas teorias utilizam para explicar como nosso universo funciona. Enquanto a teoria
quântica de campos baseia-se em campo de partículas embutidas no espaço-tempo da
relatividade restrita, a relatividade geral modela a gravidade como uma curvatura do espaço-
tempo que afeta o movimento das massas.

O caminho mais óbvio para combinar estas duas (que é tratar a gravidade como simplesmente
outro campo de partícula) conduz rapidamente para aquilo que conhecemos como problema da
renormalização. Partículas de gravidade devem atrair-se mutuamente, somando juntas todas as
interações, resultando em muitos valores infinitos os quais não podem ser facilmente cancelados
sem ajuste sensível. Isto contrasta com a eletrodinâmica quântica onde algumas vezes se atinge
resultados infinitos, mas estes, por serem poucos, podem ser removidos via renormalização.
Ambas, mecânica quântica e relatividade geral, têm sido altamente bem sucedidas. A energia e
as condições nas quais a gravitação quântica se torna importante são inacessíveis aos
experimentos laboratoriais atuais. O resultado disto é que não há dados observacionais que
possam prover qualquer auxílio para combinar as duas.[1]

A abordagem geral tomada na geração de uma teoria quântica da gravidade é considerar que a
teoria em questão será simples e elegante e então procurar nas teorias atuais por simetrias e dicas
de como combiná-las em uma teoria mais abrangente. Um problema com esta abordagem é que
não sabemos se a resultante será uma teoria simples e elegante. No entanto, tal teoria se faz
necessária no sentido de compreender problemas onde estão envolvidas uma combinação de
grandes massas e energias com dimensões espaciais muito reduzidas, tais como o
comportamento de buracos negros, e a origem do universo.

Perspectiva histórica
Historicamente, tem havido duas reações à aparente inconsistência da teoria quântica com a
necessária independência-básica da teoria da relatividade geral. A primeira é que a interpretação
geométrica da relatividade geral não é fundamental, mas surge qualitativamente de alguma teoria
mais primordial. Isto é explicitado, por exemplo, no livro-texto clássico de Steven Weinberg
Gravitation and Cosmology.

Um ponto de vista oposto é que a independência-fundo é fundamental, e que a mecânica quântica


necessita ser generalizada por parâmetros onde não foi especificado, a priori, o tempo. O ponto
de vista geométrico está exposto no texto clássico Gravitation, de Misner, Wheeler e Thorne.
Progressos foram alcançados nas duas frentes, conduzindo, em 2004, à teoria das cordas por um
lado, e por outro lado à gravitação quântica em loop.

Pesquisa em gravidade quântica

Historicamente, a evolução da pesquisa em gravidade quântica pode ser aproximadamente


dividida em cinco períodos.

Pré-história: 1930-1959

Durante a década de 1950, as idéias básicas de todas as três linhas de pesquisa são claramente
definidas e os programas de pesquisa delineados.[2][3][4][5]

Idade Clássica: 1960-1969

Os anos 60 testemunham o forte desenvolvimento de dois dos três programas, o covariante e o


canônico.[6][7] No final da década, os dois programas alcançaram a construção básica de sua
teoria: as regras de Feynman para o campo gravitacional de um lado e a equação de Wheeler-
DeWitt do outro.[8][9] Para chegar a esses resultados, uma quantidade impressionante de trabalho
técnico e engenhosidade se mostrou necessária. Os anos sessenta encerram –como em muitos
outros aspectos– com a promessa de um novo mundo brilhante.[10][11]
Idade Média: 1970-1983

Os anos setenta logo desapontam as esperanças dos anos sessenta.[12]

Os dois livros, editados por renomados físicos teóricos, expressam visões completamente opostas
do significado da gravitação. Foram publicados quase simultaneamente no início de 1970. A
razão foi que um impasse tinha sido alcançado, uma situação que levou Richard Feynman (que
por si mesmo tinha feito importantes tentativas para compreender a gravitação quântica) a
escrever, em desespero, "Lembre-me de não voltar a mais nenhuma conferência de gravitação"
em uma carta para sua esposa no início de 1960. Torna-se cada vez mais claro que a equação
Wheeler-DeWitt está muito mal definida para cálculos teóricos genuinamente de campo.[13][14] E
as evidências da não renormalizabilidade da GR se acumulam. Ambas as linhas de anexação
encontraram seu obstáculo.

