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História da Imagem

Fernando Maia da Cunha


Fernando Maia da Cunha
Fotografia, Diretor de fotografia e Vídeo

http://fernandomaiadacunha.wix.com/fotografia

+55. 85.9995.6519 ( Fortaleza ) \ 21.9142.2133 ( Rio de Janeiro )

Professor Universitário: Fanor - Devry Brasil / Marista - Faculdade Católica do


Ceará / Coordenador da Linha de pesquisa e grupo de estudos - A Imagem
contemporânea ( Fanor - Devry Brasil )

Instrutor da Massive - Escola Internacional de Fotografia

Mestrando do PPGCom da UFC - Universidade Federal do Ceará

Diretor de Fotografia e Sócio Efetivo - ABC – Associação Brasileira de


Cinematografia

ABC – Associação Brasileira de Cinematografia


Diretor de Fotografia e Sócio Efetivo
www.abcine.org.br/
Fernando Maia da Cunha nasceu na cidade do Rio de Janeiro. Formou-se em 1995, em
Belas Artes - DI/CV - habilitação em Design Gráfico, na PUC-RJ. Cursou também
especialização em Fotografia e Vídeo na NORDIC FOLKHIGHSCHOOL BISKOPS ARNÖ, na
Suécia, tem Pós-Graduação em Fotografia, Imagem e Comunicação na Universidade
Candido Mendes - RJ e é Professor da Fanor - Faculdades do Nordeste, Faculdade Católica
do Ceará e do curso internacional de fotografia Massive
Participou também de vários cursos
ministrados por Walter Carvalho, João Moreira Salles e Mauro Stamatto sobre direção e
fotografia em Cinema, realizados na Fundição Progresso.

Em 1993, viajou para Pernambuco, para trabalhar na TV VIVA, televisão popular da cidade de
Olinda. De 1995 a 1998 atuou como assistente de fotógrafos de publicidade e moda, como
Alexandre Salgado, Murillo Meirelles entre outros.

Alguns de seus trabalhos foram premiados entre eles se destacam: “O Grito” e “Barata”, fotos
da campanha realizada para a Insetizan, que receberam o Prêmio Publicitário Globo, a foto
“Barata”, participou do Projeto Desastre de Alessandra Migami “Alessa” realizado no Parque
Lage. Recebeu medalha de prata na The Second Olympiad of Local Video TV Creation,
realizada no navio Kristina Regina (Dinamarca, Noruega e Suécia), com o vídeo
“Trabalhadores Invisíveis”.

Cartela de agências e clientes: D+, Salles, Giovanni, Fisher, Fisher-SP e BR, Casa da
Criação, Artplan, Banco do Brasil, Bozano Simonsen, CBF, Via Milano, Via Mia, Farm, Nativa,
Auslander, Ecléctic, Luiza Herculano, Modelando Idéias, Cavendish, Kylza Ribas, Tessuti,
Mademoiselle, Calliente, Rabo de Saia, In+Up, Illiá, Rio Sul, Insetizan, Ponto Frio, Auto
Express, Oceânica Seguros, FIAT, Gazeta Mercantil do Rio, Intervalo, Prefeitura Municipal do
Rio, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Essilor, Varilux, Terra Encantada, Fagga
Eventos e La Folie.
Paleolítico
Onde tudo começou
Onde e como tudo começou?

A arte rupestre representa o início da história da inteligência, da imaginação


e do poder criativo do homem.

No sul da França, norte da Espanha, Europa Central, Ásia e África,


testemunhamos o nascimento de nossa capacidade única e que nos
distinguem dos outros animais: produzir imagens e símbolos.

Naquele passado remoto, os homens da Idade da Pedra fizeram a ruptura


crítica e se tornaram totalmente humanos. Nossos processos intelectuais e
imaginativos funcionam através do reconhecimento e da construção de
imagens e símbolos. Nós compreendemos o mundo em nossa volta através
de representações desse mundo.

