Você está na página 1de 75

Artes Neolíticas

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


Escultura

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


A temática representada não difere muito da do Paleolítico.
Aparecem mulheres e animais em argila.
Nas mulheres realça-se a adiposidade, as cabeças são pouco cuidadas,
as formas gerais são mais naturalistas.

Cresce o culto à Grande Deusa-Mãe, a Mãe-Natureza, a Mãe-Terra (Oriente),


relacionado com a fecundidade humana e animal, agora associado à fecundidade vegetal.
Produzem-se inúmeras estatuetas de barro (ligação à agricultura).

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


mulher de Hagar Qim, Malta, 3000 a 2000 a.C. mulher sentada de Hagar Qim, Malta, 3000 a 2000 a.C.

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


mulher de Hagar Qim, Malta, 3000 a 2000 a.C.

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


mulher de Tell Es-Sawwan, Iraque, 5800 a.C. Deusa-Mãe de Tell Es-Sawwan, Iraque, 5800 a.C.

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


mulher deitada de Hal Saflieni, Malta, 2400 a.C.

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


É de considerar o menir e a estátua-menir como elementos escultóricos.

Esta última apresenta atributos femininos e masculinos, com insculturas


em relevo de carácter figurativo.

A estátua-menir é feita para ser vista geralmente de frente e apresenta


um trabalho de relevo muito esquemático e sóbrio.

Assume-se como uma maneira intencional de representar a figura humana.

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


estátua-menir, Rodez, França estátua-menir, Tauriac, França

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


estátua-menir, Tauriac, França estátua-menir, Prade, França

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


estátua-menir, Nicoules, França estátua-menir, La Raffinie, França

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


estátua-menir, Saint-Léonce, França estátua-menir, Rivière, França

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


estátua-menir, Pousthomy, França estátua-menir, Borie-des-Paulets, França

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


estátua-menir, Mas Viel, França estátua-menir, Saumecourte, França

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


estátua-menir, Pousthomy, França estátua-menir, Saint-Maurice d’Orient, França

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


estátua-menir, Lacoste, França estátua-menir, Verrière, França

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


estátua-menir, Les Maurels, França estátua-menir, Nougras, França

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


Aparecem também ídolos-placa, normalmente com forma trapezoidal
que, dada a forma geometrizada e estilizada, sugerem um sentido humano,
com gravações de triângulos, símbolo do feminino.

São encontrados em túmulos e por isso relacionados com a vida, a fecundidade e a morte.

São peças de forma antropomórfica e zoomórfica, com tendência crescente


para a abstracção e para a afirmação do ídolo como representação mágica ou simbólica,
contribuíram para o entendimento da religião enquanto algo também estético.

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


ídolo-placa, Dolmen de Garrovillas, Cáceres ídolo-placa, Valencina de la Concepción, Sevilha

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


ídolo-placa, Dolmen Granja de Céspedes, Badajoz ídolo-placa, Castelo de Vide

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


ídolo-placa, Esparragalejo, Badajoz ídolo-placa, Barcarrota, Badajoz

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


ídolo-placa, Anta da Comenda, Portugal ídolo-placa, Aviz

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


estatuetas de ‘Ain Ghazal, Jordânia estatueta de ‘Ain Ghazal, Jordânia

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


estatueta de Gobekli Tepe, Turquia estatueta Hamangia, Roménia

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


estatuetas Hamangia, Roménia

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


estatuetas Hamangia, Roménia

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


estatuetas Hamangia, Roménia

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


estatuetas Hamangia, Roménia

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


Pintura

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


Grutas e construções megalíticas constituem os suportes para as pinturas.
Existem poucos vestígios de autêntica pintura neolítica pois os tipos de suporte e locais
usados — a maior parte das vezes ao ar livre — não favoreceram a sua conservação.

A pintura mural pode estar associada, ou não, a insculturas


(motivos gravados e depois pintados - petróglifos).

Revelam a necessidade de narrar o quotidiano:


a vida em grupo, cerimónias, caçadas (veado, javali, cabra-montês), cenas domésticas.

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


Outra categoria de motivos que sugerem prática do culto lunar e solar são as figuras
astrais que aparecem no topo de menires, gravados e pintados.

As formas de expressão cada vez mais esquemáticas substituiem as representações


humanas e animais por sinais e símbolos.

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


As ornamentações repetem-se continuamente.
Triângulos, ziguezagues, linhas ondulantes, círculos concêntricos, espirais e estrelas,
são motivos que adornam as pedras das câmaras funerárias e que cobrem a arte móvel.

Linhas ondulantes e motivos circulares gozavam de uma preferência especial,


seriam porventura alusões simbólicas à água.