Em 1974, Hawking deriva a radiação do buraco negro.[15] Tentando lidar com a equação de
Wheeler-DeWitt, ele desenvolve uma versão da soma ao longo da história como uma soma das
geometrias “euclidianas” (Riemannianas).[16] Há empolgação com a ideia da função de onda do
universo e a abordagem abre caminho para o pensamento e a computação da mudança da
topologia.[17] Mas para quantidades teóricas de campo, a integral funcional euclidiana se mostrará
tão fraca como uma ferramenta de cálculo quanto a equação de Wheeler-DeWitt.[18]

No lado covariante, a principal reação à não renormalizabilidade de GR é modificar a teoria.[19]


Esperanças fortes, então desapontadas, motivam o estudo da supergravidade e ações derivadas
mais altas para GR A paisagem da gravidade quântica é sombria.[20]

Renascença: 1984-1994

A luz volta em meados dos anos oitenta. No campo covariante, as várias tentativas de modificar
o GR para se livrar dos infinitos se fundem na teoria das cordas. A teoria perturbativa das cordas
finalmente entrega a longa busca de uma teoria computável para amplitudes de espalhamento
gravitacional quântico.[21] É verdade que existem preços a pagar, como a dimensionalidade errada
do espaço-tempo e a introdução de partículas supersimétricas que, ano após ano, são declaradas
prestes a serem descobertas. Mas o resultado de uma expansão de perturbação finita, há muito
procurada, é bom demais para ser descartado apenas porque o mundo insiste em parecer
diferente de nossas teorias.[22] A luz também volta a brilhar no lado canônico. Vinte anos após a
equação de Wheeler-DeWitt, a gravidade quântica em loop finalmente fornece uma versão da
teoria suficientemente bem definida para realizar cálculos explícitos.[23] Aqui também, estávamos
longe de ser uma teoria realista completa, e as amplitudes de espalhamento, por enquanto, não
podem ser calculadas de forma alguma, mas a empolgação por ter uma teoria de campo quântico
rigorosamente definida, não perturbativa, covariante geral e de fundo independente é forte .[24]

História recente 1995-2000

Tanto a teoria das cordas quanto a gravidade quântica em loop cresceram fortemente por uma
década, até que, em meados dos anos 90, começaram a entregar resultados físicos. O brilho do
buraco negro de Hawking é derivado de ambas as abordagens, praticamente no mesmo mês.[25] E
a gravidade quântica em loop leva ao cálculo das primeiras previsões físicas quantitativas da
escala de Planck: os espectros dos valores próprios de área e volume.[26][27]

A tradição da soma das histórias, entretanto, não morreu.[28] Apesar das dificuldades da integral
euclidiana, ela permanece como uma ideia de referência e orienta o desenvolvimento de várias
linhas de pesquisa, desde as abordagens em rede discreta,[29] até a formulação da “soma de
estados” de teorias topológicas.[30] Eventualmente, o último motivou uma tradução da gravidade
quântica de loop em uma forma de soma de histórias de Feynman: a formulação de espuma de
spin.[31][32]

A incompatibilidade entre mecânica quântica e relatividade


geral
Harmonizar a teoria da relatividade geral, que descreve a gravitação e suas aplicações em
estruturas de larga-escala (estrelas, planetas e galáxias) com a mecânica quântica, que descreve
as outras três forças fundamentais atuando em escala microscópica é, atualmente, um dos
maiores problemas da física teórica.

Uma lição fundamental da relatividade geral é que não existe um referencial preferencial para o
espaço-tempo, como exposto na mecânica Newtoniana e na relatividade restrita, ou seja, a
geometria do espaço-tempo é dinâmica. Apesar da fácil aceitação em princípio, esta ideia é de
difícil compreensão no que tange à relatividade geral, e suas conseqüências são profundas, mas
não totalmente exploradas, mesmo ao nível clássico.