Os homens e mulheres Paleolíticos inventaram a representação


(literalmente, apresentar de novo, de forma diferente, aquilo que foi
observado) e esse é um feito enorme.

Hoje, toda a arte é representativa, literal ou abstrata. Inclusive e,


principalmente, a fotografia e o cinema.
Aqui, não se procurava originalidade ou variedade de informação.

A preocupação do pintor pré-histórico era criar uma imagem convincente do


assunto, no caso o animal abatido, uma definição pictórica, capturando sua
própria essência e isso só era possível através de uma vista em perfil.

E o que significava?

A distância das pinturas, longe das entradas das cavernas, dificultando o acesso e
o fato de uma mesma caverna ter sido pintada inúmeras vezes ao longo de vários
séculos indicam que os homens pré-históricos atribuíam propriedades mágicas às
pinturas nas cavernas.

Função ritualística, mágica, chamamento.

Sem distinção entre imagem e realidade: a imagem pintada e a real se


confundiam.

Os animais estavam sob o controle do seu criador – o artista, aquele que sabia
pintar.

Artista = mágico
Narrativo - Simbólico - Construção da Memória
Primeiras tintas: mistura de terra, pedra, plantas e gordura.

Anne Marie Pessis: “depois da descoberta das tintas e dos suportes e antes de se
tornarem utilitários, foi preciso conhecer e manipular esses materiais através de
práticas lúdicas para avaliar seu potencial e suas possibilidades. Transformar um
suporte com a aplicação de tintas tornou-se um meio de desenvolver outras
atividades.”

Tinta no corpo ou nos suportes: função de criar símbolos, caracterizar ritos e


comunicação.
Preservação da memória – culturas de tradição oral.
Criar momentos fortes para serem relembrados e a eles associar conteúdo de
memória.

Atividades rituais de caráter cerimonial, para marcar em cada indivíduo a memória


coletiva. Palavras, posturas e gestos ficariam materializados em obras, pinturas,
gravuras, ornamentos e esculturas, tornando-se marcadores de memória.
O símbolo material era evocativo de um saber que sobreviveria.
Primeiros pigmentos: fragmentos de ocre encontrados numa gurta na Boêmia.
200 mil anos atrás: fragmentos de argila endurecida pelo aquecimento ou pela combsutão de
carvão em contato com ela.

VERMELHOS, MARRONS, OCRES - O amarelo e o vermelho são obtidos do ocre, que é


uma terra argilosa de cor amarelada, castanha ou avermelhada, essencialmente constituída
por óxidos de ferro mais ou menos hidratados, óxidos de alumínio (Alumina), sílica e óxido de
cálcio

PRETOS, Trata-se de um pó muito fino que se obtém por combustão incompleta de


substâncias orgânicas voláteis ricas em carbono, como por exemplo alcatrão da hulha
previamente desidratado, óleos densos de alcatrão, óleos vegetais, óleos de xistos, etc… Não
havia ainda o AZUL.
Venus de Willendorf

Muito mais antiga do que as pinturas nas cavernas.

Pequenas esculturas femininas (vênus) com função


ritualística.

Arte como ritual de fertilidade = vida. Artistas/mágicos

O escultor não buscou o naturalismo nas formas da Vênus.


Ênfase na fecundidade feminina, assegurando a
sobrevivência da espécie. Não uma mulher, mas A
MULHER, o feminino.

Começa a se aprimorar o TALENTO, a capacidade de


reproduzir o mundo real, a IMAGEM.
EGITO
A busca da Técnica, dos Materiais e da realidade
Aprox. 4.000 AC.: Início das civilizações nos vales férteis do Eufrates, Tigre e Nilo.

Várzeas, áreas alagadas periodicamente, com solos riquíssimos de sedimentos vindos do


interior da África. Com pouquíssima chuva, o vale do Nilo é, no entanto, uma área muito fértil,
propiciando o cultivo de grãos e frutas, e servindo de abrigo para animais selvagens e
domésticos.

