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Gestão de Energia

na Indústria
Versão 1.0 2021
Estrutura da formação

1. Enquadramento legal e programas operacionais de gestão de energia

2. ISO 50001 – Sistemas de Gestão de Energia

3. Redes de produção e distribuição de vapor

4. Eficiência energética de equipamentos

5. Ar comprimido

6. Equipamentos de medição

7. Auditorias Energéticas

1
Estrutura da formação

1. Enquadramento legal e programas operacionais de gestão de energia

2. ISO 50001 – Sistemas de Gestão de Energia

3. Redes de produção e distribuição de vapor

4. Eficiência energética de equipamentos

5. Ar comprimido

6. Equipamentos de medição

7. Auditorias Energéticas

2
Enquadramento legal e programas operacionais
de gestão de energia

Caracterização do SGCIE

Registo de Operadores

Planos de Racionalização do Consumo de Energia

Relatórios de Execução e Progresso

Conteúdos
programáticos
Alterações legislativas

3
Enquadramento legal e programas operacionais
de gestão de energia

Caracterização do SGCIE

Registo de Operadores

Planos de Racionalização do Consumo de Energia

Relatórios de Execução e Progresso

Conteúdos
programáticos
Alterações legislativas

4
Caracterização do SGCIE

A aplicação do SGCIE tem maior ênfase no setor industrial

Voluntários Âmbito de aplicação Exceções

Instalações consumidoras intensivas de energia com consumo anual igual


ou superior a 500 tep/ano

Instalações de cogeração juridicamente


Empresas com
autónomas
um consumo Operador
energético inferior
• Registo de Instalações Empresas de transportes e com frotas
a 500 tep/ano
• Auditoria Energética consumidoras intensivas de energia
que pretendam,
de forma voluntária, • Plano de Racionalização do Consumo de
celebrar acordos de Edifícios abrangidos pelo Sistema de
Energia (PREn)
racionalização de Certificação Energética (SCE)
• Executar PREn com técnico ou entidade
consumo de
credenciada Instalações CIE do CELE (Comércio
energia
Europeu de Licenças de Emissão)
5
Caracterização do SGCIE

Principais equivalências energéticas

1000 tep/ano 4.651.163 kWh


Energia Elétrica
500 tep/ano 2.325.581 kWh

1000 tep/ano 1.016 t


Fuelóleo
500 tep/ano 508 t

1000 tep/ano 928,5 t | 1.104.837 Nm3


Gás Natural
500 tep/ano 464,25 t | 552.419 Nm3

1000 tep/ano 885 t


Gás de Petróleo Liquefeito
500 tep/ano 442,5 t
6
Caracterização do SGCIE

Indicadores definidos para a análise do cumprimento de metas

Consumo Específico de Energia (CEE)

Intensidade Energética (IE)


Indicadores

Intensidade Carbónica (IC)

(*) Para efeitos do Plano, o consumo total de energia é calculado considerando apenas 50% da
energia resultante de resíduos endógenos e de outros combustíveis renováveis
7
Caracterização do SGCIE

Síntese da aplicação do SGCIE em instalações consumidoras intensivas de energia (ex.<1000 tep/ano)

PLANO - ARCE
Redução de 4% de Intensidade Energética
Entrega e Consumo Específico de Energia
PLANO Manutenção da Intensidade Carbónica

PENALIDADES
SE APLICÁVEL
Auditoria Online
Registo
Instalação Inserir
Cada Medidas c/PRI<=3 anos
Online
8 anos Possível
auditoria
ADENE
Relatório Relatório Relatório Relatório
de Progresso de Progresso de Progresso FINAL

4 12 4 2 3 4 6 8 9

MESES ANOS

Instalação CIE
8
Caracterização do SGCIE

Síntese da aplicação do SGCIE em instalações consumidoras intensivas de energia (ex.>= 1000 tep/ano)

PLANO - ARCE
Redução de 6% de Intensidade Energética
Entrega e Consumo Específico de Energia
PLANO Manutenção da Intensidade Carbónica

PENALIDADES
SE APLICÁVEL
Auditoria Online
Registo
Instalação Inserir
Cada Medidas c/PRI <=5 anos
Online
8 anos Possível
auditoria
ADENE
Relatório Relatório Relatório Relatório
de Progresso de Progresso de Progresso FINAL

4 4 4 2 3 4 6 8 9

MESES ANOS

Instalação CIE
9
Caracterização do SGCIE

Incentivos financeiros resultantes da implementação do SGCIE

Ressarcimento de 50% do custo das auditorias energéticas obrigatórias, até


ao limite de €750, desde que verificado o cumprimento de pelo menos 50%
das medidas previstas no ARCE
Instalações com consumos anuais de
energia inferiores a 1000 tep
Ressarcimento de 25% dos investimentos realizados em equipamentos e
sistemas de gestão e monitorização dos consumos de energia até ao limite
de €10 000

Instalações com consumos anuais de Ressarcimento de 25% dos investimentos realizados em equipamentos e
sistemas de gestão e monitorização dos consumos de energia até ao limite
energia iguais ou superiores a 1000 tep de €10 000

Majoração:
GN (15%)
ER (25%)

10
Caracterização do SGCIE

Lei 7/2013 de 22 de janeiro

Título de engenheiro, reconhecido pela OE, ou título de engenheiro técnico,


reconhecido pela OET
Ou um ano de
experiência profissional
nas áreas da auditoria e
Experiência profissional de três anos ou o exercício de auditorias e consultoria
TÉCNICOS energéticas durante, pelo menos, dois anos
consultoria energética e
possuir em simultâneo
as habilitações especiais
definidas na Lei
Ter à disposição a aparelhagem de medida e controlo e documento
comprovativo de calibração

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Enquadramento legal e programas operacionais
de gestão de energia

Caracterização do SGCIE

Registo de Operadores

Planos de Racionalização do Consumo de Energia

Relatórios de Execução e Progresso

Conteúdos
programáticos
Alterações legislativas

12
Registo de Operadores

N.º de registos '< 1000 tep/ano'

N.º de registos '≥ 1000 tep/ano'


606 661 698
563
509 527 N.º de registos e Escalão de consumo
456 488
421 592
351 378 542 550 567 Atualmente, existem 1302 instalações
320 514
264 470 registadas no SGCIE das quais 592
Número de Registos

416
325 364 apresentaram, no ano e referência do
249 278 registo, um consumo energético igual ou
210
125 superior a 1000 tep. As restantes 698
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 situaram-se abaixo deste escalão.

182 Sete principais atividades económicas


158
Quanto aos sete principais setores de
93 98 atividade, verifica-se uma predominância
das instalações com CAE industrial.
60 64
53 Destaque também o setor do Comércio a
Retalho.

Fabricação de Fabricação de Comércio a Fabrico de Indústria da Indústria Têxtil Indústrias


veículos produtos retalho outros produtos borracha e de alimentares
automóveis e metálicos minerais não matérias
componentes metálicos plásticas N.º de registos

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Registo de Operadores

Número de Registos – Principais Distritos e Atividades Económicas


Braga
Porto
202
205 Aveiro

Sete principais distritos


200
Leiria Atendendo aos sete distritos com
maior número de instalações
registadas no SGCIE, verifica-se uma
103
Santarém distribuição preferencial nas zonas
Lisboa norte e centro do país. Porto é o
distrito com maior número de
90 instalações registadas, seguindo-se
174 Braga, Aveiro e Lisboa.

Setúbal
86

14
Enquadramento legal e programas operacionais
de gestão de energia

Caracterização do SGCIE

Registo de Operadores

Planos de Racionalização do Consumo de Energia

Relatórios de Execução e Progresso

Conteúdos
programáticos
Alterações legislativas

15
Planos de Racionalização do Consumo de Energia

Planos de Racionalização entregues

Entre 2008 e 2020 foram aprovados


1647 PREn, perfazendo um consumo
de energia de 4 198 ktep, dos quais
68% corresponde ao consumo de
eletricidade, 12% gás natural e 11%
biomassa.

* inclui novo ciclo de PREn


16
Planos de Racionalização do Consumo de Energia

Impacto

Potencial de economia de energia


primária dos PREn

As economias de energia estão em


linha com a meta de redução do
consumo de energia primária em 35%
para a eficiência energética,
estabelecida no PNEC 2030. Os planos
irão permitir a redução do consumo de
energia das instalações em 6.6% e das
emissões de Gases com Efeito de
Estufa em 8.5%. Estima-se um
investimento nas medidas de melhoria
de 434 M€ e um período de retorno de
3 anos.

* inclui novo ciclo de PREn


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Planos de Racionalização do Consumo de Energia
Potencial de economia de energia por tipologia de medida nos PREn aprovados
(Medidas Transversais)

Medidas Transversais

A análise das principais medidas


transversais permite identificar aquelas
que, tipicamente, proporcionam um
maior potencial de redução de energia
aliado a um menor custo de
investimento, tornando-se assim mais
atrativas

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Enquadramento legal e programas operacionais
de gestão de energia

Caracterização do SGCIE

Registo de Operadores

Planos de Racionalização do Consumo de Energia

Relatórios de Execução e Progresso

Conteúdos
programáticos
Alterações legislativas

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Registos de Relatórios de Execução e progresso e
evolução das principais variáveis e indicadores

Execução e progresso dos ARCE em


curso

Com base em 652 Relatórios de


Execução e Progresso referentes aos
último biénio do ARCE, verifica-se uma
taxa média de implementação efetiva
das medidas de 104%

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Enquadramento legal e programas operacionais
de gestão de energia

Caracterização do SGCIE

Registo de Operadores

Planos de Racionalização do Consumo de Energia

Relatórios de Execução e Progresso

Conteúdos
programáticos
Alterações legislativas

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Alterações legislativas

Lei n.º 7/2013 de 22 de janeiro


Regime de acesso e exercício das atividades de TR no SGCIE

Decreto-Lei n.º 68-A/2015 de 30 de abril


Transpõe a Diretiva n.º 2012/27/UE

22
FIM DO TEMA 1
Agradecemos a vossa atenção

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Estrutura da formação

1. Enquadramento legal e programas operacionais de gestão de energia

2. ISO 50001 – Sistemas de Gestão de Energia

3. Redes de produção e distribuição de vapor

4. Eficiência energética de equipamentos

5. Ar comprimido

6. Equipamentos de medição

7. Auditorias Energéticas

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ISO 50001 – Sistemas de gestão de energia

Implementação de Sistemas de Gestão de Energia (ISO 50001)

Definição e Terminologia da ISO 50001

Interpretar e entender os requisitos e principais fases de implementação da ISO 50001

Planeamento e condução de auditorias

Princípios gerais de ética e deontologia do auditor


Conteúdos
programáticos
Elaboração de relatórios de auditoria

25
ISO 50001 – Sistemas de gestão de energia

Implementação de Sistemas de Gestão de Energia (ISO 50001)

Definição e Terminologia da ISO 50001

Interpretar e entender os requisitos e principais fases de implementação da ISO 50001

Planeamento e condução de auditorias

Princípios gerais de ética e deontologia do auditor


Conteúdos
programáticos
Elaboração de relatórios de auditoria

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Modelo de Sistema de Gestão de Energia (SGE)

Política Energética

Revisão pela gestão


Planeamento

Implementação e
Operação

Monitorização Medição e
Melhoria

VERIFICAÇÃO

Auditorias Não Conformidades,


Internas correções, AC e AP

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Âmbito

Requisitos para estabelecer, implementar, manter e melhorar um SGE

Usos e consumos de energia, incluindo medição, documentação e reporte,


práticas de conceção e aquisição de equipamentos, sistemas, processos e pessoas
com influência no desempenho energético

Todas as variáveis que afetem o desempenho energético, e que possam ser


monitorizadas e influenciadas pela organização

Aplicável a qualquer organização que deseje assegurar que cumpre com a sua
política para a energia e o deseje demonstrar a outros quer através de
autoavaliação e autodeclararão de conformidade ou através da certificação do
SGE por entidade externa

Não prescreve critérios de desempenho energético

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ISO 50001 – Sistemas de gestão de energia

Implementação de Sistemas de Gestão de Energia (ISO 50001)

Definição e Terminologia da ISO 50001

Interpretar e entender os requisitos e principais fases de implementação da ISO 50001

Planeamento e condução de auditorias

Princípios gerais de ética e deontologia do auditor


Conteúdos
programáticos
Elaboração de relatórios de auditoria

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Termos e Definições

ENERGIA: Eletricidade, combustíveis, vapor, calor, ar comprimido e outras formas/vetores

Nota: Para os objetivos, no âmbito desta norma, energia designa todas as formas de energia incluindo renováveis,
que possam ser adquiridas, armazenadas, processadas, utilizadas num equipamento ou num processo, ou
recuperadas. Energia pode ser definida como a capacidade de um sistema produzir atividade externa ou realizar
trabalho.

A energia pode ser:


• Cinética (a partir da força das ondas e dos ventos - eólica)
• Gravitacional (a partir de quedas de águas - Hidroelétricas)
• Elétrica (a partir de turbinas e baterias)
• Química (obtida por reações exotérmicas como a combustão diesel e gasolina)
• Térmica (pela queima de combustíveis, carvão, óleo, madeiras, gás, biomassa, painéis solares
térmicos, etc.)
• Radiante (pela luz, painéis fotovoltaicos, etc.)
30
Termos e Definições

Fronteiras do Sistema Exemplo:


Limites físicos ou geográficos e/ou Um processo; um grupo de processos; uma instalação; toda a
limites organizacionais conforme organização; várias instalações sob o controlo da mesma
definidos pela organização organização

Um consumo de referência reflete um período de tempo


definido, podendo ser normalizado usando variáveis que afetam
Consumo energético de referência o uso e/ou consumo de energia (ex.: tais como nível de
Referência quantitativa que serve produção, graus-dia etc.)
de base para a comparação do
O consumo energético de referência é utilizado para calcular as
desempenho energético
reduções de consumo, tomando como referencial o antes e
após a implementação das ações de melhoria

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Termos e Definições

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA: rácio ou outra relação quantitativa entre um desempenho,


serviço, bem ou energia e um consumo de energia

Exemplos:
• Eficiência de uma conversão
• Relação energia necessária/energia utilizada
• Relação entre o resultado/energia consumida
• Relação entre a energia teoricamente necessária à operação/energia consumida na operação

Quer os consumos, quer os resultados, necessitam ser especificados em quantidade e qualidade e devem ser mensuráveis.

Exemplos:
• Energia consumida por um forno VS energia prevista de consumo dada pelo fornecedor;
• Evolução do consumo energético com a alteração de um processo industrial, alteração de práticas – antes/depois

32
Termos e Definições

DESEMPENHO ENERGÉTICO: resultados mensuráveis relativos à eficiência


energética, uso de energia e consumo de energia

AVALIAÇÃO ENERGÉTICA: determinação, pela organização, do seu


desempenho energético, baseado em dados e outras informações, que
conduzam à identificação de oportunidades de melhoria

EQUIPA DE GESTÃO DE ENERGIA: pessoa(s) responsável(is) pela


implementação efetiva das atividades do sistema de gestão de energia e
pela obtenção da melhoria de desempenho energético. A dimensão e
natureza da organização e os recursos disponíveis determinam a dimensão
da equipa

33
Termos e Definições

INDICADOR DE DESEMPENHO ENERGÉTICO (IDE)


Valor quantitativo ou medida do desempenho energético, definido pela organização. Os IDEs podem ser
expressos em métricas simples, rácios os modelos de maior complexidade.

VALORES ABSOLUTOS RÁCIOS/RELATIVOS MODELOS COMPLEXOS

• m3/t (produto)
• m3 • Gestão centralizada
• tep/unidade (produto)
• kWh • Gráficos
• €/m2
• Litros (etc.) • Indicadores (etc.)
• kWh/ocupante (etc.)

34
Termos e Definições

Ao escolher um IDE deve ter-se em conta a correlação, ou seja, a dependência entre os diversos indicadores

A correlação para indicadores energéticos


deve ser forte: R2 > 0,9

35
Termos e Definições

POLÍTICA ENERGÉTICA: Declaração da organização sobre as suas intenções e


diretrizes gerais relacionadas com o seu desempenho energético e
formalmente expressas pela gestão de topo
A política energética providencia o enquadramento para as ações e para o estabelecimento de
objetivos e metas energéticas

OBJETIVO ENERGÉTICO: Resultado ou realização específica para dar


cumprimento à política energética da organização no que respeita à
melhoria do desempenho energético

META ENERGÉTICA: Requisito detalhado e quantificável de desempenho


energético, aplicável a uma organização, ou parte desta, decorrente de um
objetivo energético e que necessita de ser estabelecido e alcançado para
atingir este objetivo

36
Termos e Definições

Exemplo do desdobramento

Linhas de atuação na gestão Aumentar a eficiência energética Reduzir em 5,3 TEP sobre a baseline o consumo
de energia do departamento XYZ térmico da operação de secagem. Reduzir em
234 kWh a energia elétrica da bombagem

Metas
Política
energética

Objetivos

energéticas
energéticos

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Termos e Definições

PARTE INTERESSADA: Pessoa ou grupo envolvido ou afetado pelo desempenho energético


da organização

CONSUMO DE ENERGIA: quantidade de energia consumida

USO DE ENERGIA: modo ou tipo de utilização da energia


Exemplo: Ventilação, iluminação, aquecimento, arrefecimento, transporte, processos, linhas de produção

USO SIGNIFICATIVO DE ENERGIA : uso de energia responsável por uma parte relevante do
consumo de energia e/ou que apresenta um elevado potencial para melhoria de
desempenho energético

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Termos e Definições

E ainda…
Etiquetagem energética: está consagrada na Diretiva Quadro A etiqueta energética tem elementos que são comuns a
Europeia (92/75/CEE) e nas subsequentes diretivas para cada família todas as categorias de produtos etiquetados:
de equipamentos. É baseada em categorias pré-definidas de A • Nome do fornecedor ou marca e identificação do
(melhor índice de eficiência energética) a G (pior índice), sendo de modelo;
afixação obrigatória em todos os equipamentos abrangidos, desde • Classe energética;
que estejam expostos ao público. • Escala de eficiência energética através de setas
coloridas que distinguem os produtos mais
Estes índices de eficiência são obtidos através de ensaios eficientes dos menos eficientes por via da cor e letra
laboratoriais realizados de acordo com normas técnicas específicas associada ao seu desempenho;
para cada tipo de equipamento. Para além dos dados energéticos • Consumo anual de energia em kWh;
encontram-se também indicados outros parâmetros que revelam • Pictogramas que evidenciam algumas das
um conjunto de características técnicas das diferentes famílias de características dos produtos etiquetados.
equipamentos. Apesar dessas características genéricas, a escala de
eficiência energética e/ou os pictogramas podem variar
Os dados existentes na etiqueta são da responsabilidade dos consoante a categoria de produto.
fabricantes sendo a sua colocação da responsabilidade da entidade
que os comercializa.

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ISO 50001 – Sistemas de gestão de energia

Implementação de Sistemas de Gestão de Energia (ISO 50001)

Definição e Terminologia da ISO 50001

Interpretar e entender os requisitos e principais fases de implementação da ISO 50001

Planeamento e condução de auditorias

Princípios gerais de ética e deontologia do auditor


Conteúdos
programáticos
Elaboração de relatórios de auditoria

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Estrutura da ISO 50001

Sistemas de Gestão de Energia


NP EN ISO 50001:2018

REQUISITOS

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Estrutura da ISO 50001

ISO 50001: Tópicos e Requisitos

3 Tópicos de contexto
1. Âmbito do SGE
2. Referências normativas
3. Termos e definições

7 Tópicos/Requisitos
4. Contexto da Organização
5.
6.
Liderança
Planeamento
144
7. Suporte Requisitos
8. Operacionalização
9. Avaliação do desempenho do SGE
10. Melhoria do SGE

42
Estrutura da ISO 50001

Princípios gerais

A organização deve:
• Estabelecer, documentar, implementar, manter e melhorar um SGE de acordo com os requisitos da norma;
• Definir e documentar o âmbito e fronteiras do seu SGE;
• Determinar como serão cumpridos os requisitos da norma, de modo a alcançar a melhoria contínua do seu
desempenho energético e do seu SGE.

43
Estrutura da ISO 50001

Tópico 4. CONTEXTO DA ORGANIZAÇÃO

4.1. Compreender a Organização e o seu contexto

A organização deve determinar questões externas e internas que sejam relevantes para o seu propósito e que afetem
sua capacidade de alcançar o (s) resultado (s) pretendido (s) de seu SGE e melhorar seu desempenho energético

4.2. Compreender as necessidades e as expectativas das partes interessadas, devendo determinar:

• Quais as partes relevantes para o sistema de gestão de energia e desempenho energético;


• Os requisitos mais relevantes das partes interessadas;
• Quais das necessidades e expectativas identificadas que a Organização pretende atingir através do SGE.

44
Estrutura da ISO 50001

Tópico 4. CONTEXTO DA ORGANIZAÇÃO

4.3. Determinar o âmbito do SGE, devendo ter em consideração:

• Questões internas e externas referidas em 4.1


• Requisitos indicados em 4.2

4.4. Sistema de Gestão de Energia (SGE)

Estabelecer, implementar, manter e melhorar continuamente um SGE, incluindo os processos necessários e suas
interações, e melhorar continuamente o desempenho energético, de acordo com os requisitos da Norma

45
Estrutura da ISO 50001

Tópico 5. LIDERANÇA

5.1. Liderança e compromisso

A Gestão de Topo (GT) deve demonstrar liderança e compromisso com a melhoria contínua do seu desempenho energético e eficácia do SGE:
• Assegurar que o âmbito SGE e as fronteiras estão devidamente estabelecidas;
• Assegurar que a política energética (5.2), objetivos e as metas estabelecidas (6.2) são compatíveis com o contexto e com a orientação
estratégica da Organização;
• Assegurar a integração dos requisitos do SGE nos processos de negócio da Organização;
• Assegurar que os planos de ação são aprovados e implementados;
• Assegurar a disponibilização dos recursos necessários para a implementação do SGE;
• Comunicar a importância de uma efetiva gestão de energia e a sua conformidade com os requisitos do SGE;
• Assegurar que o SGE atinge os resultados pretendidos, promovendo a melhoria contínua do SGE e do desempenho energético;
• Assegurar a constituição de uma equipa responsável pela gestão de energia;
• Apoio aos colaboradores de forma a contribuírem para a efetividade do SGE e para a melhoria do desempenho energético;
• Apoio a outras áreas da Organização que demonstrem relevância e responsabilidade para o SGE;
• Assegurar que os Indicadores Energéticos sejam definidos de forma a representarem o desempenho energético;
• Assegurar procedimentos para identificar e abordar as alterações que afetem o SGE e o desempenho energético dentro do âmbito e das
fronteiras definidas.
46
Estrutura da ISO 50001

Tópico 5. LIDERANÇA

5.2. Política Energética

A política energética deve estabelecer o compromisso da organização em alcançar a melhoria do desempenho energético. A gestão de topo
deve definir a politica energética e assegurar que:
• É adequada à natureza e dimensão do uso e consumo da energia na organização;
• Inclui um compromisso com a melhoria contínua do desempenho energético;
• Inclui um compromisso em assegurar a disponibilidade de informação e de todos os recursos necessários para atingir os objetivos e
metas;
• Inclui um compromisso de cumprimento das exigências legais aplicáveis e outros que a organização possa subscrever, relativos a
eficiência energética, uso e consumo de energia;
• Proporciona o enquadramento para estabelecer e rever os objetivos e metas energéticas;
• Encoraja a aquisição de produtos e serviços energeticamente eficientes e a conceção orientada para a melhoria do desempenho
energético;
• É documentada e comunicada a todos os níveis da organização;
• É revista regularmente e atualizada sempre que necessário.

47
Estrutura da ISO 50001

Tópico 5. LIDERANÇA

5.3. Funções, responsabilidade e autoridades organizacionais

A gestão de topo deve atribuir a responsabilidade e autoridade à equipa de gestão de energia para:
• Assegurar que o SGE seja estabelecido, implementado, mantido e continuamente melhorado;
• Assegurar que o SGE cumpra os requisitos definidos neste documento;
• Implementação de planos de ação (6.2) para continuamente melhorar o desempenho energético;
• Reportar à gestão de topo os resultados da implementação do SGE e medidas de eficiência energética verificados. Também será
necessário definir os intervalos de reporte dos resultados;
• Definição de critérios e metodologias necessárias para garantir a operação e controlo do SGE de forma efetiva.

48
Estrutura da ISO 50001

Tópico 6. PLANEAMENTO

6.1. Ações para tratar riscos e oportunidades 6.2. Objetivos, metas energéticas e planeamento
para os atingir

Considerar as questões internas e externas, bem como as A Organização deve definir quais os objetivos para as diferentes
necessidades e expectativas das partes interessadas (4.2) durante o funções e níveis hierárquicos. Também deve definir quais as metas
planeamento. O planeamento requer a identificação dos riscos e as propostas.
oportunidades relacionadas com a melhoria do desempenho
Os objetivos e metas devem:
energético.
• Ser consistentes com a política energética (5.2);
• A Organização deve planear ações para tratar os riscos e • Ser mensuráveis;
oportunidades de melhoria; • Ter em consideração requisitos aplicáveis;
• A Organização deve planear como Integrar e implementar • Considerar os usos significativos de energia (6.3);
ações para tratar os riscos e oportunidades no SGE e nos • Ter em consideração as oportunidades (6.3) de melhoria do
procedimentos de desempenho energético e como avaliar a desempenho energético;
eficácia das ações. • Ser monitorizados;
• Ser comunicados;
• Ser atualizados conforme aplicável.
49
Estrutura da ISO 50001

Tópico 6. PLANEAMENTO

6.2. Objetivos, metas energéticas e planeamento para os atingir (cont.)

Aquando do planeamento das metas e objetivos energéticas, a


Organização deve estabelecer e manter planos de ação que incluam:
• O que será realizado;
• Quais os recursos necessários;
• Quem é o responsável;
• Quando será concluído;
• Como serão avaliados os resultados, incluindo-se a metodologia
usada para a verificação da evolução do desempenho energético
da Organização.

50
Estrutura da ISO 50001

Tópico 6. PLANEAMENTO

6.3. Análise Energética

A organização deve desenvolver, registar e manter uma avaliação


energética. A metodologia e critérios utilizados para desenvolver a
avaliação energética devem ser documentados.

Para desenvolver a avaliação energética a organização deve:

a) Analisar o uso e consumo de energia baseado em medições e outros


dados, nomeadamente:

• Identificar as atuais fontes de energia;

• Avaliar o uso e consumo de energia, no passado e no presente.

51
Estrutura da ISO 50001

Tópico 6. PLANEAMENTO

6.3. Análise Energética

Fontes de informação:
• Leituras dos contadores através das faturas de energia
• Estimativas de consumos
• Horas de funcionamento
• Dados das chapas de características dos equipamentos/catálogos de especificações
• Extratos mensais
• Análise de penalidades da fatura mensal reativa/tarifa adequada
Onde podemos encontrar informações de consumos de energia:
• Gráficos
• Folhas de calculo
• Tabelas

52
Estrutura da ISO 50001

Tópico 6. PLANEAMENTO

6.3. Análise Energética

Informação Descrição Frequência

Horas de funcionamento da produção reportada numa base mensal ou anual Recolher, conforme necessário para correlacionar com os
Calendário de produção (Podem ser extrapolados a partir de registos de operações diárias ou semanais) dados de produção

Dados do tempo, incluindo temperatura, humidade ou ponto de orvalho associado As condições meteorológicas são recolhidas
Dados meteorológicos a cada temperatura, velocidade do vento e precipitação são frequentemente úteis continuamente, mas são registadas por hora e disponíveis
no desenvolvimento de modelos de energia em blocos mensais ou anuais

Equipamentos e caldeiras geralmente têm placas com características técnicas com Porque a maioria dos equipamentos não muda, muitas
Capacidade nominal de capacidades e potencias. O equipamento elétrico pode ser avaliado em kilowatts. vezes, as características dos equipamentos só precisa ser
Sistemas de Energia Equipamentos de refrigeração são muitas vezes classificado em BTUs. Onde 1 registada uma vez a menos que haja uma mudança ou
BTUs s é igual a 0,0003 kW substituição

53
Estrutura da ISO 50001

Tópico 6. PLANEAMENTO

6.3. Análise Energética

Informação Descrição Frequência Fontes possíveis Localização

Dados financeiros são muitas vezes relevantes para a gestão de energia. As


Registados, conforme Departamento
informações podem incluir o retorno esperado ou retorno para projetos Relatórios
Dados financeiros energéticos. Dados financeiros, como as taxas de juro esperadas para
necessário, geralmente financeiro,
financeiros
numa base anual instituições de crédito
projetos financiados As dívidas também são importantes

As faturas incluem quantidades consumidas ou compradas, períodos de


Normalmente
faturação, ou data de entrega, e outros fatores relacionados, como fator de Geralmente mensal, Faturas de
estão nas Compras
potência, poder calorífico do combustível, etc. embora as entregas de fornecimento das
Faturas combustível podem ser respetivas formas de
ou em arquivos no
departamento
NOTA: Cuidado com as "estimativas", pois as leituras de consumos mais ou menos frequentes energia
financeiro
realmente precisos são derivadas de leituras

54
Estrutura da ISO 50001

Tópico 6. PLANEAMENTO

6.3. Análise Energética

Informação Descrição Frequência Fontes possíveis Localização

As saídas da produção são a quantidade de produto terminado que deixam a Devem ser compatíveis com Diretores de
produção e vão para o armazém. Para fábricas com um único produto são intervalo de faturação para produção Diretores de
Unidades
facilmente encontrados as quantidades. Para as fábricas com múltiplos obter uma estima precisa de Mapas de produção
produzidas produtos, as características comuns devem ser consideradas como um energia por unidade de planeamento de Administrativos.
método para combinar, ou seja, toneladas, ou m2, em vez de unidades. produção. produção.

Os intervalos de medição de consumos de energia são registos fidedignos de


Os dados são recolhidos de
Intervalo de dos consumos, com leituras feitas em intervalos regulares ao longo dia, todos
forma contínua, mas Fornecida pelos Dados mantidos
os dias. O registo do consumo durante um período de intervalo apresenta um
recolha de quadro da variação das necessidades de energia durante todo o ano.
geralmente são reportados fornecedores dos pelo gestor de
informação mensalmente ou serviços. energia.
Contadores de gás natural, de energia elétrica etc., podem recolher dados
anualmente.
como "picos de consumo" sazonais etc.

55
Estrutura da ISO 50001

Tópico 6. PLANEAMENTO

6.3. Análise Energética

Baseada na análise da utilização e consumo da energia, identificar as


áreas de uso significativo de energia, nomeadamente:

• Identificar instalações, equipamentos, sistemas, processos e


pessoas que trabalhando para a organização, ou em seu nome,
afetam significativamente o uso e consumo de energia;

• Identificar outras variáveis relevantes que afetam


significativamente o uso da energia;

• Determinar o desempenho energético atual das instalações


equipamentos, sistemas e processos relacionados com os usos
significativos de energia identificados;

• Estimar os usos e consumos futuros de energia.

56
Estrutura da ISO 50001

Tópico 6. PLANEAMENTO

6.3. Análise Energética

Exemplo de estabelecimento do consumo de energia significativo


Consumo de energia: Caldeira; AVAC; Motores.
Avaliar o consumo de energia e determinar os que são significativos. Utilizar a mesma base para
possibilitar a comparação entre as fontes de consumo. Quem define a significância do consumo de
energia é a organização. Possíveis critérios de significância, a ponderar:
• Intensidade energética;
• Frequência de funcionamento;
• Legislação (requisitos legais e outros);
• Intervenção pessoas fornecedores;
• Potencial de melhoria;
• Retorno do investimento;
• Partes interessadas, etc.

57
Estrutura da ISO 50001

Tópico 6. PLANEAMENTO

6.4. Indicadores de desempenho energético (IDE)

A organização deve identificar IDE apropriados para medir e


monitorizar o seu desempenho energético. A metodologia para
determinar e atualizar os IDE deve ser registada e periodicamente
revista.

Os IDE devem ser revistos e adequadamente comparados com o


consumo energético de referência (Baseline).

58
Estrutura da ISO 50001

Tópico 6. PLANEAMENTO

6.4. Indicadores de desempenho energético (IDE)

Exemplo de estabelecimento de IDE


Os indicadores de desempenho energético são desenvolvidos para relacionar o custo da energia, o
consumo ou o impacto ambiental para uma saída adequada da organização.
Os indicadores IDE podem ser expressos em:
• Energia consumida/ocupante;
• Consumo de GN (m3)/refeição.

NOTA: Ter sempre em consideração a correlação


Os indicadores de desempenho energético devem ser mensuráveis.
Deve-se ter em conta a sazonalidade, caso exista.

59
Estrutura da ISO 50001

Tópico 6. PLANEAMENTO

6.5. Consumo energético de referência (Baseline)

A organização deve estabelecer um consumo energético de referência utilizando a informação da


avaliação energética inicial, considerando um período adequado ao uso e consumo de energia da
organização.

Alterações no desempenho energético devem ser medidas por comparação com o(s) consumo(s)
energético(s) de referência.

Devem ser efetuados ajustamentos ao(s) consumo(s) energético(s) de referência sempre que ocorram
uma ou mais das seguintes situações:
• Os IDE deixem de refletir o uso e consumo de energia da organização; ou
• Ocorram alterações significativas no processo, nos padrões operacionais ou nos sistemas de
energia; ou
• De acordo com um método pré-determinado.
O(s) consumo(s) energético(s) de referência deve(m) ser registado(s) e mantido(s).

60
Estrutura da ISO 50001

Tópico 6. PLANEAMENTO

6.5. Consumo energético de referência (Baseline)

Período de tempo adequado significa que a organização deverá ter em conta as


exigências regulamentares ou variáveis que afetam o uso e consumo de energia.

As variáveis podem incluir o clima, estações do ano, ciclos de atividade de negócio


e outras condições.

61
Estrutura da ISO 50001

Tópico 6. PLANEAMENTO

6.6. Planeamento para recolha de dados energéticos

A organização deve conduzir e documentar o processo de planeamento energético. O planeamento


energético deve ser consistente com a política energética e deve conduzir a atividades que
melhorem continuamente o desempenho energético.

O planeamento energético deve incluir uma avaliação das atividades da organização que possam
afetar o desempenho energético.

62
Estrutura da ISO 50001

Tópico 6. PLANEAMENTO

6.6. Planeamento para recolha de dados energéticos

BENCHMARKING
Processo de recolha, análise e relacionamento de dados de desempenho
energético de atividades comparáveis visando avaliar e comparar o
desempenho de entre ou dentro de entidades.

Tipos de benchmarking:
• Interno (destacar boas práticas na organização);
• Externo (estabelecer o “melhor desempenho na indústria/setor” de um equipamento/instalação ou
de um produto/serviço específico na mesma área ou setor.
O processo de benchmarking pode ser aplicado a qualquer ou a todos esses elementos. Desde que os
dados relevantes e exatos estejam disponíveis, os resultados do benchmarking são informação importante
para uma objetiva avaliação energética.

63
Estrutura da ISO 50001

Tópico 7. SUPORTE

7.1. Recursos

A Organização deve determinar e providenciar os recursos


necessários para o estabelecimento, implementação, manutenção
contínua do desempenho energético e do SGE.

64
Estrutura da ISO 50001

Tópico 7. SUPORTE

7.2. Competências

A organização deve assegurar que qualquer pessoa que trabalhe para a organização, ou em seu nome, relacionada com o uso significativo
da energia, é competente com base numa adequada escolaridade, formação ou experiência.

A organização deve identificar as necessidades de formação associadas ao controlo das suas utilizações significativas de energia e ao
funcionamento do SGE. A organização deve providenciar formação ou desenvolver outras ações para responder a estas necessidades.

Devem ser mantidos os registos apropriados.

