Língua Espanhola
Prof. Carlos Rodrigo de Oliveira
2018
Copyright © UNIASSELVI 2018
Elaboração:
Prof. Carlos Rodrigo de Oliveira
O48a
Oliveira, Carlos Rodrigo de
Aspectos culturais da língua espanhola / Carlos Rodrigo de
Oliveira. – Indaial: UNIASSELVI, 2018.
Impresso por:
Apresentação
Aprender uma nova língua também inclui conhecer uma série de
significados e códigos culturais que fazem parte da realidade social em que
essa língua se insere. Formar frases e pronunciá-las não basta para dominá-
la; é preciso saber analisar, refletir e contextualizar histórica e culturalmente
nossos enunciados, os quais são atravessados por singularidades e visões de
mundo diversas.
Um abraço,
Professor Carlos.
III
NOTA
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
UNI
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – APROFUNDANDO AS NOÇÕES DE CULTURA E IDENTIDADE.................. 1
TÓPICO 1 – O MULTICULTURALISMO............................................................................................ 65
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 65
2 AS VERTENTES DO MULTICULTURALISMO............................................................................. 65
3 O MULTICULTURALISMO E A COEXISTÊNCIA ENTRE CULTURAS.................................. 69
4 O MULTICULTURALISMO CRÍTICO............................................................................................. 72
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 77
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 78
VII
TÓPICO 2 – O PROCESSO DE HIBRIDAÇÃO CULTURAL.......................................................... 81
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 81
2 O QUE É HIBRIDAÇÃO CULTURAL?............................................................................................. 81
3 A INDÚSTRIA CULTURAL................................................................................................................ 84
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 89
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 90
TÓPICO 3 – A INTERCULTURALIDADE.......................................................................................... 91
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 91
2 FACES SOCIAIS DA INTERCULTURALIDADE........................................................................... 91
3 A INTERCULTURALIDADE CRÍTICA............................................................................................ 96
4 A INTERCULTURALIDADE NO ENSINO DE LÍNGUAS.......................................................... 100
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 104
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 105
REFERÊNCIAS.......................................................................................................................................... 169
VIII
UNIDADE 1
APROFUNDANDO AS NOÇÕES DE
CULTURA E IDENTIDADE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir dessa unidade, você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
FIGURA 1 – ARTESANATO
4
TÓPICO 1 | O PERCURSO HISTÓRICO DO CONCEITO DE CULTURA
Achou curioso esse significado? Se sim, talvez seja pelo mesmo motivo que
eu, ele nos mostra como o conceito de cultura evoluiu e se afastou do seu sentido
original, sendo usado nos dias de hoje para fazer referência a bens materiais e
intelectuais, que praticamente desconsideram o valor do trabalho e da vida no
campo, comenta Eagleton.
E
IMPORTANT
5
UNIDADE 1 | APROFUNDANDO AS NOÇÕES DE CULTURA E IDENTIDADE
NOTA
6
TÓPICO 1 | O PERCURSO HISTÓRICO DO CONCEITO DE CULTURA
3 CULTURA HOJE
Considerando a multiplicidade de interferências que o conceito de cultura
sofreu, fica difícil chegar a uma conclusão sobre o que é cultura, não é mesmo? O
conceito da Unesco que você viu se aproxima do que entendemos por cultura, no
entanto ainda precisamos desmembrar esse conceito, afinal ele não é só formado
por coisas materiais, mas também comportamentais e espirituais.
7
UNIDADE 1 | APROFUNDANDO AS NOÇÕES DE CULTURA E IDENTIDADE
8
TÓPICO 1 | O PERCURSO HISTÓRICO DO CONCEITO DE CULTURA
AUTOATIVIDADE
NOTA
9
UNIDADE 1 | APROFUNDANDO AS NOÇÕES DE CULTURA E IDENTIDADE
FIGURA 8 – TECNOLOGIAS
10
TÓPICO 1 | O PERCURSO HISTÓRICO DO CONCEITO DE CULTURA
TURO S
ESTUDOS FU
11
UNIDADE 1 | APROFUNDANDO AS NOÇÕES DE CULTURA E IDENTIDADE
12
TÓPICO 1 | O PERCURSO HISTÓRICO DO CONCEITO DE CULTURA
13
RESUMO DO TÓPICO 1
Nesse tópico, você aprendeu que:
14
AUTOATIVIDADE
Cuidado ou
Cultivo
Colonialismo
Sinônimo de
instrução
(4) “Culto é um adjetivo que qualifica aquela pessoa que tem cultura, que é
instruída, civilizada ou informada, que tem conhecimento sobre vários
assuntos”.
FONTE: Disponível em: <https://www.significados.com.br/culto/>. Acesso em: 29 out. 2017.
15
16
UNIDADE 1
TÓPICO 2
CULTURA E MODERNIDADE
1 INTRODUÇÃO
No tópico anterior vimos como a cultura evoluiu historicamente e possui
uma gama de definições que o tornaram um conceito relativo e aberto.
TURO S
ESTUDOS FU
DICAS
NOTA
18
TÓPICO 2 | CULTURA E MODERNIDADE
DICAS
19
UNIDADE 1 | APROFUNDANDO AS NOÇÕES DE CULTURA E IDENTIDADE
AUTOATIVIDADE
Com base nos estudos realizados até aqui, analise as imagens e faça
uma breve reflexão sobre o aspecto valorativo presente nelas.
20
TÓPICO 2 | CULTURA E MODERNIDADE
21
UNIDADE 1 | APROFUNDANDO AS NOÇÕES DE CULTURA E IDENTIDADE
DICAS
22
TÓPICO 2 | CULTURA E MODERNIDADE
23
UNIDADE 1 | APROFUNDANDO AS NOÇÕES DE CULTURA E IDENTIDADE
E
IMPORTANT
AUTOATIVIDADE
NOTA
Reflita. Você concorda que essa relação de poder relacionada à cultura não
é única, que boa parte das culturas nacionais também nasceu por meio de processos de
conquista violenta?
Para Stuart Hall, grande nome dos estudos culturais, uma cultura
nacional nunca se limitou ao espírito de lealdade e traços comuns dos sujeitos,
“ela é também uma estrutura de poder cultural” (2005, p. 59). Isto é, para o autor,
a unificação cultural de um país está relacionada ao poder exercido sobre ele,
uma vez que, mesmo sendo permeado por culturas diversas, uma única cultura,
por cima de todas as outras, será privilegiada. Por isso, defende que uma cultura
nacional, além de funcionar como um sistema de representação, pode produzir
significados culturais e servir como objeto de identificação (HALL, 2005).
DICAS
Stuart Hall foi um importante pensador crítico dos estudos culturais. Discursou
sobre temas como cultura, raça, gênero e identidade. Sua foto ilustrou a capa de um dos
livros com seus escritos, trata-se do livro Da diáspora: identidades e mediações culturais,
como você pode observar a seguir. Nasceu em fevereiro de 1932 na Jamaica, e vivia na
Inglaterra desde 1951. Faleceu em 2014, aos 82 anos de idade.
