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LUCAS PUFAL
Ijuí
2015
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Classificação de Solos da Região Noroeste do Estado do RS pela Metodologia MCT
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LUCAS PUFAL
Ijuí
2015
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Lucas Pufal (lucaspufal@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí, DCEEng/UNIJUÍ, 2015
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LUCAS PUFAL
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de
ENGENHEIRO CIVIL e aprovado em sua forma final pelo professor orientador e pelo membro
da banca examinadora.
BANCA EXAMINADORA
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AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, "Porque, quando perco toda a minha força, então tenho a
força de Cristo em mim." 2 Coríntios 12.10b.
Ao meu orientador Prof. Carlos Alberto Simões Pires Wayhs pela dedicação, auxílio e
exigências.
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RESUMO
PUFAL, Lucas. Classificação de Solos da Região Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul
pela Metodologia MCT. 2015. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil,
DCEEng, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Ijuí,
2015.
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Classificação de Solos da Região Noroeste do Estado do RS pela Metodologia MCT
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ABSTRACT
PUFAL, Lucas. Classificação de solos da Região Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul
pela Metodologia MCT e MCT Expedita. 2015. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de
Engenharia Civil, DCEEng, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul
– UNIJUÍ, Ijuí, 2015.
The soil classification by the MCT Methodology is fundamentally important to research and
implementation of economic pavements whit use of tropical soils. Developed unprecedentedly in
Brazil is still little used in Rio Grande do Sul state, and this monograph of course conclusion
aims to spread the use of the results found through it. This paper presents an introductory chapter,
the literature review that introduces the reader to the subject matter, the methodology adopted,
results and conclusions. This work is the result of research related to alternative materials for
economic pavements where the focus of the search is mainly replace conventional base asphalt
pavements, consisting mostly of BGS by soils or mixtures that meet the recommended
proprieties. From the studies proposed by the authors Villibor and Nogami (2009 ), soil
classification was used in this study required by the MCT Methodology. Initially the tests
concerning the Classification was carried out in partnership with other universities. With the
acquisition of equipment these tests may be performed in our own Civil Engineering Laboratory
on UNIJUÍ. How the Researches have showed promising results when using mixtures of Soil
Laterites Clayey with natural sand, we decided consolidate the realization of the classification
process in our laboratory. For a continuation to this research, this paper presented is of
fundamental importance in classification of soils to be used in economic paving. The
understanding of the classification process, equipment adaptation, trials methodology, will allow
to develop future research in the application of MCT methodology to paving , especially those in
the feeder roads. From the methodology adopted were held trials by MCT Methodology and
MCT Expedita, also known as the Method of the pastille, with several soil samples of the
Northwest Region of the Rio Grande do Sul state , reaching one of the objectives of this work in
putting the results in a database. In addition it is expected that the database will be expanded
over time, allowing the use of your information to choice of soils in road construction and other
geotechnical applications.
Keywords: Clay Soil Lateritic. Method of the Pastille. Economic Paving. Miniature Compacted
Tropical. Tropical Soil Classification.
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LISTA DE FIGURAS
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LISTA DE SIGLAS
CC Coeficiente de Curvatura
IP Índice de Plasticidade
LA Areia Laterítica
LL Limite de Liquidez
LP Limite de Plasticidade
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 13
2.3.1 Classificação MCT - Mini-MCV (M5) e Perda de Massa por Imersão (M8) ... 29
3 METODOLOGIA ........................................................................................... 35
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4 RESULTADOS ................................................................................................ 63
5 CONCLUSÃO ................................................................................................. 71
REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 73
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1 INTRODUÇÃO
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recomendados por Villibor e Nogami (2009) para utilização em bases de pavimentos econômicos,
técnica aprovada e largamente utilizada no estado de São Paulo.
1.1 CONTEXTO
O intuito das pesquisas sempre esteve voltado à substituição da base dos pavimentos
convencionais por bases de pavimentos econômicos, do qual se destacam as pesquisas com
misturas SLAD (Solo Laterítico com Agregado Descontínuo) e ALA (Argila Laterítica com
Areia). Para que se dê continuidade as pesquisas se faz necessária a classificação dos solos e
misturas utilizadas através da Metodologia MCT. A partir de então montou-se um planejamento
para que fossem iniciadas pesquisas referentes a classificação geotécnica dos solos da região
noroeste do Estado do Rio Grande do Sul pela Metodologia MCT e MCT Expedita, conhecida
como método das Pastilhas.
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1.2 TEMA
1.3 PROBLEMA
A principal dificuldade enfrentada foi na execução dos ensaios, devido a inexistência das
normas originais criadas por Villibor e Nogami, que foram procuradas com grande empenho na
internet e através de contato com empresas e departamentos públicos que pudessem ter acesso as
normas. Por este motivo foram utilizadas as normas do DNER-ME (256/94 e 258/94) para a
classificação MCT. Já para a classificação expedita buscou-se no artigo Método das Pastilhas para
Identificação Expedita de Solos Tropicais dos autores Fortes, Merighi e Zuppollini Neto (2002),
além das orientações do livro Pavimentos Econômicos de Villibor e Nogami (2009), e algumas
adaptações quanto a procedimentos, dispositivos e acessórios.
Objetivo Geral:
Classificar amostras de solos da região noroeste do Estado e consolidar a execução
dos ensaios de classificação da Metodologia MCT no Laboratório de Engenharia
Civil da UNIJUÍ, e através dos resultados criar um banco de dados.
Objetivos específicos:
Compreender o procedimento dos ensaios da metodologia MCT para que se tenha
confiabilidade nos resultados encontrados;
Classificar as misturas propostas pelas pesquisas desenvolvidas na UNIJUÍ;
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1.5 DELIMITAÇÃO
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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Classificações Preliminares:
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Solos residuais são aqueles de decomposição das rochas que se encontram no próprio
local em que se formaram. Para que ocorram, é necessário que a velocidade de
decomposição da rocha seja maior do que a velocidade de remoção por agentes externos.
