Você está na página 1de 5

Mod AECA.

ET005

Ano Letivo
2016-2017

Escola Básica 2,3 D. Pedro I

1º TESTE DE AVALIAÇÃO DE PORTUGUÊS

Grupo I

Lê o texto seguinte. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário.

A MULTIPLICIDADE1 DO SER ESTÁ NA LINHA DA MEMÓRIA


Artista plástica lusa inaugura exposição da arte inspirada em Biologia
2013-01-10
Por Marlene Moura

“Quem somos nós, se as nossas memórias se alteram todos os dias?”, questiona Joana Ricou. A
artista plástica portuguesa radicada nos Estados Unidos, cuja formação base assenta em Arte e
Biologia, inaugura a sua primeira exposição individual em Portugal, na galeria Edge Arts (Lisboa), no
próximo dia 15 de janeiro, pelas 18h30, e estará patente até dia 15 de fevereiro.
5 O tema da mostra “Um, Nenhum, Cem Mil” é baseado na memória, especialmente inspirado numa
última descoberta que atesta que de cada vez que lhe fazemos apelo esta se vai alterando, ou seja,
“cada vez que lembramos, as sinapses 2 vão mudando”, refere (a artista plástica) ao jornal Ciência
Hoje.
Joana Ricou iniciou a sua formação num laboratório de neurociências, onde nasceu o seu fascínio
1 por uma área “que ilustra as descobertas consequentes que nos ajudam a entender-nos a nós
0 próprios e às nossas fundações biológicas”.
“Quando formamos memórias, há uma quantidade de informação que é guardada
conscientemente, por exemplo, se conhecemos alguém queremos lembrar o seu nome, o seu rosto,
etc., e outra parte é lembrada de forma aleatória 3, como a cor do seu casaco; existe também
informação que vamos perdendo”, assevera.(…)
1 “A biologia da memória reverte para lembranças de momentos descontínuos, é episódica e
5 plástica (manipulável)”, acrescenta Joana Ricou, referindo ainda que a imagem mostra, no fundo,
“momentos neutros de passagem do tempo”, isto é, “um determinado segundo e o seguinte e o
seguinte, ou seja, informações que estamos a tentar guardar e que muitas vezes se perdem durante o
processo de transferência”.(…)
Para além da peça multimédia, os trabalhos são em madeira, óleo e papel e podem ser vistos de
2 segunda a sexta-feira, das 14h às 20h, e, ao sábado, das 12h às 16h.
0

Página 1 de 5
Joana Ricou

Estudou Arte e Biologia na Carnegie Mellon University de Pittsburgh (2004) e completou o


mestrado em Arte Multimédia na Duquesne University (2009). Expõe regularmente nos Estados
Unidos, em espaços de arte e ciência (…). Em 2011 integrou uma mostra em Portugal, no
Pavilhão da Ciência Viva. Algumas das suas peças inspiraram capas de jornais, como é o caso de
“Outro eu”, capa da Nature (junho 2012) ou “Hipocampo de rato”, capa do Journal of
Neuroscience (2005). É representada pela Galeria Guichard (Chicago).
Joana Ricou deixou de lado a investigação e trabalha agora como artista plástica e
comunicadora de ciência. No entanto, todos os seus projetos estão ligados às últimas
descobertas científicas – o que a mantém em contacto com a área e com investigadores com
quem vai trocando impressões.

In Ciência Hoje, http://www.cienciahoje.pt/index.php?


oid=56672&op=all(adaptado e com supressões)

VOCABULÁRIO
1
multiplicidade- variedade, complexidade; 2sinapse- Zona de contacto entre o axónio de um neurónio e os dendritos
de outro neurónio, na qual ocorre a transmissão do influxo nervoso; 3aleatório- sujeito às incertezas do acaso.

Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas.

1. Para cada item que se segue (1.1. a 1.5.), assinala a opção que permite obter uma afirmação adequada
ao sentido do texto.

1.1. Joana Ricou


A. nasceu nos Estados Unidos, mas tem nacionalidade portuguesa.
B. nasceu e vive em Portugal, mas também trabalha nos Estados Unidos.
C. trabalha em Portugal, mas é americana.
D. é portuguesa, mas fixou domicílio nos Estados Unidos.

1.2. A artista inaugura


A. uma exposição de Biologia em Lisboa.
B. uma exposição individual em Portugal.
C. uma exposição multimédia na galeria Edge Arts .
D. uma exposição apenas com trabalhos em madeira, óleo e papel.

1.3. O tema da exposição foi inspirado


A. nas memórias de Joana Ricou.
B. num estudo que mostra que a memória não se altera.
C. numa descoberta que fez durante o seu percurso académico.
D. num estudo que prova que a memória se altera.

1.4. A caixa de texto fornece informação sobre


A. a infância de Joana Ricou.
B. os estudos e a carreira profissional da artista.
C. a intervenção da artista nos meios de comunicação social.

Página 2 de 5
D. as descobertas de Joana Ricou enquanto investigadora científica.

1.5. Conforme a informação transmitida na caixa de texto, os projetos de Joana Ricou

A. foram postos de lado, pois decidiu dedicar a sua vida à arte.


B. passam por se dedicar exclusivamente à investigação científica.
C. continuam ligados às descobertas científicas.
D. relacionam-se apenas com a Galeria Guichard.

Grupo II

Lê, com atenção, a seguinte crónica de Maria Judite de Carvalho.