65
Estrutura da ISO 50001

Tópico 7. SUPORTE

7.2. Competências

E ainda…

A organização deve assegurar que qualquer pessoa que nela trabalha, ou em seu nome, esteja consciente:

• Da importância da conformidade com a política energética, os procedimentos e os requisitos do SGE;

• Das suas atribuições, responsabilidades e autoridade para atingir a conformidade com os requisitos do SGE;
• Dos benefícios de um melhor desempenho energético;

• Do impacte, real ou potencial, com relação ao uso e consumo de energia, das suas atividades e como as suas atividades e
comportamentos contribuem para a realização dos objetivos e metas energéticas e as potenciais consequências do desvio aos
procedimentos especificados.
A organização define requisitos de competência, formação e consciencialização baseados nas suas necessidades.
A competência baseia-se na combinação relevante de habilitação, formação, aptidão e experiência.

66
Estrutura da ISO 50001

Tópico 7. SUPORTE

7.3. Consciencialização (dos colaboradores da Organização)

• Política Energética (5.2)

• Do seu contributo para a eficácia do SGE, incluindo os benefícios e


objetivos das metas energéticas (6.2) que contribuam para uma
melhoria do desempenho energético

• O impacto das suas atividades ou comportamentos que digam respeito


ao desempenho energético

• Das implicações da não conformidade com os requisitos do SGE

67
Estrutura da ISO 50001

Tópico 7. SUPORTE

7.4. Comunicação

Garantir que todos os colaboradores que trabalham na organização ou em seu nome possam tomar
parte ativa na gestão da energia e na melhoria do desempenho energético.

• A organização deve comunicar internamente os resultados do seu desempenho energético e do


SGE, conforme apropriado à dimensão da organização;

• A organização deve estabelecer e implementar um processo de comunicação em que cada


pessoa que nela trabalhe, ou em seu nome, possa introduzir comentários ou sugestões de
melhoria no SGE.

• A organização deve decidir acerca da comunicação externa sobre a sua política energética, o seu
SGE e o seu desempenho energético e deve documentar a sua decisão;

• Se a organização decidir comunicar, deve estabelecer e implementar (um) método(s) para esta
comunicação externa.

68
Estrutura da ISO 50001

Tópico 7. SUPORTE

7.5. Informação documentada

Requisitos da documentação Controlo dos documentos

A organização deve estabelecer, implementar e manter informação em Os documentos requeridos pela presente Norma e pelo SGE devem ser
papel, formato digital ou noutro, que descreva os principais elementos do controlados. Este controlo inclui documentação técnica conforme adequado.
seu SGE e suas interações.
A organização deve estabelecer, implementar e manter procedimentos para:
A documentação do SGE deve incluir: • Aprovar os documentos quanto à sua adequação, antes da respetiva
• O âmbito de aplicação e suas fronteiras; emissão, bem como a sua revisão e atualização periódica;
• A política energética; • Assegurar que as versões relevantes dos documentos aplicáveis estão
disponíveis nos locais de utilização;
• Os objetivos e metas energéticas e planos de ação;
• Assegurar que os documentos de origem externa, definidos pela
• Os documentos, incluindo registos, requeridos pela presente organização como necessários ao planeamento e operação do SGE, são
Norma; identificados e a sua distribuição controlada;
• Outros documentos definidos como necessários pela organização. • Prevenir a utilização involuntária de documentos obsoletos, e identificá-
los devidamente caso estes sejam retidos por qualquer motivo.

69
Estrutura da ISO 50001

Tópico 8. OPERACIONALIZAÇÃO

8.1. Planeamento e controlo operacional

A organização deve identificar e planear as operações e atividades de manutenção relacionadas com os usos significativos de energia
consistentes com a sua política energética, objetivos, metas e planos de ação, de forma a assegurar que são executados sob condições
especificadas pelos seguintes meios:

• Estabelecer e definir critérios para uma efetiva operação e manutenção dos usos significativos de energia onde a sua ausência pode
levar a um desvio significativo do desempenho energético efetivo;

• Operar e manter as instalações, processos, sistemas e equipamentos, de acordo com os critérios operacionais;

• Comunicar adequadamente o controlo operacional da organização a cada pessoa que nela, ou para ela, trabalhe.

NOTA: Não esquecer as atividades de manutenção

70
Estrutura da ISO 50001

Tópico 8. OPERACIONALIZAÇÃO

8.2. Design

A organização deve considerar as oportunidades de melhoria do desempenho energético e


do controlo operacional na conceção de instalações, equipamentos, sistemas e processos,
sejam novos, modificados ou renovados, que possam ter impacto significativo no
desempenho energético.

• Os resultados da avaliação do desempenho energético devem ser incorporados


conforme apropriado nas especificações, conceção e atividades de aprovisionamento
dos projetos relevantes;

• Os resultados das atividades de conceção devem ser registados

71
Estrutura da ISO 50001

Tópico 8. OPERACIONALIZAÇÃO

8.3. Processo de aquisição (serviços energéticos, produtos, equipamentos e energia)

• Aquando do aprovisionamento de serviços de energia, produtos e equipamentos que têm, ou podem ter, um impacto significativo no
uso de energia, a organização deve informar os fornecedores que a contratação é parcialmente avaliada com base no desempenho
energético;

• A organização deve estabelecer e implementar os critérios para avaliar o uso, consumo e eficiência energética ao longo da vida útil,
prevista ou esperada, aquando do aprovisionamento de produtos, equipamentos, e serviços de energia, que poderão ter um impacto
significativo sobre o desempenho energético da organização;

• A organização deve definir e documentar especificações de compra de energia, conforme aplicável, para um uso energético eficiente.

72
Estrutura da ISO 50001

Tópico 9. AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO

9.1. Monitorização, medição, análise e avaliação do desempenho energético do SGE

A organização deve assegurar que as características-chave das suas operações, que determinam o desempenho energético, são
monitorizadas, medidas e analisadas periodicamente.

As características-chave devem incluir, no mínimo:

• Usos significativos de energia e outros resultados da avaliação energética;

• As variáveis relevantes relacionadas com os usos significativos de energia;

• IDE;

• A eficácia dos planos de ação para atingir objetivos e metas;

• Avaliação do consumo real de energia face ao esperado.

Os resultados da monitorização e medição das características-chave devem ser registadas.

73
Estrutura da ISO 50001

Tópico 9. AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO

9.1. Monitorização, medição, análise e avaliação do desempenho energético do SGE (cont.)

Requisitos:

• Condição necessária para a consecução Exemplos


de um certo fim (compromisso previsto • Legislação nacional;
• Normas requeridas pela legislação;
na Política energética); • Acórdãos ou jurisprudência decorrente de tribunais;
• Licenças, alvarás ou autorizações;
• Uma especificação que se aplica à • Ofícios de autoridades competentes ou regulamentadoras;
Organização. • Contratos, acordos com clientes, fornecedores ou outras partes interessadas;
• Notas interpretativas, Circulares, Informações e Perguntas Frequentes (FAQ) das
autoridades competentes ou regulamentadoras;
Na prática são as obrigações e • Protocolos ou acordos com autoridades locais, ou outras, incluindo compromissos
responsabilidades de uma organização, e que públicos;
• Requisitos (incluindo procedimentos) da empresa-mãe (Corporate requirements);
esta tem o compromisso de cumprir.
• Normas de caráter voluntário, incluindo acordos, códigos de conduta (Codes of practice),
cartas ou boas práticas.

74
Estrutura da ISO 50001

Tópico 9. AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO

9.2. Auditoria Interna

A organização deve conduzir auditorias internas, em intervalos planeados, para assegurar que o SGE:

• Está em conformidade com as disposições planeadas para a gestão de energia, incluindo os requisitos desta Norma;

• Está em conformidade com os objetivos energéticos e metas estabelecidas;

• É efetivamente implementado, mantido e melhora o desempenho energético.

Deverá ser elaborado um calendário de auditorias, tendo em consideração o estado e a importância dos processos e áreas a serem
auditadas, assim como os resultados de auditorias anteriores.

A seleção dos auditores e a realização das auditorias deve assegurar a objetividade e imparcialidade do processo de auditoria.

Os registos dos resultados das auditorias devem ser mantidos e reportados à gestão de topo.

75
Estrutura da ISO 50001

Tópico 9. AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO

9.3. Revisão pela gestão

• Em intervalos planeados, a gestão de topo deve rever o SGE da


organização para assegurar a sua contínua conveniência, adequação
e eficácia;

• Os registos da revisão pela gestão devem ser mantidos.

76
Estrutura da ISO 50001

Tópico 9. AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO

9.3. Revisão pela gestão

As entradas para a revisão pela gestão devem incluir: As saídas para a revisão pela gestão devem incluir quaisquer decisões
ou ações relacionadas com alterações:
• Ações de seguimento sobre as anteriores revisões pela
gestão; • No desempenho energético da organização;
• Revisão da política energética; • Na política energética;
• Revisão do desempenho energético e IDE relacionados; • Nos IDE;
• Resultados da avaliação de conformidade com as • Nos objetivos, nas metas ou em outros elementos do SGE,
exigências legais e com outros requisitos que a consistentes com o compromisso da organização para a melhoria
organização subscreva; contínua;
• Grau de cumprimento dos objetivos e metas energéticos; • Na alocação de recursos.
• Resultados das auditorias ao SGE;
• Estado das ações corretivas e ações preventivas;
• Desempenho energético previsto para o período seguinte;
• Recomendações para melhoria.
77
Estrutura da ISO 50001

Tópico 10. MELHORIA DO SGE

10.1. Não conformidade e ação corretiva: quando uma não conformidade é identificada, a Organização deve:

A organização deve tratar as não-conformidades, existentes e potenciais, fazendo correções e implementando ações corretivas e ações
preventivas, incluindo as seguintes:

• Rever as não-conformidades ou potenciais não-conformidades;

• Determinar as causas das não-conformidades ou potenciais não-conformidades;

• Avaliar a necessidade de ações para assegurar que as não-conformidades não ocorram ou se repitam;
• Definir e aplicar as ações necessárias e apropriadas;

• Manter os registos de ações corretivas e ações preventivas;

• Rever a eficácia das ações corretivas ou ações preventivas implementadas.

As ações corretivas e ações preventivas devem ser apropriadas à magnitude dos problemas existentes ou potenciais e às suas
consequências para o desempenho energético. A organização deve assegurar que serão efetuadas todas as alterações necessárias ao SGE.

78
Estrutura da ISO 50001

Tópico 10. MELHORIA DO SGE

10.1. Não conformidade e ação corretiva: quando uma não conformidade é identificada, a Organização deve:

Não conformidade: Baixo fator de potência

✓ Ação corretiva: Verificar bateria de condensadores.

Não conformidade: nível de iluminação acima do recomendado pela norma


Exemplos de não
conformidades, correções e ✓ Ação corretiva: substituir lâmpadas por de menor potência.
ações corretivas
Não conformidade: motor a trabalhar 75% abaixo da carga nominal

✓ Ação corretiva: verificar possibilidade de adequar a potência ou aquisição de


motor adequado.

79
ISO 50001 – Sistemas de gestão de energia

Implementação de Sistemas de Gestão de Energia (ISO 50001)

Definição e Terminologia da ISO 50001

Interpretar e entender os requisitos e principais fases de implementação da ISO 50001

Planeamento e condução de auditorias

Princípios gerais de ética e deontologia do auditor


Conteúdos
programáticos
Elaboração de relatórios de auditoria

80
Auditorias

Planeamento e Condução

81
Auditorias

CONHECIMENTOS E COMPETÊNCIAS DO AUDITOR

A confiança no processo de auditoria e a capacidade de atingir os seus objetivos, depende da competência dos indivíduos que estão
envolvidos no planeamento e na condução da auditoria, incluindo auditores e auditores coordenadores;

A competência deve ser avaliada através de um processo que considere:

Experiência Formação Experiência em


Escolaridade
Profissional como Auditor Auditorias

82
Auditorias

CONHECIMENTOS E COMPETÊNCIAS DO AUDITOR

Ético: justo, verdadeiro, sincero, honesto e discreto;

Espírito aberto: disposto a considerar ideias ou pontos de vista alternativos;


UM AUDITOR DEVE SER
Diplomata: usando tato no relacionamento com as pessoas;

Observador: ativamente consciente do meio físico envolvente e das atividades;

Percetivo: instintivamente atento e capaz de compreender situações;

Versátil: ajustando-se prontamente a diferentes situações;

Tenaz: persistente, focalizado no atingir dos objetivos;

Decidido: alcançando conclusões oportunas baseadas em raciocínio lógico e análise;

Autoconfiante: agindo e funcionando de forma independente enquanto interage eficazmente


com os outros.

83
Auditorias

CONHECIMENTOS E COMPETÊNCIAS DO AUDITOR

A auditoria energética deve ser conduzida de acordo com os seguintes princípios:

• A auditoria é consistente com o âmbito, fronteiras e o(s) objetivo(s) acordados;

• As medições e observações são apropriadas ao uso e ao consumo de energia;

• Os dados do desempenho energético recolhidos são representativos das atividades, processos, equipamentos e sistemas;

• Os dados usados ​para quantificar o desempenho energético e identificar oportunidades de melhoria, são consistente e únicos;

• O processo de recolha, validação e análise de dados é possível de rastrear;

• O relatório de auditoria energética fornece oportunidades de melhoria para o desempenho energético com base numa análise técnica
e económica apropriada.

NOTA: O resultado da auditoria deve ser apropriada e consistente com o âmbito


da auditoria e suficientemente detalhada para permitir a tomada de decisão

84
Auditorias

PLANEAMENTO E CONDUÇÃO DE AUDITORIAS

O processo de auditoria energética consiste nas seguintes etapas:

• Elaboração do plano

• Reunião de abertura

• Recolha de dados e evidencias


• Plano de medição

• Realização da visita ao local

• Análise
• Elaboração do relatório da auditoria

• Reunião de encerramento

85
Auditorias

EXEMPLOS

Podem ser usadas, por exemplo, metodologias tais como: walk-through audit, diagnóstico energético e auditoria energética detalhada

WT - Walk-Through Audit

A Walk-Through Audit, ou Auditoria de Passagem,


é a metodologia ideal quando a organização
pretende ter uma ideia rápida sobre eventuais
oportunidades de redução de consumos e custos
de energia, de forma rápida, e com o mínimo
investimento.

86
Auditorias

EXEMPLOS

Podem ser usadas, por exemplo, metodologias tais como: walk-through audit, diagnóstico energético e auditoria energética detalhada

Diagnóstico energético

O diagnóstico energético pode ser Geral, a toda a


organização, ou Direcionado, a um sistema. É uma
análise detalhada, e 100% prática, orientada para
a definição de Medidas de Redução de Custos de
Energia, mas sem as exigências de uma auditoria
energética oficial, tal como as exigidas pelo SGCIE
– Sistema de Gestão dos Consumidores Intensivos
de Energia. O prazo típico de realização são três a
oito semanas mas depende sempre do tamanho
da organização.

87
Auditorias

EXEMPLOS

Podem ser usadas, por exemplo, metodologias tais como: walk-through audit, diagnóstico energético e auditoria energética detalhada

Auditoria Energética

Auditoria de acordo com os regimes legais


existentes. A Auditoria energética oficial, realizada
de acordo com o previsto nos diplomas legais
aplicáveis, implica uma análise global e detalhada
a toda a instalação, maior prazo de realização e
maior custo, variável conforme a complexidade da
organização e das instalações a auditar.

88
FIM DO TEMA 2
Agradecemos a vossa atenção

89
Estrutura da formação

1. Enquadramento legal e programas operacionais de gestão de energia

2. ISO 50001 – Sistemas de Gestão de Energia

3. Redes de produção e distribuição de vapor

4. Eficiência energética de equipamentos

5. Ar comprimido

6. Equipamentos de medição

7. Auditorias Energéticas

90
Redes de produção e distribuição de vapor

O uso do vapor como meio de transporte de energia

• Identificar os pontos de melhoria de eficiência energética


• Calcular o custo de produção por tonelada de vapor

Vapor de flash

• Calcular a taxa de produção de vapor de flash


• Processos da sua recuperação térmica e cálculo de payback

Retorno de condensados

• Calcular a energia contida nos condensados


Conteúdos • Processos da sua recuperação térmica e cálculo de payback
programáticos

Purgas de caldeira (TDS)

• Calcular as perdas energéticas pelas purgas das caldeiras


• Processos da sua recuperação térmica e cálculo de payback
91
Redes de produção e distribuição de vapor

O uso do vapor como meio de transporte de energia

• Identificar os pontos de melhoria de eficiência energética


• Calcular o custo de produção por tonelada de vapor

Vapor de flash

• Calcular a taxa de produção de vapor de flash


• Processos da sua recuperação térmica e cálculo de payback

Retorno de condensados

• Calcular a energia contida nos condensados


Conteúdos • Processos da sua recuperação térmica e cálculo de payback
programáticos

Purgas de caldeira (TDS)

• Calcular as perdas energéticas pelas purgas das caldeiras


• Processos da sua recuperação térmica e cálculo de payback
92
Vapor como meio de transporte de energia

Mesmo nos processos que usam as tecnologias mais avançadas


como as centrais nucleares, para transportar a energia desde o
reator até às turbinas continua a usar-se vapor de água

93
Vapor como meio de transporte de energia

Geradores de vapor

Flamotubulares Chama invertida Aquatubulares Vaporização rápida

94
Vapor como meio de transporte de energia

Geradores de vapor
Flamotubulares de duas passagens
Vapor

2ª passagem (tubos)

1ª passagem (Tubo-fornalha)

95
Vapor como meio de transporte de energia

Geradores de vapor Vapor a 180 oC


Flamotubulares de três passagens

3ª Passagem (Tubos) 200 oC


350 oC
2ª Passagem(Tubos)

400 oC
1600 oC 1ª Passagem (Tubo-fornalha)

96
Vapor como meio de transporte de energia

Geradores de vapor
Tipos de câmara de reversão de fumos

Câmara de reversão Câmara de reversão


seca molhada

2ª passagem tubos 2ª passagem tubos

1ª passagem 1ª passagem
(Tubo-fornalha) (Tubo-fornalha)

97
Vapor como meio de transporte de energia

Geradores de vapor
Flamotubulares de três passagens
Transferência de calor em cada passagem

Para uma superfície de troca de 100 m2

Temperatura dos Troca de Calor


% da Área
Gases em %

1ª Passagem Fornalha 11 1600 65

2ª Passagem Tubos 43 400 25

3ª Passagem Tubos 46 350 10

98
Vapor como meio de transporte de energia

Geradores de vapor
De chama invertida Vapor
Chaminé

Água Vapor

Queimador

Fornalha Tubos rodeando A Fornalha


Fornalha Inversão

99
Vapor como meio de transporte de energia

Geradores de vapor
Aquotubulares

100
Vapor como meio de transporte de energia

Q kg/h Vapor seco


para a instalação

Chama
Serpentina

10% de água para esgoto


ou recuperação

Q kg/h + 10%

101
Vapor como meio de transporte de energia

Os gases dos geradores de vapor são frequentemente


descarregados para a atmosfera a uma temperatura de 50 a 100ºC
acima da temperatura do vapor que está a ser produzido

102
Vapor como meio de transporte de energia

Calor recuperável por hora dos gases de uma caldeira em Gj


Temperatura dos Produção da caldeira em Gj
gases em ºC 25 50 100 200
200 1.3 2.6 5.3 10.6
260 2.3 4.6 9.2 18.4
315 3.3 6.5 13.0 26.1
Baseado em gás natural com um excesso de ar de 15% e temperatura final de 120ºC

103
Vapor como meio de transporte de energia

Recuperadores de calor

104
Vapor como meio de transporte de energia

Porque se usa o vapor?

105
Vapor como meio de transporte de energia

O vapor proporciona um meio de transporte de quantidades


consideráveis de energia desde a central térmica até ao ponto de
utilização.

Contém cerca de cinco vezes mais energia do que a água.

A sua utilização é comum em toda a Indústria (Petroquímica,


Farmacêutica, Têxtil, Pasta & Papel, Alimentação, etc.) para:
• Força motriz (turbinas) para produção de eletricidade
• Troca térmica para aquecimento de outro fluído
• Aplicações de processo (esterilização, pasteurização, humidificação,
evaporação, cozinhar etc)

Quando condensa cede uma quantidade enorme de energia

106
Vapor como meio de transporte de energia

A matéria prima é água:

“Abundante”, “Barata”, “Limpa” e Estéril.

É fácil de controlar:

A cada pressão corresponde uma e só uma temperatura, uma energia específica, um volume específico

Transporta enorme quantidade de energia por unidade de massa:

Tubagens de pequeno diâmetro transportam muita energia.

Um tubo de ½” a 10 bar m transporta cerca de 70 kW

Muda de estado com enorme violência

Excelente coeficiente de troca de calor e áreas de troca menores.

107
Vapor como meio de transporte de energia

Entalpia líquida (calor sensível)

• É a energia da água à temperatura de saturação

Entalpia de evaporação (calor latente)

• É a energia que produz a mudança de estado da água para vapor (ou vapor para água) sem variação de
temperatura

Entalpia total do vapor saturado (calor total)

• É a soma da entalpia da água saturada e a entalpia de evaporação

108
Vapor como meio de transporte de energia

Adicionando calor à água para produção de vapor num sistema atmosférico


109
Vapor como meio de transporte de energia

Diagrama entalpia/temperatura
110
Vapor como meio de transporte de energia

Propriedades do vapor a diferentes pressões

111
Vapor como meio de transporte de energia

Indústria da Energia

112
Vapor como meio de transporte de energia

Indústria
Petroquímica

113
Vapor como meio de transporte de energia

Indústria Química

114
Vapor como meio de transporte de energia

Indústria
Farmacêutica

115
Vapor como meio de transporte de energia

Indústria
Metalúrgica

116
Vapor como meio de transporte de energia

Indústria Naval

117
Vapor como meio de transporte de energia

Indústria dos Pneus

118
Vapor como meio de transporte de energia

Indústria Papeleira

119
Vapor como meio de transporte de energia

Indústria Alimentar
• Lacticínios, Carne, Óleos, Conservas,
Açúcar, Sumos, Refrigerantes,
bolachas, Tabaco, etc.
Processos:
✓ Agua limpeza
✓ Esterilizar
✓ Pasteurizar
✓ Cozer, etc.

120
Vapor como meio de transporte de energia

Indústria Cervejeira
• Cozer mosto
• Pasteurização
• Secagem cereais
• CIP; SIP
• etc.

121
Vapor como meio de transporte de energia

Indústria Têxtil

• Fabricação fibra sintética


• Tinturarias
• Estamparias, etc.

122
Vapor como meio de transporte de energia

Serviços
• Lavandarias
• Hospitais
• Hotéis
Processos:
✓ Lavar, passar, secar
✓ Cozinhar
✓ Agua quente sanitária
✓ Aquecimento, humidificação.

123
Vapor como meio de transporte de energia

Fig. 3.2.4 Economic boiler (three-pass, wet back)

Table 3.2.3 Heat transfer details of a modern three pass, wet back, economic boiler
124
Vapor como meio de transporte de energia

ENERGIA ÚTIL
55%

125
Vapor como meio de transporte de energia

Perdas típicas no sistema de vapor

126
Pontos de melhoria de eficiência energética

127
Custo de produção por tonelada de vapor

128
Custo de produção por tonelada de vapor

O que influencia o custo do vapor?

129
Custo de produção por tonelada de vapor

Como exemplo, vamos considerar um gerador de vapor a operar a 10 bar g.

Das tabelas de vapor a energia (entalpia) total do vapor @ 10 bar g é de hg= 2782 KJ/Kg

Se o gerador está a ser alimentado por água a 70ºC, significa que a energia contida na água de
alimentação é dada por:

• hf=m.cp.T

• hf = 1 Kg x 4.19 KJ/KgºC x 70 ºC

• hf= 293 KJ/Kg

130
Custo de produção por tonelada de vapor

Energia necessária para produzir 1 Kg de vapor @ 10 bar será de

2782- 293 = 2489 KJ/Kg de vapor

Considerando que o Gerador de Vapor tem uma eficiência de 84% então necessitaríamos de:

2489
Total Energia = = 2963 𝐾𝐽/𝐾𝑔
0.84

Precisamos então de fornecer ao gerador de vapor 2963 KJ do combustível para produzir 1 Kg


de vapor @ 10 bar g usando água de alimentação a 70ºC

131
Custo de produção por tonelada de vapor
Em função do tipo de combustível utilizado, do seu poder calorifico e densidade, podemos então calcular
o total de combustível necessário para produzir uma tonelada de vapor

132
Custo de produção por tonelada de vapor

2489 𝐾𝐽
Total Energia = 𝑥1000 𝐾𝑔 = 2963000
0.84 𝑇𝑜𝑛

Vamos supor que o combustível utilizado óleo pesado com um poder calorifico de 42500 KJ/Kg e
uma densidade de 0.97:
2963000 𝐾𝐽 1
Total Energia = x = 71.87 Litros
42500 𝐾𝐽/𝐾𝑔 0.97

Custo Combustível =71.87 Litros x 0,40€/L = 28.75€/Ton vapor

133
Custo de produção por tonelada de vapor

Custo Combustível = 71.87 Litros x 0,40€/L = 28.75€/Ton vapor

• Taxa de retorno de condensados for de 80%


• Custo de 1,5 €/m3 de água e de 0,3 €/m3 o custo do tratamento químico

Custo água reposição =0.200 𝑇𝑜𝑛∗((1.5 €)/𝑚3+(0.3 €)/𝑚3)= 0.36 €/Ton vapor

Custo Total Produção de Vapor =28.75+0.36=29.11 €/Ton vapor

134
Redes de produção e distribuição de vapor

O uso do vapor como meio de transporte de energia

• Identificar os pontos de melhoria de eficiência energética


• Calcular o custo de produção por tonelada de vapor

Vapor de flash

• Calcular a taxa de produção de vapor de flash


• Processos da sua recuperação térmica e cálculo de payback

Retorno de condensados

• Calcular a energia contida nos condensados


Conteúdos • Processos da sua recuperação térmica e cálculo de payback
programáticos

Purgas de caldeira (TDS)

• Calcular as perdas energéticas pelas purgas das caldeiras


• Processos da sua recuperação térmica e cálculo de payback
135
Vapor de flash

• Quando o condensado passa de uma pressão e


temperatura, para uma pressão inferior com
temperatura de saturação mais baixa, parte do
condensado converte-se em vapor. Designa-se
por reevaporação.
• A quantidade de vapor reevaporado calcula-se
com a seguinte equação:

136
Vapor de flash

Relação da Massa de Condensado/Vapor Reevaporado

Vapor reevaporado 15%

Água 85%

137
Vapor de flash

Relação da Energia de Condensado/Vapor Reevaporado

Vapor flash 52%

Água 48%

138
Vapor de flash

Cálculo de Vapor de Flash - Exemplo


Considerando uma instalação típica que opera nas seguintes condições:
• Produção média de vapor de 5000 kg/h @ 7 bar
• Horas de operação: 5760 h/ano ( 24h/dia*5 dias/semana*48 semanas/ano)
• Taxa de retorno de condensados de 80% e descarga atmosférica
• Custo médio de produção de vapor de 26 €/Ton de vapor

Qual a taxa de vapor de flash produzido? Qual o custo que representa?

139
Vapor de flash

Cálculo de Vapor de Flash - Exemplo


𝐻𝑓7𝑏𝑎𝑟−𝐻𝑓𝑎𝑡𝑚
% 𝐹𝑙𝑎𝑠ℎ = x 100
𝐻𝑓𝑔 𝑎𝑡𝑚

721−419
% 𝐹𝑙𝑎𝑠ℎ = x 100
2257

% 𝐹𝑙𝑎𝑠ℎ = 13.38%

% 𝐹𝑙𝑎𝑠ℎ = 13.38% x 5000 kg/h x 0.8 = 535 kg/h de vapor de flash

140
Vapor de flash

Cálculo de Vapor de Flash - Exemplo

% 𝐹𝑙𝑎𝑠ℎ = 13.38% x 5000 kg/h x 0.8 = 535 kg/h de vapor de flash

C𝑢𝑠𝑡𝑜 = 0.535 Ton/h x 5760 h/ano x 26€/Ton vapor = 80 121€/ano

141
Vapor de flash

Cálculo Payback

C𝑢𝑠𝑡𝑜 = 0.535 Ton/h x 5760 h/ano x 26€/Ton vapor = 80 121€/ano

Vamos considerar uma solução técnica de recuperação com um custo total de 90 000€.

Em quantos meses será amortizado o investimento?

90 000€
P𝑎𝑦𝑏𝑎𝑐𝑘 = x 12 meses/ano = 13,5 meses
80121/𝑎𝑛𝑜

142
Vapor de flash

Algumas soluções técnicas de


recuperação do vapor de flash

143
Vapor de flash

O condensador de Vapor de Flash da Spirax Sarco, modelo EVC recupera a energia térmica perdida
para a atmosfera, geralmente na exaustão do tanque de condensados. Permite ainda recuperar o
caudal equivalente de água.

144
Vapor de flash

Aplicações de Recuperação de Vapor de Flash


Sistema sem pressurização
• O condensador EVC não pressuriza o sistema e mantém
sempre a exaustão para a atmosfera em caso de não passagem
de fluído no secundário e/ou excesso de vapor de flash.
• .

• Vantagens:
✓ Não pressuriza o tanque de condensados
✓ Não adiciona contra pressão ao sistema
✓ Recupera a energia térmica do vapor de Flash
✓ Recupera caudal equivalente de água
✓ Fácil instalação

145
Redes de produção e distribuição de vapor

O uso do vapor como meio de transporte de energia

• Identificar os pontos de melhoria de eficiência energética


• Calcular o custo de produção por tonelada de vapor

Vapor de flash

• Calcular a taxa de produção de vapor de flash


• Processos da sua recuperação térmica e cálculo de payback

Retorno de condensados

• Calcular a energia contida nos condensados


Conteúdos • Processos da sua recuperação térmica e cálculo de payback
programáticos

Purgas de caldeira (TDS)

• Calcular as perdas energéticas pelas purgas das caldeiras


• Processos da sua recuperação térmica e cálculo de payback
146
Retorno de condensados

• O condensado não é apenas água


• É água que foi evaporada na caldeira (em geral com alto grau de pureza)
• A temperatura elevada

Por cada 6°C que aumentarmos na temperatura da água de alimentação de


uma caldeira, poupamos 1% de combustível

147
Retorno de condensados

Recuperando os condensados economizamos em:

€ Água € Produtos químicos € Combustível

148
Retorno de condensados

Tipicamente, a não recuperação dos condensados deve-se a:


.
• Fugas na rede de distribuição

• Não recuperação por dificuldade remoção dos condensados

• Não recuperação por risco de contaminação

• Injeção direta de vapor no processo (estes nunca podem ser recuperados)

149
Retorno de condensados

Monitorização em contínuo contaminação de condensados

Sistema de monitorização por turbidez


Sistema de monitorização por condutividade

150
Retorno de condensados

151
Retorno de condensados

• Quando um purgador está ligado a uma • Em sistemas em que não exista esta
linha de retorno de condensado, deve pressão diferencial é necessário um
existir suficiente pressão diferencial sistema com bomba-purgador
entre vapor e condensado.

Drenagem com purgador Drenagem com bomba-purgador

152
Retorno de condensados

Bomba MFP14 Bomba/Purgador APT 14

Conjunto compacto APT14

Conjunto compacto MFP14 Triplo

153
Retorno de condensados

Taxa retorno de condensados 60% Taxa retorno de condensados 80%

Água de alimentação= 60% condensados Água de alimentação= 80% condensados


+ 40% de água nova de reposição + 20% de água nova de reposição

Consumo água nova de reposição reduziu para metade

154
Retorno de condensados

Horas de funcionamento/ano 6000 h/ano


Custo água 1.5 €/m3
Custo efluentes 0.4 €/m3
Custo tratamento água 0.5 €/m3
Temp. média água de reposição na caldeira 15 ºC Proposto

Temp. média retorno condensado 90 ºC Taxa retorno condensados 85%

Custo Produção de vapor 26 €/Ton vapor Produção vapor Kg/h 5000


Pressão funcionamento gerador 10 bar g
Consumo água reposição Kg/h 750

Diferença Kg/h 1100

155
Retorno de condensados

Poupança em Combustível


𝐾𝑔 26Ton ℎ
Poupança em combustível= 140 x x 6000 = 21840 €/ano
ℎ 1000 𝑎𝑛𝑜

156
Retorno de condensados

Poupança em Água

𝐾𝑔 h
Água recuperada= 1100 x 6000 = 6600000 Kg/ano => 6600 m3/ano
ℎ ano

Custo (água + tratamento + efluentes) =6600 𝑚3/𝑎𝑛𝑜 𝑥 (1.5+0.5+0.4)€/𝑚3= 15840 €/ano

157
Retorno de condensados

Poupança total

𝐾𝑔 26𝑇𝑜𝑛 ℎ
Poupança em combustível= 140 x x 6000 = 21840 €/ano
ℎ 1000 𝑎𝑛𝑜

𝑚3 1.5+0.5+0.4 €
Custo (água + tratamento + efluentes) = 6600 𝑥 = 15840 €/ano
𝑎𝑛𝑜 𝑚3

Poupança Total = 21840 + 15840 = 𝟑𝟕𝟔𝟖𝟎 €/ano

158
Retorno de condensados

Cálculo do payback

Poupança Total = 21840 + 15840 = 𝟑𝟕𝟔𝟖𝟎 €/ano

Considerando uma solução técnica de recuperação utilizando um conjunto de bombagem com um


custo total de 15 000€.

Em quantos meses será amortizado o investimento?

15 000€
𝑃𝑎𝑦𝑏𝑎𝑐𝑘 = x 12 meses/ano = 4,8 meses
37680€/𝑎𝑛𝑜

159
Redes de produção e distribuição de vapor

O uso do vapor como meio de transporte de energia

• Identificar os pontos de melhoria de eficiência energética


• Calcular o custo de produção por tonelada de vapor

Vapor de flash

• Calcular a taxa de produção de vapor de flash


• Processos da sua recuperação térmica e cálculo de payback

Retorno de condensados

• Calcular a energia contida nos condensados


Conteúdos • Processos da sua recuperação térmica e cálculo de payback
programáticos

Purgas de caldeira (TDS)

• Calcular as perdas energéticas pelas purgas das caldeiras


• Processos da sua recuperação térmica e cálculo de payback
160
Purgas de caldeira (TDS)

Porque se realizam as purgas?