A velocidade de decomposição depende de vários fatores, entre os quais a temperatura, o
regime de chuvas e a vegetação. As condições existentes nas regiões tropicais são
favoráveis a degradações mais rápidas da rocha, pela qual as maiores ocorrências de
solos residuais situam-se nessas regiões, entre elas o Brasil (PINTO, 2006).
Pinto (2006) destaca também, que dentre os solos residuais temos os solos maduros que já
se tornaram homogêneos devido a decomposição da rocha-mãe, os solos saprolíticos (conhecidos
como solo residual jovem) que mantém a estrutura da rocha-mãe porém sem consistência de
rocha e baixa resistência e ainda as rochas alteradas que devido a alteração apresentam fraturas
ou zonas de menor resistência com grandes blocos da rocha original.
Ainda conforme Pinto (2006), os solos transportados são aqueles que foram levados ao
seu atual local por algum agente de transporte. E as características do solo são função do agente
transportador. Os solos formados por ação da gravidade são conhecidos como coluvionares.
Aqueles resultantes do carreamento pela água são os aluviões ou solos aluvionares. Os que foram
transportados pelo vento dão origem a depósitos eólicos, e ainda, aqueles transportados por
geleiras dão origem aos drifts (comuns na Europa e nos EUA).
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Segundo Maciel Filho (1997), de acordo com a formação pedológica os solos se dividem
em três grandes grupos:
Para esta classificação é necessário estar no local da retirada da amostra, para que se
analise a formação geológica daquele solo analisando o entorno do local, verificando a presença
de rochas afloradas, fase de transição ou solo residual maduro.
Segundo Pinto (2006), quando necessário descrever um solo sem dispor de resultados de
ensaios, o tipo de solo e seu estado devem ser estimados, e para isso utiliza-se uma identificação
tátil-visual, manuseando-se o solo e sentindo sua reação ao manuseio. Cada profissional deve
desenvolver sua própria habilidade para identificar solos. O primeiro aspecto a ser analisado é a
provável quantidade de grossos (areia e pedregulho) existente no solo. Grãos de pedregulhos são
bem distintos, mas grãos de areia podem se encontrar envoltos por partículas mais finas. Para se
ter a distinção nos dedos, é necessário umedecer o solo de forma que os torrões de argila se
desmanchem e perceba-se assim a presença ou não de areias. Se a amostra estiver seca, a
proporção de finos e grossos pode ser estimada esfregando-se uma pequena porção do solo sobre
uma folha de papel. As partículas finas (siltes e argilas) impregnam-se no papel, ficando isoladas
as partículas arenosas. Os procedimentos são descritos a seguir:
a) Resistência a seco - Ao se umedecer uma argila, moldar uma pequena pelota irregular
(dimensões na ordem de 2 cm) e deixá-la secar ao ar, a pelota fica muito dura e, quando
quebrada , divide-se em pedaços bem distintos. Ao contrário, pelotas semelhantes de
siltes são menos resistentes e se pulverizam quando quebradas.
b) Shaking Test - Ao se formar uma pasta úmida (saturada) de silte na palma da mão,
quando se bate esta mão contra a outra, nota-se o surgimento de água na superfície. Ao
se apertar torrão com os dedos polegar e indicador da outra mão, a água reflui para o
interior da pasta (é semelhante à aparente secagem da areia da praia, ao redor do pé,
quando se pisa no trecho saturado, bem junto ao mar). No caso de argilas, o impacto das
mãos não provoca o aparecimento de água.
c) Ductilidade - Ao se moldar um solo com umidade em torno do limite de plasticidade
com as mãos, nota-se que as argilas apresentam-se mais resistentes nessa umidade do
que as siltes.
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Os sistemas de classificação que se baseiam nas características dos grãos que constituem
os solos têm como objetivo a definição de grupos que apresentam comportamentos
semelhantes sob os aspectos de interesse da Engenharia Civil. Nestes sistemas, os
índices empregados são geralmente a composição granulométrica e os índices de
Atterberg (PINTO, 2006).
Conforme a NBR 6502 (ABNT, 1995) a classificação de acordo com o tamanho dos grãos
tem os seguintes limites para cada tipo de solo:
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Para melhor visualização, a Figura 01 foi criada para ilustrar em escala logarítmica a
localização das peneiras e as divisões conforme a granulometria segundo os conceitos da NBR
6502 (ABNT, 1995).
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Segundo Das (2007) a forma original do Sistema Unificado de Classificação de Solos foi
proposta por Casagrande em 1942 para uso nos trabalhos de construção de aeroportos sob
responsabilidade do Army Corps of Engineers durante a Segunda Guerra Mundial. Em
cooperação com o U.S. Bureau of Reclamation, esse sistema foi revisto em 1952 e atualmente é
utilizado por engenheiros. O sistema classifica os solos em duas amplas categorias:
1 - Solos de grãos grossos que têm a natureza de pedregulho e de areia com menos de
50% passando pela peneira Nº 200. Os símbolos do grupo iniciam com um prefixo G ou
S. G representa pedregulho ou solo pedregulhosos e S representa areia ou solo arenoso.
2 - Solos de grãos finos são constituídos de 50% ou mais passando pela peneira Nº 200.
Os símbolos de grupo iniciam com prefixos M, que representa silte inorgânico; C, que
representa argila inorgânica; ou O, que representa siltes e argilas orgânicos. O símbolo
Pt é utilizado para turfa, terra preta (muck) e outros solos altamente orgânicos (DAS,
2007).
Conforme Das (2007), algumas informações são necessárias para que possa se fazer a
classificação adequada pelo SUCS, que são:
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Conforme Das (2007), pode-se observar que a Classificação SUCS permite várias
combinações referentes aos dados complementares dos diferentes tipos de solo, o que abrange
possibilidades de pedregulhos bem graduados com alta compressibilidade até argilas mal
graduadas de baixa compressibilidade.
Classificação SUCS
Letra Descrição Tipo
G Pedregulho Solos
S Areia Grossos
Tipo Principal do
M Silte
Solo Solos
C Argila
Finos
O Solo Orgânico
W Bem graduado
Dados P Mal graduado
Complementares H Alta compressibilidade
L Baixa compressibilidade
Solo Altamente
Pt Turfas
Orgânico
Fonte: Autoria Própria
(1)
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Ainda conforme Pinto (2006), o SUCS considera que um pedregulho é bem graduado
quando seu CNU é superior a 4, e que uma areia é bem graduada quando seu CNU é superior a 6.