Castanhas assadas
O velho vendedor desta tarde, ali à esquina da rua, lembrou-me outro, lá longe, no passado
de uma cidade diferente: esse diluído não só em tempo ou em bruma mas também num fumo
aromático que não aquecia, fumo frio, talvez, e que atravessava ossos porosos que existiam,
que estavam ali dentro de mim, um pouco arrepiados também. Eu passava todos os dias pelo
5 homem, que usava boina e samarra, talvez fosse espanhol, já não me lembro, e detinha-me
sempre para comprar o eterno cartucho de castanhas, que logo metia, em partes, iguais, nos
bolsos já largueirões do casaco, deixando ficar as mãos naquele leve, apesar disso reconfortante
calor. Cá fora havia nevoeiro, ou então um espesso teto de nuvens baças separava-nos da
estrela da vida, que desaparecera do nosso convívio há muito tempo. E eu, mesmo sem querer,
10 mesmo pensando que isso era impossível, não a imaginava lá em cima mas muito longe, para o
sul, aquecendo e iluminando a minha terra. Fazia o resto do percurso devagar, ia aproveitando
aquela sensação tão doce. Quando chegava ao hotel tinha as mãos enfarruscadas e as castanhas
estavam quase frias, mas paciência, comia-as mesmo assim.
Hoje, aqui, não comprei castanhas ao velho vendedor.
15 Hoje, aqui, não quero sujar as mãos e, de resto, o casaco não tem bolsos. Hoje, aqui, ainda
não faz frio e o Sol é sedentário e amigo, mora lá em cima, nunca anda muito tempo a viajar.
Ou brilha ou brilhou ou vai brilhar um dia destes, talvez amanhã. O fumo também nunca chega
a ser névoa e as castanhas têm outro sabor. Nem melhor nem pior. Um sabor diferente.

Maria Judite de Carvalho, in “Este Tempo”, Caminho, 1991

Responde, clara e corretamente às questões que se seguem.

1. Indica, justificando, o que deu origem a esta crónica.

2. O texto assenta numa comparação entre dois tempos e dois espaços diferentes.

2.1. Indica-os.

3. Retira do texto duas expressões que provem que a cidade que a cronista lembra tinha um clima
pouco agradável.

Página 3 de 5
4. Refere o motivo pelo qual ela comprava castanhas ao homem de boina e samarra.

5. Explica a utilização do adjetivo “eterno” na expressão “para comprar o eterno cartucho de


castanhas” (l.6).

6. Faz corresponder as seguintes expressões às figuras de estilo/ recursos expressivos que lhes
correspondem.

A B

6.1. “ estrela da vida” (l. 9) A. Personificação


6.2. “… o Sol (…) mora lá em cima, B. Comparação
nunca anda muito tempo a C. Metáfora
viajar.” (l.16) D. Adjetivação expressiva

Grupo III

1. Forma o campo semântico da palavra mão, seguindo o exemplo:

Ter mão para a cozinha.

2. Atenta na frase que se segue e comprova que a palavra “doce” é uma palavra polissémica, escrevendo
uma frase em que tenha um significado diferente.
Este bolo é muito doce.

3. Faz corresponder cada palavra ao seu processo de formação.

A B

1. Composição
a) “aromático”
2. Derivação por prefixação
b) “impossível”
3. Derivação por sufixação
c) envelhecer
d) biologia 4. Derivação por parassíntese

4. Retira do texto do Grupo II três hipónimos de “vestuário”.

5. Indica de qual dos conjuntos está ausente uma relação entre holónimo e merónimos.

A. disciplina – matemática – português - inglês


B. selim – corrente – volante – bicicleta
C. convés – leme – barco – vela
D. capa – lombada – contracapa – livro

6. Classifica a forma verbal destacada na frase seguinte, indicando pessoa, número, tempo e modo.

“Hoje, aqui, não comprei castanhas ao velho vendedor.” (l.14)

Página 4 de 5
Grupo IV

Às vezes, no nosso quotidiano, deparamo-nos com situações imprevistas, curiosas, divertidas,


trágicas…
Partindo de uma dessas experiências, cria um texto narrativo bem estruturado, com um mínimo de
150 e um máximo de 200 palavras, relatando uma dessas situações e os sentimentos que te suscitou.

Antes de redigires o texto, deverás ter em conta as indicações seguintes:

● Tenta estabelecer com clareza o teu discurso, de modo a que o teu raciocínio seja coerente.

● Organiza o texto e faz parágrafos sempre que necessário.

● Tenta exprimir-te corretamente, tendo em atenção a construção de frases, a ortografia, a


escolha do vocabulário adequado e a pontuação.

Depois de escreveres o texto, relê-o com muita atenção e corrige-o, se necessário, antes de
entregares a tua prova.

Observações relativas ao Grupo IV:

1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando
esta integre elementos ligados por hífen (exemplo: /di-lo-ei/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente
dos algarismos que o constituam (exemplo: /2016/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – um mínimo de 150 e um máximo de 200 palavras –, há que atender ao
seguinte:

- um desvio dos limites de extensão requeridos implica uma desvalorização parcial (um a dois pontos);
- um texto com extensão inferior a 50 palavras é classificado com 0 (zero) pontos.

Grupo I II III IV

1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1 2.1 3 4 5 6.1 6.2 1 2 3 4 5 6 Total


Questão

4 4 4 4 4 5 5 5 5 4 3 3 3 3 4 3 3 4 30 100
Cotação
COTAÇÕES

Página 5 de 5

Você também pode gostar