25
UNIDADE 1 | APROFUNDANDO AS NOÇÕES DE CULTURA E IDENTIDADE
DICAS
Essa identificação dos sujeitos com a sua cultura nacional nasce, segundo
Hall (2005), a partir de uma história que é contada, a qual é construída como se
fosse um ritual, conforme alguns elementos.
26
TÓPICO 2 | CULTURA E MODERNIDADE
DICAS
Para reflexão: Com base nesses cinco elementos escolhidos por Hall, você
consegue estabelecer uma ponte entre a história do Brasil e a narrativa das culturas nacionais?
Você já pode ir pensando sobre sua resposta para esta questão, pois ao final deste tópico
você será convidado a expor suas ideias sobre o tema.
E
IMPORTANT
Em síntese, com base no que vimos até aqui, e nos preceitos de Hall (2005),
podemos considerar a cultura nacional como um discurso influenciador e construtor de
sentidos, já que este modifica nossa forma de ver a nação e a maneira como essa se organiza.
28
TÓPICO 2 | CULTURA E MODERNIDADE
Você deve estar pensando, esses lugares não existem? Essas práticas não
são culturais, e não devem ser valorizadas? Com certeza, devem. Desde que não
nos levem a uma impressão reducionista e estereotipada. A sua impressão sobre
o lugar e sobre as pessoas não deve se limitar apenas aspectos mercadológicos.
29
UNIDADE 1 | APROFUNDANDO AS NOÇÕES DE CULTURA E IDENTIDADE
DICAS
Você deve estar se perguntando, mas a que eles se referem com identidade
cultural? Discutiremos sobre a noção de identidade e sua relação com a cultura no tópico 4
desta unidade.
AUTOATIVIDADE
DESAFIO
30
TÓPICO 2 | CULTURA E MODERNIDADE
b)
c)
31
RESUMO DO TÓPICO 2
Nesse tópico, você aprendeu que:
32
AUTOATIVIDADE
2 Segundo Hall (2005, p. 49), “as pessoas não são apenas cidadãos/ãs legais
de uma nação; elas participam da ideia da nação tal como representada
em sua cultura nacional”.
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Tradução de Tomaz Tadeu da
Silva e Guacira Lopes Louro. 10. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2005.
33
Estes itens são importantes na construção de uma cultura unificada no
imaginário nacional, e foram apresentados anteriormente no texto sobre
Culturas Nacionais do Tópico 2. Escolha um país hispano-falante, pesquise
sobre ele. A partir dos itens mencionados pelo autor Hall (2005), e do conteúdo
do tópico, liste características que remetem à construção da cultura nacional
desse país. Você pode usar os tópicos a seguir, como referência para sua
resposta:
• Origem da nação.
• Tradições em comum entre os nativos.
• Mito fundacional.
• Povo ou comunidade simbólicos.
34
UNIDADE 1
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico do nosso livro didático da disciplina de Aspectos Culturais
da Língua Espanhola, vamos estudar noções históricas sobre o termo cultura,
principalmente as construídas sob um viés científico. O termo está presente tanto
em Ciências Sociais, como Antropologia e Sociologia, quanto em ciências da
linguagem, como a Linguística Aplicada.
Para organizar melhor esta discussão, este tópico está dividido em duas
partes: a primeira parte compreende a noção de Cultura nas Ciências Sociais; e a
segunda parte compreende a Linguística Aplicada. Como você definiria cultura?
ATENCAO
35
UNIDADE 1 | APROFUNDANDO AS NOÇÕES DE CULTURA E IDENTIDADE
FONTE: O autor
Se de fato isso ocorre, não se assuste. Você não é o único a não encontrar
uma resposta objetiva para esta pergunta, já que o conceito de cultura durante
anos foi reconhecido pelas ciências como um conceito amplo, cujo significado
abarca todas as nossas relações sociais, convicções, comportamentos e bens
patrimoniais.
Essa visão abrangente sobre cultura não é recente, mas, também, não é
o único olhar direcionado ao conceito ao longo de sua história. Como vimos no
tópico anterior, cultura esteve ligada a relações de poder, e tem como reflexo,
nos dias de hoje, usos indiscriminados do termo, referindo-se aos sujeitos mais e
menos escolarizados.
36
TÓPICO 3 | É POSSÍVEL DEFINIR CULTURA?
NOTA
NOTA
Mendes explica que, para tentar entender as culturas nesse primeiro momento,
os pensadores se basearam em teorias em evidência no final do século XIX e início do século
XX: o determinismo biológico e o determinismo geográfico, “essas teorias defendiam a ideia
de que a diversidade cultural humana é condicionada por duas principais variáveis: o caráter
biológico e o espaço geográfico” (2015, p. 206).
Quanto ao conceito cunhado por Tylor mais tarde, embora sua aceitação
não tenha sido unânime devido à sua ideologia evolucionista implícita,
diferenciadora de culturas como primitivas e avançadas (MENDES, 2015), foi
considerado um passo importante em direção ao aprofundamento sobre o tema,
uma vez que depois de sua definição muitas outras surgiram, inclusive em
direções opostas a essa.
37
UNIDADE 1 | APROFUNDANDO AS NOÇÕES DE CULTURA E IDENTIDADE
Com base de estudo que tivemos desde o primeiro tópico, sobre cultura,
podemos acompanhar a seguir a linha do tempo e sua evolução:
FONTE: O autor
38
TÓPICO 3 | É POSSÍVEL DEFINIR CULTURA?
DICAS
39
UNIDADE 1 | APROFUNDANDO AS NOÇÕES DE CULTURA E IDENTIDADE
NOTA
Desse modo, Mendes (2015, p. 218) explica que antes de decidir por
apontar um conceito universal de cultura, acredita ser primordial reconhecer os
princípios que juntos remetem a esse termo. De modo a tornar esse tópico mais
didático, a seguir no Quadro 1, acompanhe as características da cultura:
b) “não existe sem uma realidade social As culturas não são estruturas prontas,
que lhe sirva de ambiente; ou seja, modelos a serem seguidos. Durante
é a vida em sociedade e as relações muitos anos tentam demonstrar alguns
dos indivíduos no seu interior que grupos através de categorizações como
vão moldar e definir os fenômenos culto e popular, e culturas nacionais.
culturais, e não o contrário”; As culturas são o que os sujeitos
fazem dela, pois deles depende a sua
existência.
40
TÓPICO 3 | É POSSÍVEL DEFINIR CULTURA?
41
RESUMO DO TÓPICO 3
42
AUTOATIVIDADE
43
44
UNIDADE 1
TÓPICO 4
O QUE É IDENTIDADE?
1 INTRODUÇÃO
Hall afirma que na modernidade, dentre as mais variadas identidades
culturais dos sujeitos, a identidade nacional é a que se sobressai (2005), mas a que
ele se refere com identidade cultural? O que é identidade para você? Pense sobre
essa questão, e a discutiremos neste tópico.
AUTOATIVIDADE
1º
2º
3º
45
UNIDADE 1 | APROFUNDANDO AS NOÇÕES DE CULTURA E IDENTIDADE
AUTOATIVIDADE
Silva afirma que uma identidade nada mais é do que um conjunto de atos
linguísticos, construído sócio e culturalmente (SILVA, 2014, p. 76). Nessa mesma
perspectiva, Moura (2005, p. 80) define identidade como um texto, o qual pode
dizer respeito tanto ao perfil de um indivíduo, quanto aos objetivos e objetos de
um grupo.