Além disto, é necessário que o coeficiente de curvatura, CC, esteja entre 1 e 3. Quando o solo de
granulação grosseira tem mais que 12% de finos, a característica secundária passa a ser de
acordo com os finos. Logo os pedregulhos e areias serão identificados como argilosos (GC ou
SC) ou como siltosos (GM ou SM). O que determinará a classificação será o posicionamento do
ponto representativo dos índices de consistência na Carta de Plasticidade da Figura 04. Quando o
solo tiver de 5 a 12% de finos, o Sistema recomenda que se apresentem as duas características
secundárias, uniformidade da granulometria e propriedades dos finos. Assim surgirá uma
classificação intermediária, como exemplo SP-SC, areia mal graduada argilosa.
De acordo com Pinto (2006), os solos de granulação fina são divididos em site (M), argila
(C) ou solo orgânico (O), diferentemente dos solos granulares, não é em função da porcentagem
que se classifica o solo, mas através dos índices de consistência. Casagrande notou, ao colocar o
IP do solo em função do LL num gráfico como da Figura 04, que os solos de comportamento
argiloso se faziam representar por um ponto acima de uma reta inclinada, denominada Linha A.
Solos orgânicos ainda que argilosos e solos sitosos são representados por pontos localizados
abaixo da Linha A, que no seu trecho inicial é substituída por uma faixa horizontal
correspondente a IP de 4 a 7, que é representada pela Equação 3:
(3)
Conforme Pinto (2006), os solos orgânicos distinguem-se dos siltes pelo seu aspecto
visual, pois se apresentam com uma coloração escura típica (marrom-escuro, cinza-escuro ou
preto). Uma característica complementar dos solos finos é a compressibilidade. Constatou-se que
os solos costumam ser tanto mais compressíveis quanto maior seu Limite de Liquidez. Assim, o
Sistema classifica-se secundariamente como de alta compressibilidade (H) ou de baixa
compressibilidade (L) os solos M, C, ou O, em função do LL ser superior ou inferior a 50,
delimitado na Carta de Plasticidade pela Linha B. Solos de classificação Turfa (Pt) são
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Esta classificação assim como o SUCS faz uma análise conforme a granulometria para
solos grossos, e para os finos adicionalmente leva em consideração o LL e IP.
Conforme Das (2007), o Sistema da AASHTO foi desenvolvido em 1929 como o sistema
da Administração de Estradas Públicas dos EUA. Ele foi submetido a várias revisões, com a
presente versão proposta pelo Committee on Classification of Materials for Subgrades and
Granular Type Roads do Highway Research Board em 1945. E por este motivo ficou conhecido
por Classificação HRB. Conforme ABGE (1998).
(4)
em que F200 é a porcentagem que passa pela peneira Nº 200, LL é o Limite de Liquidez,
IP é o Índice de Plasticidade (DAS, 2007).
Das (2007), ainda cita algumas regras para a determinação do índice de grupo e a
Equação 5 para seu cálculo:
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Pinto (2006), diz que a classificação também se inicia pela constatação da porcentagem de
material que passa na peneira nº 200, só que são considerados solos de granulação grosseira os
que têm menos de 35% passando nesta peneira, e não 50% como na Classificação Unificada.
Estes solos são dos grupos A-1, A-2 e A-3. Os solos com mais de 35% que passam pela peneira
nº 200 formam os grupos A-4, A-5, A-6 e A-7.
2.3.1 Classificação MCT - Mini-MCV (M5) e Perda de Massa por Imersão (M8)
Conforme Cozzolino e Nogami (1993), tanto no Brasil como no exterior são utilizados
para identificação e classificação dos solos, procedimentos baseados na granulometria e
características plásticas do solo, desenvolvidos pelo Prof. Casagrande na década de quarenta. As
mais utilizadas são a SUCS e a AASHTO. Porém o uso destas classificações para solos
tipicamente tropicais leva frequentemente a resultados não condizentes com o desempenho real,
nas obras, dos seus diversos grupos. Os motivos desse problema residem nas peculiaridades
mineralógicas e estruturais dos solos tropicais. Alguns dos motivos capazes de divergir a
classificação pelos métodos SUCS e AASHTO vem de algumas peculiaridades dos solos
tropicais, uma delas é a agregação dos finos nos solos lateríticos.
Ainda segundo Cozzolino e Nogami (1993), a ligação entre as partes finas destes solos faz
com que a granulometria seja afetada no processo de floculação, utilizado no ensaio de
sedimentação. Os autores apresentam estudos que indicam variações de 37 a 68% na quantia de
argila apenas alterando o tipo de defloculante, a não utilização indicaria a presença de apenas 5%
de argila. Variações no tempo de utilização do aparelho dispersor também interferem na leitura
da quantidade de argila presente no solo, onde a variação vai de 38% para 44% em apenas 10
minutos de diferença. Outros estudos apresentados indicam variações no LL conforme o tempo
de manipulação.
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Cozzolino e Nogami (1993) resaltam que o termo comportamento foi introduzido a fim de
caracterizar bem que a classificação se baseia em propriedades mecânicas e hídricas de corpos de
prova compactados, e não na morfologia e/ou gênese, da maneira como ocorre frequentemente
em pedologia ou em ciência do solo. O relacionamento de solos de comportamento laterítico com
os solos pedologicamente lateríticos é complexo. sendo que solos de comportamento laterítico
podem não ser considerados como pedologicamente lateríticos.
Ainda conforme os autores, existem duas grandes classes que dividem os solos tropicais:
A classe dos solos lateríticos que constituem camadas superficiais de áreas bem drenadas,
com predominância de cores fortes e espessuras geralmente entre 2 e 10 metros. Já a classe dos
solos saprolíticos que constituem camadas subjacentes às lateríticas ou outros solos
pedogenéticos, ou ainda, solos sedimentares ou transportados. As espessuras são muito variadas,
atingindo frequentemente várias dezenas de metros, possuem cores muito variadas e contrastando
com os solos lateríticos são genuinamente residuais.
