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All content following this page was uploaded by Fabrício Menezes Ramos on 02 June 2018.
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Já nos peixes vivíparos os embriões se desenvolvem dentro do corpo
da mãe, dentro de uma placenta com os nutrientes essenciais para
seu desenvolvimento. O representante mais conhecido deste grupo é o
tralhoto (Anableps sp.), porém sem muito interesse para aquicultura
ornamental, a não ser pelo fato de possuir a córnea dividida em duas,
parecendo assim ter quatro olhos.
Para reprodução é necessário, muitas vezes, cistrus spp. e Peckoltia spp., por exemplo. Nos Ancistrus
reconhecer o macho e a fêmea (dimorfismo sexual), logo spp. o macho apresenta tentáculos próximos aos olhos e
formar casais ou grupos reprodutivos, principalmente boca, em maior quantidade, e mais alongados do que nas
quando se pretende realizar um trabalho de melhora- fêmeas.
mento genético. A observação das características mor- Geralmente os machos em peixes ornamentais
fológicas em exemplares maduros sexualmente geral- são mais coloridos e com padrões corporais mais chama-
mente fornece evidências para este procedimento. Os tivos, como destacado na família Rivulidae (Killifishes).
machos dos ovovivíparos apresentam um órgão copula- Quando o dimorfismo sexual não é evidente, como em
dor denominado gonopódio. Nos Condrictes este órgão acarás bandeiras, discos e peixe folha, a melhor estraté-
é denominado de clasper. Os tetras machos (Ex. mato gia é a disposição de vários exemplares maduros em
grosso - Hyphessobrycon spp., e neon - Paracheirodon aquários ou tanques para a formação de casais e posteri-
spp.) apresentam espículas na nadadeira anal. Já nas car- or separação destes.
pas e kinguios, além da nadadeira anal, os machos apre- Outra questão importante no processo reprodu-
sentam espículas na nadadeira peitoral e nos opérculos, tivo é o conhecimento da biologia da espécie, inclusive
bem destacados na fase reprodutiva. Os Ciclídeos, de sobre os fatores abióticos (temperatura, pH, salinidade,
forma geral, apresentam um aumento na porção frontal condutividade, dureza carbonatada, etc.) que regulam a
da cabeça nos machos por deposição de gordura. Nos maturação sexual, logo a reprodução. Sem a represen-
cascudos ou acaris (Loricarídeos) o dimorfismo sexual é tação fiel desses parâmetros, não importa a estrutura de
realizado pela observação de espículas (odontódeos) na cultivo ou o tipo de alimento, dificilmente haverá repro-
nadadeira peitoral e/ou no opérculo e prolongamentos dução.
de escamas em machos de Baryancistrus spp., Hypan-
Figura 2. Dimorfismo sexual – Machos: aumento na porção frontal da cabeça em Citrinelos - Amphilophus citrinellus (seta amarela) e espículas
no opérculo de kinguios - Carassius auratus, variedade telescópio (seta vermelha).
Se o leitor nos perguntar: Qual a família de peixe é mais fácil para iniciar um cultivo? Com certeza,
respondendo de forma simplificada, proporíamos os Poecilídeos (Lebiste, barrigudinho, etc) por possuírem fácil
dimorfismo sexual, cores vibrantes, desejadas pelos aquaristas, protocolo reprodutivo simples e bem definido e sem
fase larval. Assim, seria a primeira família a indicarmos para o empreendedor iniciante que deseja empregar pouco
capital e, mesmo tendo pequeno retorno, conseguir pagar os custos de produção, escolhendo as variedades corretas
e estudando o mercado consumidor da região.
Para desfechar, no próximo (e último artigo desta série) abordaremos estratégias de alimentação para larvas
e matrizes, citaremos estratégias para o bom crescimento de algumas espécies, levando-as até o momento da comer-
cialização, tema que também será comentado, incluindo as dicas de transporte, do produtor ao consumidor. Até
breve!