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Rita de Cassia Bomfim Leitão Higa

(organizadora)

Amanda Gea Del Trejo | Ana Carolina Ruiz de Lima


Beatriz Bech Carvalho | Fabiana Quelho Witzler Ribeiro
Fernanda Lopes de Carvalho | Gabrielly Del Valle Martins Ribeiro
Nickson Robert de Sousa | Tainah Samecima Alvarenga
Vitoria Pelegrin Dias Rantin
Rita de Cassia Bomfim Leitão Higa
(organizadora)

Amanda Gea Del Trejo


Ana Carolina Ruiz de Lima
Beatriz Bech Carvalho
Fabiana Quelho Witzler Ribeiro
Fernanda Lopes de Carvalho
Gabrielly Del Valle Martins Ribeiro
Nickson Robert de Sousa
Tainah Samecima Alvarenga
Vitoria Pelegrin Dias Rantin

1ª. Edição

Como citar:
HIGA, R. C. B. L. (org.). Da pergunta ao aprendizado em Medicina Legal.
Legal
Presidente Prudente: Unoeste – Universidade do Oeste Paulista, 2021. 268 p.
ISBN. 978-65-88185-09-4

Presidente Prudente-SP
Unoeste – Universidade do Oeste Paulista
2021
Da pergunta ao aprendizado em Medicina Legal
ISBN: 978-65-88185-02-5  (recurso eletrônico)
Capa (criação/arte) | Dennis Pereira | Departamento de Marketing Unoeste
Diagramação | Adalberto Camargo | Adalbacom (www.adalba.com.br)

Revisores
Dr. João Roberto Oba
Dr. Luís Antônio Gilberti Panucci

Catalogação na Publicação

D111p
Da pergunta ao aprendizado em Medicina Legal / organização Rita
de Cassia Bomfim Leitão Higa. -- 1.ed. – Presidente Prudente:
Unoeste – Universidade do Oeste Paulista, 2021.
232 p.: il. color.

Vários colaboradores.
ISBN: 978-65-88185-02-5  (recurso eletrônico)

1. Medicina Legal. 2. Ensino - aprendizagem. 3. Medicina Forense.


4. Universidade do Oeste Paulista. I. Higa, Rita de Cassia Bomfim
Leitão, organização. II. Del Trejo, Amanda Gea. III. Lima, Ana Carolina
Ruiz de. IV. Carvalho, Beatriz Bech. V. Ribeiro, Fabiana Quelho
Witzler. VI. Carvalho, Fernanda Lopes de. VII. Ribeiro, Gabrielly Del
Valle Martins. VII. Sousa, Nickson Robert de. VIII. Alvarenga, Tainah
Samecima. IX. Rantin, Vitoria Pelegrin Dias. X. Título.

CDD 340.7 /23ª ed.

Bibliotecária: Jakeline Queiroz Ortega – CRB 8/6246

DIREITOS DESSA PUBLICAÇÃO AOS AUTORES:


É proibida a duplicação ou reprodução desta obra, no todo ou em parte, sob
quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, mecânico, gravação,
fotocopia, distribuição na Web e outros), sem permissão expressa dos autores.
APOIO
Associação dos Médicos Legistas do Estado de São Paulo

Celso Domene
PRESIDENTE

João Roberto Oba


VICE-PRESIDENTE

Marcus Vinicius Baptista


Primeiro Secretário

Luiz Frederico Hoppe


Segundo Secretário

Hideaki Kawata
Primeiro Tesoureiro

Nilton José Soares


Segundo Tesoureiro

Rita de Cássia Gava


Diretor Social e Científico

Rita de Cassia Bomfim Leitão Higa


Diretor Representante do Interior

TITULARES DO CONSELHO FISCAL


Ricardo Kirche Cristofi
José Claudio Sartorelli
Diogo Crevatin Sheldon

SUPLENTES DO CONSELHO FISCAL


Carlos Alberto de Souza Coelho
Antonio Carlos de Pádua Milagres
Arnaldo Teixeira Ribeiro
APRESENTAÇÃO DOS COLABORADORES
Rita de Cassia Bomfim Leitão Higa (organizadora)
https://orcid.org/0000-0002-7960-4119
Graduada em Medicina pela Universidade Estadual de
Londrina (UEL).
Residência Médica em Medicina Preventiva e Social (UEL).
Especialista em Medicina do Trabalho, Medicina Legal e
Perícias Médicas.
Pós-Graduação em Toxicologia Forense pela FEEVALE e
University of Florida.
Doutorado em Ciências – Área de Concentração: Patologia –
Universidade de São Paulo (USP).
Delegada do Conselho Regional de Medicina de São Paulo –
período: 2008-2010.
Membro da Câmara Técnica de Medicina Legal – período:
2007-2018.
Delegada superintendente da Delegacia regional de
Presidente Prudente da Associação Brasileira de Medicina
Legal – período: 2015-2017.
Médica Legista aposentada do IML de Presidente Prudente.
Professora Responsável de Medicina Legal e Toxicologia da
Faculdade de Medicina da Unoeste.
Coordenadora do Centro de Assistência Toxicológica de
Presidente Prudente.
Diretora do Interior da Associação dos Médicos Legistas de
Presidente Prudente.

Amanda Gea Del Trejo


https://orcid.org/0000-0002-9141-2566
Acadêmica da Faculdade de Medicina da Universidade do
Oeste Paulista (Unoeste), Presidente Prudente.
Tesoureira da Liga Acadêmica de Medicina Legal e Toxicologia
Forense. Formada em Engenharia Química e com Pós-
Graduação MBA em Gestão Empresarial.

Ana Carolina Ruiz de Lima


https://orcid.org/0000-0003-0466-0981
Acadêmica da Faculdade de Medicina da Universidade do
Oeste Paulista, Presidente Prudente. Diretora de Atividades
práticas da Liga Acadêmica de Medicina Legal e Toxicologia
Forense.
Beatriz Bech Carvalho
https://orcid.org/0000-0001-6799-7982
Acadêmica da Faculdade de Medicina da Universidade
do Oeste Paulista, Presidente Prudente. Membro da Liga
Acadêmica de Medicina Legal e Toxicologia Forense.
Fabiana Quelho Witzler Ribeiro
https://orcid.org/0000-0002-6833-7502
Acadêmica da Faculdade de Medicina da Universidade do Oeste
Paulista, Presidente Prudente. Vice-presidente da Liga Acadêmica
de Medicina Legal e Toxicologia Forense. Advogada graduada
em Direito pela Unesp, campus de Franca-SP.

Fernanda Lopes de Carvalho


https://orcid.org/0000-0001-9109-6260
Acadêmica da Faculdade de Medicina da Universidade do
Oeste Paulista, Presidente Prudente. Secretária da Liga
Acadêmica de Medicina Legal e Toxicologia Forense.

Gabrielly Del Valle Martins Ribeiro


https://orcid.org/0000-0003-2145-7723
Acadêmica da Faculdade de Medicina da Universidade do
Oeste Paulista, Presidente Prudente. Diretora de Atividades
Práticas da Liga Acadêmica de Medicina Legal e Toxicologia
Forense.

Nickson Robert de Sousa


https://orcid.org/0000-0002-2996-7886
Acadêmico da Faculdade de Medicina da Universidade do
Oeste Paulista, Presidente Prudente. Diretor Científico da
Liga Acadêmica de Medicina Legal e Toxicologia Forense.

Tainah Samecima Alvarenga


https://orcid.org/0000-0001-8212-4004
Acadêmica da Faculdade de Medicina da Universidade do
Oeste Paulista, Presidente Prudente. Presidente da Liga
Acadêmica de Medicina Legal e Toxicologia Forense.

Vitoria Pelegrin Dias Rantin


https://orcid.org/0000-0002-7569-6765
Acadêmica da Faculdade de Medicina da Universidade
do Oeste Paulista, Presidente Prudente. Membro da Liga
Acadêmica de Medicina Legal e Toxicologia Forense.
REVISORES
Dr. João Roberto Oba
https://orcid.org/0000-0002-336-2822
Graduado em Medicina pela Faculdade de Ciências
Médicas da Unicamp (1990). Especialista em Medicina
Legal e Perícias Médicas pela Associação Brasileira
de Medicina Legal e Perícias Médicas. MBA em Gestão
Empresarial pela Fundação Getulio Vargas (FGV) do
Rio de Janeiro. Médico Concursado do Instituto Médico-
Legal de São Paulo e do Serviço de Verificação de Óbito
de Diadema-SP. Médico-Chefe do Instituto Médico-
Legal de Diadema e do Serviço de Verificação de Óbito
de Diadema-SP. Professor da Faculdade de Direito de
Diadema. Professor da Faculdade de Medicina Santa
Marcelina. Ex-Membro da Câmara Técnica de Medicina
Legal do CREMESP. Ex-Membro da Câmara Técnica de
Assédio Sexual do CREMESP. Ex-Delegado do CREMESP
Vila Mariana. Vice-Presidente da Associação dos
Médicos Legistas do Estado de São Paulo. Tesoureiro
da Associação Brasileira de Medicina Legal e Perícias
Médicas (subseção São Paulo). Tesoureiro da Rede de
Professores de Bioética.

Dr. Luís Antônio Gilberti Panucci


https://orcid.org/0000-0002-3539-7189
Graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina
de Vassouras (1995). Especialista em Ginecologia e
Obstetrícia pelo Hospital e Maternidade Leonor Mendes
de Barros-SP (2 anos de residência reconhecida pelo
MEC), e 1 ano de especialização em Patologia Cervical e
Mastologia pelo Hospital Brigadeiro-SP. Especialista em
Ginecologia e Obstetrícia em 1998 (TEGO 373/98). Atua
em Presidente Prudente-SP, em clínica privada, serviço
público estadual e leciona na Unoeste (Universidade
do Oeste Paulista), Presidente Prudente, curso de
Medicina, disciplina de Ginecologia e Obstetrícia, desde
2005. Desde 2016 atua como Médico-Legista no IML do
Estado de São Paulo.
DEDICATÓRIA

Aos peritos, médicos-legistas entre


outros, que, todos os dias, por meio
de seu trabalho honram a arte da
Medicina Legal, aos professores
desta disciplina e aos estudantes
que com suas perguntas estimulam
a renovação dessa ciência.
AGRADECIMENTOS

O momento de agradecer é o mais difícil. Como expressar


gratidão pelas pessoas que tornaram possível a realização desta
obra? Não há como traduzir apenas em palavras esse sentimento,
portanto esse espaço é insuficiente para este propósito.
Agradeço à Universidade do Oeste Paulista, em especial à
Faculdade de Medicina, que, por meio de sua direção e coordenação,
sempre ofertou todas as condições estruturais e o apoio completo
às atividades de ensino, pesquisa e extensão. Registramos o nosso
mais profundo agradecimento ao ex-diretor Prof. Dr. Gabriel de
Oliveira Lima Carapeba e ao atual diretor, Dr. Murilo de Oliveira Lima
Carapeba, assim como aos coordenadores Dra. Nilva Galli, Prof. Dr.
Fernando Antônio Mourão Valejo e Dra. Ilza Martha de Souza.
À Profa. Dra. Claudia Alvares Calvo Alessi, coordenadora de
extensão da FAMEPP, sempre presente em todas as atividades.
Ao Dr. João Roberto Oba e ao Dr. Luís Antônio Gilberti Panucci,
que disponibilizaram tempo e conhecimento para a revisão deste
trabalho.
Ao Prof. Dr. Jose Luis Prieto Carrero pela gentil cessão de imagens
de seu arquivo para a ilustração.
À Associação dos Médicos Legistas do Estado de São Paulo
(AMLESP) pelo seu usual apoio às iniciativas de propagação da
Medicina Legal.
À bibliotecária Jakeline Queiroz Ortega, que trabalhou
arduamente em cada etapa deste livro para organizá-lo e editá-lo,
tornando possível sua finalização.
Ao Dennis Luiz Gomes Pereira e sua equipe do Departamento de
Marketing da Unoeste pela criatividade e realização da arte da capa.
Por fim, é importante agradecer aos acadêmicos da LAMELT -
Liga Acadêmica de Medicina Legal e Toxicologia Forense da Unoeste
que aceitaram o grande desafio de escrever esta obra. Sua dedicação
e esmero na busca das respostas, assim como sua resiliência em
vencer as dificuldades de cada fase foi fundamental para a conclusão
desta obra. Este é um livro feito por estudantes para estudantes da
ciência que ilumina a justiça: a Medicina Legal.
Com imensa alegria manifesto profunda gratidão a todos,
reiterando meu respeito e admiração.

A organizadora
“As pessoas que não fazem perguntas
permanecem ignorantes para o resto
de suas vidas.”
(Neil deGrasse Tyson)
APRESENTAÇÃO

É com imensa felicidade que vemos mais um projeto


da Faculdade de Medicina de Presidente Prudente
da Unoeste tomando forma. Que esse livro sobre
Medicina Legal possa abrilhantar os estudos de
profissionais de saúde e do Direito com seus capítulos
recheados de conteúdos atuais e essenciais para
formação e atuação na área.
Que seu conhecimento cresça a cada página virada.
Que sua fome pelo saber aumente a cada novo desafio
vencido.

Prof. Dr. Gabriel de Oliveira Lima Carapeba


NOTA

A Faculdade de Medicina de Presidente Prudente-SP


da Universidade do Oeste Paulista (Unoeste) prima
por um ensino médico de qualidade e apoia sua
pesquisa e seus projetos de extensão, além de oferecer
incentivo ao docente em suas criações. Portanto,
parabenizo a Profa. Dra. Rita de Cassia Bomfim
Leitão Higa pelo seu excelente trabalho: um livro de Medicina Legal
que muito contribuirá para o ensino dos nossos discentes.

Dra. Nilva Galli


Coordenadora do Curso de Medicina, Presidente Prudente-SP
Universidade do Oeste Paulista (Unoeste)
PREFÁCIO

Todos os profissionais que trabalham no âmbito da atividade


médico-legal sabem: que esta área envolve o contato quase diário
com situações dramáticas e implica tocar nos corpos de existências
subitamente interrompidas e o contatar com pessoas que carregam
com elas os traumas de uma vida afetada pela tragédia e pelo
infortúnio, por vezes até com o cheiro da morte colado ao corpo;
e que ser especialista em Medicina Legal significa saber “escutar”
o que um corpo tem para contar e ouvir as vozes das vítimas e das
suas famílias, quantas vezes feita de gritos mudos de desespero e
angústia, de dor e raiva.
Com a sua intervenção, quem trabalha nesta área assegura que
a Medicina Legal continue a atuar como ciência guardiã da justiça,
a constituir um elemento fundamental para uma melhor e mais
adequada aplicação desta, a ser elemento essencial na defesa de
valores tão fundamentais quanto a honra, o bom nome, a liberdade
e a dignidade da pessoa humana. O especialista em Medicina Legal
esforça-se diariamente por ajudar, por não desistir deste mundo que
nos coube.
Trabalhar no âmbito da Medicina Legal exige um esforço
constante de revisão e atualização do conhecimento. Essa é uma
área do saber em permanente evolução, uma área na qual todo
progresso – científico, tecnológico, social, legislativo ou qualquer
outro – tem sempre repercussões. É uma área com a qual os futuros
profissionais de saúde e do direito devem contatar logo na sua fase de
formação pré-graduada para que entendam o seu alcance e as suas
limitações, para que comecem a interiorizar e a absorver o que dela
vão inevitavelmente precisar de dominar, independentemente da
área de especialidade e de exercício profissional pela qual venham a
optar. Daí a necessidade: de livros de estudo e consulta elaborados a
pensar essencialmente nos estudantes, a pensar naqueles que estão
a dar os primeiros passos na descoberta do fascinante universo
médico-legal; de obras que sejam simples e claras, com a leveza que
um conhecimento inicial exige, mas simultaneamente com o rigor e a
seriedade de que não podem transigir. Este livro é, indiscutivelmente,
uma dessas obras e tem a vantagem de ser proporcionado em acesso
aberto, garantindo a todos a possibilidade de o consultarem.
Estamos perante obra que, por meio da resposta de um amplo
leque de perguntas, nos proporciona uma viagem pela Medicina Legal,
partindo da sua história e evolução para chegar à realidade prática
pericial quotidiana, nas diversas áreas de atuação desta ciência
guardiã da justiça, que sempre foi – e que sempre será – essencial
para a aplicação desta, para a defesa de valores tão fundamentais
quanto a honra, o bom nome, a liberdade e a dignidade da pessoa
humana. Proporciona, assim, uma introdução ao conhecimento
médico-legal, oferecendo diálogos entre a teoria e a realidade, entre
o pensamento e a ação, entre o saber e a dúvida, sabendo estimular
o debate produtivo de ideias e a reflexão individual. Podemos não
concordar com algumas das perspectivas e reflexões expostas, mas
é seguramente um proveitoso ensaio de inventividade e criatividade,
muito útil para o estudante, com um enorme potencial como elemento
de estímulo para uma iniciação devidamente fundamentada na
atividade médico-legal e na sua realidade.
Para além do conhecimento teórico, este livro oferece ainda
ao leitor um interessante acervo de imagens da realidade prática
médico-legal. Ora, a Medicina Legal é uma das áreas médicas em
que a imagem tem uma particular relevância, até porque contextos
traumáticos similares podem proporcionar aspectos por vezes
bastante diversos. Daí a enorme importância também dos atlas
de Medicina Legal como elementos essenciais para a difusão e
consolidação do conhecimento científico neste domínio. Atlas
estes que decisões judiciais relativamente recentes terão posto
genericamente em causa no Brasil, sem que tal faça qualquer sentido,
desde que devidamente assegurados os princípios éticos e legais que
devem nortear a publicação de imagens (e desde logo o anonimato
relativamente à sua proveniência), como sucede com as publicadas
nesta obra.
Elaborado por um jovem grupo de entusiastas e dinâmicos
acadêmicos da LAMELT (Liga de Medicina Legal e Toxicologia
Forense) da Universidade do Oeste Paulista (Unoeste), atuando sob
a organização e coordenação atenta de uma profissional médico-
legal muito experiente e competente, a Professora Rita Higa, e
concretizado com o apoio da Associação dos Médicos Legistas do
Estado de São Paulo, este livro honra a Medicina Legal de São Paulo
e do Brasil, testemunhando o trabalho empenhado, dedicado e sério
desenvolvido no seio da universidade brasileira. Assegura-nos que
a Medicina Legal deste país está a saber concretizar a renovação
necessária, que lhe permitirá continuar a olhar o futuro com
otimismo e confiança.
Trata-se de um livro que, como se refere no seu prefácio, foi feito
por estudantes e para estudantes, mas cujas análise e leitura serão
também relevantes para os profissionais experientes, permitindo
nomeadamente rever conceitos, comparar situações práticas, assim
como ampliar ou consolidar conhecimentos e perspectivas.
Este é um livro cuja qualidade surge também assegurada pela
atenta revisão de dois respeitados profissionais e docentes, os
Professores João Roberto Oba e Luís Antônio Panucci, e que se
distingue ainda pela forma abrangente e completa da abordagem
dos temas, pelo didatismo que o caracteriza, pela visão fresca que
proporciona, pela acessibilidade que oferece.
É um livro cuja leitura nos apraz recomendar, na certeza de
que nele encontrará o estudante elementos fundamentais para
iniciar o conhecimento das múltiplas problemáticas inerentes à
atividade médico-legal, para iniciar uma aprendizagem médico-
legal concretizada com sensibilidade e bom senso, correta, eficaz e
humanizada.
Coimbra, Outubro de 2020.
Duarte Nuno Vieira
Professor catedrático da Faculdade de Medicina de
Coimbra e Diretor do Coimbra University Centre for
Humanitarian and Human Rights Forensic Research and
Training. Presidente do Conselho Científico Consultivo
do Procurador do Tribunal Penal Internacional e da
Rede Ibero-americana de Instituições de Medicina Legal
e Ciências Forenses e Vice-Presidente da Confederação
Europeia de Especialistas em Avaliação e Reparação do
Dano Corporal. Presidiu a Academia Internacional de
Medicina Legal, a Associação Internacional de Ciências
Forenses, a Associação Mundial de Médicos de Polícia, a
Academia Mediterrânea de Ciências Forenses, o Conselho
Europeu de Medicina Legal, a Associação Latino-
Americana de Direito Médico, a Thematic Federation
on Legal and Forensic Medicine da União Europeia
de Médicos Especialistas, a Associação Portuguesa
de Avaliação do Dano Corporal, entre outras. Tem
exercido funções como Consultor Forense Temporário
no âmbito do Alto Comissariado dos Direitos Humanos
das Nações Unidas e é membro do grupo internacional
de peritos do Comitê Internacional da Cruz Vermelha
e do Conselho Internacional de Reabilitação de Vítimas
de Tortura, tendo participado em dezenas de missões
internacionais. Foi Diretor do Instituto de Medicina
Legal de Coimbra, Presidente do Instituto Nacional
de Medicina Legal e Ciências Forenses, do Conselho
Médico-Legal, do Conselho Superior de Medicina Legal e
do Colégio da Especialidade de Medicina Legal e Diretor
da Faculdade de Medicina de Coimbra, entre numerosas
outras funções. Publicou mais de 300 artigos científicos
e é autor ou coautor de 13 livros. É Editor-Chefe da
revista Forensic Science Research e integra os conselhos
editoriais de revistas científicas de 18 países europeus,
asiáticos, africanos e americanos. Recebeu 15 prêmios
científicos, entre eles a Douglas Medal Award (em 2014),
o Clyde Snow e o Milton Helpern Awards (em 2020),
da Academia Americana de Ciências Forenses, assim
como 18 distinções honoríficas de diferentes governos,
municípios, universidades e sociedades científicas.
Exerce também atualmente funções como professor
visitante das Universidades de Belgrado (Sérvia), Xi’an
Jiaotong (China) e Kasturba Medical College (Índia).
LISTA DE IMAGENS

Imagem 1 –
Ilustração do pai da Medicina Legal – Ambroise Paré. . . . . . . . . . . . . 30
Imagem 2 Ilustração de cena de crime. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38

Imagem 3 Ilustração de Cena de Crime. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38

Imagem 4 Modelos das diferentes fases (masculino e feminino) da

extremidade esternal da costela, segundo Işcan, Loth e Wright
(1993) – France Casting – Determinação de faixa etária. . . . . . . . . . 59
Imagem 5 – Modelos de sínfise pubiana masculina Suchey-Brooks para
determinação de faixa etária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
Imagem 6 – Modelos de sínfise pubiana feminina Suchey-Brooks para
determinação de faixa etária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
Imagem 7 – Tatuagem pode ser útil na identificação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
Imagem 8 – Desenho digital – conjunto de cristas e sulcos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
Imagem 9 – Impressão digital – presilha interna – presença de núcleo e delta à
direita do observador. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
Imagem 10 – Esqueletização – Fenômeno transformativo destrutivo. . . . . . . . . . . 76
Imagem 11 – Mumificação – fenômeno transformativo conservador . . . . . . . . . . . 78
Imagem 12 – Tecnologia genética. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
Imagem 13 – Fratura de fíbula com grampos cirúrgicos e equimose –
instrumento contundente. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94
Imagem 14 – Escoriação terceiro dia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
Imagem 15 – Ferida contusa com sutura – instrumento contundente. . . . . . . . . . . 95
Imagem 16 – Radiografia – fratura completa de quinto metacarpo – instrumento
contundente. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
97
97
99
100
100
101
101
102
Imagem 26 – Lesão por atropelamento ferroviário. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
Imagem 27 – Instrumento cortante. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103
Imagem 28A – Ferida incisa com sutura – instrumento com ação cortante. . . . . 104
Imagem 28B – Cicatriz de ferida incisa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104
Imagem 29 – Instrumento perfurante – atua por pressão ou percussão. . . . . . . 106
Imagem 30 – Revólver. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107
Imagem 31 – Pistola. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107
Imagem 32 – Fuzil. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107
Imagem 33 – Projétil de arma de fogo (PAF) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
Imagem 34 – Radiografia – PAF1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
Imagem 35 – Radiografia – PAF2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109
Imagem 36 – Ferimento de entrada – tiro a distância. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111
Imagem 37 – Instrumento perfurocortante – instrumento de ponta e gume. . 112
Imagem 38 – Instrumento perfurocortante – instrumento de ponta e gume. . 113
Imagem 39 – Ferimento por ação perfurocortante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114
Imagem 40 – Instrumento cortocontundente. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115
Imagem 41 – Aspiração. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122
Imagem 42 – Edema pulmonar. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122
Imagem 43 – Ilustração – Enforcado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125
Imagem 44 – Enforcamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 126
Imagem 45 – Enforcado - sinal de Friedberg . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127
Imagem 46 – Sinal de Friedberg. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127
Imagem 47 – Corrente – enforcamento atípico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127
Imagem 48 – Enforcamento atípico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128
Imagem 49 – Enforcamento atípico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128
Imagem 50 – Ilustração de amputação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 137
Imagem 51A – Ilustração de feto com 7 semanas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 169
Imagem 51B – Ilustração de feto com 10 semanas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 169
Imagem 51C – Ilustração de feto com 12 semanas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 170
Imagem 51D – Ilustração de fetos com 7 a 12 semanas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 170
Imagem 52 – Intoxicação medicamentosa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 185
Imagem 53 – Formas farmacêuticas sólidas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 186
Imagem 54 – Intoxicação por benzodiazepínicos – cavidade oral . . . . . . . . . . . . . 187
Imagem 55 – Intoxicação por benzodiazepínicos – conteúdo gástrico. . . . . . . . . 187
Imagem 56 – Intoxicação por benzodiazepínicos – cianose ungueal. . . . . . . . . . . 187
Imagem 57 – Droga Psicoléptica – Ópio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 188
Imagem 58 – Cigarro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 188
Imagem 59 – Droga Psicoanaléptica – Cocaína . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 189
Imagem 60 – Bolsas contendo cocaína – body packer. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 189
Imagem 61 – Maconha. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 190
Imagem 62 – Droga psicodisléptica – Psilocybe cubensis. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 190
Imagem 63 – Ilustração de bebida com álcool etílico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 191
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO | Gabriel de Oliveira Lima Carapeba


NOTA | Nilva Galli
PREFÁCIO | Duarte Nuno Vieira
INTRODUÇÃO | Rita de Cassia Bom im Leitão Higa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
CAPÍTULO I | EXÓRDIO AO ESTUDO DE MEDICINA LEGAL . . . . . . . . . . . . . . . 24
CAPÍTULO II | VESTÍGIOS, CORPO DE DELITO, PERITOS E PERÍCIAS . . . . .31
CAPÍTULO III | DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
CAPÍTULO IV | ANTROPOLOGIA MÉDICO-LEGAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
CAPÍTULO V | TANATOLOGIA MÉDICO-LEGAL, TAFONOMIA E
TAXONOMIA FORENSES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
CAPÍTULO VI | GENÉTICA FORENSE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
CAPÍTULO VII | TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
CAPÍTULO VIII | SEXOLOGIA FORENSE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131
CAPÍTULO IX | ASPECTOS DA SEXUALIDADE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 143
CAPÍTULO X | ABORTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .152
CAPÍTULO XI | INFANTICÍDIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .158
CAPÍTULO XII | TOXICOLOGIA FORENSE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .164
CAPÍTULO XIII | IMPUTABILIDADE PENAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .174
POSFÁCIO | José L. Prieto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .179
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .181
INTRODUÇÃO

Os encontros da LAMELT Liga Acadêmica de Medicina Legal


e Toxicologia Forense da Faculdade de Medicina da Unoeste são
momentos de reflexão e aprendizado da Medicina Legal. Dessa
maneira, muitas atividades são desenhadas a fim de propagar o
ensino, a pesquisa e a extensão nesta área.
Em um desses eventos, no final de 2019, a ideia de construir um livro
baseado em perguntas foi aclamada pelos participantes. O processo de
construção do livro foi organizado em etapas. O primeiro passo foi a
elaboração das perguntas e envio delas aos acadêmicos. O segundo passo
foi a pesquisa e a elaboração das respostas por parte dos acadêmicos,
que, ao terminarem, enviaram esse material à organizadora, que o
distribuiu também para os revisores interno e externo. O terceiro passo
foi a análise da organizadora e dos revisores. Dependendo da situação,
o texto voltou ao acadêmico para que ele fizesse alterações, assim
como houve inserções, exclusões e implantação de novos textos pela
organizadora e revisores. O quarto passo foi encaminhar o livro para a
bibliotecária, que organizou as citações e remeteu à avaliação e correção
da organizadora. Os últimos passos incluíram as revisões ortográfica,
referencial e diagramação da obra, que finalmente disponibilizaram o
conteúdo deste exemplar em 13 capítulos.
O capítulo I, Exórdio ao Estudo de Medicina Legal, apresenta uma
introdução à Medicina Legal, sua história e os cientistas que tiveram
atuações internacional e nacional destacadas.
O capítulo II, Vestígios, Corpo de Delito, Peritos e Perícias, demonstra
esses elementos e sua importância para a elucidação dos eventos.

