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DNA

Nos seres procariontes, o material genético, encontra-se desorganizado no citoplasma. Nestes seres, existe apenas 1
molécula de DNA (simples) não estando associada a proteínas. Esta molécula constitui o nucleoide.
Nas células eucarióticas, o material genético encontra-se essencialmente no núcleo embora possa ser encontrado nas
mitocôndrias e cloroplastos. Este encontra-se individualizado do resto da célula sendo revestido por 2 membranas que
constituem o invólucro nuclear. A comunicação entre o núcleo e o citoplasma é feita através de poros nucleares que
asseguram essa comunicação.

FORMAÇÃO E CONSTITUIÇÃO DO DNA


O DNA é responsável pelo controlo de toda a atividade celular
através da formação de proteínas que intervêm em todas as reações
químicas das células. O DNA é constituído por um vasto número de
nucleótidos.
Cada nucleótido do DNA apresenta na sua constituição, um grupo
fosfato, uma base azotada (A,T,G,C) e uma pentose (desoxirribose).
As ligações entre os nucleótidos dão-se através de reações de síntese
onde há ligação do C3’ do primeiro nucleótido, ao grupo fosfato do
nucleótido seguinte. Este processo vai-se repetindo até formar uma cadeia
polinucleotídica na direção 5’-3’.
Estas reações de síntese, são possíveis através da DNA polimerase que
favorece a ligação entre nucleótidos.

ESTRUTURA DO DNA
A molécula de DNA apresenta sempre a mesma estrutura em hélice da qual fazem
parte duas cadeias polinucleotídicas que se ligam entre si através das bases
azotadas.
As cadeias desenvolvem-se em sentidos opostos. Assim, à extremidade 3’ livre de
uma cadeia corresponde a extremidade 5’ livre da outra cadeia, dizem-se, assim,
antiparalelas.
A ligação entre duas cadeias é assegurada por ligações de hidrogénio
estabelecidas entre as bases nitrogenadas.

RNA
ESTRUTURA DO RNA
O RNA é um polinucleótido, uma vez é formado por vários nucleótidos unidos por ligações fosfodiéster. Cada nucleótido é
formado por: uma pentose (rebose), uma base nitrogenada (A,U,C,G) e um grupo fosfato.
O RNA é uma molécula que se apresenta em cadeia simples.

PRODUÇÃO DO RNA
O RNA é produzido a partir do DNA, em um processo chamado de transcrição. Como o RNA é formado a partir do DNA,
podemos concluir que o fluxo de informação genética ocorre no seguinte sentido: DNA-RNA-Proteína.

TIPO DE RNA
• mRNA- o RNA mensageiro, é uma cadeia simples de nucleótidos com a função de transportar a informação contida no
DNA para o local de síntese proteica (ribossomas);
• tRNA- o RNA de transferência, tem a função de transportar aminoácidos para o local de síntese proteica;
• rRNA- o RNA ribossómico faz parte da constituição dos ribossomas.

Replicação semiconservativa do DNA


O DNA possui a capacidade de originar cópias de si mesmo, através de um processo designado replicação. Este processo
assegura tanto a produção de células geneticamente idênticas como passagem de informação genética ao longo das gerações,
em todos os organismos.
Nos seres eucariontes, a replicação ocorre no interior do núcleo da célula e, nos procariontes no citoplasma. O processo
inicia-se pela ligação da molécula à DNA polimerase que desenrola a dupla hélice destruindo as pontes de hidrogénio e
provocando a separação das duas cadeias antiparalelas. À medida que as duas cadeias se separam, a DNA polimerase, vai
ligando nucleótidos livres a cada uma das cadeias de acordo com a complementaridade das bases de azotadas e no sentido
5’-3’. Cada cadeia nucleótidica da molécula antiga serve, assim, de molde à nova cadeia antiparalela que se vai formando. No
final deste processo obtêm-se duas moléculas de DNA exatamente iguais, com a mesma sequência de pares de bases da
molécula original. Cada uma das novas moléculas fica com uma das cadeias da molécula original que serviu de molde, pelo
que o processo possui uma natureza semiconsevativa.

Código genético
Três nucleotidos consecutivos do DNA constituem um codogene que por complementaridade originam tripletos no mRNA,
codões, isto é, um tripleto que possui informação genética para a síntese de um aminoácido.

