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FACULDADE DE DIREITO
RESENHA CRÍTICA
DIREITO AMBIENTAL
DOCENTE
Heron Gordilho
Salvador - Bahia
2022
LUIZA PINTO ARAÚJO DE QUEIROZ
RESENHA CRÍTICA
Salvador - Bahia
2022
Ao longo do texto, as autoras estabelecem argumentos em torno da construção da
ética fundamentadora para a construção da sociedade de consumo, além de abordar a relação
do meio ambiente com esse aspecto do consumo irracional que hoje permeia a sociedade. É
trazido o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 12 - que se relaciona a produção e
consumo responsável como embasador do caminho para a sustentabilidade que é desenhado
atualmente. As autoras pretendem ao longo do texto esclarecer e identificar quais são os fatos
impeditivos à formação de um nível de consciência educativo e quais as contribuições podem
ser proporcionadas pelo direito regulatório comportamental para o desenvolvimento de uma
sociedade que se comporta sustentavelmente.
Entretanto, uma crítica a ser feita é em torno das ações e iniciativas trazidas de forma
mais específicas ao longo do texto. São em sua maioria trazidas iniciativas pautadas na
mudança apenas do comportamento do consumidor final - sua reeducação e conscientização.
Obviamente tais iniciativas são basilares e fundamentais quando se objetiva uma sociedade
mais sustentável e com menos consumo excessivo. Quando se menciona mais
especificamente a implementação e mensuração, principalmente dos indicadores da ODS 12,
há um desafio nesse monitoramento. Somado isso ao consumo consciente que deve - segundo
a ODS - não ser imposta por coação, e sim pela voluntariedade de adesão, não observamos no
dia a dia políticas públicas que intervenham de forma realmente efetiva nesse sentido.No
Brasil, por exemplo, a prática dos nudges é considerada como um empurrão para possibilitar
a tomada de decisão advinda de uma pequena alteração na forma da resolução do problemas”
- o que não pode ser confundido com políticas públicas regulatórias. No ritmo que o consumo
tem destruído o meio ambiente, não parece ser suficiente apenas a adoção dos nudges ou
simplesmente utilizar-se da pressão social para o atingimento de uma sociedade sustentável -
muito menos já em 2030.
Como considerações finais, é entendido que o consumo consciente não pode ser
internalizado apenas com um mero ato de negociação - como por exemplo da venda do
canudo biodegradável ao invés do de plástico. Mas sim que ocorreria naturalmente a seleção
daquilo que menos agride o meio ambiente a partir de hábitos e comportamentos sustentáveis.
Ou seja, dependendo da formação de uma consciência coletiva sobre o consumo. Entretanto,
essa parece ser uma perspectiva otimista demais em relação ao assunto. Afinal, apenas essas
ações, e no ritmo que estão acontecendo, não parecem estar levando a sociedade que é
necessária para que o meio ambiente pare de sofrer e sobreviva com a produção e consumo
exacerbados que hoje fazem parte da realidade mundial.