Na época dos egípcios o vale do rio era mais largo e, onde hoje é deserto, existiam
pastagens.

Os egípcios dominaram o rio e ele era o centro de toda a civilização: adorado, idolatrado e
controlado, através de represas e canais, para ampliar a área irrigada.

Egípcios, assírios, fenícios: sociedades que pela primeira vez documentaram sua história,
fizeram história.

Criaram eventos “memoráveis”, dignos de serem lembrados: reis, batalhas, colheitas, cheias e
vazantes do rio.

E assim, surgia a necessidade de registrar sua história.


Arte egípcia – primeiro “capítulo” da tradição ocidental, influenciou a Grécia, Roma e nós.
Uma tradição viva e contínua.

Artista egípcio: clareza na descrição dos eventos e não ilusão de representação da


realidade – isso viria mais tarde, com os gregos, romanos e renascença, fotografia –
cinema. Não a aparência e sim a essência,

Norma rigorosa: trabalhava com ângulos de 90o : frontal/rosto inteiro, perfil exato,
verticalidade a partir de cima. Não se prestava à representação de MOVIMENTO OU
AÇÃO: no entanto, funcionou tão bem que durou por quase 3.000 anos.

Várias vistas simultâneas.


Seu caráter glacial é perfeito para representar a natureza divina do faraó – os mortais
agem; ele simplesmente é.

ausência de três dimensões;

ignorância da profundidade;

colorido a tinta lisa, sem claro-escuro e sem indicação do relevo;

Lei da Frontalidade que determinava que o tronco da pessoa fosse representado sempre de
frente, enquanto sua cabeça, suas pernas e seus pés eram vistos de perfil.
Arte “intelectual”: motivada por um sistema de pensamento muito elaborado.

Artista/artesão: seankh = aquele que faz viver.


O trabalho do artista egípcio pode ser comparado àquele do demiurgo. A cada
imagem esculpida ou pintada, o artista refaz o ato inicial da criação.
Para os egípcios não existiam belos monumentos ou belas obras de arte.
Existiam obras eficientes (menekh).
No idioma egípcio, cor, pele e natureza são palavras semelhantes. Uma figura
sem cor não estaria completa e a ausência intencional de cor é rara.
A cor é tão esquemática como as figuras às quais ela é aplicada.
Como a representação não é aquilo que se vê, luz e sombra não são
importantes.
Cor é uniforme em toda a figura, com um único tom ou textura.
Repertório básico de cores:
Preto, branco, vermelho, azul, amarelo, verde.

Cores não são misturadas e há poucas transições de uma para outra.


Cor é dominada pelo traço. Contornos são apresentados em cores contrastantes,
especialmente o preto.
AZUL - Muito raro na antigüidade.
Indigo: planta encontrada na Ásia e Oriente Médio.
Lapis lazuli: pedra semi-preciosa oriunda da Ásia (Sibéria, China, Tibé, Afeganistão),
presente também no Chile. Difícil extração e complexa utilização na fabricação de
pigmentos.

Azurita: mineral à base de carbonato de cobre.

Egípcios utilizavam esses pigmentos. Para eles, o azul era uma cor benéfica que espanta as forças do
mal. Associada aos rituais funerários e à morte, para proteção na outra vida.
Hiróglifos

Escrita – começou no Egito e na Babilônia (Suméria). Importante para descrição e o


registro de eventos históricos, manutenção e preservação das tradições.

Também para registro e contagem de colheita/alimento.

Esta é a grande transição: da tradição oral para a escrita.

O Homem começa a pensar, a inventar (PAPEL – PAPIRO) a questionar e modificar a


natureza, a fazer contas – matemática.
Após 1.000 AC, o Egito entrou em declínio, passando a ser cada vez mais dirigido pelos sacerdotes,
até que sob o domínio dos gregos e dos romanos, a civilização egípcia chegou ao fim, em meio ao
caos de doutrinas esotéricas. Foram 3.000 anos de uma civilização praticamente constante, a mais
longa de todas. Sem profundas mudanças: baseada em profunda religiosidade, inspirada pelo
onipresente SOL, o eterno deserto, o lento pulsar das águas do Nilo, e a convicção de que a vida não
será interrompida pela morte.
Oriente
Papel e reprodução em massa
Os Chineses inventaram também os primeiros processos de
impressão a partir de matrizes em madeira.