CARACTERÍSTICAS DO CÓDIGO GENÉTICO


• É universal (linguagem comum a quase todas as • O terceiro nucleótido de cada cordão não é tão
células); específico como os dois primeiros;
• É redundante (existem vários codões sinónimos, ou • O tripleto AUG tem dupla função: codifica a metionina
seja, o mesmo aminoácido pode ser codificado por vários e é o cordão de iniciação;
codões); • Os triplos UAA, UAG, UGA são codões de finalização,
• Não é ambíguo, isto é, um determinado cordão não não codificam aminoácidos, terminam a síntese proteica.
codifica dois aminoácidos diferentes;

Síntese proteica
As proteínas são moléculas orgânicas formadas pela união de uma série de aminoácidos, unidos entre si por ligações
peptídicas. As proteínas diferem entre si, quer pelo número de aminoácidos, quer pela sua sequência na cadeia.
É no gene que se contém a informação necessária para a síntese de uma dada proteína.
A síntese proteica ocorre no interior das células em duas fases: transcrição e tradução.
TRANSCRIÇÃO
Num determinado segmento do codogéne uma enzima iniciando uma nova cadeia para se formar o pré-mRNA
ligar-se-á, esta faz com que se quebrem as ligações de (Sempre de 5’ para 3’).
hidrogénio. No final, a molécula de DNA reconstitui-se através das
De seguida, nucleótidos soltos de RNA no núcleo ligam- ligações entre as bases azotadas (por complementaridade)
se por complementaridade às bases do DNA na fita (3’-5’), voltando à sua forma original.



PROCESSAMENTO OU MATURAÇÃO
Os genes do DNA, contém sequências de nucleótidos que não codificam informação (intrões) intercaladas com sequências
de nucleótidos que codificam (exões).
No processamento, são retirados os intrões ao pré-mRNA e dá-se a união dos exões tornando-se o mRNA funcional.
Dizemos que o pré-RNA sofreu uma maturação.
O RNA mensageiro, migra agora para o citoplasma fixando-se aos ribossomas.

TRADUÇÃO
No núcleo, além do RNA mensageiro são também a unidade grande do ribossoma liga-se ao conjunto e
formadas moléculas de tRNA. Estas moléculas, específicas encaixa nos rRNA.
para cada aminoácido, possuem uma extremidade onde liga Alongamento: Um novo tRNA, que transporta um
o aminoácido e outra designada anticodão que é segundo aminoácido liga-se ao segundo codão; forma-se
complementar de um dos codões do mRNA. ligações pepetídicas entre os aminoácidos; o processo
Etapas da tradução da informação genética: repete-se ao longo do mRNA.
Iniciação: a molécula de mRNA liga-se à subunidade Finalização: os codões de finalização não têm nenhum
pequena de um ribossoma; o tRNA iniciador, que transporta codão complementar; há a separação dos ribossomas.
o aminoácido metionina liga-se ao codão de iniciação-AUG;

Mutações génicas
Mutações cromossómicas, são aquelas que ocorrem alterações ao nível de porções de cromossomas ou de cromossomas
completos.
Mutações génicas, consistem em alteração da ordem dos nucleótidos da molécula de DNA durante o processo de replicação.

Estas alterações dão-se graças a agentes mutagénicos de vários tipos:


• Físicos- radiações;
• Químicos- substâncias cancerígenas;
• Biológicos- bactérias/vírus.
As mutações tornam-se transmissíveis, apenas quando esta ocorre nos gametas (células reprodutoras)- mutações
germinais. Quando a mutação ocorre em células somáticas (células responsáveis pela formação de tecidos e órgãos.), não
é transmissível- mutações somáticas.

Por vezes as mutações não são significantes, são silenciosas. Isto deve-se ao facto que o último nucleótido dos codões
não é determinante e o código genético é redundante, ou seja, vários codões codificam o mesmo aminoácido.

TIPOS DE MUTAÇÕES
• Substituição: Quando se altera uma base azotada, trocando-a por outra na cadeia de DNA. O mRNA não vai ter o
mesmo codão o que faz com que seja codificado um aminoácido diferente e consequentemente uma nova proteína.
• Inserção: quando se adiciona uma base azotada na cadeia de DNA. Vai alterar toda a sequência de codões do mRNA
após a inserção, alterando os aminoácidos que por sua vez a formação de uma proteína diferente.
• Delegação: quando se apaga uma base azotada na cadeia do DNA. Toda a sequência de codões do mRNA após a
delegação vai ser alterada, alterando também os aminoácidos codificados e consequentemente a proteína formada.

MUTAÇÕES PODEM SER:


• Prejudiciais- se o indivíduo sofrer com elas;
• Vitais- se fôr essencial para a sobrevivência da espécie.