NOTA
46
TÓPICO 4 | O QUE É IDENTIDADE?
AUTOATIVIDADE
ATENCAO
Caso você não seja ou não se considere brasileiro, proponho que faça as
adaptações necessárias na atividade para que compreenda a formação da identidade
nacional à qual você se sente pertencido.
47
UNIDADE 1 | APROFUNDANDO AS NOÇÕES DE CULTURA E IDENTIDADE
FIGURA 28 – O FUTEBOL
Com certeza estas imagens são familiares para você, o que não significa que você se
sinta conectado 100% com elas, concorda? Dentre as imagens apresentadas, alguma
delas foi essencial para a formação da sua identidade brasileira? Além do espírito de união
e lealdade, o que te faz considerar-se como brasileiro?
É composta? Então, com certeza estas são as memórias que te fazem afirmar com
automaticidade que você é ‘brasileiro’, ou da nacionalidade com que você se identifica.
Não abrange, certo? Isso quer dizer que, como toda identidade, a sua identidade nacional
não é inata, ela se constituiu histórica e socialmente.
48
TÓPICO 4 | O QUE É IDENTIDADE?
NOTA
Os três tópicos que você usou para a análise de sua resposta podem
ser aplicados a qualquer outro tipo de identidade (de religião, gênero, raça,
sexualidade etc.), mesmo o último tópico, voltado principalmente às identidades
nacionais, já que durante muitos anos foi considerada a identidade-mãe e
unificadora dos sujeitos. Ao longo do tempo, essa concepção de identidade foi
mudando a ponto de hoje tornar-se um termo complexo e amplo, assim como a
cultura.
E
IMPORTANT
DICAS
E
IMPORTANT
50
TÓPICO 4 | O QUE É IDENTIDADE?
DICAS
Não é novidade para você que Hall associa culturas e identidades nacionais a
relações de poder e as problematize, não é mesmo? Caso tenha dúvidas sobre esta questão,
retome o assunto sobre Culturas Nacionais.
4 A IDENTIDADE NA PÓS-MODERNIDADE
Esses conflitos entre concepções homogêneas e heterogêneas é que Hall
(2005) vai chamar de crise de identidade, que nada mais é do que o deslocamento,
desmembramento e diluição dessa identidade nacional sólida. Você deve estar
se questionando: como assim? Voltamos à ideia de uma identidade brasileira,
os símbolos que visualizamos nas imagens anteriores sobre a formação de
nossas identidades, na verdade, foram escolhidos para remeter à ideia de cultura
nacional, na qual todos os sujeitos das nações são representados. No entanto, o
Carnaval, tal como é posto na Figura 27, é uma cultura ligada ao Rio de Janeiro,
diferenciando-se do carnaval de outros estados brasileiros, bem como de estados
em que esse aspecto cultural não predomina.
51
UNIDADE 1 | APROFUNDANDO AS NOÇÕES DE CULTURA E IDENTIDADE
52
TÓPICO 4 | O QUE É IDENTIDADE?
5 A IDENTIDADE E A DIFERENÇA
Sobre a pergunta realizada anteriormente para reflexão, se haveria
necessidade de termos identidades se não existissem outras diferentes delas. Já
vimos aqui que geralmente as identidades são formadas, independente da esfera
humana a que se referem, por traços que conferem aos membros de um grupo o
mesmo sentimento de pertencimento a tal identidade. Desse modo, um sujeito só
define as suas identidades a partir do momento em que conhece a existência de
outras práticas e visões de mundo, identificando-se com uma ou outra com base
em seus costumes e valores, ou seja, a diferença só existe quando existe o outro,
do contrário viveríamos em uma sociedade homogênea.
ATENCAO
Se você está tentando identificar as culturas por trás dessa imagem (Figura 30),
tome muito cuidado para não recair no estereótipo e no preconceito sobre elas. Ainda que
predomine uma caracterização generalista dos sujeitos, a própria imagem também retrata
que nem todos os sujeitos são iguais, e a noção de cultura é relativa.
53
UNIDADE 1 | APROFUNDANDO AS NOÇÕES DE CULTURA E IDENTIDADE
AUTOATIVIDADE
Agora que você refletiu, vou tentar explicar o propósito de escolher esta
imagem para discussão. Talvez você se identifique com uma das duas identidades
em questão e isso te faça tender para um dos lados, mas com certeza você concorda
que, independentemente da identidade de cada uma das mulheres, ambas
assumem as suas culturas como norma ao avaliar e opinar sobre a outra. Isso
porque tratam-se de duas identidades em que a vestimenta feminina é assumida
de maneiras distintas, para a mulher da esquerda, a vestimenta está associada
à liberdade de escolha, seja ela mais ou menos discreta; enquanto a mulher da
direita, a discrição é parte de uma tradição de resguardo da figura feminina. Com
isso, concluímos que não existiriam duas identidades diferentes nesse caso, se
não existissem práticas e costumes que as diferenciassem.
54
TÓPICO 4 | O QUE É IDENTIDADE?
Outro exemplo que pode ser citado, com base no estudo de Guizardi (2013),
é a tendência de construção da imagem da mulher brasileira em países europeus,
como a Espanha. O estudo destaca que à época, as mulheres representavam um
maior número de imigrações brasileiras, e discute como a visão hipersexualizada
e estereotipada sobre as brasileiras influenciou no local que elas ocuparam no
mercado de trabalho nesse país. Sobre o tema, a autora ressalta, dentre outras
questões, que tal visão reducionista sobre brasileiras é construída não apenas a
partir da própria percepção dos espanhóis, mas amparada na própria forma como
o Brasil vendia (e arrisco dizer que ainda vende) sua identidade “tropicalista”
mundo afora, através de agências de turismo internacional.
55
UNIDADE 1 | APROFUNDANDO AS NOÇÕES DE CULTURA E IDENTIDADE
NOTA
Essa ideia apresentada por Silva talvez seja familiar para você, afinal, o autor
também se apoia na teoria de Saussure sobre signos (significado e significante) a fim
de discutir como a diferença é formada. Você já aprendeu essa teoria? Se sim, você
lembra como ela funciona? A seguir, algumas informações essenciais sobre ela:
AUTOATIVIDADE
hond
chien
sobaka
significado
perro cão
cane
hond skuli
dog chien
significante sobaka
57
UNIDADE 1 | APROFUNDANDO AS NOÇÕES DE CULTURA E IDENTIDADE
ATENCAO
DICAS
Sugerimos como leitura para o tema da Cultura nas Ciências Sociais o artigo
de Ortiz (2002): As ciências sociais e a cultura.
58
TÓPICO 4 | O QUE É IDENTIDADE?
LEITURA COMPLEMENTAR
Resumo
59
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu que:
60
AUTOATIVIDADE
Tendo em vista estas três concepções de sujeito, associe cada uma delas às
concepções de identidade a seguir:
62
UNIDADE 2
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade, você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você en-
contrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – O MULTICULTURALISMO
TÓPICO 3 – A INTERCULTURALIDADE
63
64
UNIDADE 2
TÓPICO 1
O MULTICULTURALISMO
1 INTRODUÇÃO
Seja muito bem-vindo à segunda unidade do nosso livro de estudos!
