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Capítulo
19
Qualidade da água
A
água é um elemento vital para as atividades humanas e para a manutenção da
vida. Para satisfazer as necessidades humanas e ambientais, é necessário que a
água tenha certas características que variam com o seu uso. A água utilizada
para análises clínicas, por exemplo, deve ser tanto quanto possível isenta de
sais e outras substâncias em solução ou suspensão. Já para a navegação e para a geração
de energia, por exemplo, a água deve apenas atender ao requisito de não ser
excessivamente agressiva às estruturas. Para os processos biológicos incluindo a
manutenção dos ecossistemas, a alimentação humana e a dessedentação animal, as
exigências são intermediárias.
Poluição da água
Entende-se por poluição da água a alteração de suas características por quaisquer ações
ou interferências sejam elas ou não provocadas pelo homem (Braga et al., 2005). A
origem da palavra poluição está relacionada à condição estética da água, que parece suja
quando a poluição pode ser percebida a olho nu. Entretanto, a alteração da qualidade
da água não se manifesta apenas em características estéticas. A água aparentemente
limpa pode conter micro-organismos patogênicos e substâncias tóxicas.
Temperatura
A temperatura é uma das características mais importantes da água de um rio ou lago
porque a temperatura da água afeta as características físicas e químicas da água, como,
por exemplo a solubilidade dos gases e a densidade.
Outra fonte de poluição térmica é uma barragem em que a água descarregada para
jusante é retirada de camadas muito profundas do reservatório localizado a montante.
No fundo de um reservatório a temperatura da água pode ser bastante inferior à
temperatura normal da água do rio.
Oxigênio Dissolvido
O Oxigênio Dissolvido (OD) é necessário para manter as condições de vida dos seres
que vivem na água, e, portanto, é um parâmetro importante na análise da poluição de
um rio. O OD é consumido pelos seres vivos, especialmente os organismos
decompositores de matéria orgânica. A concentração de OD na água aumenta por
fotossíntese de plantas e algas aquáticas ou por reareação, no contato com a atmosfera.
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Tabela 19. 1: Concentração de OD de saturação para diferentes temperaturas da água. Valores correspondem à água doce (salinidade
zero) e pressão atmosférica média ao nível do mar.
pH
O pH expressa o grau de acidez ou alcalinidade da água, em valores de 0 a 14, sendo
que valores inferiores a 7 indicam águas ácidas e valores superiores a 7 indicam águas
alcalinas (Benetti e Bidone, 1993). O pH do meio (água) controla as reações químicas
de muitos outros poluentes. Valores baixos de pH aceleram a decomposição de
materiais potencialmente tóxicos. Valores altos de pH podem levar a um aumento na
concentração de amônia, que é tóxica para os peixes
DBO
A água dos rios e de esgotos cloacais e industriais contém matéria orgânica. Esta
matéria orgânica é decomposta por microorganismos que, em geral, consomem
oxigênio no processo de decomposição. A DBO, ou Demanda Bioquímica de
Oxigênio, representa o consumo potencial de oxigênio para decompor a matéria
orgânica existente na água.
A DBO é medida a partir de uma coleta de amostra que deve ser mantida a 20º. C. A
Concentração inicial de oxigênio na amostra é medida e a amostra fica mantida por
cinco dias em um recipiente de vidro, livre da influência da luz. Ao longo destes cinco
dias o oxigênio vai sendo consumido por bactérias e a concentração de OD é medida
ao final dos cinco dias. A diferença entre a concentração inicial de OD (mais alta) e a
concentração final (mais baixa) é o valor da DBO5, denominada assim porque está
baseada num teste realizado em 5 dias.
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Coliformes fecais
Obviamente existem inúmeros tipos de micro-organismos nas águas, e alguns destes
podem indicar presença de dejetos de origem animal. A água com micro-organismos
de origem humana é potencialmente nociva, porque muitos tipos de doenças são
transmitidas via a água. Entretanto, testar a água para todos os micro-organismos
potencialmente patogênicos seria muito caro, assim é mais comum a verificação da
presença ou concentração da bactéria Escherichia coli.