Em um certo sentido, a relatividade geral pode ser vista como uma teoria relacional, na qual a
única informação física relevante é a relação entre diferentes eventos no espaço-tempo.

Por outro lado, a mecânica quântica possui uma dependência desde sua concepção de estrutura
(não-dinâmica) de fundo. No caso da mecânica quântica, o tempo é dinâmico e não determinado,
como na mecânica clássica newtoniana. Na teoria quântica de campo relativística, tal como em
uma teoria clássica de campo, o espaço-tempo Minkowski é fixado no arcabouço da teoria.

A teoria das cordas, foi concebida como uma generalização da teoria quântica de campo onde, ao
invés de partículas pontuais, objetos parecidos com cordas propagam-se num arcabouço de
espaço-tempo fixo. Embora a teoria das cordas tenha origem no estudo do confinamento de
quark e não da gravitação quântica, foi logo descoberto que o seu espectro contém o graviton, e
que a "condensação" de certos modos vibracionais da corda é equivalente à modificação do
arcabouço original.

A Teoria quântica de campo (não-Minkowskian) curvado, embora não seja uma teoria
quântica da gravidade, tem mostrado que algumas hipóteses da teoria quântica não podem ser
consideradas sob espaço-tempo curvo. Em particular, mesmo a noção quântica de vácuo
depende do caminho que o observador segue através do espaço-tempo (veja efeito Unruh).
Também, o conceito de campo parece ser mais fundamental que o conceito de partícula (o qual
surge como um meio conveniente para descrever interações localizadas). Este caminho, contudo,
não é livre de controvérsia, sendo contrário à forma como a teoria quântica de campo foi
desenvolvida por Steven Weinberg no livro Quantum Field Theory.

A gravitação quântica de loop é fruto de um esforço para formular uma teoria quântica
independente do arcabouço. A teoria quântica de campo topológica fornece um exemplo de
teoria quântica independente do arcabouço, mas com nenhum grau de liberdade local, e somente
com finitos graus de liberdade globais. Isto é inadequado para descrever a gravidade em 3+1
dimensões, na qual mesmo no vácuo têm-se graus de liberdade locais de acordo com a
relatividade geral. Em 2+1 dimensões, contudo, a gravidade é uma teoria de campo topológica
que teve sua quantização bem sucedida de várias maneiras, incluindo redes de spin.

Há três outros pontos de tensão entre a mecânica quântica e a relatividade geral.

Primeiro, a relatividade geral prediz uma quebra de paradigma nas singularidades, e a mecânica
quântica se tornaria inconsistente nas vizinhanças das singularidades.

Segundo, não está claro como determinar o campo gravitacional de uma partícula se, em relação
ao princípio da incerteza de Heisenberg da mecânica quântica, a localização e velocidade não
podem ser conhecidas com precisão absoluta.

Terceiro, há uma tensão, mas não uma contradição lógica, entre a violação da desigualdade de
Bell na mecânica quântica, a qual indica uma influência superluminal, e a velocidade da luz
como uma velocidade limite na relatividade. A resolução destes dois primeiros pontos deve vir
de uma melhor compreensão da relatividade geral [3].

Teorias
Há inúmeras propostas de teoria de gravitação quântica:

 Teoria das cordas


 Supergravitação
 AdS/CFT
 Equação Wheeler-deWitt
 Gravidade quântica em loop de Ashtekar, Smolin e Rovelli
 Gravitação quântica Euclidiana
 Geometria não comutativa de Alain Connes
 A teoria do "R = T" ( dilaton )[33][34] por Robert Mann e Tony Scott
 Teoria Twistor de Roger Penrose
 Gravitação quântica discreta de Lorentzian
 Gravitação induzida Sakharov
 Calculo Regge
 Métrica acústica e outros modelos análogos de gravitação
 Processos Físicos
 Teoria do campo unificado

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