INTRODUÇÃO 20
O capítulo III, Documentos Médico-Legais, descreve os
documentos e suas peculiaridades.
O capítulo IV, Antropologia Médico-Legal, visa discorrer sobre as
técnicas de identificação do vivo e do morto.
O capítulo V, Tanatologia Médico-Legal, Tafonomia e Taxonomia
Forenses, define, respectivamente, a morte, os tipos de morte e
aspectos técnicos da cronotanatognose; estuda a ação externa na
evolução cadavérica de interesse médico-legal; e avalia os pontos
de conservação e destruição do cadáver que se distinguem do rito
tanatológico.
O capítulo VI, Genética Forense, apresenta os conhecimentos das
técnicas moleculares na identificação humana.
O capítulo VII, Traumatologia Médico-Legal, é o capítulo mais
extenso. Nele são descritos os diferentes tipos de lesões causadas
por energias de ordens mecânica, física, química, físico-química,
bioquímica, biodinâmica e mista.
O capítulo VIII, Sexologia Forense, traz uma abordagem aos
crimes sexuais.
O capítulo IX, Aspectos da Sexualidade, expõe os diferentes
tópicos relacionados à sexualidade.
O capítulo X, Aborto, apresenta a definição, tipos, complicações e
outros aspectos médico-legais sobre o tema.
O capítulo XI, Infanticídio, aborda o crime, objetivos da perícia,
provas de vida extrauterinas e demais tópicos afins.
O capítulo XII, Toxicologia Forense, discorre sobre drogas,
conceituação, classificação e visão médico-legal sobre o tema.
O capítulo XIII, Imputabilidade Penal, define o termo, apresenta os
respectivos modificadores, conceitua capacidade civil e apresenta as
leis e tópicos referentes ao tema, finalizando o conteúdo desta obra.
Estamos cônscios de que, apesar de todo o esforço para buscar
informações atualizadas, um livro sempre será uma obra em
construção. Dessa forma, o livro apresenta imperfeições, posto
que resulta de ação humana. No entanto, esperamos que seja uma
fonte de informações relevantes para os estudos de estudantes e
profissionais que pretendam prestar concursos e procurem uma
revisão sumarizada.
Rita de Cassia Bomfim Leitão Higa
Organizadora

INTRODUÇÃO 21
CAPÍTULO I – EXÓRDIO AO ESTUDO DE MEDICINA LEGAL
CAPÍTULO I

EXÓRDIO AO ESTUDO DE MEDICINA LEGAL

1 | Conceituar Medicina Legal.


RESPOSTA: Medicina Legal é a ciência que utiliza os saberes médicos
em prol da Justiça. Fundamenta a elaboração de leis, que é uma atividade
da administração judiciária, e consolida a doutrina, com o intuito de
resguardar os direitos e interesses do homem e da sociedade (FRANÇA,
2017; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012; HERCULES, 2011).

2 | Citar as disciplinas da Medicina Legal.


Resposta: Antropologia forense, Traumatologia médico-legal,
Sexologia forense, Tanatologia forense, Toxicologia forense,
Asfixiologia médico-legal, Psicologia forense, Psiquiatria forense,
Genética forense, Criminalística, Criminologia, Infortunística e
Vitimologia (FRANÇA, 2017).

3 | Listar exemplos de professores renomados de Medicina Forense.


RESPOSTA: Ambroise Paré (1517-1590), reputado como o pai da
Medicina Legal; Alphonse Devergie (1798-1879) foi um dos pioneiros
da Medicina Forense na França; Júlio Afrânio Peixoto (1876-1947)
e sua grande importância na história do IML do Rio de Janeiro;
Agostinho José de Souza Lima (1842-1921) foi um professor da
cadeira de Medicina Legal e Toxicologia na Faculdade de Medicina

CAPÍTULO I – EXÓRDIO AO ESTUDO DE MEDICINA LEGAL 23


e de Direito do Rio de Janeiro; Oscar Freire de Carvalho (1882-1923)
foi discípulo de Nina Rodrigues; Flamínio Fávero (1895-1982) foi
professor catedrático de Medicina Legal na Universidade de São
Paulo; entre outros (FRANKLIN, 2019).

Imagem 1 – Ilustração do pai da Medicina Legal – Ambroise Paré

Foto de Chantal Mure | Fonte: Pixabay. Disponível em:


https://pixabay.com/pt/photos/m%C3%A9dico-idade-m%C3%A9dia-ambroise-
par%C3%A9-1242603/. Acesso em: 7 ago. 2020.

CAPÍTULO I – EXÓRDIO AO ESTUDO DE MEDICINA LEGAL 24


4 | Apresentar a divisão histórica da Medicina Legal.
Resposta: A história da Medicina Legal se apresenta dividida
em: “Antiga, Romana, Média, Canônica e Moderna ou Científica”
(FRANKLIN, 2019 p. 4-5).

5 | Descrever o período histórico Antigo da Medicina Legal.


Resposta: Já nos tempos de Hipócrates e Aristóteles havia anotações
sobre prematuridade e a vida do feto. O Código Penal mais antigo foi o
Código de Hamurabi, do século XVIII a.C. A prática de embalsamento
de corpos também era utilizada no Egito Antigo. No Código de Manu,
do século V a.C., e na Lei das XII Tábuas, no Império Romano de 449
a.C., já se dispunha sobre as testemunhas.
Parece que a primeira notificação de um trabalho médico-legal foi o
Hsi Yuan Lu, escrito na China, no qual foi abordado o exame após a
morte. O trabalho abordava os venenos e os antídotos, como também
as orientações acerca da respiração artificial (FRANKLIN, 2019;
HERCULES, 2011; PEREIRA; GUSMÃO, 2001; RIVAS, [201?]).

6 | Descrever o período histórico Romano da Medicina Legal.


Resposta: O período histórico Romano é dividido em duas fases:
Pré-Reforma de Justiniano e Pós-Reforma de Justiniano. A Lex Regia
(por Numa Pompílio) foi a referência histórica da primeira fase, que
determinava a histerotomia quando ocorria a morte de mulheres
grávidas. Nesse período, também houve a implantação do exame
externo dos corpos com o objetivo de examinar os ferimentos letais,
já que as necropsias não eram permitidas.
Houve, na reforma justiniana, a determinação de que não deveria
haver testemunho, mas, sim, ajuizamento. Por fim, o Digesto
determina a intervenção de parteiras para examinação de gravidez
e a Lei Aquila dispõe sobre a letalidade dos ferimentos (FRANKLIN,
2019; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012).

7 | Descrever o período histórico Médio da Medicina Legal.


Resposta: Esse intervalo de tempo foi aquele no qual a contribuição
foi mais objetiva do médico à Justiça por meio do parecer médico

CAPÍTULO I – EXÓRDIO AO ESTUDO DE MEDICINA LEGAL 25


em alguns julgamentos (CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012; PEREIRA;
GUSMÃO, 2001).

8 | Descrever o período histórico Canônico da Medicina Legal.


Resposta: O período histórico Canônico foi marcado pela
proclamação do Código Criminal de Carlos V e durou por volta de
400 anos (1200-1600 d.C.). Durante esse período foi restabelecida
a obrigatoriedade das perícias médico-legais, que deveriam ser
apresentadas antes das deliberações judiciais, em casos de gravidez,
aborto, partos na clandestinidade, lesões ou assassinatos (CROCE;
CROCE JÚNIOR, 2012; PEREIRA; GUSMÃO, 2001).

9 | Descrever o período histórico Científico da Medicina Legal.


Resposta: O período histórico Científico da Medicina Legal teve seu
início no ano de 1602 com o lançamento do livro De Relationibus
Libri Quatuor in Quibus et Omnia quae in Forensibus ac Publicis
Causis Medici Preferre Solent Plenissime Traduntur, de Fortunatus
Fidelis. Esse foi o primeiro tratado que discorria sobre Medicina
Legal de uma maneira vasta e íntegra. No mesmo período histórico,
Paolo Zacchias publicou a obra Quaestiones Medico-Legales Opus
Jurisperitis Maxime Necessarium Medicis Perutilis, em que não
relacionou a Medicina Legal à Saúde Pública, como fazia a maioria
dos autores da época. Zacchias foi considerado por alguns o pai da
Medicina Legal.
O desenvolvimento da Medicina Legal continuou no século XVIII,
no entanto, na metade inicial do século XIX foi que aconteceu a sua
consolidação. Nesse período, foi lançada na Alemanha a primeira
magazine especializada em Medicina Legal e criado o primeiro
Instituto Médico Legal em Viena. Na segunda parte do século XIX, a
Medicina Legal foi confirmada como ciência e passou a ser estudada
em diferentes universidades na Europa, América e no Brasil
(FRANÇA, 2017; COÊLHO, 2010).

CAPÍTULO I – EXÓRDIO AO ESTUDO DE MEDICINA LEGAL 26


10 |
Descrever sucintamente as fases históricas da Medicina
Legal no Brasil.
Resposta: A fase inicial da Medicina Legal brasileira ocorreu
ainda durante a época colonial. Nessa época, a Medicina Legal teve
influência francesa e um pouco menos italiana e alemã, tendo o foco
na área da Toxicologia.
A segunda fase ocorreu no século XIX, quando surgiu Agostinho de
Souza Lima (1842-1921), responsável por dar início à instrução prática
da Medicina Forense e desenvolver ensaios laboratoriais ligadas à
Toxicologia. Nesse período, também houve uma tentativa leiga de
interpretação e comentários médico-legais sobre as leis brasileiras.
Já a terceira fase se iniciou com a criação de uma escola especializada em
Medicina Legal na Bahia por Raymundo Nina Rodrigues, determinando
a expansão do ensino e estímulo à fundação de novos institutos no
país (CROCE; CROCE JÚNIOR, 2011; PEREIRA; GUSMÃO, 2001).

11 |Classificar a Medicina Legal com relação ao aspecto


histórico.
Resposta: A Medicina Legal é classificada, no aspecto histórico, em
suas fases de evolução: “Pericial, Legislativa, Doutrinária e Filosófica”
(FRANÇA, 2017, p. 7).

12 |Classificar a Medicina Legal com relação ao aspecto


profissional.
Resposta: A Medicina Legal, no aspecto profissional, divide-se em:
“Pericial, Criminalística e Antropologia Médico-Legal” (FRANÇA,
2017, p. 7).

13 |Classificar a Medicina Legal com relação ao aspecto


doutrinário.
Resposta: A Medicina Legal, no aspecto doutrinário, divide-se em:
“Penal, Civil, Canônica, Trabalhista e Administrativa” (FRANÇA,
2017, p. 8).

CAPÍTULO I – EXÓRDIO AO ESTUDO DE MEDICINA LEGAL 27


14 | Classificar a Medicina Legal da perspectiva didática.
Resposta: A Medicina Legal, da perspectiva didática, segundo
França (2017), é dividida em: Geral e Especial.
A Medicinal Legal Geral, denominada de Jurisprudência Médica,
diz respeito às obrigações e deveres e aos direitos dos médicos,
referentes à deontologia e à diceologia, respectivamente. Elenca
tópicos que norteiam o médico em seu exercício profissional, como
Ética Médica, Sigilo Profissional, Honorários, entre outros.
A Medicina Legal Especial apresenta em sua divisão as seguintes
disciplinas: Antropologia médico-legal, Traumatologia médico-legal,
Toxicologia forense, Tanatologia médico-legal, Asfixiologia médico-
legal, Sexologia forense, Psiquiatria forense, Psicologia forense,
Infortunística, Criminalística, Criminologia, Vitimologia, Genética
forense e Medicina Desportiva (FRANÇA, 2017).

REFERÊNCIAS – CAPÍTULO I
COÊLHO, B. F. Histórico da Medicina Legal. R. Fac. Dir. Univ. SP, v.
105, p. 355-362, jan./dez. 2010.
CROCE, D.; CROCE JÚNIOR, D. Manual de Medicina Legal. 8. ed. São
Paulo: Saraiva, 2012.
FRANÇA, G. V. Medicina Legal. 11. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2017.
FRANKLIN, R. Medicina Forense aplicada. Rio de Janeiro: Rubio,
2019.
HERCULES, H. C. Medicina Legal: texto e atlas. São Paulo: Atheneu,
2011.
PEREIRA, G. O.; GUSMÃO, L. C. B. Medicina Legal. 2001. Disponível em:
http://www.malthus.com.br/rw/forense/Medicina_Legal_2004_
gerson.pdf. Acesso em: 5 jun. 2020.
RIVAS, C. Elementos Históricos da Medicina Legal. Jusbrasil, [201?]
Disponível em: https://caiorivas.jusbrasil.com.br/artigos/529824770/
elementos-historicos-da-medicina-legal. Acesso em: 17 ago. 2020. 

CAPÍTULO I – EXÓRDIO AO ESTUDO DE MEDICINA LEGAL 28


CAPÍTULO II – VESTÍGIOS, CORPO DE DELITO, PERITOS
E PERÍCIAS
CAPÍTULO II

VESTÍGIOS, CORPO DE DELITO, PERITOS E PERÍCIAS

15 | Citar o artigo 6º. do Código de Processo Penal.


RESPOSTA: “Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da
infração penal, a autoridade policial deverá:
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o
estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais;
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após
liberados pelos peritos criminais;
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do
fato e suas circunstâncias;
IV - ouvir o ofendido;
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do
disposto no Capítulo III do Título VII, [...], devendo o respectivo
termo ser assinado por duas testemunhas que lhe tenham ouvido a
leitura;
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de
delito e a quaisquer outras perícias;
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico,
se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista
individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e
estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer
outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu
temperamento e caráter;

CAPÍTULO II – VESTÍGIOS, CORPO DE DELITO, PERITOS E PERÍCIAS 30


X - colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades
e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual
responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa”
(BRASIL, 1941).

Imagem 2 – Ilustração de cena de crime

Fonte: Designed by freepik. Disponível em: https://br.freepik.com/vetores-gratis/cena-do-crime-


local-do-crime-com-fita-amarela-da policia_6362807.htm#page=1&query=cena%20de%20crime%20
&position=40. Acesso em: 29 mar. 2021.

Imagem 3 – Ilustração de Cena de Crime

Fonte: Disponível em: https://br.freepik.com/vetores-gratis/ilustracao-de-estilo-simples-de-cena-


de-crime_4278189.htm#query=crime%20scene%20ambul%C3%A2ncia&position=0. Acesso em: 29
mar. 2021.

CAPÍTULO II – VESTÍGIOS, CORPO DE DELITO, PERITOS E PERÍCIAS 31


16 | Definir prova.
RESPOSTA: Prova é o componente que comprova o fato, e a perícia
busca a obtenção da prova (FRANÇA, 2017).

17 | Definir corpo de delito, corpo de delito direto e indireto.


RESPOSTA: O corpo de delito fornece tipicidade e materialidade ao
crime, sendo, portanto, o elenco de marcas ou sinais restados pelo
delito, materiais ou não. O corpo de delito pode ser: direto ou indireto.
Corpo de delito direto é o grupo de vestígios materiais que podem ser
comprovados pelos peritos, como em lesões corporais e homicídios.
Entende-se como corpo de delito indireto quando essas provas não
são materiais, sendo então substituídas por prova testemunhal,
como nos casos de injúria, desacato, e/ou prova documental.
A ausência da análise do corpo de delito pode levar à anulação
processual (FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012).

18 | Definir, listar e descrever as modalidades de peritos.


RESPOSTA: Peritos são profissionais habilitados pelo tribunal
e autoridades competentes a esclarecerem argumentos em um
processo. Podem ser: perito judicial, perito oficial de âmbito criminal,
perito criminal não oficial (Ad hoc) e perito arbitral. O perito judicial
é o experto que tem inscrição em seu Conselho de classe, integrante
da área de atuação e mantido pelo próprio tribunal. O perito oficial
na área criminal é um servidor público com titularidade acadêmica,
concursado em exame público. O perito criminal não oficial (Ad hoc)
é nomeado quando há falta de perito criminal oficial, podendo ser os
policiais civis que estão no local, profissionais liberais, servidores
públicos de outros órgãos, professores universitários, entre outros,
desde que atendam aos requisitos necessários. O perito arbitral é o
profissional liberal designado pelo juiz, devendo estar inscrito em
seu Conselho de classe e com o objetivo de esclarecer as questões
duvidosas que prescindem da apreciação do experto (CAMARA E
SILVA, 2018; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012).

CAPÍTULO II – VESTÍGIOS, CORPO DE DELITO, PERITOS E PERÍCIAS 32


19 | Diferenciar a atuação do médico assistente da atuação do
médico perito.
RESPOSTA: O médico assistente trata o paciente. Dessa maneira,
está impedido de atuar como perito de processo do qual este faça
parte. O médico assistente deve preservar o sigilo médico. Assim
as atividades de médico assistente são incompatíveis com as
atividades periciais envolvendo seu paciente. Resumindo, o médico
assistente atende o paciente, enquanto o médico perito ao periciando
(ZARZUELA, 1993).

20 | Definir assistente técnico.


RESPOSTA: É facultado ao assistente técnico pela lei processual
civil o acompanhamento do profissional na elaboração de provas,
ficando responsável por supervisioná-las e descrevê-las em um
documento, assim como as suas conclusões após o perito realizar a
entrega do laudo pericial (FRANÇA, 2017).

21 | Citar o artigo 156 do CPP.


RESPOSTA: “Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer,
sendo, porém, facultado ao juiz de ofício:
I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção
antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, observando
a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida;
II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a
realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante”
(BRASIL, 1941).

22 | Citar o artigo 158 do CPP.


RESPOSTA: “Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será
indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não
podendo supri-lo a confissão do acusado.
Parágrafo único. Dar-se-á prioridade à realização do exame de corpo
de delito quando se tratar de crime que envolva:
I - violência doméstica e familiar contra mulher;

CAPÍTULO II – VESTÍGIOS, CORPO DE DELITO, PERITOS E PERÍCIAS 33


II - violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com
deficiência” (BRASIL, 1941).

23 | Citar o artigo 159 do CPP.


RESPOSTA: “Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias
serão realizados por perito oficial, portador de diploma de curso
superior.
§ 1º Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2
(duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior
preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem
habilitação técnica relacionada com a natureza do exame.
§ 2º Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e
fielmente desempenhar o encargo.
§ 3º Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação,
ao ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação de quesitos e
indicação de assistente técnico.
§ 4º O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo juiz
e após a conclusão dos exames e elaboração do laudo pelos peritos
oficiais, sendo as partes intimadas desta decisão.
§ 5º Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes,
quanto à perícia:
I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para
responderem a quesitos, desde que o mandado de intimação e os
quesitos ou questões a serem esclarecidas sejam encaminhados
com antecedência mínima de 10 (dez) dias, podendo apresentar as
respostas em laudo complementar;
II – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pareceres
em prazo a ser fixado pelo juiz ou ser inquiridos em audiência.
§ 6º Havendo requerimento das partes, o material probatório que
serviu de base à perícia será disponibilizado no ambiente do órgão
oficial, que manterá sempre sua guarda, e na presença de perito oficial,
para exame pelos assistentes, salvo se for impossível a sua conservação.
§ 7º Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área
de conhecimento especializado, poder-se-á designar a atuação de
mais de um perito oficial, e a parte indicar mais de um assistente
técnico” (BRASIL, 1941).

CAPÍTULO II – VESTÍGIOS, CORPO DE DELITO, PERITOS E PERÍCIAS 34


24 | Listar os quesitos oficiais da lesão corporal.
RESPOSTA: “PRIMEIRO – Se há ofensa à integridade corporal ou
à saúde do paciente; SEGUNDO – Qual o instrumento ou meio que
produziu a ofensa?; TERCEIRO – Se resultou incapacidade para as
ocupações habituais por mais de 30 dias; QUARTO – Se resultou
perigo de morte; QUINTO – Se resultou debilidade permanente de
membro, sentido ou função; SEXTO – Se resultou aceleração do parto;
SÉTIMO – Se resultou perda ou inutilização do membro, sentido
ou função; OITAVO – Se resultou incapacidade permanente para o
trabalho, ou enfermidade incurável; NONO – Se resultou deformidade
permanente; DÉCIMO – Se resultou aborto” (FRANÇA, 2017, p. 40).

25 | Listar os quesitos de aborto.


RESPOSTA:
Os quesitos oficiais de aborto são:
“Primeiro – Houve aborto?
Segundo – Foi ele provocado?
Terceiro – Qual foi o meio de provocação?
Quarto – Em consequência do aborto ou do meio empregado para
provocá-lo, sofreu a gestante: incapacidade para as ocupações
habituais por mais de 30 dias, perigo de morte, debilidade permanente
de membro, sentido ou função, incapacidade permanente para o
trabalho, enfermidade incurável, perda ou inutilização de membro,
sentido ou função ou deformidade permanente?
Quinto – Era a provocação do aborto o único meio de salvar a vida
da gestante?
Sexto – A gestante é alienada ou débil mental?” (RIBEIRO; ALENCAR
JÚNIOR, 2013; COELHO; JORGE JÚNIOR, 2008; LEOPOLDO E SILVA;
2008).

26 | Listar os quesitos de exame necroscópico.


RESPOSTA: “1) Se houve morte; 2) Qual a causa da morte; 3) Qual o
instrumento ou meio que produziu a morte; 4) Se foi produzida por
meio de veneno, fogo, explosivo, asfixia ou tortura, ou por outro meio
insidioso ou cruel” (FRANÇA, 2017, p. 41).

CAPÍTULO II – VESTÍGIOS, CORPO DE DELITO, PERITOS E PERÍCIAS 35


REFERÊNCIAS – CAPÍTULO II
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Decreto-Lei nº 3.689,
de 3 de outubro de 1941. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 13
out. 1941. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
decreto-lei/del3689.htm. Acesso em: 10 jul. 2020.
CAMARA E SILVA, E. S. Direito Processual Civil. Revista Âmbito
Jurídico, 170, ano XXI, mar. 2018. Disponível em: https://
ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-processual-civil/a-
atuacao-profissional-na-pericia/. Acesso em: 22 jul. 2020.
COELHO, C. A. S.; JORGE JÚNIOR, J. J. Manual técnico-operacional
para os Médicos-Legistas do Estado de São Paulo. São Paulo:
CREMESP, 2008.
CROCE, D.; CROCE JÚNIOR, D. Manual de Medicina Legal. 8. ed. São
Paulo: Saraiva, 2012.
FRANÇA, G. V. Medicina Legal. 11. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2017.
LEOPOLDO E SILVA, Fernando Duarte. Fundamentos médicos
e jurídicos do atendimento ao aborto. 2008. Monografia
(Especialização) – Escola Paulista de Direito, SP, 2008.
RIBEIRO, G. G.; ALENCAR JÚNIOR, C. A. Abortamento [Internet].
2013. Disponível em: http://www.meac.ufc.br/arquivos/
biblioteca _cientifica/File/PROTOCOLOS%20OBSTETRICIA/
obstetriciaabril2013/obstetriciacap1.pdf. Acesso em: 2 set. 2020.
ZARZUELA, J. L. Medicina Legal. São Paulo: Angelotti, 1993.

CAPÍTULO II – VESTÍGIOS, CORPO DE DELITO, PERITOS E PERÍCIAS 36


CAPÍTULO III – DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS
CAPÍTULO III

DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS

27 | Definir e listar os documentos médico-legais.


Resposta: Os documentos médico-legais são as assertivas
firmadas pela atuação médica que podem ter propósito legal. Estes
documentos são, tradicionalmente, classificados em três tipos:
relatórios, pareceres e atestados (FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE
JÚNIOR, 2012; HERCULES, 2011).

28 | Definir relatório médico-legal.


Resposta: O relatório médico-legal, sempre requisitado por
autoridade competente, seja judicial, seja policial, é um relato
detalhado e criterioso de uma ocorrência factual médica, bem como
de suas consequências em relação ao inquérito (peritia percipiendi)
(FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012; HERCULES, 2011).

29 | Descrever a diferença entre auto e laudo.


Resposta: O auto é executado conforme o perito dita ao escrivão.
Quando redigido pelo próprio perito, o documento é denominado
laudo (FRANÇA, 2017).

30 | Listar as partes que constituem o relatório médico-legal.


Resposta: As partes que constituem um relatório médico-legal são:

CAPÍTULO III – DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS 38


1- Preâmbulo: contém a qualificação do perito, do examinando e das
autoridades requerentes; dados referentes à realização da perícia
como dia, horário e local; assim como o objetivo dela. 2- Quesitos:
formulados por advogados das partes, autoridade judicial ou policial.
3- Histórico: motivação da perícia ou esclarecimentos norteadores
para a orientação pericial. 4- Descrição: contém o detalhamento da
descrição de forma clara, minuciosa e com metodologia, apresentando
todos os fatos verificados diretamente pelo perito. É considerada
a parte primordial do documento, em que se realiza o visum et
repertum. 5- Discussão: distingue-se pela análise criteriosa do
material obtido pelo exame e consignado na descrição e histórico.
6- Conclusão: considera-se a síntese de todos os elementos objetivos
analisados e debatidos pelo perito. 7- Resposta aos Quesitos: no final
dão-se as respostas dos quesitos de forma clara, direta e sucinta
(FRANÇA, 2017; HERCULES, 2011).

31 | Definir parecer médico-legal.


RESPOSTA: Trata-se de resposta documentada pelas partes
realizada por autoridade médica, comissão de profissionais ou por
uma sociedade científica objetivando esclarecer questionamentos
oriundos da interpretação da perícia para esclarecer questões de
interesse jurídico (FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012;
HERCULES, 2011).

32 | Definir atestado.
Resposta: O atestado é uma declaração por escrito que firma
a veracidade de uma ocorrência médica e de suas possíveis
consequências, resumindo de forma simples o resultado do exame
de um paciente, seu estado de sanidade ou de doença (FRANÇA,
2017; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012; HERCULES, 2011).

33 | Apresentar a classificação dos atestados.


Resposta: Os atestados podem ser classificados em: oficiosos
(solicitados por pacientes para atender a interesses particulares);
administrativos (requeridos por autoridade administrativa para fins

CAPÍTULO III – DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS 39


de licença, aposentadoria, vacinação e declaração de sanidade física
e mental para acesso a repartições públicas e escolas); e judiciários
(solicitados por órgão judicante, justificando a ausência de um jurado
no Tribunal do Júri).
Outra possível classificação considera o fato médico a ser firmado.
Esses atestados são classificados em três tipos: sanidade, enfermidade
e óbito (FRANÇA, 2017).

34 | Definir prontuário.
RESPOSTA: O prontuário é definido pela totalidade dos documentos
com os respectivos registros do exame clínico do paciente, dos
cuidados e da assistência prestada, incluindo: as fichas de ocorrência;
prescrições terapêuticas; registros dos demais profissionais, como
enfermeiros e anestesistas; dados da cirurgia; e o registro do laudo
de exames complementares (FRANÇA, 2017; VASCONCELLOS;
GRIBEL; MORAES, 2008).

35 | Definir notificação.
RESPOSTA: As notificações são informes compulsórios às devidas
autoridades sobre um evento médico, devido a causas de cunho
social ou sanitário. É importante ressaltar que em sua omissão
ocorre a transgressão do Art. 269 do Código Penal – “Deixar o
médico de denunciar à autoridade pública doença cuja notificação é
compulsória”.
Não podem ser esquecidas as violências sexuais, domésticas, contra
a criança e contra o idoso (BRASIL, 1940; CROCE; CROCE JÚNIOR,
2012; LAGUARDIA et al., 2004).

36 | Definir depoimento oral.


Resposta: É a elucidação pericial oral de um relatório anteriormente
apresentado. O objetivo é expor as respostas às perguntas formuladas
e os aspectos científicos do assunto, em tribunais ou audiências de
fatos não compreendidos ou conflitantes.
É vedado ao perito participar como testemunha (FRANÇA, 2017;
CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012; HERCULES, 2011).

CAPÍTULO III – DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS 40


REFERÊNCIAS – CAPÍTULO III
CROCE, D.; CROCE JÚNIOR, D. Manual de Medicina Legal. 8. ed. São
Paulo: Saraiva, 2012.
FRANÇA, G. V. Medicina Legal. 11. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2017.
HERCULES, H. C. Medicina Legal: texto e atlas. São Paulo: Atheneu,
2011.
LAGUARDIA, J. et al. Sistema de informação de agravos de notificação
em saúde (Sinan): desafios no desenvolvimento de um sistema de
informação em saúde. Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília, v. 13, n. 3,
p. 135-146, set. 2004. Disponível em: http://scielo.iec.gov.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S1679-49742004000300002&lng=pt&
nrm=iso&tlng=pt. Acesso em: 8 maio 2020.
VASCONCELLOS, M. M.; GRIBEL, E. B.; MORAES, I. H. S. Registros em
saúde: avaliação da qualidade do prontuário do paciente na atenção
básica, Rio de Janeiro, Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.
24, (supl. 1), p. s173-s182, 2008. Disponível em: https://www.scielo.
br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2008001300021
&lng=en&nrm=iso&tlng=pt. Acesso em: 8 maio 2020. 

CAPÍTULO III – DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS 41


CAPÍTULO IV – ANTROPOLOGIA MÉDICO-LEGAL
CAPÍTULO IV

ANTROPOLOGIA MÉDICO-LEGAL

37 | Conceituar identidade.
RESPOSTA: É o conjunto de atributos como: marcas, sinais, presença
ou ausência de elementos que diferenciam uma pessoa ou coisa,
individualizando-a das outras. É de grande valor tanto no foro civil
quanto no criminal (FRANÇA, 2017; CROCE, CROCE JÚNIOR; 2012;
HERCULES, 2011).

38 | Conceituar identificação.
Resposta: É a definição da identidade mediante um elenco de
caracteres: sinais físicos e aspectos funcionais e/ou psíquicos que
tornam um indivíduo diferente dos demais. Necessita de métodos
claros e concretos que resistam a interpretações controversas
(FRANÇA, 2017; CROCE, CROCE JÚNIOR, 2012; HERCULES, 2011).

39 | Listar os fundamentos técnicos e biológicos necessários à


metodologia de identificação.
Resposta: Na metodologia de identificação, os fundamentos
técnicos e biológicos são: unicidade, imutabilidade, perenidade,
praticabilidade e classificabilidade (FRANÇA, 2017; CROCE, CROCE
JÚNIOR, 2012).

CAPÍTULO IV – ANTROPOLOGIA MÉDICO-LEGAL 43


40 | Definir unicidade.
RESPOSTA: É a qualidade de ser único, de apresentar elementos que,
isolados ou em conjunto, individualizam e distinguem um indivíduo
dos outros (FRANÇA, 2017; CROCE, CROCE JÚNIOR, 2012).

