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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO


GRANDE DO SUL – UNIJUI

LUCAS PUFAL

CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS DA REGIÃO NOROESTE DO ESTADO DO


RIO GRANDE DO SUL PELA METODOLOGIA MCT

Ijuí
2015

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Classificação de Solos da Região Noroeste do Estado do RS pela Metodologia MCT
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LUCAS PUFAL

CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS DA REGIÃO NOROESTE DO ESTADO DO


RIO GRANDE DO SUL PELA METODOLOGIA MCT

Trabalho de Conclusão do Curso de Engenharia


Civil apresentado como requisito parcial para
obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientador: Prof. Me. Carlos Alberto Simões Pires Wayhs

Ijuí
2015

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Lucas Pufal (lucaspufal@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí, DCEEng/UNIJUÍ, 2015
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LUCAS PUFAL

CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS DA REGIÃO NOROESTE DO ESTADO DO


RIO GRANDE DO SUL PELA METODOLOGIA MCT

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de
ENGENHEIRO CIVIL e aprovado em sua forma final pelo professor orientador e pelo membro
da banca examinadora.

Ijuí, 15 de maio de 2015

Prof. Me. Carlos Alberto Simões Pires Wayhs

Mestre pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Orientador

Prof. Me. Lia Geovana Sala

Coordenadora do Curso de Engenharia Civil/UNIJUÍ

BANCA EXAMINADORA

Carlos Alberto S. P. Wayhs, Mestre em Engenharia Civil (UFRGS)

José Antônio S. Echeverria, Mestre em Engenharia Civil (UFRGS)

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Classificação de Solos da Região Noroeste do Estado do RS pela Metodologia MCT
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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, "Porque, quando perco toda a minha força, então tenho a
força de Cristo em mim." 2 Coríntios 12.10b.

A toda minha família que sempre me apoiou incondicionalmente, mesmo estando


distantes fisicamente se faziam presentes através de palavras incentivadoras.

A todos os amigos que me apoiaram em momentos difíceis e compartilharam momentos


de alegrias e vitórias.

Ao meu orientador Prof. Carlos Alberto Simões Pires Wayhs pela dedicação, auxílio e
exigências.

Agradeço a todos bolsistas e voluntários que me ajudaram no laboratório, seja na


execução de ensaios ou discussão de resultados. Principalmente aos colegas de pesquisas
relacionadas a Geotecnia: Anna, André, Bruna, Carine, Hugo, Jonatan, Nicole e Mariana.

Ao laboratorista Luiz Donato, e os auxiliares Tulio Ribeiro da Silveira e Roberto Petri


Brandão do Laboratório de Engenharia Civil da UNIJUÍ .

Ao MEC-SESu pela bolsa de Iniciação Científica no Programa de Ensino Tutorial.

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Lucas Pufal (lucaspufal@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí, DCEEng/UNIJUÍ, 2015
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RESUMO

PUFAL, Lucas. Classificação de Solos da Região Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul
pela Metodologia MCT. 2015. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil,
DCEEng, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Ijuí,
2015.

A classificação de solos pela metodologia MCT é de fundamental importância para pesquisas e


execução de pavimentos econômicos com utilização de solos tropicais. Desenvolvida
ineditamente no Brasil ainda é pouco utilizada no estado gaúcho, e com este trabalho de
conclusão de curso pretende-se difundir a utilização dos resultados através dela encontrados. Este
trabalho apresenta um capítulo introdutório, a revisão da literatura que introduz o leitor ao
assunto, a metodologia adotada, os resultados encontrados e as conclusões. Trata-se do resultado
de uma pesquisa relacionada a materiais alternativos para pavimentos econômicos em que o
objetivo principal é substituir bases de pavimentos convencionais, principalmente as de britas
graduadas, por solos ou misturas que alcancem as propriedades recomendadas. A partir dos
estudos propostos por Villibor e Nogami (2009), foi utilizada a classificação de solos pela
metodologia MCT. Inicialmente os ensaios relativos à classificação foram realizados em parceria
com outras universidades. Com a aquisição de equipamentos estes ensaios poderiam ser
realizados no laboratório de Engenharia Civil da UNIJUÍ. Como a pesquisa tem mostrado
resultados promissores quando se utilizam misturas de solo argiloso laterítico com areia natural,
buscou-se consolidar a realização dos ensaios de classificação no nosso laboratório. Como
sequência natural do projeto, a pesquisa a ser apresentada é de fundamental importância para
qualificação de solos para uso em pavimentos econômicos. A compreensão do processo de
classificação, adaptação de equipamentos, entendimento de metodologias de ensaios, permitirão o
aprofundamento de pesquisas futuras na utilização da metodologia MCT aplicada a pavimentos,
especialmente os destinados a rodovias vicinais. A partir da metodologia adotada foram
realizadas classificações pela Metodologia MCT e MCT Expedita também conhecida como
método das pastilhas, de diversas amostras de solo da Região Noroeste do Estado do Rio Grande
do Sul, atingindo um dos objetivos deste trabalho em começar a disposição de resultados em um
banco de dados. Complementarmente espera-se que ao longo do tempo o mesmo será expandido,
permitindo o uso de suas informações para escolha de solos em construção rodoviária e outras
aplicações geotécnicas.

Palavras-chave: Solos Argilosos Lateríticos. Método das Pastilhas. Pavimentos Econômicos.


Miniatura Compactada Tropical. Classificação de Solos Tropicais.

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Classificação de Solos da Região Noroeste do Estado do RS pela Metodologia MCT
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ABSTRACT

PUFAL, Lucas. Classificação de solos da Região Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul
pela Metodologia MCT e MCT Expedita. 2015. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de
Engenharia Civil, DCEEng, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul
– UNIJUÍ, Ijuí, 2015.

The soil classification by the MCT Methodology is fundamentally important to research and
implementation of economic pavements whit use of tropical soils. Developed unprecedentedly in
Brazil is still little used in Rio Grande do Sul state, and this monograph of course conclusion
aims to spread the use of the results found through it. This paper presents an introductory chapter,
the literature review that introduces the reader to the subject matter, the methodology adopted,
results and conclusions. This work is the result of research related to alternative materials for
economic pavements where the focus of the search is mainly replace conventional base asphalt
pavements, consisting mostly of BGS by soils or mixtures that meet the recommended
proprieties. From the studies proposed by the authors Villibor and Nogami (2009 ), soil
classification was used in this study required by the MCT Methodology. Initially the tests
concerning the Classification was carried out in partnership with other universities. With the
acquisition of equipment these tests may be performed in our own Civil Engineering Laboratory
on UNIJUÍ. How the Researches have showed promising results when using mixtures of Soil
Laterites Clayey with natural sand, we decided consolidate the realization of the classification
process in our laboratory. For a continuation to this research, this paper presented is of
fundamental importance in classification of soils to be used in economic paving. The
understanding of the classification process, equipment adaptation, trials methodology, will allow
to develop future research in the application of MCT methodology to paving , especially those in
the feeder roads. From the methodology adopted were held trials by MCT Methodology and
MCT Expedita, also known as the Method of the pastille, with several soil samples of the
Northwest Region of the Rio Grande do Sul state , reaching one of the objectives of this work in
putting the results in a database. In addition it is expected that the database will be expanded
over time, allowing the use of your information to choice of soils in road construction and other
geotechnical applications.

Keywords: Clay Soil Lateritic. Method of the Pastille. Economic Paving. Miniature Compacted
Tropical. Tropical Soil Classification.

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Lucas Pufal (lucaspufal@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí, DCEEng/UNIJUÍ, 2015
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LISTA DE FIGURAS

Figura 01: Limitações Granulométricas ............................................................................ 21


Figura 02: Triângulo de Classificação Trilinear ................................................................ 22
Figura 03: Classificação SUCS ......................................................................................... 24
Figura 04: Carta de Plasticidade ........................................................................................ 26
Figura 05: Esquema de Classificação para o SUCS .......................................................... 27
Figura 06: Esquema de Classificação para a AASHTO .................................................... 28
Figura 07: Gráfico de Classificação MCT ......................................................................... 32
Figura 08: Gráfico de Classificação MCT Expedita ......................................................... 34
Figura 09: Delineamento da Metodologia ......................................................................... 36
Figura 10: Materiais e Utensílios Iniciais do Ensaio M5 da Classificação MCT 1........... 39
Figura 11: Teor de Umidade x Massa de Água Adicionada ............................................. 40
Figura 12: Processo de Mistura e Armazenamento da Mistura ......................................... 40
Figura 13: Amostra de Solo e Utensílios para Próximo Procedimento do Ensaio M5 ..... 41
Figura 14: Cilindro, Base Metálica e Disco Espaçador Bipartido ..................................... 42
Figura 15: Funil e Cilindro com Solo ................................................................................ 42
Figura 16: Acomodação do Solo com Pilão e Cilindro com Solo Compactado................ 43
Figura 17: CP Compactado, Filtro e Soquete de Compactação Leve, Base Metálica ....... 43
Figura 18: Soquete de Compactação e Medida de Altura ................................................. 44
Figura 19: Paquímetro e Calço de tubo de PVC para ensaio M8 e Leitura Inicial ........... 45
Figura 20: Retirada do Disco Espaçador e Medida da Altura após "n" golpes ................. 45
Figura 21: Corpo de Prova após a Compactação e Início da Retirada do Corpo de Prova 46
Figura 22: Segundo momento da Extração em 10mm do Corpo de Prova ....................... 46
Figura 23: Terceiro Momento da Extração em 10mm do Corpo de Prova ....................... 47
Figura 24: Corpo de Prova Extraído em 10mm e em posição para o M8 ......................... 47
Figura 25: Execução do Ensaio M8 com Duas amostras com 5 Corpos de Prova cada ... 48
Figura 26: Diferença entre Corpo de Prova Muito Úmido e Muito Seco ......................... 49
Figura 27: Corpos de Prova com Umidade Próxima da Ótima ......................................... 49
Figura 28: Cálculo da Umidade de Moldagem na Tabela Digital ..................................... 50
Figura 29: Print da Planilha na aba "M5 e M8 UNIJUÍ" da Tabela Digital ...................... 51

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Classificação de Solos da Região Noroeste do Estado do RS pela Metodologia MCT
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Figura 30: Print 1 da aba "PLANILHA" ........................................................................... 52


Figura 31: Print 2 da aba "PLANILHA" ........................................................................... 52
Figura 32: Gráfico da aba "CURVA MCV" ...................................................................... 54
Figura 33: Gráfico da aba "CURVA COMPACTAÇÃO" ................................................ 54
Figura 34: Gráfico da aba "ALTURA".............................................................................. 55
Figura 35: Gráfico da aba"'PI"........................................................................................... 56
Figura 36: Gráfico da aba "Classificação MCT" ............................................................... 56
Figura 37: Parte de Utensílios Utilizados no Ensaio de Classificação Expedita ............... 57
Figura 38: Demais Utensílios Utilizados no Ensaio de Classificação Expedita ............... 58
Figura 39: Penetrômetro e Estufa ...................................................................................... 58
Figura 40: Ponto de Moldagem e Retirada do Excesso com Fio Dental ........................... 59
Figura 41: Pastilhas recém colocadas na estufa e 24 horas após ....................................... 60
Figura 42: Montagem do Sistema de Embebidação e Medição da Contração .................. 61
Figura 43: Variação de aspecto visual das pastilhas no início e fim da embebidação ...... 61
Figura 44: Penetração das Pastilhas .................................................................................. 62
Figura 45: Localização das cidades da retirada de amostras no Estado ............................ 64
Figura 46: Destaque na região com cidades da retirada de amostras ................................ 64
Figura 47: Umidade ótima das amostras classificadas ...................................................... 65
Figura 48: Curvas de Compactação Misturas ALA........................................................... 65
Figura 49: Curvas de Compactação Misturas ALAI ......................................................... 66
Figura 50: Curvas de Compactação Misturas ALARC ..................................................... 66
Figura 51: Curvas de Compactação amostras de Solo ...................................................... 67
Figura 52: Resultados Classificação MCT ........................................................................ 68
Figura 53: Resultados da Classificação MCT Expedita .................................................... 70

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LISTA DE SIGLAS

ABGE Associação Brasileira de Geologia de Engenharia e Ambiental

CC Coeficiente de Curvatura

CNU Coeficiente de Não Uniformidade

DNER-ME Departamento Nacional de Estradas de Rodagem - Método de Ensaio

DNIT Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes

EGC Engenharia Civil

EUA Estados Unidos da América

HRB Highway Research Board

AASHTO American Association of State Highway and Transportation Officials

IP Índice de Plasticidade

LA Areia Laterítica

LA’ Laterítico Arenoso

LG’ Laterítico Argiloso

LEC Laboratório de Engenharia Civil do Campus Ijuí da UNIJUÍ

LL Limite de Liquidez

LP Limite de Plasticidade

M5 Ensaio de Compactação Mini-MCV

M8 Ensaio de perda de massa por Imersão

M9 Procedimento de Classificação MCT

MCT Miniatura Compactada Tropical

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NA Areia Não Laterítica

NA’ Não Laterítico Arenoso

NBR Norma Brasileira Revisada

NG’ Não Laterítico Argiloso

NS’ Não Laterítico Siltoso

PET Programa de Ensino Tutorial

Pi Perda de Massa por Imersão

SUCS Sistema Unificado de Classificação de Solos

TCC Trabalho de Conclusão de Curso

UNIJUÍ Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul

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Lucas Pufal (lucaspufal@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí, DCEEng/UNIJUÍ, 2015
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 13

