Você está na página 1de 17

ARTIGO ORIGINAL

___________________________________

Teoria da Agência e Governança Corporativa: Reflexão acerca da Subordinação da


Contabilidade à Administração
Theory of Agency and Corporate Governance: Reflection on the Subordination
Accounting to Management
Débora Gomes Machado1

Francisco Carlos Fernandes2

Márcia Bianchi3
RESUMO
Este estudo teve o objetivo de discutir uma possível subordinação do contador ao agente, ou
seja, à diretoria executiva, partindo do pressuposto de que a função da contabilidade, no
contexto da Teoria da Agência, exige do contador uma postura de isenção, nunca tomando
partido nem do principal, nem do agente. Esse entendimento torna-se míster para a reflexão
sobre a posição da contabilidade na estrutura organizacional e a revisão do seu papel perante
os stakeholders. O estudo é movido por uma discussão teórica com apoio bibliográfico e se
desenvolveu por meio de uma pesquisa descritiva, documental e qualitativa. Para verificar a
existência de subordinação ou não, foi realizada uma survey com as 20 primeiras empresas
não-financeiras, em ordem de maior participação, listadas no Índice de Governança
Corporativa (IGC) da BM&FBovespa. Os resultados da pesquisa empírica apontam que há
uma inequívoca subordinação organizacional da contabilidade à direção executiva das
entidades analisadas. A reflexão que este estudo promove remete à efetiva necessidade desta
subordinação, pois o arcabouço da regulamentação da profissão dá liberdade ao contador e
inclusive lhe atribui responsabilidade civil em decorrência dessa liberdade. A discussão
proposta não se encerra neste estudo, que não tem a pretensão de esgotar o tema e, para
trabalhos futuros, sugere-se pesquisas empíricas que fomentem a discussão sobre a atual
posição da contabilidade na empresa: se é a única forma, se é a mais adequada e mais correta
frente à todas as atribuições da contabilidade.
Palavras-chave: Teoria da Agência. Governança Corporativa. Contabilidade. Subordinação
organizacional.
ABSTRACT
This study aimed to discuss a possible subordination counter to the agent, so the Executive
Board, on the assumption that the function of accounting in the context of the Agency Theory,
requires counter an exemption posture, never taking sides or principal or agent. This
understanding becomes essential to elaborate on the accounting position in the organizational
structure and the review of its role in the stakeholders. The study moved by a theoretical
discussion with bibliographic support and developed by a descriptive and qualitative research
document.
_________________________________
1- Doutora em Ciências Contábeis e Administração pela Universidade Regional de Blumenau – FURB;
Professora do PPGA da Universidade Federal do Rio Grande - FURG
2- Doutor em Controladoria e Contabilidade pela Universidade de São Paulo – FEA/USP, Professor da
Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP
3-Doutora em Economia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS; Professora do PPGCC da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS

RAGC, v.4, n.10, p.39-55/2016


Teoria da Agência e Governança Corporativa

To check for subordination or not, one survey was conducted with the top 20 non-financial
companies, in order of increased participation, listed in the Corporate Governance Stock
Index (CGSI) of BM&FBovespa. The results of empirical research show that there is a clear
organizational subordination of accounting to the executive board of the analyzed entities.
The reflection that promotes this study points to the need for this effective subordination
because the profession regulation framework gives freedom to the counter and even attributes
to civil liability because of this freedom. The proposed discussion does not end in this study,
which does not pretend to exhaust the subject, and for future work, it is suggested empirical
research to foster the discussion on the current position of accounting in the company: it is the
only way, if the most appropriate and correct front of all assignments of accounting.
Keywords: Agency Theory. Corporate governance. Accounting. Organizational
subordination.
1 INTRODUÇÃO
O desenvolvimento das empresas, por meio da ampliação dos negócios e abertura de
novas unidades organizacionais, trouxe a necessidade de profissionalização da gestão,
havendo a separação entre propriedade e controle, assim explicada por Jensen e Meckling
(1976): de um lado se posicionam os proprietários ou acionistas, chamados de principais, que
possuem a propriedade da empresa e de outro lado, os gestores contratados, chamados de
agentes, que possuem a gestão da empresa sob sua responsabilidade.
Desta relação entre principal e agente surgem os conflitos de agência, em razão dos
interesses diferenciados, sendo que as decisões tomadas podem favorecer uma gestão
oportunística, que, de acordo com Martinez (1998), é um dos problemas de agência, no qual o
agente visa aumentar sua satisfação pessoal, muitas vezes em detrimento dos interesses do
principal. Como mecanismos de base para a redução desses conflitos têm-se a governança
corporativa e a contabilidade. O estudo de Martins et al. (2005) destaca que a governança
corporativa pode ser utilizada como uma alternativa para superar o conflito de agência e a
literatura tem destacado a contabilidade e/ou controladoria como instrumento de redução
desses conflitos, como é o caso de Hendriksen e Van Breda (1999), Lopes (2004),
Nascimento e Bianchi (2005), Arruda, Madruga e Freitas Jr. (2008) e Frezatti et al. (2009).
Eisenhardt (1989) esclarece que os problemas contratuais entre principal e agente
podem ser causados, dentre outros fatores, pela assimetria informacional existente entre eles.
A governança corporativa, com seu conjunto de melhores práticas, contribui para redução
dessa assimetria, na medida em que tem por finalidade aumentar a transparência e a
confiabilidade das ações organizacionais, protegendo investidores, empregados e credores.
Nesse contexto, a contabilidade é utilizada para diversas finalidades e pode atuar tanto como
instrumento de avaliação dos agentes, como também na redução da assimetria, por meio de
seus relatórios, com informações societárias e gerenciais. Martinez (1998) salienta que a
contabilidade produz informações em que o principal e o agente baseiam suas relações.
Sendo assim, a contabilidade possui um papel fundamental frente aos diversos
compromissos com a organização e seu ambiente, também como resguardo aos interesses do
principal e à continuidade da empresa. Assume-se como premissa que o contador, no
exercício de suas funções, atua com isenção, evitando conceder privilégios ao principal ou ao
agente. Entretanto, no cotidiano das atividades contábeis dentro das entidades, pode existir
uma relação de subordinação organizacional da contabilidade à diretoria executiva das
empresas. Surge, então, a seguinte questão de pesquisa: existe, na prática empresarial
brasileira, uma relação de subordinação entre a contabilidade e a administração?