Na primeira unidade, como você deve lembrar, discutimos conceitos muito
interessantes, por exemplo, identidade e cultura. Vimos como esses conceitos
se relacionam socialmente. Nesta unidade, dando continuidade ao estudo dos
aspectos culturais, organizamos conteúdos e atividades desafiadoras que o
ajudarão a entender melhor os diferentes olhares sobre a diversidade cultural.
Preparado para esta nova etapa?
2 AS VERTENTES DO MULTICULTURALISMO
Multiculturalismo parece um termo simples de entender, não é mesmo?
Seguindo a lógica da estrutura da palavra, poderíamos logo relacioná-lo ao
conceito de diversidade cultural, pois seu prefixo junto ao termo cultura remete
a uma vaga ideia de muitas culturas. Você sabe o que é prefixo? E sufixo, você
sabe?
NOTA
65
UNIDADE 2 | OS DIFERENTES ENFOQUES SOBRE A DIVERSIDADE CULTURAL
O sufixo “ismo”, você sabe para que ele serve? O que ele modifica nesse
termo? Para adivinhar, observe palavras que selecionei em que o sufixo ismo
também aparece, e tente descobrir o que elas têm em comum, em seu significado,
com o conceito de multiculturalismo.
FEMINISMO
MORALISMO
ILUMINISMO
Para facilitar a sua reflexão, faça a leitura das definições de cada uma delas,
retiradas do Dicionário Priberam da Língua Portuguesa (DPLP), disponível on-
line, e expostas a seguir:
66
TÓPICO 1 | O MULTICULTURALISMO
AUTOATIVIDADE
67
UNIDADE 2 | OS DIFERENTES ENFOQUES SOBRE A DIVERSIDADE CULTURAL
FIGURA 37 – MULTICULTURALISMO
AUTOATIVIDADE
68
TÓPICO 1 | O MULTICULTURALISMO
NOTA
69
UNIDADE 2 | OS DIFERENTES ENFOQUES SOBRE A DIVERSIDADE CULTURAL
AUTOATIVIDADE
70
TÓPICO 1 | O MULTICULTURALISMO
É por isso que autores como Canen (2007) e Silva (2010) questionam os
objetivos de uma perspectiva educativa que se limite ao respeito e à tolerância
com a diversidade, como a do multiculturalismo folclórico. Silva (2010, p. 100)
71
UNIDADE 2 | OS DIFERENTES ENFOQUES SOBRE A DIVERSIDADE CULTURAL
espera que a educação possibilite ao aluno sair do senso comum, do seu conforto,
e passe a explorar nas identidades ‘possibilidades de perturbação, transgressão e
subversão’, e a confrontar hegemonias e homogeneizações.
AUTOATIVIDADE
4 O MULTICULTURALISMO CRÍTICO
O marco do multiculturalismo se mistura com alguns momentos
importantes. Paraquett (2010, p. 141), com base em estudos de Hall, ressalta
que os deslocamentos que originaram sociedades multiculturais acentuaram-se
com o fim da II Guerra Mundial, em meados do século XX, quando intensificou-
se o fenômeno pós-colonial. Embora esses deslocamentos já existissem, o que
72
TÓPICO 1 | O MULTICULTURALISMO
contribuiu para sua intensificação foi “o fim do sistema imperial europeu e das
lutas pela descolonização e independência nacional, o fim da Guerra Fria e a
globalização” (PARAQUETT, 2010, p. 141).
73
UNIDADE 2 | OS DIFERENTES ENFOQUES SOBRE A DIVERSIDADE CULTURAL
74
TÓPICO 1 | O MULTICULTURALISMO
UNI
TURO S
ESTUDOS FU
PONTUAÇÃO
PARA O
ACERTO
75
UNIDADE 2 | OS DIFERENTES ENFOQUES SOBRE A DIVERSIDADE CULTURAL
UNI
DICAS
76
RESUMO DO TÓPICO 1
77
AUTOATIVIDADE
FIGURA 44 – ROCK
78
FIGURA 45 – TANGO
FIGURA 46 – SAMBA
79
80
UNIDADE 2 TÓPICO 2
O PROCESSO DE HIBRIDAÇÃO CULTURAL
1 INTRODUÇÃO
Olá, acadêmico! Chegamos ao Tópico 2 desta unidade. Neste tópico,
especificamente, vamos nos debruçar sobre o tema hibridação cultural, e
principalmente compreender o que há por trás do mercado cultural que impede
essa hibridação de ser reconhecida como a alma de nossa sociedade.
Como preparação para o que vem pela frente, solicito que você pense
um pouco sobre suas origens, seus ancestrais, bem como as origens de pessoas
próximas a você e comunidades de que participa. A ideia é que você foque nas
misturas que geraram o que você é hoje, e aquilo que determina a constituição
das suas identidades.
Este tópico está dividido em duas partes: a primeira parte trata do termo
hibridação e termos próximos (o que eles significam?); e a segunda e última parte
discute aspectos sociais relacionados à hibridação cultural.
81
UNIDADE 2 | OS DIFERENTES ENFOQUES SOBRE A DIVERSIDADE CULTURAL
menos os seus radicais. Assim funciona a lógica da hibridação. Quando uma raça,
religião, cultura, ou identidade, encontra-se com outra diferente dela, e interage,
conhecem-se mutuamente, inspiram-se, fazem trocas etc., aos poucos vão se
modificando e formando novas entidades.
82
TÓPICO 2 | O PROCESSO DE HIBRIDAÇÃO CULTURAL
Como você pode ver, tanto miscigenação, quanto sincretismo são termos
que se referem às combinações, misturas, diferenciando-se do termo hibridação
por serem mais específicos (mistura de quê?). Hibridação é aquele famoso termo
guarda-chuva, em que cabem todas as trocas culturais possíveis, por isso, o
favorito de pensadores como Canclini (2015).
NOTA
83
UNIDADE 2 | OS DIFERENTES ENFOQUES SOBRE A DIVERSIDADE CULTURAL
Ao misturamos azul com amarelo, forma a cor verde, certo? Mas, espera
um pouco, azul e amarelo não são cores suficientes? Por que precisamos do verde?
3 A INDÚSTRIA CULTURAL
Tendo em vista o processo de hibridação cultural, se originados a partir de
uma mistura de povos e realidades culturais, por que ainda hoje há quem afirme
uma identidade única? Qual o propósito de continuar a demarcar diferenças a
partir de identidades nacionais estáticas?