Ciclo Celular
O ciclo celular pode ser considerado como um ciclo de vida de
uma célula. Isto é, série de estágios de crescimento e
desenvolvimento que uma célula passa entre o seu
“nascimento”- formação pela divisão de uma célula mãe- e
reprodução- divisão para gerar duas células filhas.
Durante a divisão celular, os organelos, as enzimas e outros
constituintes que fazem parte da célula são distribuídos pelas
células-filhas. Ao conjunto dos cromossomas de uma célula, que
pelo número, tamanho e forma caracteriza uma dada espécie,
dá-se o nome de cariótipo.
CROMOSSOMAS
Os cromossomas podem apresentar-se na forma distendida
(cromatina) ou condensada (cromossomas com 2 cromatídeos).
No cromossoma, o DNA encontra-se ligado a proteínas
específicas- histonas que conferem a forma do cromossoma.
ESTÁGIOS DO CICLO CELULAR
Para se dividir, uma célula deve completar várias tarefas
importantes: ela precisa crescer, copiar seu material genético
(DNA), e dividir-se fisicamente em duas células-filhas.
Nas células eucarióticas, os estágios do ciclo celular são divididos em duas fases principais: interfase e a fase mitótica
(M).

INTERFASE
Fase G1
Nesta fase a célula cresce e torna-se fisicamente
maior, e existe uma intensa atividade biossintética
(síntese proteica, enzimas, RNA,…).

Fase S
Há replicação semiconservativa de uma molécula de
DNA e a duplicação os centríolos, com a consequente
alteração da estrutura dos cromossomas, que passam a
possuir 2 cromatídeos unidos pelo centrómero.

Fase G2
Produção de proteínas e organismos celulares
necessários à divisão celular.

FASE MITÓTICA
MITOSE
Profase
• Os filamentos de cromatina condensam-se, tornando-se cada vez mais grossos e mais curtos;
• Os centríolos organizam-se nos polos, começando a formar o fuso acromático.
• Os cromossomas ligam-se pelo centrómero a alguns microtúbulos do fuso acromático;
• Desorganiza-se o núcleo, que faz com que, haja o desaparecimento do nucléolo.



Metafase
• Os cromossomas atingem a condensação máxima. prontos a serem
• Os cromossomas alinham-se na zona equatorial do fuso divididos.
acromático (desenvolvimento completo) pelos respetivos
centrómeros, formando a placa equatorial, os
cromossomas dispõem-se com os braços para fora,

Anafase
• A divisão do centrómero separa os dois cromatídios de cada cromossoma, que
passam a constituir dois cromossomas independentes;
• Os microtúbulos do fuso acromático encurtam, e os cromossomas-filhos iniciam a sua ascensão para os polos da célula;
• No final desta fase existem, nos dois polos da célula, conjuntos de cromossomas idênticos.

Telófase
• Os cromossomas descondensam, tornando-se longos e
finos;
• O invólucro nuclear organiza-se em torno dos
cromossomas de cada polo, formando-se dois núcleos.

CITOCINESE
Células animais- No final da anafase e no início da telofase, forma-se no plano equatorial um anel de filamentos proteicos,
que ao contrair puxam a membrana para dentro ocorrendo o estrangulamento do citoplasma até se individualizarem as
células-filhas.
Células vegetais- Vesículas do Complexo de Golgi alinham-se no plano equatorial, fundem-se formando uma zona plana que
irá dar origem, mais tarde à parede celular. Centro organizador de microtúbulos (com)

REGULAÇÃO DO CICLO CELULAR


Existem ciclos celulares que asseguram o funcionamento do organismo. Tem de existir mecanismo de regulação que
controla e assegura a divisão celular.
Quem é responsável pela regulação do ciclo celular são complexos proteicos que verificam se a replicação do DNA foi
completa e correta e também verificam se existem nutrientes suficientes para a o desenvolvimento da célula. Mutações nos
genes que codificam estas proteínas poderão levar a erros no controlo que comprometem o ciclo celular e o normal
funcionamento das células.
Em determinados estádios da divisão celular, no inicio de G1, a célula faz uma espécie de avaliação e se algo correr mal, a
célula não se divide podendo ficar numa espécie de estádio latente,G0, ou destruir-se no caso das moléculas de DNA não se
apresentarem na forma adequada, é a APOPTOSE.
Na fase G2, a célula "verifica" se a a replicação do DNA está correta e completa, se estiver avança a mitose, se não estiver
pode dar-se a APOPTOSE. As causas que poderão influenciar erros na replicação do DNA são por exemplo os radiações
solares ou raios x.
Na mitose, nomeadamente na metafase, existe ainda mais um momento em que o ciclo pode ser interrompido se a
repartição dos cromossomas nas células-filhas não estiverem distribuídos equitativamente ou não estarem corretamente
ligados ao fuso acromático.

Crescimento e regeneração de tecidos


RENOVAÇÃO CELULAR
A regeneração celular é um processo extremamente importante para a manutenção física e funcional dos seres vivos. A
regeneração permite substituir partes que se gastam, que se perdem ou que ficam danificadas.