Tinta (nanquim)

PINTURA CHINESA
Grandes mestres da pintura chinesa e também os tratados sobre
pintura e caligrafia.
Inspiração divina.
Trasmitir as experiências do passado ao fazer cópias.
Ch’i yun – o sopro da vida
Idéias e conceitos provenientes do Tao Te Ching e do
confucionismo
Importância da caligrafia, mais até do que a pintura.
Importância do passado:dos antepassados, dos estudos de tudo
que veio antes.
Importância das cópias no aprendizado.
Grécia
Aprimoramento da técnica, a busca da perfeição, e o início do simbolismo
Foi na Grécia Antiga que o homem ocidental se deu conta, pela primeira vez, de sua
necessidade de representar o mundo visível e a si mesmo através da técnica e da
expressão artística. Para alcançar esse objetivo, foram desenvolvidas técnicas -
inicialmente de pintura e escultura – que pudessem atender a esse objetivo.

“Pois somos amantes do belo, porém simples e cultivamos a mente sem perder o
humanismo... Somos a Escola da Grécia”. Assim falou Péricles, o grande líder dos
atenianos no seu apogeu, no séc. V AC.

Para os gregos o HOMEM era o que importava, e, como disse o filósofo Protágoras, a
“medida de tudo”.

Até os deuses gregos assumiam formas humanas e só eram diferentes do Homens


porque eram imortais! O ideal grego era criar o indivíduo perfeito, à semelhança dos
deuses (ou mesmo melhor do que eles). Para isso, primeiro precisavam seguir o
princípio básico: “conheça a si próprio!”

Para o ateniano, o intelecto precisava ser completado pelo físico, por isso inventaram
os esportes (primeira Olimpíada em 776 AC, jogos em conjunto de todas cidades-
estado): mens sana in corpore sano.

Nem tudo era um mar de rosas. A democracia não era exatamente universal. Havia
escravidão. Aristóteles: “uns são livres por natureza, outros são escravos”. As
mulheres gregas ficavam restritas ao interior das casas e eram excluídas da vida
pública e política. Umas poucas eram artistas (a poetisa Sapho, por exemplo).
Grécia: invenção de novas técnicas representacionais.

Arte imitando o mundo real.


Homem como centro e medida de tudo.
Representação da figura humana.
Escultura.

Ânforas: cerâmicas que sobreviveram, com motivos geométricos. Eram


monumentos aos mortos, colocados sobre os túmulos, contando algum
episódio glorioso da pessoa retratada.
Eram exímios ceramistas.

Pintores de vasos eram os grandes artistas da época e assinavam suas


obras. Primeiros artistas assumidos.
Os vasos contavam estórias e tinham na mitologia uma fonte inesgotável.
Deuses e homens se misturavam, tinham filhos.

Primeiras imagens mais realistas.


Mimese = imitação representativa.
Inicia-se o conflito entre a necessidade de ilusão (reduplicação do mundo),
sobrevivência da mentalidade mágica, e a necessidade de expressão.
Expressão não apenas fiel à realidade, mas com ingredientes que atendam às
necessidades do belo, do estético, do equilíbrio e da harmonia.
Seção ou proporção áurea: base de toda a criação grega (pintura, escultura,
arquitetura).
Aproximadamente 3:2 = formato do quadro fotográfico e tela de cinema.
Proporções do rosto.
Simetria.
Aprimoramento da forma (técnicas) para dotar o conteúdo de maior impacto visual e
credibilidade.