40
RAGC, v.4, n.10, p.39-55/2016
MACHADO, D. G.; FERNANDES, F. C.; BIANCHI, M.

Assim, buscou-se identificar traços e características de subordinação da contabilidade


à diretoria executiva, promovendo uma reflexão sobre a posição da contabilidade no
organograma organizacional e a revisão do seu papel ante os stakeholders.
O estudo justifica sua realização por meio do fomento desta relevante temática e da
necessidade de criação e consolidação de teorias substanciais no âmbito da ciência contábil,
que são atendidas por pesquisas de caráter científico. Este entendimento é fortalecido pelo
estudo de Martinez (1998) que salienta a importância da teoria do agenciamento para o
aprimoramento da ciência contábil e da relevância da contabilidade no contexto das grandes
corporações.
2. REVISÃO DE LITERATURA
A revisão de literatura de suporte ao estudo contempla uma síntese sobre a teoria da
agência, a governança corporativa e a estrutura organizacional. Dentre os aspectos tratados
buscou-se esclarecer os papéis de alguns atores contidos na estrutura organizacional, mais
especificamente, dos administrativos e contábeis, incluindo a auditoria interna como
ramificação desta última.
2.1 TEORIA DA AGÊNCIA (AGENCY THEORY)
Segundo Eisenhardt (1989), a relação entre agente e principal deve refletir uma
organização eficiente, isto é, em equilíbrio quanto a informações e riscos. Esse equilíbrio
também decorre do compromisso entre ambos. Hendriksen e Van Breda (1999) explicam que
os contratos entre administradores e proprietários se relacionam muito de perto com a teoria
da agência. De acordo com Frezatti et al. (2009) a teoria da agência abrange questões como:
a) custos de agência: gastos que o principal tem para monitorar as atividades do agente; b)
conflitos de agenciamento, c) assimetria informacional e d) risco moral.
Bianchi (2005) expõe que o custo de agência está associado à ineficiência nas relações
entre o principal e o agente e representa um custo de transação de acentuada importância na
análise de estruturas organizacionais. Jensen e Meckling (1976) salientam que os custos de
agência referem-se ao fato do principal esperar do agente um comportamento que esteja de
acordo com os seus objetivos. Andrade e Rossetti (2004) acrescentam que os conflitos de
agência dificilmente serão evitados, por duas razões. A primeira porque não existe contrato
completo e a segunda relativa à inexistência do agente perfeito. Os contratos incompletos e os
comportamentos imperfeitos abrem espaço para o desalinhamento entre os interesses dos
gestores e dos acionistas, gerando os custos de agência.
A teoria da agência está preocupada, conforme Eisenhardt (1989), com a resolução de
dois problemas que podem ocorrer nas relações entre principal e agente. O primeiro é o
problema de agência que surge quando a) os desejos e objetivos do principal são conflitantes
com os do agente e b) é difícil ou oneroso para o principal verificar se o agente se comportou
de forma adequada. O segundo é o problema da partilha de risco, que surge quando o
principal e o agente preferem ações distintas por causa de suas diferentes preferências ou
propensões ao nível de risco.
Lopes (2004) cita o trabalho de Berle e Means (1932) como base fundamental para o
entendimento do conflito de agência entre o principal e o agente. Em síntese cabe o juízo de
Jensen e Meckling (1976) de que os problemas de agência são oriundos dos conflitos de
interesses, que são existentes em todas as atividades de cooperação entre indivíduos. Este
assunto constitui-se em uma das questões cruciais da governança corporativa.
A informação incompleta que o principal possui gera a assimetria informacional, pois
o agente está atuando nas atividades organizacionais e com isso possui mais informação que o
principal. Hendriksen e Van Breda (1999) explicam que aos proprietários é dificultada a visão
e o conhecimento de todas as ações dos administradores. Sendo que essas ações podem ser
RAGC, v.4, n.10, p.39-55/2016
Teoria da Agência e Governança Corporativa

divergentes daquelas preferidas pelos proprietários. A assimetria informacional pode se


desenvolver em dois momentos do contrato entre principal e agente, conforme Bianchi
(2005), o ex-ante que representa o momento antes e o ex-post que representa o depois da
formalização do contrato. Também abrange aspectos como seleção adversa, risco moral,
custos de transação e custos de agência. O risco moral (moral hazard) surge, conforme
Martinez (1998), quando o principal não é capaz de controlar todas as ações do agente, já a
Seleção Adversa (Adverse Selection), surge quando a informação não é igualmente distribuída
entre o principal e o agente.
Martinez (1998) acrescenta que podem surgir quatro aspectos críticos, entendidos
como custos de transação dos contratos de agência. O primeiro se refere aos problemas na
criação das relações entre principal e agente, o segundo relativo aos problemas de controle e
acompanhamento desse contrato, o terceiro refere-se aos problemas de mensuração de
desempenho do agente e, por fim, os problemas de conclusão da relação entre agente e
principal. Alchian e Demsetz (1972) já alertavam também para a dificuldade de substituição
do agente quando ele se comporta de forma não aceitável para a maioria dos acionistas.
Uma das áreas de estudo que mais tem sido impulsionada pela teoria da agência é a
governança corporativa.
2.2 GOVERNANÇA CORPORATIVA
A governança corporativa, de acordo com Shleifer e Vishny (1997) pode ser
considerada como um conjunto de mecanismos, pelos quais os investidores asseguram o
retorno dos seus investimentos. Conforme Bianchi (2005), esse conjunto serve para monitorar
a gestão e o desempenho das organizações, por meio de um esforço contínuo em alinhar os
objetivos da alta administração aos interesses dos acionistas ou proprietários. Andrade e
Rosseti (2004) adicionam que, partindo de um modelo de gestão que define sua abrangência,
a governança corporativa é um conjunto de valores, princípios, propósitos, papéis, regras e
processos que rege o sistema de poder e os mecanismos de gestão das empresas.
Segundo Silva e Zotes (2004, p. 22) a governança corporativa “vem estabelecer uma
remuneração justa ao capital empregado; através de contratos entre os acionistas,
administradores, conselhos, credores, mercado de capitais”. Para Borges e Serrão (2005), a
governança corporativa pode ser definida de várias maneiras, vai depender do problema de
agência que se enfrenta.
Bianchi (2005) explica que a criação do código de melhores práticas de governança
corporativa foi uma das formas encontradas para solucionar problemas como: a
institucionalização da governança corporativa nas organizações, monitorando, a partir da
implantação do código, a inclusão permanente dessas práticas na cultura das empresas.
Vantagens para a empresa, na utilização de boas práticas de governança corporativa podem
ser consultadas em Marinelli (2005) e Bianchi (2005).
Conforme Silva (2006, p. 78) o objetivo principal do Código de Melhores Práticas de
Governança Corporativa é “dizer os caminhos para todos os tipos de empresas, sejam
sociedades por ações de capital aberto e fechado, limitadas ou civis, visando melhorar seu
desempenho e facilitar o acesso ao capital”. As linhas mestras do código ou, também, os
pilares da governança corporativa, segundo o IBGC (2009), são: a transparência, a equidade, a
responsabilidade corporativa e a accountability. A transparência (disclousure) se relaciona
com o desejo de disponibilizar, espontaneamente, informações para as partes interessadas. A
adequada transparência gera um clima de confiança, assim as ações gerenciais ficam
descortinadas à visão dos proprietários e demais partes interessadas. Já a equidade (fairness)
se caracteriza pelo tratamento justo de todos os sócios e demais partes interessadas. Quanto à
prestação de contas, accountability, o IBGC (2009, p. 19) salienta que “os agentes de
42
RAGC, v.4, n.10, p.39-55/2016
MACHADO, D. G.; FERNANDES, F. C.; BIANCHI, M.