DIFERENCIAÇÃO CELULAR
A mitose assegura que a partir de uma célula sejam formadas duas células geneticamente iguais entre si e à célula-mãe.
As células-filhas podem sofrer divisão e originar outras células idênticas e o ciclo celular pode-se repetir inúmeras vezes a
partir de uma célula progenitora.
Se um ser pluricelular, é formado por células diferenciadas (células do músculo cardíaco são diferentes do tecido nervoso,
por exemplo), e originado por uma única célula ancestral (ovo ou zigoto), é necessário que haja uma parte do gene da célula
se evidencie. Para tal tem de ocorrer, diferenciação.
O ovo é a primeira célula do ser vivo pluricelular que irá por sucessivas mitoses e citocineses originar células -filhas que são
muito semelhantes entre si e semelhantes à original que lhe deu origem. Contudo à medida que os ciclos celulares se
repetem, as células iniciam o processo de diferenciação até se tornarem células especializadas- cada célula desempenha
uma determinada função de acordo com as características que apresenta.
Ao ovo dá-se o nome de CÉLULA TOTIPOTENTE- célula indiferenciada com todas as potencialidades para originar
todas as outras células.
Nem todas as células são células especializadas, um número reduzido de células pode apresentar um grau de diferenciação
menor que as restantes células especializadas. Chamam-se a estas células, células estaminais. A partir destas células, com a
mitose, as células-filhas sofrem diferenciação e garantem a renovação das células envelhecidas.
A diferenciação celular acarreta alterações não só ao nível da função, mas também ao nível da composição e da
estrutura das células.

Totipotentes- são capazes de originar qualquer tipo de células, tendo a capacidade de formar um indivíduo completo- ex.:
ovo até à fase de blastocisto;
Pluripotente- não são capazes de originar sozinhas a totalidade do organismo, mas podem originar todo o tipo de células;
Multipotentes- capazes de se diferenciarem em diferentes tipos de células, embora de tecidos semelhantes- ex.: células
hematopoeiticas diferenciam-se originando diferentes tipos de células sanguíneas.
Unipotentes- originam células filhas capazes de se diferenciar apenas num tipo de células- ex.: nos testículos existem
células estaminais que se diferenciam apenas em espermatozóides.

CARACTERÍSTICA DAS CÉLULAS ESTAMNINAIS


• São células indiferenciadas; • Apresentam uma capacidade de autorrenovação, sendo
• Têm a capacidade de expansão- são capazes de se a sua divisão assimétrica- uma das células permanece
dividirem, de modo a se diferenciarem em diferentes tipos como célula estaminal, enquanto a outra pode diferenciar-
de células; se numa célula especializada.



CLONAGEM
As células têm exatamente o mesmo DNA, no entanto só cerca de 5 a 10%, num determinado momento, do seu DNA
ativo, no entanto a célula, em determinadas circunstâncias pode perder a sua especialização, transformando-se numa célula
indiferenciada, totipotentes, uma vez que conservaram toda a informação genética do núcleo inicial. Estas células podem
originar um ser completo (o que está por detrás da clonagem).

Células diferenciadas—-perdem especialização em determinadas circunstâncias——-células indiferenciadas—-num


meio de cultura com nutrientes necessários ao seu desenvolvimento——organismo adulto geneticamente idêntico ao
organismo parental.

Clonagem- conjunto de técnicas e procedimentos a partir dos quais se podem obter clones; geração de um indivíduo
complexo a partir de uma célula somática, através de reprodução assexuada.

REGULAÇÃO DA ATIVIDADE GÉNICA


Metaplasias- mudanças reversíveis num determinado tipo de células que são substituídas por células de outro tipo ex.:
tecidos dos pulmões de um fumante são substituídos por outros tecidos.

Quando a regulação do ciclo celular é afetada, a célula pode dividir-se, consumindo elevada quantidade de nutrientes,
originando uma massa de células que não são funcionais- tumor.
Estas células podem invadir tecidos vizinhos e propagar-se a outras partes do corpo, por metáteses. Tal provoca a
formação de novos tumores que podem causar a morte do organismo.

Reprodução
Capacidade de constituir descendência portador de genes dos progenitores, assegurando a renovação contínua da
espécie e a transmissão de informação genética de geração em geração.

REPRODUÇÃO ASSEXUADA
Formam-se novos indivíduos geneticamente idênticos entre si e ao progenitor a partir de um só progenitor sem
haver intervenção de células sexuais e sem fecundação. Muitos Os organismos que se reproduzem assexuadamente
também podem fazer sexuadamente sempre que as condições do meio lhes sejam desfavoráveis. Esta capacidade permite-
lhes ultrapassar o risco de extinção uma vez que a reprodução sexuada conduz a uma maior variabilidade genética.