Escherichia coli é uma bactéria presente nos sistemas digestivos de animais de sangue
quente, que normalmente não é nociva, mas que é usada como indicativo de
contaminação com fezes humanas (ou mais raramente de outros animais).
Mistura
Aspectos fundamentais da qualidade da água são, normalmente, apresentados em
termos de concentração de substâncias na água. A concentração é expressa como a
massa da substância por volume de água, em mg.l-1, ou g.m-3. Por exemplo, ao
acrescentar e dissolver 12 mg de sal em um litro de água pura, obtém-se água com uma
concentração de 12 mg.l-1.
QR ⋅ C R + Q A ⋅ C A
CF = (19.1)
QR + Q A
EXEMPLO
1) Uma cidade coleta todo o esgoto cloacal, mas não tem estação de tratamento.
Assim, a vazão de esgoto de 0,5 m3.s-1 com uma concentração de 50 mg.l-1 de
Nitrogênio Total é lançada em um rio com uma vazão de 23 m3.s-1 e com uma
concentração de 1 mg.l-1 de Nitrogênio Total. Considerando mistura completa
qual é a concentração final no rio a jusante da entrada do esgoto.
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QR ⋅ C R + Q A ⋅ C A 23 ⋅ 1 + 0,5 ⋅ 50
CF = ou seja C F = = 2,04
QR + Q A 23,5
m 3 ⋅ mg Kg
WF = QF ⋅ C F = 23,5 ⋅ 2,04 = 23,5 ⋅ 2,04 = 48 Kg .s −1
s ⋅l s
Na realidade, a mistura de um poluente lançado no rio com a água deste rio não é
imediata. Ao longo de um trecho L a jusante do ponto de lançamento a água não pode
ser considerada completamente misturada. Um exemplo clássico deste fenômeno é a
confluência dos rios Amazonas e Negro – o Encontro das Águas – que fluem lado a
lado por vários km até que suas águas se misturem. A rapidez com que um poluente se
mistura à água do rio depende da turbulência e a turbulência depende da velocidade e
da quantidade de obstáculos e curvas. Uma estimativa útil para um lançamento lateral
em um rio pode ser obtida pela equação a seguir (Yotsukara, 1968 apud Chapra, 1997):
B2
Lm = 8,52 ⋅ U ⋅ (19.2)
H
EXEMPLO
A distância a jusante do lançamento onde a mistura pode ser considerada completa pode ser estimada
por:
B2 15 2
Lm = 8,52 ⋅ U ⋅ = 8,52 ⋅ 0,3 ⋅ = 1438 m
H 0,4
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d t= 1438/0,3 = 4793 s
Assim, a distância é de 1438 m e o tempo para ocorrer mistura completa é de 1 hora e 20 minutos.
Transformação de poluentes
Os poluentes da água podem ser classificados em conservativos e não conservativos,
dependendo da ocorrência ou não de transformações destes poluentes que afetam a
sua concentração na água.
dC
= −k ⋅ C (19.3)
dt
C = C0 ⋅ e − k ⋅t (19.4)
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representada por equações de primeira ordem, como a equação 19.3. Se uma amostra
de água com uma pequena quantidade de
matéria orgânica degradável for mantida
num frasco sem luz e sem oxigenação, a
concentração de OD ao longo do tempo
normalmente tem um comportamento
como o ilustrado na Figura 19. 1. A
matéria orgânica se degrada e o OD da
água é consumido ao longo deste
processo, como mostra o gráfico.
dL
= −k 1 ⋅ L (19.5)
dt
L = L0 ⋅ e − k1 ⋅t (19.6)
dC
= −k 1 ⋅ L (19.7)
dt
(
C = C0 − L0 ⋅ 1 − e − k1 ⋅t ) (19.8)
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( (
DBO5, 20 = C0 − C 5 = C0 − C0 − L0 ⋅ 1 − e − k1 ⋅5 ))
(19.9)
(
DBO5, 20 = L0 ⋅ 1 − e − k1 ⋅5 )
onde k1 deve ser utilizado com unidades de dia-1.