governança devem prestar contas de sua atuação, assumindo integralmente as consequências


de seus atos e omissões”.
A responsabilidade corporativa (compliance), conforme o IBGC (2009, p.19), tem
como pressuposto que “os agentes de governança devem zelar pela sustentabilidade das
organizações, visando à sua longevidade, incorporando considerações de ordem social e
ambiental na definição dos negócios e operações”. A governança corporativa contribui para
que a gestão da empresa alcance os níveis internacionais em transparência, accountability,
equidade e responsabilidade corporativa. Desta forma, quanto mais a empresa aplica esses
pilares nos seus processos maior é seu desenvolvimento quanto às boas práticas de
governança corporativa, possibilitando chegar a um maior grau de conformidade. (MOTTA,
SILVEIRA e BORGES, 2006).
Em síntese tem-se que a governança corporativa é uma forma de gestão que envolve
toda a empresa, principalmente seus dirigentes e conselhos, com a finalidade de garantir os
direitos dos acionistas, a continuidade da sociedade, melhorando o seu desempenho e valor de
mercado, para isso utiliza-se de normas que prezam, principalmente, pela transparência e pela
ética.
2.3 MECANISMOS DE GOVERNANÇA CORPORATIVA
Os mecanismos de governança corporativa, internos e externos, são entendidos como
os instrumentos disponíveis para sua atuação. Um dos mecanismos internos mais relevantes
na atuação da governança corporativa é o conselho de administração e, de acordo com o
IBGC (2009), é o órgão colegiado encarregado do processo de decisão de uma organização
em relação ao seu direcionamento estratégico, é considerado o principal componente do
sistema de governança. O conselho fiscal é outro mecanismo de governança corporativa e
conforme Frezatti et al. (2009) esse órgão busca, através dos princípios da transparência,
equidade e prestação de contas, contribuir para o melhor desempenho da organização.
A remuneração dos gestores, como parte dos incentivos gerenciais, é outro mecanismo
de governança. O IBGC (2009) defende que essa remuneração variável deve estar vinculada
aos resultados da organização, com metas de curto e longo prazo estabelecidas. O objetivo é
que a remuneração seja um instrumento de alinhamento dos interesses dos gestores com os da
organização. A pesquisa de Rodrigues (2009) investigou essas formas de remuneração e
concluiu que existe preocupação por parte das empresas analisadas em utilizar mecanismos de
incentivo que visam alinhar os interesses dos agentes aos interesses do principal.
A concentração de capital pode ser entendida como outro mecanismo de governança
corporativa. Machado Filho (2006) apud Frezatti et al. (2009) explica que a estrutura de
capital ou o grau de concentração acionária em mercados pouco pulverizados refletem um
incentivo menor para o monitoramento das atividades dos executivos por parte dos acionistas.
Por fim, o sistema de controle interno como mecanismo interno de governança corporativa,
que segundo Frezatti et al. (2009, p. 214) compreende instrumentos “que visam preservar a
integridade da organização, de seus ativos e das pessoas que nela interagem, reduzindo assim,
os seus riscos. Em geral, as empresas elaboram um manual de normas que visa tornar a sua
aplicação mais operacional e pragmática”. A elaboração de um código de ética também deve
ser incluída nesses controles internos como sistema formal de controle interno visando uma
boa governança e assegurando regras claras a todos os participantes da organização.
Um dos principais mecanismos externos é o mercado de capitais, conforme Frezatti et
al. (2009) o mesmo é considerado essencial para uma boa governança. No Brasil a Bolsa de
Mercadorias e Futuros (BM&F) e a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) criaram níveis
diferenciados para as empresas comprometidas com as melhores práticas de governança
corporativa, são eles: o nível 1, o nível 2 e o novo mercado. Rabelo (1998) expõe que um
mecanismo clássico é o de proteção legal e que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM)
RAGC, v.4, n.10, p.39-55/2016
Teoria da Agência e Governança Corporativa

desempenha um papel fundamental na garantia de aperfeiçoamento desses mecanismos.


Trata-se do aparato jurídico que garante a proteção aos acionistas e credores da organização.
Quanto ao sistema legal e regulatório, o Brasil, conforme Frezatti et al. (2009), tem
buscado avançar na melhoria do ambiente institucional, por meio da atualização da lei
6.404/76, da criação de agências setoriais reguladores e também iniciativas de estímulo as
boas práticas de governança pela BM&F e pela Bovespa. Entretanto, ainda existem entraves
tais como: deficiência do sistema legal e tributário, ineficiência governamental, problemas de
infraestrutura, enfraquecimento das agências reguladoras e corrupção.
2.4 PAPÉIS ADMINISTRATIVOS E CONTÁBEIS NA ORGANIZAÇÃO
Relacionando os temas abordados sobre a teoria da agência e a governança corporativa
optou-se por apresentar, de forma sintética, as características, papéis e expectativas dos
proprietários, agentes e da contabilidade, como forma de averiguar teoricamente traços de
subordinação da contabilidade à administração.
Cada sócio é um proprietário da organização, na devida proporção de sua participação
no capital social. O direito a voto deve ser assegurado a todos os sócios, valendo para todo
tipo de organização. A reunião dos sócios é chamada de Assembleia Geral e é o órgão
soberano da organização (IBGC 2009).
Entende-se que os proprietários possuem interesses e aspirações diferenciadas dos
agentes, ou seja, cada grupo demanda contratos com características distintas. No quadro 1, a
seguir, é apresentada a síntese sobre as características, papéis e expectativas do principal e do
agente.
Proprietários
Sócio/dono
Fornecem os recursos
Características Direito a voto
Componente da Assembleia Geral
Comprometidos com a empresa antecipadamente
Podem escolher os agentes
Podem escolher os auditores
Papéis
Podem dissolver a organização
Seus direitos são transferíveis
Remuneração do capital investido
Crescimento da organização
Expectativas Continuidade dos negócios
Perspectivas de Longo Prazo
Interesse residual na empresa
Quadro 1 - Características, papéis e expectativas dos proprietários e dos agentes
Fonte: Elaborado a partir da revisão de literatura, principalmente de Lopes (2004).

Ao agente, administrador ou executivo principal (Chief Executive Officer – CEO),


cabe a função de diretor-presidente. Segundo o IBGC (2009), ele é o responsável pela gestão
da organização e coordenação da diretoria, atua como elo entre a diretoria e o conselho de
administração, devendo prestar contas a este último. Cada um dos diretores é pessoalmente
responsável por suas atribuições na gestão, devendo prestar contas ao diretor-presidente e,
sempre que solicitado, ao Conselho de Administração, aos sócios e demais envolvidos. O
CEO, em conjunto com os outros diretores e demais áreas da companhia, é responsável pela
elaboração e implementação de todos os processos operacionais e financeiros. O gestor deve
garantir que sejam prestadas aos stakeholders as informações de seu interesse, necessitando
44
RAGC, v.4, n.10, p.39-55/2016
MACHADO, D. G.; FERNANDES, F. C.; BIANCHI, M.

