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TRANSMISSÃO DE CALOR

Prof. Álvaro Augusto Soares Lima

Condução de calor permanente

TRANSMISSÃO DE CALOR

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Natal, de março de 2022


TRANSMISSÃO DE CALOR
Introdução

• Transferência de calor

• Permanente

• Transiente

• Resistência térmica

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Condução de calor em paredes planas

• Transferência de calor ocorre devido a uma diferença de temperatura (gradiente de temperatura)

• Espessura pequena leva a grandes gradientes de temperatura

• Para a figura temos um caso de transferência de calor permanente e


unidimensional

• Não há geração de calor

0 – Regime permanente
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TRANSMISSÃO DE CALOR
Condução de calor em paredes planas

• A taxa de transferência de calor na parede é constante

Constante

Separando os termos e integrando

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TRANSMISSÃO DE CALOR
Condução de calor em paredes planas

Resistência térmica
• Condução

Resistência térmica da parede contra a condução de calor, ou


simplesmente resistência de condução da parede
• Convecção
Resistência térmica da superfície de convecção contra o calor,
ou simplesmente, a resistência de convecção da superfície
OBS: Quando o coeficiente de convecção de transferência de calor é muito grande, a resistência de convecção
torna-se nula (Ts é aproximadamente Tinf)

• Radiação

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TRANSMISSÃO DE CALOR
Condução de calor em paredes planas

Rede de resistência térmica

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TRANSMISSÃO DE CALOR
Condução de calor em paredes planas

Rede de resistência térmica

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TRANSMISSÃO DE CALOR
Condução de calor em paredes planas

Rede de resistência térmica

• As vezes, é conveniente expressar a transferência de calor através do meio de maneira análoga à lei de
Newton do resfriamento como

• Aplicação: Determinação da temperatura da superfície

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TRANSMISSÃO DE CALOR
Condução de calor em paredes planas

Paredes planas com várias camadas

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TRANSMISSÃO DE CALOR
Condução de calor em paredes planas

Paredes planas com várias camadas

OBS:
Em relação à rede de resistências térmicas, percebe-se que as resistências
estão em série, assim, a resistência térmica total é simplesmente a soma
aritmética das diferentes resistências térmicas no caminho de transferência de
calor.
A utilização é limitada aos sistemas em que a taxa de transferência de calor se
mantém constante, isto é, sistemas que envolvem transferência de calor
permanente, sem geração de calor (como resistência de aquecimento ou
reações químicas) dentro do meio.

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Condução de calor em paredes planas

Resistencia térmica de contato


• O que é??
• Transferência de calor
ou
hc: corresponde ao coeficiente de transferência de calor por convecção, é chamada condutância térmica de contato

Resistência térmica de contato

• O valor da resistência térmica de contato depende da rugosidade superficial e das propriedades do material, bem
como da temperatura, da pressão na interface e do tipo de fluido aprisionado na interface.
• A resistência térmica de contato é significativa e pode até mesmo dominar a transferência de calor para bons
condutores de calor, mas pode ser ignorada para condutores de calor pobres, como isolamentos térmicos.
• A resistência térmica de contato pode ser minimizada por meio da aplicação de um líquido termicamente
condutor, chamado pasta térmica ou a substituição do ar por outro gás
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TRANSMISSÃO DE CALOR
Condução de calor em paredes planas

Rede generalizada de resistência térmica


• O conceito de resistência térmica também pode ser aplicado a arranjos em paralelo

• Regra para aplicação


• Qualquer parede plana normal ao eixo x é isotérmica
• Qualquer plano paralelo ao eixo x é adiabático

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Condução de calor em paredes planas

Rede generalizada de resistência térmica


• Arranjos em série e paralelo

OBS: O resultado obtido é algo aproximado, uma vez que a


superfície da terceira camada provavelmente não é isotérmica,
e deve ocorrer transferência de calor entre as duas primeiras
camadas.

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Condução de calor em cilindros e esferas

Transferência de calor
• Permanente
• Unidimensional

A lei de Fourier da condução de calor para transferência de calor através da camada cilíndrica pode ser
expressa como

OBS: Note que A depende de r, portanto varia na direção da transferência de calor.