Nota: Deve ser o fabricante do Gerador a


indicar a qualidade da água de alimentação
✓ Oxigénio dissolvido
✓ Dióxido de Carbono
e o valor máximo de sólidos dissolvidos
✓ Outros gases (TDS) a que este pode operar
✓ Poeiras e outras
impurezas

✓ Cálcio
✓ Magnésio Tipo de Purgas de Caldeira:
✓ Carbonatos • Purga de Escumação
✓ Sulfatos
✓ Cloretos
• Purga de Fundo
✓ Sílica
✓ Ferro

161
Purgas de caldeira (TDS)

Gerador a operar com baixo valor de TDS

✓ Significa que são efetuadas purgas em excesso

✓ Perda de Energia (maior gasto em combustível)

162
Purgas de caldeira (TDS)

Gerador a operar com valor elevado de TDS

✓ Significa que não são efetuadas as purgas


necessárias

✓ Arrastamentos de água com contaminantes,


da caldeira para a rede de vapor

✓ Aumento da possibilidade de incrustações


no interior do gerador e nos equipamentos
da rede de vapor
163
Purgas de caldeira (TDS)

Controlo de Purgas (TDS) - Manual vs Automático

Automatic TDS Control


Boiler water TDS

Time 164
Purgas de caldeira (TDS)

Controlo manual de Purgas (TDS)

✓ Purgas manuais (ou temporizadas), não permite um controlo eficiente do valor de TDS no interior
do gerador
✓ Não tem em conta a carga de funcionamento do equipamento
• Se maior produção de vapor aumenta a concentração logo maior necessidade de purgas
• Se menor produção de vapor, menor necessidade de purgas
✓ Provoca queda brusca de pressão aquando da descarga de purga de fundo
• Possíveis arrastamentos de água
• Baixa qualidade do vapor (título baixo, impurezas, etc.)
✓ Tipicamente fazem-se mais purgas do que as necessárias

165
Purgas de caldeira (TDS)

Controlo automático de Purgas (TDS)


✓ Mantém o valor de TDS constante e perto do valor máximo admissível.
✓ Elimina a possibilidade de um valor de TDS elevado (que provoca arrastamentos de água da caldeira,
contaminação de produtos, bloqueio de equipamentos da rede de vapor, etc.)
✓ Ajuda a manter a caldeira isenta de incrustações e dentro das especificações aconselháveis da qualidade da
água e o seu tratamento químico
✓ Elimina a execução de excesso de purgas (minimizando as perdas energéticas e os custos de tratamento de
água)
✓ Permite a sua recuperação térmica
✓ Um sistema automático de controlo de TDS no Gerador de Vapor permite que esta energia seja facilmente
aproveitada, traduzindo-se em poupanças energéticas significativas
✓ Tipicamente (conforme as condições de operação de cada instalação) um sistema de controlo automático
permite ter um payback da solução entre 12 a 18 meses

166
Purgas de caldeira (TDS)

Decidir qual o valor aconselhável de TDS para o gerador de vapor

Nota: deve ser o fabricante do gerador a indicar no manual do equipamento a qualidade da água de
alimentação e o valor máximo de TDS admissível.
No entanto existem Normas que identificam esse valor (EN 12953)

167
Purgas de caldeira (TDS)

Métodos de determinação TDS

• Pela densidade
Os métodos de
determinação são:
• Pela condutividade
(existe uma relação direta entre a condutividade da água e o valor de TDS que ela possui)

Em geradores de vapor utiliza-se a medição através


da condutividade

168
Purgas de caldeira (TDS)

Métodos de determinação TDS

Nota: Esta relação só é válida para uma amostra neutralizada a 25ºC

Exemplo:
Condutividade amostra neutralizada a 25°C = 5 000 µS/cm
TDS = 5 000 µS/cm x 0.7
TDS = 3 500 ppm

Para uma amostra não neutralizada o valor é 0.5

169
Purgas de caldeira (TDS)

Não retirar amostras diretamente do gerador.


• A perda do vapor de flash dará valores
incorretos
• A segurança do operador também pode ser
afetada

170
Purgas de caldeira (TDS)

Como determinar a taxa de purgas para manter o valor pretendido

Dados:
A - Salinidade da água de alimentação (TDS em ppm)
B - Salinidade desejada na caldeira (TDS em ppm)

Expressão:
𝐴
Purga em % = x 100
𝐵−𝐴

𝐴
Caudal Purga Kg/h = x Caudal de Produção Vapor Kg/h
𝐵−𝐴

171
Purgas de caldeira (TDS)

• A purga da caldeira depende da produção de vapor, da


concentração de sais na agua de alimentação e na caldeira

• A instalação é simples, um medidor de condutividade, um


controlador e válvula de purga automática
• Deve ser instalado um arrefecedor de amostras

Com uma purga de sais automática só purga o necessário!

172
Purgas de caldeira (TDS)

Recuperação de Calor das Purgas da Caldeira

• As purgas automáticas de TDS do Gerador,


são dirigidas para tanque de flash cujo vapor
vai diretamente para o desgaseificador, sendo
a fase líquida aproveitada para pré-aquecer a
água de reposição.
• O vapor condensado reduz igualmente os
consumos de água

173
Purgas de caldeira (TDS)

Calcular a poupança em combustível pelas purgas em excesso

Uma instalação com as seguintes características:


• Pressão de operação gerador de vapor: 9 bar g
• Produção média de vapor: 5000 Kg/h
• Custo produção vapor: 26€/Ton vapor
• Horas de operação: 6000 h/ano
• Temperatura água alimentação: 80ºC
• Temperatura água reposição: 10ºC
• TDS água de alimentação: 150 ppm
• TDS média no Gerador: 2000 ppm
• TDS máximo permitido no Gerador: 3200 ppm

174
Purgas de caldeira (TDS)

150
Taxa purga atual= *100 = 8,11% → 0.081*5000 Kg/h = 405 kg/h
2000−150

150
Taxa purga adequada= *100 = 4,92% → 0.0492*5000 Kg/h = 246 kg/h
3200−150

5,000 kg/h
Purga em excesso = 405-246 = 159 Kg/h

150 ppm

4.9% 8.1%

175
Purgas de caldeira (TDS)

Purga em excesso= 405-246 = 159 Kg/h

• Entalpia líquida pressão 9 bar g = 763 KJ/Kg


• Entalpia vapor pressão 9 bar g = 2778 KJ/Kg

176
Purgas de caldeira (TDS)

Calcular a poupança em água pelas purgas em excesso


• Custo água: 1.5 €/m3
• Custo efluentes: 0.4 €/m3
• Custo tratamento químico: 0.3 €/m3

→ 954 m3/ano

177
Purgas de caldeira (TDS)

Perdas originadas por purgas em excesso:

Custo do combustível = 7.194 €/𝑎𝑛𝑜

Custo da água = 2.098 €/𝑎𝑛𝑜

Total das perdas = 9.292 €/𝑎𝑛𝑜

178
Purgas de caldeira (TDS)

179
Purgas de caldeira (TDS)

Potencial de Poupança:

Custo das purgas em excesso = 9.292 €/𝑎𝑛𝑜

Poupança Recuperação térmica = 9.152 €/𝑎𝑛𝑜

Total das poupanças = 18.444 €/ano

180
Purgas de caldeira (TDS)

Cálculo Payback

Total das poupanças = 18.444 €/ano

Vamos considerar uma solução técnica de instalação de sistema de controlo automático de


TDS e de recuperação térmica com um custo total de 25 000€.

Em quantos meses será amortizado o investimento?

25 000€
P𝑎𝑦𝑏𝑎𝑐𝑘 = x 12 meses/ano = 16,3 meses
18444/𝑎𝑛𝑜

181
FIM DO TEMA 3
Agradecemos a vossa atenção

182
Estrutura da formação

1. Enquadramento legal e programas operacionais de gestão de energia

2. ISO 50001 – Sistemas de Gestão de Energia

3. Redes de produção e distribuição de vapor

4. Eficiência energética de equipamentos

5. Ar comprimido

6. Equipamentos de medição

7. Auditorias Energéticas

183
Eficiência energética de equipamentos

Sistemas Motores
fotovoltaicos elétricos

Variadores
Iluminação eletrónicos de
velocidade (VEV)

184
Eficiência energética de equipamentos

Sistemas Motores
fotovoltaicos elétricos

Variadores
Iluminação eletrónicos de
velocidade (VEV)

185
Enquadramento

186
Motores elétricos

Motores elétricos no mundo

• Na Indústria e Infraestruturas, os Motores consomem cerca de 69% da


eletricidade
• Principais aplicações: ventiladores, bombas, compressores e outros processos industriais

• No Comércio e Serviços, os Motores consomem cerca de 38% da


eletricidade
• Principais aplicações: ventiladores, bombas, refrigeração e AVAC

• No Setor Residencial, os Motores consomem cerca de 20 a 25% da


eletricidade
• Principais aplicações: AVAC, eletrodomésticos (congeladores/frigoríficos)

• Na Agricultura, os Motores consomem cerca de 20 a 25% da


eletricidade
• Principais aplicações: ventiladores e bombas

Fonte: Adaptado de Energy-Efficiency Policy Opportunities for Electric Motor-Driven


Systems, IEA, 2011 (Dados: A+B International, 2009). Fonte: Fonte: Adaptado de Energy-Efficiency Policy Opportunities for Electric Motor-Driven Systems, IEA, 2011 (dados de 2006).

187
Motores elétricos

• Potência aparente (S):


Potência aparente, ativa e reativa
• Resulta da soma vetorial da potência ativa (P) e reativa (Q)

• S=√3×𝑈×𝐼 para sistemas trifásicos

• Unidade de medida: Volt-ampere (VA)

Triângulo de potências • Potência ativa (P):


• Associada à produção de trabalho

• P=√3×𝑈×𝐼×cos(𝜑)

• Unidade de medida SI: Watt (W)

• Potência reativa (Q):


• Associada à alimentação dos circuitos magnéticos

• Q=√3×𝑈×𝐼×sen(𝜑)

• Unidade de medida: Volt-ampere-reativo (VAr)

188
Motores elétricos

Fator de potência

Caso as formas de ondas das correntes e tensões sejam


perfeitamente sinusoidais: 𝐹𝑃=cos(𝜑)

Cargas do tipo resistivas Cargas do tipo indutivas Cargas do tipo capacitivas

Quando a onda de tensão (V) e corrente (I) Quando a onda de corrente (I) está atrasada em Quando a onda de corrente (I) está em avanço em
estão em fase. Ângulo fase ϕ = 0° (FP = 1). relação à onda de tensão. FP < 1 (atrasado) relação à onda de tensão. FP < 1(adiantado)
Exemplos: Lâmpadas incandescentes; aquecedores resistivos Exemplos: Balastros ferromagnéticos; motores e transformadores Exemplos: condensadores; UPS online com baixo regime de carga

189
Motores elétricos

Distorção Harmónica
n

V
k =2
k
2

Existe um parâmetro que quantifica o valor da distorção harmónica total (THD: Total Harmonic Distortion): THD =
VRMS
NOTA: Para a THDU: Sendo Vk o valor eficaz das ondas harmónicas de ordem k superior à onda fundamental e VRMS o valor eficaz da onda de tensão.
Cálculo da THD da
• A distorção harmónica caracteriza-se pela deformação da forma de onda tensão

relativamente a uma forma sinusoidal pura.

CAUSAS: Equipamentos causadores de harmónicos (cargas não lineares), dos quais se destacam:
retificadores eletrónicos, controladores de tensão, cargas com núcleos ferromagnéticos em regime de
saturação (ex.: transformadores) e variadores eletrónicos de velocidade (VEV)

CONSEQUÊNCIAS: Diminuição do fator de potência, aumento das perdas nas linhas de distribuição e
transporte, aumento da corrente no neutro (harmónicas de ordem 3) e aumento das perdas nas
máquinas elétricas (alterações das características dos binários, sobreaquecimento) e consequente
redução do seu tempo de vida
Forma de onda da tensão (sinusoidal) e da corrente
(distorcida – elevada THD)
190
Motores elétricos

Correção do fator de potência A energia reativa torna-se responsável pela circulação de


corrente adicional dos circuitos, sendo indesejável

Solução

Corrigir o fator de potência!

Método

Compensar a componente reativa


(produzindo-a internamente na instalação)

Problemas nas situações de baixo fator de potência: Vantagens da correção do fator de potência:

• Aumento dos custos na fatura de energia elétrica • Redução na fatura de energia elétrica

• Aquecimento nos cabos de potência • Redução das perdas por efeito de Joule nos condutores

• Perdas e quedas de tensão significativas • Redução das quedas de tensão na rede

• Sobrecarga nos transformadores • Aumento da potência ativa disponível

191
Motores elétricos

Correção do fator de potência

Compensação do tipo centralizada Compensação de grupos de cargas

Compensação individual Compensação mista

192
Motores elétricos

Correção do fator de potência

Tipos principais de soluções:


• Fixas (sem relé varimétrico) com ou sem controlo específico
• Exemplos de controlo: Controlo por relógio/horário ou com funcionamento ao arranque do motor de uma bomba
• Exemplo sem controlo: Condensador para correção das perdas em vazio de um transformador
• Baterias de condensadores automáticas
• Sistema dotado de escalões de diversas potências com contactores eletromecânicos controlados por relé varimétrico
• Baterias estáticas
• Compensação da reativa em tempo real (resposta máxima 40 ms) via contactores de estado sólido (tirístores)

Tipos de tecnologias:
• Soluções de condensadores sobrevoltados (redes despoluídas – baixa THD / cargas lineares predominantes)
• Soluções anti harmónicas (redes poluídas – elevada THD / presença significativa de cargas não lineares)

193
Motores elétricos

Principais tipos de motores elétricos

Mais de 90%
das aplicações industriais!

Motores de indução (ou assíncronos) trifásicos com rotor em gaiola de esquilo:


• Velocidade aproximadamente constante, que varia ligeiramente com a carga aplicada ao veio
• Construção simples, robusto e baixo custo (face aos outros tipos de motores)
• Rendimento relativamente elevado, elevada fiabilidade e reduzida manutenção
• Elevado binário de arranque
• Possibilidade de controlo da velocidade e binário com o auxílio de variadores de frequência/velocidade
194
Motores elétricos

Potência e rendimento num sistema de força motriz

• Pmecânica: Potência útil no veio do motor (W)


• 𝝎rotor: velocidade angular (rad/s)
• T: binário (N.metro)

• n: rotações por minuto (rpm)

Cálculo do rendimento do motor:

195
Motores elétricos

Fluxo de potência num sistema de força motriz

196
Motores elétricos

Partes constituintes de um motor de indução

Com rotor gaiola de esquilo

Estator:
Parte fixa do motor
(3 enrolamentos para um
motor trifásico)

Rotor:
Parte móvel do motor

197
Motores elétricos

Partes constituintes de um motor de indução

Com rotor gaiola de esquilo

• Cada enrolamento do estator é efetuado com um número de espiras,


colocados nas ranhuras
• O modo como as espiras se juntam umas às outras define o número de
pares de polos do motor e por sua vez a velocidade de rotação

Foto: WEG

198
Motores elétricos

Princípio de funcionamento de um motor de indução

Campo girante

1. Alimentação do motor de indução a uma rede elétrica de tensão trifásica


2. O enrolamento trifásico do estator é percorrido por um sistema de correntes sinusoidais desfasadas de 120º
3. É produzido no entreferro um campo magnético girante de amplitude e velocidade constante (velocidade de sincronismo)
4. Verifica-se a indução (máquinas de indução) de corrente no circuito do rotor
5. Interação entre o campo girante do estator e as correntes induzidas no rotor
6. Produção de binário eletromagnético
7. Rotação do rotor Nota: A inversão da sequência das fases num sistema trifásico provoca
uma rotação do campo girante produzido no sentido contrário, e
consequentemente, do rotor do motor de indução.

199
Motores elétricos

Velocidade de sincronismo e deslizamento

• Velocidade de sincronismo (ns): velocidade do campo girante do motor de indução

• ns: velocidade de sincronismo (rpm)


• f: frequência da rede elétrica (Hz)
• p: nº do par de pólos do motor

• Deslizamento (ou escorregamento): diferença entre a velocidade rotacional do rotor (n) e do campo girante (ns)

O rotor não roda à velocidade de sincronismo devido ao


deslizamento/escorregamento, daí o nome de motor
trifásico assíncrono.

200
Motores elétricos

Motores de indução

Com rotor gaiola de esquilo

Principais aplicações:
Classe A: Ventiladores, bombas centrífugas. Situações onde os requisitos de binário de arranque são
relativamente baixos

Classe B: Ventiladores, bombas centrífugas. Situações onde os requisitos de binário de arranque são
relativamente baixos. Classe mais comum de motor de indução.

Classe C: Transportadores, trituradores e agitadores. Situações de arranque em carga.

Classe D: Prensas, tesouras, elevadores, extratores, guinchos, guindastes. Situações com pontas
extremas de carga.

Classificação típica dos MIs em função do tipo de


rotor (segundo a associação NEMA)

201
Motores elétricos

Motores de indução

Com rotor gaiola de esquilo

Curvas de Rendimento e Fator de Potência


• Rendimento máximo de 50 a 100% da carga nominal

• Descida abrupta do rendimento para valores inferiores a 50% da


carga nominal

• Fator de potência bastante dependente da carga

202
Motores elétricos

Motores de indução

Com rotor gaiola de esquilo

Seleção e dimensionamento
• Tipo e tamanho da carcaça e índice de proteção (código IP)
• Potência nominal do motor em função da potência e binário necessário para a carga, altitude da instalação e temperatura do meio
• Velocidade de sincronismo (nº de pares de polos)
• Forma e posição da instalação do motor em função do processo
• Tensão (ligação do motor) e frequência nominal do motor em função das características da rede de alimentação
• Seleção da classe do isolamento e características dos enrolamentos em função da temperatura prevista (a considerar o eventual
controlo por VEV)
• Característica mecânica em função do binário de arranque e resistente da carga
• Características particulares do local onde ficará instalado (condições de temperatura e humidade, exposição a agentes corrosivos,
entre outros)
• Eficiência nominal (classe de eficiência e fator de potência nominal)

203
Motores elétricos

Motores de indução

Com rotor gaiola de esquilo

Chapa de características e cálculo rendimento nominal


Ligação em estrela (Rede trifásica 400V 50 Hz) Ligação em triângulo (Rede trifásica 400V 50 Hz)

204
Motores elétricos

Classes de Eficiência IE

Foram definidos pelo IEC quatro classes de rendimento para os


motores, na norma IEC 60034-30-1 de 2014. Estas classes são:
• IE1 (Standard Efficiency)
• IE2 (High Efficiency)
• IE3 (Premium Efficiency)
• IE4 (Super Premium Efficiency)
• IE5 (Ultra Premium Efficiency)

NOTA: Os níveis de eficiência definidos na norma IEC / EN 60034-


30-1 são baseados nos métodos de teste de baixa incerteza
especificados na norma IEC 60034-2-1, atualizada para edição 2.0.
A documentação do fabricante deve demonstrar como a eficiência
dos valores são determinados. Valores de eficiência só podem ser
comparados se eles forem baseados no mesmo método de teste.

Classes de eficiência IE para motores 4 pólos a 50 Hz

205
Motores elétricos

Motores de indução

Com rotor gaiola de esquilo

Motores de Alto Rendimento (iguais ou superiores a classe IE2)


• Rendimento superior (30-50% menos perdas)
• Redução das perdas no ferro
• Redução das perdas no cobre
• Redução das perdas por atrito
• Melhoria de aspetos relacionados com ventilação
• Melhoria no projeto e aspetos construtivos
• Mais volumosos e mais caros (mais 25-30%)
• Maior inércia (!)
• Vida útil mais longa (menor aquecimento)
• Menor binário de arranque
• Maior corrente de arranque (!)
• Menor deslizamento
206
Motores elétricos

Motores de indução

Com rotor gaiola de esquilo

Investimento em Motores de Alto Rendimento (MAR)


• Na indústria, o custo da energia consumida anualmente por um motor de indução pode corresponder, em média, a 5
a 10 vezes o seu valor de compra.
• Tempo de vida dos motores de indução tipicamente superior a 15 anos.

Situações a considerar do ponto de vista económico para instalar Motores de Alto Rendimento:
• Instalação de um novo motor (ex.: funcionamento superior a 6.000 horas por ano → payback < 3 anos)
• Avaria de motor existente: se o motor tem um razoável número de horas de funcionamento por ano, deverá ser
sempre considerada a sua substituição por um MAR
• Sobredimensionamento do motor existente: se o motor tem um número elevado de horas de funcionamento por
ano, deverá ser considerada a sua substituição por um MAR com uma potência inferior e mais adaptada à carga

207
Motores elétricos

Motores de indução

Com rotor gaiola de esquilo

Investimento em Motores de Alto Rendimento (MAR)

EXEMPLO 1: Substituição por novo motor (sem avaria do existente)

• Potência nominal (Pn): 7,5 kW; Fator de carga (FC): 75%, II pólos
• N.º de horas de operação por ano: 6.000 horas/ano
• Preço da energia elétrica: 0,15 €/kWh
• Rendimento de 2 MIs diferentes a 75% da carga nominal:
• MIA => IE1 (standard): 86,5%
• MIB => IE4 (super premium): 91,5%
208
Motores elétricos

Motores de indução

Com rotor gaiola de esquilo

Investimento em Motores de Alto Rendimento (MAR)

EXEMPLO 2: Substituição por MAR (IE3 vs IE4) em virtude de avaria (sem reparação possível) de motor existente

NOTA: Perante uma avaria permanente do motor, existe a necessidade de se manter a operacionalidade do sistema de força motriz, existindo a necessidade de um
novo motor para a função. O investimento será a diferença na decisão entre MAR de classes distintas.

• Potência nominal (Pn): 15 kW; Fator de carga (FC): 75%, II pólos


• N.º de horas de operação por ano: 6.000 horas/ano
• Preço da energia elétrica: 0,15 €/kWh
• Rendimento de 2 MIs diferentes a 75% da carga nominal:
• MIA => IE3 (premium): 91,8%
• MIB => IE4 (super premium): 93,0%

209
Motores elétricos

Motores de indução

Com rotor gaiola de esquilo

Impactos da Reparação
A reparação por via da rebobinagem de Motores de Indução conduz, em média, à redução do seu rendimento em 1% (nos
piores casos esta redução pode atingir 3%). Adicionalmente, a reparação/rebobinagem pode conduzir à redução significativa da
fiabilidade (ou do tempo médio entre falhas) e à alteração da curva binário-velocidade dos motores.

Exemplos de processos associados à reparação e


rebobinagem dos motores de indução:

210
Motores elétricos

Motores de indução

Com rotor gaiola de esquilo

Investimento em Motores de Alto Rendimento (MAR)

EXEMPLO 3: Substituição por MAR (IE4) vs reparação (rebobinagem)


CONSIDERAÇÕES: Redução de 1% de rendimento com a rebobinagem de motor antigo classe IE1

• Potência nominal (Pn): 7,5 kW; Fator de carga (FC): 75%, II pólos
• N.º de horas de operação por ano: 6.000 horas/ano
• Preço da energia elétrica: 0,15 €/kWh
• Rendimento de 2 MIs diferentes a 75% da carga nominal:
• MIA => IE1 (standard) rebobinado: 85,5%
• MIB => IE4 (super premium): 91,5%

211
Motores elétricos

Motores de indução

Com rotor gaiola de esquilo

Outros fatores que influenciam a eficiência dos motores

• Impacto da Qualidade da Tensão de alimentação


• Amplitude da tensão
• Desequilíbrio de fases
• Distorção harmónica
• Dimensionamento (sobredimensionamento)
• Manutenção preventiva
• Métodos de arranque e controlo e sistemas de transmissão

212
Motores elétricos

Motores de indução

Com rotor gaiola de esquilo

Influência da amplitude da tensão

Redução da amplitude da tensão


• Causas: Nos períodos de maior consumo a tensão pode decrescer mais de 10% face ao valor nominal
• Consequências: Redução do rendimento, alteração da curva binário-velocidade e redução do tempo de
vida dos motores (sobreaquecimento), se estes estiverem a trabalhar perto da carga nominal

Aumento brusco da amplitude da tensão (sobretensões transitórias)


• Causas: O brusco aumento de tensão (picos de tensão), na maioria das vezes tem origem em descargas
atmosféricas ou na paragem de cargas de elevada potência (duração típica de poucos milissegundos)
• Consequências: Redução do tempo de vida dos isolamentos dos enrolamentos dos motores

213
Motores elétricos

Motores de indução

Com rotor gaiola de esquilo

Influência do desequilíbrio das fases da tensão

O desequilíbrio de fases dá-se quando os módulos das tensões R, S e T não tomam o


mesmo valor
• Causas: Rede elétrica de distribuição ou tipicamente devido à considerável presença
de cargas monofásicas com considerável potência (distribuição desequilibrada pelas 3
fases)
• Consequências: Redução do binário do motor, sobretudo no arranque. Aumento das
vibrações (ruído). Redução da potência disponível e aumento das perdas.
Sobreaquecimento e redução do tempo de vida útil dos motores.

214
Motores elétricos

Motores de indução

Com rotor gaiola de esquilo

Influência da distorção harmónica da tensão


Principais problemas no funcionamento dos motores:
• Os harmónicos influenciam o binário desenvolvido pelo motor. As harmónicas de
sequência inversa (ordem 5, 11,…) produzem um binário negativo, enquanto que as
harmónicas de sequência direta (ordem 7, 13,…) produzem um binário positivo.
• As oscilações de binário produzem vibrações, particularmente a baixa velocidade.
• Os harmónicos de corrente podem aumentar o ruído acústico, particularmente quando a
frequência das vibrações se situa entre os 500 Hz e os 10 kHz e coincidem com a
ressonância mecânica das peças do motor.
• Aumento das perdas no estator e rotor. O sobreaquecimento (perdas por efeito de Joule)
nos enrolamentos do estator reduzem drasticamente o tempo de vida do motor.

215
Motores elétricos

Motores de indução

Com rotor gaiola de esquilo

Influência da distorção harmónica da tensão


Quando a tensão de alimentação não é uma onda sinusoidal pura os efeitos dos harmónicos podem ser significativos no
aumento das perdas e na potência desenvolvida pelo motor.

216
Motores elétricos

Motores de indução

Com rotor gaiola de esquilo

Impacto do sobredimensionamento de motores

Principais desvantagens:
• Maior investimento inicial na aquisição do motor e da respetiva
aparelhagem de comando e proteção
• Diminuição do rendimento do motor (maiores custos de energia)
• Redução do Fator de Potência (maiores custos de energia e das
necessidade de compensação da instalação)

Fator de carga médio na indústria e no setor


terciário da União Europeia em 2000
217
Motores elétricos

Motores de indução

Com rotor gaiola de esquilo

Manutenção preventiva periódica

• Uma manutenção regular adequada por via da inspeção (deteção de potenciais avarias, vibrações, estado das fixações e do
sistema de transmissão), limpeza (pontual do exterior da carcaça e da zona do ventilador para se melhor o arrefecimento
natural do motor) e a lubrificação das partes móveis (rolamentos) é essencial para um bom desempenho e fiabilidade dos
motores e prolongar o seu tempo de vida útil.
• É imperativo o cumprimento dos períodos de substituição das peças estabelecidos nos guias técnicos, nomeadamente, a
substituição dos rolamentos no prazo definido pelo fabricante.
• A substituição dos rolamentos nos motores deverá ser realizada por técnicos experientes e com ferramentas adequadas, por
forma a se evitarem danos nas peças do motor e nos novos rolamentos aplicados.
• Estima-se que as boas práticas de manutenção aos sistemas de força motriz (motores + sistemas de transmissão) possibilitem
economias de energia até 10%.

218
Motores elétricos

Conclusões

Fluxograma típico de decisão entre reparação ou


substituição de um motor de indução avariado

219
FIM DO TEMA 4.1
Agradecemos a vossa atenção

220
Eficiência energética de equipamentos

Sistemas Motores
fotovoltaicos elétricos

Variadores
Iluminação eletrónicos de
velocidade (VEV)

221
Enquadramento

Arrancadores suaves Variadores Eletrónicos de


Contactores de Potência
Eletrónicos (soft-starters) Velocidade (VEV)

Foto: Schneider Electric Foto: EATON Foto: Siemens

222
Sistemas de arranque e controlo

Métodos de arranque Motores Elétricos de Indução

• Arranque direto

• Arranque estrela-triângulo Métodos utilizados na quase


totalidade dos motores de
• Arranque com arrancador suave eletrónico (soft-starter) indução
• Arranque com Variador Eletrónico de Velocidade (VEV)

• Arranque com autotransformador

• Arranque com bobina em série com o motor Métodos utilizados em


situações muito particulares
• Arranque com bateria de condensadores (bastante incomuns)

• Arranque com enrolamentos parciais (motores Dahlander)

223
Sistemas de arranque e controlo

Métodos de arranque Motores Elétricos de Indução

• Arranque direto

Caracterização
• Esquema bastante comum nas aplicações de baixa potência
• Ligar/desligar do motor por intermédio de um contactor (kM1)

U
L1
V
L2
W
L3

F1 KM1 F2

Esquema típico de potência de arranque direto

224
Sistemas de arranque e controlo

Métodos de arranque Motores Elétricos de Indução

• Arranque direto

Principais desvantagens
• Elevada corrente de arranque (5 a 8 vezes a corrente
Principais vantagens
nominal)
• Baixo custo
• Elevado stress nas partes mecânicas do sistema de força
• Simples implementação (necessário apenas
motriz (motor e sistema de transmissão)
um contactor e proteção conta sobrecargas)
• Número limitado de manobras/hora
• Elevado binário no arranque
• Necessidade do sobredimensionamento de cabos e
dispositivos de proteção

Importante: Este tipo de arranque não deve ser usado para motores de grande potência (aconselha-se potências inferiores a 4 kW)

225
Sistemas de arranque e controlo

Métodos de arranque Motores Elétricos de Indução

• Arranque estrela-triângulo

Caracterização

• O arranque estrela-triângulo permite uma redução da tensão de fase (1/√3)


aplicada ao motor, sem modificar o valor da tensão da rede, através da ligação
dos enrolamentos estatóricos em estrela no momento de arranque

• As manobras estrela-triângulo são efetuadas por ação temporizada do


ligar/desligar de 3 contactores (KM1, KM2, KM3)

• A comutação de estrela para triângulo tem de ser efetuada para valores de


Esquema típico de potência de arranque estrela-triângulo
velocidade do motor entre 75-90% da velocidade nominal

226
Sistemas de arranque e controlo

Métodos de arranque Motores Elétricos de Indução

• Arranque estrela-triângulo

Principais vantagens Principais desvantagens


• Baixo custo (para distâncias curtas do circuito • Redução do binário de arranque (cerca de 1/3 do
pois são necessárias dois cabos distintos) arranque direto em triângulo)
• Não existe limitação teórica do número de • Necessários 6 bornes acessíveis para a realização
manobras das ligações
• Redução da corrente de arranque (1,5 a 3 • Necessários dois cabos distintos para as ligações
vezes a corrente nominal) do motor

Importante: Este tipo de arranque só pode ser usado quando a curva do binário do motor na ligação em estrela for superior ao
binário resistente de carga
227
Sistemas de arranque e controlo

Métodos de arranque Motores Elétricos de Indução

• Arrancador suave eletrónico (soft-starter)

Caracterização

• Arranque suave e progressivo do motor até atingir a velocidade nominal

• Processo de arranque baseia-se num conjunto de tirístores ou triacs, a partir do


qual, controlando o seu ângulo de disparo, é aplicada uma tensão variável
durante a aceleração, suavizando o arranque do motor

• No final do período de aceleração, com rampa ascendente ajustável, a tensão


aplicada atinge o seu valor pleno
Esquema simplificado de potência (ligação triângulo) de arranque
• Permite travagens suaves do motor com soft-starter

228
Sistemas de arranque e controlo

Métodos de arranque Motores Elétricos de Indução

• Arrancador suave eletrónico (soft-starter)

Principais vantagens
• Evitam-se transições bruscas (que ocorrem nos Principais desvantagens
arranques direto ou estrela-triângulo) • Custo razoavelmente superior aos métodos de
• Permitem arranques e travagens suaves em ambos os arranque tradicionais (direto ou estrela-triângulo)
sentidos de rotação • Durante o arranque e travagem, este tipo de
• Redução do stress nas partes mecânicas do motor solução injeta correntes harmónicas na rede
• Limitação do pico de binário e corrente de arranque elétrica
• Muito elevada eficiência em situação permanente
(velocidade máxima), operando em bypass interno

Importante: Solução ideal para aplicações de razoável potência e com elevada inércia de carga. Aplicação comum em sistemas de bombagem com potências
razoáveis pois a sua aplicação permite a aceleração e desaceleração suave do motor, evitando-se grandes choques mecânicos nos sistemas (golpe de aríete).
229
Sistemas de arranque e controlo

Métodos de arranque Motores Elétricos de Indução

• Arrancador suave eletrónico (soft-starter) A alimentação do motor inicia-se com uma tensão
reduzida (tipicamente de 30 a 40% da tensão
nominal). Os tempos de arranque e travagem e a
tensão reduzida de arranque são parametrizáveis

Comparação das curvas de corrente e binário dos arranques Gráfico da tensão aplicada ao motor no funcionamento
direto, estrela-triângulo e com arrancador suave eletrónico com arrancador suave eletrónico

230
Sistemas de arranque e controlo

Métodos de arranque Motores Elétricos de Indução

• Arranque com Variador Eletrónico de Velocidade (VEV)

Caracterização

• Arranque suave e progressivo do motor até à velocidade desejada

• Controlo permanente da tensão, binário e velocidade do motor

• Os VEVs, de forma resumida, convertem a tensão e frequência da rede de


alimentação para uma tensão e frequência variável (sob controlo externo)

• Equipamento de elevada complexidade baseado em eletrónica de potência

• Elevado rendimento (95 a 98% à plena carga) Esquema simplificado de potência de arranque com Variador
Outras designações: Eletrónico de Velocidade (VEV)
VSD de Variable Speed Drive, Conversores de frequência, Variadores de Frequência, Inversores, Inverters…

231
Sistemas de arranque e controlo

Métodos de arranque Motores Elétricos de Indução

• Arranque com Variador Eletrónico de Velocidade (VEV)

Principais vantagens
• Arranques e travagens suaves em ambos os sentidos de
Principais desvantagens
rotação
• Custo elevado, não só na aquisição do VEV, mas também
• Redução do stress nas partes mecânicas
com medidas adicionais de mitigação das harmónicas em
• Amplas gamas de potência, binário e velocidade
baixa e alta frequência (perturbações eletromagnéticas)
(adaptação do motor à carga)
• Elevada sensibilidade a perturbações em qualidade de
• Proteções adicionais contra curto-circuitos,
energia elétrica (micro cortes, cavas de tensão)
sobreintensidades, sobretensões, falta de fase, etc.
• Equipamento responsável pela injeção de correntes
(vantagem técnica e económica)
harmónicas em baixa frequência na rede elétrica e pela
• Potencial elevado de economias quando aplicados no
emissão de Interferências eletromagnéticas por condução
controlo de caudais de bombas, ventiladores e
e radiação
compressores centrífugos
• Impacto na redução do tempo de vida do motor
• Otimização de processos e controlo (aumento da
produção e qualidade)
232
Sistemas de arranque e controlo

Métodos de arranque Motores Elétricos de Indução

• Arranque com Variador Eletrónico de Velocidade (VEV)

A velocidade do motor é proporcional à frequência de saída,


permitindo o ajuste da frequência controlar a velocidade do
motor.
Quando se pretende que o binário máximo permaneça constante
na variação de velocidade, a amplitude da tensão varia
linearmente com a frequência (excepto a baixa velocidade, em
que a tensão é subida para compensar a queda de tensão
resistiva no motor).
Esta característica do controlo permite, não só ajustar a
velocidade, como também efetuar arranques suaves do motor.