1.1 CONTEXTO ..................................................................................................... 14

1.2 TEMA ............................................................................................................... 15

1.3 PROBLEMA ..................................................................................................... 15

1.4 OBJETIVOS DE PESQUISA ........................................................................... 15

1.5 DELIMITAÇÃO ............................................................................................... 16

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................... 17

2.1 CLASSIFICAÇÕES PRELIMINARES ............................................................ 18

2.1.1 Classificação pela Origem................................................................................. 18

2.1.2 Classificação Pedológica ................................................................................... 19

2.1.3 Classificação Tátil-visual .................................................................................. 19

2.1.4 Classificação de Textura - Trilinear .................................................................. 20

2.2 CLASSIFICAÇões BASEADAs EM PARÂMETROS.................................... 23

2.2.1 Sistema Unificado de Classificação de Solos - SUCS ...................................... 23

2.2.1.1 Solos de granulação grossa - pedregulhos e areias ......................................... 24

2.2.1.2 Solos de granulação fina - siltes e argilas ........................................................ 25

2.2.2 Classificação Rodoviária - HRB/AASHTO ...................................................... 27

2.3 Classificação pela metodologia MCT ............................................................... 29

2.3.1 Classificação MCT - Mini-MCV (M5) e Perda de Massa por Imersão (M8) ... 29

2.3.2 Classificação MCT Expedita............................................................................. 32

3 METODOLOGIA ........................................................................................... 35

3.1 ESTRATÉGIA DE PESQUISA ........................................................................ 35

3.2 DELINEAMENTO ........................................................................................... 36

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Classificação de Solos da Região Noroeste do Estado do RS pela Metodologia MCT
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3.3 Ensaios para Classificação MCT do solo .......................................................... 37

3.3.1 Ensaio de Compactação do Solo ....................................................................... 37

3.4 Classificação do Solo ........................................................................................ 38

3.4.1 Ensaios M5 e M8 da Classificação MCT .......................................................... 38

3.4.2 Ensaios de Classificação MCT Expedita .......................................................... 57

4 RESULTADOS ................................................................................................ 63

4.1 Compactação ..................................................................................................... 65

4.2 Classificação MCT ............................................................................................ 67

4.3 Classificação MCT Expedita - método das Pastilhas ........................................ 68

5 CONCLUSÃO ................................................................................................. 71

REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 73

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Lucas Pufal (lucaspufal@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí, DCEEng/UNIJUÍ, 2015
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1 INTRODUÇÃO

Segundo LOPES, CARDOSO e PICCININI (2008), o transporte de carga é um serviço


fundamental na cadeia de produção e distribuição de bens industriais e agrícolas. O Ministério
dos Transportes estima que 58% desse transporte é realizado através de rodovias, o que faz do
transporte rodoviário no país um fator determinante da eficiência e da produtividade sistêmica da
economia. Comparações internacionais revelam que há espaço significativo para melhoria da
eficiência da atividade no Brasil.

Segundo a Diretoria de Planejamento e Pesquisa (DNIT, 2014), 78,6% da Rede do


Sistema Nacional Viário do Brasil não é pavimentada, sendo que 92,2% são de Jurisdição
municipal. Ainda, conforme o Sistema de Gerência de Pavimentos (DNIT, 2013), em 2013 no
Rio Grande do Sul 90,5% das rodovias não eram pavimentadas, das quais 97,2% eram de
jurisdição municipal. Pode-se observar que há uma grande dificuldade em todo o País para
garantir a pavimentação da malha rodoviária, porém percebe-se que a maior dificuldade encontra-
se nos pequenos municípios que não possuem condições de fazer grandes investimentos na
infraestrutura Viária.

Como alternativa para reduzir os custos de implantação de rodovias e, no intuito de


acelerar o desenvolvimento do País, surgiram conceitos de pavimentos econômicos que
substituem materiais tradicionalmente utilizados por outros alternativos. Conforme Villibor et al.
(2009) um pavimento pode ser considerado de baixo custo quando, dentre outras possibilidades,
diminuir o custo com a utilização de bases constituídas de solos in natura, ou em misturas, com
custos substancialmente inferiores às bases convencionais tais como: brita graduada, solo
cimento, macadame hidráulico ou macadame betuminoso.

Buscando viabilizar a construção de pavimentos econômicos com bases de solos in natura


ou misturas de solos, foram iniciadas pesquisas referentes ao assunto em 2012 na UNIJUÍ -
Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. O solo de Ijuí se mostrou
bastante promissor para esta alternativa de pavimentação principalmente quando misturado com
areia (BERNARDI, 2013), atingindo assim resultados de Solos Finos Lateríticos, inicialmente

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Classificação de Solos da Região Noroeste do Estado do RS pela Metodologia MCT
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recomendados por Villibor e Nogami (2009) para utilização em bases de pavimentos econômicos,
técnica aprovada e largamente utilizada no estado de São Paulo.

Para o apoio à pesquisa, é fundamental a classificação do solo e misturas pela


Metodologia MCT - Miniatura Compactada Tropical, criada especificamente para solos tropicais.
No segundo semestre do ano de 2014 o Departamento de Engenharia Civil da UNIJUÍ adquiriu
os equipamentos necessários para a execução dos ensaios de classificação, que foram instalados
no Laboratório de Engenharia Civil - LEC, possibilitando iniciar uma pesquisa focada apenas
neste processo. A partir das classificações pretende-se criar um banco de dados com a descrição
das propriedades físicas para cada tipo de solo da região, servindo de auxílio na execução de
obras de engenharia, principalmente rodoviárias.

1.1 CONTEXTO

No mês de maio de 2013 o autor ingressou como voluntário no grupo de pesquisas de


solos do PET - EGC (Programa de Educação Tutorial da Engenharia Civil) da UNIJUÍ. E em
2014 passou à ser bolsista e passou a fazer parte da equipe do projeto de pesquisa institucional da
UNIJUÍ, Estudo e Desenvolvimento de Novos Materiais, vinculado ao Grupo de Pesquisa em
Novos Materiais e Tecnologias para Construção. Decorre daí a escolha do tema, sendo sequência
e parte do projeto de pesquisa.

O intuito das pesquisas sempre esteve voltado à substituição da base dos pavimentos
convencionais por bases de pavimentos econômicos, do qual se destacam as pesquisas com
misturas SLAD (Solo Laterítico com Agregado Descontínuo) e ALA (Argila Laterítica com
Areia). Para que se dê continuidade as pesquisas se faz necessária a classificação dos solos e
misturas utilizadas através da Metodologia MCT. A partir de então montou-se um planejamento
para que fossem iniciadas pesquisas referentes a classificação geotécnica dos solos da região
noroeste do Estado do Rio Grande do Sul pela Metodologia MCT e MCT Expedita, conhecida
como método das Pastilhas.

Quando surgiu a necessidade da temática, autor e orientador aceitaram o desafio de tomar


conhecimento dos ensaios laboratoriais e das metodologias, até então, nunca realizadas no
laboratório de Engenharia Civil da UNIJUÍ.

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1.2 TEMA

Definir a classificação de diferentes tipos de solos da região noroeste do Estado do Rio


Grande do Sul, a fim de criar um banco de dados com as informações obtidas, e ainda, analisar a
relação entre a classificação de solos tropicais, fazendo uso da Metodologia MCT e MCT
Expedita pelo método das Pastilhas.

1.3 PROBLEMA

A utilização de solos como bases de pavimentos econômicos só é possível quando o mesmo


apresentar propriedades físicas favoráveis. Para saber se um solo atende o recomendado precisamos
realizar os ensaios da Metodologia MCT, dos quais a classificação faz parte.

A principal dificuldade enfrentada foi na execução dos ensaios, devido a inexistência das
normas originais criadas por Villibor e Nogami, que foram procuradas com grande empenho na
internet e através de contato com empresas e departamentos públicos que pudessem ter acesso as
normas. Por este motivo foram utilizadas as normas do DNER-ME (256/94 e 258/94) para a
classificação MCT. Já para a classificação expedita buscou-se no artigo Método das Pastilhas para
Identificação Expedita de Solos Tropicais dos autores Fortes, Merighi e Zuppollini Neto (2002),
além das orientações do livro Pavimentos Econômicos de Villibor e Nogami (2009), e algumas
adaptações quanto a procedimentos, dispositivos e acessórios.

1.4 OBJETIVOS DE PESQUISA

Objetivo Geral:
 Classificar amostras de solos da região noroeste do Estado e consolidar a execução
dos ensaios de classificação da Metodologia MCT no Laboratório de Engenharia
Civil da UNIJUÍ, e através dos resultados criar um banco de dados.
Objetivos específicos:
 Compreender o procedimento dos ensaios da metodologia MCT para que se tenha
confiabilidade nos resultados encontrados;
 Classificar as misturas propostas pelas pesquisas desenvolvidas na UNIJUÍ;

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 Encontrar na região solos arenosos finos lateríticos, reconhecidamente melhor


recomendados por Villibor e Nogami para utilização em bases de pavimentos
econômicos.

1.5 DELIMITAÇÃO

Este trabalho delimita-se na classificação de amostras de solo e misturas propostas,


permitindo inferir propriedades qualitativas para uso em pavimentos econômicos.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Conforme Pinto (2006), a grande quantidade de solos existentes e as diversas solicitações


de interesse da Engenharia levou à criação de agrupamentos conforme as características físicas
obtidas para cada tipo. Através destes, pode-se estimar o provável comportamento do solo, ou
pelo menos orientar o profissional sobre as análises e metodologias a serem adotadas para
averiguar as propriedades necessárias para a projeção e execução de obras de engenharia.

Neste trabalho serão apresentadas algumas formas de classificação de solos para


aplicações em obras de Engenharia. Iniciando com uma classificação preliminar em campo, até as
mais conceituadas e conhecidas, que necessitam de equipamentos e um laboratório confiável.
Para melhor entendimento a revisão foi dividida da seguinte maneira:

Classificações Preliminares:

 Classificação pela Origem;


 Classificação Pedológica;
 Classificação Tátil-visual
 Classificação pela Textura - Trilinear.

Classificações baseada em parâmetros:


 Sistema Unificado de Classificação de Solos - SUCS;
 Classificação Rodoviária - HRB/AASHTO (Highway Research Board/ American
Association of State Highway and Transportation Officials);

Classificação pela Metodologia MCT - miniatura compactada tropical:


 Classificação MCT;
 Classificação MCT Expedita - Método das Pastilhas;

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Classificação de Solos da Região Noroeste do Estado do RS pela Metodologia MCT
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2.1 CLASSIFICAÇÕES PRELIMINARES

Para a maioria destas classificações, são adotados parâmetros de conhecimento teórico,


visual e até mesmo da experiência do laboratorista, pesquisador ou profissional que realiza a
classificação, o único procedimento que exige ensaios laboratoriais normatizados é a
classificação pela textura, conhecida como Trilinear.

2.1.1 Classificação pela Origem

Segundo Pinto (2006), conhecer a origem de determinado solo pode apresentar


importantes características e possibilitar uma estimativa correta sobre o comportamento do solo
em determinada situação. Conforme a origem, os solos podem ser classificados em dois grandes
grupos: Residuais e Transportados.

Solos residuais são aqueles de decomposição das rochas que se encontram no próprio
local em que se formaram. Para que ocorram, é necessário que a velocidade de
decomposição da rocha seja maior do que a velocidade de remoção por agentes externos.
A velocidade de decomposição depende de vários fatores, entre os quais a temperatura, o
regime de chuvas e a vegetação. As condições existentes nas regiões tropicais são
favoráveis a degradações mais rápidas da rocha, pela qual as maiores ocorrências de
solos residuais situam-se nessas regiões, entre elas o Brasil (PINTO, 2006).

Pinto (2006) destaca também, que dentre os solos residuais temos os solos maduros que já
se tornaram homogêneos devido a decomposição da rocha-mãe, os solos saprolíticos (conhecidos
como solo residual jovem) que mantém a estrutura da rocha-mãe porém sem consistência de
rocha e baixa resistência e ainda as rochas alteradas que devido a alteração apresentam fraturas
ou zonas de menor resistência com grandes blocos da rocha original.

Ainda conforme Pinto (2006), os solos transportados são aqueles que foram levados ao
seu atual local por algum agente de transporte. E as características do solo são função do agente
transportador. Os solos formados por ação da gravidade são conhecidos como coluvionares.
Aqueles resultantes do carreamento pela água são os aluviões ou solos aluvionares. Os que foram
transportados pelo vento dão origem a depósitos eólicos, e ainda, aqueles transportados por
geleiras dão origem aos drifts (comuns na Europa e nos EUA).