Então, ao longo de 5
dias a matéria orgânica
degradável consome
uma quantidade de
OD que é medida pela
DBO5,20. Para saber a
quantidade total de
OD que a matéria
orgânica poderia ter
consumido, se
houvesse tempo para
isso, é necessário
estimar o valor de L0,
que é conhecida como
DBO Última ou DBO
Total.
A DBO Última ou
DBO Total pode ser
Figura 19. 2: Concentração de OD e DBO ao longo do tempo em um frasco com uma pequena quantidade de estimada considerando
matéria orgânica degradável, sem reoxigenação, com indicação da forma como é medida a DBO5,20. que o processo seguiria
a partir do quinto dia
de acordo com um
decaimento de primeira ordem. Utilizando a equação 19.9 podemos encontrar o valor
de L0 a partir do valor da DBO5,20 e de uma estimativa do coeficiente k1:
DBO5 , 20
L0 = (19.10)
(1 − e )− k1 ⋅5
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EXEMPLO
3) Para uma amostra de esgoto foi medido o valor de DBO5,20 de 300 mg/l.
Estime o valor da DBO total considerando que o coeficiente de decaimento é
de 0,35 dia-1.
DBO5, 20 300
L0 =
(1 − e )
− k1 ⋅5
=
(1 − e −0,35⋅5 ) = 363
Assim, a DBO total é de 363 mg/l..
Autodepuração de rios
Uma característica importante dos rios é que eles podem se recuperar do impacto
causado pelo lançamento de poluentes, desde que respeitados alguns limites de
tolerância e após um certo período de tempo. Uma situação típica é a poluição da água
pelo lançamento de matéria orgânica com alta demanda bioquímica por oxigênio
(DBO), como a que existe no esgoto doméstico e nos efluentes de muitas indústrias
alimentícias e de bebidas.
Considere um rio com água bastante limpa, em que a DBO é próxima de zero e a
concentração de OD está próxima da saturação. Em um ponto é lançado um efluente
com alta concentração de DBO e concentração de OD próxima de zero. Admitindo
mistura completa e imediata, no ponto de lançamento do efluente poluído ocorre um
aumento súbito da concentração de DBO e uma redução da concentração de OD,
como mostra a Figura 19. 3.
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Na Figura 19. 3 o afluente poluído entra no rio e a mistura imediata faz a concentração
de OD cair do nível de saturação para um valor inferior ao de saturação. Ao mesmo
tempo, a concentração de DBO se eleva e o déficit de OD em relação à concentração
de saturação (D) também aumenta. A partir do ponto de lançamento, a DBO vai
sendo degradada, e o processo consome OD. A concentração de DBO vai diminuindo
de forma contínua, entretanto a concentração de OD inicialmente diminui, mas depois
volta a aumentar, finalmente atingindo os níveis equivalentes à concentração de
saturação a uma certa distância do local de lançamento. Observa-se na figura que é
mantida a relação D = CODsat – COD.
Figura 19. 3: Gráfico de concentrações de OD e DBO num rio : o ponto de entrada de um afluente poluído corresponde ao Km 20
(OD é o Oxigênio Dissolvido; OD sat é a concentração de OD na saturação; D é o déficit de oxigênio dissolvido em relação à
concentração de saturação; e DBO é a concentração de DBO)
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Em termos da coluna de água de rios e lagos, a DBO é removida com uma taxa que
depende tanto do decaimento bioquímico como da sedimentação. Pode-se admitir que
existe um coeficiente de remoção (kr) dado pela soma de um coeficiente de decaimento
(kd), que é semelhante ao k1 definido antes, e de um coeficiente de sedimentação (ks),
como mostra a equação 19.11.
kr = kd + ks (19.11)
dL
= −k r ⋅ L (19.12)
dt
L = L0 ⋅ e − k r ⋅t (19.13)
Pode-se considerar que a sedimentação não provoca consumo de OD, mas apenas o
decaimento bioquímico. Assim, o OD é consumido em uma velocidade que depende
da concentração de DBO, e do coeficiente kd:
dC OD
= −k d ⋅ L
dt
(19.14)
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−0 , 434
h
k d = 0,30 ⋅ (19.15)
2,4
Reoxigenação
A direção e a magnitude do fluxo de oxigênio depende da diferença entre a
concentração real e a concentração de saturação. Esta diferença é chamada déficit de
saturação de OD.