84
TÓPICO 2 | O PROCESSO DE HIBRIDAÇÃO CULTURAL
E
IMPORTANT
NOTA
A cultura, enquanto produto, deixa de ter valor por si própria para ganhar
um preço no mercado que, como qualquer outra mercadoria ou prestação de
serviço, visa o maior alcance da mídia e da compra. Como você já deve ter lido
em Hall (2005, p. 75), esse fenômeno é chamado de homogeneização cultural, e
para o autor:
85
UNIDADE 2 | OS DIFERENTES ENFOQUES SOBRE A DIVERSIDADE CULTURAL
TURO S
ESTUDOS FU
86
TÓPICO 2 | O PROCESSO DE HIBRIDAÇÃO CULTURAL
FIGURA 50 – ACAPULCO
FIGURA 51 – CHILE
DICAS
Caso você ainda não tenha entendido a lógica da indústria cultural, sugiro
que observe atentamente o esquema na Figura 19. Também sugiro que assista ao vídeo no
YouTube para que complemente seus estudos sobre o tema. Disponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=g8rjzDsnpqk>.
88
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
89
AUTOATIVIDADE
S T W R H Y I U O O N M I S R V
N I M T O H I B R I D A Ç Ã O L
A U N U R I T E M O L S I E M C
D O K N V B S I B J N M H I S Y
U I Ã Ç E R T E Ç A B E Ó L I A
G F U Ç Ã O L U M I H N Z U T T
M A T T A D O L E T U R R A E Z
V M I O A N P N H I G J B T R M
X T N D F W E Q X R E T B N C L
M E S T I Ç A G E M A A U A N I
T R I O D A C S I A A T Y U I A
Ç Q W E S T A B E C A S N I S A
P I S S L H U D O I S R T N E K
W M E R C A D O R H S I Ç É R L
M C U L T U R A L T G K M E I U
R R Z U H I B R Ç T H N L L O I
2 Que tal pesquisar um pouco sobre suas origens? Quem foram seus ancestrais?
Quem foram seus avós/bisavós e tataravós? Que hibridação houve em sua
família?
90
UNIDADE 2 TÓPICO 3
A INTERCULTURALIDADE
1 INTRODUÇÃO
Chegamos ao último tópico desta unidade! Você será guiado neste
momento da disciplina pelas diferentes perspectivas da interculturalidade.
2 FACES SOCIAIS DA INTERCULTURALIDADE
Depois de nos debruçarmos sobre tantas terminologias relacionadas
à cultura, tais como culto, multiculturalismo, hibridação cultural etc., o termo
interculturalidade não deve parecer tão estranho, ou parece? Qual é a diferença
dele para o termo multiculturalismo? O que você acha que ele significa?
NOTA
91
UNIDADE 2 | OS DIFERENTES ENFOQUES SOBRE A DIVERSIDADE CULTURAL
Incentivar o respeito e
combater a intolerância. Ideais mais radicais:
Decolonizar e pôr
fim aos privilégios e
desigualdades.
93
UNIDADE 2 | OS DIFERENTES ENFOQUES SOBRE A DIVERSIDADE CULTURAL
DICAS
94
TÓPICO 3 | A INTERCULTURALIDADE
PONTUAÇÃO
PARA O
ACERTO
95
UNIDADE 2 | OS DIFERENTES ENFOQUES SOBRE A DIVERSIDADE CULTURAL
UNI
3 A INTERCULTURALIDADE CRÍTICA
Voltando aos nossos estudos, a interculturalidade crítica, da maneira
como é apresentada por Walsh (2012), ainda é um projeto em construção, que
possui três pontos a serem enfrentados: (I) a matriz colonial do poder; (II) as
classificações raciais; (III) e o desenvolvimento do capitalismo mundial (moderno,
colonial eurocêntrico) (WALSH, 2012, p. 8).
DICAS
96
TÓPICO 3 | A INTERCULTURALIDADE
Uma das causas, como podemos ver, é o número de falantes, que se reduz
a cada dia em virtude da discriminação linguística, proibição de falar em espaços
públicos, e da pouca acessibilidade. Situações essas que levam pais que falam
essas línguas a deixarem de ensiná-las aos seus filhos por proteção, adaptando-
os ao idioma hegemônico (nesse caso, o espanhol). Esse pode ser um sinal claro
do seu iminente desaparecimento, já que, independentemente da pluralidade
linguística, apenas uma língua é valorizada socialmente. Além disso, o fator da
migração – em adaptação forçada às grandes cidades, uma vez que os territórios
indígenas vão diminuindo aos poucos –, bem como a hibridação das línguas,
ajudam nesse desaparecimento.
97
UNIDADE 2 | OS DIFERENTES ENFOQUES SOBRE A DIVERSIDADE CULTURAL
DICAS
Quer saber um pouquinho mais sobre o assunto? Sugiro que veja o seguinte
vídeo sobre o desaparecimento de línguas na América Latina: Disponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=_Fz6Pd64fok>. Acesso em: 30 jan. 2018.
Caso você queira levar essa problematização aos seus futuros alunos de
Espanhol, sugiro o poema Cuando muere una lengua”, de Miguel León-Portilla,
que passa essa sensibilidade através das palavras.
98
TÓPICO 3 | A INTERCULTURALIDADE
DICAS
Para ver este poema em forma de animação, produzido por Gabriela Badillo e
Cocolvú, acesse o site. Disponível em: <https://vimeo.com/80222661>. Acesso em: 30 dez.
2018.
99
UNIDADE 2 | OS DIFERENTES ENFOQUES SOBRE A DIVERSIDADE CULTURAL
AUTOATIVIDADE
100
TÓPICO 3 | A INTERCULTURALIDADE
101
UNIDADE 2 | OS DIFERENTES ENFOQUES SOBRE A DIVERSIDADE CULTURAL
que lhes é desconhecido. Por esse motivo, é essencial prepararmos nossas aulas
interculturais, quando já tivermos consciência dos conhecimentos prévios dos
nossos alunos, daquilo que eles mais precisam aprender sobre esse outro.
DICAS
E
IMPORTANT
ATENCAO
102
TÓPICO 3 | A INTERCULTURALIDADE
DICAS
103
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
104
AUTOATIVIDADE
105
Jamás se te olviden tus raíces Y si nos quieren marginar
Jamás se te olviden tus raíces Nunca nos vamos a dejar
Jamás se te olviden tus raíces Sólo existe una América
Jamás se te olviden tus raíces Hay que soñar, Latinoamérica
106
I– A partir da variação linguística é possível trabalhar o léxico dos diferentes
dialetos e problematizar hegemonias linguísticas e culturais.
II– A partir da paralinguagem pode-se evidenciar ao aluno que a comunicação
vai além da fala e compreende diversos outros aspectos culturais como os
gestos, movimentos etc.
III– A partir da análise de textos podem ser discutidos discursos preconceituosos
e intolerantes que os permeiam, podendo desconstruí-los.
a) ( ) INTERCULTURALIDADE RELACIONAL.
b) ( ) INTERCULTURALIDADE CRÍTICA.
c) ( ) INTERCULTURALIDADE FUNCIONAL.
107
a) ( ) INTERCULTURALIDADE RELACIONAL.
b) ( ) INTERCULTURALIDADE CRÍTICA.
c) ( ) INTERCULTURALIDADE FUNCIONAL.
a) ( ) INTERCULTURALIDADE RELACIONAL.
b) ( ) INTERCULTURALIDADE CRÍTICA.
c) ( ) INTERCULTURALIDADE FUNCIONAL.
108
FIGURA 65 – CARTAZ DE UM FÓRUM
a) ( ) INTERCULTURALIDADE RELACIONAL.
b) ( ) INTERCULTURALIDADE CRÍTICA.
c) ( ) INTERCULTURALIDADE FUNCIONAL.