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2.1.2 Classificação Pedológica

Segundo Maciel Filho (1997), de acordo com a formação pedológica os solos se dividem
em três grandes grupos:

Os grupos de solos são divididos em zonais, intrazonais e azonais. Os zonais são os


solos maduros, os intrazonais são solos jovens, com características pedogenéticas pouco
desenvolvidas e influenciados por condições locais especiais, e os azonais são solos
jovens sem características pedogenéticas desenvolvidas (MACIEL FILHO, 1997).

Para esta classificação é necessário estar no local da retirada da amostra, para que se
analise a formação geológica daquele solo analisando o entorno do local, verificando a presença
de rochas afloradas, fase de transição ou solo residual maduro.

2.1.3 Classificação Tátil-visual

Segundo Pinto (2006), quando necessário descrever um solo sem dispor de resultados de
ensaios, o tipo de solo e seu estado devem ser estimados, e para isso utiliza-se uma identificação
tátil-visual, manuseando-se o solo e sentindo sua reação ao manuseio. Cada profissional deve
desenvolver sua própria habilidade para identificar solos. O primeiro aspecto a ser analisado é a
provável quantidade de grossos (areia e pedregulho) existente no solo. Grãos de pedregulhos são
bem distintos, mas grãos de areia podem se encontrar envoltos por partículas mais finas. Para se
ter a distinção nos dedos, é necessário umedecer o solo de forma que os torrões de argila se
desmanchem e perceba-se assim a presença ou não de areias. Se a amostra estiver seca, a
proporção de finos e grossos pode ser estimada esfregando-se uma pequena porção do solo sobre
uma folha de papel. As partículas finas (siltes e argilas) impregnam-se no papel, ficando isoladas
as partículas arenosas. Os procedimentos são descritos a seguir:

a) Resistência a seco - Ao se umedecer uma argila, moldar uma pequena pelota irregular
(dimensões na ordem de 2 cm) e deixá-la secar ao ar, a pelota fica muito dura e, quando
quebrada , divide-se em pedaços bem distintos. Ao contrário, pelotas semelhantes de
siltes são menos resistentes e se pulverizam quando quebradas.
b) Shaking Test - Ao se formar uma pasta úmida (saturada) de silte na palma da mão,
quando se bate esta mão contra a outra, nota-se o surgimento de água na superfície. Ao
se apertar torrão com os dedos polegar e indicador da outra mão, a água reflui para o
interior da pasta (é semelhante à aparente secagem da areia da praia, ao redor do pé,
quando se pisa no trecho saturado, bem junto ao mar). No caso de argilas, o impacto das
mãos não provoca o aparecimento de água.
c) Ductilidade - Ao se moldar um solo com umidade em torno do limite de plasticidade
com as mãos, nota-se que as argilas apresentam-se mais resistentes nessa umidade do
que as siltes.

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Classificação de Solos da Região Noroeste do Estado do RS pela Metodologia MCT
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d) Velocidade de Secagem - A umidade que se sente de um solo é uma indicação relativa


ao LL e LP do solo. Secar um solo na mão do LL (Limite de Liquidez) até o LP (Limite
de Plasticidade). por exemplo, é tanto mais rápido quanto menor o intervalo entre os dois
limites, ou seja, o IP (Índice de Plasticidade) do solo.
A informação relativa ao tipo de solo deve-se acrescentar a estimativa de seu estado. A
consistência de argilas é mais fácil de ser avaliada pela resistência que uma porção de
solo apresenta ao manuseio. A compacidade das areias é de mais difícil avaliação, pois
as amostras mudam de compacidade com o manuseio. É necessário desenvolver uma
maneira indireta de estimar a resistência da areia no seu estado natural. Esses parâmetros
geralmente são determinados pela resistência que o solo apresenta ao ser amostrado pelo
procedimento padronizado nas sondagens (PINTO, 2006).

2.1.4 Classificação de Textura - Trilinear

Observa-se na citação de Pinto (2006), a importância e a necessidade de se ter um correto


conhecimento da granulometria dos solos estudados.

Os sistemas de classificação que se baseiam nas características dos grãos que constituem
os solos têm como objetivo a definição de grupos que apresentam comportamentos
semelhantes sob os aspectos de interesse da Engenharia Civil. Nestes sistemas, os
índices empregados são geralmente a composição granulométrica e os índices de
Atterberg (PINTO, 2006).

Para a classificação Trilinear como para os métodos tradicionais da SUCS e da AASHTO


a granulometria é fundamental, e devido a presença de partículas de menor dimensão. O processo
para determinação granulométrica dos solos a serem estudados será a sedimentação, que é
normatizada pela NBR 7181 (ABNT, 1984).

Conforme a NBR 6502 (ABNT, 1995) a classificação de acordo com o tamanho dos grãos
tem os seguintes limites para cada tipo de solo:

 A Argila é o solo de granulação fina constituída por partículas de dimensões


menores que 0,002 mm.
 Silte, solo que apresenta baixa ou nenhuma plasticidade, que exibe baixa
resistência quando seco ao ar, com propriedades dominantes devido a parte
constituída pela fração silte. É formado por partículas com diâmetro
compreendidos entre 0,002 mm e 0,06 mm.
 Areia, solo não coesivo e não plástico formado por minerais ou partículas de
rochas com diâmetros compreendidos entre 0,06 mm e 2,0 mm e dividida em três
tamanhos: Areia fina tem diâmetro entre 0,06 mm e 0,20 mm, a areia média entre
0,20 mm e 0,60 mm e a areia grossa entre 0,60 mm e 2,0 mm.

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 Pedregulho é o material formado por minerais ou partículas de rocha com


diâmetro entre 2,0 mm e 60,0 mm e dividido em três tamanhos: O pedregulho fino
está compreendido entre 2,0 mm e 6,0 mm, o pedregulho médio entre 6,0 mm e
20,0 mm e o pedregulho grosso entre 20,0 mm e 60,0 mm.

Para melhor visualização, a Figura 01 foi criada para ilustrar em escala logarítmica a
localização das peneiras e as divisões conforme a granulometria segundo os conceitos da NBR
6502 (ABNT, 1995).

Figura 01: Limitações Granulométricas

Fonte: Autoria Própria

Para a classificação Trilinear, necessita-se a curva granulométrica do ensaio de


sedimentação, onde retiram-se os dados das porcentagens de argila, silte e areia da amostra em
estudo. Maciel Filho (1997) comentou que:

Pela classificação trilinear do solo, a identificação é feita em função das proporções


entre areia, silte e argila, utilizando-se um diagrama trilinear. Sobre cada um dos três
eixos coordenados se representa uma dessas três frações granulométricas. O diagrama
está dividido em zonas a cada qual corresponde um tipo de solo (MACIEL FILHO,
1997).

Conforme Maciel Filho (1997), a classificação funciona de maneira simples. A partir do


ponto (em um dos lados do triângulo) que indica a porcentagem de areia, silte ou argila
(encontrada no ensaio de sedimentação), traça-se uma reta paralela ao lado seguinte do triângulo
(em sentido anti-horário). Traçadas as três retas de porcentagens, teremos um ponto de encontro
entre elas, que indicará visualmente a classificação desta amostra de solo.

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Classificação de Solos da Região Noroeste do Estado do RS pela Metodologia MCT
22

Através desta rápida classificação pode-se aferir propriedades e comportamentos para o


solo analisado de maneira rápida e confiável, onde o único requisito é o ensaio de granulometria
por sedimentação do solo.

Na Figura 02 apresenta-se o triângulo utilizado por Senço (1997), onde o processo de


classificação é o mesmo descrito por Maciel Filho (1997). As relações de L e h são apenas para
aferição da distância dos lados do triângulo, irrelevantes para a classificação do solo em si.

Figura 02: Triângulo de Classificação Trilinear

Fonte: SENÇO (1997)

Podemos observar a simplicidade do gráfico de classificação, e as divisões entre os tipos


de solo que claramente são separadas de acordo com a sua granulometria.
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2.2 CLASSIFICAÇÕES BASEADAS EM PARÂMETROS

Baseadas nos parâmetros de granulometria e índices de consistência do solo, conhecidos


como Limites de Atterberg, são realizadas as classificações mais reconhecidas mundialmente, a
SUCS e a AASHTO.

2.2.1 Sistema Unificado de Classificação de Solos - SUCS

Segundo Das (2007) a forma original do Sistema Unificado de Classificação de Solos foi
proposta por Casagrande em 1942 para uso nos trabalhos de construção de aeroportos sob
responsabilidade do Army Corps of Engineers durante a Segunda Guerra Mundial. Em
cooperação com o U.S. Bureau of Reclamation, esse sistema foi revisto em 1952 e atualmente é
utilizado por engenheiros. O sistema classifica os solos em duas amplas categorias:

1 - Solos de grãos grossos que têm a natureza de pedregulho e de areia com menos de
50% passando pela peneira Nº 200. Os símbolos do grupo iniciam com um prefixo G ou
S. G representa pedregulho ou solo pedregulhosos e S representa areia ou solo arenoso.
2 - Solos de grãos finos são constituídos de 50% ou mais passando pela peneira Nº 200.
Os símbolos de grupo iniciam com prefixos M, que representa silte inorgânico; C, que
representa argila inorgânica; ou O, que representa siltes e argilas orgânicos. O símbolo
Pt é utilizado para turfa, terra preta (muck) e outros solos altamente orgânicos (DAS,
2007).

Assim como para a classificação trilinear, as quantidades em percentagem de


pedregulhos, areias, siltes e argilas são obtidas a partir do ensaio de granulometria por
sedimentação. Lembrando que para solos finos, é necessário encontrar os Limites de Liquidez e
Índice de Plasticidade.

Conforme Das (2007), algumas informações são necessárias para que possa se fazer a
classificação adequada pelo SUCS, que são:

1 - Porcentagem de pedregulho - ou seja, a fração que passa pela peneira de 76,2mm e é


retida na peneira Nº 4 (4,75mm de abertura);
2 - Porcentagem de areia - ou seja, a fração que passa na peneira Nº4 (4,75mm de
abertura) e é retida na peneira Nº200 (0,075mm de abertura);
3 - Porcentagem de silte e argila - ou seja, a fração mais fina que a peneira Nº200
(0,075mm de abertura);
4 - Coeficiente de uniformidade (Cu) e o coeficiente de curvatura (Cc);
5 - Limite de Liquidez e índice de plasticidade da fração do solo que passa na peneira
Nº40 (DAS, 2007).

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Classificação de Solos da Região Noroeste do Estado do RS pela Metodologia MCT
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Conforme Pinto (2006), a simbologia utilizada para a classificação está representada na


Figura 03, onde a terminologia utilizada deriva do idioma inglês com os seguintes significados: G
- gravel, S - sand, M - mö (silte em sueco), C - clay, O - organic. W - well, P - poor, H - high, L -
low. Pt - peat.

Conforme Das (2007), pode-se observar que a Classificação SUCS permite várias
combinações referentes aos dados complementares dos diferentes tipos de solo, o que abrange
possibilidades de pedregulhos bem graduados com alta compressibilidade até argilas mal
graduadas de baixa compressibilidade.

Figura 03: Classificação SUCS

Classificação SUCS
Letra Descrição Tipo
G Pedregulho Solos
S Areia Grossos
Tipo Principal do
M Silte
Solo Solos
C Argila
Finos
O Solo Orgânico
W Bem graduado
Dados P Mal graduado
Complementares H Alta compressibilidade
L Baixa compressibilidade
Solo Altamente
Pt Turfas
Orgânico
Fonte: Autoria Própria

2.2.1.1 Solos de granulação grossa - pedregulhos e areias

Segundo Pinto (2006), a diferenciação para solos granulares entre arenosos e


pedregulhosos está na predominância, ou seja, a maior porcentagem de grãos entre os dois
estabelece o nome da classificação final. E para complementar a classificação, dividindo entre
bem e mal graduado, faz-se necessário analisar os coeficientes de não uniformidade (CNU) e de
curvatura (CC), que são definidos pelas Equações 1 e 2 respectivamente:

(1)

(2)

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Onde cada expressão significa o Diâmetro abaixo do qual se situam em peso a


percentagem descrita pelos números menores ao lado de 'D'.

Ainda conforme Pinto (2006), o SUCS considera que um pedregulho é bem graduado
quando seu CNU é superior a 4, e que uma areia é bem graduada quando seu CNU é superior a 6.
Além disto, é necessário que o coeficiente de curvatura, CC, esteja entre 1 e 3. Quando o solo de
granulação grosseira tem mais que 12% de finos, a característica secundária passa a ser de
acordo com os finos. Logo os pedregulhos e areias serão identificados como argilosos (GC ou
SC) ou como siltosos (GM ou SM). O que determinará a classificação será o posicionamento do
ponto representativo dos índices de consistência na Carta de Plasticidade da Figura 04. Quando o
solo tiver de 5 a 12% de finos, o Sistema recomenda que se apresentem as duas características
secundárias, uniformidade da granulometria e propriedades dos finos. Assim surgirá uma
classificação intermediária, como exemplo SP-SC, areia mal graduada argilosa.