b c d e
C ODsat = exp a + + 2 + 3 + 4 (19.17)
T T T T
a = -139,34411
b = 1,575701 . 105
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c = -6,642308 . 107
d = 1,243800 . 1010
e = -8,621949 . 1011
dC OD
= k a ⋅ (C ODsat − C OD ) (19.18)
dt
dD
= −k a ⋅ D (19.20)
dt
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Tabela 19. 2: Equações empíricas para estimative do coeficiente de reoxigenação a partir das características do escoamento (unidades:
ka (dia-1); u (m.s-1); h (m) - fonte: Chapra, 1997).
Uw
k a = 0,864 ⋅ (19.21)
h
Valores do coeficiente a variam de 0,65 para água muito poluída até 1,8 para água
limpa. Valores do coeficiente b variam de valores entre 0,8 e 1,0 para quedas naturais
ou vertedores verticais, até valores inferiores a 0,1 para descarregadores de fundo.
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(T − 20 )
k a ,T = k a , 20 ⋅ (1,024 ) (19.23)
O modelo de Streeter-Phelps
Um método simplificado para representar matematicamente o processo de
autodepuração de rios foi proposto na década de 1920 por dois pesquisadores
americanos (H. W. Streeter e E. B. Phelps) que analisavam os problemas de qualidade
de água do rio Ohio. Em homenagem a estes autores, o método passou a ser
conhecido como Modelo de Streeter-Phelps.
Figura 19. 5: O escoamento em um rio na versão mais simples do modelo Streeter-Phelps pode ser entendido como uma fila de tanques de água que seguem com
uma velocidade constante.
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tanque possa se misturar com a água do tanque ao lado, como mostra a Figura 19. 5.
Em cada tanque ocorre decaimento de DBO, consumo de OD e reoxigenação, mas a
água dos tanques não se mistura.
dC OD
= − k d ⋅ C DBO + k a ⋅ (C OD − sat − C OD ) (19.24)
dt
dD
= kr ⋅ L − ka ⋅ D (19.25)
dt
k d ⋅ L0
D = D0 ⋅ e −k a ⋅t +
ka − kr
(
⋅ e −k r ⋅t − e − k a ⋅t ) (19.26)
−ka ⋅
x
k ⋅L − k r ⋅ ux −ka ⋅
x
D = D0 ⋅ e u
+ d 0
⋅ e −e u
(19.27)
ka − kr
A equação 19.26 pode ser utilizada para encontrar o tempo (e a distância a partir do
ponto de lançamento) em que ocorre o maior déficit. Este tempo, denominado tc,
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1 k D ⋅ (k a − k r )
tc = ⋅ ln a ⋅ 1 − 0 (19.28)
k a −k r kr k d ⋅ L0
− ka
k − k
k d ⋅ L0 k D ⋅ (k a − k r ) a r
Dc = ⋅ a ⋅ 1 − 0 (19.29)
ka kr k d ⋅ L0
As equações 19.28 e 19.29 não podem ser usadas quando COD chega a zero no meio do
trecho. Neste caso o rio está numa condição anaeróbica. O tempo ti em que inicia a
situação anaeróbica é caracterizado pela igualdade D = CODsat. Usando a equação 19.26,
encontrar o valor de ti corresponde a encontrar a raiz da função f(t) dada na equação
19.30, o que pode ser feito numericamente por um método como bissecção ou
Newton, ou usando o Solver do Excel.
kd ⋅ L0
f (t ) = D0 ⋅ e −ka ⋅t +
ka − kr
( )
⋅ e −kr ⋅t − e −ka ⋅t − CODsat (19.30)
dL
= − k a ⋅ CODsat (19.31)
dt
Assim, entre os tempos ti e tf, isto é, enquanto dura a situação anaeróbica, a DBO
pode ser calculada por:
k a ⋅ CODsat = k d ⋅ L (19.33)
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1 kd ⋅ L0 ⋅ e − kr ⋅ti − k a ⋅ CODsat
t f = ti + ⋅ (19.34)
kd k a ⋅ CODsat
A partir deste ponto, voltam a valer as equações 19.13 para DBO e 19.26 para OD.