assegurar que essa comunicação seja feita com clareza e prevalecendo a substância sobre a
forma, essa linguagem deve ser acessível ao público-alvo em questão.
Conforme Pereira (2001, p. 216) “a responsabilidade do gestor por prestar contas de
seus atos tem sido conceituada como accountabillity”. Frezatti et al. (2009, p. 36) explica que
“significa a obrigação de se prestarem contas das atividades realizadas e dos resultados
alcançados, tudo em função das responsabilidades decorrentes de uma delegação de poder”.
Entende-se que essa obrigação se refere à alta administração em se reportar aos acionistas, de
acordo com a estrutura hierárquica da empresa. Entretanto, a accountabillity pode se dar entre
os responsáveis de cada nível hierárquico em relação ao seu superior imediato. Pereira (2001)
acrescenta que é altamente relevante a vinculação dos desempenhos às linhas de autoridade e
responsabilidade.
Conforme Hendriksen e Van Breda (1999) os proprietários são os avaliadores da
informação e os agentes são os tomadores de decisões. Entende-se que os avaliadores
escolhem o sistema de informação que atende às suas necessidades informacionais. A
Contabilidade realiza um papel importante no processo de feedback e predição. Hendriksen e
Van Breda (1999) asseveram que as informações geradas após a ocorrência de um evento, ou
seja, no processo pós-decisório, são associadas à função de custódia da Contabilidade, que
reforça a relevância da mesma ao realizar, com base em dados passados, tanto o feedback das
decisões tomadas, quanto informações que contribuem nas predições de eventos futuros. A
interação entre administradores e proprietários relativa ao risco gera, segundo Hendriksen e
Van Breda (1999, p. 139), “as questões mais interessantes em teoria de agency para os
contadores”, pois a informação é fundamental para a redução de incertezas e desta forma, os
contadores possuem um papel importante na divisão de risco entre administradores e
proprietários.
Conforme Lopes (2004, p.173) “todo o sistema de contabilidade financeira ou
societária pode ser analisado à luz da redução de assimetria informacional entre investidores e
agentes envoltos no conflito de agência”. O autor adiciona que as técnicas utilizadas pela
contabilidade, principalmente as gerenciais, tais como: orçamentos, sistemas e métodos de
custeio, não são meras técnicas de verificação objetiva de performance, mas sim instrumentos
de poder e de controle organizacional. Nesse contexto entende-se que a Contabilidade atende
não só à teoria da firma, mas também à teoria da agência, pois cabe à contabilidade
importante papel quanto à mensuração, informação e feedback que envolve os participantes
nos contratos. Lopes (2004) explica que não existe uma única contabilidade capaz de atender
a todos os usuários e participantes nos contratos, pois os interesses são muito distintos e é
preciso que haja uma adaptação a cada categoria de usuários para que a contabilidade possa
fornecer informações efetivamente úteis. No quadro 2, a seguir, é apresentada uma síntese do
exposto.
Contabilidade
Mecanismo de Governança Corporativa
Redução de assimetria informacional
Características Redução de incertezas (risco)
Proteção ao principal
Possui diversos instrumentos de controle organizacional
Subsidia o processo de feedback e predição de eventos futuros
Subsidia a análise de performance dos agentes
Papéis Subsidia o monitoramento dos agentes
Mensura o desempenho organizacional
Mensura a distribuição dos resultados organizacionais
Expectativas Sofrer avaliação pelo principal
RAGC, v.4, n.10, p.39-55/2016
Teoria da Agência e Governança Corporativa

Atender as necessidades informacionais dos diversos usuários


Utilização pelos agentes para a tomada de decisão
Continuidade da organização
Quadro 2 - Características, papéis e expectativas da contabilidade
Fonte: Elaborado a partir da revisão de literatura, principalmente de Lopes (2004).

O estudo da governança corporativa, segundo Lopes (2004), parte dos problemas de


agência supracitados. Entretanto, os conflitos não se limitam ao fornecedor de capital e os
administradores, mas também aos fornecedores de capital de curto e longo prazo, aos
empregados de níveis hierárquicos distintos, entre outros. O autor explica que o papel da
contabilidade no processo de governança corporativa é fundamental, pois as informações
contábeis atuam como mecanismos de controle e de governança reduzindo o impacto dos
conflitos e contribuindo para evitar que os acionistas sejam expropriados de seus recursos
pelos administradores. Um adequado sistema de governança alia os incentivos dos
administradores com os interesses dos proprietários. O quadro 3, a seguir, sintetiza o exposto.
Relação da Contabilidade com a Governança Corporativa
O estudo da GC surge dos problemas de agência
Os conflitos não se limitam aos acionistas e os gestores
A contabilidade serve para controle e como mecanismo de GC
A contabilidade reduz a possibilidade de expropriação do principal
A contabilidade serve para a gestão e para accountability
A contabilidade exerce papel fundamental para a boa GC
A contabilidade monitora a postura dos gestores
Quadro 3 - Relações da Informação Contábil
Fonte: Elaborado a partir da revisão de literatura, principalmente de Lopes (2004).

Conforme Frezatti et al. (2009, p. 36)


[...] a accountability está no cerne do processo de controle gerencial e de
avaliação de desempenho, constituindo-se, portanto em importante
instrumento de governança corporativa.
A controladoria reúne condições para que seja viabilizado, por meio da
contabilidade, todo o processo de prestação de contas, dos níveis
hierárquicos inferiores à alta administração, aos acionistas e à comunidade,
numa verdadeira cadeia de accountability.
Scapens (1985) apud Frezatti et al. (2009) destaca que a importância da contabilidade
gerencial, como instrumento de accountability aumenta, na medida em que a distância
geográfica entre agente e principal aumenta. Sendo assim, a contabilidade atua minimizando o
problema da baixa confiança interpessoal.
Segundo Frezatti et al. (2009) a controladoria exerce um papel fundamental para a boa
governança corporativa. O estudo de Arruda, Madruga e Freitas Jr. (2008) buscou demonstrar
a interdependência entre a teoria da agência, a governança corporativa e a controladoria,
evidenciando que esses conceitos estão intimamente ligados e que, se utilizados em
consonância, ajudam a adequar os resultados obtidos com os desejados pelos proprietários.
No entanto, a busca pela influência da governança corporativa na informação contábil
não encontrou respaldo, o estudo realizado por Antunes e Mendonça (2008) investigou
empiricamente as diferenças na qualidade da informação contábil existentes entre as empresas
brasileiras com níveis de governança diferenciados. Entretanto, os resultados indicaram que
os níveis diferenciados de governança da Bovespa não afetam significativamente a qualidade
contábil e parecem, portanto, não garantir governança efetiva. Já a pesquisa de Silveira (2004)
46
RAGC, v.4, n.10, p.39-55/2016
MACHADO, D. G.; FERNANDES, F. C.; BIANCHI, M.