109
a) ( ) INTERCULTURALIDADE RELACIONAL.
b) ( ) INTERCULTURALIDADE CRÍTICA.
c) ( ) INTERCULTURALIDADE FUNCIONAL.
110
UNIDADE 3
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade, você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você en-
contrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
111
112
UNIDADE 3
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Bem-vindo à última unidade do nosso livro de estudos! Você lembra
quando discutimos na unidade anterior que a interação depende não só da língua
como dos aspectos paralinguísticos? Pois este processo conjunto tem tudo a ver
com a relação entre língua e cultura que estudaremos neste tópico. Você sabe por
quê? A língua, em conjunto com a cultura, cria modos de viver e interpretar a
vida, e essa interação com o mundo acontece tanto por meio da fala e da escrita,
quanto através de expressões, como os gestos, os movimentos faciais etc.
• Charro
Se você nunca leu ou ouviu a palavra charro, sugiro que faça uma
rápida busca na internet para descobrir a tradução dela para o português.
Entre os resultados de sua busca, com certeza você se deparará com um ou
113
UNIDADE 3 | ASPECTOS CULTURAIS NO ENSINO DA LÍNGUA ESPANHOLA
mais significados possíveis. Veja na Figura 67, por exemplo, algumas definições
presentes no Dicionário on-line de língua espanhola da RAE – Real Academia
Espanhola.
Observe que a RAE nos oferece pelo menos sete opções de definições.
Quanto às traduções, alguma delas já era conhecida por você? As definições de
charro pela RAE coincidem com as traduções para o português que você encontrou
na internet? Lanço essas questões visando a sua reflexão, pois o significado
encontrado por você pode ser apenas um, dentre tantos outros existentes. Afinal,
sempre que você for traduzir uma palavra do português para o espanhol, terá
de escolher entre possibilidades de tradução, e adaptar a palavra a um outro
contexto: o de texto traduzido. Não fui claro? Então vou usar as palavras de
Karnal (2017, s. p.), a tradução é sempre uma adaptação, afinal toda língua é viva
e inalcançável como um todo, desse modo, a tradução sempre será condicionada
às escolhas lexicais do tradutor.
NOTA
114
TÓPICO 1 | A RELAÇÃO ENTRE LÍNGUA E CULTURA
Na Figura 67, podemos observar que a RAE nos oferece uma variedade
de significados, inclusive saindo do universo dos significados peninsulares que
a caracterizam. Dentre os sete usos da palavra apresentados, o México aparece
em dois deles, ambos relacionados a uma figura tradicional mexicana, que se
denomina charro, com indumentária típica, ilustrada na Figura 68.
Você já conhecia esta figura típica mexicana? Como você pode ver na
imagem, o traje tem origem no campo e está relacionado historicamente ao
trabalho ali realizado. Culturalmente, representa a nação mexicana ao lado dos
115
UNIDADE 3 | ASPECTOS CULTURAIS NO ENSINO DA LÍNGUA ESPANHOLA
mariachis, mas não são a mesma coisa. Como vimos em unidades anteriores, os
mariachis, diferentemente dos charros que têm relação com o trabalho no campo,
são caracterizados pela sua música.
NOTA
AUTOATIVIDADE
116
TÓPICO 1 | A RELAÇÃO ENTRE LÍNGUA E CULTURA
a) Charro na Colômbia
b) Charro na Argentina
117
UNIDADE 3 | ASPECTOS CULTURAIS NO ENSINO DA LÍNGUA ESPANHOLA
E
IMPORTANT
118
TÓPICO 1 | A RELAÇÃO ENTRE LÍNGUA E CULTURA
NOTA
Além da expressão charro, existem muitas outras que diferem de acordo com
o país hispanofalante. Sugiro que você acesse o site a seguir, para conhecer algumas delas.
Disponível em: <https://culturacolectiva.com/letras/de-norte-a-sur-palabras-latinas-con-
distintos-significados/>.
119
UNIDADE 3 | ASPECTOS CULTURAIS NO ENSINO DA LÍNGUA ESPANHOLA
maias pouco entendiam dessa língua, responderam à pergunta dos espanhóis com
um Ma’anaatik ka t’ann, que significa na língua maia algo como “eu não entendi”.
Os espanhóis, ao ouvirem essa resposta, entenderam, na pronúncia maia, Yucatán,
e deduziram que este era o nome do lugar, batizando-o dessa maneira.
120
TÓPICO 1 | A RELAÇÃO ENTRE LÍNGUA E CULTURA
DICAS
121
UNIDADE 3 | ASPECTOS CULTURAIS NO ENSINO DA LÍNGUA ESPANHOLA
4 O RELATIVISMO CULTURAL
Sob o viés do relativismo cultural, é importante salientar que o diálogo
entre culturas diferentes é válido quando não há a sobreposição de uma cultura a
outra. Você sabe o que é relativismo cultural? O que significa exatamente?
Essa tem sido uma expressão bastante usada nos últimos anos,
principalmente associada a situações de intolerância e apropriação cultural.
Segundo Pinezi (2010, s. p.), “o relativismo cultural é uma teoria que implica a ideia
de que é preciso compreender a diversidade cultural e respeitá-la, reconhecendo
que todo sistema cultural tem uma coerência interna própria”. Isto é, trata-se de
um olhar para as culturas na sua singularidade, sem comparações e hierarquias,
tratando cada cultura como única e insubstituível. Enquanto concepção
metodológica de pesquisa, esse relativismo implica que um pesquisador, tanto na
Antropologia quanto em outras ciências que dialogam com esta prática, emerjam
em uma cultura sempre com o pé no chão, e cientes de que todas as práticas ali
têm um significado e fazem parte de um sistema cultural (ibid).
122
TÓPICO 1 | A RELAÇÃO ENTRE LÍNGUA E CULTURA
123
UNIDADE 3 | ASPECTOS CULTURAIS NO ENSINO DA LÍNGUA ESPANHOLA
A PEDRA
Autor: Antonio Pereira (Apon)
Finalizando essa discussão, como afirma Pinezi (2010, s. p.), uma maneira
de resolver essa polarização é “por meio da ideia de que é importante valorizar
uma relação dialógica entre diferentes culturas, que possibilite a superação de
conflitos e o estabelecimento de um acordo entre elas”.
124
TÓPICO 1 | A RELAÇÃO ENTRE LÍNGUA E CULTURA
Sobre esta discussão é essencial que você saiba que nossas escolhas
metodológicas em sala de aula sempre estarão ligadas a uma determinada
abordagem ou princípio teórico. De acordo com Almeida Filho (2011, p. 159), mais
do que a escolha metodológica, a abordagem é que faz a diferença na didática de
uma língua-cultura, pois é a concepção que o profissional tem sobre esses termos
que vai guiar o seu planejamento e objetivos de ensino.
Como você já deve ter estudado, uma visão estruturalista de língua nasce
em meados do século XX, marcada pelas ideias de Ferdinand de Saussure –
linguista que levou a Linguística a legitimar-se enquanto ciência. Jordão (2006,
p. 2) explica que dentro do estruturalismo, priorizava-se a ideia de língua como
sistema (langue, como diria Saussure), deixando de lado o seu uso social (parole).