- Bipartição/cissiparidade- Um organismo unicelular divide-se em dois semelhantes com dimensões iguais ex.: amiba,
planária;
- Gemulação/gemiparidade- num organismo, (unicelular-leveduras/puricelular-hidra) formam-se uma ou mais
dilatações (gomo/gema) que crescem e se desenvolvem originando novos indivíduos que podem permanecer juntos ao
progenitor formando uma colónia ou separar-se;
- Esporolação- envolve a produção, por mitose ou meios de células reprodutoras haploides-esporos ex.: fungos;
- Fragmentação- um organismo fragmenta-se por alguma razão e cada fragmento desenvolve-se originando um novo
organismo ex.: planária;
- Partenogénese- formação de um novo indivíduo a partir de um óvulo não fecundado ex.: abelhas;
- Multiplicação vegetativa- certas estruturas vegetais pluricelulares originam, por diferenciação, novas plantas.

Animais Vegetais
Gónadas- Gametângios-
Testículos Anterídeos
órgãos órgãos
Ovários Arquegónias
REPRODUÇÃO SEXUADA reprodutores reprodutores

A manutenção do número de cromossomas num indivíduo Espermatozoides Anterozoides


Gâmetas Gâmetas
implica que, em certo momento, haja uma redução número de Óvulos Oosferas

cromossomas, duplicado no processo de fecundação. Este


fenómeno de redução da quantidade de cromossomas é denominado de meiose.
• Fecundação- consiste na cariogamia, ou seja, a junção dos núcleos dos gâmetas (células haploides n) resultando
um ovo ou zigoto (célula diploides 2n).

MEIOSE
Meiose I- nesta fase há a divisão reducional, pois é nesta fase que há a passagem de células 2n para n e também há a
redução do teor de DNA, 2Q.
A meiose inicia-se com os cromossomas, formados por dois cromatídeos uma vez que antes ocorreu a interfase.
Profase I
• Fragmentação da membrana nuclear; • Permuta de segmentos entre os cromatídeos
• Emparelhamento de cromossomas homólogos, constituintes dos cromossomas homólogos nos pontos
formado por 4 cromatídeos; de quiasma- crossing-over;
Metafase I
• Disposição aleatória da tétrada cromatídia na placa equatorial com os pontos de quiasma localizados na zona equatorial.
Anafase I
• Separação aleatória dos cromossomas homólogos- redução cromossómica;
• Cada cromossoma homólogo, formado por 2 cromatídeos desloca-se aleatoriamente para os polos;
Telofase I
• Da divisão I resultam dois núcleos haploides, tendo cada cromossoma 2 cromatídeos.

Meiose II-(igual à mitose) nesta fase há a divisão equacional, onde o número de cromossomas mantém-se, embora o
teor de DNA reduz para metade, Q. No final desta fase forma-se 4 núcleos haploides. Entre a divisão I e a divisão II pode
ocorrer a interfase, mas sem a fase S.

REGULAÇÃO DA MEIOSE
Durante a meiose pode ocorre anomalias, de dois gâmetas que alteram a estrutura
(mutações estruturais) ou o número (mutação numéricas).
As mutações numéricas têm origem em essencialmente como resultado da não
disjunção de cromossomas homólogos (anafaste I) ou de cromatídios (anafaste II).
PROCESSOS RESPONSÁVEIS PELA VARIABILIDADE GENÉTICA
Meiose: crossing-over; a ascensão de cromossomas aleatoriamente para os polos na
anafaste I;
Fecundação: fusão, ao acaso, de dois gémeas com informações distintas.

Ciclos de Vida
CICLO DE VIDA DO HOMEM

CICLO DE VIDA HAPLONTE- ESPIROGIRA


Nos ciclos haplontes, a meiose ocorre após a formação do ovo-
meiose pós-zigótica. Desta forma, a diplófase(2n) está limitada a
uma célula- zigoto, ou seja, o organismo adulto é haplonte(n).

CICLO DE VIDA DIPLONTE- MAMÍFERO


Nos ciclos de vida diplonte a meiose ocorre antes da formação dos gâmetas- meiose pré-gamética. Este acontecimento
faz com que os gâmetas sejam as únicas células haplontes e que o organismo adulto seja diplonte.