evidenciou que o desempenho da organização influencia a qualidade da governança


corporativa.
Percebe-se pelas pesquisas e autores estudados que a contabilidade e a controladoria
têm sido utilizadas como sinônimos, quanto à área de atuação de ambas, em diversos
trabalhos, por exemplo, o estudo de Nascimento e Bianchi (2005) que definiram, por meio de
pesquisa empírica, que a área de controladoria pode ser considerada um mecanismo interno de
governança corporativa, que amplia a segurança dos usuários das informações sobre a
empresa, ao proporcionar a divulgação dos atos de sua administração, com a transparência
requerida, possibilitando a redução da assimetria informacional e a minimização dos conflitos
de agência através do monitoramento do processo de gestão e da manutenção dos sistemas de
controles que o apoia. Semelhante ao divulgado por Lopes (2004) relativo à contabilidade.
Para Freitas (2005) as diversas contribuições à teoria da agência permitiram expandir
as fronteiras de sua aplicação para além dos aspectos internos das firmas, preocupação que
deu origem às pesquisas no assunto. O entendimento de que os mecanismos de recompensa e
incentivo, as peculiaridades de agente e principal e a assimetria de informações, e o
pressuposto comum de que a relação entre principal e agente representa transação social
revela a abrangência da teoria da agência o que impulsiona sua transposição para outras
dimensões analíticas. Percebe-se que o papel desempenhado pela contabilidade é essencial
para que a governança seja ativa e eficaz nas organizações.
2.5 A AUDITORIA INTERNA NA ESTRUTURA ORGANIZAÇÃO
O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) normatiza, por meio da Resolução
781/95, sobre as Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC) Profissionais do Auditor
Interno, designando que:
o contador, na função de auditor interno, deve manter o seu nível de
competência profissional pelo conhecimento atualizado das Normas
Brasileiras de Contabilidade, das técnicas contábeis, especialmente na área
de auditoria, da legislação inerente à profissão, dos conceitos e técnicas
administrativas e da legislação aplicável à Entidade.
Inclui a norma que o auditor interno, não obstante sua posição funcional, deve
preservar sua autonomia profissional, e que a amplitude de seu trabalho e de sua
responsabilidade estão limitadas à sua área de atuação.
O CFC, também normatiza por meio da Resolução 986/03, NBC Técnica 12, sobre a
Auditoria Interna, que:
a atividade da Auditoria Interna está estruturada em procedimentos, com
enfoque técnico, objetivo, sistemático e disciplinado, e tem por finalidade
agregar valor ao resultado da organização, apresentando subsídios para o
aperfeiçoamento dos processos, da gestão e dos controles internos, por meio
da recomendação de soluções para as não-conformidades apontadas nos
relatórios.
Visto o entendimento da função do auditor interno e da atividade de auditoria interna,
se faz necessário entender o posicionamento da auditoria interna na estrutura organizacional e
os seus elos de ligação no organograma da empresa.
O setor de auditoria interna deve estar subordinado ao conselho de administração e
vinculado ao comitê de auditoria da organização. O comitê de auditoria, conforme Furata
(2010) é um órgão eleito e composto por membros do conselho de administração. Sua adoção
é, em alguns casos, obrigatória. A autora explica, por exemplo, que o Conselho Nacional de
Seguros Privados requer que os conglomerados financeiros, as sociedades seguradoras,
sociedade de capitalização, e entidades abertas de previdência complementar constituam

RAGC, v.4, n.10, p.39-55/2016


Teoria da Agência e Governança Corporativa

comitês de auditoria. Em contrapartida, a Comissão de Valores Mobiliários não requer a


formação de comitê de auditoria, mas recomenda, fortemente, esta prática.
O conselho de administração deve ser o elo que relaciona a propriedade e a gestão,
orientando e supervisionando esta última com as demais partes interessadas. O conselho
recebe poderes dos acionistas e presta contas a eles.
Percebe-se, pela visualização da Figura 1, apresentada na sequência, que a auditoria
interna está subordinada ao conselho de administração, relacionando-se com o comitê de
auditoria e com o diretor-presidente. Furata (2010, p. 49) acrescenta que, “o comitê de
auditoria, por ser um comitê do conselho de administração, tomará decisões que serão
submetidas à aprovação desse órgão”.

Figura 1 – Posição da auditoria interna no organograma da organização


Fonte: IBGC (2009, p. 15)
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A execução da pesquisa direcionou-se por meio do método dedutivo, segundo o
entendimento de Marconi e Lakatos (2006). Assim, este estudo buscou averiguar a existência
de subordinação, na prática organizacional do que é preconizado pela teoria, em termos de
papéis da contabilidade e administração, mais especificamente, na função exercida pelo
diretor executivo no papel de agente.
A pesquisa se classifica, quanto aos objetivos e seguindo a linha proposta por Silva
(2003), como descritiva que, pois buscou averiguar as características da população quanto à
prática das organizações, sendo seu foco principal o posicionamento da contabilidade na
estrutura organizacional e nas relações com o diretor executivo. A classificação quanto aos
procedimentos, de acordo com Gil (2002), enquadra esta pesquisa no tipo documental, pois os
objetos de estudo foram os relatórios disponibilizados nos portais eletrônicos das
organizações e da BM&FBovespa. Quanto à abordagem do problema o trabalho se enquadra
como pesquisa qualitativa, conforme Raupp e Beuren (2004).
O intento desta pesquisa foi conceber uma análise mais profunda em relação ao
fenômeno estudado. O universo de pesquisa corresponde às empresas listadas na Bolsa de
48
RAGC, v.4, n.10, p.39-55/2016
MACHADO, D. G.; FERNANDES, F. C.; BIANCHI, M.

valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo (BM&FBovespa), e a amostra não-probabilística


e intencional foi composta pelas empresas não financeiras componentes do IGC.
Os critérios de seleção da amostra contaram com o seguinte procedimento: iniciou-se
pela lista das empresas componentes do IGC da BM&FBovespa, excluindo-se as empresas
que constam mais de uma vez na listagem, as instituições financeiras, a Bolsa de Valores e as
seguradoras (empresas de serviços financeiros) e, por fim; ordenando-se as empresas que
possuem um maior percentual de participação no índice de ações com governança corporativa
diferenciada. Foram selecionadas as 20 primeiras, representando as 20 ações mais negociadas
de empresas não financeiras dos segmentos de governança corporativa da BM&FBovespa. O
quadro 4, a seguir, apresenta a amostra.

Empresa Part.% Empresa Part.%

Vale S.A. 8,654 Pdg Realty S.A. Empreeend. e Participações 1,148


Ogx Petróleo e Gás Participações S.A. 3,988 Cyrela Brasil Realty S.A. Emp. E Part. 1,073
Brasil Foods S.A. 2,557 Lojas Renner S.A 1,004
Gerdau S.A. 1,696 CPFL Energia S.A. 1,000
Embraer Empr. Bras. de Aeronáutica S.A. 1,411 Cia Energética de Minas Gerais 0,995
JBS S.A. 1,371 Tractebel Energia S.A. 0,865
Usinas Sid. de Minas Gerais S.A. 1,289 Gafisa S.A. 0,850
América Latina Logística Malha Paulista
Natura Cosméticos S.A. 1,202 S.A. 0,798
Hypermarcas S.A. 1,192 Cia Saneamento Básico de São Paulo 0,725
Companhia de Concessões Rodoviárias 1,183 Mafrig Alimentos S.A. 0,684
Quadro 4 - Empresas não-financeiras, com maior participação no IGC da BM&FBovespa.
Fonte: BM&FBovespa (2010)
Apesar do IGC possuir uma carteira com 176 ações, as 20 empresas que compõem a
amostra representam somadas 35,7% do índice contadas apenas por um tipo de ação. Para
coleta de dados foi utilizada a análise de conteúdo, conforme Bardin (2004), como forma de
localizar as características das empresas no portal da BM&FBovespa e do organograma no
portal das empresas. Tal organograma está disponibilizado no link relações com investidores,
no item governança corporativa. Para constatar a situação da subordinação da contabilidade à
diretoria executiva, foi realizada uma survey, com envio de e-mails aos 20 responsáveis pelo
preenchimento das informações contidas na BM&FBovespa, quando não houve retorno, foi
enviado e-mail para o setor de relação com investidores. A seguir a análise dos resultados.
4. ANÁLISE DOS RESULTADOS DA PESQUISA EMPÍRICA
Nesta seção apresentam-se as características da amostra e da relação de subordinação
da contabilidade à administração. A partir da análise de conteúdo, das 20 empresas que
compõem o IGC da BM&FBovespa, podem-se apresentar os seguintes resultados:
Tabela 1 - Atividade desenvolvida pelas empresas da amostra
Atividade qde. %
Alimentos 3 15
Bens de Consumo 1 5
Concessionaria de Serviço Público de Energia Elétrica 3 15
Exploração de Rodovias 1 5
Incorporação Imobiliária 3 15
Loja de Departamentos 1 5
Minério de ferro 1 5
RAGC, v.4, n.10, p.39-55/2016
Teoria da Agência e Governança Corporativa