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O ensaio de perda de massa por imersão resulta no parâmetro Pi, que em conjunto com o
c' e o d' resultarão na classificação final do solo.
(6)
onde: 'ms' é a massa de solo seco desprendido do corpo de prova após imersão (em g) e
'mo' é a massa de solo seco correspondente a 10mm de corpo de prova deslocado do cilindro de
compactação (em g). Esta medida é realizada com o auxílio de um paquímetro
(7)
Após conhecimento dos coeficientes e' e c' pode-se classificar o solo pelo ábaco da Figura
07:
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Conforme a ABGE (1998), após a execução dos ensaios os solos podem ser classificados
em um dos sete grupos da classificação MCT, que agrupam solos tropicais das duas grandes
classes divididas conforme o comportamento: Lateríticos e Não Lateríticos, representados
respectivamente por L e N. As classes são subdivididas nos seguintes grupos:
que buscam classificar os solos com mais rapidez ou menor custo. Uma opção é o equipamento
subminiatura, com diâmetro de 26 mm que utiliza menor quantidade de solo para execução dos
ensaios tradicionais, outra opção, e mais utilizada é o método das pastilhas.
Conforme ABGE (1998), o método expedito das pastilhas tem como base apenas a
contração, a consistência e a expansão dos solos para sua classificação dentre os grupos MCT,
onde são moldadas pastilhas que passam pelas seguintes etapas:
Para obter o resultado da classificação expedita, faz-se a média aritmética dos valores de
Contração (Ct) das 5 pastilhas e também dos valores obtidos na Penetração (Pn) das mesmas
pastilhas, os resultados devem ser introduzidos no gráfico de classificação MCT Expedita da
Figura 08.
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3 METODOLOGIA
Destaca-se neste item uma breve análise sobre as diversas formas de classificação da
pesquisa de acordo com a natureza, a forma de abordagem, aos objetivos e aos procedimentos
técnicos adotados.
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3.2 DELINEAMENTO
A pesquisa segue uma sequência de ensaios para diferentes amostras de solo (ou misturas)
descritas em forma de organograma conforme apresentado na Figura 09.
Desta forma estima-se uma sequência de ensaios que podem levar até 10 dias para cada
amostra se executados em série. Já se forem executados paralelamente o tempo de execução dos
ensaios pode ser reduzido para 8 dias.
Preparação Preparação da
Ensaios Laboratoriais
Preliminar Amostra
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Neste item apresentam-se os ensaios que possibilitam realizar a classificação MCT, seja
pela forma convencional quanto pela forma expedita. Antes, porém, discorrer-se-á brevemente
sobre o ensaio de compactação na energia normal que se torna necessária à sua realização, uma
vez que a umidade ótima precisa ser conhecida. A partir deste valor planejam-se a execução dos
ensaios da classificação MCT.
Realizado conforme a NBR 7182 (1986 versão corrigida 1988), onde descreve-se a
determinação da relação entre o teor de umidade e massa específica aparente seca do solo para
um determinado grau de compactação. Foram realizados apenas os ensaios na energia normal de
compactação com o uso do soquete pequeno aplicando 26 golpes distribuídos em cada uma das 3
camadas. Após o processo de compactação, o corpo de prova deve ocupar todo o volume do
cilindro, retirando o material em excesso com uma régua bizelada, e utilizando no fundo um filtro
de papel para evitar que o corpo se prenda na base metálica. Então pesa-se o conjunto formado
pelo cilindro e o solo compactado. Para cada ponto, são retiradas duas cápsulas para
determinação da umidade de moldagem (ABNT, 1986 versão corrigida 1988).
Para o primeiro ponto adota-se uma porcentagem de água que se estima estar cerca de 5%
abaixo da umidade ótima esperada para aquele solo, os demais pontos seguem a variação fixa de
2% de umidade, ou seja, como são utilizados 2500g de solo varia-se 50g de água nos próximos
pontos. Sabe-se que um ponto da curva no gráfico resultante da compactação está 'caindo' em
relação ao anterior (ou ainda, entrando no ramo úmido), quando a variação em peso do solo
compactado em relação ao ponto anterior é inferior ou menor que o peso de água acrescentado,
ou seja, quando adicionado 50g de água e a variação do peso for menor que 50g, ou ainda, o peso
deste ponto for menor que o peso do ponto anterior (ABNT, 1986 versão corrigida 1988).
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Para determinar a massa específica aparente seca, utiliza-se a Equação 8 descrita a seguir:
(8)
Onde:
γs: massa específica aparente seca, em g/cm³;
Ph: peso úmido do solo compactado, em g;
V: volume útil do molde cilíndrico, em cm²;
h: teor de umidade do solo compactado, em %.
A metodologia adotada proposta por Villibor e Nogami (2009), vista no item 2.3.1 deste
trabalho, foi desenvolvida no Brasil, porém as normas originais estabelecidas pelo Departamento
de Estradas de Rodagem de São Paulo e citadas pelos autores não foram encontradas mesmo com
grande procura e contato com diferentes profissionais, pesquisadores e com a própria instituição
normatizadora. A partir de então para a execução dos ensaios foram utilizadas as normativas
propostas e válidas atualmente pelo extinto Departamento Nacional de Estradas de Rodagem
(DNER), atualmente incorporado ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes
(DNIT), DNER-ME 228-94 (1994) e DNER-ME 256/94 (1994) respectivamente para os ensaios
M5 e M8. A classificação efetivamente, conhecida como procedimento M9 foi realizada de
acordo com o proposto pelos pesquisadores Villibor e Nogami (VILLIBOR; NOGAMI, 2009).
O ensaio tem duração total de 4 dias, e para o mesmo são necessários 1500 g de material
passante na peneira nº 10, e conhecer a umidade ótima de compactação na energia normal da
amostra a ser classificada. Durante o primeiro dia de ensaio apenas prepara-se a mistura para o
processo de compactação, chamado de ensaio Mini-MCV (M5). A preparação da mistura se dá
pela adição de água na porcentagem previamente estabelecida para cada ponto da curva.