233
Sistemas de arranque e controlo

Métodos de arranque

Resumo

• Redução do stress mecânico


(redução custos manutenção nas
partes mecânicas)
• Arranque direto
• Complexidade técnica
• Otimização da corrente de
• Arranque estrela-triângulo
arranque do motor • Custo das soluções
• Arranque com arrancador
• Soluções energeticamente mais • Aumento das perturbações
suave eletrónico (soft-starter)
eficientes (acresce no caso dos harmónicas
VEV um elevado potencial no • Arranque com Variador
controlo de ventiladores, Eletrónico de Velocidade (VEV) • (soft-starter e VEV)
bombas e compressores
centrífugos)

234
Sistemas de arranque e controlo

Controlo Variadores Eletrónicos de Velocidade (VEV)

Principais tipos de VEVs utilizados nos motores de indução com rotor em gaiola de esquilo:

• Inversor por fonte de tensão (VSI – Voltage source inverter)


• Modulação por largura de impulso (VSI-PWM – pulse width modulation) Os VEV vendidos no mercado internacional
• Inversor por fonte de corrente (CSI – current source inverter) são na sua grande maioria do tipo VSI-PWM
• Ciclo conversores (ciclo converters)
• Conversores matriciais (matrix converters)

Os VEVs VSI-PWM convertem a tensão da rede de 50 Hz numa


tensão contínua e em seguida sintetizam uma frequência
variável sob controlo externo que pode ir de 0 a 150 Hz
consoante a aplicação

Esquema de um VEV VSI-PWM

235
Sistemas de arranque e controlo

Variadores Eletrónicos de Velocidade (VEV)

Potencial de poupança
A aplicação de VEVs na movimentação de fluídos por ação centrífuga, por via de bombas, ventiladores e compressores
centrífugos permitem obter economias de energia consideráveis. Estima-se que este tipo de cargas representem cerca de
60% das aplicações de força motriz na indústria.
Em muitas das aplicações de controlo de caudais, os motores funcionam próximo da velocidade nominal, mesmo quando
apenas são necessários níveis mais baixos.
Para regulação e variação dos caudais em função das necessidades dos processos, os métodos tradicionais (bastante
utilizados) e poucos eficientes energeticamente, são utilizados mecanismos de estrangulamento convencionais: válvulas,
dampers ou outros acessórios.
Estes métodos tradicionais de estrangulamento cumprem a função da regulação do caudal, no entanto, são muito pouco
eficientes no que respeita ao consumo de energia elétrica. A variação de velocidade para controlo da velocidade de rotação
do motor é o método mais eficaz com típicas significativas poupanças de energia (valor médio de economias na ordem de
25% na maioria das aplicações, com valores máximos próximos de 80% em situações limite).
Possibilidade de integrarem módulos de regeneração, que poderão ser muito vantajosos para cargas com uma elevada
frequência de travagens e elevada inércia.
236
Sistemas de arranque e controlo

Variadores Eletrónicos de Velocidade (VEV)

Potencial de poupança

Característica da carga

Binário variável Binário constante Potência constante

Cargas de deslocamento positivo,


Ventiladores e bombas Máquinas-ferramentas e
Típicas aplicações compressores de ar, transportadores,
centrífugas bobinadoras
agitadores, trituradores e moinhos
Elevado potencial
Potencial de
(maioria das aplicações Potencial limitado Sem potencial de economias
economias de energia
controladas por VEV)

Cargas 2ª Prioridade
prioritárias (potencial limitado)

237
Sistemas de arranque e controlo

Variadores Eletrónicos de Velocidade (VEV)

Potencial de poupança
Leis de similaridade
Cargas de binário variável

As leis associadas indicam que o binário (ou pressão) varia com o quadrado da velocidade e a potência com o cubo da velocidade,
sendo o caudal proporcional à velocidade. Reduzindo a velocidade da carga, vê-se que, para mudanças relativamente pequenas
de velocidade produz-se uma grande diminuição na potência absorvida.

NOTA: Perante necessidades de metade do caudal, o resultado é a redução para um oitavo da potência inicial.
238
Sistemas de arranque e controlo

Variadores Eletrónicos de Velocidade (VEV)

Potencial de poupança

Controlo de velocidade em bombas centrífugas (maioria das aplicações em bombagem)

Comparação potência elétrica absorvida na situação de Comparação potência elétrica absorvida na situação de
estrangulamento e no controlo por VEV (sem elevação) estrangulamento e no controlo por VEV (com elevação)
239
Sistemas de arranque e controlo

Variadores Eletrónicos de Velocidade (VEV)

Potencial de poupança

Sistema de bombagem convencional vs sistema de bombagem de elevada eficiência

240
Sistemas de arranque e controlo

Variadores Eletrónicos de Velocidade (VEV)

Potencial de poupança

Controlo de velocidade em ventiladores

O pior método de regulação do caudal de ar de um ventilador,


em termos de eficiência, é através de persianas na saída,
seguindo-se as pás ajustáveis na entrada.

Para um caudal de 50%, um VEV pode poupar até 80% do


consumo quando comparado com persianas na saída, e 50%
quando comparado com pás ajustáveis de admissão na entrada.

O consumo de energia nos ventiladores é tão sensível à


velocidade de rotação que pequenas variações e reduções na
velocidade podem levar a poupanças significativas.
Consumo relativo de energia elétrica para os
diferentes tipos de controlo na ventilação
241
Sistemas de arranque e controlo

Variadores Eletrónicos de Velocidade (VEV)

Potencial de poupança

Controlo de velocidade em ventiladores

Fluxo de ar: 50% do sistema Fluxo de ar: 50% do sistema


2 Motores de 3 kW 2 Motores de 3 kW

3 kW 0,75 kW
Sem VEV Com VEV

Redução de 75% da potência absorvida!

242
Sistemas de arranque e controlo

Variadores Eletrónicos de Velocidade (VEV)

Potencial de poupança
Avaliação económica do investimento da instalação de variação de velocidade
1. Obtenção do diagrama de carga da bomba ou ventilador. Este passo obriga também a uma medição do caudal ao longo do tempo
2. Com base na potência instalada do sistema, determina-se para cada regime de carga, qual a respetiva redução de potência com o
VEV, comparativamente à utilização de válvulas (mecanismos de estrangulamento convencionais)
3. Cálculo do valor de kWh economizado por ano, resultante da soma da energia poupada (redução de potência vezes o número de
horas de duração anuais, para os diversos regimes de carga)
4. Cálculo da poupança anual, multiplicando o valor de kWh economizado por ano pelo preço do kWh (€/kWh)
5. Determinação do investimento, ou seja, do custo total do VEV, incluindo instalação e medidas necessárias para a supressão de
harmónicos e interferências
6. O período de recuperação do investimento (payback simples) é obtido pela seguinte fórmula:

243
Sistemas de arranque e controlo

Variadores Eletrónicos de Velocidade (VEV)

Potencial de poupança
Exemplo: Potencial de economias de energia com a variação de velocidade num ventilador
• Considerações iniciais: Potência medida na entrada do motor do ventilador em operação permanente: 7,8 kW para
um fluxo de ar aproximadamente constante durante 8.000 horas/ano
• Potencial de poupanças: Possibilidade de reduzir o fluxo de ar para 70% do existente, durante cerca de 40% do
tempo, sem prejuízo da qualidade
Cálculo da economia de energia com a otimização e controlo por VEV
Nota: Caudal de ar proporcional à velocidade: redução de 0,7 do caudal

244
Sistemas de arranque e controlo

Variadores Eletrónicos de Velocidade (VEV)

Desvantagens
• Interferências eletromagnéticas por condução e radiação
• Produção de harmónicos
• Efeitos na temperatura dos motores
• Efeitos no isolamento dos enrolamentos e dos cabos de potência
• Efeitos nos rolamentos e mancais dos motores

245
Sistemas de arranque e controlo

Variadores Eletrónicos de Velocidade (VEV)

Desvantagens
• Interferências eletromagnéticas por condução e radiação

NOTA: Instalar o Variador Eletrónico de Velocidade o mais próximo possível do motor (menor distância de cabo)

246
Sistemas de arranque e controlo

Variadores Eletrónicos de Velocidade (VEV)

Desvantagens
• Interferências eletromagnéticas por condução e radiação

• Se for pretendido um alto nível de imunidade face a interferências de radiofrequência nos VEVs, deve ser prevista a instalação de um
filtro de linha RFI montado na entrada do VEV antes da indutância de linha, caso esta esteja aplicada.
• Quando a interferência eletromagnética emitida pelo inversor se revelar potencialmente problemática para outros dispositivos
deve-se optar pelo uso de cabos blindados para a ligação entre o inversor e o motor, devendo ser ligadas a blindagem nas
extremidades do cabo à terra.
• Nos VEVs VSI-PWM, a comutação dos IGBTs em alta frequência do inversor faz surgir uma corrente de fuga devido ao efeito
capacitivo nos cabos entre o motor e o inversor. São aconselhadas a instalação de uma indutância à saída do VEV (tipicamente anéis
de ferrite), no sentido de se reduzir a corrente de fuga.
• Execução de ligações sólidas à terra das partes metálicas e malhas das blindagens e respeito pelas distâncias de afastamento entre as
fontes portadoras de sinais que podem provocar interferências (cabos de potência de ligação VEV-motor) e as fontes sensíveis às
interferências (exemplo: cabos de comando).
247
Sistemas de arranque e controlo

Variadores Eletrónicos de Velocidade (VEV)

Desvantagens
• Interferências eletromagnéticas por condução e radiação

Minimização das interferências eletromagnéticas por condução e radiação


• Implementar um adequado sistema de massas e ligações à terra.
• Todas as partes metálicas devem estar unidas por ligações firmes e com áreas de contacto significativas.
• Os contactos devem ser feitos diretamente entre metal e nunca devem ser feitos sobre tinta.

Ligação da porta do quadro elétrico com Ligação incorreta (esquerda) e correta


Ligação correta da malha dos cabos blindados
VEV com correia entrelaçada de cobre (direita) de calhas metálicas

248
Sistemas de arranque e controlo

Variadores Eletrónicos de Velocidade (VEV)

Desvantagens
• Produção de harmónicos

• Produção de harmónicos (tanto para o motor como para a rede), com


consequências na redução do rendimento e do tempo de vida dos
motores (sobreaquecimento).

• Os VEVs com uma ponte trifásica retificadora de díodos à entrada,


possuem significativas componentes de harmónicas de corrente de 5ª e
7ª ordem.

Para se diminuir o nível de componentes harmónicas de baixas frequências geradas pelos VEVs, usam-se mecanismos de filtragem para baixas
frequências. O mais comum é a instalação de indutância de linha, protegendo adicionalmente a eletrónica de potência da rede também contra
outros fenómenos transitórios (sobretensões).
249
Sistemas de arranque e controlo

Variadores Eletrónicos de Velocidade (VEV)

Desvantagens
• Efeito na temperatura dos motores

• Os motores alimentados por VEVs do tipo PWM, devido à forma de onda da


alimentação, podem eventualmente apresentar um aumento de temperatura de 10 a
20 ºC. A elevação da temperatura acima da temperatura da classe térmica dos
enrolamentos pode causar a longo prazo uma deterioração do isolamento e provocar
uma falha no motor.

• Segundo a lei de Arrhenius, por cada aumento de 10 ºC, o tempo de vida útil é
reduzido para metade (imagem à esquerda).

Deverá considerar-se assim a necessidade de um motor com classe de isolamento elevada e/ou adaptado/previsto para funcionamento com
variação de velocidade.
Em situações de funcionamento dos motores a baixa velocidade ou baixa rotação, a ventilação do motor torna-se ineficiente ocorrendo um
aumento da temperatura dos enrolamentos do motor (necessária ventilação forçada independente).
250
Sistemas de arranque e controlo

Variadores Eletrónicos de Velocidade (VEV)

Desvantagens
• Efeitos no isolamento dos enrolamentos e dos cabos de potência

• Nos conversores de frequência, a comutação dos IGBTs em alta


frequência leva à criação de picos de tensão bem como elevados
valores de dV/dt (taxa de variação da tensão no tempo) que
originam maiores diferenças de potencial entre espiras degradando
mais rapidamente o isolamento dos enrolamentos do motor,
reduzindo o tempo de vida do motor.

• Para se reduzir os picos de tensão, são usados tipicamente filtros


dV/dt para proteger o isolamento dos motores e dos cabos de
potência.

• Utilização do uso de cabos de potência com isolamento XLPE


(polietileno reticulado), por apresentar melhor capacidade de
isolamento que o PVC (policloreto de vinila).
251
Sistemas de arranque e controlo

Variadores Eletrónicos de Velocidade (VEV)

Desvantagens
• Efeitos nos rolamentos e mancais dos motores

As tensões de modo comum são as principais causas do fenómeno da circulação de correntes pelos mancais do motor controlado por VEV do tipo PWM.
Este fenómeno ocorre devido às baixas impedâncias capacitivas que surgem diante das altas frequências produzidas pela comutação do inversor do VEV,
ocasionando a circulação de correntes pelo caminho formado pelo rotor, eixo, rolamento, mancais (suporte do rotor) e carcaça do motor para a terra.

Correntes Circulantes Correntes de Modo Comum


252
Sistemas de arranque e controlo

Variadores Eletrónicos de Velocidade (VEV)

Desvantagens
• Efeitos nos rolamentos e mancais dos motores

Defeitos nas superfícies internas dos rolamentos (esquerda e centro) e no mancal (direita) do motor provocados pela circulação de correntes

Para frequências de comutação mais elevadas, este fenómeno agrava-se. A filtragem em alta frequência à saída do VEV contribui para uma redução
dos efeitos das correntes de modo comum, no entanto, podem e devem ser tomadas outras medidas no sentido de minimizar o seu impacto
negativo no funcionamento do motor.
Para se minimizar ou evitar o efeito da circulação de correntes através dos mancais, o método mais simples é isolar os mancais do motor, ou seja,
isolar a carcaça do motor dos rolamentos (outras soluções típicas: rolamentos isolados).
253
Sistemas de arranque e controlo

Variadores Eletrónicos de Velocidade (VEV)

Considerações técnicas finais

Condições ambientais e mecânicas:


• Características particulares do local onde ficará instalado (condições de temperatura e humidade, exposição a agentes
corrosivos, entre outros).
• Em caso da sua aplicação num armário fechado, dimensionar ventilação forçada adequada.
• Não submeter o equipamento a choques e vibrações. Este deve estar corretamente fixo em local próprio e estável.
Compatibilidade eletromagnética e qualidade da onda da tensão:
• Necessidade de uma rede de alimentação estável (micro-corte e cavas de tensão poderão provocar paragens intempestivas
dos VEV e dos processos associados).
• Os VEV, para além de serem cargas elétricas sensíveis, são os principais equipamentos responsáveis pelas perturbações na
forma de onda da tensão e de problemas relacionados com a compatibilidade eletromagnética nas instalações elétricas.

NOTA: Os fabricantes incluem nos seus catálogos ou manuais um conjunto de informações e regras a considerar na sua instalação de forma a se garantir uma instalação
compatível do ponto de vista eletromagnético com os restantes aparelhos.
254
FIM DO TEMA 4.2
Agradecemos a vossa atenção

255
Eficiência energética de equipamentos

Sistemas Motores
fotovoltaicos elétricos

Variadores
Iluminação eletrónicos de
velocidade (VEV)

256
Iluminação

Conteúdos programáticos

Medidas de
Conceitos Exemplos de
Enquadramento Sistemas Técnicos Eficiência
Luminotécnicos Aplicação
Energética

257
Iluminação

Conteúdos programáticos

Medidas de
Conceitos Exemplos de
Enquadramento Sistemas Técnicos Eficiência
Luminotécnicos Aplicação
Energética

258
Enquadramento

O que é a luz?

A luz pode ser definida como uma radiação capaz de atuar sobre a retina
do olho, causando uma sensação visual. É um efeito fisiológico.

Quanto MENOR for o esforço


de adaptação,
MAIOR será a sensação de
conforto.

259
Enquadramento

260
Enquadramento

261
Iluminação

Conteúdos programáticos

Medidas de
Conceitos Exemplos de
Enquadramento Sistemas Técnicos Eficiência
Luminotécnicos Aplicação
Energética

262
Conceitos Luminotécnicos

• Fontes de Luz
• Índice de Restituição Cromática
• Temperatura de Cor
• Fluxo Luminoso
• Intensidade Luminosa
• Distribuição do Fluxo Luminoso
• Iluminância
• Luminância
• Uniformidade da Iluminância
• Requisitos para Iluminação Interior
• Aplicações

263
Conceitos Luminotécnicos

Fontes de luz

Iluminação Natural Iluminação Artificial

264
Conceitos Luminotécnicos

Índice de Restituição Cromática (IRC)

IRC - Grau de fidelidade com que as fontes de luz revelam as cores dos objetos
iluminados em relação à aparência dessas cores quando iluminadas pela luz solar.

265
Conceitos Luminotécnicos

Temperatura de cor

• Símbolo: T

• Unidade: Kelvin (K)

266
Conceitos Luminotécnicos

Fluxo Luminoso Intensidade Luminosa

• Símbolo: Φ • Símbolo: I
• Unidade: Lúmen (L) • Unidade: Candela (cd)

Diagrama fotométrico

É a quantidade de luz emitida por uma fonte luminosa numa


Radiação emitida em todas as direções por uma fonte de luz determinada direção
267
Conceitos Luminotécnicos

Distribuição do fluxo luminoso

268
Conceitos Luminotécnicos

Iluminância Luminância

• Símbolo: E • Símbolo: L
• Unidade: Lux = Im/m2 (lux) • Unidade: cd/m2

Quantidade de luz que uma dada fonte emite sobre uma Quantidade de luz que é refletida por um objeto
superfície
269
Conceitos Luminotécnicos

Uniformidade da Iluminância

Área da tarefa é definida como a área do posto de trabalho


onde a tarefa visual se desenvolve. (Laranja e Verde)

Área da vizinhança corresponde à zona em redor da área da


tarefa, dentro do campo visual. (Amarelo)

Rácio entre a iluminância da área da vizinhança e da área da tarefa

270
Conceitos Luminotécnicos

Nível adequado de iluminância

EN 12464 – 1 : Iluminação de tarefas em espaços interiores

EN 12464 – 2 : Iluminação de tarefas em espaços exteriores

EN 15193: Performance Energética de Edifícios – Requisitos para iluminação

Quanto maior a exigência visual da tarefa maior deverá ser o valor de Em (Iluminância média)

271
Conceitos Luminotécnicos

Nível adequado de iluminância

Iluminância Média Controlo do Indice de Restituição


(Emed) Encandeamento Cromática

272
Conceitos Luminotécnicos

Iluminação geral

Vantagens:
• Maior flexibilidade na disposição interna do layout

Desvantagens:
• Não atende às necessidades especificas de locais que
requerem níveis de iluminância mais elevados
Aplicações: • Grande consumo de energia
• Openspace • Sem controlo de sombras
• Oficinas
• Salas de aula
• Supermercados
• Fábricas

273
Conceitos Luminotécnicos

Iluminação localizada

Vantagens:
• Maior economia de energia
• Evita encandeamento e sombras

Desvantagens:
• Alteração de layout obriga a um reposicionamento
das luminárias
Aplicações: • Necessita de complementação adicional
• Piscinas
• Cozinhas
• Fábricas

274
Conceitos Luminotécnicos

Iluminação de tarefa

Vantagens:
• Evita encandeamento e sombras
• Maior controlo dos efeitos da luz

Desvantagens:
• Alteração de layout obriga a um reposicionamento
das luminárias
Aplicações: • Necessita de complementação adicional
• Cozinhas
• Fábricas
• Hospitais

275
Conceitos Luminotécnicos

Luz de destaque Luz de efeito Luz decorativa Luz arquitetónica


Exemplo: Quadro Exemplo: Festas Exemplo: Passeios Exemplo: Fachadas

276
Iluminação

Conteúdos programáticos

Medidas de
Conceitos Exemplos de
Enquadramento Sistemas Técnicos Eficiência
Luminotécnicos Aplicação
Energética

277
Sistemas técnicos

Tipos de
Tipos de Lâmpadas
Luminárias

Tipos de
Tipos de Balastro
Controladores

278
Sistemas técnicos

Tipos de
Tipos de Lâmpadas
Luminárias

Tipos de
Tipos de Balastro
Controladores

279
Sistemas técnicos
Tipos de luminárias

Construção de uma luminária

280
Sistemas técnicos
Tipos de luminárias

Tipos de Luminárias

281
Sistemas técnicos
Tipos de luminárias

Tipos de Luminárias

Dupla: 1 luminária com 2 lâmpadas Quádrupla: 1 luminária com 4 lâmpadas


Simples: 1 luminária com 1 lâmpada

Simples: 1 luminária com 1 lâmpada Dupla: 1 luminária com 2 lâmpadas


282
Sistemas técnicos
Tipos de luminárias

Índice de Proteção IP Índice de Proteção IK

283
Sistemas técnicos

Tipos de
Tipos de Lâmpadas
Luminárias

Tipos de
Tipos de Balastro
Controladores

284
Sistemas técnicos
Tipos de lâmpadas

Tipos de Lâmpadas

285
Sistemas técnicos
Tipos de lâmpadas

Lâmpadas Fluorescentes Tubulares T8


Características:
• T: 6 500 – 2 700 K
• IRC: 85
• Ƞ: 75 – 90 lm/watt
• T. Vida: 15 000 - 20 000

Casquilho
G13

286
Sistemas técnicos
Tipos de lâmpadas

Lâmpadas Fluorescentes Tubulares T5


Características:
• T: 6 500 – 2 700 K
• IRC: 85
• Ƞ: 75 – 90 lm/watt
• T. Vida: 15 000 - 25 000

Casquilho
G5

287
Sistemas técnicos
Tipos de lâmpadas

Lâmpadas Fluorescentes Compactas


Características:
• T: 6 500 – 2 700 K
• IRC: 80
• Ƞ: 50 – 70 lm/watt
• T. Vida: 10 000 - 20 000

Casquilho

… G23, GX 24 D, GX 24 Q
2G7
288
Sistemas técnicos
Tipos de lâmpadas

Lâmpadas de Halogéneo
Características:
• T: 3 000 – 2 800 K
• IRC: 100
• Ƞ: 15 – 25 lm/watt
• T. Vida: 2 000 - 4 000

Casquilho

289
Sistemas técnicos
Tipos de lâmpadas

Lâmpadas de Vapor de Mercúrio de Alta Pressão


Características:
• T: 4 000 K
• IRC: 50
• Ƞ: 35 – 60 lm/watt
• T. Vida: 15 000 - 25 000

Casquilho

290
Sistemas técnicos
Tipos de lâmpadas

Lâmpadas de Iodetos Metálicos


Características:
• T: 3 500 – 6 700 K
• IRC: 60
• Ƞ: 80 – 110 lm/watt
• T. Vida: 10 000 - 20 000

Casquilho

x830 ROD, GX 22…

291
Sistemas técnicos
Tipos de lâmpadas

Lâmpadas de Vapor de Sódio de Alta Pressão


Características:
• T: 1 900 – 2 100 K
• IRC: 14 - 65
• Ƞ: 80 – 110 lm/watt
• T. Vida: 20 000

Casquilho

292
Sistemas técnicos
Tipos de lâmpadas

Lâmpadas de Vapor de Sódio de Baixa Pressão


Características:
• T: 1 800 K
• IRC: 40
• Ƞ: 100 – 200 lm/watt
• T. Vida: 20 000

Casquilho
BY 22 d

293
Sistemas técnicos
Tipos de lâmpadas

Lâmpadas LED
Características:
• T: 2 700 – 7 000 K
• IRC: 70 – 95
• Ƞ: 60 – 140 lm/watt
• T. Vida: 30 000 – 50 000

Casquilho

… e muitos outros
294
Sistemas técnicos
Tipos de lâmpadas

Análise do catálogo

295
Sistemas técnicos
Tipos de lâmpadas

Análise da embalagem

296
Sistemas técnicos

Tipos de
Tipos de Lâmpadas
Luminárias

Tipos de
Tipos de Balastro
Controladores

297
Sistemas técnicos
Tipos de balastros

Tipos de Balastro

+ 20%

+ 5%

http://www.crealux.se/arkiv/Crealux_Utfasning_styrdon.pdf
298
Sistemas técnicos

Tipos de
Tipos de Lâmpadas
Luminárias

Tipos de
Tipos de Balastro
Controladores

299
Sistemas técnicos
Tipos de controladores

Tipos de Controladores

Interruptor Regulador de Fluxo Controlador Horário Programador Astronómico

Sensor de Interruptor fotoelétrico on/of Regulação Fotoelétrica /


Movimento/Presença Célula Crepuscular Controlador de Brilho

300
Iluminação

Conteúdos programáticos

Medidas de
Conceitos Exemplos de
Enquadramento Sistemas Técnicos Eficiência
Luminotécnicos Aplicação
Energética

301
Medidas de Eficiência Energética

As medidas de Eficiência Energética, com ou sem


necessidade de investimento, têm por objetivo mitigar o
consumo de energia, mantendo ou melhorando as
condições de utilização/funcionamento de uma
instalação.

302
Medidas de Eficiência Energética

Comportamentais

• Privilegiar a iluminação natural em detrimento da


iluminação artificial

• Proceder à limpeza das luminárias

• Ligar apenas as lâmpadas essenciais (só é possível se os


circuitos tiverem desagregados)

• Desligar a iluminação quando os espaços estão desocupados

303
Medidas de Eficiência Energética

Outras oportunidades de melhoria

• Sempre que possível, utilizar cores claras nos tetos e


paredes pois refletem melhor a luz
Vantagens:
• Maior reflexão da luz

Desvantagens:
• Nota-se mais a sujidade das paredes
• Se forem brancos muito brilhantes podem provocar
encandeamento

304
Medidas de Eficiência Energética

Instalação de Iluminação LED


Vantagens:
• Maior flexibilidade na disposição interna do ambiente -
layout - Longa duração comparada com fontes
tradicionais
• Acendimento/reacendimento imediato
• Mínima irradiação de calor
• Alta eficiência energética (lm/W)

Desvantagens:
• Muito sensível no ponto de junção sendo essa uma das
maiores causas de avaria
• Pouco resistente a vibrações

305
Medidas de Eficiência Energética

Instalação de Iluminação LED

Reduções na ordem
dos 70%

306
Medidas de Eficiência Energética

Retrofit Substituição integral

• Substituição da lâmpada e remoção do balastro e • Substituição de toda a luminária por uma nova
arrancadores mantendo a mesma armadura

Desvantagens:
Vantagens: Vantagens: Desvantagens:
• A armadura poderá
• Menores custos de não estar preparada • Adequação da • Maior custo
intervenção para a luminária armadura à função

• Custos imprevistos • Possibilidade de


redistribuição
• Perda de garantia da
luminária
• Possíveis problemas
com a seguradora

307
Medidas de Eficiência Energética

Equipamentos

Vantagens:
• Segmentar os circuitos de iluminação, criando
circuitos independentes • Evita ter todas as lâmpadas ligadas quando não
necessário

Desvantagens:
• Não evita que as lâmpadas fiquem ligadas quando
não existe ocupação
• Não permite o controlo do fluxo luminoso

308
Medidas de Eficiência Energética

Equipamentos

Vantagens:
• Instalar sensores de presença
• Permite que as lâmpadas estejam ligadas apenas
quando necessário

Desvantagens:
• Caso esteja mal parametrizado poderá reduzir o
tempo de vida útil da lâmpada por ligar/desligar
demasiadas vezes

309
Medidas de Eficiência Energética

Equipamentos

• Instalar controladores horários Vantagens:


• Independente da atuação humana

Desvantagens:
• Caso esteja mal parametrizado poderá ligar/desligar
em alturas indevidas
• Poderá haver necessidade de iluminação e só liga à
hora parametrizada

310
Medidas de Eficiência Energética

Equipamentos

• Instalar o programador astronómico Vantagens:


• Independente da atuação humana
• Tem um algoritmo que permite acionar os sistemas
de iluminação de acordo com o nascer e pôr do sol

Desvantagens:
• Poderá haver necessidade de iluminação e só liga à
hora parametrizada (ex. dias de nevoeiro)

311
Medidas de Eficiência Energética

Equipamentos

• Instalar células crepusculares com reguladores de


fluxo (verificar se as lâmpadas suportam esta
Vantagens:
tecnologia)
• Independente da atuação humana

Desvantagens:
• Caso esteja mal parametrizado poderá ligar/desligar
consecutivamente o que poderá reduzir o tempo de
vida das lâmpadas

312
Medidas de Eficiência Energética

Equipamentos

• Instalar células crepusculares com reguladores de


fluxo para interiores (verificar se as lâmpadas
suportam esta tecnologia) Vantagens:
• Independente da atuação humana

Desvantagens:
• Custo do investimento

313
Iluminação

Conteúdos programáticos

Medidas de
Conceitos Exemplos de
Enquadramento Sistemas Técnicos Eficiência
Luminotécnicos Aplicação
Energética

314
Exemplos de Aplicação

A próxima secção visa demonstrar como devem ser


aplicados os conceitos aprendidos no presente e-
learning.

315
Exemplos de Aplicação

Cuidados a ter
O que determinar primeiro:
Primeiro compro a lâmpada ou luminária
e depois logo se vê… Correto? 1. Estudar o local a iluminar
2. Como a luminária irá distribuir a luz?
3. Qual a ambiência que se pretende dar?

Bom sistema de Iluminação


ERRADO! ✓ Complementado com iluminação natural
✓ Uso adequado de cores e contrastes
✓ Ambiente confortável
✓ Pouca fadiga e monotonia
316
Exemplos de Aplicação

Caracterização dos Sistemas Técnicos Luminárias Casquilho

• Determinar o número de pontos de luz existentes


em funcionamento e em não funcionamento (por
avaria, ou por outros motivos)
• Caraterizar as luminárias (simples, duplas, tipo de
balastro, tipo de casquilho, entre outros)
• Identificar os períodos de funcionamento

Balastro Controlador

317
Exemplos de Aplicação

36 luminárias

NOTA: Assumiu-se o valor de 0,15 €/kWh para o custo de eletricidade

318
Exemplos de Aplicação

Lâmpadas LED
Características:
• T: 2 700 – 7 000 K
• IRC: 70 – 95
• Ƞ: 60 – 140 lm/watt
• T. Vida: 30 000 – 50 000

Casquilho

… e muitos outros
319
Exemplos de Aplicação

Índice de Proteção IP Índice de Proteção IK

320
Exemplos de Aplicação

Análise do catálogo

321
Exemplos de Aplicação

Estudo luminotécnico

Norma EN 12464-1

322
Exemplos de Aplicação

Fator de manutenção

323
Exemplos de Aplicação

Especificações
Temperatura de cor: 4.000 k
IRC: 80+
IK: 0
IP:20

36 luminárias 32 luminárias

86,2 W/luminária 36 W/luminária

3,11 kW 1,15 kW

6 469 kWh/ano 2 392 kWh/ano

1 719 € 635 €
Nota: Assumiu-se o valor de 0,15 €/kWh para o custo de
eletricidade
324
Exemplos de Aplicação

65%

325
Exemplos de Aplicação

Erros mais comuns Cuidados a ter


1. Direcionamento do foco
2. Posicionamento do plano de
Encadeamento direto
trabalho
Direcionada diretamente sobre o
campo de visão 3. Evitar sombras incómodas
4. Evitar diferenças de iluminação
acentuadas (fadiga)
Encadeamento indireto
Reflexão da luz no plano de trabalho,
direcionando-a para o campo visual

326
Exemplos de Aplicação

Deverá ter sempre em atenção:


• Fadiga dos utilizadores
• Luminárias sujas
• Lâmpadas fundidas
• Lâmpadas a piscar constantemente
• Temperaturas de cor das lâmpadas diferentes na mesma
luminária
• A existência de uma distribuição não uniforme dos níveis
de iluminância pelo ambiente, ou seja, se existem zonas
muito com muita iluminação e outras sombrias (zebras)

327
FIM DO TEMA 4.3
Agradecemos a vossa atenção

328
Eficiência energética de equipamentos

Sistemas Motores
fotovoltaicos elétricos

Variadores
Iluminação eletrónicos de
velocidade (VEV)

329
Sistemas fotovoltaicos

Conteúdos programáticos

Equipamentos e
Exemplos de
Conceitos tipologias de Legislação
Aplicação
sistemas

330
Sistemas fotovoltaicos

Conteúdos programáticos

Equipamentos e
Exemplos de
Conceitos tipologias de Legislação
Aplicação
sistemas

331
Conceitos

Neste capítulo são abordados alguns conceitos básicos


para um melhor entendimento da energia solar, assim
como para o dimensionamento de sistemas fotovoltaicos

332
Conceitos

333
Conceitos

334
Conceitos

335
Conceitos
A separação entre fileiras de painéis deve garantir que às 12:00 horas solares do dia
mais desfavorável a sombra da aresta superior duma fileira tem que projetar-se, no
limite, sobre a aresta inferior da fileira seguinte. Cobertura Plana

Cobertura Inclinada

Latitude do lugar 41,5 °


ho = (90° - Latitude do lugar) - 23,5° 25,0 °
Altura do painel (L) 2,0 m
Inclinação do painel (β) 40,0 °
Inclinação da cobertura (θ) 20,0 °

d = d1 + d2 5,4 m
dθ 3,2 m
d' = dθ x cosθ 3,0 m
336
Sistemas fotovoltaicos

Conteúdos programáticos

Equipamentos e
Exemplos de
Conceitos tipologias de Legislação
Aplicação
sistemas

337
Equipamentos e tipologias de sistemas

338
Equipamentos e tipologias de sistemas

Tecnologias de Combustão Exemplos de aplicação

Células de 1ª geração
• 80% a 90% do mercado
• Células convencionais de Si monocristalino (60%
do mercado) e Si policristalino (40% do mercado)

Vantagens:
• Tecnologia e Indústria com grande grau de desenvolvimento
• Boa eficiência (Acima de 20%)
• Produção em larga escala com custo tendencialmente mais
baixo

Desvantagens:
• Módulos grandes, pesados, planos e rígidos
339
Equipamentos e tipologias de sistemas

Tecnologias de Combustão Exemplos de aplicação

Células de 2ª geração
• 10% a 20% do mercado
• Filmes finos de Si amorfo, de compostos
policristalinos

Vantagens:
• Células leves e flexíveis

Desvantagens:
• Degradação de eficiência quando em situações de clima extremo
• Menos eficientes que as anteriores

340
Equipamentos e tipologias de sistemas

Tecnologias de Combustão Exemplos de aplicação

Células de 3ª geração
• Pouca penetração no mercado
• Células foto-eletroquímicas
• Células orgânicas e plásticas
Vantagens:
• Aplicar em diversos materiais, como tintas, telhas, janelas
• Bastante eficientes

Desvantagens:
• Degradação de eficiência quando em situações de clima extremo
• Pouco disseminadas

341
Equipamentos e tipologias de sistemas

342
Equipamentos e tipologias de sistemas

343
Equipamentos e tipologias de sistemas

Sistemas
Sistemas autoconsumo Sistemas com aplicação direta
injeção à rede feed-in

344
Equipamentos e tipologias de sistemas

Sistemas
injeção à rede feed-in

345
Equipamentos e tipologias de sistemas

Sistemas autoconsumo Sistemas autoconsumo Sistemas autoconsumo


grid-connected com acumulação off-grid

346
Equipamentos e tipologias de sistemas

Sistemas autoconsumo
grid-connected

347
Equipamentos e tipologias de sistemas

Sistemas autoconsumo
com acumulação

348
Equipamentos e tipologias de sistemas

Sistemas autoconsumo
off-grid

349
Equipamentos e tipologias de sistemas

Acumulação Eletroquímica Acumulação não eletroquímica

350
Equipamentos e tipologias de sistemas

Sistemas
Sistemas autoconsumo
injeção à rede feed-in

Vantagens: Vantagens:
• Fácil dimensionamento
• Mais valorizado economicamente
• Não precisa de acumulação
• Venda total à rede
Desvantagens:
• Dimensionamento difícil Desvantagens:
• Excedente pode não ser valorizado • Menor valorização económica
351
Sistemas fotovoltaicos

Conteúdos programáticos

Equipamentos e
Exemplos de
Conceitos tipologias de Legislação
Aplicação
sistemas

352
Legislação

2019 2020 2021

Decreto-Lei nº 76/2019 de 3 de junho Regulamento n.º 266/2020 Diretiva n.º 1/2021 de 14 de janeiro
Revoga o decreto-Lei nº 153/2014 no que toca Aprova o regulamento do autoconsumo de Aprova as tarifas e preços para a energia
à produção de eletricidade através de UPP energia elétrica elétrica e outros serviços em 2021, incluindo
para o autoconsumo

Decreto-Lei nº 162/2019 de 25 de Outubro Portaria n.º 16/2020 de 23 de janeiro Decreto-Lei n.º 6-E/2021 de 15 de janeiro
Transpõe a Diretiva Europeia 2018/2001 Fixa os valores das taxas devidas no âmbito dos Estabelece mecanismos de apoio no âmbito do
procedimentos administrativos relativos à estado de emergência, nomeadamente a
Aprova o regime jurídico aplicável ao
atividade de autoconsumo e às Comunidades dispensa da realização previa de vistorias para
autoconsumo de energia renovável e introduz
de Energia Renovável (CER) UPAC até 1 MW de potência instalada
as CER

Despacho nº 46/2019 (DGEG) de 30 de Diretiva n.º 14/2020 de 15 de setembro


dezembro Tarifas de Acesso às Redes a aplicar ao
Descreve as regra de funcionamento da autoconsumo de energia elétrica através da
plataforma destinada à operacionalização, bem RESP aplicáveis aos projetos que benificiem da
como os documentos necessários aplicáveis às isenção dos encargos correspondentes aos
UPAC, IU e CER CIEG
353
Legislação

UPAC ≤ 350 W 350 W< UPAC ≤ 30 kW 30 kW< UPAC ≤ 1 MW UPAC > 1MW

SEM COMUNICAÇÃO COMUNICAÇÃO PRÉVIA REGISTO PRÉVIO PROCEDIMENTO PARA


PRÉVIA LICENÇA

354
Legislação

MERCADO CONTRATOS DE AQUISIÇÃO


FACILITADOR DE MERCADO
ORGANIZADO OU BILATERAL DE ENERGIA RENOVÁVEL

355
Legislação

AUTOCONSUMIDORES AUTOCONSUMIDORES COMUNIDADES DE ENERGIA


INDIVIDUAIS COLETIVOS RENOVÁVEL

356
Legislação

1. Registo de UPAC de acordo com o


Código Civil (Artigo 1425º e 1426º)
AUTOCONSUMIDORES

2. Tem de ser aprovado em assembleia


geral
COLETIVOS

3. Definição de regulamento interna para


definir entrada e saída de membros

4. Obrigatoriedade de designação de um
técnico responsável, qualificado

357
Legislação

Gestão Regulador Fiscalização

358
Legislação

1. Todas as regras de caráter técnico genericamente


aplicáveis a instalações elétricas

2. Regras técnicas específicas relativas a UPAC

3. Esquemas de ligação permitidos e proteções associadas


REGULAMENTO TÉCNICO E DE
QUALIDADE
4. Regras de aprovação e certificação de equipamentos que
compõem a UPAC e suas instalações auxiliares

359
Legislação

1. Todos os procedimentos associados às ações de


inspeção ou vistoria e certificação

2. Condições associadas de aprovação de UPAC, incluindo a


definição e classificação das deficiências

REGULAMENTO DE
INSPEÇÃO E CERTIFICAÇÃO 3. Identificação das deficiências que permitem a
certificação condicionada para entrada em exploração

360
Legislação

REGULAMENTO DE CONTAGEM E
DISPONIBILIZAÇÃO DE DADOS
AUTOCONSUMIDORES AUTOCONSUMIDORES
INDIVIDUAIS COLETIVOS

Nota: Autoconsumo Individual (IU ligada à RESP e P > 4kW)


361
Legislação

- A contagem da energia elétrica total produzida por UPAC, é feita por telecontagem.