Petróleo, Gás e Biocombustível 1 5


Produção de Aeronaves 1 5
Produtos de Uso Pessoal 1 5
Serviço Público de Água e Saneamento 1 5
Siderurgia e Metalurgia 2 10
Transporte Ferroviário 1 5
Total 20 100
Fonte: Dados da Pesquisa

Na tabela 1, destaca-se que a maior parte das empresas da amostra (15%) desempenha
sua atividade no setor de alimentos, de distribuição de energia elétrica e de incorporação
imobiliária. Algumas características das empresas estudadas merecem destaque, tais como:
a) as empresas se concentram no estado de São Paulo, 55% da amostra, seguido pelo Rio
de Janeiro por 15%. É compreensível esse resultado, pois o desenvolvimento
econômico e industrial de ambos estados possui relevância superior a economia do
país em comparação aos demais estados brasileiros. IBGE (2010). Após os estados de
Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Santa Catarina figuram com 10% cada um.
b) o capital social, subscrito e integralizado, indicado no formulário de Informações
Anuais (IAN) da BM&FBovespa em 31/12/2008, está representado, em sua maioria,
pela faixa de (R$) 2 a 5 milhões, com 40% da amostra. A faixa seguinte, de 5 a 10
milhões apresentou 30% da amostra e outra faixa relevante ficou acima de 100
milhões.
c) a maior parte, 45% da amostra, teve sua constituição entre os anos de 1981 a 2000,
estando com seu tempo de vida, aproximadamente, entre 9 e 28 anos. Pode-se inferir
que são empresas jovens, se comparadas a primeira faixa que corresponde a ao período
de 1901 a 1950, com 15% da amostra, que, provavelmente estão na segunda geração
de sua gestão. A segunda faixa mais representativa, com 25% da amostra ficou entre o
período de 1951 a 1980.
d) as atividades desempenhadas pelas empresas da amostra, ou o seu nicho de mercado,
desenvolvimento tecnológico e econômico, podem ter influenciado algumas a
procurarem mais rapidamente a abertura de seu capital, como é o caso de 10% da
amostra. Em contrapartida, têm-se 5% que levou mais 60 anos, depois sua
constituição, para abrir seu capital, é possível que a mesma seja mais conservadora
quanto à sua composição societária. Outras ficaram na faixa de 1 a 5 anos com 25% da
amostra, de 5 a 10 anos 25%, de 20 a 30 anos 20% e de 30 a 40% com 15%.
Com base na tabela 2, a seguir, percebe-se que 30% das empresas definem o cargo do
responsável pela supervisão ou gerência administrativa da contabilidade como diretor
financeiro, entretanto, pode-se perceber que todos os cargos citados, são afins, semelhantes ou
muito próximos, e para o seu desenvolvimento são necessários conhecimentos das áreas de
finanças, administração, controladoria, dentre outras.
Tabela 2 - Cargo do responsável pela área à qual a contabilidade está subordinada
Cargo qde. %
Diretor Administrativo e Financeiro 5 25
Diretor de Finanças 3 15
Diretor de Planejamento e Controles Financeiros 1 5
Diretor Financeiro 6 30
Vice-Presidente de Finanças 2 10
Vice-Presidente Financeiro 3 15
50
RAGC, v.4, n.10, p.39-55/2016
MACHADO, D. G.; FERNANDES, F. C.; BIANCHI, M.

Total 20 100
Fonte: Dados da Pesquisa

A estrutura de uma sociedade por ações proposta por Gitman (2004, p. 7),
demonstrada por meio do organograma da empresa, chamada de “estrutura genérica de uma
sociedade por ações e da área financeira”, coloca o gerente de contabilidade financeira e o de
contabilidade gerencial como subordinados ao controller, e este por sua vez, subordinado ao
vice-presidente de finanças que é subordinado ao presidente (Chieff Executive Oficcer -
CEO).
Essa proposta de Gitman (2004) se confirma nas empresas estudadas, na prática
organizacional, conforme divulgação nos portais eletrônicos das empresas e da survey
realizada, em 100% delas há a diretoria executiva, que inclui o presidente, CEO, que possui
diversos diretores executivos, que por sua vez, inclui a contabilidade como sua subordinada.
Gitman (2004) explica que ao administrador financeiro cabe se relacionar com a teoria
econômica, em termos de finanças, e com a contabilidade e suas funções devem estar
alinhadas com a contabilidade e/ou controladoria.
Sendo assim, pode-se sintetizar que os diretores executivos, são subordinados ao
Presidente ou CEO, neste estudo entendido como agente, que pode realizar escolhas contábeis
que refletem na contabilidade e implique em reflexos aos contadores, segundo a subordinação
que lhes cabe.
Donaldson e Davis (1991), no que diz respeito ao papel do CEO, no caso desse estudo
o presidente, afirmam que a estrutura da organização vai ajudá-lo a obter uma performance
superior por sua empresa, e ainda que ele exerce o poder total sobre a empresa e que seu papel
é inequívoco e indiscutível. Diante dessa afirmação dos autores não há margem para dúvidas a
respeito de quem tem autoridade e responsabilidade nesse contexto organizacional. Desse
modo, fica evidente a autoridade do CEO frente as suas áreas de responsabilidade.
A legislação, por sua vez, normatiza, quanto à responsabilidade criminal do
profissional contábil, representada pelo art. 342 do Código Penal, redação dada pela Lei
10.268/2001, em seu art. 342, sobre “fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como
testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo,
inquérito policial, ou em juízo arbitral.” E no art. 1.177, do Código Civil, redação dada pela
10.406/2002, parágrafo único, que “no exercício de suas funções, os prepostos são
pessoalmente responsáveis, perante os preponentes, pelos atos culposos; e, perante terceiros,
solidariamente com o preponente, pelos atos dolosos.”
Entende-se que a referida legislação, quanto ao papel do contador, inclui a sua
responsabilidade profissional e ainda a criminal frente ao seu desenvolvimento no âmbito da
organização. Desta forma, fica salientada a importância de conferir ao contador status de
independência, ou seja, a não subordinação, pois ele é responsável civil e criminalmente por
seus atos culposos ou dolosos, solidariamente com o agente.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A separação entre controle e propriedade, oriunda da expansão e crescimento das
organizações, trouxe alguns reflexos, como por exemplo, os conflitos entre os diversos
stakeholders. Esses conflitos, formalizados pela teoria da agência, tem sido objeto de estudo,
ao longo do tempo, e o interesse fundamental é centrado na discussão e redução dos mesmos.
Como pano de fundo para essa discussão teórica tem-se a governança corporativa e a
contabilidade. A primeira contribui com esse dilema buscando imbuir transparência e
confiabilidade às ações organizacionais, dentre outros aspectos. A segunda atua como
mecanismo de governança, no intento de reduzir a assimetria informacional, dentre outras
contribuições. Este estudo procurou evidenciar a relevância da contabilidade frente aos
conflitos evidenciados pela Teoria da Agência.
RAGC, v.4, n.10, p.39-55/2016
Teoria da Agência e Governança Corporativa