Observam-se na Figura 10 os materiais e utensílios iniciais para este processo: a peneira nº 10 da
ABNT, um recipiente com uma amostra de solo e água destilada. Através da umidade ótima
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temos pontos com variação de umidade igual a 2% para solos arenosos e 3% para solos argilosos
(MT-DNER- ME 228-94, 1994).
Para que se obtenha uma curva que represente pontos próximos a umidade ótima, adota-se
uma umidade higroscópica de 3 a 4% para solos previamente peneirados e ensacados. Se o solo
for recentemente tirado da estufa a 110ºC, adota-se 1% de umidade higroscópica, sendo este valor
importante no momento de definir a quantidade de água a ser adicionada para cada ponto (MT-
DNER- ME 228-94, 1994).
Para exemplificar serão apresentados dados do ensaio realizado com uma mistura de solo
argiloso laterítico e areia natural, ou mistura ALA, (Argila Laterítica e Areia) na proporção de
40% de areia e 60% de solo (dos 300 gramas da mistura tem-se 120g de areia e 180g de solo),
que possui umidade ótima de compactação na energia normal igual a 20,00% adotando-se
umidade higroscópica de 1% para a mistura seca. Para cada ponto são misturados 300g de
material conforme a proporção estipulada, sendo utilizados 200g para a moldagem do corpo de
prova e o restante para determinação da umidade de moldagem. Assim pode-se adotar em peso a
quantidade de água para cada ponto (P1 até P5) da curva. Temos no exemplo, a variação de 3%
entre os pontos por ser uma mistura em sua maior parte argilosa, a umidade ótima de 20,00%, e
estimativa de 1% de umidade higroscópica, sendo assim adota-se para o ponto intermediário uma
umidade de 19,00% que corresponde à umidade ótima menos a umidade higroscópica. Na tabela
da Figura 11 apresentam-se os dados do exemplo (MT-DNER- ME 228-94, 1994).
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P1 P2 P3 P4 P5
w (%) 13 16 19 22 25
massa de água (g) 39 48 57 66 75
Fonte: Autoria Própria
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No segundo dia de ensaio deve-se pesar as cápsulas com solo úmido para determinação da
umidade de moldagem. Na sequência, compacta-se os pontos através dos ensaios Mini-MCV
(M5), e após deve-se imergi-los em água afim de determinar a Perda de Massa por Imersão (M8).
Para o processo de compactação corta-se a ponta do saco plástico e pesam-se 200g de solo
úmido que devem ser usados integralmente no ensaio, observado na figura 13. Para a
determinação da umidade de moldagem serão pesadas duas cápsulas, para cada ponto e assim
encontrar a média da umidade entre elas, de solo úmido com tara conhecida, que devem ser
retiradas do material restante no saco plástico após pesadas as 200g do ensaio M5, representados
na primeira imagem da Figura 13. Já os utensílios para o próximo procedimento estão
apresentados na segunda imagem da Figura 13. Ressalta-se que antes de se iniciar a
compactação, deve-se passar vaselina sólida no interior do cilindro para facilitar a retirada do
corpo de prova após a compactação e também antes de se colocar o cilindro na base metálica
deve-se colocar um filtro de polietileno, para evitar que o corpo se prenda na base metálica
juntamente com o disco espaçador bipartido, como vê-se na Figura 14. A seguir despejam-se os
200g de material dentro do cilindro com auxílio de um funil, como da Figura 15, e acomoda-se o
material com o pilão de madeira, da Figura 16.
Após o material ser acomodado, coloca-se outro filtro de polietileno para evitar que o
material grude no soquete de compactação, conforme a Figura 17. Ainda na Figura 17 observa-se
o soquete de compactação leve, e o equipamento com a base metálica e alavanca para extração do
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Classificação de Solos da Região Noroeste do Estado do RS pela Metodologia MCT
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corpo de prova. Ao fundo (colado na parede) fixou-se a ordem de golpes em que se deve fazer as
leituras da altura do corpo de prova, sendo: 0, 1, 2, 3, 4, 6, 8, 12, 16, 24, 32, 48, 64, 96, 128, 192
e 256. Conforme a norma adotada após o golpe 1 devem ser retirados os discos espaçadores
colocados na base metálica (MT-DNER- ME 228-94, 1994).
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Figura 16: Acomodação do Solo com Pilão e Cilindro com Solo Compactado
Após acomodado o solo no cilindro e colocado o filtro superior, coloca-se o soquete sobre
o material a ser compactado, de acordo com a primeira imagem da Figura 18, e pode-se dar início
à sequência de golpes e leituras do ensaio Mini-MCV. As leituras devem ser realizadas conforme
indicado na Figura 18, entre a parte inferior da travessa metálica do equipamento de compactação
e a parte superior da saliência metálica do soquete que tem função de limitar a altura de queda. A
medição é realizada com um paquímetro digital da primeira imagem da Figura 19, e na segunda
imagem observa-se um calço para os corpos de prova feito de tubo de PVC que será utilizado no
ensaio de Perda de Massa por Imersão (M8). Pode-se observar ainda na segunda imagem da
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Classificação de Solos da Região Noroeste do Estado do RS pela Metodologia MCT
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Figura 19 a leitura inicial sendo realizada. As leituras realizadas com paquímetro são feitas na
posição descrita anteriormente devido algumas adaptações realizadas no procedimento adotado
no LEC, devido a ausência de um relógio extensômetro para a leitura e comparação das alturas do
corpo de prova conforme o recomendado na norma. O valor correspondente a altura do corpo de
prova é obtido diminuindo-se a leitura feita no paquímetro de 140mm. Para adotar este
procedimento mediu-se a distância entre os pontos apresentados na Figura 18, colocando apenas
o soquete sobre a base metálica sem amostra a ser compactada, totalizando 140mm, desta forma a
altura do corpo de prova compactado para n golpes, serão os 140mm iniciais e a leitura realizada
no paquímetro com o corpo de prova entre o soquete e a base metálica, ou seja, se a leitura foi
60mm, pode-se dizer que a altura do corpo de prova é de 80mm (140mm - 60mm).Para a
realização do ensaio deve-se comparar a altura do corpo de prova com a altura após aplicados 4
vezes o número de golpes, ou seja, comparar "n" golpes com "4n" golpes, o ensaio chega ao
término quando atingidos 256 golpes ou então quando a diferença entre "n"golpes e "4n"golpes
for menor ou igual a 2mm, desta forma, sempre se irá comparar a altura após 1 golpe com a altura
após 4 golpes, 2 com 8, 3 com 12, 4 com 16 e assim por diante. Seguindo as recomendações da
norma adotada, retira-se o disco espaçador bipartido após a leitura do primeiro golpe conforme a
Figura 20, observando que uma leitura após vários golpes tende a ser maior que as anteriores,
devido ao processo de compactação aplicado sobre o corpo de prova (MT-DNER- ME 228-94,
1994).