2.2.1.2 Solos de granulação fina - siltes e argilas

De acordo com Pinto (2006), os solos de granulação fina são divididos em site (M), argila
(C) ou solo orgânico (O), diferentemente dos solos granulares, não é em função da porcentagem
que se classifica o solo, mas através dos índices de consistência. Casagrande notou, ao colocar o
IP do solo em função do LL num gráfico como da Figura 04, que os solos de comportamento
argiloso se faziam representar por um ponto acima de uma reta inclinada, denominada Linha A.
Solos orgânicos ainda que argilosos e solos sitosos são representados por pontos localizados
abaixo da Linha A, que no seu trecho inicial é substituída por uma faixa horizontal
correspondente a IP de 4 a 7, que é representada pela Equação 3:

(3)

Conforme Pinto (2006), os solos orgânicos distinguem-se dos siltes pelo seu aspecto
visual, pois se apresentam com uma coloração escura típica (marrom-escuro, cinza-escuro ou
preto). Uma característica complementar dos solos finos é a compressibilidade. Constatou-se que
os solos costumam ser tanto mais compressíveis quanto maior seu Limite de Liquidez. Assim, o
Sistema classifica-se secundariamente como de alta compressibilidade (H) ou de baixa
compressibilidade (L) os solos M, C, ou O, em função do LL ser superior ou inferior a 50,
delimitado na Carta de Plasticidade pela Linha B. Solos de classificação Turfa (Pt) são
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Classificação de Solos da Região Noroeste do Estado do RS pela Metodologia MCT
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considerados muito orgânicos, com presença predominante de fibras vegetais em decomposição


parcial.

Figura 04: Carta de Plasticidade

Fonte: Pinto, (2006)

Em resumo para a classificação da SUCS, Pinto (2006) apresenta o esquema de


classificação da Figura 05:

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Figura 05: Esquema de Classificação para o SUCS

Fonte: PINTO (2006)

2.2.2 Classificação Rodoviária - HRB/AASHTO

Esta classificação assim como o SUCS faz uma análise conforme a granulometria para
solos grossos, e para os finos adicionalmente leva em consideração o LL e IP.

Conforme Das (2007), o Sistema da AASHTO foi desenvolvido em 1929 como o sistema
da Administração de Estradas Públicas dos EUA. Ele foi submetido a várias revisões, com a
presente versão proposta pelo Committee on Classification of Materials for Subgrades and
Granular Type Roads do Highway Research Board em 1945. E por este motivo ficou conhecido
por Classificação HRB. Conforme ABGE (1998).

Para se avaliar a qualidade de um solo como material de subleito de rodovia, deve-se


também incorporar um número chamado de índice de grupo (IG) com os grupos e
subgrupos do solo. Esse índice é escrito entre parênteses após a designação do grupo e
do subgrupo. O índice de grupo é determinado pela equação 4.

(4)

em que F200 é a porcentagem que passa pela peneira Nº 200, LL é o Limite de Liquidez,
IP é o Índice de Plasticidade (DAS, 2007).

Das (2007), ainda cita algumas regras para a determinação do índice de grupo e a
Equação 5 para seu cálculo:
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Classificação de Solos da Região Noroeste do Estado do RS pela Metodologia MCT
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1. Se a equação produzir um valor negativo para IG, este é considerado 0.


2. O índice de grupo calculado a partir da equação é arredondado para o número inteiro
mais próximo
3. Não há limite superior para o índice de grupo
4. O índice de grupo de solos que pertencem aos grupos A-1-a, A-1-b, A-2-4, A-2-5, e
A-3 é sempre 0.
5. Ao se calcular o índice de grupo para solos que pertencem aos grupos A-2-6 e A-2-7,
use o índice de grupo parcial para IP, ou:
(5)
Em geral a qualidade do desempenho de um solo como material de subleito é
inversamente proporcional ao índice de grupo.

Pinto (2006), diz que a classificação também se inicia pela constatação da porcentagem de
material que passa na peneira nº 200, só que são considerados solos de granulação grosseira os
que têm menos de 35% passando nesta peneira, e não 50% como na Classificação Unificada.
Estes solos são dos grupos A-1, A-2 e A-3. Os solos com mais de 35% que passam pela peneira
nº 200 formam os grupos A-4, A-5, A-6 e A-7.

Apresenta-se o esquema da Figura 06 para classificação do Sistema Rodoviário:

Figura 06: Esquema de Classificação para a AASHTO

Fonte: Pinto (2006)


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2.3 CLASSIFICAÇÃO PELA METODOLOGIA MCT

Foi desenvolvida no Brasil por Villibor e Nogami a Metodologia de Classificação MCT -


Miniatura Compactada Tropical, que tem como finalidade melhor classificar os solos tropicais,
que mesmo com diferentes comportamentos geotécnicos eram classificados como pertencentes a
um mesmo grupo pelas metodologias tradicionais.

2.3.1 Classificação MCT - Mini-MCV (M5) e Perda de Massa por Imersão (M8)

Conforme Cozzolino e Nogami (1993), tanto no Brasil como no exterior são utilizados
para identificação e classificação dos solos, procedimentos baseados na granulometria e
características plásticas do solo, desenvolvidos pelo Prof. Casagrande na década de quarenta. As
mais utilizadas são a SUCS e a AASHTO. Porém o uso destas classificações para solos
tipicamente tropicais leva frequentemente a resultados não condizentes com o desempenho real,
nas obras, dos seus diversos grupos. Os motivos desse problema residem nas peculiaridades
mineralógicas e estruturais dos solos tropicais. Alguns dos motivos capazes de divergir a
classificação pelos métodos SUCS e AASHTO vem de algumas peculiaridades dos solos
tropicais, uma delas é a agregação dos finos nos solos lateríticos.

Ainda segundo Cozzolino e Nogami (1993), a ligação entre as partes finas destes solos faz
com que a granulometria seja afetada no processo de floculação, utilizado no ensaio de
sedimentação. Os autores apresentam estudos que indicam variações de 37 a 68% na quantia de
argila apenas alterando o tipo de defloculante, a não utilização indicaria a presença de apenas 5%
de argila. Variações no tempo de utilização do aparelho dispersor também interferem na leitura
da quantidade de argila presente no solo, onde a variação vai de 38% para 44% em apenas 10
minutos de diferença. Outros estudos apresentados indicam variações no LL conforme o tempo
de manipulação.

Outra limitação notável é relacionada ao Índice de Grupo, frequentemente utilizada para


avaliar a capacidade de suporte, que é calculado pelo LL, IP e granulometria. A correlação
existente entre o IG e a capacidade de suporte apresentadas no artigo mostram que para os solos
lateríticos constata-se uma nítida subestimativa e nos saprolíticos o contrário.

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Classificação de Solos da Região Noroeste do Estado do RS pela Metodologia MCT
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Dentre outras limitações, inclusive nos métodos tátil-visuais, justifica-se a criação da


Metodologia MCT, que dividem os solos tropicais em duas grandes Classes: Lateríticos (L) -
solos de comportamento laterítico, saprolíticos (N) - solos de comportamento não laterítico.

Cozzolino e Nogami (1993) resaltam que o termo comportamento foi introduzido a fim de
caracterizar bem que a classificação se baseia em propriedades mecânicas e hídricas de corpos de
prova compactados, e não na morfologia e/ou gênese, da maneira como ocorre frequentemente
em pedologia ou em ciência do solo. O relacionamento de solos de comportamento laterítico com
os solos pedologicamente lateríticos é complexo. sendo que solos de comportamento laterítico
podem não ser considerados como pedologicamente lateríticos.

Ainda conforme os autores, existem duas grandes classes que dividem os solos tropicais:

A classe dos solos lateríticos que constituem camadas superficiais de áreas bem drenadas,
com predominância de cores fortes e espessuras geralmente entre 2 e 10 metros. Já a classe dos
solos saprolíticos que constituem camadas subjacentes às lateríticas ou outros solos
pedogenéticos, ou ainda, solos sedimentares ou transportados. As espessuras são muito variadas,
atingindo frequentemente várias dezenas de metros, possuem cores muito variadas e contrastando
com os solos lateríticos são genuinamente residuais.

A classificação MCT é realizada com a execução de dois ensaios básicos, o de


compactação Mini-MCV e o ensaio de Perda de Massa por Imersão, conhecidos respectivamente
por M5 e M8. Dos resultados destes efetiva-se a classificação MCT, sendo chamado este
procedimento de M9 (VILLIBOR; NOGAMI, 2009).

Conforme ABGE (1998), o ensaio de compactação Mini-MCV foi desenvolvido a partir


do ensaio inglês Moisture Condition Value. Em geral são compactados cinco a seis corpos de
prova com diferentes teores de umidade e energia de compactação variável. A partir disso
teremos dois gráficos:

 Um que correlaciona a variação de altura do corpo de prova conforme a variação


de energia versus o logarítmico do número de golpes para cada teor de umidade.
Com este gráfico determina-se o coeficiente c' que será utilizado para classificar o
solo. A inclinação das curvas de deformabilidade, fornece o coeficiente c'.

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 O outro contém uma família de curvas de compactação devido a variação de


energia, correlacionando a densidade aparente seca com o teor de umidade de
compactação. Neste gráfico obtêm-se o parâmetro d' que corresponde ao
coeficiente angular da curva de 16 golpes.

O ensaio de perda de massa por imersão resulta no parâmetro Pi, que em conjunto com o
c' e o d' resultarão na classificação final do solo.

Conforme o MT-DNER-ME 256-94 (1994), o ensaio consiste em se deixar imersos em


água, por no mínimo 24 horas, os corpos de prova resultantes do ensaio de compactação Mini-
MCV, na posição horizontal e com 1 cm de solo fora do cilindro de compactação. Devido a ação
da gravidade e assim a força que a água exerce sobre o corpo de prova o solo vai se
desprendendo e cai dentro de uma cápsula previamente pesada, permitindo uma posterior
determinação da massa seca desprendida. O índice Pi é calculado através da Equação 6:

(6)

onde: 'ms' é a massa de solo seco desprendido do corpo de prova após imersão (em g) e
'mo' é a massa de solo seco correspondente a 10mm de corpo de prova deslocado do cilindro de
compactação (em g). Esta medida é realizada com o auxílio de um paquímetro

Para o cálculo do e' utiliza-se a Equação 7:

(7)

Após conhecimento dos coeficientes e' e c' pode-se classificar o solo pelo ábaco da Figura
07:

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Classificação de Solos da Região Noroeste do Estado do RS pela Metodologia MCT
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Figura 07: Gráfico de Classificação MCT

Fonte: Villibor e Nogami (2009)

Conforme a ABGE (1998), após a execução dos ensaios os solos podem ser classificados
em um dos sete grupos da classificação MCT, que agrupam solos tropicais das duas grandes
classes divididas conforme o comportamento: Lateríticos e Não Lateríticos, representados
respectivamente por L e N. As classes são subdivididas nos seguintes grupos:

LG' : argilas lateríticas e argilas lateríticas arenosas


LA' : areias argilosas lateríticas
LA : areias com pouca argila laterítica
NG' : argilas, argilas siltosas e argilas arenosas não lateríticas
NS' : siltes cauliníticos e micáceos, siltes arenosos e siltes argilosos não lateríticos
NA' : areias siltosas e areias argilosas não-lateríticas
NA : areias siltosas com siltes quartzosos e siltes argilosos não lateríticos (ABGE,
1998).

2.3.2 Classificação MCT Expedita

Em meios não ligados diretamente a obras de pavimentação, como por exemplo


mapeamentos geológicos, a dificuldade de consolidar a utilização da metodologia MCT é
justificada pela demora de execução dos ensaios, criação e análise dos gráficos, e também pelo
custo de aquisição de equipamentos, por este motivo foram desenvolvidos métodos expeditos,
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que buscam classificar os solos com mais rapidez ou menor custo. Uma opção é o equipamento
subminiatura, com diâmetro de 26 mm que utiliza menor quantidade de solo para execução dos
ensaios tradicionais, outra opção, e mais utilizada é o método das pastilhas.

Posteriormente, Nogami e Cozzolino (1985), propuseram inicialmente um procedimento


expedito para atender a necessidade da identificação expedita de solos tropicais. Fortes
(1990) e Fortes e Nogami (1991) apresentaram uma proposta para o procedimento de
ensaio e identificação dos grupos MCT, que corresponde a uma série de determinações
rápidas e simples, baseada em índices empíricos e determinações qualitativas, utilizando
aparelhagem simples, podendo ser executada no campo, identificando-se com um baixo
custo, os solos de comportamento laterítico, dos de comportamento não-laterítico,
conforme grupos da classificação MCT (FORTES, 2002).