41 | Definir imutabilidade.
RESPOSTA: Consiste na qualidade de certas características não se
modificarem ao longo do tempo, mesmo por influência de fatores
como faixa etária, patologias ou outros (FRANÇA, 2017; CROCE,
CROCE JÚNIOR, 2012).

42 | Definir perenidade.
Resposta: É a característica que certos elementos possuem de
suportar a ação temporal, permanecendo inalterados durante toda
a vida e/ou post mortem. Alguns exemplos são: o esqueleto e as
impressões digitais (FRANÇA, 2017; CROCE, CROCE JÚNIOR, 2012).

43 | Definir praticabilidade.
RESPOSTA: Refere-se a uma metodologia sem complexidade em
seu registro de dados, a qual não demanda trabalho qualificado ou
custoso (FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012).

44 | Definir classificabilidade.
Resposta: Requisito que exige uma metodologia de arquivamento
simplificada para facilitar a pesquisa de registros (FRANÇA, 2017;
CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012).

45 | Descrever a distinção entre ossos humanos e de animais.


Resposta: A diferenciação morfológica entre ossos humanos e
de animais é realizada mediante a avaliação dimensional e das
características de cada um e dos caracteres que os distinguem em
uma abordagem inicial. Segundo França (2017, p. 62), a diferença
microscópica é “dada pela análise da disposição do tamanho dos

CAPÍTULO IV – ANTROPOLOGIA MÉDICO-LEGAL 44


canais de Havers, que são em menor número e mais largos no homem,
com até 8 por mm2. Nos animais, são mais estreitos, redondos e mais
numerosos, chegando a 40 por mm2”. Com relação à macroscopia,
os animais apresentam ossos longos com conformidade cilíndrica
e extremos alargados. Outrossim, a diferença no número de ossos
designa diferentes espécies, podendo ser um método assessor na
identificação.
Alguns ensaios biológicos também podem ser aplicados na metodologia
de identificação, como soroprecipitação, teste de anafilaxia e fixação
de complemento (SATURNINO, 2000; FRANÇA, 2017).

46 | Descrever a determinação da presença de sangue.


Resposta: A fim de determinar se o material encontrado é sangue,
pode-se utilizar a pesquisa de cristais de Teichmann. Nessa avaliação,
o material é disposto sobre uma lâmina e recebe gotas de ácido acético.
A lâmina então é exposta a calor ameno, induzindo uma evaporação
lenta. Posteriormente, ela é levada ao microscópio e procura-se a
presença de cristais rombos, longos, agrupados, dispostos em cruz,
roseta, ou isolados, cor de chocolate.
A metodologia mais eficiente é o processo de Uhlenhuth ou de
albuminorreação ou que se baseia na reação antígeno-anticorpo. É
realizado após positivação da prova de Teichmann. Nesse processo,
coloca-se o material encontrado (sangue) em contato com soro
aprestado de animais. À análise morfológica das células sanguíneas,
observa-se que, no homem, as hemácias são anucleadas e globulares,
medindo aproximadamente sete micra. Já nos demais animais, as
hemácias são nucleadas e oblongas.
A técnica de Adler é realizada com a aplicação de uma “solução
saturada de benzidina em álcool a 96° ou em ácido acético”. A
mancha é triturada “em água destilada e 2 ml desse material deve
ser colocado em tubo de ensaio. Então lhe são acrescentadas 3 gotas
de água oxigenada de 12 volumes e 1 ml do reagente benzidínico”.
Em caso positivo, surge uma cor azul-esverdeada que se modifica
para um intenso azul-anil.
Outras reações também podem ser observadas quando o mesmo
processo é realizado com reagentes diferentes. Entretanto, o

CAPÍTULO IV – ANTROPOLOGIA MÉDICO-LEGAL 45


resultado dessas reações pode ser errôneo (falso-positivo), ao
reagirem com outros componentes presentes no material (FRANÇA,
2017, p. 63; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012).

47 | Listar os tipos étnicos fundamentais.


Resposta: Segundo França (2017, p. 63), “Ottolenghi classifica em
cinco os tipos étnicos fundamentais.
• Tipo caucásico. Pele branca ou trigueira; cabelos lisos ou crespos,
louros ou castanhos; íris azuis ou castanhas; contorno craniofacial
anterior ovoide ou ovoide-poligonal; perfil facial ortognata e
ligeiramente prognata;
• Tipo mongólico. Pele amarela; cabelos lisos; face achatada de
diante para trás; fronte larga e baixa; espaço interorbital largo;
maxilares pequenos e mento saliente;
• Tipo negroide. Pele negra; cabelos crespos, em tufos; crânio
pequeno; perfil facial prognata; fronte alta e saliente; íris
castanhas; nariz pequeno, largo e achatado; perfil côncavo e curto;
narinas espessas e afastadas, visíveis de frente e circulares;
• Tipo indiano. Não se afigura como um tipo racial definido. Estatura
alta; pele amarelo-trigueira, tendente ao avermelhado; cabelos
pretos, lisos, espessos e luzidios; íris castanhas; crânio mesocéfalo;
supercílios espessos; orelhas pequenas; nariz saliente, estreito e
longo; barba escassa; fronte vertical: zigomas salientes e largos;
• Tipo australoide. Estatura alta; pele trigueira; nariz curto e
largo; arcadas zigomáticas largas e volumosas; prognatismo
maxilar e alveolar; cinturas escapular larga e pélvica estreita;
dentes fortes; mento retraído; arcadas superciliares salientes e
crânio dolicocéfalo” (FRANÇA, 2017, p. 63).

48 | Listar os aspectos que podem ser avaliados na identificação


da raça.
Resposta: Os aspectos são: “forma do crânio, índice cefálico, índice
tíbio-femural, índice radioumeral, ângulo facial” (FRANKLIN, 2019,
p. 105; PEREIRA; GUSMÃO, 2001).

CAPÍTULO IV – ANTROPOLOGIA MÉDICO-LEGAL 46


49 |
Listar os aspectos a serem avaliados na identificação do
sexo em vivos.
Resposta: A identificação do sexo em vivos é feita mediante
inspeção das genitálias e das características sexuais secundárias
(CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012; PEREIRA; GUSMÃO, 2001).

50 | Listar as características a serem avaliadas na identificação


do sexo em esqueletos.
Resposta: Os ossos mais importantes para que se faça a
diferenciação sexual em esqueletos são: crânio, mandíbula, tórax e
pelve (FRANKLIN, 2019).

51 | Descrever os elementos que diferenciam o crânio masculino


do feminino.
Resposta: Os elementos podem ser descritos:

Quadro 1 – Diferenças entre crânios de homens e mulheres

a) HOMEM b) MULHER
- crânio maior (1.400 cm3 ou mais) e - crânio menor (até 1.300 cm3) e
mais pesado mais leve
- fronte mais inclinada para trás - fronte mais vertical
- glabela mais pronunciada - glabela menos pronunciada
(continuando c/ o perfil nasal)
- arcos superciliares mais salientes - arcos superciliares menos salientes
- rebordos supraorbitários rombos - rebordos supraorbitários cortantes
- articulação frontonasal angulada - articulação frontonasal curva
- apófises mastoides proeminentes, - apófises mastoides menos
servindo de pontos de apoio, desenvolvidas. Quando o crânio é
tornando o crânio mais estável colocado sobre um plano, ele apoia-
quando colocado sobre um plano se no maxilar e no occipital com
menor estabilidade
- côndilos occipitais longos e - côndilos occipitais curtos e largos.
delgados; forma de sola de sapato; Forma de rim. Superfície lisa, com
crista occipital mínima projeção
- apófises mastoides e estiloides - apófises mastoides e estiloides
maiores menores
Fonte: adaptado de França (2017) e Hercules (2014).

CAPÍTULO IV – ANTROPOLOGIA MÉDICO-LEGAL 47


52 |
Descrever os elementos que diferenciam a mandíbula
masculina da feminina.
Resposta: A mandíbula masculina apresenta-se robusta, com arco
dental no formato triangular ou retangular, ângulo mandibular
mais ocluso e áreas rugosas ásperas das insertações musculares. A
feminina é mais delicada, com arco dental em formato arredondado
ou triangular, com ângulo mais amplo e áreas rugosas planas ou
discretas das insertações musculares (FRANÇA, 2017).

53 | Descrever os elementos que diferenciam o tórax masculino


do feminino.
RESPOSTA: O tórax feminino tem menor capacidade, é mais curto,
tem aspecto ovoide, possui osso esterno mais curto, com margem
cranial ao nível do corpo da terceira vértebra, além de apresentar
apófises transversais das vértebras torácicas que se encontram mais
anteriormente. No tórax masculino, porém: há predominância da
cintura escapular, com aspecto de cone invertido; a clavícula é maior
e mais pesada; e o osso esterno apresenta margem caudal ao nível da
segunda vértebra torácica (MOORE; DALLEY, 2019; TORTORA, 2016).

54 | Descrever os elementos que diferenciam a pelve masculina


da feminina.
Resposta: Em uma análise qualitativa, pode-se observar que, na
pelve masculina, o osso ilíaco é maior e mais pesado, a crista ilíaca
é mais rugosa, a incisura isquiática é mais profunda, em forma de
“V”, além de o forame obturador ser mais largo e ovalado quando
comparado ao feminino. Nesse tipo de análise, observam-se três tipos
de pelve: androide (tipicamente masculina), ginecoide (tipicamente
feminina) e platiploide (aquela que apresenta características mistas).
Já na análise morfológica, percebe-se que a pelve masculina possui
seu estreito superior em formato de coração, o ângulo subpúbico
mais agudo, a sínfise pubiana mais alta e o sacro mais comprido,
mais estreito e côncavo em toda a sua extensão.
Em uma análise quantitativa, no entanto, destaca-se que a pelve
masculina tem dimensões verticais, com ângulo subpúbico de 60°,

CAPÍTULO IV – ANTROPOLOGIA MÉDICO-LEGAL 48


enquanto a pelve feminina possui dimensões horizontais, com ângulo
subpúbico de 90º.
De modo geral, a pelve masculina possui forma alta e estreita, é
menor em formato de coração, tem ângulo subpúbico e agudo em
forma de “A” e crista ilíaca em forma acentuada de “S”. A feminina
tem formato largo e baixo, com pelve menos larga e oval, ângulo
subpúbico obtuso e arrendondado, além da crista ilíaca de formato
plano (MOORE; DALLEY, 2019; TORTORA, 2016).

55 |Listar os elementos a serem considerados no estudo da


idade.
Resposta: Devem ser considerados, no estudo da idade, os elementos
morfológicos como aparência, pele, pelos, peso, estatura, olhos,
dentes, órgãos genitais e ossos (PEREIRA; GUSMÃO, 2001).

56 | Citar, segundo Işcan, Loth, Wright, um osso que pode ser


utilizado para a realização da análise comparativa da idade.
Resposta: Pode ser usada, na análise comparativa da idade, a
extremidade esternal da costela, segundo os autores (IŞCAN; LOTH;
WRIGHT, 1984a, 1984b, 1985, 1986, 1987).

Imagem 4 – Modelos das diferentes fases (masculino e feminino) da extremidade


esternal da costela, segundo Işcan, Loth e Wright (1993) – France Casting –
Determinação de faixa etária

Fonte: arquivo próprio.

CAPÍTULO IV – ANTROPOLOGIA MÉDICO-LEGAL 49


57 |
Citar o método que estima a idade baseado nos aspectos
morfológicos da sínfise pubiana.
RESPOSTA: Método Suchey-Brooks (SARAJLIĆ; GRADAŠČEVIĆ, 2012).

Imagem 5 – Modelos de sínfise pubiana masculina Suchey-Brooks para


determinação de faixa etária

Foto: arquivo próprio.

Imagem 6 – Modelos de sínfise pubiana feminina Suchey-Brooks


para determinação de faixa etária

Fonte: arquivo próprio.

58 |
Listar os aspectos que devem ser avaliados na estimativa
de idade no crânio.
RESPOSTA: O fechamento de suturas cranianas da face externa e
interna, assim como a mandíbula (VANRELL, 2002).

CAPÍTULO IV – ANTROPOLOGIA MÉDICO-LEGAL 50


59 |Apresentar nos ossos outros elementos que podem ser
avaliados para o estudo da idade.
Resposta: O fechamento das epífises é um aspecto que deve ser
avaliado. A avaliação radiológica dos ossos com o estudo dos núcleos
de ossificação e consolidação das epífises a diáfises permite uma
estimativa da idade óssea (FRANÇA, 2017).

60 |Listar os ossos que devem ser mensurados para avaliar


estatura.
Resposta: Os ossos usados na estimativa de estatura são: fêmur,
úmero e fíbula. Após mensuração do comprimento desses ossos,
aplicam-se os valores na fórmula de regressão de Trotter e Gleser ou
em outras escalas para estimar a altura (FRANÇA, 2017; VANRELL,
2002).

61 | Definir identificação judiciária.


Resposta: A identificação judiciária ou policial se dá no âmbito
civil ou criminal mediante coleta das características e informações
antropométricas e antropológicas (FRANÇA, 2017; PEREIRA;
GUSMÃO, 2001).

62 | Citar alguns tipos de identificação judiciária.


RESPOSTA: Esses tipos são: fotografia simples, retrato falado,
sistema de Bertillon, assinalamento sucinto e sistema datiloscópico
de Vucetich (FRANKLIN, 2019; FRANÇA, 2017).

63 | Descrever o método fotografia simples.


RESPOSTA: Esse método é a documentação fotográfica, frente e
perfil à frente de um quadro antropométrico (FRANKLIN, 2019).

64 | Descrever o sistema de Bertillon.


RESPOSTA: O sistema de Bertillon determina 11 aspectos importantes
para a execução do método. São eles: “diâmetro anteroposterior da

CAPÍTULO IV – ANTROPOLOGIA MÉDICO-LEGAL 51


cabeça, diâmetro transversal da cabeça, comprimento da orelha
direita, diâmetro bizigomático, comprimento do pé esquerdo,
comprimento do dedo médio esquerdo, comprimento do dedo
mínimo, comprimento do antebraço, estatura, comprimento dos
braços abertos e altura do busto” (FRANÇA, 2017, p. 94).
Os dados obtidos são anotados, em milímetros, em fichas com outras
características do indivíduo avaliado, como altura, cor do cabelo, da
pele e dos olhos, deformidades, além de marcas, manchas, cicatrizes
e amputações. O arquivamento das fichas também segue uma ordem
específica, a qual faz uma relação entre atributos idênticos de pessoas
distintas (FRANÇA, 2017; FERRARI; GALEANO, 2016).

65 | Definir o assinalamento sucinto.


Resposta: É o método utilizado para identificação em que são
observadas e descritos aspectos físicos, como altura, cor de cabelos
e de olhos, idade, raça e outras características que chamem a atenção
e possam ser utilizadas para o reconhecimento. Um exemplo de
utilização desse método de identificação é na descrição de pessoas
desaparecidas (FRANÇA, 2017).

Imagem 7 – Tatuagem pode ser útil na identificação

Foto de Ligia Fascioni | Fonte: Freeimages. Disponível em: https://www.freeimages.com/pt/photo/


tattoo-1-1492390. Acesso em: 31 mar. 2021.

CAPÍTULO IV – ANTROPOLOGIA MÉDICO-LEGAL 52


66 | Definir o sistema datiloscópico de Vucetich.
Resposta: Na atualidade, o sistema datiloscópico de Vucetich
é utilizado para identificação e arquivamento de impressões
digitais, que são individuais, cujos desenhos são formados pelas
cristas papilares dermais. É considerado decadactilar, portanto são
colhidas as impressões digitais dos dez dedos de um indivíduo, as
quais são registradas em ficha datiloscópica. A avaliação prática das
linhas papilares considera 3 sistemas na impressão digital – basilar,
marginal e nuclear ou central. As linhas se organizam em torno do
núcleo, formando o delta. O delta é primordial no sistema de Vucetich
para identificar os 4 tipos fundamentais (FRANÇA, 2017; SILVA,
2016; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012).

Imagem 8 – Desenho digital – conjunto de cristas e sulcos

Foto de Eljefe79 | Fonte: Freeimages. Disponível em: https://www.freeimages.com/pt/photo/that-s-


me-1436549. Acesso em: 31 mar. 2021.

67 |
Listar os tipos fundamentais do sistema datiloscópico de
Vucetich.
Resposta: Os tipos fundamentais são: verticilo, presilha externa,
presilha interna e arco (FRANÇA, 2017).

CAPÍTULO IV – ANTROPOLOGIA MÉDICO-LEGAL 53


Imagem 9 – Impressão digital – presilha interna – presença
de núcleo e delta à direita do observador

Foto de Kort Kramer | Fonte: Freeimages. Disponível em: https://www.freeimages.com/pt/photo/


bloody-thumbprint-1151588. Acesso em: 31 mar. 2021.

68 | Descrever as características de cada tipo fundamental do


sistema datiloscópico de Vucetich.
Resposta:
• Verticilo: contém dois deltas e um núcleo no centro.
• Presilha externa: o delta está à esquerda do observante;
• Presilha interna: o delta está à direita do observante.
• Arco: sem núcleo e delta, possui somente os sistemas de linhas
marginais e basilares (FRANÇA, 2017).

69 |
Listar os números atribuídos pela fórmula datiloscópica a
cada tipo.
Resposta: No polegar, as configurações são identificadas por meio
de letras, sendo elas: V (verticilo), E (presilha externa), I (presilha
interna) e A (arco). Os outros dedos são representados por números,
sendo eles: 4 (verticilo), 3 (presilha externa), 2 (presilha interna) e
1 (arco). Caso o dedo tenha sido amputado, é atribuído o número 0
(zero). Se houver cicatrizes ou defeitos que impeçam a classificação,
é atribuído um X (FRANÇA, 2017; VANRELL, 2002).

CAPÍTULO IV – ANTROPOLOGIA MÉDICO-LEGAL 54


70 |Apresentar os datilogramas das mãos referentes ao
numerador e ao denominador, respectivamente, segundo a
fórmula datiloscópica.
Resposta: Os datilogramas dos dedos da mão direita são
representados no numerador. No denominador, aqueles dos dedos da
mão esquerda (VANRELL, 2002).

REFERÊNCIAS – CAPÍTULO IV

CROCE, D.; CROCE JÚNIOR, D. Manual de Medicina Legal. 8. ed. São


Paulo: Saraiva, 2012.
FERRARI, M. G.; GALEANO, D. Polícia, antropometria e datiloscopia:
história transnacional dos sistemas de identificação, do rio da Prata
ao Brasil. Hist. Cienc. Saúde-Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 23,
(supl. 1), p. 171-194, dez. 2016. Disponível em: http://www.scielo.br/
scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-59702016000900171&ln
g=en&nrm=iso. Acesso em: 25 maio 2020.
FRANÇA, G. V. Medicina Legal. 11. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2017.
FRANKLIN, R. Medicina Forense aplicada. Rio de Janeiro: Rubio,
2019.
HERCULES, H. C. Medicina Legal: texto e atlas. 2. ed. São Paulo:
Atheneu, 2014.
HERCULES, H. C. Medicina Legal: texto e atlas. São Paulo: Atheneu,
2011.
IŞCAN, M. Y.; LOTH, S. R.; WRIGHT, R. K. Racial variation in the sternal
extremity of the rib and its effect on age determination. Journal of
Forensic Science, v. 32, n. 2, p. 452-466, 1987.
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in white males: a test of the phase method. Journal of Forensic
Science, v. 31, n. 1, p. 122-132, 1986.
IŞCAN, M. Y.; LOTH, S. R.; WRIGHT, R. K. Age estimation from the rib
by phase analysis: white females. J. Forensic Sci., v. 30, p. 853-863,
1985.

CAPÍTULO IV – ANTROPOLOGIA MÉDICO-LEGAL 55


IŞCAN, M. Y.; LOTH, S. R.; WRIGHT, R. K. Age estimation from the rib
by phase analysis: white males. J. Forensic Sci., v. 29, n. 4, p. 1094-
1104, 1984a.
IŞCAN, M. Y.; LOTH, S. R.; WRIGHT, R. K. Metamorphosis at the sternal
rib end: a new method to estimate age at death in white males. Am.
J. Phys. Anthropol., v. 65, n. 2, p. 147-156, 1984b.
MOORE, K. L.; DALLEY, A. A. Anatomia orientada para a clínica. 8.
ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019.
PEREIRA, G. O.; GUSMÃO, L. C. B. Medicina Legal. 2001. Disponível em:
http://www.malthus.com.br/rw/forense/Medicina_Legal_2004_
gerson.pdf. Acesso em: 5 jun. 2020.
SARAJLIĆ, N.; GRADAŠČEVIĆ, A. Morphological characteristics of
pubic symphysis for age estimation of exhumed persons. Bosn. J.
Basic. Med. Sci., v. 12, n. 1, p. 51-54, 2012.
SATURNINO, A. R. A importância pericial do estudo comparativo
histomorfológico do osso humano e de outros gêneros. 2000.
Tese (Doutorado em Odontologia Legal e Deontologia) – Universidade
Estadual de Campinas, Faculdade de Odontologia de Piracicaba,
Piracicaba-SP, 2000.
SILVA, U. S. Arquivo criminal e o Sistema de Classificação
Vucetich: representação e identificação por impressão digital. João
Pessoa, 2016.
TORTORA, G. J. Corpo Humano: fundamentos de anatomia e
fisiologia. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016.
VANRELL, J. P. Odontologia Legal e Antropologia Forense. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. 

CAPÍTULO IV – ANTROPOLOGIA MÉDICO-LEGAL 56


CAPÍTULO V – TANATOLOGIA MÉDICO-LEGAL,
TAFONOMIA E TAXONOMIA FORENSES
CAPÍTULO V

TANATOLOGIA MÉDICO-LEGAL, TAFONOMIA E


TAXONOMIA FORENSES

71 | Definir Tanatologia Médico-legal.


Resposta: É o capítulo da Medicina Legal que trata sobre a morte,
suas circunstâncias, consequências jurídicas e ocorrências a ela
relacionadas (FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012).

72 | Conceituar morte.
Resposta: Segundo França, morte é a extinção dos eventos vitais
em decorrência de parada circulatória, respiratória e cerebral
(FRANÇA, 2017).

73 | Citar os três critérios fundamentais para o diagnóstico de


morte encefálica de acordo com a Resolução CFM 2173/2017.
Resposta: Segundo a Resolução CFM 1480/1997: “Os parâmetros
clínicos a serem observados para constatação de morte encefálica são:
coma aperceptivo com ausência de atividade motora supraespinal e
apneia” (BRASIL, 2017).

74 | Listar, conforme a Resolução CFM 2173/2017, os


sinais, critérios e pré-requisitos para que sejam iniciados os
procedimentos de diagnóstico de morte encefálica.

CAPÍTULO V – TANATOLOGIA MÉDICO-LEGAL, TAFONOMIA E TAXONOMIA FORENSES 58


Resposta: De acordo com a Resolução CFM 2173/2017: “Os
procedimentos para determinação de morte encefálica (ME)
devem ser iniciados em todos os pacientes que apresentem coma
não perceptivo, ausência de reatividade supraespinhal e apneia
persistente, e que atendam a todos os seguintes pré-requisitos:
a) presença de lesão encefálica de causa conhecida, irreversível e
capaz de causar morte encefálica;
b) ausência de fatores tratáveis que possam confundir o diagnóstico
de morte encefálica;
c) tratamento e observação em hospital pelo período mínimo de seis
horas. Quando a causa primária do quadro for encefalopatia hipóxico-
isquêmica, esse período de tratamento e observação deverá ser de,
no mínimo, 24 horas;
d) temperatura corporal (esofagiana, vesical ou retal) superior a
35°C, saturação arterial de oxigênio acima de 94% e pressão arterial
sistólica maior ou igual a 100 mmHg ou pressão arterial média maior
ou igual a 65mmHg para adultos, ou conforme a tabela a seguir para
menores de 16 anos” (BRASIL, 2017).

Pressão Arterial
Idade Sistólica (mmHg) PAM (mmHg)
Até 5 meses 60 43
incompletos
De 5 meses a 2 anos 80 60
incompletos
De 2 anos a 7 anos 85 62
incompletos
De 7 a 15 anos 90 65
Fonte: Brasil (2017).

75 |
Listar os procedimentos mínimos para a determinação de
morte encefálica, segundo a Resolução CFM 2173/2017.
Resposta: Conforme a Resolução 2173/2017: “É obrigatória a
realização mínima dos seguintes procedimentos para determinação
da morte encefálica:
a) dois exames clínicos que confirmem coma não perceptivo e
ausência de função do tronco encefálico;

CAPÍTULO V – TANATOLOGIA MÉDICO-LEGAL, TAFONOMIA E TAXONOMIA FORENSES 59


b) teste de apneia que confirme ausência de movimentos respiratórios
após estimulação máxima dos centros respiratórios;
c) exame complementar que comprove ausência de atividade
encefálica” (BRASIL, 2017).

76 |Listar as condições que devem ser demonstradas de


forma inequívoca no exame físico, conforme a Resolução CFM
2173/2017.
Resposta:
Segundo a Resolução CFM 2173/2017: “Art. 3º O exame clínico
deve demonstrar de forma inequívoca a existência das seguintes
condições:
a) coma não perceptivo;
b) ausência de reatividade supraespinhal manifestada pela ausência
dos reflexos fotomotor, córneo-palpebral, oculocefálico, vestíbulo-
calórico e de tosse.
§ 1º Serão realizados dois exames clínicos, cada um deles por um
médico diferente, especificamente capacitado a realizar esses
procedimentos para a determinação de morte encefálica.
§ 2º Serão considerados especificamente capacitados médicos com
no mínimo um ano de experiência no atendimento de pacientes
em coma e que tenham acompanhado ou realizado pelo menos dez
determinações de ME ou curso de capacitação para determinação
em ME, conforme anexo III desta Resolução.
§ 3º Um dos médicos especificamente capacitados deverá ser
especialista em uma das seguintes especialidades: medicina intensiva,
medicina intensiva pediátrica, neurologia, neurologia pediátrica,
neurocirurgia ou medicina de emergência. Na indisponibilidade de
qualquer um dos especialistas anteriormente citados, o procedimento
deverá ser concluído por outro médico especificamente capacitado.
§ 4º Em crianças com menos de 2 (dois) anos o intervalo mínimo
de tempo entre os dois exames clínicos variará conforme a faixa
etária: dos sete dias completos (recém-nato a termo) até dois meses
incompletos será de 24 horas; de dois a 24 meses incompletos será
de doze horas. Acima de 2 (dois) anos de idade o intervalo mínimo
será de 1 (uma) hora” (BRASIL, 2017).

CAPÍTULO V – TANATOLOGIA MÉDICO-LEGAL, TAFONOMIA E TAXONOMIA FORENSES 60


77 |
Listar os sinais integrados ao tronco cerebral que podem
ser verificados no exame físico dos pares cranianos.
Resposta: Os sinais são: “reflexo pupilar, reflexo corneano, reflexo
vestibulocalórico e tosse” (FRANKLIN, 2019, p. 284).

78 | Listar as condições que devem ser demonstradas de forma


inequívoca pelo exame complementar.
Resposta: Segundo a Resolução 2173/2017: “Art. 5º O exame
complementar deve comprovar de forma inequívoca uma das
condições:
a) ausência de perfusão sanguínea encefálica ou
b) ausência de atividade metabólica encefálica ou
c) ausência de atividade elétrica encefálica.
§ 1º A escolha do exame complementar levará em consideração
situação clínica e disponibilidades locais.
§ 2º Na realização do exame complementar escolhido deverá ser
utilizada a metodologia específica para determinação de morte
encefálica.
§ 3º O laudo do exame complementar deverá ser elaborado e assinado
por médico especialista no método em situações de morte encefálica”
(BRASIL, 2017).

79 | Listar os destinos que podem ser dados ao cadáver.


Resposta: Os destinos dados aos cadáveres podem ser: “Inumação
simples, Inumação com necropsia, Imersão, Destruição, Cremação,
Liquefação do cadáver e/ou manutenção dos cadáveres no IML”
(FRANÇA, 2017, p. 444; PEREIRA; GUSMÃO, 2001).

80 | Descrever a finalidade da declaração de óbito.


Resposta: A finalidade da declaração de óbito é certificar a morte,
determinar a causa e atender as necessidades médica, sanitária e
social (FRANÇA, 2017).

CAPÍTULO V – TANATOLOGIA MÉDICO-LEGAL, TAFONOMIA E TAXONOMIA FORENSES 61


81 | Listar as partes que constituem o atestado de óbito.
Resposta: O atestado de óbito apresenta dois segmentos. O segmento
I é composto de Causa direta, Causa antecedente intercorrente e
Causa antecedente básica. O segmento II contém os outros estados
significativos da doença que cooperaram para a morte, mas não
estavam relacionados com a patologia que a estabeleceu (FRANÇA,
2017).

82 |Citar o responsável pelo preenchimento da declaração de


óbito em caso de morte natural com assistência médica.
Resposta: No caso de morte natural em que ocorreu a assistência
médica, a declaração de óbito deve ser preenchida de preferência
pelo médico assistente.
Nos casos de pacientes hospitalares, a declaração de óbito deve ser
realizada pelo médico assistente ou, em sua ausência, pelo médico
substituto da própria instituição.
Nos casos de pacientes em tratamento ambulatorial, é de
responsabilidade da instituição que prestava a assistência designar
médico para o preenchimento. Caso contrário, a declaração de óbito
será preenchida pelo médico do Serviço de Verificação de Óbito.
Se o paciente estava no domicílio, a declaração de óbito será
preenchida pelo médico do programa no qual o paciente estava
cadastrado ou, em casos de dúvida da causa da morte, será realizado
pelo Sistema de Verificação de Óbitos (FRANÇA, 2017).

83 |Citar o responsável pelo preenchimento da declaração de


óbito em caso de morte natural sem assistência médica.
Resposta: Nos casos de morte natural em que não ocorreu o
atendimento médico, o preenchimento da declaração será realizado
pelos profissionais médicos do Sistema de Verificação de Óbito ou, se
não houver disponibilidade desse serviço, pelos médicos designados
pelo mais próximo serviço público de saúde, ou, ainda eventualmente
na falta dessa condição, por um outro médico da região da ocorrência
(FRANÇA, 2017).