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Condução de calor em cilindros e esferas

Separando as variáveis e integrando

ou

Esfera

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Condução de calor em cilindros e esferas

Rede de resistência térmica

Cilindro

Esfera

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Condução de calor em cilindros e esferas

Rede de resistência térmica multicamada

Assim como nas paredes planas, é possível


determinar as temperaturas nas camadas
intermediárias

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Raio crítico de isolamento

• Isolamento em parede plana


• Espessura do isolamento e transferência de calor
• Isolamento em cilindros e esferas
• Espessura do isolamento e transferência de calor
• O isolamento adicional aumenta a resistência de condução da camada de isolamento, mas diminui a resistência
de convecção da superfície em virtude do aumento da superfície externa para convecção

Fazendo a diferenciação e resolvendo para r2, obtemos o raio


crítico de isolamento do corpo cilíndrico como sendo

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Transferência de calor em aletas

• Existem duas forma de aumentar a taxa de transferência de calor


• Aumentando o coeficiente convectivo
• Necessidade de bombas, ventiladores,..., maiores
• Custo com equipamento e manutenção
• Aumentando a área de troca térmica
• Anexando superfícies estendidas – Aletas
• Materiais com elevada condutividade térmica

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Transferência de calor em aletas

• Análise de aletas
• Operação permanente sem geração de calor
• Condutividade térmica do material constante ao longo da aleta
• h é constante e uniforme ao longo de toda a superfície da aleta
• OBS: Aumentar muito o número de aletas pode provocar uma redução na taxa de transferência de calor. Por que?
• Equação da aleta

No caso específico de seção transversal constante e condutividade térmica constante:

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Transferência de calor em aletas

• Solução da equação da aleta

• C1 e C2 são constantes a serem determinadas


• Condições de contorno
• Base da aleta:
• Temperatura especificada (Geralmente é conhecida)
• Extremidade da aleta:
• Aleta infinitamente longa (Tponta=Tꝏ)
θ=0

0
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Transferência de calor em aletas

• Extremidade da aleta:
• Perda de calor desprezível a partir da ponta da aleta (Qponta = 0)

• Temperatura especificada

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Transferência de calor em aletas

• Extremidade da aleta:
• Convecção a partir da ponta da aleta

• Outro método é utilizar a equação para uma aleta isolada na ponta e corrigir o comprimento da aleta

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Transferência de calor em aletas

• Eficiência da aleta:
• Condição ideal
• Resistência térmica zero ou condutividade térmica infinita

• Condição real

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Transferência de calor em aletas

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Transferência de calor em aletas

• Eficiência da aleta:
• Para os casos de secção transversal constante
• Aletas muito compridas

• aletas com pontas adiabáticas

OBS
• Note que aletas com perfis triangulares e parabólicos contêm menos material e são mais eficientes do que aletas com perfis
retangulares, sendo mais adequadas para aplicações que exijam peso mínimo, como as aplicações espaciais.
• Normalmente, quanto mais comprida for a aleta, maior será a área de transferência de calor e, portanto, maior será a taxa de
transferência de calor a partir da aleta. Mas, quanto maior for a aleta, maiores serão a massa, o preço e o atrito do fluido.

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Transferência de calor em aletas

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TRANSMISSÃO DE CALOR
Transferência de calor em aletas

• Eficácia da aleta:
• As aletas são usadas para aumentar a transferência de calor. Sua utilização em uma superfície somente será
recomendada se o aumento da transferência de calor justificar o aumento do custo e da complexidade
associado com as aletas
• O desempenho das aletas é avaliado com base no rendimento da transferência de calor em relação ao caso sem
aleta.

• A efetividade da aleta igual a 1 indica que a adição de aletas na superfície não afeta a transferência de calor.
• A efetividade da aleta menor que 1 indica que a aleta, na verdade, funciona como um isolamento
• Uma eficácia de aleta maior que 1 indica que as aletas estão aumentando a transferência de calor a partir da
superfície como deveriam.

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Transferência de calor em aletas

• Eficácia da aleta:

• Caso da aleta longa (Tponta = Tꝏ)

OBS:
O uso de aletas é mais eficaz em aplicações que envolvem baixo coeficiente de transferência de calor por
convecção. Assim, o uso de aletas é mais facilmente justificado quando o meio é gás, em vez de líquido, e a
transferência do calor é por convecção natural em vez de convecção forçada. Portanto, não é por acaso que nos
trocadores de calor líquido-gás, como o radiador de carro, as aletas são colocadas ao lado do gás.