Nogami e Villibor (1994 e 1996), apresentaram simplificações do método, conseguindo


obter a identificação dos grupos MCT através de um gráfico do valor da contração
diametral versus penetração. Assim sendo, o método baseia-se em determinações
efetuadas em pastilhas que são moldadas em anéis de inox, secadas, verificando-se a
contração diametral, e submetidas a reabsorção de água, quando se observa o surgimento
de trincas, expansão, e resistência a penetração de uma agulha padrão (FORTES et al.,
2002).

Conforme ABGE (1998), o método expedito das pastilhas tem como base apenas a
contração, a consistência e a expansão dos solos para sua classificação dentre os grupos MCT,
onde são moldadas pastilhas que passam pelas seguintes etapas:

- moldagem: a fração de solo passada na peneira 0,42mm é umedecida e espatulada


intensamente até obter-se consistência adequada. A seguir, moldam-se pastilhas em
anéis com 20mm de diâmetro e altura de 5mm, que serão levadas a secar em temperatura
de cerca de 60ºC;
- contração diametral: após secagem, mede-se a contração da pastilha, ou seja, a
diferença entre o diâmetro do anel e o da pastilha;
- reabsorção d'água: os anéis com as pastilhas são colocados sobre uma placa porosa
saturada observando-se fenômenos de inchamento, trincamento e amolecimento. Este
procedimento é avaliado pela penetração de uma ponta de aço de diâmetro de 1,30mm e
massa de 10g sobre a pastilha saturada;
- com base nos valores de contração, penetração e observações classifica-se o solo
segundo gráfico apresentado por Nogami e Villibor (1996) (ABGE, 1998).

Para obter o resultado da classificação expedita, faz-se a média aritmética dos valores de
Contração (Ct) das 5 pastilhas e também dos valores obtidos na Penetração (Pn) das mesmas
pastilhas, os resultados devem ser introduzidos no gráfico de classificação MCT Expedita da
Figura 08.

Desta maneira observa-se a simplicidade do ensaio e a economia de tempo para a sua


execução, comparado com a metodologia MCT que faz uso dos ensaios M5 e M8.
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Classificação de Solos da Região Noroeste do Estado do RS pela Metodologia MCT
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Figura 08: Gráfico de Classificação MCT Expedita

Fonte: FORTES, MERIGHI e ZUPPOLINI NETO (2002)

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3 METODOLOGIA

Neste capítulo serão apresentadas a estratégia de pesquisa e o seu delineamento, seguidos


da descrição dos ensaios realizados para a obtenção da classificação MCT.

Inicialmente foram realizados no Laboratório de Engenharia Civil (LEC) do Campus Ijuí


da UNIJUÍ ensaios de compactação de amostras de solo e de misturas estudadas no projeto de
pesquisa institucional intitulado de “Estudo de Solo Argiloso Laterítico para Uso em Pavimentos
Econômicos”, vinculada ao "Grupo de Pesquisa em Novos Materiais e Tecnologias para a
Construção" cadastrado no Diretório Geral de Grupos de Pesquisa do CNPQ. Estas misturas são
compostas por solo argiloso laterítico com areia natural, areia industrial e resíduo de construção
civil moído fino. Este ensaio tem como principal objetivo encontrar a umidade ótima de
compactação na energia normal, resultado necessário para execução dos ensaios de classificação
MCT.

Os ensaios não tradicionais que possibilitam a realização da Classificação MCT muito


mais adequada para solos tropicais, e que foram propostos por Villibor e Nogami (2009) também
foram realizados no LEC. A execução destes ensaios se tornou possível devido ao grande
empenho de alguns professores em buscar para o Curso de Engenharia Civil da nossa
Universidade os equipamentos inovadores desta metodologia, garantindo assim a expansão das
pesquisas voltadas para a área de pavimentação e no âmbito da Geotecnia.

Destacada a importância dos ensaios de Classificação MCT, apresentar-se-á a estratégia e


delineamento da pesquisa e na sequência os ensaios de classificação MCT e MCT Expedita pelo
método das pastilhas.

3.1 ESTRATÉGIA DE PESQUISA

Destaca-se neste item uma breve análise sobre as diversas formas de classificação da
pesquisa de acordo com a natureza, a forma de abordagem, aos objetivos e aos procedimentos
técnicos adotados.

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Classificação de Solos da Região Noroeste do Estado do RS pela Metodologia MCT
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Conforme a natureza, esta é uma pesquisa aplicada. De acordo com a abordagem do


problema, é uma pesquisa quantitativa. Analisando os objetivos é uma pesquisa explicativa, e por
fim, conforme os procedimentos técnicos é bibliográfica.

3.2 DELINEAMENTO

A pesquisa segue uma sequência de ensaios para diferentes amostras de solo (ou misturas)
descritas em forma de organograma conforme apresentado na Figura 09.

Desta forma estima-se uma sequência de ensaios que podem levar até 10 dias para cada
amostra se executados em série. Já se forem executados paralelamente o tempo de execução dos
ensaios pode ser reduzido para 8 dias.

Figura 09: Delineamento da Metodologia

Preparação Preparação da
Ensaios Laboratoriais
Preliminar Amostra

Passar Peneira Compactação


nº4

Secagem da Passar Peneira Classificação


Amostra nº10 MCT - M5 e M8

Passar Peneira Classificação


nº40 MCT - método
das pastilhas

Fonte: Autoria Própria

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Lucas Pufal (lucaspufal@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí, DCEEng/UNIJUÍ, 2015
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3.3 ENSAIOS PARA CLASSIFICAÇÃO MCT DO SOLO

Neste item apresentam-se os ensaios que possibilitam realizar a classificação MCT, seja
pela forma convencional quanto pela forma expedita. Antes, porém, discorrer-se-á brevemente
sobre o ensaio de compactação na energia normal que se torna necessária à sua realização, uma
vez que a umidade ótima precisa ser conhecida. A partir deste valor planejam-se a execução dos
ensaios da classificação MCT.

3.3.1 Ensaio de Compactação do Solo

Realizado conforme a NBR 7182 (1986 versão corrigida 1988), onde descreve-se a
determinação da relação entre o teor de umidade e massa específica aparente seca do solo para
um determinado grau de compactação. Foram realizados apenas os ensaios na energia normal de
compactação com o uso do soquete pequeno aplicando 26 golpes distribuídos em cada uma das 3
camadas. Após o processo de compactação, o corpo de prova deve ocupar todo o volume do
cilindro, retirando o material em excesso com uma régua bizelada, e utilizando no fundo um filtro
de papel para evitar que o corpo se prenda na base metálica. Então pesa-se o conjunto formado
pelo cilindro e o solo compactado. Para cada ponto, são retiradas duas cápsulas para
determinação da umidade de moldagem (ABNT, 1986 versão corrigida 1988).

Para a realização do ensaio, utiliza-se uma amostra de solo passante na peneira nº 4


previamente preparada no processo de secagem e de destorroamento. Utiliza-se água potável com
variação de 2% do peso de solo utilizado para cada ponto. Para uma melhor visualização da
curva, são necessários no mínimo 5 pontos, com três no ramo seco e dois no úmido ou vice-versa,
dois no seco e três no úmido (ABNT, 1986 versão corrigida 1988).

Para o primeiro ponto adota-se uma porcentagem de água que se estima estar cerca de 5%
abaixo da umidade ótima esperada para aquele solo, os demais pontos seguem a variação fixa de
2% de umidade, ou seja, como são utilizados 2500g de solo varia-se 50g de água nos próximos
pontos. Sabe-se que um ponto da curva no gráfico resultante da compactação está 'caindo' em
relação ao anterior (ou ainda, entrando no ramo úmido), quando a variação em peso do solo
compactado em relação ao ponto anterior é inferior ou menor que o peso de água acrescentado,
ou seja, quando adicionado 50g de água e a variação do peso for menor que 50g, ou ainda, o peso
deste ponto for menor que o peso do ponto anterior (ABNT, 1986 versão corrigida 1988).
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Classificação de Solos da Região Noroeste do Estado do RS pela Metodologia MCT
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Para determinar a massa específica aparente seca, utiliza-se a Equação 8 descrita a seguir:

(8)

Onde:
γs: massa específica aparente seca, em g/cm³;
Ph: peso úmido do solo compactado, em g;
V: volume útil do molde cilíndrico, em cm²;
h: teor de umidade do solo compactado, em %.

3.4 CLASSIFICAÇÃO DO SOLO

3.4.1 Ensaios M5 e M8 da Classificação MCT

A metodologia adotada proposta por Villibor e Nogami (2009), vista no item 2.3.1 deste
trabalho, foi desenvolvida no Brasil, porém as normas originais estabelecidas pelo Departamento
de Estradas de Rodagem de São Paulo e citadas pelos autores não foram encontradas mesmo com
grande procura e contato com diferentes profissionais, pesquisadores e com a própria instituição
normatizadora. A partir de então para a execução dos ensaios foram utilizadas as normativas
propostas e válidas atualmente pelo extinto Departamento Nacional de Estradas de Rodagem
(DNER), atualmente incorporado ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes
(DNIT), DNER-ME 228-94 (1994) e DNER-ME 256/94 (1994) respectivamente para os ensaios
M5 e M8. A classificação efetivamente, conhecida como procedimento M9 foi realizada de
acordo com o proposto pelos pesquisadores Villibor e Nogami (VILLIBOR; NOGAMI, 2009).

O ensaio tem duração total de 4 dias, e para o mesmo são necessários 1500 g de material
passante na peneira nº 10, e conhecer a umidade ótima de compactação na energia normal da
amostra a ser classificada. Durante o primeiro dia de ensaio apenas prepara-se a mistura para o
processo de compactação, chamado de ensaio Mini-MCV (M5). A preparação da mistura se dá
pela adição de água na porcentagem previamente estabelecida para cada ponto da curva.
Observam-se na Figura 10 os materiais e utensílios iniciais para este processo: a peneira nº 10 da
ABNT, um recipiente com uma amostra de solo e água destilada. Através da umidade ótima

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Lucas Pufal (lucaspufal@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí, DCEEng/UNIJUÍ, 2015
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temos pontos com variação de umidade igual a 2% para solos arenosos e 3% para solos argilosos
(MT-DNER- ME 228-94, 1994).

Figura 10: Materiais e Utensílios Iniciais do Ensaio M5 da Classificação MCT 1

Fonte: Autoria Própria

Para que se obtenha uma curva que represente pontos próximos a umidade ótima, adota-se
uma umidade higroscópica de 3 a 4% para solos previamente peneirados e ensacados. Se o solo
for recentemente tirado da estufa a 110ºC, adota-se 1% de umidade higroscópica, sendo este valor
importante no momento de definir a quantidade de água a ser adicionada para cada ponto (MT-
DNER- ME 228-94, 1994).

Para exemplificar serão apresentados dados do ensaio realizado com uma mistura de solo
argiloso laterítico e areia natural, ou mistura ALA, (Argila Laterítica e Areia) na proporção de
40% de areia e 60% de solo (dos 300 gramas da mistura tem-se 120g de areia e 180g de solo),
que possui umidade ótima de compactação na energia normal igual a 20,00% adotando-se
umidade higroscópica de 1% para a mistura seca. Para cada ponto são misturados 300g de
material conforme a proporção estipulada, sendo utilizados 200g para a moldagem do corpo de
prova e o restante para determinação da umidade de moldagem. Assim pode-se adotar em peso a
quantidade de água para cada ponto (P1 até P5) da curva. Temos no exemplo, a variação de 3%
entre os pontos por ser uma mistura em sua maior parte argilosa, a umidade ótima de 20,00%, e
estimativa de 1% de umidade higroscópica, sendo assim adota-se para o ponto intermediário uma
umidade de 19,00% que corresponde à umidade ótima menos a umidade higroscópica. Na tabela
da Figura 11 apresentam-se os dados do exemplo (MT-DNER- ME 228-94, 1994).
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Classificação de Solos da Região Noroeste do Estado do RS pela Metodologia MCT
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Figura 11: Teor de Umidade x Massa de Água Adicionada

P1 P2 P3 P4 P5
w (%) 13 16 19 22 25
massa de água (g) 39 48 57 66 75
Fonte: Autoria Própria

Definidas a quantidade de água a ser misturada em cada ponto, separam-se 300g do


material passante na peneira nº10, devidamente medidos em balança de precisão, assim como a
massa de água destilada a ser misturada para cada ponto. Para a efetivação da mistura podem ser
utilizadas colheres (ou até mesmo as mãos) e bacias a fim de facilitar o processo. Pode-se
observar na Figura 11 o material e a água destilada a serem misturadas, bem como a colher e
bacia que facilitam este processo. Após a homogeneização da mistura, deve-se colocá-la em um
saco plástico, devidamente etiquetado com informações do ponto referente àquela mistura, que
deverá ser pressionado afim de retirar o ar do seu interior e então fechar o saco através de um nó
simples para evitar entrada ou saída de umidade. Os sacos plásticos com as misturas devem ser
armazenados, de preferência em uma caixa de isopor e longe da insolação. Este processo é de
fundamental importância para que a água adicionada na mistura tenha no mínimo 20 horas para
percolar por todos os grãos de solo (ou mistura) contidos no saco plástico e assim resultar em
uma mistura mais homogênea. Observa-se na Figura 12, a imagem do procedimento de mistura e
a amostra ensacada (MT-DNER- ME 228-94, 1994).