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


Há um predomínio da cor vermelha, sobretudo nas pinturas murais
dos monumentos megalíticos da Península Ibérica.
O negro aparece servindo de contorno às áreas preenchidas a vermelho.

As paredes eram preparadas com uma camada de tinta branca, feita de caulino e clara de
ovo que servia para regularizar as superfícies e obter maior contraste com as cores
vermelha e negra dos principais motivos.

As cenas narrativas ao ar livre eram geralmente monocromáticas: os sulcos gravados


estavam preenchidos a vermelho ou a preto para ganhar realce.

O carácter narrativo das cenas, a construção esquematizada das formas e a presença mais
frequente da figura humana é o que mais difere da arte do Paleolítico.

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


Tassili-n-Ajjer, Argélia

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


Tassili-n-Ajjer, Argélia

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


Somaliland

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


Planalto de Ennedi, Tchade

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


Líbia

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


Líbia

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


África do Sul

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


Tassili N'Immidir

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


Tassili N'Immidir

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


Tassili N'Immidir

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


Tin Hamanie, Argélia

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


Cerâmica

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


A realização da cerâmica foi inicialmente um trabalho feminino.
Mais tarde, passou a ser obra de artistas especializadso, com técnicas mais precisas
e formas mais perfeitas.

Da cestaria — prática já comum no Paleolítico — nasce a primeira técnica,


que imita na decoração, o entrelaçado das fibras.

A cerâmica do neolítico cumpria dois tipos de funções e de formas:


• vasos de uso doméstico e profano, geralmente sem decoração;
• vasos de uso funerário e de culto, geralmente decorados, com motivos simbólicos.

A cerâmica é um precioso auxiliar do historiador pois através dela, das suas técnicas,
estilos decorativos e tipologia determinam-se áreas culturais, intercâmbios
e identidades civilizacionais entre povos.

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


Desenvolveram-se formas variadas, com abundante e bela ornamentação impressa ou
incisa, geralmente organizada em listas horizontais ou bandas.

Os motivos decorativos são de acordo com o carácter civilizacional dos autores:


nas culturas em que predominava a pastorícia,
eram mais frequentes os motivos figurativos, antropomórficos ou zoomórficos.

Nas culturas agrícolas, a preferência ia para elementos de carácter abstracto:


linhas contínuas, quebradas ou serpenteantes, pontilhadas ou estrias.

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


Motivos geralmente marcados no barro ainda fresco, com um pau, um pente,
o rebordo de uma concha, no bojo do vaso.

Mais tarde a decoração alarga-se a toda a superfície, em bandas ou faixas,


regulares e alternadas.

O desenho era primeiro marcado e depois pintado a duas ou três cores.

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


Al Fayum, Egipto

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


Cova de l’Or, Valência Cucuteni, Roménia

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


Gansu, China Eolie, Itália

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


Gavà, Catalunha Gavà, Catalunha

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


Gavà, Catalunha Hasuna, Iraque

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


Cova de l’Or, Valência Cova de l’Or, Valência

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


Cova de l’Or, Valência Cova de l’Or, Valência

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


Cova de l’Or, Valência Cova de les Cendres, Valência

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


Cova de l’Or, Valência Cova de l’Or, Valência

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


Cova de l’Or, Valência Cova de l’Or, Valência

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


Cova de l’Or, Valência Cova de l’Or, Valência

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


Cova de l’Or, Valência Cova de l’Or, Valência

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


Cova de l’Or, Valência

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


Cova de l’Or, Valência

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


Cova de l’Or, Valência Cova de la Sarsa, Valência

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


Cova de l’Or, Valência

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


Cova de l’Or, Valência

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


Cova de l’Or, Valência

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


Os vasos campaniformes (cerca do 3.° milénio a.C.), em forma de campânula,
são belos na forma e na decoração.

Marcaram todo um período civilizacional de uma vasta zona da Europa Ocidental e Central
(há uma paridade cultural — a Cultura do Vaso Campaniforme).

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


Andaluzia

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


Ciempozuelos, Madrid

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


Casa do Pardo, Palmela

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


Pagobakoitza, País Basco

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


Yacimiento de la Minilla, Córdoba

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


Azuheros, Córdoba

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


Murviedro, Múrcia

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt


Paleolítico Superior (40000 - 10000 a.C.)

Mesolítico (10000 - 4000 a.C.)

Neolítico (4000 - 3000 a.C.)

Calcolítico (Idade do Cobre) (10000 - 3000 a.C.)

Idade do Bronze (3000 - 1450 a.C.)

Idade do Ferro (1450 - 500 a.C.)

Ricardo Gonçalves · rgoncalves@ese.ipp.pt

Você também pode gostar