CAPÍTULO V – TANATOLOGIA MÉDICO-LEGAL, TAFONOMIA E TAXONOMIA FORENSES 62


84 |Citar o responsável pelo preenchimento da declaração de
óbito em caso de morte de causa externa.
Resposta: As vítimas de mortes de causas externas são
encaminhadas ao Instituto Médico Legal, em que o médico legista,
considerado perito oficial, é o responsável pelo preenchimento do
documento. Em locais em que não exista IML, a responsabilidade do
preenchimento da declaração de óbito é de qualquer outro médico
local ou profissional designado pelo juiz ou por outra autoridade
como a policial, para a função de médico legista Ad hoc.
Se tão somente houver um médico na região, este deverá preencher
a declaração de óbito.
Em locais sem médicos, a solicitação da declaração deve ser feita ao
Cartório do Registro Civil por um responsável do finado, que deverá
estar com duas testemunhas.
Finalmente, quando ainda restarem dúvidas, fica ao encargo das
secretarias municipais de saúde indicarem o profissional médico
para essa atribuição (FRANÇA, 2017).

85 | Listar as causas jurídicas de morte.


Resposta: As causas jurídicas de morte são suicídio, homicídio,
acidente ou “morte por decisão judicial”, quando houver
impossibilidade de enquadrar nas primeiras 3 opções (FRANÇA,
2017).

86 | Conceituar eutanásia, distanásia e ortotanásia.


Resposta: Eutanásia é o ato de prematurar a morte de um paciente
com doença terminal por benevolência.
A ortotanásia diz respeito à interrupção da disponibilização de meios
artificiais ou medicamentosos a paciente em coma não reversível e
com morte encefálica definida.
Por fim, a distanásia pode ser conceituada como o prolongamento do
processo da morte por meio de um tratamento fútil que prolonga a
vida do paciente sem promover qualidade e dignidade
(FELIX et al., 2013).

CAPÍTULO V – TANATOLOGIA MÉDICO-LEGAL, TAFONOMIA E TAXONOMIA FORENSES 63


87 | Listar os fenômenos abióticos imediatos.
Resposta: Os fenômenos abióticos imediatos (cessação dos sinais
vitais) surgem no corpo a partir da morte. São eles: “perda da
consciência, perda da sensibilidade, abolição da motilidade e do tônus
muscular, cessação de respiração, cessação de circulação, cessação
de atividade cerebral” (FRANÇA, 2017, p. 470).

88 | Listar os fenômenos abióticos consecutivos.


Resposta: Com relação aos fenômenos abióticos consecutivos (ou
mediatos), deve-se ressaltar que estão relacionados à instalação dos
fenômenos cadavéricos, como: desidratação cadavérica; esfriamento
cadavérico (algor mortis); marcas de hipóstase cutâneas (livor
mortis); rigidez cadavérica; espasmo cadavérico (FRANÇA, 2017).

89 | Listar os fenômenos transformativos.


Resposta: Os fenômenos transformativos são: “destrutivos
(autólise, putrefação e maceração) e conservadores (mumificação,
saponificação, calcificação, corificação, congelação, fossilização)”
(FRANÇA, 2017, p. 473; BANDARRA; SEQUEIRA, 1999).

90 | Apresentar os fenômenos transformativos destrutivos.


Resposta: Os fenômenos transformativos destrutivos são: autólise,
putrefação e maceração. A autólise é um evento de destruição
celular decorrente de fermentação anaeróbia. Essa fase acontece em
duas etapas: latente (comprometimento do citoplasma) e necrótica
(comprometimento nuclear). A putrefação está relacionada à
transformação do material orgânico pela ação fermentativa de
microrganismos que ultrapassam a parede do intestino, chegando
aos vasos e tecidos, ocasionando uma produção de gases, pressão e
outros demais eventos. O curso putrefativo apresenta quatro fases:
período cromático ou de coloração; período gasoso ou enfisematoso;
período coliquativo ou de liquefação; período de esqueletização. De
outro modo, a maceração é um processo transformativo sofrido pelo
feto morto ainda no útero materno no último trimestre da gestação.
Nesse processo há a soltura dos ossos dos tecidos e a perda da

CAPÍTULO V – TANATOLOGIA MÉDICO-LEGAL, TAFONOMIA E TAXONOMIA FORENSES 64


contextura corporal com achatamento do abdome (FRANÇA, 2017;
BANDARRA; SEQUEIRA, 1999).

Imagem 10 – Esqueletização – Fenômeno transformativo destrutivo

Imagem de Felipe Hueb | Fonte: Pexels. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/pilha-


de-cranios-humanos-2747893/. Acesso em: 29 mar. 2021.

91 |
Listar e descrever os métodos de determinação de acidez
dos tecidos para diagnosticar a morte.
Resposta:
Sinal de Labord: coloca-se uma agulha polida de aço no tecido e
aguarda-se 30 minutos para retirá-la; após a retirada, se seu brilho
permanecer, é confirmada a morte.
Sinal de Brissemoret e Ambard: coletam-se fragmentos hepáticos
e esplênicos através de um trocarte para analisar o pH do tecido
com auxílio do papel de tornassol; o pH é ácido em mortos e alcalino
em vivos.
Sinal de Lecha-Marzo: coloca-se o papel de tornassol azul no globo
ocular e aguarda-se de 2 a 3 minutos; depois retira-se o papel é
observa-se a mudança da coloração, que adquire uma tonalidade
vermelha em mortos devido à acidez.
Sinal de De-Dominices: é o mesmo processo realizado no sinal de
Lecha-Marzo, porém coloca-se o papel na escarificação da região
abdominal, local em que a acidez aparece mais antecipadamente.
Sinal de Silvio Rebelo: é o sinal adquirido pela colocação de uma

CAPÍTULO V – TANATOLOGIA MÉDICO-LEGAL, TAFONOMIA E TAXONOMIA FORENSES 65


agulha corada em azul de tornassol entre um dobra de pele do
indivíduo; se a região do tecido que estiver em contato com a agulha
adquirir uma coloração amarelada, é comprovada a acidificação
devido à morte.
Sinal de Forcipressão química de Icard: ao pinçar a pele, observa-
se a saída de uma serosidade que com o papel de tornassol é possível
identificar a acidez; o papel adquire uma cor avermelhada em mortos
(FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012).

92 | Apresentar os fenômenos transformativos conservadores.


Resposta: Os fenômenos transformativos conservadores são:
“mumificação, saponificação ou adipocera, calcificação, corificação,
congelação e fossilização” (FRANÇA, 2017, p. 473).
O processo de mumificação pode ser realizado de forma natural,
artificial ou mista. A forma artificial era uma prática comumente
realizada por egípcios, enquanto a mumificação natural acontece
devido a algumas particularidades, como: pessoas do sexo feminino,
recém-nascidos e algumas causas de morte, como desidratação ou
hemorragias. Porém, os fatores mais importantes são as condições
climáticas nas quais o cadáver se encontra, sendo necessário um
ambiente bem arejado, seco e quente, pois dessa maneira a água
evapora do corpo, causando um ressecamento e impedindo a ação
microbiana, o que provoca uma diminuição do peso e conservação dos
traços físicos, mas com pele dura, seca, enrugada e um enegrecimento
da tonalidade.
A saponificação, também denominada adipocera, ocorre após estágios
mais avançados de putrefação e, ao contrário da mumificação, é
favorecido por ambientes com pouca entrada de oxigênio e úmido,
que aceleram a ação microbiana que hidrolisa os triglicerídeos,
liberando os ácidos graxos, que dão o aspecto amarelo-escuro, mole,
quebradiço, untuoso, com odor rançoso e com aparência de sabão
ao corpo. Esse processo pode ser encontrado em algumas áreas do
corpo, principalmente nas que possuem mais gordura, sendo rara a
presença dessa característica no cadáver inteiro.
A calcificação é comumente encontrada em fetos mortos retidos no
útero. O corpo adquire uma aparência pétrea.

CAPÍTULO V – TANATOLOGIA MÉDICO-LEGAL, TAFONOMIA E TAXONOMIA FORENSES 66


A congelação é o processo decorrente da submissão do cadáver a
temperaturas muito baixas por muito tempo, fazendo com que o
corpo seja conservado. Isso facilita a identificação do indivíduo e
preserva espermatozoides, ossos e tecidos.
A fossilização é um fenômeno muito raro, uma vez que precisa de
muitos anos para acontecer. É caracterizado pela conservação da
forma do indivíduo, mas sem componentes orgânicos.
A corificação é a conservação do corpo em urnas fechadas de metal,
inibindo o processo de decomposição. Também é um processo muito
raro. Quando o corpo é encontrado dessa forma, possui o aspecto
de couro curtido, tem abdome achatado e musculatura, tecido
subcutâneo e órgãos preservados. O processo dificulta a aproximação
do tempo de morte, contudo auxilia a identificar a causa (FRANÇA,
2017, p. 473; HERCULES, 2014; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012).

Imagem 11 – Mumificação – fenômeno transformativo conservador

Imagem de Owe Sleman | Fonte: Freeimages. Disponível em: https://www.freeimages.com/pt/


photo/moe-the-mummy-1526274. Acesso em: 29 mar. 2021.

93 | Conceituar Cronotanatognose.
Resposta: Cronotanatognose é definida como o intervalo temporal
observado nas diversas etapas do cadáver em relação ao momento
que se verificou a morte (FRANÇA, 2017; HERCULES, 2014; CROCE;
CROCE JÚNIOR, 2012).

CAPÍTULO V – TANATOLOGIA MÉDICO-LEGAL, TAFONOMIA E TAXONOMIA FORENSES 67


94 | Descrever os aspectos importantes na estimativa de morte
considerando o esfriamento do cadáver.
Resposta: O esfriamento do cadáver é um dos fatores mais
importantes para a identificação do tempo de morte quando analisado
nas horas iniciais. Sem a ação metabólica, o organismo começa a
perder calor para o meio externo, igualando a temperatura do corpo
à do ambiente. Após as 3 horas iniciais depois da morte ocorre uma
perda de 0,5ºC por hora; depois desse tempo, 1°C por hora, até a
temperatura se igualar à externa, contudo, devido às condições que
o cadáver se encontra, pode acontecer erro até no limite de 2 horas.
Por isso, aplica-se uma fórmula para uma precisão maior:

H = 5n x 2c
1,5
N: temperatura retal normal (37,2°C)
C: temperatura atual.
Porém, essa fórmula só se aplica até as primeiras 15 horas post
mortem (FRANÇA, 2017; HERCULES, 2014).

95 | Descrever os aspectos importantes na estimativa de morte


considerando a perda de peso.
Resposta: A perda de peso de um cadáver tem valor relativo para
estimar o tempo de morte por sofrer inúmeras influências, sendo
necessário saber com exatidão o peso do indivíduo no momento da
morte. A perda de peso em cadáveres de crianças e recém-natos é
em torno de 8g/kg de peso/dia nas 24 horas iniciais após a morte
(FRANÇA, 2017).

96 | Descrever os aspectos importantes na estimativa de morte


considerando a rigidez cadavérica.
Resposta: A rigidez do cadáver é um processo que surge, após
a morte, em diferentes momentos e partes do corpo: iniciando-
se após a morte com distribuição pela sequência craniocaudal:
nuca e mandíbula (1 a 2 horas); membros superiores (2 a 4 horas);
tórax e abdome (4 a 6 horas); e membros inferiores (6 a 8 horas).

CAPÍTULO V – TANATOLOGIA MÉDICO-LEGAL, TAFONOMIA E TAXONOMIA FORENSES 68


É importante ressaltar que a manipulação do cadáver pode levar à
perda permanente da rigidez. Já a flacidez muscular surge na mesma
sequência após 36 a 48 horas da morte, mas em recém-nascidos é
mais precoce (FRANÇA, 2017; COSTA, 1998).

97 | Descrever os aspectos importantes na estimativa de morte


considerando os livores hipostásticos.
Resposta:
Os livores hipostáticos surgem pela ação da gravidade no sangue,
levando-o a se depositar nas regiões de declive. Entretanto, esse
fenômeno pode sofrer diversas interferências, como no caso de
desnutrição, de anemia aguda ou de mudança da posição do cadáver.
De forma geral, as manchas surgem após 2 a 3 horas da morte,
tornando-se permanentes depois de 12 horas (FRANÇA, 2017;
PORTO; MIZIARA, 2019; COSTA, 1998).

98 | Descrever os aspectos importantes na estimativa de morte


considerando a mancha verde abdominal.
Resposta:
A mancha verde abdominal surge na fossa ilíaca de 18 a 36 horas
após a morte, de acordo com a temperatura do ambiente; nos lugares
de clima mais quente, ela aparece precocemente.
A mancha é estendida às demais regiões corporais entre 3 e 5 dias
(FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012).

99 | Descrever os aspectos importantes na estimativa de morte


considerando o conteúdo gástrico.
Resposta: Se houver alimentos passíveis de reconhecimento
no estômago, podemos afirmar que a vítima morreu em torno de
1 a 2 horas após sua última refeição. Se os alimentos estiverem
digeridos em uma fase adiantada, pode-se apontar que o falecimento
ocorreu entre 4 e 7 horas após sua última refeição. Se a digestão
estiver completa, a morte ocorreu após 7 horas ou mais da última
alimentação.
O uso de drogas, álcool ou medicamentos, além da presença de úlceras

CAPÍTULO V – TANATOLOGIA MÉDICO-LEGAL, TAFONOMIA E TAXONOMIA FORENSES 69


pépticas, diabetes ou outras condições, pode modificar o tempo
médio de esvaziamento gástrico. Os dados do conteúdo estomacal
combinados com outros fenômenos podem auxiliar a avaliação do
tempo de morte (FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012).

100 |Descrever os aspectos importantes na estimativa de


morte considerando o conteúdo vesical.
Resposta:
Nos casos de mortes ocorridas durante a noite, a avaliação de
conteúdo vesical pode ser utilizada; isso quando se pode imaginar a
hora na qual o indivíduo foi dormir. Dessa forma, se a bexiga estiver
vazia, estima-se que a morte ocorreu até 2 horas antes. Se estiver
repleta, a morte pode ter acontecido no período de 4 a 8 horas antes.
Se houver repleção vesical, deve-se averiguar a possibilidade de
intoxicações determinadas por drogas que deprimem o SNC e coma
(FRANÇA, 2017).

101 | Definir comoriência e premoriência.


Resposta:
A comoriência é definida pela morte de dois ou mais indivíduos no
mesmo instante, sem que se possa definir se a morte acometeu algum
anteriormente aos demais. Caso haja a viabilidade de estabelecer que
um deles faleceu antes, a essa condição se dá o nome de premoriência,
podendo haver a sucessão de bens do primeiro falecido para o
segundo (FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012).

102 | Conceituar Tafonomia Forense.


Resposta: Tafonomia Forense é a ciência que estuda a ação
externa na transformação cadavérica de interesse médico-legal
(FRANKLIN, 2019).

103 | Citar o objetivo da Taxonomia Forense.


Resposta: A Taxonomia Forense objetiva avaliar as regiões de
conservação e destruição do cadáver que se distinguem do rito

CAPÍTULO V – TANATOLOGIA MÉDICO-LEGAL, TAFONOMIA E TAXONOMIA FORENSES 70


tanatológico para a definição do ambiente do óbito e o tempo
decorrido dele e possibilitar a reconstituição de situações pre e post
mortem para orientar os peritos (FRANKLIN, 2019).

104 | Listar os tipos de ações externas avaliadas pela Taxonomia


Forense.
Resposta: As ações externas podem ser físicas, biológicas, climáticas
e geológicas (FRANKLIN, 2019).

REFERÊNCIAS – CAPÍTULO V

BANDARRA, E. P.; SEQUEIRA, J. L. Tanatologia: fenômenos cadavéricos


transformativos. Rev. Educ. Cont. Vet. Med. CRMV-SP, v. 2, n. 3, p.
72-76, 1999.
BRASIL. Conselho Federal de Medicina. Resolução CFM nº 2173, de
23 de novembro de 2017. Define os critérios do diagnóstico de morte
encefálica. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 15 dez. 2017, p. 274-
276.
COSTA, L. R. S. Estimativa do tempo decorrido de morte através
da análise do Esfriamento corporal. 1998. Dissertação (Mestrado)
– Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Odontologia de
Piracicaba, Piracicaba, SP, 1998.
CROCE, D.; CROCE JÚNIOR, D. Manual de Medicina Legal. 8. ed. São
Paulo: Saraiva, 2012.
FELIX, Z. C. et al. Eutanásia, distanásia e ortotanásia: revisão
integrativa da literatura. Ciência & Saúde Coletiva, v. 18, p. 2733-
2746, 2013. Disponível em: https://www.scielosp.org/article/
csc/2013.v18n9/2733-2746/. Acesso em: 5 ago. 2020.

FRANÇA, G. V. Medicina Legal. 11. ed. Rio de Janeiro: Guanabara


Koogan, 2017.
FRANKLIN, R. Medicina Forense aplicada. Rio de Janiero: Rubio,
2019.
HERCULES, H. C. Medicina Legal: texto e atlas. 2. ed. São Paulo:
Atheneu, 2014.

CAPÍTULO V – TANATOLOGIA MÉDICO-LEGAL, TAFONOMIA E TAXONOMIA FORENSES 71


PEREIRA, G. O.; GUSMÃO, L. C. B. Medicina Legal. 2001. Disponível em:
http://www.malthus.com.br/rw/forense/Medicina_Legal_2004_
gerson.pdf. Acesso em: 5 jun. 2020.
PORTO, A. C. A. R. S.; MIZIARA, I. D. Dificuldades diagnósticas da
causa mortis em cadáveres decompostos. Saúde, Ética & Justiça,
v. 24, n. 2, p. 57-66, 2019. Disponível em: http://dx.doi.org/10.11606/
issn.2317-2770.v24i2p57-66. Acesso em: 8 ago. 2020. 

CAPÍTULO V – TANATOLOGIA MÉDICO-LEGAL, TAFONOMIA E TAXONOMIA FORENSES 72


CAPÍTULO VI – GENÉTICA FORENSE
CAPÍTULO VI

GENÉTICA FORENSE
Imagem 12 – Tecnologia genética

Fonte: Designed by Creativeart / Freepik. Disponível em: https://br.freepik.com/fotos-gratis/doutor-


concentrado-que-trabalha-com-uma-tela-virtual_973636.htm#page=1&query=Tecnologia%20
gen%C3%A9tica&position=1. Acesso em: 29 mar. 2021.

105 | Citar o principal objetivo da Genética Forense.


Resposta: A Genética Forense tem por objetivo estudar o material
biológico analisando os marcadores genéticos a fim de realizar
a identificação, especialmente em restos cadavéricos, além de
investigação de parentesco e criminalística biológica (PINHEIRO,
2015).

CAPÍTULO VI – GENÉTICA FORENSE 74


106 | No processo de análise de DNA, apesar da disponibilidade
de muitos protocolos laboratoriais efetivos, outras etapas
merecem atenção e cuidado. Listar essas etapas.
Resposta: As etapas são: coleta da amostra; preservação; transporte;
armazenamento; cadeia de custódia; dispositivos laboratoriais seguros;
protocolo de melhores práticas; extração do DNA; interpretação dos
resultados; automação; uso de software para seguimento da amostra
e manejo da informação (NATIONAL INSTITUTE OF JUSTICE, 2006).

107 | Citar os tipos de DNA nas células nucleadas humanas.


Resposta: As células humanas com núcleo apresentam o DNA
mitocondrial (DNAmt) e o DNA nuclear (DNAnu) (PINHEIRO; 2015).

108 | Descrever a organização do DNA no núcleo das células.


Resposta: O DNA nuclear encontra-se organizado em cromossomos
e fica compactado e protegido por proteínas, histonas. Cerca de 3.200
milhões de pares de bases (pb) estão presentes em uma cópia do
genoma humano, em que cada célula somática possui “22 pares de
autossomas e dois cromossomos sexuais (XY homem e XX mulher)”
(PINHEIRO, 2015, p. 44). Portanto, cada célula somática humana sem
alteração possui 46 cromossomos (23 pares de cromossomos), tendo
a designação de diploide. As células germinais ou gametas (ovócitos
e espermatozoides) apresentam-se na forma haploide, por terem
somente um conjunto de 23 cromossomos (PINHEIRO, 2015).

109 | Citar a base da identificação genética das amostras


biológicas.
Resposta: A identificação genética das amostras biológicas
fundamenta-se na caracterização dos polimorfismos de DNA ou
marcadores genéticos das regiões não codificantes do genoma
humano (PINHEIRO, 2015).

110 | Citar os tipos de DNA para conclusão nas perícias forenses.


Resposta: Os tipos de DNA são preferencialmente o DNA nuclear
(DNAnu) e, em algumas circunstâncias especiais, o DNA mitocondrial
(DNAmt) (PINHEIRO, 2015).

CAPÍTULO VI – GENÉTICA FORENSE 75


111 | Citar as formas de herança do DNAnu e do DNAmt
Resposta: O DNAnu é herdado dos pais. Já o DNAmt é herdado
apenas da mãe (PINHEIRO, 2015).

112 | Listar os marcadores mais utilizados nas rotinas forenses.


Resposta: Os STRs (Short Tandem Repeats) são marcadores
usados na perícia forense. Os STRs são: cromossomo X (X-STRs) e
cromossomo Y (Y-STRs). Os X-STRs têm sido aplicados nos ensaios
de identificação humana (MARTINS, 2008).

113 | Definir STRs.


Resposta: STRs (Short Tandem Repeats) são as regiões
microssatélites do genoma que constituem o fundamento da
identificação genética (MARTINS, 2008).

114 | Definir PCR.


Resposta: PCR é a técnica de reação da polimerase por meio da qual
é feito o estudo dos marcadores STRs (BONACCORSO, 2010).

115 | Citar a importância do estudo dos STRs autossômicos.


Resposta: O estudo dos STRs autossômicos pode ser realizado na
resolução das mais variadas perícias em Genética médico-legal, ou
quando há escasso material genético ou apresenta-se em degradação,
não havendo a possibilidade de alcançar resultados (PINHEIRO, 2015).

116 | Definir CODIS.


Resposta: CODIS é o Sistema de Dados de DNA do FBI norte-
americano (Combined DNA Index System) (CODIS).

117 | Definir Sistema Fênix.


Resposta: Fênix é o sistema europeu que contém o perfil genético
de milhares de desaparecidos (CASTRO, 2013).

CAPÍTULO VI – GENÉTICA FORENSE 76


REFERÊNCIAS – CAPÍTULO VI

BONACCORSO, N. S. Aspectos técnicos, éticos e jurídicos


relacionados com a criação de bancos de dados criminais
de DNA no Brasil. 2010. Tese (Doutorado em Direito Penal)
– Faculdade de Direito, Universidade de São Paulo, São Paulo,
2010. Disponível em: https://pdfs.semanticscholar.org/f2d0/
b3aa4dc7140bab074d0091fa493d6904ad6e.pdf. Acesso em: 28 out.
2020.
CASTRO, S. G. Estudo de frequências alélicas de 15 STRs
autossômicos na população paraibana. 2013. Dissertação
(Mestrado) – Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2013.
Disponível em: https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/
tede/3657/1/arquivototal.pdf. Acesso em: 2 ago. 2020.
CODIS. Disponível em: https://www.fbi.gov/services/laboratory/
biometric-analysis/codis. Acesso em: 8 ago. 2020.
MARTINS, J. A. Estudo de frequências alélicas de STRs do
cromossomo X na população brasileira de Araraquara-SP. 2008.
122 f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual Paulista,
Faculdade de Ciências Farmacêuticas, 2008. Disponível em: http://
hdl.handle.net/11449/87821. Acesso em: 8 ago. 2020.
NATIONAL INSTITUTE OF JUSTICE. Lessons Learned from 9/11:
DNA Identification in Mass Fatalaty Incidents. 2006. Disponível em:
https://www.ncjrs.gov/pdffiles1/nij/214781.pdf. Acesso em: 12 ago.
2020.
PINHEIRO, M. F. Criminalística biológica. In: CORTE-REAL, F.;
VIEIRA, D. N. (coord.). Princípios de Genética Forense. Coimbra:
[s. n.], 2015. Disponível em: https://https://digitalis-dsp.uc.pt/
bitstream/10316.2/38492/3/Princ%C3%ADpios%20de%20
Gen%C3%A9tica%20Forense.preview.pdf Acesso em: 12 ago. 2020. 

CAPÍTULO VI – GENÉTICA FORENSE 77


CAPÍTULO VII – TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL
CAPÍTULO VII

TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL

118 | Definir Traumatologia Médico-Legal.


RESPOSTA: A Traumatologia Médico-Legal visa estudar as lesões
resultantes de ações violentas, suas respectivas energias causadoras,
além dos impactos legais e socioeconômicos resultantes (FRANÇA,
2017).

119 | Listar os tipos de energia que podem causar lesões ao


corpo.
RESPOSTA: Os tipos de energia que podem causar lesões ao corpo
são de ordem: “mecânica, física, química, físico-química, bioquímica,
biodinâmica, e mista” (FRANÇA, 2017, p. 101).

120 | Definir as energias de ordem mecânica.


Resposta: As energias de ordem mecânica causam lesões
internas e externas, que são resultado do impacto entre o objeto
e o corpo humano. Esse impacto pode acontecer em uma ação
mista (movimento do corpo e instrumento), em meio ativo (apenas
o movimento do instrumento) e meio passivo (o instrumento em
repouso, mas o corpo em movimento).
Tais energias são resultantes de “pressão, explosão, deslizamento,
percussão, compressão, descompressão, distensão, torção, fricção,
por contragolpe ou de forma mista” (FRANÇA, 2017, p. 106).

CAPÍTULO VII – TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL 79


121 |
Listar os meios ou instrumentos mecânicos que podem
causar lesões corporais.
RESPOSTA: Os meios ou instrumentos mecânicos são divididos
em: “perfurantes, cortantes, contundentes, perfurocortantes,
perfurocontundentes e cortocontundentes” (FRANÇA, 2017, p. 101).

122 |
Listar os tipos de lesões causadas por instrumentos
mecânicos.
RESPOSTA: Os agentes mecânicos podem causar lesões contusas,
incisas ou cortantes, punctórias ou puntiformes, perfurocontusas,
perfurocortantes e cortocontusas (FRANÇA, 2017).

Imagem 13 – Fratura de fíbula com grampos cirúrgicos


e equimose – instrumento contundente

Imagem de Stan Chavez | Fonte: Freeimages. Disponível em: https://www.freeimages.com/pt/


photo/compound-fracture-1-1557281. Acesso em: 29 mar. 2021.

123 | Descrever o mecanismo de ação do instrumento contundente.


Resposta: Os instrumentos contundentes possuem volume e forma
precisos, e são capazes de ocasionar lesão por meio da transferência
de energia cinética para uma superfície corporal (HERCULES, 2014).

CAPÍTULO VII – TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL 80


Imagem 14 – Escoriação terceiro dia

Fonte: arquivo próprio.

Imagem 15 – Ferida contusa com sutura – instrumento contundente

Imagem de Skarlyt | Fonte: Freeimages. Disponível em: https://www.freeimages.com/pt/photo/


cut-2-1549635. Acesso em: 29 mar. 2021.

CAPÍTULO VII – TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL 81


Imagem 16 – Radiografia – fratura completa de quinto
metacarpo – instrumento contundente

Imagem de Nick Campnell | Fonte: Freeimages. Disponível em: https://www.freeimages.com/pt/


photo/ouch-1554339. Acesso em: 29 mar. 2021.

Imagem 17 – Lesão por ação contundente (martelo) na calota craniana

Fonte: arquivo do Prof. Dr. Jose Luis Prieto Carrero.

CAPÍTULO VII – TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL 82


Imagem 18 – Ferimento por ação contundente – martelo

Fonte: arquivo do Prof. Dr. Jose Luis Prieto Carrero.

Imagem 19 – Hemorragia intraventricular

Fonte: arquivo do Prof. Dr. Jose Luis Prieto Carrero.

CAPÍTULO VII – TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL 83


124 | Citar exemplos de instrumentos contundentes.
Resposta: Há um grande número de instrumentos considerados
contundentes e que, quando ocorre movimento ativo sobre o
corpo, podem determinar lesões, como: punhos fechados, pneus
de automóveis, fivelas de cintos, cassetete, soco inglês, bengala,
explosões, desabamentos, entre outros. Ademais, algumas lesões
podem ser causadas de forma passiva como resultado do corpo indo
de encontro ao solo ou pavimento (FRANÇA, 2017; RODRIGUES,
2015).

125 | Descrever o espectro equimótico de Legrand du Saulle.


RESPOSTA: O espectro equimótico de Legrand du Saulle é baseado
no processo de fagocitação das hemácias extravasadas no tecido
que inicialmente apresenta-se de cor avermelhada. Os macrófagos
degradam a parte heme da hemoglobina, em que o ferro liberado
faz um complexo com a ferritina e forma a hemossiderina, também
transformam o heme em biliverdina e posteriormente em bilirrubina,
dando o aspecto esverdeado e amarelado consecutivamente. O
decorrer do processo pode ser variado, dependendo da equimose.
Em geral, demora cerca de 15 a 20 dias para que a pele volte à sua
coloração normal.
Uma exceção da formação do espectro equimótico é a conjuntiva
ocular, que permanecerá vermelha do início ao fim, devido à
oxigenação da hemoglobina nesta região (FRANÇA, 2017; HERCULES,
2014).

Quadro 2 – Evolução do espectro equimótico

DIAS COLORAÇÃO
1º dia Vermelha
2º e 3º dias Violácea
4º a 6º dia Azul
7º a 10º dia Verde
11º a 15º dia Amarela
15º a 20º dia pele normal
Fonte: França (2017).