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Transferência de calor em aletas

• Eficácia da aleta:
• Ao determinar a taxa de transferência de calor a partir de uma superfície aletada, temos de considerar a parte
não aletada da superfície, bem como as aletas.
• Superfície com n aletas

• Eficácia global da superfície

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Transferência de calor em aletas

• Comprimento da aleta:
• Para obter o senso de comprimento adequado da aleta, comparamos a transferência de calor a partir de uma
aleta de comprimento finito com a transferência de calor a partir de uma infinitamente comprida, nas mesmas
condições.

• Também observamos que a redução do comprimento da aleta pela metade,


nesse caso (de mL=5 a mL=2,5), provoca queda de apenas 1% na
transferência de calor.
• Na prática, um comprimento da aleta que corresponda a cerca de mL = 1
transfere 76,2% do calor que poderia ser transferido pela aleta
infinitamente comprida.

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Transferência de calor em aletas

• Comprimento da aleta:
• Muitos problemas encontrados na prática são de duas ou três dimensões e envolvem geometrias bastante
complicadas, para as quais soluções simples não estão disponíveis.
• Uma classe importante de problemas de transferência de calor para obtenção de soluções simples engloba
aqueles que envolvem duas superfícies mantidas a temperaturas constantes T1 e T2.
Condutividade térmica do meio entre as superfícies

Fator de forma de condução

• Válido apenas quando a troca de calor entre as superfícies ocorre por condução

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Transferência de calor em aletas

Outros valores são encontrados na


literatura

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Transferência de calor bidimensional

• Entretanto, em muitos casos, problemas são simplificados de maneira grosseira se o tratamento unidimensional for
utilizado, sendo então necessário levar em conta os efeitos multidimensionais.
• Objetivos de análise no caso bidimensional
• 1º: Obter a distribuição de temperatura (resolver a equação do calor)

• Os métodos para resolver a incluem o uso de abordagens analíticas, gráficas e numéricas (diferenças
finitas, elementos finitos ou elementos de contorno).

• 2º: Obter as componentes dos fluxos térmicos

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Transferência de calor bidimensional

• Método da separação de variáveis

• A solução é obtida por meio da aplicação


do método da separação de variáveis

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Transferência de calor bidimensional

• Método da separação de variáveis

• Essa equação só é válida se ambos os lados forem iguais a uma mesma constante (λ2)

• A equação diferencial parcial foi reduzida a duas equações diferenciais ordinárias com soluções gerais

Solução geral

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Transferência de calor bidimensional

• Método da separação de variáveis


• Aplicando as condições de contorno

C1 = 0
C3 = - C4

A única forma na qual essa condição pode ser satisfeita (e ainda ter solução não nula) é exigir que λ
assuma valores discretos para os quais sen(λ L) = 0.

Apresentam um
ou número infinito de
soluções

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Transferência de calor bidimensional

• Método da separação de variáveis


• Aplicando as condições de contorno

• Aplicando a última condição de contorno para obter Cn

• A solução desta equação é feita através da aplicação do conceito de funções ortogonais

• Sua utilidade no presente problema reside no fato de que qualquer função f(x) pode ser representada em
termos de uma série infinita de funções ortogonais

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Transferência de calor bidimensional

• Método da separação de variáveis


• A forma dos coeficientes An nesta série pode ser determinada pela multiplicação de cada lado da equação por
gm(x), seguida pela integração entre os limites a e b.

• Fica evidente que todos os termos, exceto um, no lado direito da Equação devem ser nulos

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Transferência de calor bidimensional

• Método da separação de variáveis

• Comparando as equações a seguir

f(x) = 1

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Transferência de calor bidimensional

• Método da separação de variáveis


• Comparando as equações a seguir

OBS: θ(x,y) ≠ T(x,y). Lembrar de converter

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Referências

ÇENGEL, Yunus A.; GHAJAR, Afshin J.. Transferência de Calor e Massa: uma abordagem prática. 4. ed. New
York: McGraw-Hill, 2012.
Theodore L. Bergman et al.. Fundamentos de transferência de calor e de massa. 7. ed. Rio de Janeiro:
LTC, 2014.

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OBRIGADO

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