Estudada como um sistema abstrato, a língua é analisada como independente
do sujeito e este não atua sobre ela, apenas a usa para ter acesso ao mundo e à
verdade.
PRODUTO
CÓDIGO
CULTURA ALTA
CULTURA BAIXA
125
UNIDADE 3 | ASPECTOS CULTURAIS NO ENSINO DA LÍNGUA ESPANHOLA
A autora vai além e problematiza que esta perspectiva ainda está muito
presente nas salas de aula:
Quando olhamos para o que acontece na sala de aula de uma língua
adicional no Brasil, por exemplo, de língua inglesa ou espanhola, a
relação entre língua e cultura aparece fragmentada e as duas separadas:
a língua é entendida como código e a cultura como produtos culturais
associados a algumas nações onde essas línguas são usadas (GIL,
2014).
LÍNGUA
CULTURA
126
TÓPICO 1 | A RELAÇÃO ENTRE LÍNGUA E CULTURA
NOTA
127
UNIDADE 3 | ASPECTOS CULTURAIS NO ENSINO DA LÍNGUA ESPANHOLA
PARAQUETT, 2010, 2011; ALMEIDA FILHO, 2010 etc.), perspectiva não muito
distante da dos Parâmetros Curriculares Nacionais. Defende-se, nesse sentido,
que memorizar regras e normas não ajuda o aprendiz a explorar novas realidades
e visões de mundo a partir da língua.
permite genera
diversidad toma de
humana conciencia
para
conocimiento
de uno
mismo
Além disso, espera-se que o aluno compreenda que a língua não é estática,
ela é dinâmica; e que promova a diversidade linguística e cultural, reconhecendo
que somos todos diferentes e únicos.
128
TÓPICO 1 | A RELAÇÃO ENTRE LÍNGUA E CULTURA
129
RESUMO DO TÓPICO 1
• Os sujeitos atuam sobre a cultura e a linguagem, por isso os discursos são social
e historicamente situados.
130
AUTOATIVIDADE
131
_________ Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares para o Ensino Médio.
Linguagens, códigos e suas tecnologias. Brasília: Secretaria de Educação Média e
Tecnológica, 1999.
132
UNIDADE 3
TÓPICO 2
DA DIVERSIDADE À INTOLERÂNCIA
1 INTRODUÇÃO
Ao mesmo tempo em que presenciamos a internet viabilizando – em
conjunto com outras tecnologias – avanços educacionais, assistimos esse mesmo
elemento (a internet) tornar cada vez mais recorrente o contato entre pessoas
de cidades, estados, e até mesmo países diferentes, por meio de redes sociais
e afins. Porém, esse contato, presencial ou à distância, nem sempre é de mútuo
acolhimento. Nesse sentido, Lima (2014, p. 18) afirma que:
2 DIVERSIDADE OU DIFERENÇA?
Nas últimas duas décadas, os conceitos de diversidade e diferença
têm gerado amplos debates em pesquisas na área da educação, bem como em
políticas públicas nacionais e internacionais (RODRIGUES; ABRAMOWICZ,
2013). Considerando que estes também fazem parte das nossas discussões sobre
a prática de ensino de língua espanhola, você saberia distingui-los? Com base em
seu conhecimento de mundo, o que é diferença? Diversidade?
133
UNIDADE 3 | ASPECTOS CULTURAIS NO ENSINO DA LÍNGUA ESPANHOLA
E
IMPORTANT
Nenhum desses conceitos possui resposta pronta, muito pelo contrário. Até
mesmo dentro das ciências, os sentidos divergem e são debatidos. Sua resposta é importante
para que reflita e a aprofunde a partir do conhecimento científico.
134
TÓPICO 2 | DA DIVERSIDADE À INTOLERÂNCIA
DICAS
AUTOATIVIDADE
135
UNIDADE 3 | ASPECTOS CULTURAIS NO ENSINO DA LÍNGUA ESPANHOLA
136
TÓPICO 2 | DA DIVERSIDADE À INTOLERÂNCIA
Guatemala 1.
2.
3.
Honduras 1.
2.
3.
México 1.
2.
3.
Nicarágua 1.
2.
3.
Panamá 1.
2.
3.
Paraguai 1.
2.
3.
Peru 1.
2.
3.
Porto Rico 1.
2.
3.
República Dominicana 1.
2.
3.
Uruguai 1.
2.
3.
Venezuela 1.
2.
3.
Espanha 1.
2.
3.
FONTE: O autor
137
UNIDADE 3 | ASPECTOS CULTURAIS NO ENSINO DA LÍNGUA ESPANHOLA
138
TÓPICO 2 | DA DIVERSIDADE À INTOLERÂNCIA
FONTE: OLIVEIRA, Carlos R. O ensino de espanhol em um curso de letras EAD: uma análise a
partir da perspectiva da interculturalidade. 2017. Dissertação de Mestrado. Programa
de Pós-graduação em Linguística. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.
2017.
139
UNIDADE 3 | ASPECTOS CULTURAIS NO ENSINO DA LÍNGUA ESPANHOLA
DICAS
140
TÓPICO 2 | DA DIVERSIDADE À INTOLERÂNCIA
DICAS
141
UNIDADE 3 | ASPECTOS CULTURAIS NO ENSINO DA LÍNGUA ESPANHOLA
142
TÓPICO 2 | DA DIVERSIDADE À INTOLERÂNCIA
143
UNIDADE 3 | ASPECTOS CULTURAIS NO ENSINO DA LÍNGUA ESPANHOLA
AUTOATIVIDADE
1 Que tal medirmos ainda mais o seu nível de estereótipos quanto aos
países hispanofalantes? Observe as imagens a seguir, e selecione o país
que elas representam. Informações no site. Disponível: <http://www.
gororobacomcardamomo.com>.
144
TÓPICO 2 | DA DIVERSIDADE À INTOLERÂNCIA
a) ( ) Argentina.
b) ( ) México.
c) ( ) Guatemala.
d) ( ) Nicarágua.
a) ( ) Espanha.
b) ( ) Uruguai.
c) ( ) Argentina.
d) ( ) Chile.
145
UNIDADE 3 | ASPECTOS CULTURAIS NO ENSINO DA LÍNGUA ESPANHOLA
FIGURA 87 – ESTEREÓTIPOS
Segundo Goffman (1988, p. 5), “os gregos usavam a palavra estigma para
referir-se aos sujeitos demarcados com sinais corporais, de corte ou queimadura,
que deveriam ser evitados, tais como escravos, criminosos, etc.”.
146
TÓPICO 2 | DA DIVERSIDADE À INTOLERÂNCIA
AUTOATIVIDADE
A partir de sua resposta, ressalto que nos cabe, enquanto professores, levar
esse tipo de atividade como reflexão para nossos alunos, para mostrarmos que esse
tipo de estigma está normalmente associado à discriminação e à marginalização
do sujeito tatuado. Para sala de aula, o anúncio da Figura 89, ajuda no debate
sobre essa concepção negativa.