Figura 12: Processo de Mistura e Armazenamento da Mistura

Fonte: Autoria Própria

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No segundo dia de ensaio deve-se pesar as cápsulas com solo úmido para determinação da
umidade de moldagem. Na sequência, compacta-se os pontos através dos ensaios Mini-MCV
(M5), e após deve-se imergi-los em água afim de determinar a Perda de Massa por Imersão (M8).

Para o processo de compactação corta-se a ponta do saco plástico e pesam-se 200g de solo
úmido que devem ser usados integralmente no ensaio, observado na figura 13. Para a
determinação da umidade de moldagem serão pesadas duas cápsulas, para cada ponto e assim
encontrar a média da umidade entre elas, de solo úmido com tara conhecida, que devem ser
retiradas do material restante no saco plástico após pesadas as 200g do ensaio M5, representados
na primeira imagem da Figura 13. Já os utensílios para o próximo procedimento estão
apresentados na segunda imagem da Figura 13. Ressalta-se que antes de se iniciar a
compactação, deve-se passar vaselina sólida no interior do cilindro para facilitar a retirada do
corpo de prova após a compactação e também antes de se colocar o cilindro na base metálica
deve-se colocar um filtro de polietileno, para evitar que o corpo se prenda na base metálica
juntamente com o disco espaçador bipartido, como vê-se na Figura 14. A seguir despejam-se os
200g de material dentro do cilindro com auxílio de um funil, como da Figura 15, e acomoda-se o
material com o pilão de madeira, da Figura 16.

Figura 13: Amostra de Solo e Utensílios para Próximo Procedimento do Ensaio M5

Fonte: Autoria Própria

Após o material ser acomodado, coloca-se outro filtro de polietileno para evitar que o
material grude no soquete de compactação, conforme a Figura 17. Ainda na Figura 17 observa-se
o soquete de compactação leve, e o equipamento com a base metálica e alavanca para extração do
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Classificação de Solos da Região Noroeste do Estado do RS pela Metodologia MCT
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corpo de prova. Ao fundo (colado na parede) fixou-se a ordem de golpes em que se deve fazer as
leituras da altura do corpo de prova, sendo: 0, 1, 2, 3, 4, 6, 8, 12, 16, 24, 32, 48, 64, 96, 128, 192
e 256. Conforme a norma adotada após o golpe 1 devem ser retirados os discos espaçadores
colocados na base metálica (MT-DNER- ME 228-94, 1994).

Na figura 13, na primeira imagem, observa-se o material a ser utilizado na compactação


dentro da cápsula de porcelana e as cápsulas de alumínio com o material que será seco afim de
terminar a umidade de moldagem, e na segunda imagem, ao lado temos: o cilindro, o disco
espaçador bipartido e o disco espaçador para auxiliar na extração do corpo de prova, o pilão de
madeira, a vaselina sólida, os filtros de polietileno e uma madeira envolta por uma flanela
utilizada para passar vaselina no cilindro.

Figura 14: Cilindro, Base Metálica e Disco Espaçador Bipartido

Fonte: Autoria Própria


Figura 15: Funil e Cilindro com Solo

Fonte: Autoria Própria

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Figura 16: Acomodação do Solo com Pilão e Cilindro com Solo Compactado

Fonte: Autoria Própria

Figura 17: CP Compactado, Filtro e Soquete de Compactação Leve, Base Metálica

Fonte: Autoria Própria

Após acomodado o solo no cilindro e colocado o filtro superior, coloca-se o soquete sobre
o material a ser compactado, de acordo com a primeira imagem da Figura 18, e pode-se dar início
à sequência de golpes e leituras do ensaio Mini-MCV. As leituras devem ser realizadas conforme
indicado na Figura 18, entre a parte inferior da travessa metálica do equipamento de compactação
e a parte superior da saliência metálica do soquete que tem função de limitar a altura de queda. A
medição é realizada com um paquímetro digital da primeira imagem da Figura 19, e na segunda
imagem observa-se um calço para os corpos de prova feito de tubo de PVC que será utilizado no
ensaio de Perda de Massa por Imersão (M8). Pode-se observar ainda na segunda imagem da

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Classificação de Solos da Região Noroeste do Estado do RS pela Metodologia MCT
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Figura 19 a leitura inicial sendo realizada. As leituras realizadas com paquímetro são feitas na
posição descrita anteriormente devido algumas adaptações realizadas no procedimento adotado
no LEC, devido a ausência de um relógio extensômetro para a leitura e comparação das alturas do
corpo de prova conforme o recomendado na norma. O valor correspondente a altura do corpo de
prova é obtido diminuindo-se a leitura feita no paquímetro de 140mm. Para adotar este
procedimento mediu-se a distância entre os pontos apresentados na Figura 18, colocando apenas
o soquete sobre a base metálica sem amostra a ser compactada, totalizando 140mm, desta forma a
altura do corpo de prova compactado para n golpes, serão os 140mm iniciais e a leitura realizada
no paquímetro com o corpo de prova entre o soquete e a base metálica, ou seja, se a leitura foi
60mm, pode-se dizer que a altura do corpo de prova é de 80mm (140mm - 60mm).Para a
realização do ensaio deve-se comparar a altura do corpo de prova com a altura após aplicados 4
vezes o número de golpes, ou seja, comparar "n" golpes com "4n" golpes, o ensaio chega ao
término quando atingidos 256 golpes ou então quando a diferença entre "n"golpes e "4n"golpes
for menor ou igual a 2mm, desta forma, sempre se irá comparar a altura após 1 golpe com a altura
após 4 golpes, 2 com 8, 3 com 12, 4 com 16 e assim por diante. Seguindo as recomendações da
norma adotada, retira-se o disco espaçador bipartido após a leitura do primeiro golpe conforme a
Figura 20, observando que uma leitura após vários golpes tende a ser maior que as anteriores,
devido ao processo de compactação aplicado sobre o corpo de prova (MT-DNER- ME 228-94,
1994).

Figura 18: Soquete de Compactação e Medida de Altura

Fonte: Autoria Própria

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Figura 19: Paquímetro e Calço de tubo de PVC para ensaio M8 e Leitura Inicial

Fonte: Autoria Própria

Figura 20: Retirada do Disco Espaçador e Medida da Altura após "n" golpes

Fonte: Autoria Própria

Após finalizado o processo de compactação, visto na Figura 21, o corpo de prova deve ser
utilizado no ensaio M8, lembrando de retirar os filtros de polietileno da parte inferior e superior
do corpo de prova. O corpo de prova deve ser extraído em um valor próximo a 10mm, por isso a
necessidade do uso do disco espaçador conforme a Figura 22. Na sequência, a extração pode ser
feita com o auxílio do extrator preso à base metálica conforme a Figura 23. O auxílio do extrator
é extremamente necessário principalmente no ponto mais seco que necessita uma grande
aplicação de força. Para a utilização do extrator, a alavanca deve ser baixada, encaixando-se a
parte circular sobre o cilindro, exemplificado na figura 23, e então aplica-se uma força vertical

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Classificação de Solos da Região Noroeste do Estado do RS pela Metodologia MCT
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afim de deslocar o cilindro para baixo, tomando cuidado de não exceder demasiadamente a
extração que deve ser próxima a 10mm, figura 23. Após extraídos aproximadamente 10mm,
como vê-se na Figura 24, o corpo de prova deve ser colocado na posição horizontal de acordo
com a segunda imagem da Figura 24, dentro de um recipiente que possa comportar os 5 corpos
de prova e suas cápsulas para recolher o material desprendido, e com um nível de água entre 10 a
15 mm acima dos cilindros dos corpos de prova utilizados (MT-DNER- ME 228-94, 1994).

Figura 21: Corpo de Prova após a Compactação e Início da Retirada do Corpo de Prova

Fonte: Autoria Própria

Figura 22: Segundo momento da Extração em 10mm do Corpo de Prova

Fonte: Autoria Própria

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Figura 23: Terceiro Momento da Extração em 10mm do Corpo de Prova

Fonte: Autoria Própria

Figura 24: Corpo de Prova Extraído em 10mm e em posição para o M8

Fonte: Autoria Própria

Logo nos primeiros minutos de imersão, percebe-se o desprendimento de solo do corpo de


prova de acordo com a umidade de cada ponto. Percebe-se na Figura 25 a disposição final do
conjunto da curva com seus 5 pontos. Foram utilizados para os ensaios de imersão uma bacia
plástica e um tanque de vidro, o que nos permitiu realizar a classificação de duas amostras ao
mesmo tempo. Lembrando que os corpos de prova devem estar todos finalizados e dispostos
horizontalmente para então se dar início ao enchimento do recipiente, que deve ser realizado com
vazão constante e consideravelmente lenta, para evitar que a agitação da água influencie no

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Classificação de Solos da Região Noroeste do Estado do RS pela Metodologia MCT
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processo de desprendimento do material que está sendo submetido à imersão (MT-DNER- ME


228-94 e ME 256-94, 1994).

Figura 25: Execução do Ensaio M8 com Duas amostras com 5 Corpos de Prova cada

Fonte: Autoria Própria

No terceiro dia de ensaio temos a pesagem das cápsulas para determinação da umidade de
moldagem e retirada das cápsulas de imersão para colocá-las na estufa. Após 24 horas em estufa
a 110ºC as cápsulas para a determinação da umidade já podem ser retiradas, e após esfriarem
podem ser pesadas. O segundo procedimento é esvaziar a bacia onde estão colocados
horizontalmente os cilindros com os corpos de prova. Após o esvaziamento realizado com
cuidado, as cápsulas da perda de massa por imersão são retiradas buscando deixar o mínimo de
água possível na cápsula sem perder material, sendo na sequência colocadas na estufa para
secarem. Observa-se nas Figuras 26 e 27 a diferença entre a perda de massa por imersão nos
diferentes pontos conforme a sua umidade, e na Figura 26 observa-se a diferença entre um ponto
muito seco e um ponto muito úmido, o ponto mais seco da mistura tende a se desprender em
forma de flocos, já o ponto mais úmido se desprende em várias partículas de solo. E na Figura 27
temos dois pontos com teor de umidade muito próximos da ótima, onde um corpo de prova se
desprendeu praticamente em apenas um bloco, e o outro quase não perdeu material, ficando
visivelmente fissurado, porém devido sua proximidade com a umidade ótima, permaneceu junto
ao corpo de prova (MT-DNER- ME 228-94 e ME 256-94, 1994).

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Figura 26: Diferença entre Corpo de Prova Muito Úmido e Muito Seco

Fonte: Autoria Própria

Figura 27: Corpos de Prova com Umidade Próxima da Ótima

Fonte: Autoria Própria

Seguindo o exemplo, no terceiro dia temos a massa retirada das cápsulas e suas umidades
calculadas. Compara-se os valores encontrados na moldagem com a umidade calculada, obtendo
para este exemplo uma variação pouco significativa para cada ponto. Deve-se observar na
determinação da umidade, que pode ocorrer de todos os pontos variarem porcentagens parecidas
em relação à umidade calculada, pois isso ocorre devido o desconhecimento da umidade
higroscópica daquela mistura. Uma precaução que deve ser tomada na mistura dos pontos, é a
garantida de pelo menos dois pontos antes e pelo menos dois depois da umidade ótima de
compactação. Caso estiver faltando um ponto no ramo seco (antes da umidade ótima), pode-se

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Classificação de Solos da Região Noroeste do Estado do RS pela Metodologia MCT
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complementarmente em outro dia moldar um corpo de prova mais seco e excluir o extremo
úmido, ou vice-versa. Na tabela da Figura 28 apresenta-se os resultados da umidade de
moldagem do exemplo adotado (MT-DNER- ME 228-94 e ME 256-94, 1994).

Figura 28: Cálculo da Umidade de Moldagem na Tabela Digital

Ensaio de Compactação Mini-MCV (M5)


Cilind.
Nº 1 2 3 4 5
Cápsula 3 80 81 82 83 84 17 19 88 89
Tara 32.78 19.82 18.94 19.5 19 19.34 15.51 14.49 19.68 19.2
T+SU 117.58 73.59 108.55 76.44 90 104.5 85.56 80.45 107.36 104.64
T+SS 107.61 67.2 96.34 68.88 78.51 90.65 71.97 67.67 89.55 87.27
w% 13.32 13.49 15.78 15.31 19.31 19.42 24.07 24.03 25.49 25.52
Wm % 13.41 15.54 19.36 24.05 25.50
Fonte: Autoria Própria

No quarto dia, mede-se na balança a massa das cápsulas da perda de massa por imersão e
efetua-se os cálculos e procedimentos M9 da classificação MCT. O procedimento laboratorial é
apenas a pesagem das cápsulas, gerando assim os dados finais para a classificação MCT da
amostra ensaiada (MT-DNER- CLA 259-96, 1996).

