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Sistema Nervoso

Prof. Msc. Renan dos Santos Baldaia

Disciplina de Fisiopatologia Geral


Curso de Odontologia
1ºSemestre 2014
1
“O sistema nervoso é o mais complexo e
diferenciado do organismo, sendo o primeiro
a se diferenciar embriologicamente e o último
a completar o seu desenvolvimento”

João Manoel Chapon Cordeiro – 1996.

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Neuroanatomia

3
Neuroanatomia

Sistema nervoso central


4
Neuroanatomia

Líquido
cefalorraquidiano

5
Neuroanatomia

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Neuroanatomia: Telencéfalo - Córtex Cerebral

Corpo Caloso
7
Neuroanatomia: Telencéfalo - Córtex Cerebral

8
Neuroanatomia: Telencéfalo - Córtex Cerebral

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Neuroanatomia: Diencéfalo

• Tálamo
 Sensibilidade
 Motricidade
 Emocionalidade

• Hipotálamo
 Controle SNAuton
 Reg. Temp. Corporal
 Sono e Vigília
 Ingestão de
Alimentos e água
 Diurese
 Sistema endócrino

• Epitálamo
 Glândula pineal
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Neuroanatomia: Diencéfalo

11
Neuroanatomia: Diencéfalo

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Neuroanatomia: Tronco Encefálico

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Neuroanatomia: Cerebelo

Córtex Motor Cerebelo


(Refinamento do movimento) 14
Neuroanatomia: Núcleos da Base

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Neuroanatomia: Núcleos da Base

Controle do Controle do Centro de Controle do


movimento movimento Organização movimento
Cerebral (Parkinson)
Sensação de
Prazer 16
Sistemas Neurais: Sistema Límbico

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Sistemas Neurais: Sistema Límbico

Aprendizagem
e
memória
Memória de Memória de
curto Prazo Longo Prazo

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Células Neuronais

Os neurônios são responsáveis pela recepção e transmissão dos 19


estímulos do meio (interno e externo)
TIPOS DE NEURÔNIOS
NEURÔNIO SENSORIAL

CORPO CELULAR CORPO CELULAR

Direção da condução NEURÔNIO


AXÔNIO ASSOCIATIVO

DENDRITOS

AXÔNIO

CORPO CELULAR
AXÔNIO

NEURÔNIO
MOTOR 20
DENDRITOS
Além dos Neurônios...

Células da Glia

Microglia
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Neurogênese

“No SNC dos adultos, as


vias neuronais são fixas e
imutáveis. Todas as células
deverão morrer e não
ocorrerá regeneração”

Ramon y Cajal – descrições


histológicas (1852-1934)

~100 anos depois - QUEBRA DE PARADIGMA


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<Neurogênese no cérebro adulto>
Neurogênese

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Neurogênese

Fatores que alteram neurogênese


Favorecem
• Experiências
– enriquecimento ambiental
– tarefas de aprendizado
– exercício físico

• Neuroquímicos
– fatores neurotróficos
– serotonina
– estrógeno

• Lesão cerebral 25
Neurogênese

Inibem

• Depressão

• Envelhecimento

• Estresse

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A comunicação interneural: Sinapse

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A comunicação interneural: Sinapse

Sinapse: Região de conexão entre um neurônio e uma


célula (podendo ser outro neurônio, célula muscular ou
célula glandular).
Interneurais Neuromusculares Neuroglandulares

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Potencial de ação

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SINAPSE
INTERNEURAL

Vesículas sinápticas
AXÔNIO
contém
NEUROTRANSMISSORES.

DENDRITO

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SINAPSE ou JUNÇÃO
AXÔNIO NEUROMUSCULAR
PLACA MOTORA:
neurônio motor(1) + fibra muscular(3)

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Potencial de repouso

Potencial de Repouso
da Membrana é o
Equilíbrio entre:

• Força de Difusão:
• Processo pelo qual as
moléculas distribuem-se
igualmente em um meio no
qual estão dissolvidas.

• Pressão Eletrostática: Equilíbrio das cargas elétricas.