CICLODE VIDA HAPLODIPLONTE- FETO (POLIPÓDIO)


Nos ciclos haplodiplontes a meiose ocorre antes da formação dos esporos - meiose pré-espórica. A haplófase inicia-se
com os esporos que, através de mitoses sucessivas, originam estruturas pluricelulares onde se formarão os gâmetas. Após a
fecundação, o zigoto inicia a diplófase formando-se uma entidade pluricelular diploide. Esta entidade irá produzir, por meiose,
os esporos. Nestes ciclos existe também alternância de gerações, a geração gametofita e a geração esporófita. Na geração
gametofita, que coincide com a haplófase, ocorre a produção
de gâmetas. Na geração esporófita, que coincide com a
diplófase, ocorre a produção de esporos.
No estado adulto do polipódio (esporófito) surgem
esporângios na página inferior das folhas. Nestas
estruturas originam-se esporos por meiose. A rutura do
esporângio permite a dispersão dos esporos que,
germinando, dão origem a uma estrutura multicelular
independente (gametófito). Nesta estrutura diferenciam-se
gametângios que originam os gâmetas masculinos flagelados
(anterozoides) e os gâmetas femininos (oosferas). Nesta
planta, a fecundação é dependente da água e origina um
zigoto que inicia a geração esporófita. Por mitoses
sucessivas, o zigoto origina a planta adulta, que é a entidade
mais representativa daquela geração.

Origem das células eucarísticas e da multicelularidade


MODELO AUTOGÉNICO
Este modelo defende que as células eucarióticas apareceram a partir de células procariotas que desenvolveram organelos
endomembranares a partir de invaginações existentes na membrana plasmática que terão sofrido especializações nas suas
funções.
Este modelo sugere que o primeiro organelo endomembranar a aparecer dentro da célula foi o invólucro
nuclear, o que permitiu a individualização do material genético no interior do núcleo. Em fases seguintes, terão surgido
outros organelos membranares especializados.

Argumentos a favor: das membranas invaginadas, nomeadamente as


• Continuidade física e semelhança estrutural entre as mitocôndrias e cloroplastos. Era de esperar que as
membranas celulares internas e externa. mitocôndrias e os cloroplastos que resultaram da
invaginação tivessem o DNA semelhante ao DNA do
Argumentos contra: núcleo e isso não acontece.
• Este modelo não teve grande aceitação pela • É como se a célula se tivesse auto gerado.
comunidade científica pois não esclarece a especialização

MODELO ENDOSSIMBIÓTICO
Este modelo diz que as células eucarióticas terão aparecido por associação simbiótica com outros seres procariontes
primitivos. A célula terá resultado de uma associação entre organismos diferentes em que um deles vive no hospedeiro
(endossimbiose, ser-endossimbionte), e em que os dois organismos beneficiam da associação. Esta associação terá sido tão
eficiente que passaram a constituir organismos estáveis.

Os seres hospedeiros passaram a ser organelos, tendo o cloroplasto vindo da incorporação de um ser procarionte
fotossintético (por exemplo das cianobactérias), e as mitocôndrias de procariontes aeróbios e com grande capacidade
respiratória (bactérias). Os flagelos e cílios, importantes na procura de alimento, terão vindo de seres alongados e que se
fixaram na membrana da célula hospedeira.
Este modelo não explica a formação do núcleo e outros organelos intracelulares (com exceção das mitocôndrias e
cloroplastos), conciliando os dois modelos, o núcleo e os outros organelos terão sido originados por invaginações da
membrana nuclear.
Os cloroplastos evoluíram depois das mitocôndrias por relações de endossimbiose com procariontes autotróficos.

Argumentos a favor:
• A simbiose é um processo comum na natureza, ainda hoje se verificam relações endossimbióticas entre bactérias e alguns
seres eucariontes;
• As mitocôndrias e os cloroplastos possuem o seu próprio material genético, semelhante ao DNA procariótico, o que
denota afinidade com os procariontes;
• As mitocôndrias e os cloroplastos possuem ribossomas próprios (semelhantes aos das células procarióticas);
• Os cloroplastos possuem ribossomas com características semelhantes aos procariontes.

Argumentos contra
• Não explica a origem do núcleo e dos restantes organitos endomembranares.

MULTICELULARIDADE
Os seres eucariontes unicelulares sentiram a necessidade de se ajuntarem, devido ao aumento de predação. Estas células
ao organizarem-se em colónias e, numa fase posterior, fizeram surgir de organismos multicelulares. A multicelularidade
conferia vantagens aos organismos, tais como: uma utilização eficaz da energia, como resultado da especialização de
cada célula; uma melhor adaptação ao ambiente.

Mecanismos de evolução
LAMARKISMO
Para Lamark, o ambiente em mudança é o principal responsável pela evolução dos seres vivos. A necessidade que os
seres sentem de se adaptarem às novas condições ambientais conduz ao uso e desuso contínuo de certos órgãos.
Lamark considerava que as transformações, quer no sentido do desenvolvimento do órgãos, quer da sua atrofia, eram
transmitidas à descendência- lei da transmissão dos caracteres adquiridos. Essas pequenas transformações, ao acumularem-se
ao longo de gerações sucessivas, levariam ao aparecimento de novas espécies.
Objeção ao lamarkismo:
Atualmente, sabe-se que só o material genético é transmitido à descendência, por essa razão, se as alterações não tiverem
escritas no código genético, obviamente que não passarão para os descendentes.