CAPÍTULO VII – TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL 84


Imagem 20 – Equimose infraorbital direita

Imagem de Cottonbro | Fonte: Pexels. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/adulto-


conselhos-orientacoes-assistencia-4100481/. Acesso em: 29 mar. 2021.

126 | Definir empalamento.


Resposta: Empalamento é o ato de penetrar um instrumento de
grande eixo longitudinal na região anal ou perianal (FRANÇA, 2017;
GRECO; DOUGLAS, 2016; SILVEIRA, 2015).

127 | Definir encravamento.


Resposta: Encravamento é o ato de penetrar um instrumento
agudo, com fio e espesso em qualquer região corporal, geralmente
de forma acidental (FRANÇA, 2017; GRECO; DOUGLAS, 2016).

128 | Definir lesões por precipitação.


Resposta: As lesões por precipitação são descritas por Leon Thoinot
como aquelas que apresentam “pele intacta ou pouco afetada,
rupturas internas e graves das vísceras maciças e fraturas ósseas de
características variáveis” (FRANÇA, 2017, p. 116).

CAPÍTULO VII – TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL 85


Imagem 21 – Precipitação – caso 1

Fonte: arquivo do Prof. Dr. Jose Luis Prieto Carrero.

Imagem 22 – Lesão por precipitação – caso 1

Fonte: arquivo do Prof. Dr. Jose Luis Prieto Carrero.

CAPÍTULO VII – TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL 86


Imagem 23 – Lesão por precipitação – caso 1

Fonte: arquivo do Prof. Dr. Jose Luis Prieto Carrero.

Imagem 24 – Precipitação – caso 2

Fonte: arquivo do Prof. Dr. Jose Luis Prieto Carrero.

CAPÍTULO VII – TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL 87


Imagem 25 – Impressão do pavimento – precipitação – caso 2

Fonte: arquivo do Prof. Dr. Jose Luis Prieto Carrero.

129 | Descrever as lesões por atropelamento ferroviário.


Resposta: O atropelamento ferroviário pode reduzir o corpo
a pedaços de tamanhos variados e irregulares. A perícia deverá
considerar outras possibilidades, que podem ser desde acidente,
homicídio, suicídio a um atropelamento ferroviário para a
dissimulação de outras causas, como homicídio e morte natural
(FRANÇA, 2017).

Imagem 26 – Lesão por atropelamento ferroviário

Fonte: arquivo do Prof. Dr. Jose Luis Prieto Carrero.

CAPÍTULO VII – TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL 88


130 | Descrever o mecanismo de ação do instrumento cortante.
Resposta: Esse mecanismo de ação acontece por deslizamento e
pressão em um sentido linear realizado por um objeto com gume,
produzindo secção uniforme dos tecidos (FRANÇA, 2017; HERCULES,
2011; PEREIRA; GUSMÃO, 2001).

131 | Citar exemplos de instrumentos cortantes.


RESPOSTA: Exemplos de instrumentos cortantes são: navalha,
lâmina, bisturi, canivete, cacos de vidros e pedaços de folhas metálicas
(FRANÇA, 2017; HERCULES, 2011; PEREIRA; GUSMÃO, 2001).

Imagem 27 – Instrumento cortante

Imagem de Raven3k | Fonte: Freeimages. Disponível em: https://www.freeimages.com/pt/photo/


scalpel-1442573. Acesso em: 29 mar. 2021.

132 | Descrever as lesões causadas por ação dos instrumentos


cortantes.
RESPOSTA: As feridas ocasionadas por instrumentos cortantes
são geradas por meio de um gume que desliza sobre a superfície
corporal separando as bordas do tecido. Essas lesões apresentam
como características: lineares, regularidade do fundo e de suas
bordas, ausência de sinais traumáticos, hemorragia geralmente
abundante, estando, no término da ação, a cauda de escoriação. Se o
corte é oblíquo, apresenta a área central da lesão mais profunda que
as extremidade (FRANÇA, 2017; FRÓES, 2015).

CAPÍTULO VII – TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL 89


Imagem 28A – Ferida incisa com sutura – instrumento com ação cortante

Foto de Sharon Mccutcheon | Fonte: Unsplash. Disponível em https://images.unsplash.com/photo-


1552328371-831062d07ba1?ixlib=rb-1.2.1&ixid=eyJhcHBfaWQiOjEyMDd9&auto=format&fit=crop&
w=634&q=80. Acesso em: 29 mar. 2021.

Imagem 28B – Cicatriz de ferida incisa

Foto de Shane | Fonte: Unsplash. Disponível em:


https://images.unsplash.com/photo-1583966821154-ba58ea660f69?ixlib=rb-1.2.1&auto=format&fit
=crop&w=750&q=80. Acesso em: 29 mar. 2021.

CAPÍTULO VII – TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL 90


133 | Definir esgorjamento.
RESPOSTA: Esgorjamento é a ação que seciona a parte “anterior,
lateral, anterolateral ou laterolateral do pescoço” por instrumento
cortante (FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012, p. 301;
FRANÇA, 2011; DEL-CAMPO, 2009; PEREIRA; GUSMÃO, 2001).

134 | Definir decapitação.


Resposta: Decapitação é a ação que separa totalmente a cabeça do
corpo. Pode ser realizada por meio de ação cortante, entre outras
(FRANÇA, 2017; DEL-CAMPO, 2009).

135 | Definir esquartejamento.


Resposta: Esquartejamento é a ação que seciona o corpo em partes
(FRANÇA, 2017).

136 | Descrever o mecanismo de ação do instrumento perfurante.


RESPOSTA: O ferimento por instrumento perfurante segue a Lei de
Filhos e Langer: as fibras elásticas ou musculares do local atingido,
ao serem afastadas pela passagem do instrumento, dão lugar a um
desenho fusiforme, e este afastamento fusiforme se dá, em cada
local, conforme a direção que essas fibras tomam nessa área; se a
esse nível há a possibilidade de cruzamento ou entrelaçamento de
fibras, o aspecto fusiforme pode ser substituído por um desenho
em seta, em triângulo, etc. O mecanismo de ação do instrumento
perfurante ocorre por pressão. Há uma transferência da energia
cinética do instrumento para a ponta, que penetra a superfície e
leva ao afastamento do tecido (FRANÇA, 2017; HERCULES, 2014;
PEREIRA; GUSMÃO, 2001; CARVALHO, 1992).

137 | Citar exemplos de instrumentos perfurantes.


RESPOSTA: Exemplos de instrumentos perfurantes são: agulha,
espinhos, prego, estilete, alfinete, sovela, florete e furador de gelo
(FRANÇA, 2017; HERCULES, 2014; PEREIRA; GUSMÃO, 2001).

CAPÍTULO VII – TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL 91


Imagem 29 – Instrumento perfurante – atua por pressão ou percussão

Imagem de Hannah Chapman | Fonte: Freeimages. Disponível em: https://www.freeimages.com/


pt/photo/pins-and-needles-1185236. Acesso em: 29 mar. 2021.

138 |Descrever as lesões causadas por ação do instrumento


perfurante.
RESPOSTA: Os instrumentos perfurantes produzem lesões punctórias
ou puntiformes. Elas apresentam como características típicas:
abertura reduzida, sangramento raro, pouco dano na superfície,
podendo, em algumas ocasiões, pela profundidade, resultar em
lesões graves apesar de na superfície demonstrar uma abertura
menor que o instrumento utilizado, já que a pele é retrátil e elástica
(FRANÇA, 2017; PEREIRA; GUSMÃO, 2001).

139 |Descrever o mecanismo de ação dos instrumentos


perfurocontundentes.
Resposta: A ação dos instrumentos perfurocontundentes depende
do tipo de instrumento utilizado e da intensidade de sua pressão nos
tecidos por ação de sua ponta. As lesões resultantes são causadas por
mecanismo composto, que no mesmo momento perfura e contunde.
Essas são causadas por: projéteis de arma de fogo, ponta de guarda-
chuva e chave de fenda (TOCCHETTO, 2013).

140 | Citar exemplos de instrumentos perfurocontundentes.


Resposta: Os instrumentos considerados perfurocontundentes
quase sempre são os projéteis de arma de fogo, mas podem ser
incluídos neste grupo também a chave de fenda e a ponta do guarda-
chuva (TOCCHETTO, 2013).

CAPÍTULO VII – TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL 92


Imagem 30 – Revólver Imagem 31 – Pistola

Imagem de Pixabay | Fonte: Pexels. Disponível Imagem de Steve Woods | Fonte: Unsplash.
em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/ Disponível em: https://unsplash.com/photos/
revolver-cinza-53351/. Acesso em: 29 mar. 2021. cD2eM-TkE68. Acesso em: 29 mar. 2021.

magem 32 – Fuzil

Fonte: Unsplash. Disponível em: https://unsplash.com/photos/EhhJ5ptNp7k.


Acesso em: 29 mar. 2021.

CAPÍTULO VII – TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL 93


Imagem 33 – Projétil de arma de fogo (PAF)

Imagem de Bexar Arms | Fonte: arquivo do Prof. Dr. Jose Luis Prieto Carrero.

Imagem 34 – Radiografia – PAF1

Fonte: arquivo do Prof. Dr. Jose Luis Prieto Carrero.

CAPÍTULO VII – TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL 94


Imagem 35 – Radiografia – PAF2

Fonte: arquivo do Prof. Dr. Jose Luis Prieto Carrero.

141 |Citar as lesões causadas por instrumentos perfuro-


contundentes.
Resposta: As lesões produzidas por instrumentos
perfurocontundentes são: ferimento de entrada, trajeto e
ferimento de saída (FRANÇA, 2017).

142 | Descrever a ferida de entrada de tiro encostado.


RESPOSTA: O conceito de tiro encostado é: ação de disparo que
acontece quando a boca do cano da arma dispõe-se recostada no
alvo. A lesão é caracterizada por um orifício de entrada assimétrico,
irregular e maior do que a amplitude do projétil. Quando existe
plano ósseo adjacente, os gases alinhados ao projétil volvem,
determinando mina de Hoffman. Ainda pode ser encontrada,
quando a superfície óssea é plana, uma área ao redor do ferimento
de entrada, com crepitação devido ao acúmulo de gases proveniente
do cano encostado. Não há presença de orla de esfumaçamento e de
tatuagem (TOCCHETTO, 2013).

CAPÍTULO VII – TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL 95


143 | Citar a denominação dada em tiros encostados na fronte
em que há a presença de crepitação gasosa na tela subcutânea.
Resposta: Esse sinal é denominado câmara de mina de Hoffmann
(FRANÇA, 2017).

144 | Citar o sinal em que existe a presença de fuligem no


halo na camada externa do osso quando o tiro é dado no crânio,
escápula ou costela, especialmente quando a arma está sobre
a pele.
Resposta: Esse sinal denomina-se sinal de Benassi (FRANÇA, 2017).

145 |Citar o sinal nos tiros encostados em que a marca do


cano fica impresso na pele.
Resposta: Esse sinal denomina-se sinal de Werkgaertner (FRANÇA,
2017).

146 | Descrever a ferida de entrada de tiro a curta distância.


Resposta: A ferida de entrada do tiro a curta distância apresenta
formato arredondado ou ovalar; margens invertidas, orla escoriativa
pela retirada da epiderme durante a penetração giratória na fase
anterior do projétil; halo de enxugo determinado pela passagem
do projétil pelos tecidos; zona de tatuagem resultado da infiltração
de partículas incombustas de pólvora; orla de esfumaçamento da
fuligem circundando a ferida de entrada; zona de queimadura; orla
equimótica pelo rompimento de vasos de pequeno calibre; e área de
compressão de gases pela atuação mecânica desses (FRANÇA, 2017;
TOCCHETTO, 2013).

147 | Citar outras denominações dadas à orla de escoriação.


Resposta: Outras denominações da orla de escoriação são: zona de
contusão de Thoinot, orla desepitelizada de França, zona inflamatória
de Hoffmann, entre outras (FRANÇA, 2017).

CAPÍTULO VII – TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL 96


148 | Descrever a ferida de entrada de tiro a distância.
Resposta: A ferida de entrada de tiro a distância apresenta:
formato arredondado, podendo também ser ovalar; presença de orla
de escoriação, orla equimótica; halo de enxugo; orifício menor que
a amplitude do projétil; e bordas invertidas e ausência dos efeitos
acessórios do disparo. A orla de contusão em conjunto com o enxugo
leva o nome de anel de Fisch (FRANÇA, 2017).

Imagem 36 – Ferimento de entrada – tiro a distância

Fonte: arquivo do Prof. Dr. Jose Luis Prieto Carrero.

149 | Descrever o sinal de funil de Bonnet.


Resposta: O sinal de funil de Bonnet ou cone truncado de Pousold
oportuniza a verificação do ferimento de entrada ou saída na região
óssea. Na área externa do ferimento de entrada, apresenta-se
circular, regular e com formato de “saca bocado”. De outro modo, na
área interna, o ferimento apresenta contornos irregulares e possui
maior diâmetro que o da porção externa, levando à formação de um
funil. No ferimento de saída, por outro lado, o funil está posicionado
de forma invertida (FRANÇA, 2017).

150 | Descrever a diferença entre trajeto e trajetória.


Resposta: A definição de trajeto é o percurso feito pelo projétil no
corpo. Já a trajetória se refere ao percurso percorrido pelo projétil
desde o momento que deixou a arma até o local da parada final
(FRANÇA, 2017).

CAPÍTULO VII – TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL 97


151 | Descrever o ferimento de saída.
Resposta: O ferimento de saída não apresenta sinais de pólvora,
enxugo ou orla de escoriação. Apresenta bordas evertidas com
formato irregular, às vezes com aspecto estrelado, geralmente de
dimensão maior que o orifício de entrada e maior sangramento
(FRANÇA, 2017; DI MAIO, 1999).

152 |Descrever o mecanismo de ação do instrumento


perfurocortante.
Resposta: Os instrumentos perfurocortantes detêm ponta e gume
com corte e atuam por pressão e secção. Eles penetram com a ponta e
seccionam com o gume afiado a área corporal superficial e profunda
(FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012).

153 | Citar exemplos de instrumentos perfurocortantes.


Resposta: Alguns exemplos de instrumentos perfurocortantes são:
faca-peixeira, canivete, espada, punhal, lima, baioneta, florete, estile
(FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012).

Imagem 37 – Instrumento perfurocortante – instrumento de ponta e gume

Imagem de Lynn Lopez | Fonte: Freeimages. Disponível em: https://www.


freeimages.com/pt/photo/knife-1417852. Acesso em: 29 mar. 2021.

CAPÍTULO VII – TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL 98


Imagem 38 – Instrumento perfurocortante – instrumento de ponta e gume

Imagem de Mario Alberto Magallanes Trejo | Fonte: Freeimages. Disponível em: https://www.
freeimages.com/pt/photo/knife-in-hand-2-1314424. Acesso em: 29 mar. 2021.

154 | Descrever as lesões causadas por ação dos instrumentos


perfurocortantes.
Resposta: Essas lesões são resultado da ação de instrumentos
perfurocortantes que têm ponta e gume, cuja atuação mista se faz
por perfuração e secção das camadas superficiais e profundas.
Geralmente, instrumentos perfurocortantes que apresentam
apenas um gume provocam ferimento em forma de sulco lineal e
uniforme, com uma angulação aguda e outra arredondada (forma de
botoeira). Os instrumentos com dois gumes determinam ferimento
com ângulos agudos e bordas iguais. As feridas produzidas por
instrumentos de três gumes apresentam um formato triangular ou
estrelado (FRANÇA, 2017).

CAPÍTULO VII – TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL 99


Imagem 39 – Ferimento por ação perfurocortante

Fonte: arquivo do Prof. Dr. Jose Luis Prieto Carrero.

155 |Descrever as lesões causadas por instrumentos


cortocontundentes.
RESPOSTA: As lesões cortocontusas causadas por instrumentos
cortocontundentes geralmente são mais graves, com comprimentos
menores e de maior profundidade, não apresentam cauda de abrasão,
além de possuírem bordas irregulares e poderem apresentar fraturas
(FRANÇA, 2017; RODRIGUES, 2015).

156 |Descrever o mecanismo de ação do instrumento


cortocontundente.
Resposta: O mecanismo de ação dos instrumentos cortocontundentes
– mesmo tendo gume – sofre a influência do peso, força, pressão do
próprio objeto ou externa, além do deslocamento e percussão do
objeto utilizado (CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012; FRANÇA, 2017).

157 | Citar exemplos de instrumentos cortocontundentes.


Resposta: Exemplos de instrumentos cortucontundentes são: as
rodas de um trem, a foice, o facão, a guilhotina, o machado, os dentes,
entre outros (CROCE JÚNIOR; CROCE, 2012; FRANÇA, 2017).

CAPÍTULO VII – TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL 100


Imagem 40 – Instrumento cortocontundente

Foto de Tania Matvienko | Fonte: Freeimages. Disponível em: https://www.freeimages.com/pt/


photo/axe-and-firefoods-1408708 Acesso em: 29 mar. 2021.

158 | Citar o tipo de lesão da mordedura humana.


Resposta: A mordedura humana provoca uma lesão cortocontudente
(FRANÇA, 2017).

159 | Citar as energias de ordem física mais comuns.


Resposta: “As energias de ordem física mais comuns são
temperatura, pressão atmosférica, eletricidade, radioatividade, luz e
som” (FRANÇA, 2017, p. 135).

160 | Descrever a classificação em graus das geladuras.


Resposta: As geladuras, determinadas pelo frio, são distribuídas
em 3 graus. As consideradas de primeiro grau são representadas
pelos eritemas com presença de prurido, hipossensibilidade, dor
e pele com aspecto de pele anserina. No segundo grau, podem-se
observar as flictenas de conteúdo claro ou mesmo hemorrágico.
Gangrena e necrose estão presentes em geladuras de terceiro grau
e são resultantes da morte tecidual por coagulação nos capilares
(FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012).

CAPÍTULO VII – TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL 101


161 | Definir insolação.
Resposta: A insolação provém do calor do ambiente nos locais
abertos ou excepcionalmente em ambientes confinados. Os elementos
contribuintes para essa ocorrência são a atuação dos raios solares,
temperaturas elevadas, falta de renovamento do ar e elevada umidade
relativa (FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012).

162 | Determinar em quais locais pode ocorrer a intermação.


Resposta: A intermação ocorre em ambientes fechados, abertos
ou mal ventilados, o que provoca o aumento da radiação presente
(FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012).

163 | Descrever a graduação das queimaduras.


Resposta: As queimaduras de primeiro grau apresentam um eritema
simples, ocorrendo uma vasodilatação fugaz sem dano dérmico
(sinal de Christinson). A presença de flictenas de conteúdo amarelo-
claro, além do eritema (sinal de Chambert), caracteriza uma lesão de
segundo grau. Nesse caso, as queimaduras podem ser um pouco mais
profundas e apenas partes da derme podem ser conservadas, já sendo
necessário um tratamento mais específico. Naquelas de terceiro
grau, há a morte de toda a camada da pele, o que explica o porquê de
serem menos dolorosas (há também a morte dos nervos) e o motivo
do surgimento de escaras. A cicatrização é ainda mais lenta e pode
levar ao surgimento de queloides, cicatrizes retrateis ou de tecido de
granulação não elástico. As queimaduras de quarto grau apresentam
também carbonização, inclusive óssea, de modo que geralmente são
letais (FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012).

164 |
Descrever as perturbações definidas como mal das
montanhas.
Resposta: O mal das montanhas está relacionado à diminuição da
pressão parcial de oxigênio que acontece com o aumento da altitude
local. Ocorre então uma diminuição da hematose, e o paciente passa
a apresentar sintomas como fadiga, cefaleia, escotomas, náuseas,
anorexia e insônia. Esse quadro é ampliado quando é concomitante ao
esforço físico e é proporcional ao aumento da altitude. A reversão do

CAPÍTULO VII – TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL 102


quadro acontece após alguns dias, quando o indivíduo, já aclimatado,
passa a produzir mais hemácias, proporcionando um incremento da
oxigenação (FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012).

165 | Descrever a patologia de compressão.


Resposta: Essa patologia, também denominada “doença dos
caixões”, é determinada pelo aumento da pressão atmosférica.
Ela acontece por uma intoxicação por oxigênio, nitrogênio e gás
carbônico, podendo causar dor, perfuração timpânica, hipoacusia,
etc. Essa situação pode ser resultante tanto da compressão quanto
da descompressão (FRANÇA, 2017; VANRELL, 2002).

166 | Citar os tipos de eletricidade que podem causar dano e/


ou morte.
Resposta: Os tipos de eletricidade que podem causar dano e/ou
morte são: a eletricidade natural (raios), a eletricidade artificial e
a eletricidade biológica (proveniente de alguns tipos de peixes)
(FRANÇA, 2017; VANRELL, 2002).

167 | Definir fulminação.


Resposta: A eletricidade natural pode determinar dano ao corpo
que resulta em morte definido por fulminação (FRANÇA, 2017;
VANRELL, 2002).

168 | Definir fulguração.


Resposta: A fulguração é a presença de lesões arborizantes
localizadas e não letais produzidas quando a eletricidade natural
age sobre o homem, caracterizando o sinal de Lichtenberg (FRANÇA,
2017; VANRELL, 2002).

169 | Definir sinal de Lichtenberg.


Resposta: O sinal de Lichtenberg, também referido como marcas
queraunográficas, tem uma apresentação arboriforme que pode
ser arroxeada ou avermelhada decorrente de ações vasomotoras
ocasionadas pela fulguração. A marca surge em média uma hora

CAPÍTULO VII – TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL 103


após o evento e desaparece gradualmente nas 24 horas seguintes
aproximadamente (FRANÇA, 2017; VANRELL, 2002).

170 | Definir eletroplessão.


Resposta: Define-se eletroplessão como os efeitos provocados por
descarga elétrica não natural, podendo ser letais ou não (FRANÇA,
2017).

171 | Listar as lesões causadas por efeito da radioatividade.


Resposta: A radiação pode provocar lesões locais (radiodermites) ou
gerais (acometendo órgãos profundos – gônadas). As radiodermites
são as mais incidentes e podem se apresentar nas formas aguda ou
crônica. Os achados na pele têm variações distintas, como eritema
e prurido, descamação, podendo chegar ao estágio de necrose do
tecido. Ademais, pode apresentar dor, aumento da sensibilidade
tópica e maior exposição a infecções secundárias (FRANÇA, 2017;
LENHANI et al., 2014; BLECHA; GUEDES, 2006; VANRELL, 2002).

172 |Apresentar a classificação das radiodermites agudas


considerando o grau de acometimento.
Resposta: As radiodermites agudas podem manifestar-se durante
o tratamento ou até 3 meses após o término. São classificadas em:
• 1º grau: temporária, apresenta-se como uma “lesão eritematosa
ou depilatória”, apresentando um eritema leve e uma descamação
seca que dura cerca de dois meses e deixa no local uma mancha
escurecida que sumirá gradativamente;
• 2º grau “papuloeritematosa: ulceração muito dolorosa e revestida
por crosta seropurulenta”, com descamação localizada e moderado
edema, difícil cicatrização, restando no local uma lâmina de pele
atípica áspera com tonalidade alva;
• 3º grau “ulcerosa ou úlceras de Röentgen”: áreas necróticas
podem surgir em trabalhadores que manipulam equipamentos de
raio-X sem equipamento de segurança adequado (FRANÇA, 2017,
p. 141; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012).

CAPÍTULO VII – TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL 104


173 |
Listar os tipos de lesões crônicas causadas por
radioatividade.
RESPOSTA: As lesões crônicas resultantes de ação radioativa
manifestam-se depois de um período do tratamento que pode
levar meses ou anos. São lesões locais de forma “úlcero-atrófica,
telangiectásicas ou neoplásicas” (epitelioma pavimentoso). Podem
exibir isquemia, espessamento e fibrose. Além disso, algumas
síndromes podem se desenvolver, como: “digestivas, cardíacas,
oculares – úlcera de córnea e cataratas –, ginecológicas, esterilizantes,
cancerígenas, sanguíneas e mortes precoces” (FRANÇA, 2017, p. 141).

174 |
Listar os danos corporais que podem ser causados pela
energia física luz.
Resposta: Quando fachos de luzes com grande intensidade
incidem em órgãos vulneráveis, como a córnea e o cristalino dos
globos oculares, pode levar a perturbações neurossensoriais –
defeitos de refração, dificuldade ou incapacidade de acomodação
do cristalino, disfunções da retina, perda irreparável da visão e
cegueira total. As radiações de infravermelho e de ultravioleta
também podem desencadear lesões no cristalino e nas conjuntivas.
O raio laser também apresenta efeitos fotoquímico e fototérmico
muito superiores, ocasionando danos mais intensos (FRANÇA, 2017;
CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012).

175 |
Listar os danos corporais que podem ser causados pela
energia física som.
RESPOSTA: A perda auditiva permanente pode ser paulatinamente
instalada e desencadeada pela exposição contínua a muito ruído.
Apresenta-se, predominantemente, em ambos os lados, perene, de
modo lento e progressivo (perda auditiva variando de 3000-6000
Hz em um período de 10-15 anos).
A PAIR (Perda Auditiva Induzida pelo Ruído) começa com distúrbios
discretos no audiograma, levando à perda da discriminação da fala,
dificultando o estabelecimento do nível da voz e criando obstáculos
à comunicação. Ruídos crônicos (geralmente decorrentes do

CAPÍTULO VII – TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL 105


trabalho, como os atendentes de telemarketing) podem levar ao
desenvolvimento de hipoacusia e evoluir para a surdez, podendo
ainda apresentar alterações psíquicas e comportamentais,
inclusive alterando a qualidade do sono. Já os intensos e contínuos
podem produzir neurastenia, emagrecimento, hipotensão arterial,
alterações e danos no ouvido interno e acometimento do sistema
nervoso.
A exposição a ruídos moderadamente acentuados com uma
larga série de frequência pode produzir vasoconstrição cutânea,
comprometimento da visão, além de afetar o sistema metabólico
aumentando a atividade das suprarrenais (FRANÇA, 2017; CROCE;
CROCE JÚNIOR, 2012).

176 |
Descrever as lesões causadas por cáusticos e citar os
respectivos agentes.
Resposta: As lesões causadas por cáusticos podem produzir duas
ações: coagulantes ou liquefacientes. As lesões por ação coagulante
são descritas como escaras endurecidas com diversas graduações
de cores, a depender do agente. Já as lesões por ação liquefaciente
são descritas como escaras úmidas, amolecidas e hialinas. Exemplos
de agentes coagulantes: acetato de cobre e nitrato de prata. Os
liquefacientes: soda cáustica e amônia (FRANÇA, 2017; SILVEIRA,
2015; DEL-CAMPO, 2009).

177 | Listar os sinais externos das asfixias.


RESPOSTA: A compressão torácica dificulta o retorno venoso,
principalmente da veia cava superior. Dessa forma, o sangue passa a
se acumular no sistema venoso, gerando vários pontos equimóticos
tão próximos que deixam a face e o pescoço da vítima com coloração
roxo-escura, denominada máscara equimótica de Morestin. A
pressão aumentada pelo sangue acumulado pode determinar
entumescimento de língua, lábios, olhos e gengivorragias (MEDRADO,
2015; HERCULES, 2014).

CAPÍTULO VII – TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL 106


178 | Listar os sinais internos das asfixias.
RESPOSTA: Devido ao processo de asfixia, é possível encontrar
sinais de congestão e distensão pulmonar, petéquias de Tardieu na
pleura, e o sangue é escuro e líquido. Nessa congestão polivisceral,
o fígado apresenta-se pletórico (FRANÇA, 2017; MEDRADO, 2015;
HERCULES, 2014).

179 | Apresentar a divisão das asfixias mecânicas.


Resposta: As asfixias mecânicas se dividem em puras, complexas e
mistas (FRANÇA, 2017).

180 | Apresentar as causas e a divisão das asfixias puras.


RESPOSTA: As causas das asfixias puras são hipercapnia e anoxemia.
Essas são classificadas em:
• Asfixias em decorrência de gases não respiráveis, como em
confinamentos, presença de monóxido de carbono ou outros vícios
de ambiente;
• Asfixia por obstáculos que impeçam a penetração adequada do
oxigênio pelo sistema respiratório. Esse grupo é subdividido em:
Sufocação direta: obstrução das vias superiores (como
tampar com a mão ou um travesseiro o nariz e a boca) ou das
vias inferiores;
Sufocação indireta: pode decorrer de constrição do tórax
que impeça a adequada expansão torácica no momento da
respiração ou por uma substituição do meio gasoso por um meio
líquido (afogamento) ou por um meio sólido (soterramento)
(FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012).

CAPÍTULO VII – TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL 107


Imagem 41 – Aspiração

Fonte: arquivo do Prof. Dr. Jose Luis Prieto Carrero.

Imagem 42 – Edema pulmonar

Fonte: arquivo do Prof. Dr. Jose Luis Prieto Carrero.

181 | Apresentar as causas de asfixias complexas.


RESPOSTA: Asfixia complexa ocorre quando há uma contrição
do pescoço da vítima, impedindo-a de respirar e dificultando a
circulação cerebral, gerando anoxemia e hipercapnia, seja ela por
enforcamento (de forma ativa utilizando o peso corporal), seja
por estrangulamento (de forma ativa utilizando a força muscular)
(FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012).

CAPÍTULO VII – TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL 108


182 | Citar os eventos envolvidos nas asfixias mistas.
RESPOSTA: Os eventos respiratórios, circulatórios e nervosos estão
envolvidos nas asfixias mistas (FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE
JÚNIOR, 2012).

183 | Citar as asfixias em espécie.


RESPOSTA: As asfixias em espécies são classificadas em:
• Afogamento;
• Confinamento;
• Enforcamento;
• Esganadura;
• Estrangulamento;
• Soterramento;
• Sufocação;
• Monóxido de Carbono (FRANÇA, 2017; MEDRADO, 2015).