147
UNIDADE 3 | ASPECTOS CULTURAIS NO ENSINO DA LÍNGUA ESPANHOLA
148
TÓPICO 2 | DA DIVERSIDADE À INTOLERÂNCIA
Por último, temos os estigmas tribais, que podem ser de raça, nação e
religião, representados nas imagens a seguir:
149
UNIDADE 3 | ASPECTOS CULTURAIS NO ENSINO DA LÍNGUA ESPANHOLA
DICAS
150
RESUMO DO TÓPICO 2
151
AUTOATIVIDADE
MELO, Zélia Maria de. Estigmas: Espaço para exclusão social. Revista Symposium, v. 4, n.
especial, dez. 2000. Disponível em: <https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/2457/2457.PDF>.
Acesso em: 12 fev. 2018.
a) estigmas de caráter
b) estigmas tribais
c) estigmas corporais
( )
( )
152
( )
153
154
UNIDADE 3
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, fechando nossos estudos sobre os aspectos culturais da língua
espanhola, veremos possibilidades de atividades que ajudam na desconstrução
de estereótipos, estigmas e preconceitos.
Para isso, o tópico está dividido em duas seções: a primeira fala sobre
a importância de um debate em direção à tolerância nas escolas e no ensino de
LE, e a segunda é uma proposição de sequência didática sob uma perspectiva
intercultural.
155
UNIDADE 3 | ASPECTOS CULTURAIS NO ENSINO DA LÍNGUA ESPANHOLA
Embora o termo seja muito comum nos dias de hoje, o trabalho com a
tolerância no ensino de LE reside em discussões que vão para além do respeito
à diversidade. Dentre outros objetivos, espera-se que a aula de língua provoque
o enfrentamento de percepções de si e do outro que levam à intolerância. Nesse
sentido, no contexto do nosso país, em que a ideia de pertencimento à América
Latina é rejeitada por grande parte dos brasileiros (GRIMSON, 2000), uma aula
de língua espanhola ganha um outro tom. Afinal, sem a desconstrução dessa
visão depreciativa sobre os países hispanofalantes, aprender essa língua-cultura
não faria sentido, só causaria mais intolerância e choques culturais.
156
TÓPICO 3 | A PRÁTICA INTERCULTURAL DE ENSINO DE LE
157
UNIDADE 3 | ASPECTOS CULTURAIS NO ENSINO DA LÍNGUA ESPANHOLA
NOTA
Talvez a expressão sequência didática ainda seja nova para você. Ela é muito
comum no espaço escolar, pois refere-se justamente ao conjunto de atividades planejadas
em torno de um conteúdo. Uma sequência didática requer que essas atividades não sejam
soltas, estejam ligadas aos objetivos e organizadas conforme as etapas dos processos de
ensino e aprendizagem.
158
TÓPICO 3 | A PRÁTICA INTERCULTURAL DE ENSINO DE LE
AUTOATIVIDADE
Para iniciar, você, professor, deve apresentar-se aos alunos na terceira pessoa,
sem mencionar seu nome e usando informações particulares, porém menos
visíveis e mais generalistas (como descrições psicológicas, históricas etc.).
Evite informações que, porventura, os alunos já tenham e que usou em
sua apresentação no primeiro dia de aula. Torne natural esse processo de
apresentação usando uma história fictícia, como na imagem.
Reflexão: este momento é importante para que os alunos percebam que além
do papel de professor, você possui identidades e vivências que vão além da
sala de aula. Leve os alunos a perceberem isso antes de revelar que se trata de
uma descrição sua.
159
UNIDADE 3 | ASPECTOS CULTURAIS NO ENSINO DA LÍNGUA ESPANHOLA
Finalize a atividade perguntando aos alunos o que eles concluíram sobre cada
fase dela.
Reflexão: esta é uma parte muito importante, pois o aluno que está lendo se
coloca no lugar do outro, seja ele de outro gênero, classe social, raça, sexualidade,
etc. Os demais que estão ouvindo terão a função de descobrir mais sobre esse
colega, e com isso espera-se que percebam que julgamentos e preconceitos são
resultantes da pouca informação que têm.
160
TÓPICO 3 | A PRÁTICA INTERCULTURAL DE ENSINO DE LE
161
UNIDADE 3 | ASPECTOS CULTURAIS NO ENSINO DA LÍNGUA ESPANHOLA
• Explique também que as imagens são parte de uma campanha criada pelas
Nações Unidas, visando divulgar o Dia internacional da Discriminação
Racial, em 21 de março.
162
TÓPICO 3 | A PRÁTICA INTERCULTURAL DE ENSINO DE LE
DICAS
Reflexão: a questão histórica por trás dessa atividade é muito importante, pois
é ali que está a raiz do preconceito. Se necessário, leve textos complementares
sobre o tema do racismo. Enfatize que todos podemos errar ao rotular alguém,
mas mascarar esses rótulos não resolve o problema, é preciso entendê-los,
discuti-los e problematizá-los.
DICAS
163
UNIDADE 3 | ASPECTOS CULTURAIS NO ENSINO DA LÍNGUA ESPANHOLA
Oh oh oh Oh oh oh
164
TÓPICO 3 | A PRÁTICA INTERCULTURAL DE ENSINO DE LE
• Repita a música quantas vezes for necessário para que os alunos possam
preencher as lacunas. Em seguida, pergunte a eles:
165
RESUMO DO TÓPICO 3
166
AUTOATIVIDADE
Objetivos:
PARTE 1:
PARTE 2:
PARTE 3:
PARTE 4:
PARTE 5:
167
168
REFERÊNCIAS
ALMEIDA FILHO, J. C. P. Língua cultura na sala e na história. In: MENDES,
Edleise. Diálogos interculturais – ensino e formação em português língua
estrangeira. Campinas: Pontes, 2011.
CUCHE, D. A noção de cultura nas ciências sociais. 2. ed. Bauru: EDUSC, 2002.
169
EAGLETON, T. A ideia de cultura. Tradução por Sandra C. B. Revisão técnica
por Cezar M. 2. ed. São Paulo: Unesp, 2011.
170
LIMA, Tânia de S. A competência intercultural na formação de professores
de espanhol: estabelecendo diálogos em um curso de letras. Brasília. 2014.
Dissertação de mestrado. Programa de pós-graduação em Linguística Aplicada.
Universidade de Brasília, Brasília, 2014.
MELO, Zélia Maria de. Estigmas: Espaço para exclusão social. Revista
Symposium, v. 4, n. especial, dez. 2000. Disponível em: <https://www.maxwell.
vrac.puc-rio.br/2457/2457.PDF>. Acesso em: 12 fev. 2018.
171
PRIBERAM DA LÍNGUA PORTUGUESA. Aculturação. [On-line], 2008-2013.
Disponível em: <https://www.priberam.pt/dlpo/acultura%C3%A7%C3%A3o>.
Acesso em: 19 fev. 2018.
172
RIVERA. Petra. O triunfo do reggaeton: da marginalização ao ‘Despacito’,
ISTOÉ. 2017. Disponível em: <https://istoe.com.br/o-triunfo-do-reggaeton-da-
marginalizacao-ao-despacito/>. Acesso em: 19 fev. 2018.
173