Diante do estudo realizado, abrangendo a teoria da agência, a governança corporativa


e a contabilidade, percebe-se que o elo entre os temas está no papel desenvolvido pela última,
por meio de seu banco de dados informacional, de seus instrumentos gerenciais, societários e
financeiros que são desenvolvidas diversas faces perante o contexto organizacional,
atendendo a usuários distintos com necessidades informacionais diferentes. O intento é
discutir uma possível subordinação do contador ao agente, ou seja, à diretoria executiva,
partindo do pressuposto de que a função da contabilidade, no contexto da Teoria da Agência,
exige do contador uma postura de isenção, nunca tomando partido nem do principal, nem do
agente. Esse entendimento torna-se míster para a reflexão sobre a posição da contabilidade na
estrutura organizacional e a revisão do seu papel perante os stakeholders.
Quanto à relação da contabilidade, dos agentes e da governança corporativa, pode-se
entender que há plena concordância entre os autores estudados no sentido de que a
informação contábil é fundamental para a análise de performance dos gestores, para redução
dos conflitos de agência e da assimetria informacional entre principal e agente, bem como
para o processo de feedback e predição de eventos futuros da organização. Ainda, a
contabilidade caracteriza-se como instrumento de accountability, contribuindo para que a
governança corporativa seja ativa e eficaz nas organizações.
A pesquisa demonstrou que nas empresas estudadas há subordinação da contabilidade
ao agente. Entretanto, devido ao relevante papel que ela desempenha na organização, é difícil
entender a necessidade dessa subordinação à diretoria executiva, em termos de teoria da
agência, ao agente e não ao principal, pois se a contabilidade fornece meios de avaliar,
monitorar e remunerar o primeiro não deveria estar subordinada a ele, mas sim ao principal.
Para que pudesse cumprir seu papel de redução da assimetria informacional de forma mais
efetiva, possivelmente a Contabilidade deveria vincular-se ao conselho de administração.
A análise do problema, à luz do referencial teórico estudado, levou à conclusão de que
haveria a possibilidade da contabilidade vincular-se, ainda que não diretamente, ao principal,
representado pelos conselhos de administração, passando a possuir o mesmo status de
independência da auditoria interna, ou seja. Isto poderia conduzir a uma situação mais
equilibrada, pois uma das atribuições mais importante da contabilidade, no contexto da
governança corporativa, é fornecer instrumentos para avaliação de performance do agente.
Destaca-se que, do ponto de vista da boa governança corporativa, a subordinação
organizacional da contabilidade à diretoria executiva da empresa não é o melhor arranjo, pois
impõe uma situação de constante potencial conflito de interesse ao CFO e ao CEO, uma vez
que a contabilidade, neste caso sua subordinada, fornece os instrumentos para avaliação da
sua performance, muitas vezes, com implicações em seus rendimentos. A sugestão dos
pesquisadores deste estudo é que a contabilidade passe a ser subordinada diretamente ao
conselho de administração. Desta forma, seria subordinada apenas ao principal, ao invés do
agente. Possivelmente haja muitas razões práticas para a configuração atual, mas que motivos
impediriam uma revisão dessa situação?
Finalmente, salienta-se que a discussão da ideia está apenas em estágio embrionário e
não se teve a pretensão de esgotar o tema. A contribuição deste trabalho é trazer essa reflexão
para o ambiente acadêmico. Como sugestão para futuros trabalhos, acredita-se que seria
oportuno realizar pesquisas empíricas que fomentem a discussão sobre a atual posição da
contabilidade na empresa: se esta é a única forma, se é a mais adequada e a mais correta frente
a todas as atribuições da contabilidade e responsabilidades; também a análise das condições
históricas que justificaram a configuração atual pode ser uma contribuição relevante, à medida
que permitiria analisar se ainda estão presentes as características que definiram o status quo.

REFERÊNCIAS
52
RAGC, v.4, n.10, p.39-55/2016
MACHADO, D. G.; FERNANDES, F. C.; BIANCHI, M.

ALCHIAN, A.; DEMSETZ, H. Production, Information Costs, and Economic Organization. The
American Economic Review. v. 62, n. 5, dec. 1972.
ANDRADE, A.; ROSSETTI, J. P. Governança Corporativa: fundamentos e tendências. São Paulo:
Atlas, 2004.
ANTUNES, G.A.; MENDONÇA, M.M. Impacto da adesão aos níveis de Governança Corporativa da
Bovespa na qualidade da informação da informação contábil: uma investigação acerca da
oportunidade, relevância e do conservadorismo contábil utilizando dados em painel. In: Congresso
ANPCONT, 2, 2008. Salvador, Anais... ANPCONT, Salvador, 2010.
ARRUDA, G.S.; MADRUGA, S.R.; FREITAS JR., N.I. A Governança Corporativa e a Teoria da
Agência em Consonância com a Controladoria. Revista de Administração da UFSM, v. 1, n.1, p. 71-
84, jan./abr., 2008.
BARDIN, L. Análise de Conteúdo. 3 ed. Lisboa: Edições 70, 2004.
BIANCHI, M. A Controladoria como um mecanismo interno de governança corporativa e de
redução dos conflitos de interesse entre principal e agente. São Leopoldo: UNISINOS, 2005.
Dissertação (Mestrado em Ciências Contábeis), Universidade do Vale do Rio dos Sinos, 2005.
BM&FBOVESPA. Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros. Empresas listadas. 2010. Disponível
em:< http://www.bmfbovespa.com.br/Cias-Listadas/Empresas-Listadas/
BuscaEmpresaListada.aspx?Idioma=pt-br > Acesso em: 27 mar. 2010.
BM&FBOVESPA. Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros. Carteira teórica do índice de ações
com governança corporativa diferenciada em 30 de abril de 2010. Disponível em:
<http://www.bmfbovespa.com.br/shared/IframeHotSiteBarraCanal.aspx?altura=900&idioma=pt-
br&url=www.bmfbovespa.com.br/informe/default.asp > Acesso em: 30 abr. 2010.
BM&FBOVESPA. Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros. Índice de ações com governança
corporativa diferenciada - IGC. Disponível em:
<http://www.bmfbovespa.com.br/indices/ResumoIndice.aspx?Indice=IGC&Idioma=pt-BR > Acesso
em: 30 abr. 2010.
BORGES, L.F.X.; SERRÃO, C.F.B. Aspectos de governança corporativa moderna no Brasil. Revista
do BNDES, Rio de Janeiro, n. 24, p. 111-148, dez. 2005.
BRASIL. Lei n. 10.268 de 28 de agosto de 2001. Altera dispositivos da Lei n. 2.848 de 7 de
dezembro de 1940 – Código Penal. In: Diário Oficial da União. Brasília, 29/08/2001. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LEIS_2001/L10268.htm> Acesso em 02 abr. de 2010.
BRASIL. Lei n. 10.406 de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. In: Diário Oficial da União.
Brasília, 11/01/2002. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2002/L10406.htm
>Acesso em 02 abr. de 2010.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução nº. 781, de 24 de março de 1995.
Aprova a NBC P 3 – Normas Profissionais do Auditor. Disponível
em:<http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/docs/RES_781.doc>. Acesso em: 28 mai. 2010.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução nº. 986, de 21 de novembro de 2003.
Aprova a NBC T 12 – Auditoria Interna. Disponível
em:<http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/docs/RES_986.doc>. Acesso em: 28 mai. 2010.
DONALDSON, L.; DAVIS, J. H. Stewardship Theory or Agency Theory: CEO Governance and
Shareholder Returns. Australian Journal of Management, v. 16, n.1, p. 49-64, jul., 91.
EISENHARDT, K.M. Agency Theory: an assessment and review. The Academy of Management
Review, v.14, n. 1, p. 57-74, Jan. 1989.
FREITAS, L.C. TV digital no Brasil: a evolução do processo decisório à luz de uma perspectiva
organizacional de teorias econômicas. In: ENANPAD, 29, Brasília, 2005. Anais… ANPAD: Brasília,
2005.