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Potencial de Repouso

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Potencial de ação

Potencial de repouso: diferença de potencial entre a superfície externa e


interna, mantida pela Bomba Na/K

Potencial de ação: inversão (despolarização) do potencial de repouso,


ocasionado pela mudança temporária de permeabilidade aos íons Na/K
Potencial de ação

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Receptores e Transdução de Sinal

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Descrição: potencial de membrana
Para que ocorra a comunicação entre os neurônios, é necessário que ocorre o potencial de ação. E para
conseguirmos entender o que é o potencial de ação e como ele ocorre, precisamos entender o que é e como
acontece o potencial de repouso da membrana.
A constituição do LIC e o LEC é bastante parecida, porém, a diferença dos constituintes é extremamente
diferente, e essa diferença que dá todo o segredo do potencial de membrana e potencial de ação.
Nesse raciocínio, temos que o LIC e o LEC é composto por diversas substâncias, mas está destacadas aqui
algumas que são necessárias pra entender o potencial de ação.
O sódio (Na+) está muito mais concentrado fora da célula do que dentro, o potássio é o contrário, está muito
mais concentrado dentro da célula do que fora, enquanto o cloro está muito mais concentrado fora do que dentro
da célula.
Pra conseguir decorar essas diferenças, pense numa analogia simples. O espaço extracelular banha todas as
células, e o nosso oceano banha os continentes, o oceano é essencialmente o que? Salgado, ou seja, ele tem
muito Sal! E o sal é constituído de Cloreto de Sódio, cloro e sódio. E aí é só voltar aqui pro LIC e pro LEC
novamente e pensar que o espaço extracelular é o oceano, tem muito mais sódio e cloro.
Em relação ao potássio, ainda não inventei nenhuma analogia, então, decorem que ele está mais concentrado
dentro!
Depois que a gente entende todo o processo do potencial de ação fica mais simples enxergar essas diferenças
de concentração.
Essas diferenças de concentração se dão quando o neurônio está em repouso, ou seja, ele não está trabalhando,
não está transmitindo nenhuma informação, em outras palavras, ele não está excitado!
Essas diferenças nos LIC e nos LEC cria o que chamamos de potencial eletroquímico na membrana do neurônio.

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Descrição: potencial de membrana
Para entendermos por que um potencial de ação ocorre, precisamos primariamente entender por que existe um
potencial de membrana (potencial de equilíbrio). Como veremos, essa carga elétrica é o resultado de um
equilíbrio entre duas forças opostas: a de difusão e a pressão eletrostática.

O processo pelo qual os ions distribuem-se igualmente em um meio no qual elas são dissolvidas é chamado
difusão. Quando não existem forças ou barreiras para impedir a difusão, os íons difundem-se das regiões de alta
concentração para as regiões de baixa concentração.

Os íons (como o sódio, potássio, cloro) dividem-se em dois tipos básicos: os com carga positiva e os com carga
negativa. Vemos, por exemplo, que o sódio é carregado positivamente, enquanto que o cloro é carregado
negativamente.
Sem dúvida alguma, vocês devem ter aprendido que as partículas com a mesma carga repelem-se, mas as
partículas com cargas diferentes atraem-se, o mesmo acontece com os íons positivos e negativos. Negativo com
negativo ou positivo com positivo repelem-se e negativo com positivo ou vice-versa atraem-se. A força exercida
pela atração ou repulsão é denominada pressão eletrostática. Tal como a força de difusão move as pastículas
das regiões de alta concentração para as regiões de baixa concentração, a pressão eletrostática movimenta os
íons de um lugar para o outro: os positivos são empurrados para longe das regiões com excesso de positivos, e
os negativos são empurrados das regiões com excesso de negativos.

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Descrição: potencial de membrana
Vocês já viram em outras aulas que a membrana celular é cheio de proteínas, com diversas funções, e no
neurônio não é diferente.
E muitas dessas proteínas servem como canais de passagem desses íons, do meio extracelular para o meio
intracelular e do meio intracelular para o meio extracelular.
E a força desses ínons é formada a força de difusão e a pressão eletrostática e o equilíbrio dessas forças resulta
no potencial de membrana, ou seja, é quando a membrana está em repouso. E é importante dizer, que quando o
neurônio está em repouso, ele está muito mais carregado negativamente, enquanto que fora do neurônio está
carregado positivamente. Essa inversão de cargas irá acontecer quando estiver um potencial de ação.

Vimos que o íon potássio é mais concentrado dentro da célula, certo? Mais especificamente dentro do axônio,
logo, a força de difusão tende a empurrá-lo para fora da célula. Contudo, como o exterior da célula é carregado
positivamente em relação ao interior (e o potássio é carregado positivamente), a pressão eletrostática tende a
forçar o potássio para o interior. Desta forma, as duas forças opostas se equilibram e os íons potássio tendem a
permanecer onde estão.

O íon cloro está em maior concentração fora do axônio. A força de difusão “impura” esse íon para dentro.
Contudo, como o interior do axônio é negativamente carregado, a pressão eletrostática empurra o cloro para fora.
Novamente, as duas forças opostas equilibram-se.