- Quando haja ligação à RESP, a contagem da energia elétrica é efetuada pelo


operador da rede.

- É igualmente obrigatória a contagem da energia elétrica extraída ou injetada em


unidades de armazenamento associadas a UPAC, quando estas se encontrem
ligadas à RESP e integrem uma instalação elétrica separada da UPAC ou da IU.

Nota: O custo de adequação dos sistemas de contagem, em cada IU é suportado pelo autoconsumidor
362
Legislação

1. As UPAC são sujeitas a fiscalização para verificar a sua


conformidade com o disposto no presente decreto-lei e no
Regulamento Técnico e de Qualidade

2. Matéria de exercício da atividade de fiscalização, pertence à


ENSE, E. P. E., que pode solicitar o apoio de técnicos
especializados sempre que o considere necessário

3. A competência para a fiscalização de UPAC situadas nas


regiões autónomas dos Açores e da Madeira é do
departamento do respetivo Governo Regional com
competência na área da energia

363
Legislação

10 8
anos anos
POTÊNCIA INSTALADA POTÊNCIA INSTALADA

20,7 kW < x < 1MW > 1MW

364
Sistemas fotovoltaicos

Conteúdos programáticos

Equipamentos e
Exemplos de
Conceitos tipologias de Legislação
Aplicação
sistemas

365
Exemplos de aplicação

Sistemas autoconsumo grid-connected

366
Exemplos de aplicação

Imagine que tem uma cobertura com uma área


disponível.

Quanta energia posso produzir e quando tenho


o meu investimento pago?

367
Exemplos de aplicação
Tenho uma instalação industrial que labora durante todo o ano, com diferentes volumes de trabalho
dependente das encomendas. Encontrando-se disponível a área de cobertura da nave industrial (± 1500 m2),
quando será amortizado o meu investimento?
Consumo de energia elétrica
80,000
Pressupostos assumidos:
70,000

• Um painel tem uma área de 1,984 m2 (2 m x 0,992 m x 0,035 m) 60,000

• Um painel tem uma potência máxima 365 Wp (0,365 kWp). 50,000

kWh
• A área de cobertura apresenta-se com uma disposição de 40 m x 37 m 40,000

30,000
(1 480 m2)
20,000
• Consumo de energia elétrica da instalação: 601 960 kWh/ano 10,000

• Custo unitário de energia: 0,15 €/kWh 0


Jan Feb Mar Apr May Jun Jul Aug Sep Oct Nov Dec

368
Exemplos de aplicação
Instalação proposta:
• 342 painéis fotovoltaicos de 365 Wp = 125 kWp
• 2 Inversores de 60 kWp
• Infraestrutura de suporte dos painéis com uma inclinação de 30º
e orientação Sul

A distância entre módulos foi determinada com base na fórmula


apresentada anteriormente, resultando em d1 = 2,00 m

d1

369
Exemplos de aplicação
https://re.jrc.ec.europa.eu/pvg_tools/en/tools.html

370
Exemplos de aplicação

371
Exemplos de aplicação
Perdas da central
Dados
geográficos

Orientação e
inclinação

Consumos da
instalação

Caraterização
da central

372
Exemplos de aplicação

Comparação de programas
Programa PVGIS PVSyst
Método de cálculo Simplificado Detalhado O cálculo simplificado não tem em
Potência instalada [kWp] 125 125 consideração:
Produção estimada [kWh/ano] 174 100 136 630 • Altitude
• Excedentes de produção
• Temperatura do ar
• Arquitetura da instalação (ligação strings
e inversores)
O cálculo simplificado é uma aproximação mais grosseira
• Sombreamentos e outros fatores que
podem reduzir a produção

373
Exemplos de aplicação

• Atenção ao Número de Inversores

• Atenção aos Sombreamentos

• Seguidores

• Seguro

• Contrato de Manutenção

374
Exemplos de aplicação

375
Exemplos de aplicação

Diagrama de Produção e Consumo

376
Exemplos de aplicação

O LCOE define-se como o custo, teórico, de gerar energia elétrica. É uma fórmula que
permite, de forma transversal, comparar o custo de diferentes tecnologias de produção de
energia elétrica. Este cálculo é fundamental para saber se estamos em paridade de rede.

377
Exemplos de aplicação

Exemplo:

• Sistema Fotovoltaico com 32 000 Wp e 28 500 Wn (inversor)


• Preço da instalação = 47 700 €
• Vida útil da instalação = 15 anos
• Custo unitário de energia = 0,15 €/kWh
• Custos O&M = 1,5% do custo total da instalação indexado ao valor anual da inflação.
• Energia gerada durante um ano = 56 320 kWh/ano
• Degradação dos painéis = 0,8 %
• de = (100% - degradação painéis)
• Taxa de desconto = 4% 378
Exemplos de aplicação

1 ano 3 anos 5 anos 10 anos 15 anos


LCOE
0,86 0,32 0,20 0,12 0,09
[€/kWh]

Será possível optimizar o custo da energia?

379
Exemplos de aplicação

Analisando a equação podemos optimizar o custo do LCOE:

1. Reduzindo o custo do investimento inicial

2. Reduzindo o custo da operação e manutenção

3. Garantindo ou incrementando a energia eléctrica produzida

4. Reduzindo a percentagem da degradação da produção (módulos)

380
FIM DO TEMA 4.4
Agradecemos a vossa atenção

381
Estrutura da formação

1. Enquadramento legal e programas operacionais de gestão de energia

2. ISO 50001 – Sistemas de Gestão de Energia

3. Redes de produção e distribuição de vapor

4. Eficiência energética de equipamentos

5. Ar comprimido

6. Equipamentos de medição

7. Auditorias Energéticas

382
Ar comprimido
Ar comprimido
▪ Impacto Ambiental

– Os custos associados às licenças ambientais


e certificados verdes aumentam, assim
como as suas limitações.

A produção de ar comprimido é responsável por cerca de 12% da energia total consumida 384
na Europa.
Enquadramento
▪ Composição do ar

Atmosfera
Incolor
Inodoro
Insípido

78% Azoto

21% Oxigénio

1% Argon, Hidrogénio, CO2 e outros

385
Ar comprimido

I. Identificação de custos fixos e variáveis na operação de uma instalação de ar comprimido.


II. Adequação do tipo de instalação de ar comprimido – centralizada ou descentralizada.
III. Requisitos de um SAC.
IV. Seleção de Equipamentos (compressores, secadores e filtros).
V. Localização da central de compressores.
VI. Rede de distribuição de ar comprimido – sua conceção e manutenção adequadas.
VII. Indicadores globais da eficiência de um sistema de ar comprimido.

Conteúdos VIII. Custos do ciclo de vida de um sistema de ar comprimido.


programáticos
IX. Onde procurar melhorias de eficiência energética e obter economias de energia?
X. Como conduzir um diagnóstico energético num sistema de ar comprimido?
386
Ar comprimido
Custos fixos e variáveis na operação de uma instalação

▪ Os custos do ciclo de vida de um Sistema de Ar Comprimido (tomando como


base uma vida útil de 10 anos), são divididos em três áreas principais:

Energia Eléctrica (80%)


Investimento Inicial (12%)
Manutenção (8%)

387
Ar comprimido
▪ Custos fixos e variáveis na operação de uma instalação

▪ Custos Fixos
▪ Os custos fixos mais representativos de um
Sistema de Ar Comprimido, são:

– Custos com operadores / vigilantes.

– Custos inerentes aos espaços ocupados.

– Custos com certificações/aferições de


equipamentos.

– Amortização do investimento de aquisição.

388
Ar comprimido
▪ Custos fixos e variáveis na operação de uma instalação

▪ Custos Variáveis
▪ Os custos variáveis de um Sistema de Ar Comprimido, são:

– Energia elétrica consumida.

– Manutenção dos Equipamentos

– Manutenção da rede de ar comprimido e fugas

Exemplo:
Energia consumida anualmente: 100 x 0,75 x 4000 = 300.000 kWh/ano
Custo da energia consumida: 300.000 kWh x 0,1€/kWh = 30.000 €/ano
389
Ar comprimido

I. Identificação de custos fixos e variáveis na operação de uma instalação de ar comprimido.


II. Adequação do tipo de instalação de ar comprimido – centralizada ou descentralizada.
III. Requisitos de um SAC.
IV. Seleção de Equipamentos (compressores, secadores e filtros).
V. Localização da central de compressores.
VI. Rede de distribuição de ar comprimido – sua conceção e manutenção adequadas.
VII. Indicadores globais da eficiência de um sistema de ar comprimido.
Conteúdos VIII. Custos do ciclo de vida de um sistema de ar comprimido.
programáticos
IX. Onde procurar melhorias de eficiência energética e obter economias de energia?
X. Como conduzir um diagnóstico energético num sistema de ar comprimido?
390
Ar comprimido
Instalação Centralizada ou Descentralizada
Instalação Centralizada:

391
Ar comprimido
▪ Instalação Centralizada ou Descentralizada

Descentralizada:

392
Ar comprimido

I. Identificação de custos fixos e variáveis na operação de uma instalação de ar comprimido.


II. Adequação do tipo de instalação de ar comprimido – centralizada ou descentralizada.
III. Requisitos de um SAC.
IV. Seleção de Equipamentos (compressores, secadores e filtros).
V. Localização da central de compressores.
VI. Rede de distribuição de ar comprimido – sua conceção e manutenção adequadas.
VII. Indicadores globais da eficiência de um sistema de ar comprimido.

Conteúdos VIII. Custos do ciclo de vida de um sistema de ar comprimido.


programáticos
IX. Onde procurar melhorias de eficiência energética e obter economias de energia?
X. Como conduzir um diagnóstico energético num sistema de ar comprimido?
393
Ar comprimido
Requisitos de um SAC

Requisitos
– Pressão mínima necessária.

– Caudal necessário.

– Qualidade do ar.

394
Ar comprimido
▪ Requisitos de um SAC

Requisitos
– Pressão mínima necessária.
‒ Será exigido mais que um valor de pressão (redes múltiplas)?
‒ Entre os vários utilizadores qual requer o valor de pressão mais elevado?
‒ Qual o caudal consumido por esse utilizador?

Nota: Deverão ser tomadas em consideração, as perdas de carga associadas.

Quanto maior for a pressão de trabalho, maior será o consumo energético dos compressores (por cada 1
bar de aumento na pressão de trabalho, o consumo de energia sobe cerca de 7%).
395
Ar comprimido
▪ Requisitos de um SAC

Conceito de “Pressão”

Pressão é a força exercida por unidade de superfície (Ex. N/m2)

P A F

P A F

396
Ar comprimido
▪ Requisitos de um SAC

“Criar Pressão”

1- Durante o movimento descendente, dá-se


a admissão do ar atmosférico para a câmara
de compressão.
2- O movimento ascendente do pistão
provoca a redução do volume de ar,
comprimindo-o.
3- Essa redução de volume provoca o
aumento da pressão do ar que passará para
a rede através das válvulas de retenção.

397
Ar comprimido
▪ Requisitos de um SAC

Requisitos
– Caudal necessário.
‒ Consumos individuais simultâneos.
‒ Caudal de fugas.
‒ Margem de reserva futura.

Uma instalação subdimensionada, poderá não ter capacidade para manter a pressão mínima necessária ao
sistema, por outro lado se sobredimensionada, implica um excessivo investimento e uma baixa eficiência
energética.

398
Ar comprimido
▪ Requisitos de um SAC

Requisitos
– Conceito de Caudal.
‒ Caudal é o volume de um determinado fluído por unidade de tempo.

Podemos incrementar o caudal,


aumentando o volume de
compressão (câmara de
compressão), ou aumentando o
numero de ciclos de compressão
Potência (kW)
por unidade de tempo
(velocidade).
Caudal (l/s)
399
Ar comprimido
▪ Requisitos de um SAC
Medição de Caudal

Condições de especificar o caudal produzido por um compressor:

Condição FAD:
Pressão de admissão: 1 bar(a)
Temperatura de admissão: 20ºC
Humidade Relativa: 0%

Condição Normal
Pressão de admissão: 1,013 bar(a)
Temperatura de admissão: 0ºC
Humidade Relativa: 0%

Condição Standard
Pressão de admissão: 1,0132 bar(a)
Temperatura de admissão: 15,56 ºC
Humidade Relativa: 0%
400
Ar comprimido
▪ Requisitos de um SAC

Conversão de Caudal
– m x R = PFAD x VFAD / TFAD = PN x VN / TN = constante

1 x 100 / 293 = 1,013 x VN / 273


VN = 91,97 Nm3/h 401
Ar comprimido
▪ Requisitos de um SAC

Requisitos - Conceito de Caudal

402
Ar comprimido
▪ Requisitos de um SAC

Requisitos
– Tipo de ar comprimido
‒ Será exigido Ar Isento de Óleo ou Lubrificado?
‒ Qual o valor de Ponto de Orvalho sob Pressão (PDP) admissível?
‒ Quantidade e dimensão de partículas admissível?

403
Ar comprimido
▪ Requisitos de um SAC

Requisitos
– Ar Isento de Óleo
‒ Total inexistência de óleo na câmara de compressão.
‒ Usado em instalações onde é requerida uma alta qualidade de ar.
‒ Desenvolvem-se altas temperaturas de ar no processo de compressão.

404
Ar comprimido
▪ Requisitos de um SAC
Requisitos
– Ar Lubrificado
‒ O ar é comprimido em conjunto com o óleo injectado no elemento compressor.
‒ Existirá sempre uma pequena quantidade de óleo remanescente no ar comprimido, cerca de 3
mg/m³ de ar.
‒ Normalmente requer processos de filtragem.

405
Ar comprimido
▪ Requisitos de um SAC

Requisitos
g/m3
– Qualidade do ar 200

‒ Curva de vapor de água:


150

▪ Relação entre a temperatura do ar e o máximo de


100

vapor de água admissível por m3


50
▪ A linha azul representa a linha de saturação. Acima da
linha acontece a condensação do vapor de água. 0
-10 0 10 20 30 40 50 60 70 °C

▪ Um incremento de 12ºC na temperatura do ar, duplica


a quantidade de vapor de água absorvida pelo ar. 406
Ar comprimido
▪ Requisitos de um SAC

Requisitos
– Qualidade do ar
‒ Ponto de Orvalho:
‒ Temperatura à qual o ar atinge a saturação (HR=100%).
‒ A redução de volume, que ocorre no processo de compressão, concentra a massa de água
desse mesmo volume de ar, aumentando a temperatura de saturação do ar comprimido.

g/m3

200
Compressão
150

100

1 m³ Ar comprimido 7 bar(e) 50
Expansão

8 m³ Pressão atmosférica 0
-10 0 10 20 30 40 50 60 70 °C 407
Ar comprimido
▪ Requisitos de um SAC
Requisitos
– Qualidade do ar

‒ A presença de partículas origina problemas que reduzem o


desempenho do sistema:
‒ Causando o bloqueio de tubagens aumentando a resistência
à passagem do ar (perdas de carga).
‒ Com depósito de químicos e/ou biológicos.
‒ Causam avarias na instrumentação, custos avultados de
reparação originando paragens imprevistas.
‒ Provocam a contaminação do produto final.
408
Ar comprimido
▪ Requisitos de um SAC
Requisitos
– Qualidade do ar
‒ Eficiência da Filtragem (retenção de partículas):

‒ A eficiência de filtragem, mede-se pela capacidade que um filtro tem em reter as determinadas
dimensões de partículas.

‒ Uma partícula poderá ser retida por :

‒ Impacto: As partículas de grandes dimensões, que seguem


em linha reta, são retidas através desse processo.

‒ Interceção: As partículas de média dimensão, que seguem


as linhas do ar, são retidas através desse processo.

‒ Difusão: As partículas de pequena dimensão, que seguem


linhas aleatórias, são retidas através desse processo. 409
Ar comprimido
▪ Requisitos de um SAC
Requisitos
– Filtros de vapores e odores (Carvão Ativado).

Comportam-se como esponjas na absorção de um líquido, que quando


saturadas perdem capacidade de retenção

410
Ar comprimido

I. Identificação de custos fixos e variáveis na operação de uma instalação de ar comprimido.


II. Adequação do tipo de instalação de ar comprimido – centralizada ou descentralizada.
III. Requisitos de um SAC.
IV. Seleção de Equipamentos (compressores, secadores e filtros).
V. Localização da central de compressores.
VI. Rede de distribuição de ar comprimido – sua conceção e manutenção adequadas.
VII. Indicadores globais da eficiência de um sistema de ar comprimido.
Conteúdos VIII. Custos do ciclo de vida de um sistema de ar comprimido.
programáticos
IX. Onde procurar melhorias de eficiência energética e obter economias de energia?
X. Como conduzir um diagnóstico energético num sistema de ar comprimido?
411
Ar comprimido
Seleção de equipamentos: compressores

Seleção de compressores
▪ Enquadrar a seleção do compressor nos requisitos do SAC, com base na maior
eficiência.

– A pressão de ‘design’ do compressor, deve estar o mais perto possível da pressão


de utilização.

– O caudal produzido, com o mínimo consumo de energia.

– Ar comprimido isento de óleo ou ar comprimido lubrificado?

412
Ar comprimido
Seleção de equipamentos: compressores

Seleção de compressores
▪ Na seleção de um compressor, não podemos dissociar a Pressão do Caudal.

413
Ar comprimido
▪ Seleção de equipamentos: compressores

Seleção de compressores:
▪ Para que Pressão devemos selecionar o compressor?

– A maior eficiência é conseguida, quando a pressão de ‘design’ da máquina


está próxima da pressão de trabalho do compressor na instalação.

Compressor Lubrificado Compressor A Compressor B


Potência 90 kW 90 kW
Pressão máx. de design 7,5 bar(e) 8,5 bar(e)
Caudal FAD @ 7bar 292,6 (l/s) 280,6 (l/s)
Consumo especifico @ 7 bar 357,9 (J/l) 360,9 (J/l)
Exemplo: mesmo compressor, com pressões de ‘design’ diferentes.

414
Ar comprimido
▪ Seleção de equipamentos: compressores

Seleção de compressores:
▪ Para que Pressão devemos selecionar o compressor?

– Nem todas as tecnologias se adequam a determinadas pressões.


Compressores de parafuso: Compressores alternativos:
0,2 a 10 bar(e) > 15 bar(e)

415
Ar comprimido
▪ Seleção de equipamentos: compressores 1 T: 20 ºC / P: -0,015 bar(e)

2 T: 90 ºC / P: 7,65 bar(e)

Seleção de compressores: 3 T: 90 ºC / P: 7,55 bar(e)

▪ A injecção de óleo no elemento compressor tem como função: 4 T: 50 ºC / P: 5 bar(e)

5 T: 26 ºC / P: 7,5 bar(e)
– Lubrificar
Máquina a comprimir a 7,5 bar(e)

– Vedar / Selar

– Arrefecer 1
3 5

4
416
Ar comprimido
▪ Seleção de equipamentos: compressores

Seleção de compressores:
▪ A inexistência de lubrificação não dissipa as temperaturas
geradas no processo de compressão.

1
5
4
5 1 T: 20 ºC / P: -0,015 bar(e)
2 T: 180 ºC / P: 2,3 bar(e)

33 3 T: 30 ºC / P: 2,2 bar(e)
4 T: 180 ºC / P: 7,6 bar(e)
2 5 T: 30 ºC / P: 7,5 bar(e)
6 T: 40 ºC / P: 3 bar(e)
66 417
Ar comprimido
▪ Seleção de equipamentos: compressores

▪ Selecção de compressores:

▪ Qual o tipo de compressor mais

eficiente, para se adequar ao Caudal Compressores isentos de óleo @ 7bar(e)

necessário da instalação?

– A tecnologia de compressão mais

adequada:

418
Ar comprimido
▪ Seleção de equipamentos: compressores

▪ Selecção de compressores:
▪ Que tipo de sistema de regulação se adequa mais ao Perfil
de Consumo da instalação?

Perfil Constante Perfil Variável

419
Ar comprimido
▪ Seleção de equipamentos: compressores

▪ Perfil de consumo constante

▪ Num regime de consumo constante, de um


modo geral as máquinas do tipo carga vazio são
a opção energeticamente mais eficiente. Os
compressores são desenhados para pontos de
eficiência óptimos, que correspondem à
operação a plena carga.
– Compressores de Carga/Vazio

– Compressores Turbo

420
Ar comprimido
▪ Seleção de equipamentos: compressores

Compressores de Carga/Vazio

A pressão varia entre o ponto de abertura e fecho da válvula de admissão


421
Ar comprimido
▪ Seleção de equipamentos: compressores

▪ Compressores Turbo IGV BOV

Linha de ‘Surge’
‘Blow-Off’
5

1
4

2 3

IGV min. Caudal máx.


422
Ar comprimido
▪ Seleção de equipamentos: compressores

▪ Perfil de consumo variável:


▪ Num regime de consumo variável,
máquinas de variação de velocidade são
a opção energeticamente mais eficiente.
Os compressores variam o caudal,
proporcionalmente à velocidade de
rotação e à potência consumida, o que
permite eliminar quase por completo os
tempos de vazio e/ou de ‘blow-off’.

– Compressores de Variação de Velocidade

423
Ar comprimido
▪ Seleção de equipamentos: compressores

▪ Seleção de compressores:
▪ Qual a aplicação para o ar comprimido? O processo admite óleo?

– Quando o nível de risco pretendido é nulo, a seleção deverá recair sempre por compressores isentos de óleo

▪ Compressor Isento de Óleo ▪ Compressor Lubrificado


▪ Garantia de ar 100% isento de óleo. ▪ Ar tecnicamente isento de óleo.
▪ Sem contaminação. ▪ Grande probabilidade de contaminação.
▪ Custo inicial elevado, reduzidos encargos em ▪ Custo inicial baixo, elevados encargos em energia e
energia e manutenção. manutenção.
▪ Classe 0 da ISO 8573-1 ed 2 (2001). ▪ Classe 1 da ISO 8573-1 ed1 (1991). 424
Ar comprimido
▪ Seleção de equipamentos: compressores

▪ Comparação compressores lubrificados e compressores isentos de óleo

425
Ar comprimido
▪ Seleção de equipamentos: compressores

Comparação compressores lubrificados e compressores isentos de óleo

426
Ar comprimido
▪ Seleção de equipamentos: compressores

Comparação compressores lubrificados e compressores isentos de óleo

427
Ar comprimido

▪ Principais Contaminantes

scanning electron microscope optical microscope visible to naked eye

micrometers 0.001 0.01 0.1 1 10 100 1000


(log scale)
general size steam, vapour and smoke dust mist spray droplets

oil vapour coal dust

tobacco smoke human hair


relative size
of pesticides soot (car exhaust) beach sand
common
materials paint pigment water vapour

viruses bacteria mist

428
Ar comprimido
Seleção de secadores

▪ Seleção de equipamentos de tratamento de ar


comprimido:
HUMIDADE PARTÍCULAS ÓLEO ▪ O ar atmosférico contém impurezas. São
vários os contaminantes presentes, que
quando comprimidos aumentam a sua
concentração, podendo ser críticos na
utilização final.
HIDROCARBONETOS VÍRUS BACTÉRIAS

429
Ar comprimido
▪ Seleção de secadores

▪ Seleção de equipamentos de tratamento de ar comprimido

▪ De entre os contaminantes, os mais comuns e que afectam a qualidade


e desempenho dos equipamentos utilizadores de ar comprimido são:

HUMIDADE PARTÍCULAS ÓLEO

430
Ar comprimido
▪ Seleção de secadores

▪ ISO 8573-1: 2010


▪ A norma estabelece classes de pureza do ar mediante os níveis de presença dos vários contaminantes.

EXEMPLO:
Classe 2.4.2. significa:
Partículas Sólidas : máximo 400.000 partículas de 0.1-0.5 µm, 6.000 partículas de 0.5-1 µm e 100 partículas de 1-5 µm
Água: máximo 3°C PDP
431
Óleo: máximo 0,1 mg/m³
Ar comprimido

▪ Seleção de secadores

▪ O que acontece no processo de


compressão?
– O teor de humidade no ar atmosférico,
depende da temperatura ambiente.

– A compressão do ar atmosférico, traduz-se


num aumento de concentração da
humidade:

432
Ar comprimido
▪ Seleção de secadores
EXEMPLO
- Condições atmosféricas:
P atm: 1bar(a)
T amb: 10ºC
- Compressão a 9bar(e) ou 10bar(a)
HR: 100%
Tabela: 9,38 g/m3 T ac = 90ºC
9,38 * 10 = 93,8 g/m3
T Sat = 53ºC

- Arrefecimento
P ac = 9 bar(e),
T ac = 20 + 5 ºC < T Sat
433
Ar comprimido
▪ Seleção de secadores

52 l/h (3780m3/h * 22,83g/m3 * 60% / 1000)


13 l/hr
28°C
100% RH

33 l/h
22,8g/m3 * 60% * 8 = 109,6g/m3
1 l/h
Condições de Referência:
3780 / 8 * (109,6-39,3) Pressão ambiente: 1 Bar (a)
5 l/h Temperatura ambiente: 25°C
HR ar ambiente: 60%
Temperatura entrada: 35°C
FAD: 3780 m3/h
Pressão: 8 bar (a)

434
Ar comprimido

▪ Seleção de secadores

435
Ar comprimido
▪ Seleção de secadores

▪ Eliminação do contaminante PDP: 5°C (6,8g/m3)


SECADORES DE REFRIGERAÇÃO
HR: 6,8g/m3 / 27g/m3 = 25%
água 13 l/hr ADP: 6,8g/m3 / 8bar = 0,85g/m3 = -20°C
28°C (3780/8)*(27g/m3-6,8g/m3)= 9,5 l (73%)
– Seleção do tipo de secador 100% RH
SECADORES DE ADSORÇÃO PDP: -20°C (0,88g/m3) (7,5x menor que 5°C)
mediante o PDP requerido: HR: 0,88g/m3 / 27g/m3 = 3%
ADP:0,88g/m3 / 8Bar = 0,11g/m3 = -40°C
Tipo de Regeneração 12.4 l (95%)
▪ O tipo de tecnologia de 3780 m3/h; 8bar(a); 28°C; - Ar de Purga
PDP: -40°C (0,12g/m3) (7,5x menor que -20°C)
100%HR = 27g/m3 = 13l/h HR: 0,004%
secagem a utilizar, é - Ar Quente
ADP:-58°C/-72°F
- Ar Quente de Compressão 12.7l (98%)
selecionada mediante o
PDP: -70°C (0,0033g/m3) (35x menor que -40°C)
ponto de orvalho HR: 0,001%
ADP:<-80°C/<-112°F
necessário. 12.76l (99%)

436
Ar comprimido
▪ Seleção de secadores

▪ Mediante o Caudal de ar seco


necessário, iremos
dimensionar o tamanho do
secador que se adequa à
necessidade:
Secadores de refrigeração ▪ Quanto maior o caudal
seco necessário, maior a
dimensão do secador.
Caudal

437
Ar comprimido
▪ Seleção de secadores

▪ Outros fatores que influenciam no dimensionamento de um secador:


▪ Pressão de admissão:

– Para o mesmo caudal, quanto mais baixa for a pressão de entrada no secador, maior terá de ser a sua
capacidade.

▪ Temperatura ambiente e de admissão do ar comprimido

– O aumento da temperatura ambiente, influencia a humidade relativa e dessa forma a quantidade de água
“arrastada” para o interior do secador também aumenta, para o mesmo caudal, será necessário
sobredimensionar o secador.

– Quanto mais elevada for a temperatura de entrada no secador, mais saturado estará o ar, então, para o
mesmo caudal, será necessário sobredimensionar o secador. 438
Ar comprimido
▪ Seleção de secadores

▪ Eficiência de um secador de ar comprimido:


▪ Factores que influenciam o desempenho de um secador num SAC:

– Consumo de energia.

– Perda de carga introduzida pelo secador (+1 bar => + 7% energia consumida).

– Consumo de ar comprimido para regeneração do secador (1 l/s @ 7 bar => 0,35


kW).

439
Ar comprimido
▪ Seleção de secadores

▪ Comparativo de custo estimado do ciclo de vida a 10 anos, para diferentes tecnologias de secagem:

440
Ar comprimido
Seleção de filtros

O dimensionamento de um filtro é feito mediante o Caudal de ar a filtrar:

De modo a manter a queda de pressão dentro dos limites aceitáveis, quanto maior
o caudal de ar filtrado, maior a dimensão do filtro.

Caudal 441
Ar comprimido
▪ Seleção de filtros

▪ Outros fatores que influenciam no dimensionamento de um filtro:


▪ Pressão de admissão:
– Para o mesmo caudal, quanto mais baixa for a pressão de entrada no filtro, maior terá de ser a
sua dimensão.
▪ Dimensão de partículas:
– O número e dimensão de partículas presentes no ar comprimido, está dependente da malha de
filtragem, que varia de filtro para filtro.
▪ A quantidade de água líquida e aerossóis de óleo:
– Um filtro coalescente, retém água líquida e aerossóis de óleo do ar comprimido.
▪ A quantidade de vapores de óleo
– A eliminação de vapores de óleo, apenas é possível através da utilização de filtros de carvão
activado. A alternativa de utilização de compressores isentos de óleo deve ser sempre
ponderada.
442
Ar comprimido
▪ Seleção de filtros

▪ Eficiência de um filtro de ar comprimido:


▪ Factores que influenciam o desempenho de um filtro num SAC:

– Perda de carga introduzida pelo fitro (+1 bar => + 7% energia consumida).

443
Ar comprimido
Selecção de sistemas de tratamento de ar comprimido

▪ Resumo da norma ISO 8573-1: 2010:

Item Descrição Item Descrição


1 Compressor lubrificado com aftercooler e separador de água 6 Secador de Refrigeração
2 7 Secador de Adsorção
Filtro coalescente para proteção geral, que remove água em estado liquido, aerossol
de óleo até 0,1 mg/m3 (0,1ppm) e partículas até 1 mícron.

3 8 Compressor com secador


Filtro coalescente de elevada eficiência, que remove água em estado liquido, aerossol
integrado
de óleo até 0,01 mg/m3 (0,01ppm) e partículas até 0,01 mícron.

4 9 Torre de carvão ativado


Filtro de carvão activado para remoção de vapor de água e odores de hidrocarboneto,
com um teor de óleo remanescente, de 0,003 mg/m3 (0,003ppm).

5 Filtro de partículas para protecção contra pó, que removem partículas até 0,01 -
mícron. 444
Ar comprimido

I. Identificação de custos fixos e variáveis na operação de uma instalação de ar comprimido.


II. Adequação do tipo de instalação de ar comprimido – centralizada ou descentralizada.
III. Requisitos de um SAC.
IV. Seleção de Equipamentos (compressores, secadores e filtros).
V. Localização da central de compressores.
VI. Rede de distribuição de ar comprimido – sua conceção e manutenção adequadas.
VII. Indicadores globais da eficiência de um sistema de ar comprimido.
Conteúdos VIII. Custos do ciclo de vida de um sistema de ar comprimido.
programáticos
IX. Onde procurar melhorias de eficiência energética e obter economias de energia?
X. Como conduzir um diagnóstico energético num sistema de ar comprimido?
445
Ar comprimido
▪ Localização da central de compressores

▪ No local a instalar a central de compressores, devem ser previstas as condições


necessárias de espaço e utilidades, para uma operação adequada dos mesmos.
▪ A implantação deve prever:
– Área adequada, chão com pendente para caleiras, para escoamento de águas
de limpeza.
– Maciços nivelados, com capacidade suficiente para apoiar os equipamentos.
Sistemas antivibráteis são normalmente integrados no compressor.

446
Ar comprimido

▪ Localização da central de compressores

▪ Localização da central de compressores:


▪ Espaço para manutenção
– Espaço amplo em redor dos equipamentos.
– A disposição dos equipamentos deverá facilitar a entrada e saída de todas as
máquinas da central.
– Considerar meios de elevação para movimentação de peças pesadas.

447
Ar comprimido

▪ Localização da central de compressores

▪ Localização da central de compressores:


▪ Meio de arrefecimento - Ar.
– Encaminhar ar fresco e limpo, para a admissão.
– Considerar grelhas de admissão para boa ventilação da sala.
– Exaustão de ar quente encaminhada para o exterior da sala.

448
Ar comprimido

▪ Localização da central de compressores

▪ Localização da central de compressores:


▪ Meio de arrefecimento - Água.
– Compressores arrefecidos por água, considerar um fornecimento contínuo de água
tratada, com caudal e temperatura adequadas para arrefecimento do(s) compressor(es).
– Considerar grelhas de admissão que garantam a ventilação para compressão.

Circuito Aberto

Circuito Fechado
449
Ar comprimido

▪ Localização da central de compressores

▪ Localização da central de compressores:


▪ Alimentação elétrica adequada. 800

Corrente de Arranque
– O quadro de alimentação, deve ser munido 700

600

de uma proteção individual por


500
Y-D
DOL
equipamento (disjuntor ou fusível), com Soft Starter

% Corrente
400

VSD
poder de corte para a máxima corrente 300

consumida pela máquina e curva adequada 200

100

ao sistema de arranque (Y-D, arrancador


0

suave, variação de velocidade, etc). 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

Segundos
16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

450
Ar comprimido

▪ Localização da central de compressores

▪ Localização da central de compressores:


▪ Alimentação elétrica adequada.

– Cabo de alimentação bem dimensionado, tendo em


conta a potência consumida pelo compressor, a tensão
de alimentação, a temperatura ambiente, o tipo de
caminho de cabo utilizado e a distância ao quadro de
alimentação.