DARWINISMO
Seleção natural:
• Variabilidade intraespecífica- todas as espécies apresentam, dentro de um dado local e espaço de tempo, indivíduos
com variações nas suas características;
• Sobrevivência diferencial- nas diferentes populações surgem mais descendentes do que aqueles que podem
sobreviver, sendo os mais aptos a sobreviverem;
• Reprodução diferencial- os indivíduos portadores de variações favoráveis sobrevivem mais, transmitindo com maior
frequência as suas características à descendência;
• A seleção natural, aquando ao longo de muitas gerações, leva à acumulação de variações mos organismos, podendo
conduzir à formação de novas espécies.
A principal crítica ao darwinismo assenta no facto de nunca ter explicado a causa das variações nos indivíduos de uma
população e o seu modo de transmissão à descendência.

NEODARWINISMO
A variabilidade intraespecífica numa população resulta das mutações e dos fenómenos de recobinação genética;
O meio ambiente atua seletivamente sobre os indivíduos das populações, determinando a sobrevivência diferencial;
O fundo genético de certo ambiente vai se alterando, sendo o principal indicador da evolução da população.

PROCESSOS DE EVOLUÇÃO CONVERGENTE E DIVERGENTE


A anatomia comparada baseia-se no estudo de estruturas de diferentes organismos co o objetivo de estabelecer possíveis
relações de parentesco entre eles. As estruturas homólogas são órgãos que têm a mesma origem, a mesma estrutura
básica e posição relativa idêntica no organismo, podendo apresentar funções e formas diferentes. À medida que os
indivíduos de uma população inicial se adaptam a diferentes ambientes, sujeitos a pressões seletivas diferentes, estes
indivíduos evoluem de um ser ancestral comum de forma divergente.
As estruturas análogas são órgãos que têm origem, estrutura e posição relativa diferentes, desempenhando uma mesma
função. Apesar de não evidenciarem parentesco evolutivo entre os organismos que possuem, estes órgãos têm interesse como
a favor da evolução convergente. Quando populações de espécies ancestrais diferentes colonizam habitadas semelhantes,
ficam sujeitas a pressões seletivas idênticas que conduzem a adaptações idênticas.

DADOS DA PALEONTOLOGIA
Na paleontologia constata-se que existem fósseis que correspondem a seres já extintos o que contraria a imutabilidade dos
seres vivos.
Na observação de sequências de fósseis que ainda hoje têm o seu representante na biodiversidade atual, verificam-se
modificações sofridas ao longo do tempo, evidenciando um processo evolutivo em determinados grupos, conseguindo-se,
desta forma, construir árvores filogenéticas.

DADOS DA EMBRIOLOGIA
O estudo comparado de embriões releva semelhanças nas primeiras etapas do seu desenvolvimento e estruturas comuns
em embriões de diferentes grupos.

DADOS DA BIOGEOGRAFIA
Defendem que as espécies tendem a ser mais semelhantes quanto maior é a sua proximidade geográfica. Quanto mais
isoladas, maiores as diferenças entre si.

DADOS DA BIOLOGIA MOLECULAR


O avanço da bioquímica veio a dar um grande impulso à argumentação evolucionista. Estes argumentos reforçam a ideia da
origem comum dos seres vivos dos diferentes reinos e baseiam-se em: Todos os organismos são constituídos, basicamente,
pelo mesmo tipo de biomoléculas (ácidos nucleicos, proteínas, glícidos e lípidos); O facto do DNA e RNA serem a base da
síntese proteica, a universalidade do ATP como molécula de energia e a existência de vias metabólicas, para além da síntese
proteica, comuns aos seres vivos, como o funcionamento das enzimas e processos respiratórios.
Embora todos os seres vivos apresentem as mesmas biomoléculas, os estudos bioquímicos, dizem-nos que quanto maior a
proximidade de grau de parentesco menores são as diferenças existentes na sequência de numa proteína, o mesmo sucede à
sequência de nucleótidos da molécula de DNA.

SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO
CLASSIFICAÇÕES PRÁTICAS
CLASSIFICAÇÕES RACIONAIS ARTIFICIAS
Pretendiam satisfazer necessidades básicas; uso
imediato; baseadas em propriedades que tinham interesses Baseiam-se num pequeno número de características;
para o Homem; natureza empírica(não têm em conta as classificação feita no período pré-liceu e pelo próprio Lineu,
características. Ex.: perigosos/não perigosos; não apesar de este incluir mais características.
comestível/comestível
CLASSIFICAÇÕES VERTICAIS
CLASSIFICAÇÕES RACIONAIS Refletem as relações de parentesco evolutivo e entre os
Agrupam os seres vivos de acordo com as características seres vivos(filogenia); admitem a evolução; pode
que apresentam. Ex.: plantas com flor e tantas sem flor. representar-se por árvores filogenéticas; o tempo é um
fator fundamental.
CLASSIFICAÇÕES HORIZONTAIS
Não têm em conta o parentesco evolutivo dos
organismos; não admitem a evolução (pré-darwinismo);
estática (não têm em conta o fator tempo).

CLASSIFICAÇÕES RACIONAIS NATURAIS


Baseiam-se num grande número de características;
classificação utilizada no período pós-lineu e pré-
darwiniano; os grupos formados reúnem organismos com
maior grau de semelhança.

Grupos taxonómicos

ESPÉCIE
É a unidade básica de classificação, em que representa
um grupo natural constituído pelo conjunto de indivíduos
que partilham o mesmo fundo genético, morfologicamente
semelhantes, que podem cruzar-se entre si originando
descendentes férteis.

Classificação em dois Reinos- Lineu


REINO PLANTAE - Seres unicelulares- protozoários;
- Seres multicelulares- metazoários.
- Grande variedade de organismos;
- Seres fotossintéticos, sem locomoção e sem ingestão;
- Bactérias e fungos. LIMITAÇÕES
- Não explica a inserção da euglena (fotossintético e
REINO ANIMALIA com locomoção)
- Não explica a posição das bactérias (há bactérias que
- Grande variedade de organismos;
não são fotossintéticas);
- Seres não fotssintéticos, com locomoção e com
- Não explica a colocação dos fungos (não são
ingestão;
fotossintéticos e a parede celular é de quitina)


Nomenclatura
- Cada espécie é designada por dois termos em latim, a referência aos dois
termos obrigatória e quando manuscrito deve ser sublinhado.
- O primeiro é o nome do género e começa por maiúscula, o segundo é o
restritivo específico e começa por minúscula.
- O autor pode ser referido adiante da designação científica.
- Uma subespécie é designada pelo nome da espécie seguido de um terceiro
termo- o restritivo subesprecífico.

Sistema de classificação de Whittaker modificado


De acordo com este sistema de classificação, os seres vivos são divididos em cinco reinos, de acordo com três critérios
fundamentais de classificação:
- Tipo de células/nível de organização celular- distinção dos seres procariontes dos eucariontes e, dentro destes,
os unicelulares, os coloniais, os multicelulares com baixo grau de diferenciação e os multicelulares;
- Tipo de nutrição- distinção entre seres autotróficos dos heterotróficos e, dentro destes, os heterotróficos por
ingestão e os heterotróficos por absorção;
- Interação nos ecossitemas- distinção dos seres produtores e dos seres consumidores e dente destes, distinguindo
os macroconsumidores (heterotróficos por ingestão) dos microconssumidores (heterotróficos por absorção).

/Reinos
Monera Protista Fungi Plantae Animalia
Critérios /
• Eucariontes
• Eucariontes
• Unicelulares
Tipo de células/Nível • Unicelulares (raros)
• Procariontes • Estrutura colonial • Eucariontes • Eucariontes
de organização • Pluricelulares com
• Unicelulares • Pluricelulares com • Pluricelulares • Pluricelulares
celular baixo grau de
baixo grau de
diferenciação
diferenciação

• Autotróficos
• Autotrófios fotossintéticos (algas)
(fotosssintéticos) • Heterotróficos por • Heterotróficos por • Autotróficos • Heterotróficos por
Tipo de nutrição
• Heterotróficos por ingestão ou por absorção fotossintéticos ingestão
absorção absorção
• (Protozoários)

• Produtores (algas)
• Macroconssumidores
Interação nos • Produtores
(protozoários) • Microconssumidores • Produtores • Consumidores
ecossistemas • Microconssumidores
• Microconssumidores
(raros)
Musgos, fetos, plantas
Exemplos Bactérias Amibas, algas Cogumelos, bolores Cães, esponjas
com flor

Posteriormente a Whittaker surgiram outros sistemas de classificação baseados, noutros, critérios. Alguns autores sugeriram
a criação de um novo grupo taxonómico superior ao reino, domínio.
Woese, ao comparar o RNA ribossómico de diferentes organismos, concluiu que os prcariontes não eram um grupo
homogéneo. Esta diversidade levou à divisão do mundo vivo em três domínios: Eubacteria, Archaebacteria e Ekaria.

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