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Descrição: potencial de membrana

O íon sódio também está em maior concentração fora do axônio, de modo que, tal como o
cloro, é empurrado para o interior da célula pela força de difusão. Mas, ao contrário do cloro, o
íon sódio é carregado positivamente, assim, a pressão eletrostática não impede que o sódio
entre na célula, na verdade, a carga negativa do interior do axônio atrai o sódio.
Considerando que ambas as forças (difusão e pressão eletrostática) tendem a empurrar o sódio
para o interior, como que ele consegue permanecer em alta concentração no líquido
extracelular?
A resposta é: o sódio entra na célula, porém, existe uma bomba sódio-potássio que empurra
continuamente o sódio para fora do axônio. Essas bombas trocam o sódio por potássio,
empurrando três íons de sódio pra fora e coloca dois íons de potássio pra dentro. A bomba de
sódio-potássio usam uma energia considerável, cerca de 40% dos recursos metabólicos de um
neurônio são usados para o funcionamento dessa bomba.

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Sistemas de Neurotransmissão: Colinérgico

Facilitação da
aprendizagem

Formação novas
memórias
Modulação do
sono REM
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Sistemas de Neurotransmissão: Colinérgico

Colina Acetil
Transferase

Acetilcolinesterase
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Doença de Parkinson

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Doença de Parkinson

• A doença de Parkinson, juntamente com


as Doenças de Alzheimer e Huntington,
formam o grupo das doenças
Neurodegenerativas;

• É um distúrbio de movimento progressivo


que acomete principalmente a população
idosa. 44
Sinais

• Tétrade de manifestações principais:


– Bradicinesia (pobreza e lentidão de
movimentos);
– Rigidez muscular;
– Tremor em repouso (que geralmente diminui
durante movimentos voluntários);
– Desequilíbrio postural, levando a um distúrbio
de marcha e quedas 45
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Epidemiologia
• Idade:
– As chances de ter o parkinson aumenta com a idade;

– Relato de paciente mais novo a apresentar sintomas de Parkinson:


10 anos, com primeiros sinais aos 2 (1875);

– Aumento da prevalência após os 60 anos;

– Picos entre 85-89 anos;

– Diminuição da prevalência após 90 anos;

– 100 a 200 casos a cada 100 mil habitantes (população geral);

– 7 casos a cada 100 mil habitantes (Etiópia)


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Fisiopatologia
RESPOSTA SISTEMA CORPO CELULAR INERVAÇÃO

Endócrina Túbero- Hipotálamo Hipófise


infundibular

Motora Nigro-estriatal Substância Negra Estriado

Psíquica Mesolímbico Área ventral do Sistema Límbico


tegmento
mesencefálico

Mesocortical Área ventral do Córtex Frontal


tegmento
mesencefálico 49
Fisiopatologia: via dopaminérgica
nigroestriatal
Diagnósticos
• Não há um teste laboratorial que detecte a
Doença de Parkinson;

• O diagnóstico é feito por meio do histórico


médico e um exame neurológico feito no
paciente;

• A melhora dos sinais por meio do tratamento


farmacológico confirma o diagnóstico;
Estriado

Normal DA

Acinesia
parkinsonismo Bradicinesia
DA
Rigidez
Tremor
tolerância
ao parkinsonismo
DA

Discinesia
Tardia movimentos
DA
orofaciais

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A doença de Alzheimer

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A doença de Alzheimer
• Doença neurodegenerativa mais
frequente associada à idade;

• Atinge 10% dos indivíduos acima de 65


anos e 40% acima dos 80 anos;

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A doença de Alzheimer
• Perda progressiva da memória;

• Com o avanço da doença, ocorrem


alterações na cognição, distúrbios
comportamentais como agressividade,
depressão e alucinações.

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Sinais e Sintomas

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A doença de Alzheimer

A doença de Alzheimer caracteriza-se, pela maciça perda


sináptica e pela morte neuronal observada nas regiões
cerebrais responsáveis pelas funções cognitivas, incluindo o
córtex cerebral, o hipocampo, o córtex entorrinal e o estriado
ventral.
Patogenia do Alzheimer

A proteína Tau é um importante


componente do citoesqueleto neuronal,
encontrada nos axônios e sendo
responsável pela estabilização dos
microtúbulos.
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Patogenia do Alzheimer

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Patogenia do Alzheimer
• Placas beta-amilóides

O acúmulo de placas beta-amilóides (agregado de proteínas)


induz sinalizações intracelulares que levam a morte neuronal. 60
Patogenia do Alzheimer

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