ESCULTURA
Jovem de pé (O Efebo de Kritios), 480 AC
Primeira estátua que fica em pé. Preocupação do escultor (Kritios) em retratar com
fidelidade o ser humano. Não mais apenas representações das partes do corpo
humano.
Representação do todo. Leve torção e distribuição do peso desigual.
Chamado de contraposto.
Curvaturas sutis. Musculatura e ossos. Impressão de organismo vivo. Expressão
séria e meditativa. Para o artista grego, era importante dissociar sua estátua da
matéria inerte, para aproximar-se mais e melhor do ser vivo que ela representa.
Grécia sucumbiu diante de suas próprias intrigas e sob o poder imperialista dos
romanos que começavam a crescer assustadoramente.

Em 133 AC Roma conquistou o último dos reinos Gregos, Pergamon, e herdou


toda o legado artístico helenista.
O que Roma adaptou da Grécia, passou adiante para o mundo medieval e o
mundo moderno.
Se a Grécia inventou o espírito europeu, Roma o preservou, ampliou e propagou.
Roma e Neocristianismo
Aprimoramento da técnica, a busca da perfeição, e o início do Cristianismo
ROMA

Das civilizações antigas, a Romana é que mais temos acesso, uma vez que os Romanos nos
deixaram um vasto legado de imagens e textos – obras de arte as mais variadas.

Nosso idioma e escrita vêm dos romanos.

Grande imitadores da arte, os primeiros artistas eram gregos.

Arte romana era grandiosa, monumental. Reflexo da sociedade aberta, cosmopolita,


diversificada.

Com o crescimento e triunfo de Roma, pela primeira vez na história da humanidade um único
governo dominou o mundo, dos rios Tigre e Eufrates ao Tamisa, do Reno ao Nilo. No império
romano viviam pessoas de inúmeras raças, credos, idiomas, tradições e culturas.

Roma é a ponte de transição entre o mundo antigo e o mundo medieval/moderno: nas artes,
na política, na religião.
Monumentos romanos de arte e arquitetura estão espalhados por todo imenso território que
eles ocuparam e são, certamente, os mais óbvios e numerosos exemplos remanescentes de
uma civilização antiga.

E mais: muitos deles não são apenas relíquias de um passado que não existe mais,
despertando a curiosidade de turistas, estudiosos.Por toda a Europa existem templos e
basílicas romanas que se transformaram em igrejas católicas ou ortodoxas. Inúmeros prédios
modernos foram construídos sobre as fundações romanas de teatros, banhos, santuários.
Teatros romanos são utilizados até hoje.

Aquedutos e portos. Estradas. Durante séculos as influências romanas continuaram, até os


dias de hoje.

Ao longo dos séculos, essas técnicas acompanharam as necessidades específicas de cada


momento histórico. Enquanto os romanos levaram-nas ainda mais adiante, na idade média,
com a consolidação do cristianismo, a representação mimética do mundo deu lugar a um
olhar místico, interior e voltado para o espírito.

As influências são incontáveis: idioma, governo e leis, moeda, sistemas econômicos.

O centro deste império foi a cidade, à beira do rio Tibério que, de acordo com a lenda, foi
fundada por Rômulo em 21 de abril de 753 AC. 900 anos depois, Roma era a maior cidade
do mundo, capital do maior império que o mundo jamais conhecera.

Importação indiscriminada de estatuária grega. Ou cópia em massa dos modelos gregos.


Retrato de um romano, 80DC

Veneração aos mortos, tradição que


remonta à pré-história. Com os
romanos este costume tornou-se uma
maneira conveniente de demonstrar a
importância e continuidade de uma
família. Retrato de família. Rosto com
personalidade, traços característicos e
enfatizados. Austero, severo,
poderoso.
ARTE PALEOCRISTÃ

Catacumba, Roma séc. II

Marcelino e São Pedro, Roma O Bom


Pastor, Catacumba de São Calisto,
Roma

A arte cristã começou nas comunidades


nas grandes cidades do norte da África
e do Oriente próximo. Antes de
Constantino, Roma ainda não era o
centro oficial da fé.

Pouco nos resta deste período:


primeiros três séculos da nossa era.