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Figura 19: Paquímetro e Calço de tubo de PVC para ensaio M8 e Leitura Inicial
Figura 20: Retirada do Disco Espaçador e Medida da Altura após "n" golpes
Após finalizado o processo de compactação, visto na Figura 21, o corpo de prova deve ser
utilizado no ensaio M8, lembrando de retirar os filtros de polietileno da parte inferior e superior
do corpo de prova. O corpo de prova deve ser extraído em um valor próximo a 10mm, por isso a
necessidade do uso do disco espaçador conforme a Figura 22. Na sequência, a extração pode ser
feita com o auxílio do extrator preso à base metálica conforme a Figura 23. O auxílio do extrator
é extremamente necessário principalmente no ponto mais seco que necessita uma grande
aplicação de força. Para a utilização do extrator, a alavanca deve ser baixada, encaixando-se a
parte circular sobre o cilindro, exemplificado na figura 23, e então aplica-se uma força vertical
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afim de deslocar o cilindro para baixo, tomando cuidado de não exceder demasiadamente a
extração que deve ser próxima a 10mm, figura 23. Após extraídos aproximadamente 10mm,
como vê-se na Figura 24, o corpo de prova deve ser colocado na posição horizontal de acordo
com a segunda imagem da Figura 24, dentro de um recipiente que possa comportar os 5 corpos
de prova e suas cápsulas para recolher o material desprendido, e com um nível de água entre 10 a
15 mm acima dos cilindros dos corpos de prova utilizados (MT-DNER- ME 228-94, 1994).
Figura 21: Corpo de Prova após a Compactação e Início da Retirada do Corpo de Prova
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Classificação de Solos da Região Noroeste do Estado do RS pela Metodologia MCT
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Figura 25: Execução do Ensaio M8 com Duas amostras com 5 Corpos de Prova cada
No terceiro dia de ensaio temos a pesagem das cápsulas para determinação da umidade de
moldagem e retirada das cápsulas de imersão para colocá-las na estufa. Após 24 horas em estufa
a 110ºC as cápsulas para a determinação da umidade já podem ser retiradas, e após esfriarem
podem ser pesadas. O segundo procedimento é esvaziar a bacia onde estão colocados
horizontalmente os cilindros com os corpos de prova. Após o esvaziamento realizado com
cuidado, as cápsulas da perda de massa por imersão são retiradas buscando deixar o mínimo de
água possível na cápsula sem perder material, sendo na sequência colocadas na estufa para
secarem. Observa-se nas Figuras 26 e 27 a diferença entre a perda de massa por imersão nos
diferentes pontos conforme a sua umidade, e na Figura 26 observa-se a diferença entre um ponto
muito seco e um ponto muito úmido, o ponto mais seco da mistura tende a se desprender em
forma de flocos, já o ponto mais úmido se desprende em várias partículas de solo. E na Figura 27
temos dois pontos com teor de umidade muito próximos da ótima, onde um corpo de prova se
desprendeu praticamente em apenas um bloco, e o outro quase não perdeu material, ficando
visivelmente fissurado, porém devido sua proximidade com a umidade ótima, permaneceu junto
ao corpo de prova (MT-DNER- ME 228-94 e ME 256-94, 1994).
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Figura 26: Diferença entre Corpo de Prova Muito Úmido e Muito Seco
Seguindo o exemplo, no terceiro dia temos a massa retirada das cápsulas e suas umidades
calculadas. Compara-se os valores encontrados na moldagem com a umidade calculada, obtendo
para este exemplo uma variação pouco significativa para cada ponto. Deve-se observar na
determinação da umidade, que pode ocorrer de todos os pontos variarem porcentagens parecidas
em relação à umidade calculada, pois isso ocorre devido o desconhecimento da umidade
higroscópica daquela mistura. Uma precaução que deve ser tomada na mistura dos pontos, é a
garantida de pelo menos dois pontos antes e pelo menos dois depois da umidade ótima de
compactação. Caso estiver faltando um ponto no ramo seco (antes da umidade ótima), pode-se
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Classificação de Solos da Região Noroeste do Estado do RS pela Metodologia MCT
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complementarmente em outro dia moldar um corpo de prova mais seco e excluir o extremo
úmido, ou vice-versa. Na tabela da Figura 28 apresenta-se os resultados da umidade de
moldagem do exemplo adotado (MT-DNER- ME 228-94 e ME 256-94, 1994).
No quarto dia, mede-se na balança a massa das cápsulas da perda de massa por imersão e
efetua-se os cálculos e procedimentos M9 da classificação MCT. O procedimento laboratorial é
apenas a pesagem das cápsulas, gerando assim os dados finais para a classificação MCT da
amostra ensaiada (MT-DNER- CLA 259-96, 1996).
Complementarmente, para facilitar a execução dos ensaios M5 e M8, foi criada pelo autor
deste trabalho uma tabela digital, inserida na aba "M5 e M8 UNIJUÍ" dentro do arquivo criado
pelo Professor Dr. Cezar Bastos. Esta tabela tem função de fazer o cálculo da altura do corpo de
prova e a análise da diferença de altura relacionando "n" e "4n" automaticamente, agilizando
assim o processo de execução do ensaio, e também calcular a umidade de moldagem dos corpos
de prova e a massa seca perdida na imersão.