– A protecção contra correntes de fuga, em máquinas de


variação de velocidade, deverá ser feita por
equipamento adequado ao tipo de sistema (correntes
não sinusoidais).
451
Ar comprimido

▪ Localização da central de compressores

▪ Localização da central de compressores:


▪ Recolha de condensados.
– Condensados lubrificados, antes de encaminhados para o esgoto, devem ser tratados para eliminar o
teor de óleo.
– Condensados de compressores isentos de óleo, pode ser encaminhados directamente para o esgoto.

452
Ar comprimido

▪ Localização da central de compressores

▪ Localização da central de compressores:


▪ Reutilização do calor de compressão.
– A localização da central de compressor deverá tomar em consideração a possivel recuperação
de energia em: caldeiras, ‘chillers’ de absorção, aquecimento de ar ambiente, ...
– Num compressor, a energia térmica pode ser recuperada!

Potência ao veio 100%

Perdas por Calor remanescente no ar


radiação 2% comprimido 4%

Energia recuperável 94% 453


Ar comprimido

I. Identificação de custos fixos e variáveis na operação de uma instalação de ar comprimido.


II. Adequação do tipo de instalação de ar comprimido – centralizada ou descentralizada.
III. Requisitos de um SAC.
IV. Seleção de Equipamentos (compressores, secadores e filtros).
V. Localização da central de compressores.
VI. Rede de distribuição de ar comprimido – sua conceção e manutenção adequadas.
VII. Indicadores globais da eficiência de um sistema de ar comprimido.

Conteúdos VIII. Custos do ciclo de vida de um sistema de ar comprimido.


programáticos
IX. Onde procurar melhorias de eficiência energética e obter economias de energia?
X. Como conduzir um diagnóstico energético num sistema de ar comprimido?
454
Ar comprimido

Rede de distribuição de ar comprimido

▪ Conceção de uma rede de ar comprimido:


▪ No dimensionamento de uma rede de distribuição de ar comprimido,
considerar sempre perdas de carga baixas:

– Calcular o diâmetro da tubagem (d), considerando uma perda de carga


máxima admissível (ΔP) de 0,1 bar.

455
Ar comprimido

▪ Rede de distribuição de ar comprimido

▪ Conceção de uma rede de ar comprimido:


– O diferencial de 1 bar na pressão produzida pelos compressores, implica 7% de
aumento na energia consumida nos compressores.

+ 7 % de Consumo de Potência

7,5 bar 7,4 bar

7,3 bar
8 bar

7 bar 7,1 bar 7,2 bar


456
Ar comprimido

▪ Rede de distribuição de ar comprimido

▪ Conceção de uma rede de ar comprimido:


▪ No dimensionamento de uma rede de distribuição de ar comprimido, sempre que possível,
considerar a rede de distribuição em anel fechado:
‒ O caudal tende a dividir-se pelos ramais, introduzindo menor perda de carga.
‒ Maior estabilidade de pressão.
‒ Maior flexibilidade na manutenção da rede (introdução de válvulas de seccionamento).

7,5 bar 7,5 bar

7,5 bar
8 bar

7,5 bar 7,5 bar 7,5 bar


457
Ar comprimido

▪ Rede de distribuição de ar comprimido

▪ Conceção de uma rede de ar comprimido:


▪ No desenho de uma rede de distribuição de ar comprimido, evitar a utilização de transições
sinuosas:

– Utilizar acessórios de dimensões adequadas como curvas de raio largo.

– Evitar estrangulamentos bruscos como reduções acentuadas na secção da tubagem.

– Utilização de válvulas de macho esférico ou borboleta com secções francas de passagem.

458
Ar comprimido

▪ Rede de distribuição de ar comprimido

– A queda de pressão Δp, normalmente deve


ficar abaixo de 0,1 bar(e). No entanto para
uma rede de distribuição de baixa pressão,
por exemplo a 3 bar(e) este valor é
demasiados elevado.

– De um modo geral, o Δp deverá ser inferior


a 1,5% da pressão de trabalho.

459
Ar comprimido

▪ Rede de distribuição de ar comprimido

▪ Conceção de uma rede de ar comprimido:


▪ Verificar sempre as condições de operação da rede. Salvaguardar as
mesmas de uma degradação permatura.

– Actualmente a utilização de secadores cada vez mais eficientes,


elimina a presença da água nas tubagens, salvaguardando-a de uma
degradação permatura.

– Utilizar materiais compatíveis com o meio ambiente e com a


qualidade pretendida no ar comprimido. A agressividade do meio
ambiente pode gerar a degradação da tubagem e o consequente
aparecimento de fugas.
460
Ar comprimido

I. Identificação de custos fixos e variáveis na operação de uma instalação de ar comprimido.


II. Adequação do tipo de instalação de ar comprimido – centralizada ou descentralizada.
III. Requisitos de um SAC.
IV. Seleção de Equipamentos (compressores, secadores e filtros).
V. Localização da central de compressores.
VI. Rede de distribuição de ar comprimido – sua conceção e manutenção adequadas.
VII. Indicadores globais da eficiência de um sistema de ar comprimido.

Conteúdos VIII. Custos do ciclo de vida de um sistema de ar comprimido.


programáticos
IX. Onde procurar melhorias de eficiência energética e obter economias de energia?
X. Como conduzir um diagnóstico energético num sistema de ar comprimido?
461
Ar comprimido

Indicadores globais da eficiência de um SAC

Desempenho energético dos SAC’s - O desempenho energético de um SAC é obtido com dois
tipos distintos de análise:

‒ Análise localizada

‒ Análise global

462
Ar comprimido

▪ Indicadores globais da eficiência de um SAC

Desempenho energético dos SAC’s : Análise localizada


Esta análise foca-se principalmente na eficiência individual de cada compressor
e/ou no grupo de equipamentos que compõem a central de ar comprimido.
‒ Ex. J/l; Kwh/m3 … (energia consumida por unidade de ar produzido)

Análise Localizada - Âmbito


- Complexidade

Eficiência global
Eficiência na
produção de ar
comprimido
Eficiência do
equipamento

463
Ar comprimido

▪ Indicadores globais da eficiência de um SAC

Desempenho energético dos SAC’s: Análise localizada:

‒ Uma instalação quando analisada de forma localizada, é medida pela quantidade de


energia despendida para produzir uma unidade de volume de ar comprimido.

Equipamento CAUDAL@
isolado/central X bar
compressores

‒ O rácio J/l é designado por SER (Specific Energy Requirement), ou seja consumo
específico de energia.
464
Ar comprimido

▪ Indicadores globais da eficiência de um SAC

Desempenho energético dos SAC’s: Análise localizada:

‒ A análise localizada é de extrema importância, permite obter uma visão real


das seguintes variáveis:
- Eficiência individual de cada equipamento.
- Eficiência da central de ar comprimido, tendo como base a pressão
ajustada e o caudal de ar consumido na rede.
- Potencial de recuperação de energia térmica.

- Perdas de Carga nos coletores da central.

465
Ar comprimido

▪ Indicadores globais da eficiência de um SAC

Desempenho energético dos SAC’s: Análise global:


‒ O desempenho energético dos SAC’s, quando analisado de forma global, é medido pela
quantidade de energia despendida no SAC, por cada unidade de uma determinada medida de
produto acabado (KWh/ton).

Produto acabado

SAC
466
Ar comprimido

▪ Indicadores globais da eficiência de um SAC

Desempenho energético dos SAC’s: Análise global


‒ Esta análise é mais abrangente, e muito mais complexa, mas permitirá obter dados, que irão
revelar o “peso” do Ar Comprimido nos custos de produção.
‒ Ex. KWh consumidos na central de ar comprido por tonelada de produto acabado …KWh/t,

- Âmbito
- Complexidade

Eficiência global
Eficiência na
produção de ar
comprimido
Eficiência do
equipamento Análise Global
467
Ar comprimido

I. Identificação de custos fixos e variáveis na operação de uma instalação de ar comprimido.


II. Adequação do tipo de instalação de ar comprimido – centralizada ou descentralizada.
III. Requisitos de um SAC.
IV. Seleção de Equipamentos (compressores, secadores e filtros).
V. Localização da central de compressores.
VI. Rede de distribuição de ar comprimido – sua conceção e manutenção adequadas.
VII. Indicadores globais da eficiência de um sistema de ar comprimido.

Conteúdos VIII. Custos do ciclo de vida de um sistema de ar comprimido.


programáticos
IX. Onde procurar melhorias de eficiência energética e obter economias de energia?
X. Como conduzir um diagnóstico energético num sistema de ar comprimido?
468
Ar comprimido

Custos do ciclo de vida de um SAC

Custos do ciclo de vida dos SAC’s

Os três pontos fundamentais para calcular os custos do ciclo de


vida de um SAC são:

Energia Elétrica
• Investimento na aquisição dos equipamentos e redes. Investimento Inicial
Manutenção
• Manutenção dos equipamentos.
• Consumo energético dos equipamentos ao longo do
ciclo de vida útil.

469
Ar comprimido

▪ Custos do ciclo de vida de um SAC

Investimento Inicial vs. Energia Consumida:

• Um compressor lubrificado de 160 KW refrigerado por ar, que tenha um regime de trabalho
100% do tempo em carga, passados 12 meses, originou custos energéticos que ultrapassam
os custos da sua aquisição.

175 KW X 8760h = 1.533.000 KWh

1.533.000 KWh X 0,095 €/KWh = 145.635,00 € / Ano

12.136,00 €/mês

470
Ar comprimido

▪ Custos do ciclo de vida de um SAC

Manutenção:

▪ Uma manutenção eficaz, é essencial para a eficiência energética nos Sistemas de Ar Comprimido.

▪ Quando não é feita a manutenção adequada aos equipamentos em causa, o custo da energia consumida
tende a aumentar, assim como a diminuição da vida útil dos componentes e a redução da fiabilidade dos
equipamentos.

- Custo de manutenção
- Fiabilidade
- Plano de intervenções
- Eficiência energética global
programadas
- Qualidade do ar comprimido
- Inspecções periódicas

Curto prazo Longo prazo


471
Ar comprimido

I. Identificação de custos fixos e variáveis na operação de uma instalação de ar comprimido.


II. Adequação do tipo de instalação de ar comprimido – centralizada ou descentralizada.
III. Requisitos de um SAC.
IV. Seleção de Equipamentos (compressores, secadores e filtros).
V. Localização da central de compressores.
VI. Rede de distribuição de ar comprimido – sua conceção e manutenção adequadas.
VII. Indicadores globais da eficiência de um sistema de ar comprimido.

Conteúdos VIII. Custos do ciclo de vida de um sistema de ar comprimido.


programáticos
IX. Onde procurar melhorias de eficiência energética e obter economias de energia?
X. Como conduzir um diagnóstico energético num sistema de ar comprimido?
472
Ar comprimido

Onde procurar melhorias de eficiência

Onde existe potencial de melhoria:


• Num SAC, podemos dizer que existe potencial de melhoria, desde o
quadro de alimentação elétrica aos equipamentos, até ao último ponto
de consumo na extremidade da rede.

• Os mais óbvios são:


• Fugas.
• Quedas de pressão.
• Manutenção insuficiente.
• Equipamento mal ajustado ou com gestão deficiente.
• Equipamento sobredimensionado.
• …
473
Ar comprimido

▪ Onde procurar melhorias de eficiência

Melhoria de eficiência – Onde existe potencial de melhoria:

• Os desperdícios energéticos nem sempre são óbvios, poderão estar


camuflados ou dissimulados com:

• Fugas em locais ruidosos ou coletores subterrâneos.

• Coletores subdimensionados para os consumos atuais (perda de


carga).

• Quedas de pressão, originadas por redução da secção interior da


tubagem (depósito de detritos).

474
Ar comprimido

▪ Onde procurar melhorias de eficiência

Melhorias de eficiência – Onde existe potencial de melhoria:

• A forma mais fiável para encontrar desperdícios energéticos inerentes a desvios das zonas
ótimas de operação de um SAC, é a realização de auditorias energéticas periódicas.
• O acompanhamento regular da operação de um SAC, permite identificar anomalias no
seu funcionamento.

• Atualmente, existem sistemas que permitem uma monitorização em tempo real das variáveis
de um sistema de ar comprimido, os quais possibilitam encontrar desvios significativos dos
valores de referência.
• Estes meios devem ser utilizados como um complemento à auditoria energética, uma
vez que os constantes avanços tecnológicos também podem dar origem a soluções mais
eficientes, os quais não serão contempladas pelos sistemas automáticos de
supervisão/monitorização.
475
Ar comprimido

▪ Onde procurar melhorias de eficiência

Melhorias de eficiência – Onde existe potencial de melhoria:

• Alteração da tecnologia de compressão:

• Existem várias tecnologias de compressão. Não há uma tecnologia ideal, haverá sim, a
que melhor se adapta a cada sistema produtivo.

- Lubrificados ou isentos de óleo?


- Volumétricos ou turbo compressores?
- Pistão, parafuso, espiral, lóbulos?
- Velocidade fixa ou velocidade variável?
- Baixa pressão ou alta pressão?
476
Ar comprimido

▪ Onde procurar melhorias de eficiência

Melhorias de eficiência – Onde existe potencial de melhoria:

• Alteração da tecnologia de compressão:


• Para identificar qual a solução que melhor se adapta a cada instalação, devem ser colocadas as
seguintes questões:
• Existem exigências de produção definidas para a qualidade do ar?
• Ar isento ou lubrificado?
• Perfil de consumo estável ou muito variável?
• Consumidor de grandes caudais ou baixo consumo de ar?
• A pressão de trabalho é igual para todos os utilizadores?
• Quais os limites de pressão de operação dos equipamentos?

Adaptar a tecnologia instalada às reais necessidades, será sinónimo de eficiência energética e qualidade do produto
acabado. 477
Ar comprimido

▪ Onde procurar melhorias de eficiência

Melhorias de eficiência – Onde existe potencial de melhoria:

• Sistemas de tratamento:

• Existem várias tecnologias de tratamento de ar, dependendo do grau de


pureza exigido, deverá ser selecionada a opção mais eficiente.
• Normalmente é o processo de fabrico que estipula o tipo de tratamento, de
acordo com as normas de qualidade de cada empresa.

- Secadores de refrigeração, adsorção, membrana, etc…


- Desde pontos de orvalho positivos até -70ºC.
- Sistemas de filtragem e tratamento de ar comprimido, sistemas de ar respirável, …
- Outros.
478
Ar comprimido

▪ Onde procurar melhorias de eficiência

Melhorias de eficiência – Onde existe potencial de melhoria:

• Sistema de gestão eficiente:


Gestão de funcionamento
- Seleção do compressor energeticamente mais
eficiente tendo em conta a pressão de trabalho e
o caudal consumido no processo

Perfil de operação
- Redução de horas de vazio
- Redução de arranques intempestivos
- Redução de custos de manutenção

Pressão
- Regulação de pressão única para os compressores
- Redução do valor da pressão média na central

Velocidade variável
-Operação na zona/ponto ótimo
479
Ar comprimido

▪ Onde procurar melhorias de eficiência

Melhorias de eficiência – Onde existe potencial de melhoria:

• Recuperação de energia térmica:

• O processo de compressão de ar origina elevada carga térmica.

• A carga térmica, na maioria das aplicações, terá que ser removida


por meio de sistemas auxiliares de arrefecimento.

• Os sistemas de recuperação térmica, permitem reaproveitar a


energia sobre a forma de calor para aquecimento de água. Essa
água poderá ser usada em variadíssimas aplicações industriais. 480
Ar comprimido

▪ Onde procurar melhorias de eficiência

Melhorias de eficiência – Onde existe potencial de melhoria:

• Recuperação de energia térmica:

• Destacam-se algumas das utilizações:

- Aquecimento central (climatização)


- Águas para utilização em balneários.
- Adição de água pré-aquecida no processo.
- Lavagens em processos de fabrico.
- Bacias “Banho Maria”.
- … 481
Ar comprimido

▪ Onde procurar melhorias de eficiência

Melhorias de eficiência – Onde existe potencial de melhoria:

• Perdas de carga nas redes / Redimensionamento de coletores:

• O crescimento de uma unidade fabril ao longo dos anos, obriga a


um redimensionamento das utilidades existentes. O ar comprimido
a respetiva rede deverão ser também objeto dessa mesma
intervenção.

• Com o aumento de consumo, a rede de ar deverá ser


redimensionada garantindo uma perda de carga mínima entre a
central de compressores e todos os pontos de consumo.
482
Ar comprimido

▪ Onde procurar melhorias de eficiência

Melhorias de eficiência – Onde existe potencial de melhoria:

• Perdas de carga nas redes / Redimensionamento de coletores:

Esta análise, permite-nos estimar as perdas energéticas associadas à operação dos compressores a
uma pressão mais elevada, assim como determinar os troços que carecem de intervenção, com o
objetivo de equalizar a pressão entre a central de ar comprimido e os vários consumidores. 483
Ar comprimido

▪ Onde procurar melhorias de eficiência

Melhorias de eficiência – Onde existe potencial de melhoria:

• Fugas na instalação:
• Como as redes normalmente percorrem toda a unidade fabril,
estão sujeitas aos mais variados agentes externos, a deteção de
fugas periódica deverá ser prioritária e estendida a toda a área
fabril.

• Coletores principais e ramificações


• Equipamentos auxiliares de produção
• Equipamentos de controlo e acionamento
• Tubagens flexíveis inadequadas às condições do ambiente
• Válvulas.
• Tubagens aéreas ou soterradas 484
Ar comprimido

▪ Onde procurar melhorias de eficiência

Melhorias de eficiência – Onde existe potencial de melhoria:

• Manutenção adequada dos equipamentos:

• A execução das ações de manutenção preventiva conforme


indicação do fabricante, poderão entre outros aspetos melhorar a
eficiência dos equipamentos.

• Uma manutenção cuidada:


– Minimiza as avarias imprevistas, evitando perdas de
produção.
– Prolonga a vida útil dos equipamentos.
– Garante a qualidade do ar comprimido.
– Diminui os custos energéticos.
485
– …
Ar comprimido

▪ Onde procurar melhorias de eficiência

Melhorias de eficiência – Onde existe potencial de melhoria:

• Manutenção adequada dos equipamentos: 1 bar 7% energia


0,8 bar 6% energia

P.A. 67KW + 6% = 71,02 kW


• A execução tardia das ações de manutenção, podem levar a 6 meses 4320h x 80% carga = 3456h
paragens por avaria e a consumos energéticos significativos: Perdas = 3456 x 4,02 = 13 893 kWh

0,10€/kWh x 13.893 kWh = 1.389,31 € (perdas)


• Exemplo:
• Filtro separador num compressor de injeção de óleo:
– Compressor injeção de óleo de 7,5 bar; P.A. 67 Kw;
80% de tempo em carga
– Δp Sep.
– 0,8 bar > normal + 6 meses = 1,389,00€ em Energia
486
Ar comprimido

▪ Onde procurar melhorias de eficiência

Melhorias de eficiência – Onde existe potencial de melhoria:

• Manutenção adequada dos equipamentos:

• Perda de carga nos filtros de linha.

• Uma colmatação de um filtro pode originar:


– Paragens de produção por pressão baixa.
– Instabilidade na pressão e na regulação dos compressores.
– Degradação da qualidade do ar.
– Aumento dos custos energéticos.
– …

487
Ar comprimido

▪ Onde procurar melhorias de eficiência

Melhorias de eficiência – Onde existe potencial de melhoria:

• Manutenção adequada dos equipamentos:

• Perda de carga nos equipamentos de secagem.

• A colmatação interna de um permutador ou o seu


congelamento no caso concreto de um secador frigorífico
pode originar:

– Paragens de produção por pressão baixa.


– Instabilidade na pressão e na regulação dos compressores.
– Degradação da qualidade do ar.
– Aumento dos custos energéticos.
– … 488
Ar comprimido

▪ Onde procurar melhorias de eficiência

Melhorias de eficiência – Onde existe potencial de melhoria:

• Na utilização do ar comprimido:
• Pequenas alterações/ajustes que podem representar uma redução do consumo
de ar e uma melhoria no desempenho.

• Destacam-se as seguintes soluções:


• Utilização / reajuste de redutores de pressão.
• Pistolas de sopro (reduzir diâmetro do orifício).
• Secadores de adsorção sem economia de purga.
• Utilização de “venturi” para criar vácuo (substituir por bomba de vácuo).
• Baixar a pressão da rede ao mínimo admissível.
• Aplicação de reservatórios junto a consumidores onde sejam originados
picos de consumo.
• … 489
Ar comprimido

▪ Onde procurar melhorias de eficiência

▪ Melhorias de eficiência – Tabela de implementação de melhorias:


Medidas % de aplicação (1) % de ganhos (2) Contribuição potencial (3)
Instalação ou renovação do sistema

Melhoria dos acionamentos (motores de alto rendimento) 25% 2% 0,5%


Melhoria dos acionamentos (variadores eletrónicos de velocidade) 25% 15% 3,8%
Melhoria do compressor 30% 7% 2,1%
Utilização de sistemas de controlo sofisticados e precisos 20% 12% 2,4%
Recuperação de calor para outras utilizações 20% 20% 4,0%
Melhoria do sistema de arrefecimento, da secagem e da filtragem 10% 5% 0,5%
Concepção geral do sistema, incluindo sistemas de multi-pressão 50% 9% 4,5%
Redução de perdas de carga 50% 3% 1,5%
Optimização de dispositivos de utilização final, consumidores de ar comprimido 5% 40% 2,0%
Operação e manutenção do sistema

Redução de fugas de ar comprimido 80% 20% 16,0%


Maior frequência na substituição de filtros 40% 2% 0,8%
TOTAL 32,9%(4)
Legenda:
(1)% de sistemas em que a medida é aplicável e viável economicamente
(2)% de redução do consumo energético anual
(3)Contribuição potencial = Aplicação x Economia
(4)Para a realidade portuguesa, a economia total média estará mais próxima dos 25-30%

490
Fonte: Compressed Air Systems in the European Union – Energy, Emissions, Savings Potential and Policy Actions”; Radgen, Peter; Blaustein, Edgar – LOG_X Ed. 2001”
Ar comprimido

I. Identificação de custos fixos e variáveis na operação de uma instalação de ar comprimido.


II. Adequação do tipo de instalação de ar comprimido – centralizada ou descentralizada.
III. Requisitos de um SAC.
IV. Seleção de Equipamentos (compressores, secadores e filtros).
V. Localização da central de compressores.
VI. Rede de distribuição de ar comprimido – sua conceção e manutenção adequadas.
VII. Indicadores globais da eficiência de um sistema de ar comprimido.

Conteúdos VIII. Custos do ciclo de vida de um sistema de ar comprimido.


programáticos
IX. Onde procurar melhorias de eficiência energética e obter economias de energia?
X. Como conduzir um diagnóstico energético num sistema de ar comprimido?
491
Ar comprimido
Como conduzir um diagnóstico energético
▪ Auditorias a redes de ar comprimido

1- Pré-Auditoria
- Definir planos de ação.
Abordagem - Estimar possíveis poupanças.

2-Auditoria
- Registo efetivo de dados.
Auditoria Recomendações
- Identificar poupanças tangíveis de forma mais precisa.
- Simular cenários para melhorias.
- Relatório detalhado.
Pré- Auditoria
3-Recomendações
- Com base no relatório, eleger as melhorias mais
significativas, mais simples e criar planos para as
implementar.

4-Optimização
- Implementação das medidas/soluções eleitas.

5-Monitorização
- Análise em tempo real das poupanças e comportamento
Otimização do sistema após implementação de medidas.
Auditorias
regulares Monitorização
6-Auditorias Regulares
- Definir planos de análise para as auditoria anuais.
492
- Aferir resultados obtidos na monitorização.
Ar comprimido
▪ Como conduzir um diagnóstico energético
▪ Auditorias a redes de ar comprimido

1. Pré-auditoria
É um ponto muito importante do processo, nesta fase. Define-se qual o plano de ação para uma auditoria.

• Todos os intervenientes no sistema produtivo devem ser envolvidos no processo:

• Produção
• Manutenção
• Planeamento
• Controlo de qualidade
• Controlo de custos
• Gestão de energia
• …
493
Ar comprimido
▪ Como conduzir um diagnóstico energético
▪ Auditorias a redes de ar comprimido

1. Pré-auditoria
Entre outras, devem ser colocadas as seguintes questões:

- Existe “layout” da instalação Atualizado?


- Qual a tecnologia implementada na produção e tratamento do ar comprimido?
- Qual o âmbito da auditoria (potência, caudal, pressão ou outras relevantes para o estudo)?
- Qual a utilização do ar comprimido e onde estão localizados os grandes consumidores?
- Quais são as especificações do ar comprimido (pressão, caudal e qualidade do ar)?
- Existem dados relativos à utilização / perfil de operação?
- Como “funciona” o processo de fabrico, existe utilidade para água quente, …?
- Determinadas tarefas poderão ser executadas em regime noturno (energia mais barata)?
- Quais os custos atuais com o ar comprimido
- …
494
Ar comprimido
▪ Como conduzir um diagnóstico energético
▪ Auditorias a redes de ar comprimido

Pré-auditoria
1. Pré-auditoria

O que medir Plano de trabalhos - Auditoria


Onde medir
- Pressão - O que medir
- Localizar e analisar condições das
- Caudal - Onde medir tubagens de ar comprimido para
- Potência/ Energia - Como medir instalação de equipamentos
- Termografia - Que recursos disponibilizar - Condições dos quadros eléctricos para
- Ponto de orvalho medição de potência/energia
- Quais os aspetos adicionais a
- Fugas por ultrasom focar - Análise das condições ambientais dos
locais das medições
- etc...

Aspectos adicionais a focar


- Tipo de processo de fabrico Como medir
Que recursos disponibilizar - Rede de ar comprimido - Definir que tipo de
equipamentos utilizar no
- Equipas internas - Consumo final no processo registo e leitura de dados
- Equipas externas/ Consultores - Utilização de água quente
- Quais as especificações da rede
495
- Etc…
Ar comprimido
▪ Como conduzir um diagnóstico energético
▪ Auditorias a redes de ar comprimido

2. Auditoria

• Uma auditoria a um SAC é muito diversificada, a análise de dados poderá ser muito simples
ou bastante complexa, dependendo do âmbito pretendido.

• Os dados obtidos, dependem do perfil de operação do equipamento, do desempenho do


mesmo, do perfil de consumo, da alimentação elétrica, das condições ambientais, …

• Tipicamente as variáveis a analisar são:


• Energia consumida
• Pressão
• Caudal
• PDP (se aplicável)
496
Ar comprimido
▪ Como conduzir um diagnóstico energético
▪ Auditorias a redes de ar comprimido

2. Auditoria
Âmbito de uma auditoria

497
Ar comprimido
▪ Como conduzir um diagnóstico energético
▪ Auditorias a redes de ar comprimido

2. Auditoria
Âmbito de uma auditoria

498
Ar comprimido
▪ Como conduzir um diagnóstico energético
▪ Auditorias a redes de ar comprimido

2. Auditoria
Registo de dados num compressor.

Termografia
- Análise termográfica dos componentes elétricos e
mecânicos dos equipamentos

Análise da eficiência
- Registo dos consumos energéticos, caudal produzido
e pressão de trabalho, em tempo real.

Histórico do equipamento
- Análise do registo de manutenção
- Inspeção sumária ao equipamento para identificar
possíveis avarias ou necessidades de manutenção.

499
Ar comprimido
▪ Como conduzir um diagnóstico energético
▪ Auditorias a redes de ar comprimido

2. Auditoria
Registo de dados em secadores e equipamentos de tratamento de ar.

Cond. Ambientais Medição PDP


- Humidade relativa - Análise do ponto de
orvalho sob pressão
- Pressão Atmosférica
- Temperatura

Medição Contaminantes
- Vapor de Óleo, Partículas, Gases …,
(ISO8573) 500
Ar comprimido
▪ Como conduzir um diagnóstico energético
▪ Auditorias a redes de ar comprimido

2. Auditoria
Registo de dados (caudal e pressão) na central de ar comprimido e rede.

Caudal e pressão
- Caudal total consumido
Caudal parcial
- Pressão de referência
- Caudal parcial consumido

Perdas Carga
- Análise de perda de carga

501
Ar comprimido
▪ Como conduzir um diagnóstico energético
▪ Auditorias a redes de ar comprimido

2. Auditoria
O registo de caudal requer cuidados acrescidos com o posicionamento dos caudalímetros, de
forma a não corromper as leituras devido ao efeito laminar.

• Devem ser considerados 20x Ø a montante e 50x Ø a jusante.


FLOW

(c) 2004-2005 VPInstruments, Delft, NL. Duplication by any means prohibited.


502
Ar comprimido
▪ Como conduzir um diagnóstico energético
▪ Auditorias a redes de ar comprimido

2. Auditoria:

• Deteção de fugas

• As fugas numa instalação podem representar em média a 15 a


20% do consumo total de ar comprimido.

• A deteção poderá ser efetuada por métodos convencionais


(pouco eficiente), e por meio de equipamentos de deteção por
ultrassons.

503
Ar comprimido
▪ Como conduzir um diagnóstico energético
▪ Auditorias a redes de ar comprimido

2. Auditoria
• Análise e simulação de cenários
• Obtenção do perfil de operação da central / rede de ar comprimido
• Identificação das reais necessidades do processo (Pressão-Caudal)
• Identificar eventos registados e relacionados com o processo que possam influenciar o
comportamento da rede de ar comprimido.

- Os dados devem ser cruzados com o perfil de produção.


- Deve existir uma interação ativa com todos os intervenientes (produção, manutenção, …) 504
Ar comprimido
▪ Como conduzir um diagnóstico energético
▪ Auditorias a redes de ar comprimido

3. Recomendações
• Apresentação de resultados e recomendações.
• O resultado da auditoria a uma rede de ar comprimido, permite identificar dois
pontos bem definidos:
• Qual o perfil de consumo do sistema de ar comprimido (total ou parcial
dependendo do tipo de estudo)
• O que fazer para tornar o sistema mais eficiente (recomendações)

• As recomendações devem ser claras, e conter informação precisa relativamente à ação a


realizar.
• As ações propostas devem ser realistas e estar sempre em concordância com os objetivos
e normas em vigor na empresa.
Implementação

Recomendação Otimização
505
Ar comprimido
▪ Como conduzir um diagnóstico energético
▪ Auditorias a redes de ar comprimido

4. Otimização
• Implementação e Otimização.
• Este processo passa pela implementação das soluções/melhorias.
• O período de implementação deve ser definido à partida.
• Quanto mais curto o período de implementação, mais rápido será obtida a
redução de custos com o ar comprimido.
• O processo de implementação deve de interferir o mínimo possível com o
processo produtivo.

• O processo de otimização, é considerado após a implementação das melhorias e


soluções e estas começam a surtir algum efeito, embora ainda necessitem de alguns
ajustes ou afinações.
Implementação

Recomendação Otimização
506
Ar comprimido
▪ Como conduzir um diagnóstico energético
▪ Auditorias a redes de ar comprimido

5. Monitorização

Os sistemas de monitorização, acima de tudo garantem em tempo real, que o


sistema está a operar dentro dos limites estabelecidos, permitindo identificar
desvios significativos do espectável.

507
Ar comprimido
▪ Como conduzir um diagnóstico energético
▪ Auditorias a redes de ar comprimido

6. Auditorias regulares
• Uma instalação industrial está em permanente mudança. Os sistemas de monitorização analisam de
forma contínua as condições de operação implementadas.

• Existem sistemas de monitorização online que permitem registar alterações no perfil, o que permite uma
rápida correção das mesmas, no entanto existem situações em que será necessário uma análise mais
precisa e detalhada, das quais se destacam:
• Alteração significativa dos consumos de ar.
• Alteração dos processos de produção.
• Evoluções tecnológicas.
• Aumento progressivo do caudal de fugas de ar.
• Alterações da qualidade do produto final causados por contaminação do ar comprimido.

508
• As auditorias periódicas devem ser uma constante, de modo a garantir a máxima eficiência global da unidade fabril.
FIM DO TEMA 5
Agradecemos a vossa atenção

509
Estrutura da formação

1. Enquadramento legal e programas operacionais de gestão de energia

2. ISO 50001 – Sistemas de Gestão de Energia

3. Redes de produção e distribuição de vapor

4. Eficiência energética de equipamentos

5. Ar comprimido

6. Equipamentos de medição

7. Auditorias Energéticas

510
Equipamentos de medição

Equipamentos de medição: Setor elétrico

• Pinça amperimétrica
• Analisador de energia para redes trifásicas desequilibradas em baixa tensão

Equipamentos de medição: Setor térmico

Conteúdos • Analisador de combustão portátil


programáticos • Higrotermoanemómetro
• Caudalímetros

511
Setor Elétrico

Equipamento mínimo necessário para efetuar medições


elétricas

Multímetro com pinça amperimétrica

Analisador de grandezas elétricas para sistemas trifásicos desequilibrados

512
Setor Elétrico
Pinça Amperimétrica

Converte uma corrente nominal elevada em outra mais baixa para poder ser medida por um equipamento.

EXEMPLO: Como determinar o consumo de eletricidade de um compressor de ar?

𝑘𝑊 ℎ =  𝟑 × 𝑼𝑐 × 𝐼 × cos 𝒋 × ℎ / 1000

Energia
Sistema k
trifásico Corrente Fator de
potência
Tensão
(diferença de potencial)
fase-fase

513
Setor Elétrico
Pinça Amperimétrica
Medição da intensidade da corrente

Os amperímetros que medem a corrente a partir do campo magnético são chamadas pinças amperimétricas.
Abrem-se e colocam-se fechadas no cabo/barramento cuja corrente se pretende medir. Assim, permitem
medidas rápidas e seguras, especialmente em circuitos industriais por onde circulam correntes elevadas.