Pinturas nas catacumbas, galerias


subterrâneas onde os cristãos
enterravam seus mortos.

Proteção dos túmulos – fé que se


assentava na esperança de uma vida
eterna no paraíso.
Cristo ensinando os Apóstolos, repetindo cenas pagãs de filósofos com seus alunos,
Catacumba de Domitila, Roma

Descendência da linguagem visual romana, mas talvez com menos habilidade.


Catacumbas não eram os melhores lugares para se produzir arte: ar fétido, úmido, pouca
luz.
Um dos mais antigos exemplos de pintura cristã, muito primitiva, medíocre, até.
Arte Bizantina
Arte do oriente, rico e elaborado simbolismo religioso associado a técnica apurada
323 DC: Constantino o Grande decidiu transferir a capital do Império Romano para a
Bizâncio, que passaria a se chamar Constantinopla.

Importância estratégica econômica das províncias do Leste. Nova base cristã do estado
romano, na região mais cristianizada do império.

Acabou resultando na cisão do reino: o império ocidental sucumbiu sob a invasão das tribos
germânicas: visigodos, vândalos, ostrogodos, lombardos.
Final do séc VI já não havia mais um poder central.

Império oriental sobreviveu aos ataques.


Sob Justiniano (527-565) alcançou um novo poder e estabilidade.
Aos poucos o império oriental foi também sucumbindo aos ataques dos árabes.

Mudança do centro de gravidade da civilização ocidental. De sul dos Alpes para o norte dos
Alpes (Alemanha). Mediterrâneo passa a ser uma região limítrofe e não mais uma importante
rota de comércio.

Em 800, o Papa confere a Carlos Magno o status de imperador – o primeiro germânico, rei
dos francos e lombardos.

Independência dos poderes político e religioso.


Carlos Magno construiu sua capital em Aachen, novo centro do poder.
Idade das Trevas: não foi bem assim. Religião sobretudo. Principalmente, no período entre
Justiniano e Carlos Magno. Estava sendo forjada a estrutura política, econômica e espiritual
da Europa Ocidental.
Andrei
Rublev_Kreschenie_
Batisado de Cristo
Andrei
Rublev_Rozdestvo
Hristovo_Nascimento
de Cristo
Theotokos de Rublev
São Miguel, Museu
Cristão e Bizantino,
Atenas
Trinity rublev
Teófanes, o Grego
Teófanes, o Grego
Teófanes, o Grego
Theotokos de
Vladimir, século XII,
Galeria Tretyakov
Monge copiando manuscritos, séc. 10 (representação tardia)

Escrita como a conhecemos hoje é resultado da ampla reforma implantada por Carlos Magno. Textos romanos, tentativa de restaurar a
civilização romana. Tentativa de implantar as tradições de um passado glorioso nas mentes de um povo semi-bárbaro. Restauração
Carolíngia foi a primeira fase da fusão entre o espírito celto-germânico e o mundo mediterrâneo.
A escrita foi inventada há aprox. 4000- 5000 anos simultaneamente na China e nas grandes civilizações que surgiram no Oriente Médio:
Egito, Suméria, Assíria. Os suportes variavam: papiro, pergaminho, pedra, madeira, parede.
Somente por volta de 100 AC, os Chineses desenvolveram o papel, um suporte mais prático, mais leve e mais barato de ser produzido.
No ano 105, na Dinastia Han, o funcionário público Ts'ai Lun iniciou a primeira produção industrial de papel.
Fibras de árvores e fibras têxteis foram misturadas com trapos e cozidas, batidas e esmagadas. Essa pasta era espalhada sobre uma peneira
para secar ao sol. A invenção foi mantida em segredo por mais de 600 anos.
O livro no formato que hoje conhecemos:
CÓDICE (século V)
No início do Cristianismo, por volta do século VIII – necessidade de reproduzir
e massificar a BÍBLIA e as escrituras.
Eram feitos à mão, copiados e ilustrados pelos monges e religiosos.

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