Para realizar a classificação efetivamente, foi utilizado um arquivo do software Excel da


Microsoft com tabela digital elaborada pelo Professor Dr. Cezar Bastos da Fundação
Universidade do Rio Grande (FURG), e utilizada pelo Professor Dr. Cesar Ruver da UFRGS, que
facilita os cálculos, sistematiza as operações e cria os gráficos necessários. Ressalta-se que os
Professores Bastos e Ruver são pesquisadores colaboradores da pesquisa citada anteriormente.

Complementarmente, para facilitar a execução dos ensaios M5 e M8, foi criada pelo autor
deste trabalho uma tabela digital, inserida na aba "M5 e M8 UNIJUÍ" dentro do arquivo criado
pelo Professor Dr. Cezar Bastos. Esta tabela tem função de fazer o cálculo da altura do corpo de
prova e a análise da diferença de altura relacionando "n" e "4n" automaticamente, agilizando
assim o processo de execução do ensaio, e também calcular a umidade de moldagem dos corpos
de prova e a massa seca perdida na imersão.

Após preenchida a planilha da aba dos ensaios M5 e M8, apresentada no print da Figura
29. Existem uma série de etapas a serem cumpridas afim de criar os gráficos e executar os
cálculos dos coeficientes de classificação.
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Figura 29: Print da Planilha na aba "M5 e M8 UNIJUÍ" da Tabela Digital

Fonte: Autoria Própria

O procedimento de classificação através da planilha eletrônica criada pelo Dr. Cezar


Bastos segue alguns procedimentos, Após preenchida a aba "M5 e M8 UNIJUÍ" conforme
detalhado anteriormente, existe uma sequência de passos que devem ser tomados para que os
gráficos sejam gerados corretamente e assim possa ser feita a devida classificação.

Na Figura 30 que segue o exemplo anteriormente adotado da mistura ALA 40%, devem
ser observados os primeiros passos dentro da aba "PLANILHA" do arquivo Excel. Para cada
corpo de prova as colunas com os valores de altura e MEAS devem ser estendidas até o número
de golpes de seu respectivo corpo de prova, já as colunas com a variação de altura ∆h devem ser
estendidas até a última comparação de altura entre os corpos de prova, e sempre as últimas 4
células serão apagadas neste procedimento. As células de Hmáx da Perda de Massa por Imersão,
com o fundo verde no print da Figura 30, correspondem à ultima altura de cada corpo de prova.
As células com fundo amarelo serão preenchidas com os valores dos coeficientes encontrados,
exceto o " e' " que é calculado com os demais valores, e na célula de fundo verde claro temos a
classificação final deste mistura ensaiada.
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Figura 30: Print 1 da aba "PLANILHA"

Fonte: Bastos, (2012)

Figura 31: Print 2 da aba "PLANILHA"

Fonte: Bastos, (2012)

Ainda nesta aba, o próximo procedimento de acordo com o Print da aba "PLANILHA" da
Figura 31, é a alteração da legenda dos gráficos gerados através da alteração das células S28 até
W28, de acordo com a umidade de moldagem da amostra. A tabela de S29 até W40 deve ter seus
valores estendidos até o final, e então apagadas as células com valor zero. Estes valores serão
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utilizados para a interpolação apresentada da célula AC45 até AF49, onde são preenchidos os
valores para cada corpo de prova CP1 até CP5 respectivamente os valores de y1, y2, x1 e x2. O
procedimento é fazer a interpolação dos valores próximos de 2mm dentro da tabela para
encontrar o número de golpes para se ter uma altura exata de 2mm para cada corpo de prova.
Pode-se observar que geralmente no primeiro corpo de prova será necessária uma extrapolação,
pois a altura para 64 golpes (como no exemplo) é maior que 2mm, esta interpolação terá como
resultado os valores de parâmetro Bi.

O passo seguinte é o cálculo do coeficiente " c' " que se dá através de uma interpretação
gráfica que será gerada na aba "CURVA MCV". O coeficiente é calculado através da inclinação
da reta vermelha salientada na Figura 32, que será calculada através da divisão entre a variação
em y pela variação em x para um ponto fixo em 10 golpes e diferença de altura 2mm. Para saber
os valores a serem utilizados no cálculo, cria-se duas retas (retas azuis da Figura 32) afim de
representar as curvas mais próximas (antes e depois) do ponto de coordenada (10;02). Após
traçadas as duas retas, mover horizontalmente uma delas até que se encontrem, então traçar uma
reta que saia do ponto de encontro e vá até o meio das duas na outra ponta e por fim move-la afim
de que a parte inferior esteja sobre a coordenada (10;02) (representada com a reta vermelha). O
próximo passo é escolher um ponto sobre a reta vermelha para o cálculo do coeficiente,
geralmente escolhe-se um ponto que esteja sobre as linhas verticais e horizontais, para o exemplo
utilizou-se a coordenada (7;4). O coeficiente é calculado dividindo a variação em y dos dois
pontos (que seria 4-2=2) pela variação em x que está em escala logarítmica (que seria 10log(10)-
10log(7)=1,549) a divisão resulta em um coeficiente c'=1,29.

O passo seguinte é o cálculo do coeficiente " d' " que é dado pela inclinação da curva de
compactação da série de 16 golpes na aba "CURVA COMPACTAÇÃO" da Figura 33. Para o
cálculo divide-se a diferença do eixo y do segundo e primeiro ponto multiplicado por 1000, pela
diferença no eixo x do segundo e primeiro ponto da série de 16 golpes (em vermelho). Seguindo
o exemplo temos que d'=(1669,6-1529,6)/(15,54-13,41) logo d'= 65,7.

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Classificação de Solos da Região Noroeste do Estado do RS pela Metodologia MCT
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Figura 32: Gráfico da aba "CURVA MCV"

Fonte: Bastos, (2012)

Figura 33: Gráfico da aba "CURVA COMPACTAÇÃO"

Fonte: Bastos, (2012)

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O último passo para a classificação é determinar o valor de Pi (Perda de Massa por


Imersão), dado pelo valor em y para Mini-MCV 10 ou 15, de acordo com o valor de AF - Altura
Final. Se AF for maior que 48mm utilizaremos Mini-MCV 10 para encontrar Pi, se for menor que
48mm utilizaremos Mini-MCV 15. Para determinar o valor de AF devemos traçar uma reta
vertical em Mini-MCV=10 na aba "ALTURA", Figura 34, e ver o valor no eixo y correspondente
ao momento de intersecção da reta vertical com a curva que representa as alturas do corpo de
prova. Para o exemplo temos que AF será igual a 47,9. Desta forma utilizaremos o valor de Mini-
MCV 15 para encontrar o Pi.

Figura 34: Gráfico da aba "ALTURA"

Fonte: Bastos, (2012)

Na aba "PI", apresentado na Figura 35, traça-se uma reta vertical no valor de Mini-MCV
encontrado para a amostra de solo conforme a condição da Altura Final e verifica-se o valor de Pi
no eixo y. Para o exemplo vemos que Pi em Mini-MCV 10 é igual a 2.

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Classificação de Solos da Região Noroeste do Estado do RS pela Metodologia MCT
56

Figura 35: Gráfico da aba"'PI"

Fonte: Bastos, (2012)


Desta forma, preenchemos os valores de " d' ", " c' " e Pi na aba "PLANILHA" da Figura
30, e o gráfico de classificação final será gerado na aba "Classificação MCT", apresentado na
Figura 36, e obtemos assim o resultado final da classificação MCT de acordo com a localização
no ponto dentro dos grupos de solo apresentados no gráfico.

Figura 36: Gráfico da aba "Classificação MCT"

Fonte: Bastos (2012)

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Pode-se observar a classificação final da mistura ALA 40% pertencente ao grupo LA'.
Este resultado é coerente com os ensaios realizados no início das pesquisas em 2012 na Fundação
Universidade do Rio Grande (FURG), garantindo assim a coerência do procedimento adotado
neste trabalho, consolidando assim a sua execução no Laboratório de Engenharia Civil da
UNIJUÍ.

3.4.2 Ensaios de Classificação MCT Expedita

Os ensaios da classificação MCT Expedita - método das pastilhas, foram realizados


conforme as recomendações do artigo da professora Dra. Rita Fortes (FORTES, 2002),
apresentado no item 2.3.2 deste trabalho, com algumas adaptações para os equipamentos do LEC.
Pela inexistência de normas e desconhecimento do procedimento, alguns ensaios tiveram que ser
repetidos devido as alterações convenientes tomadas após análises e leituras de artigos.

Após a execução de vários ensaios, adotou-se uma sequência e um padrão a ser seguido
afim de poder comparar os resultados sem que houvesse variação devido o procedimento
laboratorial. Na sequência, serão listados os materiais e equipamentos utilizados na execução do
ensaio de classificação MCT Expedito pelo método das pastilhas, e apresentada a metodologia
adotada para este Trabalho de Conclusão de Curso.

Figura 37: Parte de Utensílios Utilizados no Ensaio de Classificação Expedita

Fonte: Autoria Própria

Na Figura 37 têm-se: bandeja metálica, colher, amostra de solo, peneira nº 40 ABTN,


espátula de aço, água destilada, placa de vidro, solo passante na peneira nº 40 ABNT.
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Classificação de Solos da Região Noroeste do Estado do RS pela Metodologia MCT
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Figura 38: Demais Utensílios Utilizados no Ensaio de Classificação Expedita

Fonte: Autoria Própria

Já na Figura 38 têm-se: paquímetro, fio dental, 5 anéis de aço inoxidável, bandeja


retangular, cachimbo de pedra porosa, béquer de plástico, cronômetro, filtro.

Figura 39: Penetrômetro e Estufa

Fonte: Autoria Própria

Figura 39: Penetrômetro, Estufa para secagem regulada à 60ºC.

O procedimento do ensaio inicia-se com o peneiramento de uma amostra de solo, do qual


será utilizado o material passante na peneira nº 40. Uma das vantagens deste método é a pequena
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quantidade de material necessário, cerca de 60g. Adiciona-se água ao solo e mistura-se com
auxílio de uma espátula. Os solos argilosos necessitam de um período maior de mistura devido a
sua fina granulometria.

Adiciona-se água destilada ao solo até que se atinja o ponto de moldagem, este ponto é
verificado conforme a Figura 40, onde coloca-se uma pequena quantidade da mistura sobre uma
placa de vidro e que será submetido ao processo de penetração, devendo atingir valores próximos
a 10mm. Quando esta penetração for atingida, as pastilhas podem ser moldadas, lembrando que o
ponto é atingido através do acréscimo de água ou solo conforme o resultado da penetração.

Para a moldagem, são feitas pequenas esferas de solo com as mãos e então são colocadas
dentro do anel de aço e pressionadas com o dedo, afim de preencher todo o anel, o excesso de
material é retirado com o auxílio de um fio dental de acordo com a segunda imagem da Figura
40. Para evitar que a pastilha grude no vidro, em solos argilosos recomenda-se o uso de um
plástico sobre o vidro.

Figura 40: Ponto de Moldagem e Retirada do Excesso com Fio Dental

Fonte: Autoria Própria

Após a moldagem, as 5 pastilhas são colocadas verticalmente em uma estufa previamente


regulada em 60ºC por 24 horas conforme vê-se na primeira imagem da Figura 41. Neste processo
as pastilhas perdem água, e por este motivo ocorre uma contração, o que ocasiona a queda das
pastilhas em solos bastante argilosos conforme observa-se na segunda imagem da Figura 41.

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Classificação de Solos da Região Noroeste do Estado do RS pela Metodologia MCT
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Figura 41: Pastilhas recém colocadas na estufa e 24 horas após

Fonte: Autoria Própria

Após as 24 horas, as pastilhas são retiradas da estufa, e antes de dar sequência ao ensaio
espera-se até que elas esfriem. Após este período, podem ser realizadas as medidas de contração
das pastilhas, com o auxílio de um paquímetro, na primeira imagem da Figura 42. É importante
que sejam realizadas três medidas de cada pastilha, para fazer a média das 15 leituras de
contração, que irão definir a posição no eixo x do gráfico de classificação.

Para a embebidação das pastilhas, necessita-se de um sistema composto por dois


cachimbos com pedra porosa e um recipiente com água destilada. Nota-se na Figura 42 a
utilização de uma bandeja para que o recipiente com água destilada fique no mesmo nível dos
cachimbos de pedras porosas que já estão colocados sobre a base do penetrômetro, isto é
importante para que durante o processo de embebidação, a água fique nivelada e as pastilhas
recebam água apenas por capilaridade.

Para montar o sistema de forma que não fique ar na mangueira, elas são colocadas no
recipiente de água e através da pressão exercida por um sopro vedando ao máximo a abertura do
recipiente, a água se desloca sem bolhas de ar para o cachimbo. Após montado o sistema, deve-se
esperar que a água em excesso saia pelas pedras porosas até que a água fique nivelada para então
se colocar o filtro sobre a pedra.

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O processo de embebidação tem duração de 2 horas, nas quais as pastilhas recebem água
por capilaridade e irão inchar, aumentando o seu tamanho e apresentando características de
trincamento ou não de acordo com o tipo de solo.