Os limites de valores de alguns parâmetros de qualidade de água para cada classe são
apresentados na tabela Tabela 19. 3.
Classe especial
São águas destinadas ao abastecimento para o consumo humano, com desinfecção
simples. Também servem para a preservação do equilíbrio natural das comunidades
aquáticas e para a preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação
de proteção integral.
Classe 1
São águas que podem ser destinadas ao à recreação de contato primário, como natação
e vela; à proteção das comunidades aquáticas; à aqüicultura e à atividade de pesca; ao
abastecimento para consumo humano após tratamento convencional ou avançado; e à
irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se desenvolvam rentes
ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de película, e à irrigação de parque,
jardins, campos de esportes e lazer, com os quais o público possa vir a ter contato
direto.
Classe 2
São águas que podem servir ao consumo humano após tratamento convencional;
podem ser destinadas à pesca amadora; e à recreação de contato secundário. Também
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podem ser usadas para irrigação de hortaliças e plantas frutíferas, e de áreas de lazer,
com as quais o público possa vir a ter contato direto.
Classe 3
São águas que podem ser destinadas ao consumo humano após tratamento
convencional ou avançado; podem servir à irrigação de culturas arbóreas ou cereais; e
podem servir à dessedentação de animais.
Classe 4
São águas que podem ser destinadas à navegação e à harmonia paisagística.
Tabela 19. 3: Valores limites de alguns parâmetros de qualidade de água para diferentes classes, de acordo com a resolução CONAMA
de 2005.
Parâmetros Classes
especial 1 2 3 4
DBO5,20 (mg/l) ≤3 ≤5 ≤ 10 -
Oxigênio Dissolvido (mg/l) ≥6 ≥5 ≥4 ≥2
Nitrogênio Total (mg/l)
Fósforo total (ambiente lêntico) ≤ 0,020 ≤ 0,030 ≤ 0,050 -
(mg/l)
Fósforo total (ambiente lótico) ≤ 0,10 ≤ 0,10 ≤ 0,15 -
(mg/l)
Temperatura (oC)
Coliformes fecais (NMP/100 ml)
Leituras adicionais
Aspectos de qualidade de água não são, normalmente, analisados em livros
introdutórios de Hidrologia. Uma boa opção é o capítulo sobre o Meio Aquático, no
livro Introdução à Engenharia Ambiental (Braga et al., 2005).
Um dos livros mais completos sobre o assunto da qualidade de água, com ênfase à
representação matemática da qualidade da água em rios e lagos, é o livro Surface Water
Quality Modeling, de Steven Chapra (1997).
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Exercícios
1) Considere um rio que recebe um afluente poluído, com as características dadas
na tabela abaixo. Verifique se a concentração de OD no rio permanece acima
de 4 mg/l no trecho a jusante da entrada do afluente. Considere que a
temperatura da água do rio e do afluente é de 20oC.
4) Uma cidade coleta todo o esgoto doméstico, mas não tem estação de
tratamento. Assim, a vazão de esgoto de 0,5 m3.s-1 com uma concentração de
50 mg.l-1 de Nitrogênio Total é lançada em um rio num ponto em que a curva
de permanência é dada pela figura que segue (próximo problema). O órgão
ambiental estadual obrigará a cidade a pagar multas toda vez que a
concentração de Nitrogênio Total no rio ultrapassar o limite de 0,4 mg.l-1.
Considerando que a concentração de Nitrogênio Total no rio a montante da
entrada do esgoto é constante e igual a 0,2 mg.l-1, qual é a porcentagem do
tempo em que o limite será ultrapassado? Considere mistura completa e
imediata das águas do esgoto no rio.
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