Após preenchida a planilha da aba dos ensaios M5 e M8, apresentada no print da Figura
29. Existem uma série de etapas a serem cumpridas afim de criar os gráficos e executar os
cálculos dos coeficientes de classificação.
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Na Figura 30 que segue o exemplo anteriormente adotado da mistura ALA 40%, devem
ser observados os primeiros passos dentro da aba "PLANILHA" do arquivo Excel. Para cada
corpo de prova as colunas com os valores de altura e MEAS devem ser estendidas até o número
de golpes de seu respectivo corpo de prova, já as colunas com a variação de altura ∆h devem ser
estendidas até a última comparação de altura entre os corpos de prova, e sempre as últimas 4
células serão apagadas neste procedimento. As células de Hmáx da Perda de Massa por Imersão,
com o fundo verde no print da Figura 30, correspondem à ultima altura de cada corpo de prova.
As células com fundo amarelo serão preenchidas com os valores dos coeficientes encontrados,
exceto o " e' " que é calculado com os demais valores, e na célula de fundo verde claro temos a
classificação final deste mistura ensaiada.
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Classificação de Solos da Região Noroeste do Estado do RS pela Metodologia MCT
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Ainda nesta aba, o próximo procedimento de acordo com o Print da aba "PLANILHA" da
Figura 31, é a alteração da legenda dos gráficos gerados através da alteração das células S28 até
W28, de acordo com a umidade de moldagem da amostra. A tabela de S29 até W40 deve ter seus
valores estendidos até o final, e então apagadas as células com valor zero. Estes valores serão
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utilizados para a interpolação apresentada da célula AC45 até AF49, onde são preenchidos os
valores para cada corpo de prova CP1 até CP5 respectivamente os valores de y1, y2, x1 e x2. O
procedimento é fazer a interpolação dos valores próximos de 2mm dentro da tabela para
encontrar o número de golpes para se ter uma altura exata de 2mm para cada corpo de prova.
Pode-se observar que geralmente no primeiro corpo de prova será necessária uma extrapolação,
pois a altura para 64 golpes (como no exemplo) é maior que 2mm, esta interpolação terá como
resultado os valores de parâmetro Bi.
O passo seguinte é o cálculo do coeficiente " c' " que se dá através de uma interpretação
gráfica que será gerada na aba "CURVA MCV". O coeficiente é calculado através da inclinação
da reta vermelha salientada na Figura 32, que será calculada através da divisão entre a variação
em y pela variação em x para um ponto fixo em 10 golpes e diferença de altura 2mm. Para saber
os valores a serem utilizados no cálculo, cria-se duas retas (retas azuis da Figura 32) afim de
representar as curvas mais próximas (antes e depois) do ponto de coordenada (10;02). Após
traçadas as duas retas, mover horizontalmente uma delas até que se encontrem, então traçar uma
reta que saia do ponto de encontro e vá até o meio das duas na outra ponta e por fim move-la afim
de que a parte inferior esteja sobre a coordenada (10;02) (representada com a reta vermelha). O
próximo passo é escolher um ponto sobre a reta vermelha para o cálculo do coeficiente,
geralmente escolhe-se um ponto que esteja sobre as linhas verticais e horizontais, para o exemplo
utilizou-se a coordenada (7;4). O coeficiente é calculado dividindo a variação em y dos dois
pontos (que seria 4-2=2) pela variação em x que está em escala logarítmica (que seria 10log(10)-
10log(7)=1,549) a divisão resulta em um coeficiente c'=1,29.
O passo seguinte é o cálculo do coeficiente " d' " que é dado pela inclinação da curva de
compactação da série de 16 golpes na aba "CURVA COMPACTAÇÃO" da Figura 33. Para o
cálculo divide-se a diferença do eixo y do segundo e primeiro ponto multiplicado por 1000, pela
diferença no eixo x do segundo e primeiro ponto da série de 16 golpes (em vermelho). Seguindo
o exemplo temos que d'=(1669,6-1529,6)/(15,54-13,41) logo d'= 65,7.
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Na aba "PI", apresentado na Figura 35, traça-se uma reta vertical no valor de Mini-MCV
encontrado para a amostra de solo conforme a condição da Altura Final e verifica-se o valor de Pi
no eixo y. Para o exemplo vemos que Pi em Mini-MCV 10 é igual a 2.
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Pode-se observar a classificação final da mistura ALA 40% pertencente ao grupo LA'.
Este resultado é coerente com os ensaios realizados no início das pesquisas em 2012 na Fundação
Universidade do Rio Grande (FURG), garantindo assim a coerência do procedimento adotado
neste trabalho, consolidando assim a sua execução no Laboratório de Engenharia Civil da
UNIJUÍ.
Após a execução de vários ensaios, adotou-se uma sequência e um padrão a ser seguido
afim de poder comparar os resultados sem que houvesse variação devido o procedimento
laboratorial. Na sequência, serão listados os materiais e equipamentos utilizados na execução do
ensaio de classificação MCT Expedito pelo método das pastilhas, e apresentada a metodologia
adotada para este Trabalho de Conclusão de Curso.
quantidade de material necessário, cerca de 60g. Adiciona-se água ao solo e mistura-se com
auxílio de uma espátula. Os solos argilosos necessitam de um período maior de mistura devido a
sua fina granulometria.
Adiciona-se água destilada ao solo até que se atinja o ponto de moldagem, este ponto é
verificado conforme a Figura 40, onde coloca-se uma pequena quantidade da mistura sobre uma
placa de vidro e que será submetido ao processo de penetração, devendo atingir valores próximos
a 10mm. Quando esta penetração for atingida, as pastilhas podem ser moldadas, lembrando que o
ponto é atingido através do acréscimo de água ou solo conforme o resultado da penetração.
Para a moldagem, são feitas pequenas esferas de solo com as mãos e então são colocadas
dentro do anel de aço e pressionadas com o dedo, afim de preencher todo o anel, o excesso de
material é retirado com o auxílio de um fio dental de acordo com a segunda imagem da Figura
40. Para evitar que a pastilha grude no vidro, em solos argilosos recomenda-se o uso de um
plástico sobre o vidro.