Figura 42: Montagem do Sistema de Embebidação e Medição da Contração

Fonte: Autoria Própria

Observa-se na Figura 43 que no início do processo de embebidação há pouco inchamento


das pastilhas, já no término das duas horas percebe-se um aumento de tamanho e presença de
trincas principalmente em solos argilosos.

Figura 43: Variação de aspecto visual das pastilhas no início e fim da embebidação

Fonte: Autoria Própria

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Classificação de Solos da Região Noroeste do Estado do RS pela Metodologia MCT
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Após duas horas de embebidação, inicia-se o processo de penetração das pastilhas. Na


Figura 44 observa-se o momento da penetração na pastilha. Uma agulha com massa de 10g, cai
em queda livre, para isso posiciona-se a mesma em contato com a pastilha e então ela é solta
através do equipamento, e então mede-se o deslocamento vertical, que é a penetração conforme
vê-se na Figura 44. Para cada pastilha são feitas três leituras, e novamente se faz a média das 5
pastilhas que irão resultar na localização vertical do ponto de classificação.

Figura 44: Penetração das Pastilhas

Fonte: Autoria Própria

O gráfico de classificação foi apresentado no item 2.3.2 deste trabalho, e será comentado
com maior detalhamento do capítulo de Resultados.

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4 RESULTADOS

Devido a necessidade de se adequar a metodologia MCT ao nosso laboratório, a


realização dos ensaios teve início em meados de julho, e deste momento até a segunda quinzena
de novembro, foram possíveis classificar 3 amostras de diferentes solos pela Metodologia MCT,
além de 9 misturas que utilizam o solo do Campus da UNIJUÍ. Utilizando a Metodologia MCT
Expedita - método das pastilhas, foram realizadas 12 classificações de solo e 6 misturas
referentes ao grupo de pesquisa.

Pelo conjunto do grupo de pesquisas na área da geotecnia, as curvas de compactação das


misturas ALA, ALAI e ALARC foram realizados por outros integrantes deste grupo, e coube a
esta parte da pesquisa realizar os ensaios de classificação MCT, sendo assim as curvas de
compactação foram cedidas pelos colegas de pesquisa. Da mesma maneira a curva de
compactação do solo de Ajuricaba e Capão do Cipó foram cedidas por colegas de pesquisa, e a
curva de compactação do solo do Campus foi aproveitada dos ensaios realizados no início do ano
por todo o grupo de pesquisa.

A localização das amostras de solo classificadas estão representadas nas imagens


seguintes, primeiramente uma visão geral do Estado na figura 45, e também uma imagem mais
aproximada da região na figura 46. As amostras retiradas da BR-377 estão localizadas nos
municípios de Cruz Alta, Ibirubá e Santa Bárbara do Sul representados em verde claro.

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Classificação de Solos da Região Noroeste do Estado do RS pela Metodologia MCT
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Figura 45: Localização das cidades da retirada de amostras no Estado

Fonte: Autoria Própria

Figura 46: Destaque na região com cidades da retirada de amostras

Fonte: Autoria Própria

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4.1 COMPACTAÇÃO

Os ensaios de compactação necessários para encontrar a umidade ótima afim de nortear a


classificação MCT foram realizados para as amostras de solo de Ajuricaba, Capão do Cipó e Ijuí
- Campus UNIJUÍ, além das diferentes misturas apresentadas na tabela da Figura 47 a seguir:

Figura 47: Umidade ótima das amostras classificadas

Umidade
Solo/Mistura ótima
(%)
Campus UNIJUÍ 32.50
Ajuricaba 31.00
Capão do Cipó 22.00
Mistura ALA 20% 25.00
Mistura ALA 30% 22.00
Mistura ALA 40% 20.00
Mistura ALAI 20% 23.50
Mistura ALAI 30% 22.50
Mistura ALAI 40% 19.00
Mistura ALARC 20% 25.70
Mistura ALARC 30% 25.20
Mistura ALARC 40% 24.00
Fonte: Autoria Própria

Figura 48: Curvas de Compactação Misturas ALA

18.00
Massa Específica Aparente

17.00 Solo Natural EN


ALA 20% EN
16.00
Seca (kN/m³)

ALA 30% EN
15.00 ALA 40% EN
14.00
13.00
12.00
15.00 20.00 25.00 30.00 35.00 40.00
Umidade (%)

Fonte: Autoria do Grupo de Pesquisas em Solo

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Classificação de Solos da Região Noroeste do Estado do RS pela Metodologia MCT
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Figura 49: Curvas de Compactação Misturas ALAI

18

Massa Específica Aparente 17


40% ALAI - Normal
16
Seca (kN/m³)
30% ALAI - Normal
15 20% ALAI - Normal
Solo Natural - Normal
14

13

12
10 20 30 40
Umidade (%)

Fonte: Autoria do Grupo de Pesquisas em Solo

Figura 50: Curvas de Compactação Misturas ALARC

16.00
15.50
15.00
Peso Específico Aparente

14.50
40% ALARC - Normal
14.00
Seco (kN/m³)

30% ALARC - Normal


13.50
13.00 20% ALARC - Normal

12.50 Solo Natural - Normal

12.00
15 25 35
Umidade (%)

Fonte: Autoria do Grupo de Pesquisas em Solo

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Figura 51: Curvas de Compactação amostras de Solo

15.50

15.00
Peso Específico Aparente

14.50
Ajuricaba
Seco (kN/m³)

14.00
Capão do Cipó

13.50 Campus UNIJUÍ

13.00
17 22 27 32 37
Umidade (%)

Fonte: Autoria do Grupo de Pesquisas em Solo

4.2 CLASSIFICAÇÃO MCT

Foram realizados 12 classificações pela metodologia MCT, das quais 3 são solos e 9
misturas estudadas para objetivos do grupo de pesquisas da UNIJUÍ, os resultados estão
apresentados na figura 52. As três amostras de solo apresentaram comportamento LG' - Argilas
Lateríticas, ou Argilas Arenosas Lateríticas. Como esperado, o solo do Campus da UNIJUÍ
apresentou comportamento muito argiloso, se localizando bastante a direita na carta de
classificação.

O solo de Capão do Cipó se apresentou mais arenoso do que o solo de Ajuricaba, devido
sua proximidade com o grupo das Areias Lateríticas - LA', onde grande parte das misturas de 20
e 30% se localizaram, percebe-se assim que tanto misturas com areia natural, areia industrial ou
resíduo de construção civil necessitam de uma substituição de 40% do solo natural do campus
para que fiquem dentro do grupo das Areias Lateríticas.

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Classificação de Solos da Região Noroeste do Estado do RS pela Metodologia MCT
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Figura 52: Resultados Classificação MCT

Fonte: Bastos, (2012)

4.3 CLASSIFICAÇÃO MCT EXPEDITA - MÉTODO DAS PASTILHAS

A partir dos ensaios de Classificação Expedita, foram encontrados os resultados


apresentados na Figura 53. Através deste método foram classificadas 12 amostras de solo de da
região, além de 3 misturas com areia e mais 3 misturas com areia industrial. A classificação de
cada zona representada por siglas conforme ABGE (1998), já foi referenciada no item 2.3.1 deste
trabalho

Pode-se observar dos resultados obtidos que o solo do campus da UNIJUÍ tem
comportamento característico de um solo bastante argiloso devido o seu deslocamento acentuado
no eixo X do gráfico que apresenta os valores de c' referentes a quantidade de areia, o que
confere com os resultados de outras pesquisas que apresentam 96% passante na peneira nº 200,
sendo este um solo LG' - argila laterítica.

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Dos 5 pontos da BR-377, apenas o ponto 2 se aproximaram do limite entre solos


lateríticos e não lateríticos, todos os demais apresentaram classificação LG' bem definida - solo
argiloso laterítico e argilas lateríticas arenosas. Os solos de Santa Rosa, Palmeira das Missões e
Capão do Cipó também foram classificados como LG'.

Apenas o solo de Ajuricaba apresentou comportamento não laterítico pela classificação


expedita, porém pela proximidade com a linha divisória entre Lateríticos e Saprolíticos,
recomenda-se a execução dos ensaios de classificação M5 e M8. Pela classificação expedita NG'
- Argilas, Argilas Siltosas ou Argilas Arenosas não Lateríticas

Os Solos das cidades de Tupanciretã e Jóia ficaram na zona de transição LA'-LG' - Areia
Argilosa Laterítica e Argila Laterítica ou Argila Laterítica Arenosa, fato que se observa
tatilmente ao analisar o solo.

As três misturas com Areia Natural (ALA) apresentaram comportamento LG' - Argila
Laterítica Arenosa, assim como as misturas com Areia Industrial (ALAI) de 20 e 30%, tendo
exceção apenas a mistura ALAI 40% que foi classificada como pertencente a transição NA'/(NG'-
NS') - areias siltosas e areias argilosas não lateríticas para argilas arenosas não lateríticas ou siltes
arenosas não lateríticas.

FORTES et al. (2002), utilizaram o gráfico apresentado no item 2.3.2. deste trabalho,
porém solos bastante argilosos apresentam uma elevada contração diametral, e para melhor
representar os resultados dos solos argilosos, principalmente do campus da UNIJUÍ, o gráfico foi
estendido. Devido a relação do gráfico de classificação pelo método das pastilhas com a
classificação MCT, dada pela relação do coeficiente c' apresentado na parte superior do gráfico,
foi necessária uma extrapolação numérica, realizada através de um programa de modelagem
matemática.

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Classificação de Solos da Região Noroeste do Estado do RS pela Metodologia MCT
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Figura 53: Resultados da Classificação MCT Expedita

Fonte: Autoria Própria


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5 CONCLUSÃO

Neste capítulo apresentam-se as principais conclusões deste TCC e algumas sugestões


para continuação dos estudos que permitam aprofundar o conhecimento sobre o tema e aspectos
pesquisados e explanados nesta dissertação.

Conclusões:

a. Foram realizados vários ensaios M5 e M8 para a Classificação MCT, tendo


apresentado resultados coerentes com os apontados na literatura, especificamente
se comparados com ensaios realizados na FURG anteriormente com o solo do
Campus de Ijuí da UNIJUÍ;
b. Foram realizados inúmeros ensaios pelo método das pastilhas da Classificação
MCT expedita, onde apesar da falta de referências de pesquisa, apresentaram
resultados semelhantes se comparados com a Classificação MCT;
c. Foi compreendido o procedimento dos ensaios da Classificação MCT obtendo-se
confiabilidade nos resultados encontrados;
d. Todas as misturas estudadas propostas no projeto de pesquisa institucional
obtiveram a Classificação MCT;
e. Misturas ALA com areia e areia industrial foram classificadas pelo método
expedito das pastilhas MCT;
f. Os resultados da Classificação Expedita podem ser considerados confiáveis devido
à grande quantidade de ensaios repetidos inicialmente, a tomada de decisões sobre
as ferramentas a serem utilizadas na execução do ensaio no planejamento da
pesquisa e a melhor maneira de executá-las;
g. Deixa-se um grande legado aos cursos de Engenharia Civil da instituição e ao
LEC possibilitando, a partir de agora, a realização de ensaios para Classificação
MCT e MCT expedita, permitindo que os alunos, pesquisadores e empresas
possam utilizar desta importante ferramenta para qualificação de materiais para
uso na pavimentação e obras geotécnicas;
h. O objetivo específico de encontrar solos arenosos finos lateríticos na região não
foi aprofundado em face de que tornou-se objetivo de outro trabalho de pesquisa
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Classificação de Solos da Região Noroeste do Estado do RS pela Metodologia MCT
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realizado pelo formando Cristiano Schmidt Della Flora, integrante do projeto de


pesquisa institucional;
i. Classificaram-se 3 amostras de solo, 9 misturas ALA, sendo 3 delas com
utilização de resíduo da construção civil na Classificação MCT, e 12 amostras de
solo e 6 misturas ALA pela classificação expedita. Desta forma, formado está um
pequeno banco de dados, que estará em permanente ampliação, consolidando a
execução de ensaios de Classificação MCT no LEC.

Sugestões para Próximas Pesquisas:

a. Comparar a Classificação MCT com a MCT Expedita para solos da Região


Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul;
b. Através da repetibilidade de ensaios para um determinado solo, analisar
estatisticamente a constância ou não dos resultados obtidos;
c. Ampliar o banco de dados com intuito de mapear os resultados classificatórios dos
solos da região;
d. A realização e consolidação dos demais ensaios referentes a Metodologia MCT de
grande importância para a seleção de solos para a pavimentação e obras
geotécnicas, como os ensaios de Mini-CBR, Contração, Infiltrabilidade e
Permeabilidade e de Penetração da Imprimadura Betuminosa.

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Lucas Pufal (lucaspufal@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí, DCEEng/UNIJUÍ, 2015
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REFERÊNCIAS

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Janeiro, 1995. 18 p.

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Lucas Pufal (lucaspufal@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí, DCEEng/UNIJUÍ, 2015

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