184 | Definir afogamento.


Resposta: Afogamento é um modo de asfixia mecânica determinado
quando acontece a penetração de líquidos ou semilíquidos na árvore
respiratória, impedindo a passagem livre do ar aos pulmões e a
adequada hematose (FRANÇA, 2017).

185 | Citar as fases do mecanismo de morte por afogamento.


RESPOSTA: A morte por afogamento é constituída de 3 (três) fases.
A primeira compreende surpresa e dispneia. Na segunda, ocorre
parada dos movimentos respiratórios por defesa do organismo. Já a
terceira é caracterizada pela perda da resistência devido à exaustão,
iniciando-se um modo de asfixia que determina inconsciência e
perda da sensibilidade, culminando na morte (FRANÇA, 2017).

186 | Relatar os sinais cadavéricos externos do afogado.


RESPOSTA: Os principais sinais externos encontrados em um
afogado são: pele fria com aspecto anserino; maceração da epiderme,

CAPÍTULO VII – TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL 109


especialmente das mãos e pés; cogumelo de espuma de coloração
branca a rósea que se estende do nariz-boca até a traqueia; retração
do sacro escrotal, pênis e mamilo; livores cadavéricos mais claros;
presença de corpos estranhos, como areia sob as unhas; erosão dos
dedos; equimose da face das conjuntivas; a localização da mancha
verde na região cervical inferior; possíveis ferimentos ocasionados
por animais; alteração do processo de rigidez e de desidratação pelo
encharcamento do cadáver; dentes e unhas róseos (FRANÇA, 2017).

187 | Relatar os sinais cadavéricos internos do afogado.


RESPOSTA: Entre os sinais internos encontrados nas vítimas de
afogamento, podemos citar: presença de líquidos e elementos
estranhos no sistema respiratório; lesões pulmonares (enfisema
aquoso subpleural ou sinal de Brouardel, equimoses subpleurais
ou manchas de Tardieu e manchas de Paltaulf); aumento do peso
e do tamanho dos pulmões; marcas das costelas nos pulmões;
hiperaeria ou sinal de Casper; diluição do sangue; líquidos presentes
nas cavidades pleurais, ouvido médio, sistema digestório; aumento
cardíaco; sangramentos musculares; congestão de vísceras torácicas,
abdominais etc. Além desses sinais, podemos citar outros, como
congestão das vísceras e presença de equimoses na região cervical e
torácica (FRANÇA, 2017; VANRELL, 2002).

188 | Definir soterramento.


Resposta: Um dos tipos de asfixia mecânica é o soterramento, no
qual ocorre oclusão das vias respiratórias por terra ou poeiras, na
maior parte dos casos devido a acidentes. O diagnóstico é baseado
na análise dos fatos, do local e da presença de substâncias sólidas
dentro das vias respiratórias e digestivas (FRANÇA, 2017).

189 | Definir confinamento.


Resposta: O confinamento é o enclausuramento de um indivíduo
em um ambiente sem a possibilidade de renovação dos gases, o
que faz com que o estoque de oxigênio se esgote lentamente, com
consequente acúmulo de gás carbônico (FRANÇA, 2017).

CAPÍTULO VII – TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL 110


190 | Definir sufocação.
RESPOSTA: Sufocação é uma asfixia mecânica que impede o livre
trânsito do ar nas vias respiratórias de maneira direta, por obstrução
das vias aéreas, ou indireta, quando há constrição torácica e sufocação
por posicionamento (FRANÇA, 2017).

191 | Definir enforcamento.


RESPOSTA: O enforcamento é uma forma de asfixia mecânica
causada pela compressão cervical por um laço em um ponto fixo,
com a força atuante sendo ocasionada pelo peso da própria vítima. O
enforcamento típico é a asfixia decorrente do posicionamento do nó
na região occipital, enquanto o enforcamento atípico é aquele que há
asfixia e o local do nó pode estar em qualquer outra posição, exceto
na região occipital (FRANÇA, 2017; VANRELL, 2002).

192 | Listar as modalidades de enforcamento.


RESPOSTA: As modalidades de enforcamento são: típico, atípico,
completo e incompleto (ZARZUELA, 1993).

Imagem 43 – Ilustração – Enforcado

Fonte: Pixabay. Disponível em: https://pixabay.com/pt/vectors/execu%C3%A7%C3%A3o-enforcado-


mortos-silhueta-29644/#_=. Acesso em: 15 set. 2020.

CAPÍTULO VII – TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL 111


193 | Citar os fenômenos apresentados no enforcamento.
RESPOSTA: Os fenômenos do enforcamento apresentam três fases:
a primeira ocorre logo após a compressão cervical, levando a uma
percepção de calor, escotomas luminosos, zumbidos, inconsciência por
ausência de oxigenação no cérebro; na fase subsequente, a presença
de ação excitatória corporal e convulsões devido à hipoxemia e
hipercapnia, provocadas pela impossibilidade de trocas e compressão
do nervo vago; na terceira e última, ocorre a morte de fato, com a
parada cardiorrespiratória (FRANÇA, 2017; VANRELL, 2002).

194 | Descrever o aspecto geral do morto por enforcamento.


RESPOSTA: Quando há morte por enforcamento, a cabeça da vítima
estará voltada para o lado contrário ao nó e a face encontra-se
com coloração alva ou violácea devido à intensidade de constrição
dos vasos, e com presença de secreção ou espuma com aspecto
sanguinolento nas vias aéreas. A língua estará cianótica e projetada
para fora das arcadas dentárias e olhos exoftálmicos. Nos casos de
enforcamento completo, a vítima apresentará os membros inferiores
suspendidos e os superiores adjuntos ao corpo; no incompleto, os
membros adquirirão posições variadas.
O corpo apresentará a rigidez cadavérica tardiamente e as hipóstases
estarão localizadas mais intensamente nos extremos dos membros
superiores e inferiores, apresentando púrpuras hipostáticas na região
devido ao tempo de suspensão. Cadáveres com um grande tempo de
suspensão apresentarão putrefação úmida na parte inferior do corpo
e putrefação seca na parte superior (FRANÇA, 2017; VANRELL, 2002).

Imagem 44 – Enforcamento

Fonte: arquivo do Prof. Dr. Jose Luis Prieto Carrero.

CAPÍTULO VII – TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL 112


Imagem 45 – Enforcado - sinal de Friedberg

Fonte: arquivo do Prof. Dr. Jose Luis Prieto Carrero.

Imagem 46 – Sinal de Friedberg

Fonte: arquivo do Prof. Dr. Jose Luis Prieto Carrer.

Imagem 47 – Corrente – enforcamento atípico

Fonte: arquivo do Prof. Dr. Jose Luis Prieto Carrero.

CAPÍTULO VII – TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL 113


Imagem 48 – Enforcamento atípico

Fonte: arquivo do Prof. Dr. Jose Luis Prieto Carrero.

Imagem 49 – Enforcamento atípico

Fonte: arquivo do Prof. Dr. Jose Luis Prieto Carrero.

195 | Descrever os sinais externos do enforcado.


RESPOSTA: O sulco é o elemento mais significativo do enforcamento.
Na maioria dos casos ele está presente, exceto quando o tempo de
enforcamento é muito curto ou quando os laços são bem macios ou
se for colocado um elemento macio no espaço entre o laço e a região
cervical. Se o material utilizado para o laço for fino e/ou duro, a
marca será profunda, diferentemente de outros, que deixam sulcos
menos profundos e de menor intensidade. O sulco estará posicionado
de forma oblíqua, da região inferior para a superior e da alça para
o nó. Caso o nó esteja muito apertado, o sulco pode apresentar-se
contínuo.

CAPÍTULO VII – TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL 114


Os sinais de reação vital são importantes para determinar se a
vítima morreu devido ao enforcamento ou se foi pendurada após
a morte. Podemos ter: sinal de Ponsold (livores em placas acima e
abaixo da margem do sulco), sinal de Thoinot (área arroxeada nas
margens do sulco), sinal de Azevedo-Neves (livores no formato de
pontos acima e abaixo da margem do sulco), sinal de Ambroise Paré
(base do sulco com pele rugosa e escoriada), sinal de Neyding (base
do sulco com infiltração hemorrágica puntiforme), sinal de Bonnet
(sinal deixado pela textura do laço), sinal de Schuz (margem cranial
do sulco protuberante e violácea) e sinal de Lesser (fundo do sulco
com pequenas bolhas hemorrágicas) (FRANÇA, 2017; VANRELL,
2002).

196 | Descrever os sinais internos locais do enforcado.


RESPOSTA: Entre os sinais internos locais no enforcamento,
observamos áreas lesivas na região dérmica profunda e do tecido
celular subcutâneo com sufusões hemorrágicas; lesões dos vasos;
nas carótidas, pode haver secção transversal da camada externa
(sinal de Etienne-Martin) e/ou camada interna (sinal de Amussat); já
nas veias jugulares, pode ocorrer o descolamento da camada íntima
(sinal de Otto); lesões da laringe, rupturas das cartilagens cricoide,
tireoide e do osso hioide são frequentes, além de fraturas, luxações
e/ou ruptura de ligamentos da coluna vertebral (FRANÇA, 2017;
VANRELL, 2002).

197 |
Relatar os sinais apresentados dos planos profundos do
pescoço do enforcado.
RESPOSTA: 1 - Nos músculos, são denominados de: sinal de Hoffmann-
Haberda, quando ocorre infiltração hemorrágica no músculo
cervical; sinal de Lesser, quando há rotura transversal e hemorragia
no músculo tireo-hióideo;
2 - Nas cartilagens e ossos: sinal de Morgagni-Valsalva-Orfila-
Röemmer, na rotura do corpo do hioide;
3 - Na tireoide: sinal de Hoffmann (fraturas das apófises superiores)
e sinal de Helwig (fratura do corpo da tireoide);
4 - Na cricoide: sinal de Morgagni-Valsava-Deprez (fratura do corpo);

CAPÍTULO VII – TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL 115


5 - Nos ligamentos: sinal de Bonnet, quando ocorre ruptura ligamentar
crocóideo e tireóideo;
6 - Nos vasos: sinal de Amussat-Divergie-Hoffmann (solução de
continuidade da camada interna da carótida comum, próximo a
sua divisão); sinal de Friedberg (infiltração hemorrágica de túnica
adventícia das carótidas internas e externas); sinal de Lesser (rotura
das camadas adventícias das carótidas internas e externas); sinal de
Ziemke (rotura da camada interna das jugulares interna e externa)
(FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012).

198 | Descrever os sinais diferenciais do sulco, segundo Bonnet,


no estrangulamento e enforcamento.
Resposta: Os sinais diferenciais do sulco no enforcamento e
estrangulamento são: no enforcamento, o sulco é oblíquo ascendente,
variável, dependendo da região cervical, apresentando interrupção
ao nível do nó, em geral único, estando acima da cartilagem tireóidea
com profundidade e coloração variáveis; no estrangulamento, o
sulco está horizontalizado, homogêneo em toda a área cervical e é
frequentemente múltiplo e localizado abaixo da cartilagem tireóidea
(FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012).

199 | Descrever o mecanismo de morte por enforcamento.


RESPOSTA: O mecanismo de morte por enforcamento apresenta
três causas: morte por bloqueio da circulação, especialmente pelo
impedimento do acesso de sangue arterial pelas carótidas; morte por
asfixia mecânica decorrente da obstrução da passagem de ar para a
região pulmonar pela presença do laço no pescoço; morte por inibição
resultante da compressão dos nervos cervicais (FRANÇA, 2017).

200 | Definir estrangulamento.


RESPOSTA: O estrangulamento é definido pela pressão feita no
pescoço por ação externa podendo ser gerada por dispositivo como
um cinto em conjunto com a força utilizada pelo agente. Esse golpe
é popularmente conhecido como mata-leão (FRANÇA, 2017; CROCE;
CROCE JÚNIOR, 2012).

CAPÍTULO VII – TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL 116


201 | Relatar os sinais externos do estrangulamento.
RESPOSTA: Os sinais externos do estrangulamento são: face
intumescida e arroxeada determinada pela compressão venosa e
arterial; lábios e orelhas violáceos, apresentando ou não secreção
espumosa sanguinolenta ou rósea expelida pela boca e narinas; já
com a língua ocorre o tensionamento e posicionamento mais à frente
das arcadas dentárias, que ficam bem escuras; o sulco apresenta-
se horizontalizado, único ou múltiplo, com profundidade uniforme
preservando a continuidade e localizado descensionalmente a
cartilagem da tireoide. Não é raro o achado de rastros e estrias ungueais
próximos ao sulco (FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012).

202 | Relatar os sinais internos do estrangulamento.


Resposta: Ao se avaliar a região cervical profunda, podem-se
observar alguns sinais, entre eles: infusões de sangue no subcutâneo
e da musculatura cervical; lesões da cartilagem tireóidea, cricóidea e
do osso hioide; sinal de Friedberg (presença de infusões hemorrágicas
da camada adventícia das carótidas); sinal de Amussat (roturas
transversais abaixo das bifurcações) (FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE
JÚNIOR, 2012).

203 | Descrever a fisiopatologia da morte por estrangulamento.


RESPOSTA: A asfixia e ação compressiva de nervos e vasos são os
principais fatores determinantes de morte no estrangulamento.
O bloqueio da traqueia impede o transporte de ar aos pulmões, e
esse consequente processo asfíxico determina a rápida perda da
consciência. A circulação sanguínea nas veias jugulares e artérias
carótidas é dificultada, de modo que não ocorre irrigação do
segmento cefálico, levando à morte. A compressão nervosa ainda
provoca inibição do sistema nervoso central, colaborando para uma
evolução letal (FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012).

204 | Definir esganadura.


RESPOSTA: Esganadura é a constrição do pescoço que provoque
um processo mecânico de asfixia, impedindo a passagem de ar até

CAPÍTULO VII – TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL 117


os pulmões, sendo esse um ato homicida (FRANÇA, 2017; CROCE;
CROCE JÚNIOR, 2012).

205 | Relatar os sinais externos da esganadura.


RESPOSTA: Esses sinais são palidez/cianose da face, “pontilhado
escarlatiniforme de Lacassagne” (CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012,
p. 403) em face e pescoço e congestão conjuntiva. A vítima pode
apresentar ainda espuma com presença de sangue nas narinas,
otorragia, quando houver lesão de tímpano, e equimoses elípticas
causadas pela pressão das polpas digitais do agressor. Escoriações
causadas, por exemplo, pelas unhas do ofensor podem estar ausentes
quando a constrição for realizada em cima de tecidos (FRANÇA,
2017; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012).

206 | Relatar os sinais locais profundos da esganadura.


RESPOSTA: Na esganadura, esses sinais são: infiltrados hemorrágicos
nas áreas profundas do pescoço; lesões da laringe; fraturas dos ossos
hioide e estiloide e das cartilagens cricóidea e tireóidea. Lesões nos
vasos cervicais, no entanto, não são comuns (FRANÇA, 2017; CROCE;
CROCE JÚNIOR, 2012).

207 | Descrever a fisiopatologia da morte por esganadura.


RESPOSTA: Esse tipo de morte apresenta 3 mecanismos: asfixia,
compressão dos nervos cervicais e, em menor relevância, a obstrução
vascular do pescoço. No primeiro, há oclusão da traqueia e da
fenda glótica, impedindo a passagem de oxigênio para os pulmões,
levando a anóxia e perda de consciência. No segundo, ocorre inibição
reflexa devido à compressão dos nervos carotídeos. Por último, há
comprometimento encefálico por falta de sangue arterial, já que
há obliteração das artérias vertebrais e carótidas comuns (CROCE;
CROCE JÚNIOR, 2012).

208 | Citar as energias de ordem bioquímica.


Resposta: As energias de ordem bioquímica se apresentam como
uma combinação entre as ações química e biológica, que atuam

CAPÍTULO VII – TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL 118


nocivamente sobre a saúde. Como exemplos podem ser referidos:
distúrbios nutricionais e infecções (FRANÇA, 2017).

209 | Citar e descrever as energias de ordem biodinâmica.


Resposta: As energias de ordem biodinâmica são ocorrências
oriundas externa ou internamente que culminam em respostas
orgânicas fisiopatológicas e altamente fatais, como choque,
coagulopatia de consumo ou coagulação intravascular disseminada
e síndrome de disfunção de múltiplos órgãos;
• A coagulação intravascular disseminada é definida por um
distúrbio, tipo trombo-hemorrágico, com antecedentes de
patologias do sistema hematológico e desenvolvida consequente
a distúrbios posteriores;
• A síndrome de disfunção de múltiplos órgãos caracteriza-se pela
danificação progressiva das funções de diferentes órgãos nos
indivíduos que estão com quadro de gravidade;
• O choque é a resposta do organismo a uma agressão de um agente
e se manifesta por meio de uma modalidade de defesa dos efeitos
nocivos do trauma. Entre os tipos de choque estão: cardiogênico,
obstrutivo, hipovolêmico e periférico (FRANÇA, 2017).

210 | Citar as energias de ordem mista.


RESPOSTA: “As energias de ordem mista compreendem: síndrome
da alienação parental, síndrome da criança maltratada, síndrome
do ancião maltratado, violência contra a mulher, tortura, fadiga e
doenças por parasitas” (FRANÇA, 2017, p. 172-173).

211 | Definir a síndrome de alienação parental.


Resposta: A síndrome de alienação parental é um transtorno
psiquiátrico infantil caracterizado por acometer especialmente
crianças envolvidas em situações de litígio da guarda entre os
progenitores. Há uma programação do menor para que odeie o outro
genitor sem justificativa (FRANÇA, 2017; SOUSA; BRITO, 2011).

CAPÍTULO VII – TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL 119


212 | Definir síndrome de Munchausen.
Resposta: A síndrome de Munchausen é um transtorno mental no
qual a pessoa busca simular patologias ou mesmo causá-las com o
objetivo de obter diligências médicas ou auxiliares. Pode ocorrer
por transferência, como no caso de mães que submetem seus filhos a
esse quadro, no qual as crianças são submetidas a diversas consultas
e hospitalizações desnecessárias, além de apresentar incoerência
anatomopatológica e resposta terapêutica ineficaz (FRANÇA, 2017).

213 | Citar a divisão das lesões corporais dolosas.


Resposta: As lesões corporais dolosas se classificam em leves,
graves e gravíssimas.

214 | Definir lesão corporal leve.


Resposta: Lesão corporal leve são lesões superficiais que
comprometem pele, tecido subcutâneo e vasos sanguíneos pequenos.
São lesões de pouco impacto orgânico e de restauração rápida, sendo
seu conceito estabelecido pela exclusão do que está tipificado nos
parágrafos 1o e 2o do Art. 129 do Código Penal (FRANÇA, 2017;
SILVEIRA, 2015; MONTEIRO, 2001).

215 | Definir lesão corporal grave.


Resposta: Lesão corporal grave são lesões dolosas que apresentam
um dos eventos: “incapacidade para as ocupações habituais por
mais de 30 dias, perigo de vida, debilidade permanente de membro,
sentido ou função e aceleração do parto” (FRANÇA, 2017, p. 198).

216 |Definir a condição “incapacidade para as ocupações


habituais por mais de 30 dias”.
Resposta: A incapacidade para as ocupações por mais de 30 dias
consiste na perda da habilidade da vítima de executar as ocupações
que executava antes do ocorrido, não necessariamente de forma total,
mas também parcialmente, causando risco ou prejuízo no período
de 30 dias. Essas ocupações não estão limitadas às de natureza

CAPÍTULO VII – TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL 120


trabalhista ou lucrativa, mas envolvem todas as atividades habituais
realizadas pelo indivíduo, sendo elas físicas ou mentais.
Após 30 dias, é feita a reavaliação do indivíduo com exame
complementar para verificação de melhora ou não da sua condição,
sendo importante ressaltar que o retorno às atividades habituais
não necessariamente indica a cura total. O término da incapacidade
acontece quando a pessoa está capacitada ao retorno das atividades
de maneira razoável e segura, uma vez que a cura é funcional, não
anatômica. Nessa avaliação, caso o indivíduo seja considerado inapto
a retomar suas ocupações habituais, a lesão é considerada lesão
corporal grave, de acordo com o Art. 129 do Código Penal (FRANÇA,
2017; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012).

217 | Definir a condição “perigo de vida”.


Resposta: O perigo de vida é considerado de fato uma ameaça real
de morte decorrente de uma lesão em até 30 dias. Não deve estar
correlacionado a prognósticos, mas a eventos do presente ou do
passado. É uma série de eventos que podem levar a vítima a óbito, se
ela não receber atendimento imediato para reversão do quadro, como
em casos de hemorragia abundante de vaso calibroso, traumatismo
cranioencefálico, pneumotórax, queimaduras extensas, etc. Para a
existência de perigo de vida, o grau de gravidade deve realmente
ameaçar a vida e sinalizar a possibilidade da ocorrência de morte
(FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012).

218 |Definir a condição “debilidade permanente de membro,


sentido ou função”.
Resposta: A debilidade permanente de membro, sentido ou função
inclui a diminuição/enfraquecimento permanente da aptidão do uso,
sentido ou função de um membro. Para tal, faz-se primordial uma
perícia com critérios de avalição do membro, do sentido e da função
bem definidos, os quais avaliam a capacidade fisiológica, não anatômica.
A saber, para tal, “membros são os quatro apêndices do corpo, os
superiores e os inferiores; sentido é a faculdade pela qual percebemos
as manifestações da vida de relação; e função, o mecanismo de
atuação dos órgãos, aparelhos e sistemas” (FRANÇA, 2017, p. 200).

CAPÍTULO VII – TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL 121


Algumas lesões são tão acentuadas que se equiparam à perda ou
inutilização e são classificadas como lesões gravíssimas. Exemplo:
perda do primeiro quirodáctilo. Devido ao fato de ser o único dedo
que se opõe aos demais dedos da mão, sua perda pode ser considerada
como inutilização do membro superior, haja vista que a função de pinça
não existirá mais (FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012).

219 | Definir a condição “aceleração do parto”.


Resposta: Aceleração do parto é um termo usado na Medicina
forense para referir-se à expulsão antecipada do feto com vida, de
forma precoce ao termo da gestação em decorrência de agressão
física ou psíquica à mãe. É uma conduta de difícil perícia, tendo em
vista que, se o bebê estiver vivo e bem, não haverá dano configurado
da prematuridade, porém, dependendo da maturação, ainda que o
bebê tenha nascido vivo e continuado a viver, pode constituir lesão
grave. Se óbito fetal pode representar lesão corporal seguida de
aborto, entre outras situações que poderiam ser cogitadas diante de
outros desfechos (FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012).

220 | Definir e exemplificar lesão corporal gravíssima.


Resposta: Uma lesão corporal gravíssima é caracterizada por um
dano irreparável a uma estrutura física ou à saúde do indivíduo,
sendo uma perturbação para a qual não há restauração ou cura,
podendo levar assim à perda permanente da função (CAPEZ, 2007).

221 | Definir a condição “incapacidade permanente para o


trabalho”.
Resposta: Trata-se da inabilitação para desenvolver atividade
laborativa, em caso de lesões gravíssimas em que não há condições
de recuperação e retorno ao trabalho de forma permanente
(MIRABETE, 2012).

222 | Definir a condição “enfermidade incurável”.


Resposta: A enfermidade incurável é uma condição grave e de
caráter incurável tendo uma ou mais funções com seu exercício

CAPÍTULO VII – TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL 122


incompleto ou defeituoso. Usualmente ocorre devido a ato doloso e
requer manejo especial. Para que a doença seja considerada incurável,
são necessários documentos que comprovem a impossibilidade de
cura. As enfermidades que têm cura, mas cujo processo seria muito
longo ou impossibilitado pela falta de recursos da vítima, também
podem ser consideradas incuráveis (FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE
JÚNIOR, 2012).

223 | Exemplificar a condição “perda ou inutilização de membro,


sentido ou função”.
Resposta: As vítimas que sofreram amputação ou perda de função
de mais de 80% de algum órgão ou membro se enquadram no
conceito de perda ou inutilização. A cegueira ou a paralisia de um
membro como consequência de um processo de agressão podem
ser considerados exemplos deste conceito (FRANÇA, 2017; CROCE;
CROCE JÚNIOR, 2012).

Imagem 50 – Ilustração de amputação

Imagem de Miguel Henriques | Fonte: Disponível em: https://images.unsplash.com/


photo-1544531664-12a4ea82b7d4?ixlib=rb- -1.2.1&ixid=eyJhcHBfaWQiOjEyMDd9&auto=
format&fit=crop&w=750&q=80. Acesso em: 10 set. 2020.

CAPÍTULO VII – TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL 123


224 | Definir a condição “deformidade permanente”.
Resposta: A avaliação das deformidades permanentes é discutida
até os dias de hoje, pois ainda não há um consenso médico-legal
para definir essas lesões. Essas são consideradas como todas as
deformidades que causarem incômodo e constrangimento à pessoa
afetada, podendo estar localizada em qualquer região do corpo, não
só na face, e que tenha caráter permanente ou que não desapareça
com algum artefato, levando a uma desarmonia estética. Os fatores
como idade, sexo, profissão ou meio social não podem definir a
caracterização da deformidade, nem mesmo o olhar que a vítima
tem de si própria, mas exclusivamente a desarmonia da lesão e o
seu poder de despertar repúdio ao outro (FRANÇA, 2017; CROCE;
CROCE JÚNIOR, 2012).

225 | Definir lesões corporais seguidas de morte.


Resposta: A lesão corporal seguida de morte, também conhecida
como homicídio preterintencional, caracteriza-se quando o autor do
crime causa um dano físico a outrem sem a intenção de provocar-lhe
a morte, mas a morte acontece. Dessa forma, nesses casos, o desfecho
fatal é um resultado inesperado, portanto a morte é qualificada como
uma ação culposa, e o ato em si, doloso (FRANÇA, 2017; CROCE;
CROCE JÚNIOR, 2012).

226 | Definir lesões corporais culposas.


Resposta: As lesões corporais são classificadas em culposas quando
são causadas por imperícia, imprudência ou negligência, cabendo ao
legista observar e descrever as lesões e tentar estabelecer a relação de
causalidade, seja pela realização de uma ação, seja pela sua omissão,
e a previsibilidade dos possíveis danos decorrentes. Não compete
ao perito médico legista realizar a apreciação sobre negligência,
imperícia ou imprudência médica, sendo essa pertencente aos
Conselhos de Medicina e juízes (FRANÇA, 2017).

227 | Definir Infortunística.


Resposta: A Infortunística é a área da Medicina Legal que se dedica

CAPÍTULO VII – TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL 124


aos estudos das doenças vinculadas ao trabalho, dos acidentes
laborais e patologias ocupacionais. É, portanto, o estudo dos danos
causados ao trabalhador que ocasionem uma lesão corporal ou
perturbação funcional desencadeada pelo exercício do trabalho
(FRANÇA, 2017).

228 | Definir acidente de trabalho.


Resposta: É o acidente ocorrido no período da atividade laboral
autônoma ou empresarial, podendo causar dano, morte, distúrbio
funcional e perda ou redução – de forma provisória ou definitiva –
da capacidade de trabalhar. Podem ainda ser consideradas acidentes
de trabalho as doenças ocupacionais vinculadas ao ato laboral, além
dos acidentes que podem ocorrer no percurso que a pessoa faz da
residência ao trabalho e do trabalho para a residência (FRANÇA,
2017; VANRELL, 2002).

229 | Citar os constituintes que caracterizam o acidente do trabalho.


Resposta: Esses são: presença de lesão pessoal, incapacidade
laboral, nexo de causalidade e algumas condições temporais e locais
(FRANÇA, 2017).

230 | Definir doença profissional.


Resposta: As doenças profissionais são aquelas adquiridas devido
ao desempenho de certa atividade laboral, sendo comuns em
trabalhadores com a mesma função e sem a presença de um fator
conhecido. Elas estão descritas em ato do Ministério da Previdência
Social (FRANÇA, 2017; VANRELL, 2002).

231 | Definir simulação.


Resposta: Simulação é o ato de mentir propositalmente sobre a
existência de sintomas físicos e/ou psíquicos, como manifestações
subjetivas (dores, cegueira, anestesias, etc.) e objetivas sem coerência
de causa e efeito (hérnias, tumores, traumatismos por acidentes,
etc.), na busca de gratificação ou fuga do dever (RODRIGUES et al.,
2016; DURÃO; LUCAS, 2015).

CAPÍTULO VII – TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL 125


232 | Definir metassimulação.
Resposta: O indivíduo possui ou possuiu uma lesão ou doença,
porém relata os sintomas de maneira supervalorizada em
comparação com a realidade (FRANÇA, 2017; RODRIGUES et al.,
2016; DURÃO; LUCAS, 2015).

233 | Definir dissimulação.


Resposta: Dissimulação é o ato de ocultar um dano corporal,
alteração na função ou a existência de patologia (FRANÇA, 2017;
BRUNO, 1941).

REFERÊNCIAS – CAPÍTULO VII

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CAPÍTULO VII – TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL 126


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CAPÍTULO VII – TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL 127


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TOCCHETTO, D. Balística Forense: aspectos técnicos e jurídicos. 7.
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VANRELL, J. P. Odontologia Legal e Antropologia Forense. Rio de
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ZARZUELA, J. L. Medicina Legal. São Paulo: Angelotti, 1993. 

CAPÍTULO VII – TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL 128


CAPÍTULO VIII – SEXOLOGIA FORENSE
CAPÍTULO VIII

SEXOLOGIA FORENSE

234 | Definir Sexologia forense.


RESPOSTA: Sexologia forense é a área que estuda os assuntos
médico-legais e periciais que envolvem o comportamento sexual, e
as implicações legais quando ultrajadas a liberdade e a dignidade no
âmbito sexual (FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012).