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Classificação de Solos da Região Noroeste do Estado do RS pela Metodologia MCT
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Após as 24 horas, as pastilhas são retiradas da estufa, e antes de dar sequência ao ensaio
espera-se até que elas esfriem. Após este período, podem ser realizadas as medidas de contração
das pastilhas, com o auxílio de um paquímetro, na primeira imagem da Figura 42. É importante
que sejam realizadas três medidas de cada pastilha, para fazer a média das 15 leituras de
contração, que irão definir a posição no eixo x do gráfico de classificação.
Para montar o sistema de forma que não fique ar na mangueira, elas são colocadas no
recipiente de água e através da pressão exercida por um sopro vedando ao máximo a abertura do
recipiente, a água se desloca sem bolhas de ar para o cachimbo. Após montado o sistema, deve-se
esperar que a água em excesso saia pelas pedras porosas até que a água fique nivelada para então
se colocar o filtro sobre a pedra.
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O processo de embebidação tem duração de 2 horas, nas quais as pastilhas recebem água
por capilaridade e irão inchar, aumentando o seu tamanho e apresentando características de
trincamento ou não de acordo com o tipo de solo.
Figura 43: Variação de aspecto visual das pastilhas no início e fim da embebidação
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Classificação de Solos da Região Noroeste do Estado do RS pela Metodologia MCT
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O gráfico de classificação foi apresentado no item 2.3.2 deste trabalho, e será comentado
com maior detalhamento do capítulo de Resultados.
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4 RESULTADOS
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4.1 COMPACTAÇÃO
Umidade
Solo/Mistura ótima
(%)
Campus UNIJUÍ 32.50
Ajuricaba 31.00
Capão do Cipó 22.00
Mistura ALA 20% 25.00
Mistura ALA 30% 22.00
Mistura ALA 40% 20.00
Mistura ALAI 20% 23.50
Mistura ALAI 30% 22.50
Mistura ALAI 40% 19.00
Mistura ALARC 20% 25.70
Mistura ALARC 30% 25.20
Mistura ALARC 40% 24.00
Fonte: Autoria Própria
18.00
Massa Específica Aparente
ALA 30% EN
15.00 ALA 40% EN
14.00
13.00
12.00
15.00 20.00 25.00 30.00 35.00 40.00
Umidade (%)
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66
18
13
12
10 20 30 40
Umidade (%)
16.00
15.50
15.00
Peso Específico Aparente
14.50
40% ALARC - Normal
14.00
Seco (kN/m³)
12.00
15 25 35
Umidade (%)
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67
15.50
15.00
Peso Específico Aparente
14.50
Ajuricaba
Seco (kN/m³)
14.00
Capão do Cipó
13.00
17 22 27 32 37
Umidade (%)
Foram realizados 12 classificações pela metodologia MCT, das quais 3 são solos e 9
misturas estudadas para objetivos do grupo de pesquisas da UNIJUÍ, os resultados estão
apresentados na figura 52. As três amostras de solo apresentaram comportamento LG' - Argilas
Lateríticas, ou Argilas Arenosas Lateríticas. Como esperado, o solo do Campus da UNIJUÍ
apresentou comportamento muito argiloso, se localizando bastante a direita na carta de
classificação.
O solo de Capão do Cipó se apresentou mais arenoso do que o solo de Ajuricaba, devido
sua proximidade com o grupo das Areias Lateríticas - LA', onde grande parte das misturas de 20
e 30% se localizaram, percebe-se assim que tanto misturas com areia natural, areia industrial ou
resíduo de construção civil necessitam de uma substituição de 40% do solo natural do campus
para que fiquem dentro do grupo das Areias Lateríticas.
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Pode-se observar dos resultados obtidos que o solo do campus da UNIJUÍ tem
comportamento característico de um solo bastante argiloso devido o seu deslocamento acentuado
no eixo X do gráfico que apresenta os valores de c' referentes a quantidade de areia, o que
confere com os resultados de outras pesquisas que apresentam 96% passante na peneira nº 200,
sendo este um solo LG' - argila laterítica.
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Os Solos das cidades de Tupanciretã e Jóia ficaram na zona de transição LA'-LG' - Areia
Argilosa Laterítica e Argila Laterítica ou Argila Laterítica Arenosa, fato que se observa
tatilmente ao analisar o solo.
As três misturas com Areia Natural (ALA) apresentaram comportamento LG' - Argila
Laterítica Arenosa, assim como as misturas com Areia Industrial (ALAI) de 20 e 30%, tendo
exceção apenas a mistura ALAI 40% que foi classificada como pertencente a transição NA'/(NG'-
NS') - areias siltosas e areias argilosas não lateríticas para argilas arenosas não lateríticas ou siltes
arenosas não lateríticas.
FORTES et al. (2002), utilizaram o gráfico apresentado no item 2.3.2. deste trabalho,
porém solos bastante argilosos apresentam uma elevada contração diametral, e para melhor
representar os resultados dos solos argilosos, principalmente do campus da UNIJUÍ, o gráfico foi
estendido. Devido a relação do gráfico de classificação pelo método das pastilhas com a
classificação MCT, dada pela relação do coeficiente c' apresentado na parte superior do gráfico,
foi necessária uma extrapolação numérica, realizada através de um programa de modelagem
matemática.
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Classificação de Solos da Região Noroeste do Estado do RS pela Metodologia MCT
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5 CONCLUSÃO
Conclusões:
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Lucas Pufal (lucaspufal@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí, DCEEng/UNIJUÍ, 2015
73
REFERÊNCIAS
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Estado do Rio Grande do Sul, Ijuí, 26 nov. 2013.
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MACIEL FILHO, Carlos L. Introdução à geologia de engenharia. 2. ed. Santa Maria, RS:
Editora da UFSM; Brasília: Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais, 1997. 284 p.
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Lucas Pufal (lucaspufal@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí, DCEEng/UNIJUÍ, 2015