Corrente em cada fase do motor – Fases desequilibradas


514
Setor Elétrico

Analisador de grandezas elétricas


Baixa ou média tensão

Tensão (V)
Medidos
Corrente (A)

Potência ativa (W)


Calculados
Potência reativa (VAr)
Fator de potência (cos )
Consumo de energia activa (kWh)
Consumo de energia reativa (VArh)
………
515
Setor Elétrico
Dados memorizados de uma medição (1)

Begin survey. . . . . . . . . . . . . . 21/10/03 time 15:15


End survey. . . . . . . . . . . . . . . 22/10/03 time 15:15
Code. . . . . . . . . . . . . . . . . . 0
Sampling rate (min.). . . . . . . . . . 5
4 wire connection
Low voltage measurements
Current full scale. . . . . . . . . . . 1100 Hz – Frequência
Voltage full scale. . . . . . . . . . . 600
CosÞ preset . . . . . . . . . . . . . . 1.00 A-n_ – Intensidade da corrente instantânea da fase n
Integration time (min.) . . . . . . . . 15
Nr. of records (samplings). . . . . . . 289 A-N - Intensidade da corrente instantânea no neutro
* * * * * * Complete survey * * * * * * V-n – Tensão simples instantânea da fase n
Number of interruptions that occurred during survey..... 4
Power failure from 21/10/03 at hr. 15:31:55 to 21/10/03 at hr. 15:32:07 V-ny – Tensão composta instantânea entre as fases n e y
Microinterruption began 21/10/03 at hr. 15:41:05 lasting 882 mS
Microinterruption began 21/10/03 at hr. 15:41:06 lasting 015 mS W-n – Potência ativa instantânea da fase n
Microinterruption began 21/10/03 at hr. 15:41:06 lasting 202 mS

TIME Hz A-1 A-2 A-3 A-N V-1 V-2 V-3 V-12 V-23 V-31 W-1 W-2 W-3
15:15 50 351 359 345 10.2 221.1 221 219.8 382.9 381.7 381.8 67700 69100 64900
15:20 50 437 445 435 12.2 220.2 220.5 219.4 381.7 381 380.7 86200 88400 84400
15:25 50 349 356 350 9.1 221 221 220.5 382.8 382.4 382.4 66800 68800 65900
15:30 50 344 357 355 7.2 220.5 220.6 220.8 382 382.3 382.2 65700 69300 66500
15:35 50 300 300 295 8.3 221.5 221.9 220.7 384 383.3 383 59100 59400 57500
15:40 50 302 300 301 8.4 221.9 221.4 222.2 383.9 384.2 384.6 59000 59300 59000
15:45 50 298 296 287 8.8 222.9 222.7 221.5 385.9 384.7 384.9 59100 58400 56200
15:50 50 269 272 266 10.1 222.6 222.2 221.8 385.2 384.5 384.9 48900 49800 47300
15:55 50 439 446 440 11.5 222.3 221.9 221.7 384.7 384.2 384.5 86900 89000 86100
16:00 50 371 380 380 9.7 221.2 220.9 221.4 382.9 383 383.3 71500 74400 72300
16:05 50 305 301 297 10.1 222.7 222.4 222 385.5 384.9 385.1 60300 59500 58100
16:10 50.1 303 301 299 5.3 221.6 221.5 221.1 383.7 383.3 383.4 59500 59200 58400
516
Setor Elétrico
Dados memorizados de uma medição (2)

W-| W-1_ W-2_ W-3_ W-|_ VA-1 VA-2 VA-3 VA-| VA-1_ VA-2_ VA-3_ VA-|_ VAr-1 VAr-2
201700 28080 29080 27790 84950 77600 79300 75800 232700 31940 32780 32110 96830 37900 38900
259000 22920 23670 22610 69200 96200 98100 95400 289700 25940 26580 26020 78540 42700 42500
201500 48760 50300 48150 147200 77100 78700 77200 233000 55300 56650 55550 167600 38500 38200
201500 73850 76400 73150 223500 75900 78800 78400 233000 83900 86250 84600 254800 38000 37500
176000 71650 74050 70950 216700 66500 66600 65100 198200 81700 83900 82350 248000 30500 30100
177300 66600 68300 65650 200600 67000 66400 66900 200300 75650 77200 75850 228800 31700 29900
173700 61350 62250 60000 183600 66400 65900 63600 195900 69750 70250 69000 209000 30300 30500
146000 59950 60550 58400 178900 59900 60400 59000 179300 67950 68350 67050 203400 34600 34200
262000 63100 64250 61150 188600 97600 99000 97500 294100 72050 73300 71150 216600 44400 43400
218200 67050 68600 65150 200900 82100 83900 84100 250100 76900 78550 76200 231700 40400 38800
177900 67400 68700 65600 201700 67900 66900 65900 200700 77300 78600 76600 232500 31200 30600
177100 64150 65000 62900 192100 67100 66700 66100 199900 73250 73700 72600 219600 31000 30700

W-| - Potência ativa instantânea das três fases


W-n_ - Potência ativa média da fase n
W-|_ - Potência ativa média das três fases
VA-n - Potência aparente instantânea da fase n
VA-| - Potência aparente instantânea das três fases
VA-n_ - Potência aparente média da fase n
VA-|_ - Potência aparente média das três fases
VAr-n – Potência reativa instantânea da fase n 517
Setor Elétrico
Dados memorizados de uma medição (3)

VAr-3 VAr-| VAr-1_ VAr-2_ VAr-3_ VAr-|_ %-1 %-2 %-3 %-| %-1_ %-2_ %-3_ %-|_ Cosf-1
39200 116000 15150 15080 16060 46290 0.41 0.13 0.46 0.33 0.06 0.06 0.06 0.06 0.872
44500 129700 12140 12110 12870 37120 0.08 0.15 0.07 0.1 0.06 0.06 0.06 0.06 0.896
40200 116900 26040 26050 27690 79780 0.13 0.02 0.29 0.14 0.12 0.13 0.12 0.12 0.866
41500 117000 39760 39740 42430 121900 0.4 0.13 0.3 0.27 0.19 0.2 0.2 0.2 0.866
30500 91100 39190 39310 41890 120400 0.39 0.3 0.04 0.24 0.2 0.2 0.21 0.2 0.889
31500 93100 36090 35840 38000 109900 0.49 0.03 0.37 0.29 0.22 0.21 0.22 0.22 0.881
29800 90600 32920 32540 33960 99420 0.09 0.33 0.48 0.3 0.24 0.24 0.24 0.24 0.89
35300 104100 31950 31630 32680 96260 0.57 0.04 0.48 0.36 0.25 0.25 0.25 0.25 0.816
45700 133500 34610 34950 35940 105500 0.03 0.23 0.05 0.1 0.24 0.24 0.24 0.24 0.89
43000 122200 37530 37990 39280 114800 0.3 0.2 0.31 0.27 0.23 0.23 0.24 0.23 0.871
31100 92900 37770 37950 39410 115100 0.39 0.11 0.14 0.21 0.22 0.22 0.23 0.22 0.888
31000 92700 35190 34670 36280 106100 0.3 0.72 0.63 0.55 0.23 0.24 0.24 0.24 0.887

VAr-n_ – Potência reativa média da fase n


VAr-|_ - Potência reativa média das três fases
%-n - Harmónicas instantâneas da fase n
%-| - Harmónicas instantâneas das três fases
%-n_ - Harmónicas médias da fase n
%-|_ - Harmónicas médias das três fases
518
Setor Elétrico
Dados memorizados de uma medição (4)

Cosf-2 Cosf-3 Cosf-| Cosf-1_ Cosf-2_ Cosf-3_ Cosf-|_ Tgf-1_ Tgf-2_ Tgf-3_ Tgf-|_ AUX 1 AUX 2 kWh-1 kVArh-1
0.871 0.856 0.867 0.88 0.887 0.865 0.877 0.54 0.52 0.58 0.546 0 0 2.71101 1.46694
0.901 0.885 0.894 0.881 0.889 0.866 0.88 0.533 0.515 0.573 0.54 0 0 9.04841 4.82663
0.874 0.854 0.865 0.881 0.888 0.866 0.879 0.535 0.518 0.576 0.543 0 0 15.17358 8.12909
0.879 0.848 0.865 0.881 0.887 0.865 0.878 0.538 0.52 0.58 0.545 0 0 21.17208 11.39525
0.892 0.883 0.888 0.879 0.885 0.863 0.876 0.542 0.525 0.584 0.55 0 0 26.83499 14.5424
0.893 0.882 0.885 0.881 0.887 0.866 0.876 0.538 0.521 0.576 0.545 0 0 31.76036 17.1157
0.886 0.884 0.887 0.881 0.887 0.867 0.878 0.537 0.521 0.573 0.544 0 0 36.49554 19.61788
0.825 0.802 0.814 0.88 0.885 0.866 0.877 0.539 0.525 0.576 0.546 0 0 41.828 22.58122
0.899 0.883 0.891 0.879 0.884 0.865 0.876 0.541 0.528 0.58 0.55 0 0 47.63483 25.80927
0.887 0.86 0.872 0.878 0.883 0.864 0.875 0.544 0.531 0.582 0.552 0 0 53.24586 28.99344
0.889 0.882 0.886 0.878 0.883 0.864 0.875 0.544 0.532 0.582 0.553 0 0 58.64676 31.95808
0.888 0.884 0.886 0.879 0.884 0.865 0.876 0.543 0.53 0.579 0.55 0 0 63.57226 34.54624

Cos j-n – Fator de potência instantâneo da fase n


Cos j-| - Fator de potência instantâneo das 3 fases
Cos j-n_ – Fator de potência médio da fase n
Cos j-|_ - Fator de potência médio das 3 fases
kWh-n – Consumo de energia ativa da fase n
kVArh-n - Consumo de energia reativa da fase n
519
Equipamentos de medição
Dados memorizados de uma medição (5)

kWh-2 kVArh-2 kWh-3 kVArh-3 kWh-| kVArh-|


2.80412 1.46133 2.6789 1.55476 8.19403 4.48303
9.34049 4.81778 8.92539 5.11313 27.31429 14.75754
15.65947 8.12657 14.98353 8.637 45.81658 24.89266
21.90139 11.3912 20.95622 12.1564 64.02969 34.94285
27.72937 14.56043 26.51343 15.49416 81.07779 44.59699
32.68685 17.05027 31.35812 18.09629 95.80533 52.26226
37.45308 19.52279 35.96636 20.6392 109.915 59.77987 kWh-n – Consumo de energia ativa da fase n
42.89935 22.5203 41.1416 23.72608 125.869 68.8276 kWh-| - Consumo de energia ativa das 3 fases
48.85578 25.83057 46.75325 27.13136 143.2439 78.7712 kVArh-n – Consumo de energia reativa da fase n
54.5946 29.01177 52.24586 30.45643 160.0863 88.46164 kVArh-| - Consumo de energia reativa das 3 fases
60.03671 31.94453 57.50422 33.51174 176.1877 97.41435
64.9781 34.44348 62.34826 36.146 190.8986 105.1357

520
Setor Elétrico
Resultado da Medição

Diagrama de carga elétrico

521
Setor Elétrico
Medição de Corrente
Pinças Amperimétricas

Pinças flexíveis
alimentadas por bateria
Pinças rígidas

Pinças flexíveis
alimentadas por transformador
522
Setor Elétrico
Analisadores fixos de grandezas elétricas

TI – transformador de intensidade
Novas Instalações
instalações existentes
=
523
Setor Elétrico
Maus e Bons exemplos de Quadros Elétricos

O O O
P

524
Setor Elétrico
Aspetos a ter em atenção quando se instala o equipamento portátil de medição

• Não usar utensílios metálicos (por exemplo, esferográfica metálica)

• Não se apoiar no quadro elétrico

• Não utilizar relógio, fios metálicos e outras bijuterias

• Ter em atenção se não há perigo de trilhar os cabos elétricos do equipamento de medida


quando se fecha o quadro elétrico

• Antes de colocar as pinças amperimétricas verificar se os cabos estão bem aparafusados aos
aparelhos de proteção

• Verificar se a “alimentação” a medir corresponde efetivamente ao que pretendemos analisar

Equipamento de proteção mínimo a


usar OBRIGATORIAMENTE
525
Setor Térmico
Equipamento mínimo necessário para efetuar medições
térmicas

Analisador de gases de combustão

Higrotermoanemómetro

Humidade Temperatura Velocidade de fluídos gasosos


Setor Térmico

Esquema simplificado de um analisador de gases de combustão

Analisador com células eletroquímicas

A bomba B aspira os gases de combustão da chaminé pela sonda até ao


purgador de condensados. O termopar existente na sonda mede a
temperatura dos gases de combustão.
O purgador de condensados tem a função de eliminar a humidade da
amostra e o filtro existente no interior do aparelho, retirar as partículas de
pó ou fuligem. Exterior do aparelho Interior do aparelho

Depois da bomba, a amostra passa por um capilar para uniformizar o CHAMINÉ


escoamento, chegando à pré-câmara que tem a função de amortecer o
efeito de martelo produzido pela bomba. Depois da antecâmara, a amostra
flui até às células eletroquímicas, que segundo o esquema, medem as
1
concentrações de O2, CO, NO, NO2 e SO2.

Para medir a tiragem, não é necessário aspirar os gases de combustão. O


analisador tem uma linha de gás específica, diretamente da sonda para o
sensor de pressão do analisador.
Setor Térmico
Exemplo de uma célula eletroquímica - oxigénio

Os sensores eletroquímicos baseiam-se em reações


espontâneas de oxidação e redução, que envolvem um
determinado gás para medição da sua
concentração. Estas reações geram a circulação de
uma corrente entre os elétrodos, a qual é proporcional
à concentração do gás que se deseja medir. Os sensores
eletroquímicos são os sensores mais usados
para medições de concentrações gasosas, uma vez que
alterando-se o eletrólito, os elétrodos e o material a ser
oxidado é possível a obtenção de sensores de medição
de mais de 30 diferentes gases.
Setor Térmico
Parâmetros medidos e calculado

CO - Monóxido de carbono
O2 - Oxigénio
CO2 - Dióxido de carbono (c/ célula de infravermelhos)
NOx - Óxidos de azoto
SO2 - Dióxido de enxofre
CxHy – Hidrocarbonetos Parâmetros
H2S – Ácido sulfídrico Medidos
Temperatura dos fumos
Tiragem - depressão
 - Excesso de ar caudal de gases de
qA - Perdas térmicas nos gases combustão secos
Parâmetros
CO2 - Dióxido de carbono (sem célula)
Calculados
Setor Térmico
Exemplo de dados obtidos numa medição
Setor Térmico
Fórmulas dos parâmetros
Setor Térmico
Aspetos a ter atenção quando se instala o equipamento

Superfícies quentes (280º) Utilização de escadas Calibrar periodicamente o equipamento


Setor Térmico
Hidrotermoanemómetro - Parâmetros medidos e calculados

Temperatura húmida (ºC)

Temperatura seca (ºC) Humidade específica (Kg/Kgar seco)

Humidade relativa (%)


Volume específico (m3/kg)

Entalpia específica (KJ/Kg)

Velocidade de gases (m/s) x área (m2) Caudal volumétrico (m3/kg)


Setor Térmico
Hidrotermoanemómetro -Tipos de sensores
Termopar (efeito termoelétrico)
Setor Térmico
Hidrotermoanemómetro -Tipos de sensores
Termoresistência (variação de resistência elétrica)

Pt-100 - Resistência versus temperatura

São sensores que se baseiam no


princípio de variação da
resistência elétrica em função
da temperatura. A resistência
elétrica aumenta com o
aumento da temperatura.
Setor Térmico
Hidrotermoanemómetro -Tipos de sensores
Termistor (variação de resistência elétrica)

Termístores são semicondutores


termicamente sensíveis. Os
NTC's apresentam uma queda
de resistência elétrica com o
aumento da temperatura,
enquanto os PTC's apresentam
um aumento da resistência
elétrica com o aumento da
temperatura.
Setor Térmico
Intervalos de medição dos sensores
Setor Térmico
Análide comparativa entre sensores
Setor Térmico
Pirómetro - Medição da temperatura sem contacto

Todos os objetos emitem radiação infravermelha. A intensidade da radiação emitida


depende de dois fatores: a temperatura do objeto e a capacidade do objeto de emitir
radiação. Esta última é conhecida por emissividade.
Todos os materiais acima do zero absoluto (-273ºC) radiam calor, o que significa o
mesmo que radiação infravermelha. Quanto mais quente está o objeto, maior a
radiação.
Setor Térmico
Pirómetro - Medição da temperatura sem contacto
Emissividade (ε) é a capacidade de um material emitir radiação infravermelha

A medição da temperatura sem contacto através de infravermelhos depende, de forma crítica, do ajuste correto da emissividade no
aparelho de medição.

As tabelas de emissividade servem como guias para ajustar o fator de emissão para a medição infravermelha da temperatura. Indicam o fator
de emissão ε de determinados materiais. Como o fator de emissão varia com a temperatura e as propriedades da superfície, os valores aqui
apresentados devem ser considerados meramente como uma orientação aproximada. Para medições exatas da temperatura deve-se
determinar a emissividade exata do material..
Setor Térmico
Pirómetro - Aspetos a ter atenção

Utilizar dentro da sua gama de Focalizar corretamente o Calibrar periodicamente o equipamento


temperaturas detetor no alvo
Setor Térmico
Higrómetro - Medição da humidade relativa (Hr)
Sensor capacitivo
Célula de cloreto de lítio

O sensor é conformado por um polímero


sensível à humidade que funciona como um
dielétrico entre dois elétrodos, formando um
condensador.

A humidade relativa é a relação entre a quantidade de vapor de água existente na atmosfera, a uma
determinada temperatura e aquela para a qual o ar ficaria saturado a essa mesma temperatura.
Exprime-se em percentagem. No caso do ar estar saturado será 100 %, se o ar estiver absolutamente
seco será
0 %. A humidade relativa traduz o estado higrométrico do ar e avalia-se por meio de aparelhos
denominados higrómetros.
Setor Térmico
Higrómetro - Aspetos a ter atenção

Temperatura limite de utilização Ambiente de utilização Calibrar periodicamente o sensor


Setor Térmico
Anemómetro de turbina - medição velocidade do ar

O princípio de funcionamento desta sonda é baseado na conversão do movimento rotativo em impulsos eletrónicos. A
passagem do escoamento faz girar a turbina e a existência de um interruptor indutivo que capta a passagem das pás.
As pás ao passarem pelo interruptor indutivo faz interromper o campo magnético e é produzida uma tensão na
bobina. A frequência com que é gerada esta tensão é proporcional à velocidade do escoamento.

Caudal volumétrico de um escoamento

A seguinte relação aplica-se a líquidos e gases:


V=vxA

V - Caudal volumétrico (m3/s)


v - Velocidade do escoamento (m/s)
A - Secção transversal no ponto de medição (m2)
Setor Térmico
Anemómetro - Aspetos a ter atenção

Temperatura limite de utilização Velocidade limite de utilização Calibrar periodicamente o sensor


Setor Térmico
Cálculo da velocidade com tubo de Pitot

Caudal volumétrico (m3/s)

Caudal mássico (kg/s)


Setor Térmico
Exemplos de aplicação do tubo de Pitot

Carros F1 Tubagens Aeronaves


Setor Térmico
Caudalimetros para fluídos gasosos e líquidos

Pela diferença de pressão


Tubo de Pitot Placa de orifício Tubo de venturi Área variável

Pela velocidade
Anemómetro de turbina Gerador de vórtices Ultrasónico
("vortex")
Setor Térmico
Caudalímetros (pela diferença de pressão) - Placa de orifício

Estes medem o fluxo de um fluido indiretamente, criando e medindo uma pressão diferencial através de uma obstrução. O
princípio de operação baseia-se em medir a queda de pressão produzida na restrição que está em linha com o fluido em
movimento. Esta diferença de pressão é diretamente proporcional à velocidade do escoamento.

A placa de orifício é constituída por uma placa delgada perfurada, a qual está
instalada entre duas flanges especiais. As flanges têm duas tomas de pressão
colocadas antes e depois da placa que captam a pressão diferencial produzida
pelo orifício da placa.
Setor Térmico
Caudalímetros (pela diferença de pressão) - Tubo de venturi

Estes medem o fluxo de um fluido indiretamente, criando e medindo uma pressão diferencial através de uma obstrução. O
princípio de operação baseia-se em medir a queda de pressão produzida na restrição que está em linha com o fluido em
movimento. Esta diferença de pressão é diretamente proporcional à velocidade do escoamento.

O tubo Venturi clássico é caracterizado por ter uma entrada convergente e saída
divergente. A pressão interna mede-se na secção de entrada a qual tem o mesmo
diâmetro que a tubagem. Segue-se uma secção de transição na qual o diâmetro
interno reduz-se até ao diâmetro da secção da garganta. A pressão estática mede-se na
secção da garganta que está dimensionada para produzir um diferencial de pressão
desejado para uma determinada velocidade do fluxo.
Setor Térmico
Caudalímetros (pela diferença de pressão) - Área variável

Estes medem o fluxo de um fluido indiretamente, criando e medindo uma pressão diferencial através de uma obstrução. O
princípio de operação baseia-se em medir a queda de pressão produzida na restrição que está em linha com o fluido em
movimento. Esta diferença de pressão é diretamente proporcional à velocidade do escoamento.

Enquanto que a placa de orifício mantém uma restrição constante ao fluxo e a queda de pressão
resultante aumenta com o aumento da velocidade do fluxo, neste equipamento a área da
restrição varia para manter a queda de pressão constante.
Setor Térmico

Caudalímetros (pela diferença de pressão) - Diferença pela


"Rangebilidade" (turndown)

“Rangebilidades” típicas para


diferentes caudalímetros (pela diferença
de pressão)

Erros de medição num


orifício calibrado com
"rangebilidade" de 4:1
Setor Térmico
Caudalímetros (pela velocidade) - Gerador de vórtices

Usam-se para medir a velocidade do fluido, gasoso ou líquido) com a ajuda de um obstáculo que tem a função de
gerar vórtices. O princípio básico deste equipamento é que quando uma obstrução é colocada na trajetória do
escoamento, ele produz vórtices alternadamente em cada lado da obstrução. A frequência de alternância destes
vórtices é proporcional à velocidade do escoamento. À medida que os vórtices se vão movimentando através do
equipamento, são criadas áreas alternadas de baixa e alta pressão. Estas pressões alternadas são detetadas por
sensores piezoelétricos que produzem sinais elétricos proporcionais à frequência com que os vórtices são gerados.
Setor Térmicos
Caudalímetros (pela velocidade) - Ultrasónico
Os caudalímetros de tipo ultrassónico utilizam ondas de ultrassons para determinar a velocidade de um escoamento.
Um transdutor piezoelétrico gera impulsos que deslocam-se à velocidade do som através do fluido em movimento,
proporcionando a indicação da velocidade deste. Este princípio utiliza-se em dois métodos diferentes:

Efeito Doppler Efeito Tempo de trânsito

Um impulso ultrassónico de frequência constante é transmitida ao fluido. No Este tipo de equipamento utiliza o método de medição do tempo de “viagem” do
equipamento que utiliza o efeito Doppler o movimento relativo das partículas em impulso ultrassónico. Ambos os transdutores emitem e recebem impulsos
suspensão existentes no fluido, tende a comprimir o impulso num comprimento de onda ultrassónicos. Quando não há escoamento ambos os sinais são recebidos ao
mais curto (maior frequência). Esta nova frequência é medida e comparada com a mesmo tempo. Quando há escoamento um dos transdutores irá receber o impulso
frequência emitida. A diferença entre as duas frequências é diretamente proporcional à em atraso relativamente ao outro. Esta diferença de tempo representa a
velocidade do escoamento. Estes caudalímetros normalmente não se utilizam em fluidos velocidade do escoamento e é diretamente proporcional à velocidade do
limpos uma vez que é necessário a existência de partículas ou bolhas de ar para que o fluido. Impurezas, bolhas de ar ou turbulência do fluido, podem provocar a
impulso ultrassónico seja refletido. dispersão das ondas sónicas, gerando inexatidão na medição.
Setor Térmico

Caudalímetros para fluídos gasosos


Compensação do volume pela pressão e temperatura
Em muitos aspetos, a medição de fluxo de líquidos e gases é similar, exceto um aspeto que faz com que ambos sejam
muito distintos: a compressibilidade dos gases. Assim se denomina o efeito causado pelas variações de temperatura e,
principalmente, de pressão no volume ocupado por um gás. Este comportamento é comprovado pela lei dos gases ideais, em
que:
P - pressão absoluta
V - volume ocupado pelo gás
m- massa do gás
R – constante universal dos gases
T – temperaturaabsoluta
PM – peso molecular do gás

A compressibilidade dos gases faz com que 1 m3 de gás tenha uma massa muito distinta em distintas condições:
• 1 m3 de ar a 100 bar (a) e 40 ºC tem uma massa de 112 kg. Se as condições de pressão e temperatura se alteram, a massa do ar contido em 1 m3 também se altera.
• 1 m3 de ar a 1,013 bar (a) e 0 ºC tem uma massa de 1,3 kg.
Portanto, se um caudal de gás é expressado em kg/h, a massa de gás por unidade de tempo está claramente definida. Se for utilizada uma unidade de volume por unidade de tempo (como
m3/h), é insuficiente para determinar a massa de gás por unidade de tempo, sendo necessário aclarar as condições em que o volume foi determinado.
Neste sentido existem duas opções:
• Expressar o volume do gás por unidade de tempo nas condições reais do escoamento. A dificuldade desta medição é a difícil comparação de caudais, inclusive no mesmo contador, uma vez
que uma variação de pressão e/ou temperatura o caudal varia.
• Expressar o volume do gás por unidade de tempo em condições de referência: neste caso, expressamos o volume A pressão e temperatura fixadas arbitrariamente e utilizadas como
referência. Esta pressão e temperatura não guardam nenhuma relação com as do escoamento. Uma condição de referência típica é 1 bar absoluto e 0 ºC, e é conhecida como condição normal,
expressando o caudal em normal metros cúbicos (m3 (n)/h e nunca Nm3/h).
Setor Térmico

Caudalímetros para fluídos gasosos


Corretor de volume segundo temperatura e pressão
Setor Térmico

Caudalímetros para fluídos gasosos


Corretor de volume segundo temperatura e pressão

Condições do gás no contador

P = 5 bar
fc = 5,6 374 m3 (n)
T = 20ºC

P = 5 bar
fc = 5,7 376 m3 (n)
T = 15ºC

Condições do gás no contador

P = 10 bar
fc = 10,1 365 m3 (n)
T = 20ºC

P = 5 bar
fc = 5,5 199 m3 (n)
T = 20ºC
FIM DO TEMA 6
Agradecemos a vossa atenção

558
Estrutura da formação

1. Enquadramento legal e programas operacionais de gestão de energia

2. ISO 50001 – Sistemas de Gestão de Energia

3. Redes de produção e distribuição de vapor

4. Eficiência energética de equipamentos

5. Ar comprimido

6. Equipamentos de medição

7. Auditorias Energéticas

559
Auditorias Energéticas

O que são auditorias energéticas?

Âmbito, natureza e importância

Metodologia de realização

Planeamento de uma auditoria energética

Conteúdos
Estrutura típica do relatório de auditoria energética
programáticos

Aspetos relevantes no tratamento da informação


560
Auditorias Energéticas

O que são auditorias energéticas?

Âmbito, natureza e importância

Metodologia de realização

Planeamento de uma auditoria energética

Conteúdos
Estrutura típica do relatório de auditoria energética
programáticos

Aspetos relevantes no tratamento da informação


561
Auditorias Energéticas
O que são? Porquê a necessidade de as efetuar?

• A Gestão de Energia numa empresa/instalação é fundamental para uma utilização racional da energia
(eletricidade e combustíveis).
• Para ser eficaz, tem de se basear em dados concretos, o que exige um controlo rigoroso dos consumos de
energia na instalação em causa.
• Deve existir uma contabilidade energética que permita conhecer a evolução no tempo dos consumos de todas
as formas de energia utilizadas e da sua relação com a(o) produção/serviço da instalação, de modo a possibilitar
a determinação de consumos específicos de energia e de outros indicadores, incluindo custos energéticos da
atividade.
• Contudo, só a contabilidade energética é insuficiente, pois apenas dá uma visão macroscópica da utilização da
energia sem atender ao estado de conservação e utilização dos diversos equipamentos, aos seus rendimentos,
às várias perdas que cada um apresenta, de modo a pôr em prática soluções que permitam reduzi-las.

562
Auditorias Energéticas
O que são? Porquê a necessidade de as efetuar?

• Para ter o conhecimento atrás referido é necessário proceder a medições, recolhendo os dados
necessários aos cálculos das várias perdas energéticas dos principais equipamentos consumidores de
energia.
• Entramos assim no campo das AUDITORIAS ENERGÉTICAS, que como se vê estão intimamente ligadas à
elaboração de um planeamento energético numa dada empresa/instalação.
• Com efeito, qualquer Programa de Gestão de Energia ou Plano de Racionalização dos Consumos de
Energia (PREn) tem de estar fundamentado em objetivos numéricos, fornecidos pela auditoria, além de
especificar em detalhe como alcançar esses objetivos.
• É também através do recurso a auditorias periódicas (ou por monitorizações de alguns consumos) que o
cumprimento desse Programa ou Plano deve ser verificado. E estas poderão também permitir a
reformulação ou elaboração de novos Programas/Planos face a possíveis alterações introduzidas por
novos equipamentos, processos ou produtos/serviços.
563
Auditorias Energéticas

O que são auditorias energéticas?

Âmbito, natureza e importância

Metodologia de realização

Planeamento de uma auditoria energética

Conteúdos
Estrutura típica do relatório de auditoria energética
programáticos

Aspetos relevantes no tratamento da informação


564
Auditorias Energéticas

Âmbito, natureza e importância


Como caracterizar uma Auditoria Energética

É uma radiografia ao setor energético de uma empresa/instalação

• Onde se consome
• Quanto se consome
• Como é gasta a energia

ENERGIA
565
Auditorias Energéticas

Âmbito, natureza e importância

• RESUMINDO, a Auditoria Energética é um exame detalhado das condições de utilização de energia numa
instalação, constituindo um instrumento fundamental para qualquer Gestor de Energia para contabilizar os
consumos de energia e os rendimentos energéticos dos seus equipamentos e as perdas que se verificam
nestes.
• Tem como finalidade última a identificação de medidas conducentes à redução dessas perdas sem afetar
a(o) produção/serviço, ou seja de medidas de economia de energia através de uma utilização mais eficiente
da mesma.
• Pode constituir uma OBRIGAÇÃO LEGAL, como por exemplo sucede em Portugal, para instalações com
consumos energéticos iguais ou superiores a 500 tep (toneladas equivalentes de petróleo), que são
obrigadas a cumprir o regulamento SGCIE – Sistema de Gestão dos Consumos Intensivos de Energia (DL nº
71/2008, de 15 de abril). 566
Auditorias Energéticas
Âmbito, natureza e importância

A auditoria energética permite:

• Fornecer informações específicas sobre o setor energético da instalação

• Calcular consumos específicos de energia e outros indicadores de eficiência energética

• Identificar as possibilidades reais de economia de energia

• Apoiar o decisor na seleção e implementação de tecnologias mais eficientes.

A realização da Auditoria Energética


não implica paragem da instalação
567
Auditorias Energéticas
Âmbito, natureza e importância
Tipos de Auditoria
AUDITORIA SIMPLES
• Diagnóstico Energético (duração típica de 1 a 3 dias)

AUDITORIA COMPLETA
• Levantamento mais aprofundado das condições de utilização da energia (duração típica de, pelo menos, 5
dias úteis)

Tipo de Auditoria que deve ser efetuada, em Portugal, no âmbito do


SGCIE

Periodicidade: 8 anos para todas as instalações (com consumos  500


tep/ano e < 1000 tep/ano, ou, com consumos  1000 tep/ano) 568
Auditorias Energéticas

O que são auditorias energéticas?

Âmbito, natureza e importância

Metodologia de realização

Planeamento de uma auditoria energética

Conteúdos
Estrutura típica do relatório de auditoria energética
programáticos

Aspetos relevantes no tratamento da informação


569
Auditorias Energéticas
Metodologia
Fases da Auditoria

• Preparação

• Trabalho de campo

• Tratamento da informação / elaboração do relatório final

570
Auditorias Energéticas
Metodologia
Fases da Auditoria – Fase de Preparação

• Questionário (se se justificar)


Da responsabilidade da
• Visita prévia (se se justificar)
Equipa Auditora, mas
podendo implicar
- Identificar a informação a obter
colaboração da Empresa
- Verificar a existência de pontos de medição

- Prever a duração da auditoria

• Constituição da equipa auditora e atribuição de responsabilidades

• Familiarização com processo e atividade da instalação e outros cuidados

571
Auditorias Energéticas

O que são auditorias energéticas?

Âmbito, natureza e importância

Metodologia de realização

Planeamento de uma auditoria energética

Conteúdos
Estrutura típica do relatório de auditoria energética
programáticos

Aspetos relevantes no tratamento da informação


572
Auditorias Energéticas

Fases da Auditoria – Fase de Preparação

INSTRUMENTAÇÃO INDISPENSÁVEL a selecionar para realização da auditoria


energética – equipamento mais comum para medições

GRANDEZA : Tipo de equipamento (maioritariamente aparelhos portáteis)

• TEMPERATURA: Termómetros de tipo digital com vários tipos de sondas; Pirómetro de infravermelhos; e, Aparelho de
termografia.
• PRESSÃO: Manómetro e/ou célula eletrónica de pressão diferencial; Instrumentos fixos – transdutores de Bourdon,
piezoelétricos, indutivos,…
• COMPOSIÇÃO DE GASES DE COMBUSTÃO (O2, CO2, CO, …): Analisador eletrónico portátil, digital e com sondas próprias
(incluindo termopar para medição de temperatura); ou, Analisadores químicos de absorção.
• CAUDAIS DE GASES E DE LÍQUIDOS: Tubo estático de Pitot, com dispositivo de medição de pressão; Anemómetro de
turbina digital; Caudalímetros fixos (ex.: placa de orifício calibrado).
• HUMIDADE RELATIVA DO AR: Higrómetro de tipo eletrónico e digital.
• GRANDEZAS ELÉTRICAS (V, I, P, cos , kWh, …): Multímetro com pinça amperimétrica; Analisador(es) elétrico(s); e,
Analisador de qualidade de alimentação.
• INTENSIDADE DE ILUMINAÇÃO: Luxímetro.
573
Auditorias Energéticas
Metodologia Da responsabilidade da
Equipa Auditora, e implicando
Fases da Auditoria – Fase de Trabalho de Campo colaboração da Empresa

• Recolha de faturas energéticas e valores de produção de um período mínimo de 1 ano;

• Recolha de dados sobre características técnicas e regimes de funcionamento dos

principais equipamentos;

• Recolha de todos os elementos necessários para efetuar os balanços energéticos à

instalação e aos equipamentos maiores consumidores;

• Realização de todas as medições necessárias;

• Observação de práticas dos utilizadores da instalação e deteção de situações anómalas;

• Identificação de medidas de economia de energia possíveis de implementar.