235 |Citar os artigos do Código Penal que versam sobre os


crimes sexuais (dos crimes contra a liberdade sexual).
RESPOSTA: “CAPÍTULO I (dos crimes contra a liberdade sexual)
Estupro
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça,
a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se
pratique outro ato libidinoso.
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.
§ 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a
vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos.
§ 2o Se da conduta resulta morte:
Pena - reclusão de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.
Violação sexual mediante fraude
Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com
alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a

CAPÍTULO VIII – SEXOLOGIA FORENSE 130


livre manifestação de vontade da vítima:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem
econômica, aplica-se também multa.
Importunação sexual
Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso
com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não constitui
crime mais grave.
Assédio sexual
Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem
ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição
de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de
emprego, cargo ou função.
Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.
§ 2o A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18
(dezoito) anos.
CAPÍTULO I-A (da exposição da intimidade sexual)
Registro não autorizado da intimidade sexual
Art. 216-B. Produzir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer
meio, conteúdo com cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de
caráter íntimo e privado sem autorização dos participantes:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem realiza montagem
em fotografia, vídeo, áudio ou qualquer outro registro com o fim
de incluir pessoa em cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de
caráter íntimo” (BRASIL, 1940).

236 | Citar o artigo 217-A do Código Penal.


RESPOSTA: “Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato
libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei nº
12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. (Incluído pela Lei nº
12.015, de 2009)

CAPÍTULO VIII – SEXOLOGIA FORENSE 131


§ 1º Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no
caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não
tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por
qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. (Incluído pela
Lei nº 12.015, de 2009)
§ 2º (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 3º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave: (Incluído
pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos. (Incluído pela Lei nº
12.015, de 2009)
§ 4º Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei nº 12.015, de
2009)
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos. (Incluído pela Lei nº
12.015, de 2009)
§ 5º As penas previstas no caput e nos §§ 1º, 3º e 4º deste artigo
aplicam-se independentemente do consentimento da vítima ou do
fato de ela ter mantido relações sexuais anteriormente ao crime.
(Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)” (BRASIL, 1940; BRASIL, 2009).

237 | Definir ato libidinoso.


RESPOSTA: Atos libidinosos são definidos por outras práticas
distintas da conjunção carnal que têm como objetivo alcançar
satisfação sexual completamente ou incompletamente. Nessas estão
englobadas ações como: carícias e/ou tocamento nas mamas, vagina
e nádegas (FRANÇA, 2017; SILVEIRA, 2015; PEREIRA; GUSMÃO,
2001).

238 | Definir conjunção carnal.


RESPOSTA: “Conjunção carnal consiste na introdução completa
ou incompleta do pênis na cavidade vaginal, ocorrendo ou não
ejaculação” (FRANÇA, 2017, p. 277; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012).

239 | Definir estupro.


RESPOSTA: De acordo com o artigo 213 do Código Penal, estupro é o
ato de “constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a

CAPÍTULO VIII – SEXOLOGIA FORENSE 132


ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique
outro ato libidinoso”. Não se faz mais distinção do gênero da vítima
ou do autor do crime (BRASIL, 2009; FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE
JÚNIOR, 2012).

240 | Definir violência efetiva.


RESPOSTA: Violência efetiva é a utilização de diferentes meios,
incluindo a força física, que impeçam ou debilitem a reação, defesa
e o entendimento da vítima. Pode ser física e psíquica, podendo ser
essa última resultado do uso de drogas que causem a alteração do
estado psíquico da vítima (FRANÇA, 2017).

241 | Definir violência presumida.


RESPOSTA: A violência presumida é a violência praticada contra
aqueles que não têm discernimento legal, cível e mental para
responder pelos seus atos, como: “menores de 14 anos, alienados
ou débeis mentais e por outra causa qualquer que impeça a vítima
de resistir” (FRANÇA, 2017, p. 278). Esse crime seria tipificado
pelo estupro de vulnerável, previsto no art. 217-A do Código Penal
(FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012).

242 | Comentar sobre as violências efetivas física e psíquica.


RESPOSTA: A violência efetiva física é a conduta que deixa marcas
corporais, como hematomas, contusões, equimoses, escoriações, etc.
Já a violência psíquica não há como ser provada fisicamente. Seriam
atitudes de manipulação, chantagem, ameaça, constrangimento,
humilhação, exploração, isolamento ou qualquer outra que determine
a perturbação das emoções, autoestima e comportamentos (FRANÇA,
2017; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012).

243 | Definir a importância do hímen nas perícias sexológicas.


RESPOSTA: A importância do hímen nas perícias sexológicas é
oferecer elementos para perceber a conjunção carnal pela inserção
do pênis ereto na vagina a fim de verificar possível estupro.
Contudo, para afirmar ou negar a cópula, a perícia médico-legal

CAPÍTULO VIII – SEXOLOGIA FORENSE 133


deve avaliar desde a completude do hímen, roturas, positividade
para espermatozoides no canal vaginal e/ou constatação de
glicoproteína P30, antígeno prostático específico (PSA), fosfatase
ácida, além da existência de possível patologia venérea (FRANÇA,
2017; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012).

244 | Citar os principais tipos de himens, segundo a classificação


de Afrânio Peixoto.
RESPOSTA: Segundo a classificação de Afrânio Peixoto, existem 3
grupos de himens:

Quadro 3 – Grupos de himens, segundo Afrânio Peixoto

Hímen acomissurado Hímen comissurado Hímen atípico


Imperfurado Bilabiados Fenestrados
Anulares Trilabiados Com apêndices
Semilunares Quadrilabiados salientes
Helicoidais Multilabiados Com apêndices
Septados pendentes
Cribriformes
Fonte: França (2017) e Croce e Croce Júnior (2012).

245 | Explicar a importância do hímen complacente em Medicina


Legal.
RESPOSTA:
O hímen complacente é um tema muito discutido na Medicina Legal,
pois cada perito tem uma visão diferente sobre isso devido ao óstio
ter um diâmetro amplo e alta complacência, o que possibilita que
a mulher tenha penetração vaginal sem rompê-lo. Caso o perito
que realizará o exame da genitália consiga identificar que a mulher
realmente tinha um hímen complacente e que não havia outras
provas que comprovassem a conjugação carnal, deverá concluir que
não é possível afirmar se houve ou não penetração, declarando o
motivo (FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012).

CAPÍTULO VIII – SEXOLOGIA FORENSE 134


246 |
Descrever as alterações que podem ser encontradas
no hímen nas perícias sexológicas, tanto as normais como as
anormais.
RESPOSTA: No exame ginecológico realizado pelo perito, é possível
observar diversas alterações. As mulheres podem ter características
consideradas normais, como seu tipo de hímen, ruptura e cicatrização,
além de carúnculas mirtiformes de himens rotos.
Elas podem ainda ter alterações anormais, como criptas, presença
de ninhos e divertículos, sulcos na face vestibular himenal, união de
pequenos lábios com aparência de hímen imperfurado, entre outras
diversas anomalias (FRANÇA, 2017).

247 |Descrever os aspectos a serem observados no processo


de rotura/cicatrização himenal.
RESPOSTA: A cicatrização acontece, em média, em 20 dias. Há os
períodos de sangramento, que dura em torno de 3 dias; de equimose
e presença de gotículas sanguinolentas, com duração de 2 a 6 dias; de
margens supuradas ou exsudadas e esbranquiçadas, de 6 a 12 dias; e
cicatriz rósea recente, de 10 a 20 dias. As margens das roturas com
mais de 20 dias estão completamente cicatrizadas (FRANÇA, 2017;
CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012).

248 |
Comentar sobre o exame, os testes e demais
complementares solicitados nas perícias sexológicas.
RESPOSTA: A perícia investiga para confirmar ou negar a conjunção
carnal. Para isso, verifica a presença de roturas himenais,
espermatozoides no canal vaginal, além de glicoproteína P30,
fosfatase ácida e outros vestígios de atos libidinosos e de doenças
venéreas. A fosfatase e o PSA são importantes quando o agente é
vasectomizado. A pesquisa de MHS-5, anticorpo monoclonal, também
tem importância.
Outros exames laboratoriais utilizados são: coleta de sangue para
análise de DNA, dosagem alcoólica, realização de beta HCG para
mulheres em idade fértil; coleta de urina para análise toxicológica;
swab para pesquisa de sangue, espermatozoide e PSA nas seguintes

CAPÍTULO VIII – SEXOLOGIA FORENSE 135


regiões: boca, vulva, vagina, anus e pênis, podendo ser realizado
em outras superfícies corporais, conforme o relato de agressão.
As reações microquímicas são importantes no caso de indivíduos
azoospérmicos: Reação de Florence (positividade no achado de
cristais romboédricos castanho-avermelhados); Reação Barbério
(positividade com achado de cristais de morfologia variadas, como
agulhas, cones unidos pela base, agrupados ou não); Reação de Baecchi
depois da Reação de Florence pela periferia com aparecimento
de cristais arredondados de tonalidade mais escura; Cristais de
Bokarius (presença de cristais semilunares após tratamento com
fosfotunguístico) (FRANKLIN, 2019; FRANÇA, 2017).

249 | Descrever a utilidade da lâmpada de Wood.


RESPOSTA: A lâmpada de Wood é utilizada para distinguir rotura
e entalhe himenal, bem como para identificar a presença de sêmen
devido a sua ação fluorescente, podendo ser utilizada até 72 horas
após o ato de violência (FRANÇA, 2017).

250 |
Listar os testes utilizados para pesquisa de estupro
quando o agressor é vasectomizado.
RESPOSTA: No caso de ofensor vasectomizado, “a ejaculação é
constatada no fluido vaginal através da dosagem de fosfatase ácida
(acima de 200 UI) ou pela presença de glicoproteína P30” (FRANÇA,
2017, p. 281).

251 | Listar os quesitos que poderão ser respondidos pelo perito


médico-legal nas perícias de conjunção carnal.
RESPOSTA: Um guia de modelo de quesitos pode ser exemplificado
pelo SSP-SPTC do Maranhão:
“1º Houve conjunção carnal que possa ser relacionada ao delito em
apuração?
2º Houve outro ato libidinoso que possa ser relacionado ao delito em
apuração?
3º Houve violência para esta prática?
4º Qual o meio dessa violência?

CAPÍTULO VIII – SEXOLOGIA FORENSE 136


5º Resultou incapacidade para ocupações habituais por mais de trinta
dias, perigo de vida, debilidade permanente de membro, sentido ou
função, ou aceleração do parto, ou incapacidade permanente para
o trabalho, ou enfermidade incurável, ou perda ou inutilização de
membro, sentido ou função, ou deformidade permanente ou aborto?
6º Tem o(a) periciando(a) idade menor de 18 anos e maior de 14 anos?
7º É o(a) periciando(a) menor de 14 anos?
8º Tem o(a) periciando(a) enfermidade ou deficiência mental?
9º O(A) periciando(a), por qualquer outra causa, não pode oferecer
resistência?
10º Da conduta resultou gravidez?
11º O agente transmitiu para o(a) periciando(a) doença sexualmente
transmissível?” (GUIA DE QUESITOS DA PERÍCIA OFICIAL, 2017).

252 | Definir vítima vulnerável.


RESPOSTA: Vítimas vulneráveis, segundo o Código de Processo
Penal, são aquelas que: “têm menos de 14 anos, enfermidades ou
deficiência mental que impeçam o discernimento para a prática
do ato libidinoso ou que por qualquer outro motivo não ofereçam
resistência ao agressor” (BRASIL, 2009; FRANÇA, 2017; CROCE;
CROCE JÚNIOR, 2011).

253 | Citar os quadrantes himenais em que as roturas ocorrem


comumente.
RESPOSTA: As roturas completas ou incompletas ocorrem mais
frequentemente nos quadrantes posteriores do hímen (COSTA
FILHO, 2015).

254 |
Citar o tempo de cicatrização completa após a ruptura
himenal.
RESPOSTA: O tempo de cicatrização completa após ruptura himenal
varia de autor para autor, podendo ir de 6 a 20 dias. Quando totalmente
cicatrizada, é considerada uma ruptura antiga (ANDRADE; PAVIONE,
2013; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012).

CAPÍTULO VIII – SEXOLOGIA FORENSE 137


255 |Citar aspectos a serem avaliados na suspeita de criança
vítima de abuso sexual.
RESPOSTA: Esses são comportamento modificado bruscamente,
medo em relação a lugares e pessoas, rejeição ao exame, entre outros
(FRANÇA, 2017).

256 | Descrever o sinal de Wilson Johnston.


RESPOSTA: O sinal de Wilson Johnston está presente em vítimas
de coito anal violento, sendo definido pela “ruptura triangular com
base na margem do ânus, e vértice no períneo ao nível da união dos
quadrantes inferiores” (FRANÇA, 2017, p. 287).

257 | Diferenciar rágades de fissuras anais.


RESPOSTA: As rágades não têm local preferencial, são lineares, de
disposição radial, agudas, resultantes de processos traumáticos. As
fissuras anais, no entanto, são lesões únicas e crônicas cujas causas
são desconhecidas (FRANÇA, 2017; HERCULES, 2008).

258 | Definir violência sexual mediante fraude.


RESPOSTA: A violência sexual mediante fraude deve conter os
seguintes elementos: presença de conjunção carnal ou ato libidinoso,
fraude (maneira de condução ao erro ou enganar alguém) ou
mecanismo “que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade
da vítima” (PASSOS et al., 2018; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012;
BRASIL, 2009).

259 | Definir assédio sexual.


RESPOSTA: Assédio sexual é caracterizado por atos realizados
por indivíduos que estão em situação de superioridade, ou seja,
na condição de intimidar a vítima, que podem ser expressos por
palavras ou atos com o objetivo de vantagem sexual (FRANÇA, 2017;
SILVEIRA, 2015).

CAPÍTULO VIII – SEXOLOGIA FORENSE 138


REFERÊNCIAS – CAPÍTULO VIII

ANDRADE, F. C. M.; PAVIONE, L. S. (coord.). Delegado de Polícia


Civil: questões comentadas. São Paulo: Saraiva, 2013.
BRASIL. Palácio do Planalto. Casa Civil. Lei nº 12.015, de 7 de agosto
de 2009. Altera o Título VI da Parte Especial do Decreto-Lei no 2.848,
de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal... Diário Oficial da União,
Brasília, DF, 10 ago. 2009. Disponível em: http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12015.htm#art3. Acesso
em: 8 ago. 2020.
BRASIL. Palácio do Planalto. Casa Civil. Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
dezembro de 1940. Código Penal. Diário Oficial da União, Brasília, DF,
31 dez. 1940. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
decreto-lei/del2848compilado.htm. Acesso em: 8 ago. 2020.
CAPEZ, F.; PRADO, S. Código penal comentado. 3. ed. São Paulo:
Saraiva, 2012.
COSTA FILHO, P. E. G. Medicina Legal e Criminalística. 2. ed. revista.
São Paulo: Alumnus, 2015.
CROCE, D.; CROCE JÚNIOR, D. Manual de Medicina Legal. 8. ed. São
Paulo: Saraiva, 2012.
FRANÇA, G. V. Medicina Legal. 11. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2017.
FRANKLIN, R. Medicina Forense aplicada. Rio de Janeiro: Rubio,
2019.
GUIA DE QUESITOS DA PERÍCIA OFICIAL – 2017 SSP - SPTC – MA.
2017. Disponível em: http://www.mpce.mp.br/wp-content/uploads/
2016/03/INFORMATIVO-GUIA-DE-QUESITOS-DA-PER%C3%8DCIA-
OFICIAL_v2.pdf. Acesso em: 8 ago. 2020.
HERCULES, H. C. Medicina Legal: texto e atlas. São Paulo: Atheneu,
2008.
NUCCI, G. S. Crimes contra a dignidade sexual: de acordo com a Lei
12.015/2009. 2. ed. rev. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010.
PASSOS, A. I. M. et al. Perfil do atendimento de vítimas de violência
sexual em Campinas. Rev. Bioét., Brasília, v. 26, n. 1, p. 67-76, jan.
2018. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S1983-80422018000100067&lng=pt&tlng=pt. Acesso
em: 25 jul. 2020.

CAPÍTULO VIII – SEXOLOGIA FORENSE 139


PEREIRA, G. O.; GUSMÃO, L. C. B. Medicina Legal. 2001. Disponível em:
http://www.malthus.com.br/rw/forense/Medicina_Legal_2004_
gerson.pdf. Acesso em: 5 jun. 2020.
SILVEIRA, P. R. Fundamentos da Medicina Legal. 2. ed. Rio de
Janeiro: Lumen Juris, 2015. 

CAPÍTULO VIII – SEXOLOGIA FORENSE 140


CAPÍTULO IX – ASPECTOS DA SEXUALIDADE
CAPÍTULO IX

ASPECTOS DA SEXUALIDADE

Estudo da sexualidade no âmbito médico-legal

260 | Listar as modalidades sexuais.


RESPOSTA: As modalidades sexuais são: sexo genético, sexo gonadal,
sexo endócrino, sexo morfológico, sexo psicológico e sexo jurídico
(ZARZUELA, 1993; FRANKLIN, 2019).

261 | Citar os tipos de sexo genético.


RESPOSTA: Os tipos de sexo genético são: sexo cromatínico e sexo
cromossômico (ZARZUELA, 1993).

262 |
Descrever o sexo cromossômico normal do homem e da
mulher.
RESPOSTA: No homem, 22 pares de cromossomos homólogos
denominados de autossomos e um par de cromossomo sexual (XY),
e, na mulher, 22 pares de autossomos e um par de cromossomo
sexual (XX) (FRANÇA, 2017; SANDRI, 2017).

263 | Listar exemplos de anomalias do sexo cromossômico.


RESPOSTA: Exemplos de anomalias são: Síndrome de Klinefelter
(47XXY) e Síndrome de Turner (45X) (SOUZA et al., 2010).

CAPÍTULO IX – ASPECTOS DA SEXUALIDADE 142


264 | Definir sexo cromatínico.
RESPOSTA: Sexo cromatínico se refere à presença de corpúsculos
de Barr ou cromatina sexual. A presença desses corpúsculos é
um critério relativo na avaliação do sexo, em que acontece em
porcentagem menor que 5% dos homens e em mais de 50% das
mulheres (ZARZUELA, 1993).

265 | Definir sexo gonadal e sexo endócrino.


RESPOSTA: Conjunto formado pelo sexo gonádico (formado
pelas gônadas masculinas e femininas – testículos e ovários) e
extragonádico, em que o sexo endócrino se relaciona à produção de
testosterona e estrógenos (ZARZUELA, 1993).

266 | Definir sexo morfológico.


RESPOSTA: Sexo morfológico se refere ao fenótipo, à genitália externa
(FRANKLIN, 2019).

267 | Definir sexo psicológico.


RESPOSTA: Sexo psicológico é a forma como o indivíduo percebe a si
mesmo, a identidade subjetiva (FRANKLIN, 2019).

268 | Definir sexo jurídico.


RESPOSTA: Sexo jurídico é o sexo registrado no Cartório de Registro
Civil (FRANKLIN, 2019).

269 | Definir caracteres sexuais primários.


RESPOSTA: Esses são referentes aos órgãos concernentes à
reprodução, envolvendo as genitálias externas masculina e feminina,
assim como as gônadas – nos homens os testículos e nas mulheres os
ovários (MARIEB; WILHELM; MALLATT, 2014; DUARTE, 1993).

270 | Definir caracteres sexuais secundários.


RESPOSTA: Os caracteres sexuais secundários estão relacionados ao

CAPÍTULO IX – ASPECTOS DA SEXUALIDADE 143


desenvolvimento sexual externo, ou seja, ao crescimento das mamas
no sexo feminino e do pênis no sexo masculino, além do aparecimento
da pilosidade pubiana em ambos os sexos (LOURENÇO; QUEIROZ,
2010; DUARTE, 1993).

271 | Definir erotomania.


RESPOSTA: Erotomania é um delírio de amor, uma paixão platônica
na qual o indivíduo (na maioria das vezes casto e virgem) fica
obcecado pelo amante. Não existe desejo sexual, mas uma adoração
à alma querida. Às vezes somente uma breve interatividade, seja um
olhar, seja um gesto de aceno, pode desencadear o delírio, na forma
de paixão descontrolada (FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE JÚNIOR,
2012).

272 | Definir anafrodisia.


RESPOSTA: Anafrodisia é “a redução do instinto sexual em homens
resultante de uma patologia glandular ou nervosa ou de um sintoma
da pré-impotência, podendo atingir jovens aparentemente sadios”
(FRANÇA, 2017, p. 294).

273 | Definir autoerotismo.


RESPOSTA: Autoerotismo diz respeito ao gozo sexual,
independentemente da presença de parceiro ou de toque
(estimulação). Pode se manifestar pela simples contemplação de uma
foto ou imaginação de atos eróticos. É conhecido como coito psíquico
de Hammond (FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012).

274 | Definir fetichismo.


RESPOSTA: No fetichismo a pessoa desenvolve um apego por
determinada parte do corpo, função ou emanação orgânica ou até
mesmo por algum objeto pertencente ao ser querido, que passa a
ser fundamental para que a pessoa obtenha um estágio de excitação
(FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012).

CAPÍTULO IX – ASPECTOS DA SEXUALIDADE 144


275 | Definir mixoscopia.
RESPOSTA: A mixoscopia, também conhecida como escoptofilia é
definida pelo prazer sexual do indivíduo em observar a cópula de
outras pessoas, porém não é de tamanha significância na Medicina
Legal, a não ser que afete a pessoa que esteja sendo observada
(FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012).

276 | Definir dolismo.


RESPOSTA: Dolismo é a atração sexual por bonecas ou manequins,
admirando-as e até mesmo buscando ter relações sexuais com elas
(FRANÇA, 2017).

277 | Definir gerontofilia.


RESPOSTA: Gerontofilia é a inclinação sexual e/ou romântica jovens
por parceiros bem mais velhos que elas (FRANÇA, 2017; CROCE;
CROCE JÚNIOR, 2012).

278 | Definir coprofilia.


Resposta: Coprofilia, chamada também de escatofilia, é o desvio
sexual em que o prazer está ligado à defecação ou ao contato com
as fezes de outros ou as próprias (FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE
JÚNIOR, 2012).

279 | Definir urolagnia.


RESPOSTA: Urolagnia refere-se ao prazer sexual decorrente da
interação com a micção, ou seja, o desejo do indivíduo é despertado
ao ver urina, ao ver alguém urinando, ao ouvir o ruído do jato da
micção ou da micção sobre o parceiro ou de um parceiro sobre o
outro (FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012)

280 | Definir riparofilia.


RESPOSTA: Riparofilia é a atração por pessoas sem asseio, sujas, que
não possuem muita higiene. É um tipo de perversão mais comum no
sexo masculino. Alguns homens preferem ter relações sexuais com
mulheres em seu período menstrual (FRANÇA, 2017).

CAPÍTULO IX – ASPECTOS DA SEXUALIDADE 145


281 | Definir coprolalia.
RESPOSTA: Coprolalia é a pronúncia de palavras obscenas a fim de
excitar alguém. Esta ação pode ocorrer antes do coito, com o objetivo
de estimulação sexual, ou durante, para que ocorra o orgasmo
(FRANÇA, 2017).

282 | Definir clismafilia.


RESPOSTA: Clismafilia é o prazer sexual em decorrência de inserir
líquidos no reto, por enema, lavagem ou clister (FRANÇA, 2017).

283 | Definir onanismo.


RESPOSTA: Onanismo é o ato oriundo da estimulação dos órgãos
sexuais com o intuito de provocar prazer a si mesmo (comum na
puberdade), definido, assim, como masturbação (MICHAELIS, 2020;
FRANÇA, 2017).

284 | Definir sadismo.


RESPOSTA: Sadismo é o prazer sexual alcançado por meio da
percepção da outra pessoa em estado de sofrimento físico ou mental
ou em condição humilhante (MICHAELIS, 2020; FRANÇA, 2017).

285 | Definir masoquismo.


RESPOSTA: Masoquismo é o prazer sexual obtido por meio do
sofrimento moral ou físico. Nesse caso, o masoquista obtém excitação
quando é humilhado ou quando recebe golpes doloridos no corpo
(FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012).

286 | Definir vampirismo.


RESPOSTA: O vampirismo é o prazer sexual relacionado à presença
de sangue durante o ato sexual e muitas vezes o indivíduo ingere o
sangue do parceiro sexual (FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE JÚNIOR,
2012).

CAPÍTULO IX – ASPECTOS DA SEXUALIDADE 146


287 | Definir necrofilia.
RESPOSTA: Necrofilia é a obsessão sexual por cadáveres, seja para
copular, seja para praticar atos libidinosos (FRANÇA, 2017; CROCE;
CROCE JÚNIOR, 2012).

288 | Definir zoofilismo.


RESPOSTA: Zoofilismo, também chamado de bestialismo, consiste
na realização sexual com animais (galinhas, cavalos, vacas, cabras,
etc.), tanto atos libidinosos como a relação sexual em si (FRANÇA,
2017; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012).

289 | Definir edipismo.


RESPOSTA: Edipismo é uma tendência ao incesto, ou seja, o desejo
sexual por parentes próximos (FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE
JÚNIOR, 2012).

290 | Definir pedofilia.


RESPOSTA: Pedofilia é um transtorno sexual no qual o indivíduo
prefere se relacionar sexualmente com crianças e pré-púberes,
caracterizando-se desde atos libidinosos e podendo chegar ao
estupro. É ainda acompanhada por distúrbios morais e mentais
dos envolvidos, geralmente do sexo masculino e portadores de
comprometimento grave no relacionamento sexual (FRANÇA, 2017).

291 | Definir transexualidade.


RESPOSTA: Transexualidade é definida como incongruência de
gênero, ou seja, quando o indivíduo não concilia sua identidade
psicossocial e os órgãos sexuais com os quais nasceu. Homem
transexual/transgênero é aquele nascido no sexo feminino, mas que se
identifica como sexo masculino. Já a mulher transexual/transgênero
é aquela nascida no sexo masculino, mas que se identifica como do
sexo feminino (FRANÇA, 2017; CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA,
2020).

CAPÍTULO IX – ASPECTOS DA SEXUALIDADE 147


292 | Definir travestismo.
RESPOSTA: O travestismo está relacionado à identidade sexual
na qual a pessoa se identifica e se apresenta como o gênero oposto,
porém aceita os órgãos sexuais de nascimento (CONSELHO FEDERAL
DE MEDICINA, 2020).

293 | Definir transtorno de desejo por aversão sexual.


RESPOSTA: O transtorno de desejo por aversão sexual é “a aversão à
prática sexual” (FRANKLIN, 2019, p. 81).

294 | Definir transtorno de orgasmo.


RESPOSTA: Transtorno de orgasmo é a “alteração ou ausência do
pico orgástico” (FRANKLIN, 2019, p. 81).

295 | Definir transtorno de excitação sexual.


RESPOSTA: Transtorno de excitação sexual é “a diminuição ou
a incapacidade de alcançar ou manter o desempenho sexual”
(FRANKLIN, 2019, p. 81).

296 | Definir transtorno de desejo sexual hipoativo.


RESPOSTA: Transtorno de desejo sexual hipoativo é a “diminuição
do interesse pela atividade sexual” (FRANKLIN, 2019, p. 81).

297 |
Listar exemplos de substâncias que podem provocar
disfunção sexual.
RESPOSTA: Exemplos de substâncias que podem provocar disfunção
sexual: “álcool etílico, anticonvulsivantes, antidepressivos tricíclicos,
etc.” (FRANKLIN, 2019, p. 81).

CAPÍTULO IX – ASPECTOS DA SEXUALIDADE 148


REFERÊNCIAS – CAPÍTULO IX

CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. CFM atualiza regras para


aperfeiçoar o atendimento médico às pessoas com incongruência
de gênero. 9 jan. 2020. Disponível em: http://portal.cfm.org.br/
index.php?option=com_content&view=article&id=28561:2020-01-
09-15-52-08&catid=3. Acesso em: 8 ago. 2020.
CROCE, D.; CROCE JÚNIOR, D. Manual de Medicina Legal. 8. ed. São
Paulo: Saraiva, 2012.
DUARTE, M. F. S. Maturação física: uma revisão da literatura, com
especial atenção à criança brasileira. Cad. Saúde Pública, Rio de
Janeiro, v. 9, supl. 1, p. S71-S84, 1993. Disponível em: http://www.
scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X199300050
0008&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 22 ago. 2020.
FRANÇA, G. V. Medicina Legal. 11. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2017.
FRANKLIN, R. Medicina Forense aplicada. Rio de Janiero: Rubio,
2019.
LOURENÇO, B.; QUEIROZ, L. Crescimento e desenvolvimento puberal
na adolescência. Revista de Medicina, v. 89, n. 2, p. 70-75, jun. 2010.
MARIEB, E.; WILHELM, P.; MALLATT, J. Anatomia humana. 7. ed.
São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014.
MICHAELIS, Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa. São Paulo:
Melhoramentos, 2020.
SANDRI, R. M. C. S. Introdução à genética humana. Bauru: Secretaria
de Educação de Bauru, 2017.
SOUZA, J. C. M. Síndromes cromossômicas: uma revisão. Cadernos
da Escola de Saúde, v. 1, n. 3, p. 1-12, 2010. Disponível em: https://
portaldeperiodicos.unibrasil.com.br/index.php/cadernossaude/
article/view/2296. Acesso em: 31 mar. 2021.
ZARZUELA, J. L. Medicina Legal. São Paulo: Angelotti, 1993. 

CAPÍTULO IX – ASPECTOS DA SEXUALIDADE 149


CAPÍTULO X – ABORTO
CAPÍTULO X

ABORTO

298 | Definir aborto.


RESPOSTA: Segundo França (2017), “a codificação penal ao
incriminar o aborto não distingue entre ovo, embrião ou feto. Sempre
que ocorrer intencionalmente a morte do concepto ou sua expulsão
violenta seguida de morte está configurado o crime de aborto”
(FRANÇA, 2017, p. 25).