RAGC, v.4, n.10, p.39-55/2016


Teoria da Agência e Governança Corporativa

FREZATTI, F.; ROCHA, W.; NASCIMENTO, A. R.; JUNQUEIRA, E. Controle Gerencial: uma
abordagem da contabilidade gerencial no contexto econômico, comportamental e sociológico. São
Paulo: Atlas, 2009.
FURATA, F. A relação das características das empresas com a adoção do comitê de auditoria x
conselho fiscal adaptado. São Paulo: USP, 2010. Tese (Doutorado em Ciências Contábeis),
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, 2010.
GIL, A.C. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
GITMAN, L.J. Princípios de administração financeira. São Paulo: Pearsen, 2004.
HENDRIKSEN, E.S.; VAN BREDA M.F. Teoria da Contabilidade. São Paulo: Atlas, 1999.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Produto interno bruto de
2009 por estados. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/
noticia_visualiza.php?id_noticia=1348&id_pagina=1. Acesso em 27 mai. de 2010.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA – IBGC. Código das Melhores
Práticas de Governança Corporativa. 4. ed. São Paulo, 2009. Disponível em:
<http://www.ibgc.org.br/download/arquivos/Codigo_IBGC_4_versao.pdf>. Acesso em: 03 nov. 2009.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA – IBGC. Guia de orientações
para melhores práticas de comitês de auditoria. LAMB, R.; JUENEMANN, J.V. (coord.). São
Paulo: IBGC, 2009a.
JENSEN M. e MECKLING, W. Theory of the firm: Managerial behavior, agency cost, and ownership
structure. In: Journal of Financial Economics, p. 305-360, 1976.
LOPES, A.B. Teoria dos Contratos, Governança Corporativa e Contabilidade. In: IUDÍCIBUS, S.;
LOPES, A.B. Teoria Avançada da Contabilidade. São Paulo: Atlas, 2004.
MARCONI, M.A.; LAKATOS, E.M. Fundamentos de Metodologia Científica. 6. ed. São Paulo:
Atlas, 2006.
MARINELLI, M. Um Estudo Exploratório sobre o Estágio de Governança Corporativa nas Empresas
Brasileiras. Revista Brasileira de Gestão de Negócios - FECAP. São Paulo, nº 19, p. 57-66, dez.
2005.
MARTINEZ, A.L. Agency Theory na Pesquisa Contábil. In: Encontro Nacional dos Programas de Pós-
Graduação em Administração, ENANPAD, XXII, Foz do Iguaçu (PR), 1998. Anais... ANPAD, Foz
do Iguaçu, 1998.
MARTINS, S.M.; SILVA, T. R.; BARROS, A. S.; TINOCO, J. E. P. Governança Corporativa: Teoria
e prática. Revista Eletrônica de Gestão de Negócios, v. 1, n. 3, p. 76-90, out./dez., 2005.
MOTTA, J.L.S.; SILVEIRA, A.M.; BORGES, L.F.X. Exemplo de Modelo Referencial de Governança
Corporativa. Revista BNDES, Rio de Janeiro, n. 26, p. 191-222, dez. 2006.
NASCIMENTO, A.M.; BIANCHI, M. Um estudo sobre o papel da controladoria no processo de
redução de conflitos de agência e governança corporativa. In: Congresso USP de Controladoria e
Contabilidade, V, São Paulo (SP), 2005. Anais... USP: São Paulo, 2005.
PEREIRA, C.A. Avaliação de Resultados e Desempenhos. In: CATELLI, A. (coord.) Controladoria:
uma abordagem da gestão econômica – GECON. São Paulo: Atlas, 2001.
RABELO, F.M. Governança Corporativa. In: Seminário de Governança Corporativa coordenado
pelo Instituto Brasileiro de Conselheiros de Administração, 1998, Rio de Janeiro. Anais. Impresso.
RAUPP, F.M.; BEUREN, I.M. Metodologia da pesquisa aplicável às ciências sociais. In: BEUREN, I.
M. (org.). Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade. São Paulo, Atlas, 2004.

54
RAGC, v.4, n.10, p.39-55/2016
MACHADO, D. G.; FERNANDES, F. C.; BIANCHI, M.

RODRIGUES, L.A. A utilização de incentivos como forma de alinhamento de interesses na relação


principal-agente: uma análise das maiores empresas de capital aberto por valor de mercado. In:
Congresso Brasileiro de Custos, CBC, XVI, Fortaleza, 2009. Anais… ABCustos: Fortaleza, 2009.
SHLEIFER, A.; VISHNY, R. A Survey of Corporate Governance. Journal of Finance, v. 52, n. 2, p.
737-783, 1997.
SILVA, A.C.R. Metodologia da pesquisa aplicada à contabilidade. São Paulo: Atlas, 2003.
SILVA, E.C. Governança Corporativa nas Empresas: guia prático de orientação para acionistas.
São Paulo: Atlas, 2006.
SILVA, E.C.; ZOTES, L.P. Governança Corporativa e sua Influência na Gestão da Qualidade. Revista
Brasileira de Contabilidade, Brasília, nº 147, p. 21, mai.-jun. 2004.
SILVEIRA, A.M. Governança Corporativa e Estrutura de Propriedade: determinantes e relação
com o desempenho das empresas no Brasil. São Paulo: USP, 2004. Tese (Doutorado em
Administração), FEA/USP, 2004.

RAGC, v.4, n.10, p.39-55/2016

Você também pode gostar