574
Auditorias Energéticas

Fases da Auditoria – Fase de Trabalho de Campo


Aspetos a considerar nesta fase (exemplo SGCIE)
• Instalação a laborar em condições normais de funcionamento.
• Auditoria a incidir sobre a conceção e o estado da instalação, com recolha de todos os elementos necessários à elaboração
de um Plano de Racionalização do Consumo de Energia (PREn), bem como à subsequente verificação do cumprimento
deste. Implica:
• Quantificar para o ano de referência (ano civil anterior à data da auditoria) os consumos energéticos – por instalação global e principais
secções e/ou equipamentos, e a sua importância no custo final do(s) produto(s) ou serviço da instalação. Deverá ser feito com base em
faturas de energia, registos internos de consumos e medições da auditoria;
• Obter Produções e VAB verificados no mesmo período;
• Efetuar uma inspeção visual dos equipamentos e/ou sistemas consumidores de energia, complementada pelas medições necessárias;
• Esclarecer como é transformada a energia e quais os seus custos;
• Efetuar o levantamento e caracterização detalhada dos principais equipamentos consumidores de energia, sobretudo com maior peso em
termos de potência instalada;
• Obter diagramas de carga (DDC) elétricos dos sistemas considerados grandes consumidores de eletricidade; 575
Auditorias Energéticas

Fases da Auditoria – Fase de Trabalho de Campo


Aspetos a considerar nesta fase (exemplo SGCIE)
• Determinar a eficiência energética de geradores de energia térmica (caldeiras), se existentes, pelo método das perdas ou pelo método direto;
• Verificar o estado das instalações de transporte e distribuição de energia;
• Verificar a existência do bom funcionamento dos aparelhos de controlo e regulação do equipamento de conversão e utilização de energia;
• Realizar balanços mássicos e energéticos aos principais equipamentos consumidores de energia térmica;
• Determinar Consumos Específicos de Energia (CEE) durante o período de trabalho de campo da auditoria (pela medição dos consumos das várias
formas de energia e obtenção das produções), para comparação com os valores médios mensais e anuais e deteção de eventuais variações
sazonais. Para instalações com vários produtos ou serviços, o cálculo deste indicador deverá ser, sempre que possível, por tipo de produto ou
serviço;
• Determinar outros indicadores de eficiência energética para o ano de referência, como por exemplo a Intensidade Energética (IE) e a
Intensidade Carbónica (IC), a par do CEE;
• Identificar e quantificar possíveis áreas onde as economias de energia são viáveis, em resultado das situações encontradas/anomalias detetadas
e das medições realizadas, e definir intervenções (medidas) com viabilidade técnico-económica conducentes a redução de consumos e/ou
custos energéticos;
• Definir as linhas orientadoras para a implementação ou melhoria de um esquema operacional de Gestão de Energia.
576
Auditorias Energéticas
Fases da Auditoria – Fase de Trabalho de Campo
Exemplos de medições
Equipamentos elétricos → Diagramas de carga elétricos

3ª feira, 4ª feira, 29 Ago 5ª feira, 30 Ago 6ª feira, 31 Ago Sábado, 1 Set Domingo, 2 Set 2ª feira, 3 Set 3ªfeira,
800 28 Ago 4 Set
12.622 kWh/24h 10.182 kWh/24h 13.969 kWh/24h 992 kWh/24h 10.836 kWh/24h 12.668 kWh/24h
750
700
P3013
650
Potência tomada média (kW)

600
550
500
450
400
350 De um sistema de bombagem
300
250
200
150
100
50
0
14:10
20:10
2:10
8:10
14:10
20:10
2:10
8:10
14:10
20:10
2:10
8:10
14:10
20:10
2:10
8:10
14:10
20:10
2:10
8:10
14:10
20:10
2:10
8:10
14:10
20:10
2:10
Tempo (h:min) 577
Auditorias Energéticas
Fasesdada
Fases Auditoria
Auditoria – Fase– de
Fase de Trabalho
Trabalho de Campode Campo

Outros exemplos de diagramas de carga elétricos: de todos os PT’s da Instalação

578
Auditorias Energéticas
Fasesdada
Fases Auditoria
Auditoria – Fase– de
Fase de Trabalho
Trabalho de Campode Campo

Outros exemplos de diagramas de carga elétricos: da central de Ar Comprimido

180
4ª feira 2192 kWh/24h 2171 kWh/24h 1451 kWh/24h 1446 kWh/24h 2ª feira
160
Potência tomada média (kW)

140
120
100
80
60
40
20
0

14:00
20:35
0:50
7:25

3:10
9:45
11:15
17:50
0:25
7:00
13:35
20:10
2:45
9:20
15:55
22:30
5:05
11:40
18:15
Tempo (h:min) 579
Auditorias Energéticas
Fasesdada
Fases Auditoria
Auditoria – Fase– de
Fase de Trabalho
Trabalho de Campode Campo

Outros exemplos de diagramas de carga elétricos: da Iluminação Exterior

300

250
Potência tomada média (kW)

200

150

100

50

0
18:00

18:45

19:30

20:15

21:00

21:45

22:30

23:15

0:00

0:45

1:30

2:15

3:00

3:45

4:30

5:15

6:00

6:45

7:30

8:15

9:00
580
Tempo (h:min)
Auditorias Energéticas
Fases da Auditoria – Fase de Trabalho de Campo
Exemplos de medições
EQUIPAMENTOS TÉRMICOS
Medição de caudais e de temperaturas dos vários fluxos energéticos que entram e saem do equipamento
Aplicação do Princípio da Conservação de Energia na realização do Balanço Energético

581
Auditorias Energéticas
Fases da Auditoria – Fase de Trabalho de Campo

Exemplos de medições: balanço energético a um forno de uma empresa cerâmica


ENTRADAS SAÍDAS
Fluxo energético Entalpia Fluxo energético Entalpia
% %
(MJ/h) (MJ/h)
1. COMBUSTÍVEL 7. MATERIAL
. Calor sensível 2,0 0,1 . Calor sensível 2,2 0,1
RENDIMENTO ENERGÉTICO
. Calor de combustão 1427,1 92,7 8. MOBÍLIA
1429,1 92,9 . Calor sensível 6,1 0,4
2. MATERIAL 9. CALOR DE REACÇÕES QUÍMICAS 𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 ú𝑡𝑖𝑙
. Calor sensível 1,7 0,1 IRREVERSÍVEIS 40,1 2,6 Ƞ= × 100 (%)
3. MOBÍLIA 10. GASES RECUPERADOS PARA 𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 à 𝐸𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎
. Calor sensível 4,2 0,3 PRÉ-AQUECEDOR
4. AR DE COMBUSTÃO . Calor sensível 475,1 30,9
. Calor sensível 78,2 5,1 11. GASES NA CHAMINÉ (EXAUSTÃO)
5. AR DE ARREFECIMENTO . Calor sensível 337,7 21,9
. Calor sensível 25,5 1,7 12. AR DE ARREFECIMENTO AQUECIDO
PERDIDO ATRAVÉS DE 2 ABERTURAS
CONSUMO ESPECÍFICO DE ENERGIA
. Calor sensível 24,2 1,6 (GJ/unidade de produção)
6. AR DE ARREFECIMENTO AQUECIDO
PERDIDO PELA SAÍDA DO FORNO
. Calor sensível 68,2 4,4 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑑𝑒 𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎
13. PERDAS DE CALOR POR RADIAÇÃO 𝐶𝐸𝐸 =
E CONVECÇÃO NAS SUPERFÍCIES DO 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜
FORNO 221,3 14,4
14. OUTRAS PERDAS NÃO CONTABILI-
ZÁVEIS + ERRO DE FECHO 364,0 23,7

TOTAL 1538,7 100,0 TOTAL 1538,7 100,0 582


Auditorias Energéticas
Balanços de Massa e de Energia
Balanço Energético (Genérico) pelo Método Direto

( Qe + Qc + Qsc + Qar + Qhar + Qq ) − ( Qu + Q f + Q p + Qab + Qaq + Qo ) = 0

NOTA: Na prática o 2º membro da equação é diferente de zero. É o chamado erro de fecho do balanço. 583
Auditorias Energéticas
Metodologia

Fases da Auditoria – Fase de Tratamento da Informação/ Elaboração de Relatório

• Fazer todos os cálculos necessários

• Determinar os consumos específicos de energia global e por equipamento e/ou

secção produtiva e outros indicadores

• Detetar as situações anómalas e estudar as soluções possíveis

• Quantificar as possíveis economias de energia

• Efetuar uma análise técnico-económica de todas as soluções estudadas

584
Auditorias Energéticas

O que são auditorias energéticas?

Âmbito, natureza e importância

Metodologia de realização

Planeamento de uma auditoria energética

Conteúdos
Estrutura típica do relatório de auditoria energética
programáticos

Aspetos relevantes no tratamento da informação


585
Auditorias Energéticas
Fases da Auditoria – Fase de Tratamento da Informação/ Elaboração de Relatório
ESTRUTURA TÍPICA DE UM RELATÓRIO DE AUDITORIA ENERGÉTICA

• SÍNTESE

• CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA / INSTALAÇÃO (inclui Descrição do Processo)

• HISTÓRICO ENERGÉTICO E PRODUTIVO DA INSTALAÇÃO (últimos 3 anos)

• Consumos de energia (base anual)

• Custos de energia (base anual)

• Produções (base anual)

• Principais indicadores de eficiência energética (CEE, IE e IC)

• ANÁLISE DO PERÍODO DE REFERÊNCIA (12 meses)

• Consumos e custos energéticos mensais

• Relação entre o consumo de energia e a produção (base mensal)

• Relação entre o consumo específico de energia e a produção (base mensal)

• Síntese de indicadores de eficiência energética (CEE, IE e IC) (base anual)


586
Auditorias Energéticas
Fases da Auditoria – Fase de Tratamento da Informação/ Elaboração de Relatório
ESTRUTURA TÍPICA DE UM RELATÓRIO DE AUDITORIA ENERGÉTICA (continuação)
• DESAGREGAÇÃO DE CONSUMOS DE ENERGIA POR UTILIZAÇÕES FINAIS
• ANÁLISE DOS PRINCIPAIS SETORES CONSUMIDORES DE ENERGIA
• Por secção produtiva e/ou principais equipamentos do processo
- Situação atual
- Potencial de economia de energia
• Serviços Auxiliares (NOTA: Por cada serviço auxiliar desagregar também por *Situação atual e *Potencial de economia de energia)
- Setor Elétrico – Alimentação e Distribuição de Energia Elétrica
- Produção e Distribuição de Ar Comprimido
- Produção de Água Quente para o Processo e/ou AQS (Caldeiras, etc.)
- Iluminação
- Sistemas de Ventilação
- Sistemas de Climatização
- Cogeração
• GESTÃO DE ENERGIA 587
Auditorias Energéticas

O que são auditorias energéticas?

Âmbito, natureza e importância

Metodologia de realização

Planeamento de uma auditoria energética

Conteúdos
Estrutura típica do relatório de auditoria energética
programáticos

Aspetos relevantes no tratamento da informação


588
Auditorias Energéticas

Aspetos relevantes no tratamento da informação:

• Análise de faturas energéticas


• Consumos específicos de energia e outros indicadores de eficiência
• Análise dos principais setores e/ou equipamentos consumidores de energia
• Balanços de energia
• Medidas típicas de economia de energia

589
Auditorias Energéticas
Fases da Auditoria – Fase de Tratamento da Informação/ Elaboração de Relatório

Relatório e todo o trabalho de auditoria serem efetuados de uma forma cuidada, já que o Relatório é a base do PREn. Toda a
informação que aparece no PREn deve já constar do Relatório de Auditoria Energética.

Em Portugal, com o SGCIE, se a regra anterior não for seguida, a Empresa da instalação auditada corre o risco de ter um PREn não
satisfatório, que não será aprovado pela DGEG (Direção-Geral de Energia e Geologia) e que suscitará a necessidade de ser
reformulado ou inclusive de ter que ser realizada uma nova auditoria por técnico ou entidade credenciada e que será da
responsabilidade do Operador, e isto com eventuais custos acrescidos para a Empresa em questão.

É fundamental que sejam identificadas medidas de economia de energia que conduzam às reduções, de 4% ou 6% (em 8 anos)
dos 2 principais indicadores de eficiência energética (IE e CEE), que a legislação SGCIE impõe. Se tal não for possível, terá que
haver no Relatório e no PREn fundamentação suficiente para justificar essa situação, e mesmo assim haverá uma visita técnica
efetuada por técnicos da ADENE (entidade gestora do SGCIE) para confirmar isto, antes da aprovação pela DGEG. A visita da
ADENE, no caso da auditoria apresentar várias insuficiências, também poderá servir para confirmar a possibilidade de
implementação de mais medidas de URE na instalação em causa, para além das que foram incluídas no PREn, e a eventual
necessidade de realização de nova auditoria.

Nos itens atrás referidos como “Potencial de Economia de Energia”, aquando da análise das várias áreas relevantes e identificação
590
das medidas de economia de energia, é importante que sejam incluídos Quadros como o exemplo que se apresenta a seguir:
Auditorias Energéticas
Fases da Auditoria – Fase de Tratamento da Informação/ Elaboração de Relatório

Alguns aspetos importantes do Relatório (para efeitos do SGCIE)

Quadro ….. - Potencial de economia de energia / Medidas de URE identificadas com possibilidades de implementação
Medida(s) de economia Economia de Energia Redução de emissões Economia de Custos Investimento PRI
de energia t comb./ano kWh/ano GJ/ano tep/ano t CO2e/ano EUR/ano EUR anos

Ex.: Substituição de grupo eletrobomba


por outro de melhor rendimento

TOTAL

NOTA: Na Síntese do Relatório também deverá aparecer um Quadro resumo deste tipo com todas as medidas recomendadas.

URE – Utilização Racional de Energia


591
Auditorias Energéticas
Fases da Auditoria – Fase de Tratamento da Informação/ Elaboração de Relatório

Alguns aspetos importantes do Relatório (para efeitos do SGCIE)

• É importante incluir no item “ANÁLISE DO PERÍODO DE REFERÊNCIA” as duas correlações gráficas seguintes:

1. CORRELAÇÃO Consumo de Energia vs. Produção


𝐸 = 𝐸0 + 𝑐 x 𝑃
NOTA: Neste exemplo: R =
0,866, o que equivale a
haver um potencial
reduzido de economia de
energia nesta instalação. R
com um valor baixo (<
0,700) equivale a um
potencial de economia de
energia significativo e R
com um valor próximo de
1 equivale a um potencial
de economia de energia
praticamente nulo.
592
Auditorias Energéticas
Fases da Auditoria – Fase de Tratamento da Informação/ Elaboração de Relatório

Alguns aspetos importantes do Relatório (para efeitos do SGCIE)

• É importante incluir no item “ANÁLISE DO PERÍODO DE REFERÊNCIA” as duas correlações gráficas seguintes:
𝐸0
2. CORRELAÇÃO Consumo Específico de Energia vs. Produção 𝐶𝐸𝐸 = 𝐶 = +𝑐
𝑃

NOTA: A configuração
deste gráfico deverá ser
sempre o ramo de uma
hipérbole de equação
𝐸
𝐶 = 𝑃0 + 𝑐.
Neste caso, é
14927
𝐶 = .
𝑃 + 51.4

593
Auditorias Energéticas

Planeamento em Portugal, segundo a legislação SGCIE


A ter em conta pela Empresa responsável pela exploração da instalação a auditar (Operador)

• A auditoria energética deve ser efetuada nos 4 ou 12 meses seguintes à data do registo da instalação no portal

SGCIE.

• O relatório da auditoria energética é entregue juntamente com o plano de racionalização de consumos de

energia (por via eletrónica, através do portal SGCIE, para aprovação pela DGEG), ou seja até:

- 8 meses (a contar da data do registo) para instalações com consumo de energia total igual ou superior a

1000 tep/ano;

- 16 meses (a contar da data do registo) para as restantes instalações.

NOTA: A Auditoria, tal como o PREn, só pode ser realizada por Técnico ou Entidade credenciados pela DGEG no âmbito do SGCIE. 594
Auditorias Energéticas

Planeamento em Portugal, segundo a legislação SGCIE


A ter em conta pela Empresa responsável pela exploração da instalação a auditar (Operador)

O operador deverá conhecer toda a legislação publicada, relacionada com as auditorias.


NOTA:
Por exemplo, em Portugal, o SGCIE compreende os seguintes diplomas: Com o Decreto-Lei n.º 68-A/2015 de
30 de abril, as auditorias a todos os
tipos de instalações abrangidas pelo
SGCIE, independentemente do seu
consumo energético anual, devem ser
Revogado por
feitas com uma periodicidade de 8
Lei 7 de 22 Jun. 2013 anos e a melhoria dos principais
indicadores das Metas (IE e CEE)
deverá ser no mínimo de 6% (para
instalações com consumos ≥ 1000
tep/ano) ou 4% (para as restantes
instalações, com consumos < 1000
tep/ano) em 8 anos.

Revogado por
Portaria n.º 320-D/2011 de 30 Dez.
595
Auditorias Energéticas
Fases da Auditoria – Fase de Tratamento da Informação/ Elaboração de Relatório
Aspetos relevantes a considerar no tratamento da informação

CONTABILIDADE ENERGÉTICA - Informação mínima para Relatório da Auditoria

• INSTANTÂNEA (através de medições efetuadas durante a auditoria)


• MENSAL (a partir das faturas e/ou registos, para detetar variações sazonais)
• ANUAL (para estimar a eficiência média da instalação em causa e definir valores de Consumos
Específicos de Energia para posterior comparação com valores de referência do mesmo setor de
atividade, se existentes)

E, segundo a divisão – por instalação global e por principais secções e/ou equipamento.

Idem, em termos de custos energéticos.


596
Auditorias Energéticas
Fases da Auditoria – Fase de Tratamento da Informação/ Elaboração de Relatório
Aspetos relevantes a considerar no tratamento da informação
CONTABILIDADE ENERGÉTICA
É importante que nos capítulos do Reatório de Auditoria Energética, respeitantes ao “Histórico Energético e
Produtivo da Instalação / Análise do Período de Referência”, apareça informação sob a forma de Quadros e
Figuras, como os exemplos que se apresentam a seguir.

Consumos e custos de energia da instalação no ano …


NOTA: Ver no “slide”
seguinte como fazer as
conversões dos
consumos para
unidades de energia
final (GJ) e energia
primária (tep), segundo
a legislação portuguesa
do SGCIE.
597
Auditorias Energéticas
Fases da Auditoria – Fase de Tratamento da Informação/ Elaboração de Relatório
Aspetos relevantes a considerar no tratamento da informação

Fatores de conversão para GJ e tep dos consumos energéticos da instalação auditada, para as formas de energia mais
comuns no setor:

Forma de energia Conversão do consumo em GJ Conversão do consumo em tep *

Eletricidade (kWh) x 0,0036 GJ/kWh x 215 x 10-6 tep/kWh NOTA: Para outras formas de
GPL (t) x PCI (GJ/t) (46,0 - 47,3) x PCI / 41,868 tep/t 1,099 - 1,130 energia não referidas no Quadro
Gás natural (t) x PCI (GJ/t) (45,1) x 1,077 tep/t
acima, consultar o Despacho nº
Gasóleo (t) x PCI (GJ/t) (42,3 - 43,3) x PCI / 41,868 tep/t 1,010 - 1,034
Gasolina (t) x PCI (GJ/t) (44 - 45) x PCI / 41,868 tep/t 1,051 - 1,075
17313/2008 (em Portugal) para a
Biogás (t) x PCI (GJ/t) (50,4) x PCI / 41,868 tep/t 1,204 ou obtido de ** obtenção dos fatores de conversão
para tep. Também os fatores de
* Segundo o SGCIE (Despacho n.º 17313/2008 de 26 de junho) emissão (tCO2/tep) para as várias
NOTAS: fontes de energia podem ser
No caso do Gasóleo e da Gasolina, adquiridos em litros, há que converter os consumos em toneladas. Isto pode ser feito através das respetivas encontrados nesse Despacho. Toda
massas específicas, se conhecidas, ou utilizando as equivalências 1000 litros de gasóleo = 0,835 t e 1000 litros de gasolina = 0,750 t. esta informação pode ser obtida em
Para o Gás Natural, adquirido em metros cúbicos, na conversão para toneladas utilizar o valor de massa específica 0,8404 kg/Nm3. https://portal.sgcie.pt (áreas O
Regulamento / Legislação).
Para o Biogás, o valor do Despacho referido como "Gases de aterro / lamas de depuração e outros biogases" poderá não ser o mais correto,
dado que se baseia no PCI do gás metano e a composição do biogás não é só metano. Daí que preferencialmente se deva utilizar um fator para
tep baseado no verdadeiro PCI do biogás (**, a ser determinado em laboratório, em função da sua composição química).
598
Auditorias Energéticas
Fases da Auditoria – Fase de Tratamento da Informação/ Elaboração de Relatório
Evolução do Consumo de Energia Primária no
Período de Referência
Aspetos relevantes a considerar no tratamento da informação 1.000

800

Consumo (tep/mês)
CONTABILIDADE ENERGÉTICA 600
Electricidade
400 Gás Natural
[Continuação de informação a constar em “Análise do Período de 200
Gasóleo

Referência” do Relatório da Auditoria Energética] 0


Jan Fev M ar Abr M ai Jun

Mês
Jul Ago Set Out Nov Dez

Repartição mensal de consumos e custos de energia no período de referência


Custo de Energia Custo de Custo de Consumo de Custo de
Consumo de Energia Elétrica Consumo de Gás Natural Consumo de Gasóleo
Mês Elétrica Gás Natural Gasóleo Energia Total Energia Total
(MWh) (GJ) (tep) (EUR)
3
(Nm ) (GJ) (tep) (EUR) (L) (GJ) (tep) (EUR) (GJ) (tep) (EUR) NOTA: Uma análise detalhada
Jan 3 355,7 12 080,5 721,5 257 297,85 201 632 7 643,9 182,5 70 092,72 30 983 1 131,8 26,8 23 549,69 20 856,2 930,7 350 940,26
Fev 3 294,2 11 859,2 708,3 253 979,36 178 129 6 752,9 161,2 49 410,15 23 380 854,1 20,2 18 088,34 19 466,1 889,7 321 477,85
das faturas de energia elétrica e
Mar 2 790,9 10 047,3 600,0 219 812,12 154 148 5 843,8 139,5 41 670,38 33 896 1 238,3 29,3 26 645,63 17 129,4 768,8 288 128,13 de avaliação da melhor opção
Abr 3 381,4 12 173,2 727,0 258 473,50 103 096 3 908,4 93,3 26 403,32 30 113 1 100,1 26,0 24 381,70 17 181,6 846,3 309 258,52
Mai 3 040,2 10 944,7 653,6 235 208,44 31 846 1 207,3 28,8 8 697,06 28 804 1 052,2 24,9 23 567,50 13 204,2 707,3 267 473,00 tarifária também pode ser feita
Jun 3 231,5 11 633,5 694,8 242 733,29 8 465 320,9 7,7 2 862,69 34 302 1 253,1 29,6 28 423,74 13 207,5 732,1 274 019,72 nesta parte do Relatório ou mais
Jul 3 426,4 12 335,2 736,7 266 713,79 8 549 324,1 7,7 4 257,07 33 755 1 233,1 29,1 28 303,63 13 892,4 773,6 299 274,49
Ago 4 077,6 14 679,2 876,7 307 703,18 9 294 352,3 8,4 4 748,51 39 219 1 432,7 33,9 32 637,01 16 464,3 918,9 345 088,70 adiante no item “Serviços
Set 4 124,4 14 847,7 886,7 300 708,59 12 366 468,8 11,2 5 990,34 31 896 1 165,2 27,5 27 317,43 16 481,7 925,5 334 016,36
Out 3 273,3 11 783,8 703,8 219 428,24 8 957 339,6 8,1 4 651,11 28 556 1 043,2 24,7 22 508,42 13 166,6 736,5 246 587,77
Auxiliares – Alimentação e
Nov 3 384,7 12 185,1 727,7 232 382,42 65 033 2 465,4 58,9 28 962,10 26 358 962,9 22,8 20 350,98 15 613,4 809,3 281 695,50 Distribuição de Energia Elétrica”
Dez 3 191,2 11 488,2 686,1 216 163,01 182 294 6 910,8 165,0 72 901,53 29 002 1 059,5 25,0 22 269,20 19 458,5 876,1 311 333,74
TOTAL 40 571,6 146 057,7 8 722,9 3 010 603,79 963 809 36 538,0 872,4 320 646,98 370 264 13 526,2 319,7 298 043,27 196 121,9 9 914,9 3 629 294,04
599
Auditorias Energéticas
Fases da Auditoria – Fase de Tratamento da Informação/ Elaboração de Relatório
…e não esquecer de incluir Gráficos “Consumo de
Aspetos relevantes a considerar no tratamento da informação Energia vs. Produção” e “Consumo Específico de
Energia vs. Produção” já referidos atrás.
CONTABILIDADE ENERGÉTICA
Toda a Informação de Contabilidade Energética
[Continuação de informação a constar em “Análise do Período de Referência” mostrada atrás deve ser repetida por principais
secções e/ou equipamentos se houver dados do
do Relatório da Auditoria Energética] Operador para tal.

Valores mensais de produção, consumos de energia e consumos específicos de energia no período de referência
Consumo de Energia Final Consumo de Energia Primária Consumo Específico de Energia Final Consumo Específico de Energia Primária
Produção Energia Gás Energia Gás Energia Gás Energia Gás
Mês Gasóleo Total Gasóleo Total Gasóleo Total Gasóleo Total
elétrica Natural elétrica Natural elétrica Natural elétrica Natural
(m3 / mês) (GJ/mês) (GJ/mês) (GJ/mês) (GJ/mês) (tep/mês) (tep/mês) (tep/mês) (tep/mês) (GJ/m3) (GJ/m3) (GJ/m3) (GJ/m3) (kgep/m3) (kgep/m3) (kgep/m3) (kgep/m3)
Jan 844 657 12 080,5 7 643,9 1 131,8 20 856,2 721,5 182,5 26,8 930,7 0,0143 0,0090 0,0013 0,0247 0,8542 0,2161 0,0317 1,1019
Fev 794 247 11 859,2 6 752,9 854,1 19 466,1 708,3 161,2 20,2 889,7 0,0149 0,0085 0,0011 0,0245 0,8917 0,2030 0,0254 1,1201
Mar 1 010 818 10 047,3 5 843,8 1 238,3 17 129,4 600,0 139,5 29,3 768,8 0,0099 0,0058 0,0012 0,0169 0,5936 0,1380 0,0290 0,7606
Abr 1 163 873 12 173,2 3 908,4 1 100,1 17 181,6 727,0 93,3 26,0 846,3 0,0105 0,0034 0,0009 0,0148 0,6246 0,0802 0,0223 0,7272
Mai 1 136 112 10 944,7 1 207,3 1 052,2 13 204,2 653,6 28,8 24,9 707,3 0,0096 0,0011 0,0009 0,0116 0,5753 0,0254 0,0219 0,6226
Jun 1 144 232 11 633,5 320,9 1 253,1 13 207,5 694,8 7,7 29,6 732,1 0,0102 0,0003 0,0011 0,0115 0,6072 0,0067 0,0259 0,6398
Jul 1 393 448 12 335,2 324,1 1 233,1 13 892,4 736,7 7,7 29,1 773,6 0,0089 0,0002 0,0009 0,0100 0,5287 0,0056 0,0209 0,5551
Ago 1 489 016 14 679,2 352,3 1 432,7 16 464,3 876,7 8,4 33,9 918,9 0,0099 0,0002 0,0010 0,0111 0,5888 0,0056 0,0227 0,6172
Set 1 309 373 14 847,7 468,8 1 165,2 16 481,7 886,7 11,2 27,5 925,5 0,0113 0,0004 0,0009 0,0126 0,6772 0,0085 0,0210 0,7068
Out 1 099 309 11 783,8 339,6 1 043,2 13 166,6 703,8 8,1 24,7 736,5 0,0107 0,0003 0,0009 0,0120 0,6402 0,0074 0,0224 0,6700
Nov 860 335 12 185,1 2 465,4 962,9 15 613,4 727,7 58,9 22,8 809,3 0,0142 0,0029 0,0011 0,0181 0,8459 0,0684 0,0265 0,9407
Dez 905 572 11 488,2 6 910,8 1 059,5 19 458,5 686,1 165,0 25,0 876,1 0,0127 0,0076 0,0012 0,0215 0,7576 0,1822 0,0277 0,9675
TOTAL / ano 13 150 992 146 057,7 36 538,0 13 526,2 196 121,9 8 722,9 872,4 319,7 9 914,9 0,0111 0,0028 0,0010 0,0149 0,6633 0,0663 0,0243 0,7539 600
Auditorias Energéticas
Fases da Auditoria – Fase de Tratamento da Informação/ Elaboração de Relatório
Aspetos relevantes a considerar no tratamento da informação

Consumos específicos de Energia e outros indicadores de eficiência


Em Portugal, o SGCIE impõe a determinação de três indicadores de eficiência energética para o período de referência (ano civil
anterior à data da Auditoria):

E
*
CEE = CONSUMO ESPECÍFICO DE ENERGIA da Instalação: Energia total consumida* por unidade de produção [kgep/u.p]
P

E
* IE = INTENSIDADE ENERGÉTICA da Instalção: Energia total consumida por valor acrescentado bruto da atividade da
VAB instalação [kgep/€]

Emissões
IC = INTENSIDADE CARBÓNICA da Instalação: Emissões de Gases com efeitos de estufa por unidade de energia total
E consumida [tCO2e/tep]

* Na contabilização do consumo energético total, havendo energia resultante de resíduos endógenos e de outros combustíveis renováveis apenas 50% destes consumos deve ser considerada 601
Auditorias Energéticas
Fases da Auditoria – Fase de Tratamento da Informação/ Elaboração de Relatório
Aspetos relevantes a considerar no tratamento da informação

Consumos específicos de Energia e outros indicadores de eficiência

• O Consumo Específico de Energia (CEE) é o indicador que melhor traduz o desempenho energético da
instalação. Pode e deve ser calculado também por principais secções e/ou equipamentos do processo.

• O Consumo Específico de Energia também pode ser calculado em outras unidades de energia para além das
referidas (ex.: GJ/u.p., kWh/u.p., ... ). Na análise das principais secções e/ou equipamentos consumidores de
energia, deve ser calculado nestas unidades (GJ/u.p.).

• Uma instalação a laborar em condições bastante afastadas do regime nominal terá um CEE elevado. A 50%
do regime nominal implica praticamente o dobro desse indicador.

602
Auditorias Energéticas
Fases da Auditoria – Fase de Tratamento da Informação/ Elaboração de Relatório
Aspetos relevantes a considerar no tratamento da informação

Análise de Caldeiras

A determinação do excesso de ar de combustão, também pode ser realizada através de fórmula de cálculo
expedita:

Excessos de ar recomendáveis:
%O2 •
e= Para combustíveis sólidos: 15 – 60%

21 − %O2 • Para combustíveis líquidos: 15 – 25%


• Para combustíveis gasosos: 5 – 15%
Nota: A [CO] deverá ser próxima de 0% ou ≤ 200-300 ppm

603
Auditorias Energéticas
Fases da Auditoria – Fase de Tratamento da Informação/ Elaboração de Relatório
Aspetos relevantes a considerar no tratamento da informação

Economias de custos – Análise


de faturas de energia elétrica

Consumos de energia ativa e


energia reativa e valores de
potência contratada e potência
em horas de ponta verificados
na instalação no período de
referência.

604
Auditorias Energéticas
Fases da Auditoria – Fase de Tratamento da Informação/ Elaboração de Relatório
Aspetos relevantes a considerar no tratamento da informação

Energia Activa (€) Potência (€) E. Reactiva (€) Termo Custo (€)
Meses Horas Cheias Horas de ponta Horas de Vazio Horas de S.Vazio Horas de ponta Contratada Fornecida Consumida fixo Unitário
Total Total
Economias de custos – Análise (HC) (HP) (HV) (HSV) (PHP) (PC) (RF) (RC) (€) €/kWh
Mai-06 21649,04 5891,26 9012,90 1335,07 37888,27 5336,09 2121,27 232,06 0,00 115,00 45692,69 0,0646
Jun-06 19606,16 5912,04 8798,05 1294,85 35611,10 5428,96 2052,84 206,50 0,00 111,29 43410,69 0,0651
de faturas de energia elétrica Jul-06 19046,42 5927,97 8589,19 1017,89 34581,47 5867,73 2121,27 264,15 0,00 115,00 42949,62 0,0630
Ago-06 19539,84 5964,12 8673,69 1029,58 35207,23 5635,18 2121,27 190,28 0,00 115,00 43268,96 0,0618
Set-06 18165,38 5457,45 7873,96 933,63 32430,42 5227,72 1936,97 208,93 0,00 111,29 39915,33 0,0626
Out-06 18683,11 5966,64 8871,87 1010,24 34531,86 5553,43 2116,28 200,20 0,00 115,00 42516,77 0,0622
Nov-06 17212,93 6021,95 8460,03 966,47 32661,38 4602,87 2048,01 163,79 0,00 111,29 39587,34 0,0585
Desagregação de custos de Dez-06 18467,70 8398,58 11282,00 1082,80 39231,08 5819,28 2150,21 205,82 0,00 115,00 47521,39 0,0607
Jan-07 25346,84 11766,24 7978,60 5427,60 50519,28 5594,63 2373,33 192,90 0,00 105,55 58785,69 0,0772
energia elétrica verificados na Fev-07
Mar-07
22118,31
24257,70
10229,09
10150,78
7099,47
7813,78
4901,02
5664,41
44347,89
47886,67
4832,38
5309,17
2143,65
2468,02
139,80
120,07
0,00
0,00
95,33
105,55
51559,05
55889,48
0,0769
0,0767
Abr-07 21934,23 6823,04 8356,55 5095,03 42208,85 6051,59 2388,40 202,00 0,00 102,14 50952,98 0,0778
instalação no período de Total 246027,66 88509,16 102810,09 29758,59 467105,50 65259,03 26041,52 2326,50 0,00 1317,44 562049,99
Média/dia 683,41 245,86 285,58 82,66 1297,52 181,28 72,34 6,46 0,00 3,66 1561,25 0,0022
referência Média/Mês
Desvio médio
20502,31
2132,43
7375,76
1840,27
8567,51
637,11
2479,88
1861,42
38925,46
4927,75
5438,25
315,39
2170,13
119,90
193,88
27,09
0,00
0,00
109,79
5,10
46837,50
5086,85
0,0672
0,0066
Valor máximo 25346,84 11766,24 11282,00 5664,41 50519,28 6051,59 2468,02 264,15 0,00 115,00 58785,69 0,0778
Valor minímo 17212,93 5457,45 7099,47 933,63 32430,42 4602,87 1936,97 120,07 0,00 95,33 39587,34 0,0585
% 43,77 15,75 18,29 5,29 83,11 11,61 4,63 0,41 0,00 0,23 100,00

605
Auditorias Energéticas
Fases da Auditoria – Fase de Tratamento da Informação/ Elaboração de Relatório
Aspetos relevantes a considerar no tratamento da informação

HP-Horas de Ponta HC-Horas Cheias HV-Horas de Vazio


Global HSV-Horas de Super Vazio Custo médio do kWh

Economias de custos – 900000 0,1000


Consumo médio mensal = 696189 kWh
800000 0,0900
Análise de faturas de energia
700000 0,0800

Consumo de energia eléctrica


elétrica 0,0700

Custo unitário do kWh


600000
0,0600
500000

(kWh)

(€)
0,0500
400000
Evolução mensal do 0,0400
300000
0,0300
consumo e do custo unitário 200000 0,0200
da energia elétrica 100000 0,0100

0 0,0000

Jul-06
Jun-06

Jan-07
Mai-06

Out-06
Ago-06

Dez-06

Fev-07

Mar-07

Abr-07
Set-06

Nov-06
Meses 606
Auditorias Energéticas
Fases da Auditoria – Fase de Tratamento da Informação/ Elaboração de Relatório
Aspetos relevantes a considerar no tratamento da informação

HV-Horas de Vazio PC-Potência Contratada HP-Horas de Ponta


HC-Horas Cheiras PHP-Potência em Horas de Ponta HSV-Horas Super Vazio
Custo médio do kWh

30000 0,1000
0,0900
Economias de custos – Análise de 25000
0,0800
faturas de energia elétrica

Custo unitário do kWh


0,0700
20000
0,0600

(€)
(€) 15000 0,0500

Evolução mensal dos custos em 0,0400


10000
0,0300
energia elétrica 0,0200
5000
0,0100
0 0,0000

Jul-06
Jun-06

Jan-07
Mai-06

Out-06
Ago-06

Dez-06

Fev-07

Mar-07

Abr-07
Set-06

Nov-06
Meses 607
Auditorias Energéticas
Fases da Auditoria – Fase de Tratamento da Informação/ Elaboração de Relatório
Aspetos relevantes a considerar no tratamento da informação

Economias de custos – Análise de faturas de energia elétrica

As medidas que podem resultar desta análise das faturas, com consequentes reduções de custos, são:

• Alteração da opção tarifária


• Diferimento temporal de consumos (implicando eventualmente a reorganização de operações)
• Deslastre de cargas
• Redução da potência contratada
• Compensação do fator de potência
608
Auditorias Energéticas
Fases da Auditoria – Fase de Tratamento da Informação/ Elaboração de Relatório
Aspetos relevantes a considerar no tratamento da informação

Economias de Energia – Exemplos de medidas típicas

Sistemas de Bombagem Sistemas de Ventilação


Medidas de Economia de Energia Medidas de Economia de Energia

Controlo: Sistema de controlo:


• Otimização do período de funcionamento do sistema de ventilação
• Utilização de várias bombas em paralelo (p.ex., através da instalação de um temporizador programável).
• Utilização de VEV’s • Controlo do caudal em função das necessidades (p. ex., através de um
VEV).
Seleção da(s) bomba(s) Motor:
• Substituição de bombas sobredimensionadas • Escolha correta do tipo e potência do motor
• Seleção de motor de alto rendimento (IE2/IE3).
• Conservação ou modificação de impulsores Transmissão:
Manutenção • Mudança de correias trapezoidais para correias planas ou
acoplamento direto.
• Reposição de folgas internas Condutas / Outras:
• Aplicação de revestimentos na bomba (sobretudo na • Alteração de condutas retangulares para condutas circulares.
• Escolha correta do ventilador adequado e manutenção frequente de
voluta) todo o sistema. 609
Auditorias Energéticas

Considerações Finais

Tenha presente que…

• É importante gerir a energia. É possível economizar energia sem degradar a produção.

• Um escudo cabo verdiano poupado na energia é um escudo acrescentado aos lucros da empresa em causa

• Ao economizar-se energia, está-se também a contribuir para um melhor ambiente e diminuir a

dependência energética do país exterior

• A auditoria energética é o melhor instrumento para a identificação das medidas de economia de energia

possíveis de implementar. É também o primeiro passo para a implementação de um sistema de gestão de

energia.

610
FIM DO TEMA 7
Agradecemos a vossa atenção

611

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