Imagem 51A – Ilustração de feto Imagem 51B – Ilustração de feto


com 7 semanas com 10 semanas

Imagem de Bill Davenport | Fonte: Imagem de Bill Davenport | Fonte:


Freeimages. Disponível em: https://www. Freeimages. Disponível em: https://
freeimages.com/pt/photo/life-7-weeks-1439883. www.freeimages.com/pt/photo/life-10-
Acesso em: 31 mar. 2021. weeks-1439841. Acesso em: 31 mar. 2021.

CAPÍTULO X – ABORTO 151


Imagem 51C – Ilustração de feto Imagem 51D – Ilustração de fetos
com 12 semanas com 7 a 12 semanas

Imagem de Bill Davnport | Fonte: Freeimages. Imagem de Bill Davenport | Fonte: Freeimages.
Disponível em: https://www.freeimages.com/pt/ Disponível em: https://www.freeimages.com/pt/
photo/life-12-weeks-1439836. photo/life-7-to-12-weeks-1316897.
Acesso em: 31 mar. 2021. Acesso em: 31 mar. 2021.

299 | Citar o artigo 124 do Código Penal.


RESPOSTA: “Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir
que outrem lho provoque:
Pena - detenção, de um a três anos” (BRASIL, 1940).

300 | Citar o artigo 125 do Código Penal.


RESPOSTA: “Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da
gestante:
Pena - reclusão, de três a dez anos” (BRASIL, 1940).

301 | Citar o artigo 126 do Código Penal.


RESPOSTA: “Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da
gestante: Pena - reclusão, de um a quatro anos.
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante
não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o
consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência”
(BRASIL, 1940).

302 | Citar o artigo 128 do Código Penal.


RESPOSTA: “Art. 128. Não se pune o aborto praticado por médico:
Aborto necessário I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;

CAPÍTULO X – ABORTO 152


Aborto no caso de gravidez resultante de estupro II - se a gravidez
resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante
ou, quando incapaz, de seu representante legal” (BRASIL, 1940).

303 | Destacar as condições em que o médico não é punido se


praticar o aborto.
RESPOSTA: O artigo 128 declara que não há punibilidade do médico
que praticar o aborto nos casos de perigo de vida da gestante ou
em gravidez resultado de estupro. Em casos em que existe risco
à vida da mãe, o consentimento materno para a prática do aborto
é desnecessário, mas, no caso de estupro, há necessidade do
assentimento da gestante. Nos dois casos, o médico deve realizar um
relatório do procedimento (BRASIL, 1940).
Nos casos de gravidez resultante de feto anencéfalo, pode ocorrer
a interrupção da gravidez, também chamada de “Antecipação
Terapêutica do Parto (ATP)”. A gestante que tiver o diagnóstico de
feto anencéfalo poderá decidir se dará continuidade à gestação ou
interromperá a gravidez por meio da ATP, não havendo a necessidade
de autorização judicial. Nesse caso, não há aborto, já que, no caso
dos anencéfalos, não se considera a existência de vida com potencial,
sendo assim não culmina em crime. O aborto continua permitido
apenas nos casos de estupro e de risco de vida da gestante (FRANÇA,
2017, p. 338; ITO; ITO, 2017; HERCULES, 2014).

304 | Definir, segundo França, abortos terapêutico e sentimental.


RESPOSTA: O terapêutico objetiva preservar a vida da gestante
quando ela se encontra em risco iminente. Para que se possa realizar
esse tipo de aborto, deve-se observar se a gestante se apresenta em
perigo e se tal situação é resultado direto da gravidez. O aborto pode
ser conduzido quando se conclui que esse método é o único modo de
salvar a vida da gestante. Deve-se obter a concordância de outros
dois médicos, porque, em momentos de emergência, a autorização da
gestante não é necessária.
O aborto é considerado sentimental quando realizado em grávidas
por consequência de estupro (FRANÇA, 2017).

CAPÍTULO X – ABORTO 153


305 | Citar exemplos de meios abortivos.
RESPOSTA: Podemos citar entre os vários meios abortivos: os de ações
tóxicas, como chás de ervas, medicamentos, hormônios e ocitócicos;
e os de ações mecânicas: lesões traumáticas no colo uterino, colo
uterino dilatado, curetagem (PEREIRA; GUSMÃO, 2001; SILVEIRA,
2015; FRANÇA, 2017).

306 | Listar exemplos de complicações de aborto provocado.


RESPOSTA: As complicações do aborto dependem do meio utilizado
para provocá-lo. Exemplos são: no caso de utilização de produtos
químicos para provocação do aborto, resultando em intoxicação
exógena da gestante, além de outros, como embolias, ferimentos na
região vaginal e uterina, podendo haver perfurações do útero e das
alças intestinais, com infecções secundárias, peritonite, septicemia
e podendo culminar em esterilidade (FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE
JÚNIOR, 2012).

307 | Listar os possíveis vestígios em pessoa viva na perícia de


aborto criminoso.
RESPOSTA: Na perícia de aborto criminoso de mulher viva, os
possíveis vestígios analisados são distintos no caso de aborto
considerado recente ou antigo. No recente, analisam-se a mucosa
uterina (vilosidades coriais); seios (pigmentação da aréola, presença
de secreção, tubérculos de Montgomery, rede venosa de Haller); linha
nigra; cloasma; genitálias (escurecimento vulvar, pequenos e grandes
lábios edemaciados, presença de lóquios); pode haver traumatismos
no períneo e/ou colo uterino, bem como a presença do objeto usado.
A histopatologia examina restos ovulares e membranosos. Quanto ao
aborto antigo, os vestígios são dificilmente encontrados. A avaliação
morfológica e anatomopatológica das lesões é necessária para a
realização de um diagnóstico diferencial. Pode ocorrer infecções
como salpingites, endometrite e complicações como septicemia e
embolias (FRANÇA, 2017; ABRAHÃO, 2014).

308 | Citar os fatores que devem ser considerados na suspeita


de morte precedida pela provocação de aborto.

CAPÍTULO X – ABORTO 154


RESPOSTA: Devem ser consideradas a presença de prenhez anterior
e a indicação de intervenção delituosa.
Nos casos de:
• Aborto recente: avaliar a presença de lesões, formato e tamanho
do colo do útero, assim como o tamanho e formato do corpo do
útero e da cavidade uterina;
• Aborto antigo: difícil de verificar porque os achados não
evidenciam um diagnóstico de certeza; pode-se lançar mão do
prontuário médico, se ocorreu atendimento médico (FRANÇA,
2017).

REFERÊNCIAS – CAPÍTULO X

ABRAHÃO, P. J. A perícia no aborto criminoso. Conteúdo Jurídico,


2014. Disponível em: https://conteudojuridico.com.br/consulta/
artigos/41677/a-pericia-no-aborto-criminoso. Acesso em: 1 ago.
2020.
BRASIL. Palácio do Planalto. Casa Civil. Decreto-Lei nº 2.848, de
7 de dezembro de 1940. Código Penal. Diário Oficial da União,
Brasília, DF, 31 dez. 1940. Disponível em: http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm. Acesso em: 8 ago.
2020.
CROCE, D.; CROCE JÚNIOR, D. Manual de Medicina Legal. 8. ed. São
Paulo: Saraiva, 2012.
FRANÇA, G. V. Medicina Legal. 11. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2017.
HERCULES, H. C. Medicina Legal: texto e atlas. 2. ed. São Paulo:
Atheneu, 2014.
ITO, M.; ITO, L. C. Do aborto de anencéfalo. Jus.com.br, 2017.
Disponível em: https://jus.com.br/artigos/59864/do-aborto-de-
anencefalo. Acesso em: 8 ago. 2020.
PEREIRA, G. O.; GUSMÃO, L. C. B. Medicina Legal. 2001. Disponível em:
http://www.malthus.com.br/rw/forense/Medicina_Legal_2004_
gerson.pdf. Acesso em: 5 jun. 2020.
SILVEIRA, P. R. Fundamentos da Medicina Legal. 2. ed. Rio de
Janeiro: Lumen Juris, 2015. 

CAPÍTULO X – ABORTO 155


CAPÍTULO XI – INFANTICÍDIO

CAPÍTULO X – ABORTO 156


CAPÍTULO XI

INFANTICÍDIO

309 | Definir natimorto.


RESPOSTA: Natimorto é um feto morto no período perinatal,
com início na 22ª semana gestacional completa, quando já havia
capacidade vital extrauterina, podendo a morte ter causas natural
ou violenta (FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012).

310 | Definir feticídio.


RESPOSTA: Feticídio é uma modalidade de crime com morte
que ocorre no estágio de feto. “O feto nascente apresenta todas
as características do infante nascido, menos a faculdade de ter
respirado” (FRANÇA, 2017, p. 362).

311 | Definir e apresentar as características do infante nascido.


RESPOSTA: O infante nascido é o recém-nato a termo que não
apresenta sinais de ter recebido qualquer tipo de cuidado e apresenta
as seguintes características: presença de sangue no corpo, vérnix
caseoso presente principalmente em pescoço, pregas inguinais,
poplíteas e axilas, caput succedaneum, saliência de cor violácea
presente no couro cabeludo por ação pressora do colo uterino
durante o parto que desaparece, em geral, até 36 horas após o parto;
cordão umbilical com cerca de 50 cm e tonalidade branco-azulada
e brilhante, apresentando tendência para secar e cair por volta

CAPÍTULO XI – INFANTICÍDIO 157


do sétimo dia, mecônio presente nos intestinos delgado e grosso
de tonalidade verde-escura, o qual pode ser liberado em casos de
sofrimento fetal e respiração autônoma (FRANÇA, 2017).

312 | Definir recém-nascido.


RESPOSTA: A denominação de recém-nascido se refere ao tempo
que inicia na natividade até completar os 7 dias de vida, sendo
característico o fato de que ainda não tenha ocorrido a total
cicatrização da ferida umbilical. A Pediatria estabelece um período
diferente por estender esse tempo até o trigésimo dia de vida
(FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012).

313 | Definir docimásia.


RESPOSTA: As docimásias são provas que avaliam a existência
da respiração e seus efeitos. Ao respirar pela primeira vez ao sair
do útero da mãe, o corpo do bebê fisiologicamente sofre algumas
alterações pulmonares e extrapulmonares que são capazes de
serem identificadas por exames e testes periciais (FRANÇA, 2017;
HERCULES, 2014).

314 | Descrever a docimásia hidrostática pulmonar de Galeno.


RESPOSTA: A docimásia hidrostática pulmonar de Galeno é a prova
que se baseia na consistência pulmonar daquele que respirou
ativamente ou daquele que não apresentou respiração. O pulmão
fetal apresenta consistência maior que a água, porém, quando há
respiração ativa, ocorre um aumento do seu volume e, como há
conservação do peso do órgão, consequentemente ocorre uma
diminuição da sua densidade, ou seja, o pulmão do feto ou do recém-
nascido que não respirou apresenta uma densidade maior que o
recém-nato que apresentou uma respiração dinâmica.
A prova utiliza um reservatório cilíndrico de boca larga e profundo.
Coloca-se, em 2/3 da capacidade do reservatório, água em
temperatura do ambiente. A partir daí, o procedimento é feito em 4
etapas:
1ª etapa – deposita-se no frasco o sistema respiratório (pulmões,

CAPÍTULO XI – INFANTICÍDIO 158


traqueia e laringe), incluindo a língua, o coração e o timo. Caso o
conjunto flutue totalmente ou à meia-água, considera-se a fase
positiva e finaliza-se o teste. Caso não, segue-se para a próxima
etapa.
2ª etapa – mantendo o conjunto submerso, apartam-se os pulmões
por meio da região hilar das outras vísceras. Caso os pulmões
permaneçam no fundo, há o prosseguimento para a próxima etapa;
se flutuarem, encerra-se o teste.
3ª etapa – mantendo os pulmões submersos, seccionam-se pequenos
fragmentos deles e verifica-se seu comportamento. Caso todos
permaneçam no fundo, segue-se para a próxima etapa. Caso alguns
desses fragmentos venham à superfície, a etapa é considerada
positiva e finaliza-se o teste.
4ª etapa – nessa última etapa, os fragmentos que permaneceram no
fundo do reservatório devem ser comprimidos contra a parede de
próprio reservatório. No caso de liberação de bolhas gasosas, a fase
é considerada positiva. Caso contrário, é considerada negativa.
Considerações: em casos de positivação da primeira etapa, considera-
se respiração ativa abundante; quando positivas as etapas 2 e 3,
significa que a respiração foi deficitária; e, finalmente, se a quarta
etapa se mostrar positiva, deve ser considerada a prova duvidosa
ou questionar a probabilidade de raros movimentos respiratórios.
Se as quatro fases forem negativas, isso indica que não ocorreu a
respiração, ou seja, não houve a existência de vida autônoma.
É importante considerar que esse teste tem valor apenas nas
primeiras 24 horas após a morte do infante, pois, depois desse
período, pode haver formação de gases resultantes dos fenômenos
transformativos de putrefação. É necessário considerar as possíveis
tentativas de reanimação (FRANÇA, 2017; HERCULES, 2014).

315 | Apresentar as docimásias hidrostáticas de Icard.


RESPOSTA: Para complementar a docimásia hidrostática de Galeno
quando apenas a 4ª fase positivou ou em casos duvidosos. Pode ser
feita por aspiração ou por submersão em água aquecida. Na docimásia
por aspiração é utilizada água fria, que completa a capacidade do

CAPÍTULO XI – INFANTICÍDIO 159


reservatório tampado com uma rolha de borracha na qual está
adaptada a cânula de uma seringa de metal; dessa forma, ao se
puxar o êmbolo da seringa, ocorre a diminuição da pressão interna,
proporcionando o incremento de volume pulmonar e diminuição
da consistência, de modo que o pulmão sobrenada. Com isso, resta
evidente que houve respiração. Já para a imersão em água quente,
utiliza-se o pedaço do pulmão que não flutuou, e, após algum tempo
nesse reservatório, pela dilatação do ar pelo calor, se o fragmento
sobrenadar, indicará respiração autônoma (FRANÇA, 2017; CROCE;
CROCE JÚNIOR, 2012).

316 |
Descrever a docimásia histológica de Balthazard e
comentar a sua importância.
RESPOSTA: A docimásia histológica de Balthazar consiste no estudo
dos tecidos pulmonares feitos por meio de cortes histológicos e sua
observação, sendo considerada a prova mais perfeita, já que pode ser
realizada inclusive em pulmões putrefeitos. Ela determina se o feto
respirou após o nascimento ou não e se houve putrefação dos pulmões.
No feto que respirou, pode-se observar uma dilatação alveolar
uniforme, achatamento de células epiteliais, desdobramentos dos
ramos brônquicos e volume capilar aumentado; porém, no pulmão
que não apresentou respiração se observa o colabamento alveolar.
Na fase de putrefação, no interstício se identificam a presença de
bolhas gasosas e os alvéolos colabados; no caso de destruição dos
alvéolos, deverá ser utilizado o método de Weigert para a avaliação
das fibras elásticas ou, na impossibilidade, fazer uma impregnação
do retículo fibrilar aplicando a metodologia de Levi-Bielschowsky
(FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012).

317 | Conceituar a docimásia gastrointestinal de Breslau.


RESPOSTA: Essa docimásia baseia-se na presença de ar no tubo
digestório, uma vez que ocorre a penetração do ar nos primeiros
movimentos respiratórios. Retira-se o aparelho gastrointestinal, do
esôfago abdominal ao reto, com ligaduras duplas nas extremidades
e região final do intestino delgado e do piloro. Depois, depositam-se
esses elementos em compartimento com água para que seja possível

CAPÍTULO XI – INFANTICÍDIO 160


observar se flutuam ou afundam. Depois disso, corta-se entre as duas
ligaduras e, em seguida, as várias porções do tubo digestório; caso
flutuem, é considerada positiva. O resultado deve ser avaliado com
critério, devendo o ensaio ser realizado somente se for disponível o
abdome do infante (FRANÇA, 2017; SILVEIRA, 2009).

318 | Listar alguns outros exemplos de docimásias.


RESPOSTA: Outros exemplos de docimásias são: óptica de Bouchut;
diafragmática de Plocquet; radiológica de Bordas; epimicroscópica
pneumoarquitetônica de Hilário Veiga de Carvalho; química de
Icard; táctil de Nerio Rojas; auricular de Vreden-Wendt-Gelé;
hematopneumo-hepática de Severi; plêurica de Placzek, etc.
(FRANÇA, 2017; HERCULES, 2014).

REFERÊNCIAS – CAPÍTULO XI

CROCE, D.; CROCE JÚNIOR, D. Manual de Medicina Legal. 8. ed. São


Paulo: Saraiva, 2012.
FRANÇA, G. V. Medicina Legal. 11. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2017.
HERCULES, H. C. Medicina Legal: texto e atlas. 2. ed. São Paulo:
Atheneu, 2014.
SILVEIRA, P. R. Fundamentos da Medicina Legal. Rio de Janeiro:
Recanto das Letras, 2009. 

CAPÍTULO XI – INFANTICÍDIO 161


CAPÍTULO XII – TOXICOLOGIA FORENSE
CAPÍTULO XII

TOXICOLOGIA FORENSE

319 | Definir xenobiótico.


RESPOSTA: Xenobióticos são substâncias desconhecidas ao
organismo (CEBRID, 2012).

Imagem 52 – Intoxicação medicamentosa

Fonte: Freepik. Disponível em: https://br.freepik.com/fotos-gratis/mao-de-mulher-derrama-as-


pilulas-de-medicamento-fora-da-garrafa_5096873.htm#page=1&query=p%C3%ADlulas&positi
on=15. Acesso em: 31 mar. 2021.

320 | Indicar as fases do percurso do xenobiótico no corpo.


RESPOSTA: As fases do percurso do xenobiótico são: entrada,
absorção, distribuição, transformação e excreção (FRANÇA, 2017).

CAPÍTULO XII – TOXICOLOGIA FORENSE 163


321 | Citar as vias de penetração de um xenobiótico.
RESPOSTA: Vias de penetração: “oral, gástrica, inalatória, cutânea,
subcutânea, intramuscular, intraperitoneal, intravenosa, intra-
arterial e intratecal” (FRANÇA, 2017, p. 143).

322 | Definir droga psicotrópica.


RESPOSTA: Os psicotrópicos são substâncias químicas que atuam
no Sistema Nervoso Central provocando alterações no psiquismo do
usuário. Podem ser divididas em três grupos: depressores do Sistema
Nervoso Central (SNC) ou psicolépticos; estimulantes do SNC ou
psicoanalépticos, noanalépticos, timolépticos, etc.; perturbadores
do SNC ou psicoticomiméticos, psicodislépticos, psicodélicos,
alucinógenos, etc. (CEBRID, 2012).

323 | Definir drogas psicolépticas e citar exemplos.


RESPOSTA: As drogas psicolépticas são as drogas depressoras da
atividade do SNC, deixando a pessoa mais lenta. Exemplos de drogas
psicolépticas: álcool, barbitúricos, benzodiazepínicos (Diazepam,
lorazepam), opiáceos (morfina, codeína), solventes (colas, tintas,
removedores) (CEBRID, 2012).

Imagem 53 – Formas farmacêuticas sólidas

Imagem de Freestocks.org | Fonte: Pexels. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/


abstrato-resumo-abstrair-negocio-140123/. Acesso em: 31 mar. 2021.

CAPÍTULO XII – TOXICOLOGIA FORENSE 164


Imagem 54 – Intoxicação por benzodiazepínicos – cavidade oral

Fonte: arquivo do Prof. Dr. Jose Luis Prieto Carrero.

Imagem 55 – Intoxicação por benzodiazepínicos – conteúdo gástrico

Fonte: arquivo do Prof. Dr. Jose Luis Prieto Carrero.

Imagem 56 – Intoxicação por benzodiazepínicos – cianose ungueal

Fonte: arquivo do Prof. Dr. Jose Luis Prieto Carrero.

CAPÍTULO XII – TOXICOLOGIA FORENSE 165


Imagem 57 – Droga Psicoléptica – Ópio

Foto de Iva Balk | Fonte: Pixabay. Disponível em: https://pixabay.com/pt/photos/poppyhead-


campo-da-papoila-flora%C3%A7%C3%A3o-2654518/. Acesso em 29 mar. 2021.

324 | Definir drogas psicoanalépticas e citar exemplos.


RESPOSTA: As drogas psicoanalépticas são drogas estimulantes
do SNC, aumentando sua atividade. Exemplos: anorexígenos
(principalmente as anfetaminas) e cocaína (CEBRID, 2012).

Imagem 58 – Cigarro

Imagem de Cottonbro | Fonte: Pexels. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/


anonimo-borrao-mancha-nevoa-5932301/. Acesso em: 31 mar. 2021.

CAPÍTULO XII – TOXICOLOGIA FORENSE 166


Imagem 59 – Droga Psicoanaléptica – Cocaína

Foto de Stevepb | Fonte: Pixabay. Disponível em: https://pixabay.com/pt/photos/drogas-


coca%C3%ADna-usu%C3%A1rio-v%C3%ADcio-908533/. Acesso em: 29 mar. 2021.

Imagem 60 – Bolsas contendo cocaína – body packer

Fonte: arquivo próprio.

325 | Definir drogas psicodislépticas e citar exemplos.


RESPOSTA: As drogas psicodislépticas apresentam uma ação
perturbadora das atividades do Sistema Nervoso Central (SNC), que
modifica a qualidade da atividade cerebral, não quantitativamente,
como as drogas anteriores (que aumentam e diminuem a
atividade). Exemplos: THC (maconha), mescalina, LSD-25, êxtase e
anticolinérgicos (CEBRID, 2012).

CAPÍTULO XII – TOXICOLOGIA FORENSE 167


Imagem 61 – Maconha

Fonte: Freepik. Disponível em: https://br.freepik.com/fotos-gratis/brotos-de-maconha-com-juntas-


de-maconha-e-oleo-de-cannabis_7365453.htm#page=1&query=maconha&position=1. Acesso em: 31
mar. 2021.

Imagem 62 – Droga psicodisléptica – Psilocybe cubensis

Imagem de Pretty drugthings | Fonte: Unsplash. Disponível em: https://images.unsplash.com/


photo-1590487586575-9295d720cad2?ixlib=rb-1.2.1&ixid=eyJhcHBfaWQiOjEyMDd9&auto=format&f
it=crop&w=746&q=80. Acesso em: 29 mar. 2021.

326 | Com relação ao consumo de drogas, definir tolerância.


RESPOSTA: Tolerância diz respeito à necessidade de aumentar as
doses para se alcançar determinado efeito em razão de exposição
prévia (FRANÇA, 2017; KLAASSEN, 2012; FIDALGO; PAN NETO;
SILVEIRA, [2012]).

327 | Definir dependência.


RESPOSTA: Dependência diz respeito à interação entre o consumo
de determinada droga e o metabolismo dependente desse efeito. Ou

CAPÍTULO XII – TOXICOLOGIA FORENSE 168


seja, o indivíduo deseja tanto o efeito de certa substância química que
acaba por ter seu comportamento e estado psíquico alterados com o
fito de evitar o desconforto da privação (FRANÇA, 2017; FIDALGO;
PAN NETO; SILVEIRA, [2012]).

328 | Definir crise de abstinência.


RESPOSTA: A abstinência é uma síndrome com sinais e sintomas
decorrentes da ausência de determinada interação entre indivíduo e
substância que é aliviada com o consumo (FRANÇA, 2017; FIDALGO;
PAN NETO; SILVEIRA, [2012]).

329 | Citar e descrever as fases da embriaguez.


RESPOSTA: A embriaguez, na maioria doutrinária, apresenta três
fases: excitação, confusão e sono. Na primeira, o indivíduo está
na fase eufórica, em que fica mais animado, humorado, podendo
passar a impressão de capacidade intelectual aumentada. Na fase de
confusão (pode ser chamada fase médico-legal), o indivíduo passa
da fase eufórica e começa a apresentar dificuldades neurológicas
e psíquicas, além de alteração da marcha. Na última, como o nome
mesmo diz, o indivíduo mergulha em sono profundo. Teorias que
aceitam outras fases (cinco) admitem que a embriaguez se inicia na
fase subclínica (leve excitação decorrente do pequeno teor de álcool)
e pode terminar em morte (FRANÇA, 2017).

Imagem 63 – Ilustração de bebida com álcool etílico

Imagem de Picography | Fonte: Pexels. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/alcool-


aperitivo-balada-bar-4784/. Acesso em: 31 mar. 2021.

CAPÍTULO XII – TOXICOLOGIA FORENSE 169


330 | Citar e descrever as formas de embriaguez.
RESPOSTA: As formas de embriaguez são: culposa – negligência
ou imprudência por falta de conhecimento dos efeitos do álcool;
preterdolosa – indivíduo não deseja o resultado, mas detém o
conhecimento de que ao estar embriagado pode vir a produzi-lo;
fortuita – ocasional decorrente de erro compreensível e não de
conduta imprudente, podendo isentar pena; acidental – indivíduo
bebe alguma bebida alcoólica sem saber que é alcoólica (pode ter o
benefício de isenção de responsabilidade); por força maior – incapaz de
um ser humano prever ou resistir (pode reduzir pena); preordenada
– indivíduo busca se embriagar com o objetivo de cometer delitos
(agravante de pena); habitual – indivíduos que estão sob efeito etílico
cotidianamente, patológica – desproporção entre pequenas doses e
intensidade de efeitos (FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012).

331 | Listar as matrizes biológicas para as análises toxicológicas.


Resposta: As amostras coletadas in vivo são: sangue, urina, cabelo
e conteúdo gástrico. Já nos casos post mortem, podem-se coletar:
sangue cardíaco e femoral, urina, material gástrico, humor vítreo e
amostras de: fígado, rim, pulmão, cérebro, baço, músculo esquelético
(PROENÇA, [2019?]).

332 |Avaliar se nos cadáveres putrefeitos o resultado da


análise de etanol pode estar prejudicada.
Resposta: Sim. Nos corpos putrefeitos, ocorre a produção de etanol
no fenômeno transformativo destrutivo do corpo (FRANÇA, 2017).

333 | Comentar sobre a síndrome “Body Packer”.


RESPOSTA: A síndrome Body Packer refere-se àqueles indivíduos
que trabalham como “mula”, ou seja, transportam drogas ilícitas no
interior de ser organismo (estômago e intestino). Diverge do “body
pusher”, que são aqueles indivíduos “que transportam pequenas
quantidades de droga nos orifícios naturais (ânus e vagina)”
(FRANÇA, 2017, p. 144; CAMPOLINA, 2010).

CAPÍTULO XII – TOXICOLOGIA FORENSE 170


REFERÊNCIAS – CAPÍTULO XII

CAMPOLINA, D. et al. Diagnóstico por imagem de Body Packers:


relato de caso. Rev. Med. Minas Gerais, v. 20, n. 3, (supl. 4), p. S50-S54,
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em: 3 jul. 2020.
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DROGAS PSICOTRÓPICAS. Livreto informativo sobre Drogas
psicotrópicas. 2012. Disponível em: https://www.cebrid.com.br/
wp-content/uploads/2012/12/Livreto-Informativo-sobre-Drogas-
Psicotr%C3%B3picas.pdf. Acesso em: 3 jul. 2020.
CROCE, D.; CROCE JÚNIOR, D. Manual de Medicina Legal. 8. ed. São
Paulo: Saraiva, 2012.
FIDALGO, T. M.; PAN NETO, P. M.; SILVEIRA, D. X. Abordagem da
dependência química. São Paulo: UNA-SUS, [2012]. Disponível
em: https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/pab/4/
unidades_casos_complexos/unidade20/unidade20_ft_dependencia.
pdf. Acesso em: 3 jul. 2020.
FRANÇA, G. V. Medicina Legal. 11. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2017.
KLAASSEN, C. D. Fundamentos em toxicologia de Casarett e
Doull. 2. ed. Porto Alegre: AMGH, 2012.
PROENÇA, V. Toxicologia Forense: detecção de drogas em amostras
biológicas. [S. l.]: IBRAP, [2019?]. Disponível em: https://ibapcursos.
com.br/toxicologia-forense-deteccao-de-drogas-em-amostras-
biologicas/. Acesso em: 2 jun. 2020. 

CAPÍTULO XII – TOXICOLOGIA FORENSE 171


CAPÍTULO XIII – IMPUTABILIDADE PENAL
CAPÍTULO XIII

IMPUTABILIDADE PENAL

334 | Conceituar imputabilidade.


Resposta: Imputabilidade é “a capacidade de entender o caráter
ilícito do fato e de determinar-se de acordo com esse entendimento”
(CAPEZ, 2004 apud CLARA, [2018]).

335 | Definir capacidade civil.


Resposta: Capacidade civil é a propriedade que o indivíduo possui
de exercer seus direitos que legalmente lhe são atribuídos, bem como
usufruir deles (GAGLIANO; PAMPLONA FILHO, 2017).

336 | Listar os modificadores de imputabilidade biológicos.


Resposta: Os modificadores de imputabilidade biológicos são:
“idade, sexo, emoção, paixão e agonia” (FRANKLIN, 2019, p. 40).

337 |
Citar exemplos de modificadores de imputabilidade
mesológicos.
Resposta: Exemplos de modificadores de imputabilidade
mesológicos são: “silvícolas e multidões” (FRANKLIN, 2019, p. 40).

338 | Listar os modificadores de imputabilidade biopsicológicos.


Resposta: Os modificadores de imputabilidade biopsicológicos são:

CAPÍTULO XIII – IMPUTABILIDADE PENAL 173


embriaguez, afasia, sonambulismo, surdo-mudez, etc. (FRANKLIN,
2019).

339 | Listar os modificadores de imputabilidade psiquiátricos.


Resposta: Os modificadores de imputabilidade psiquiátricos são:
doenças mentais, epilepsia, drogadição, etc. (FRANKLIN, 2019).

340 | Citar os modificadores de imputabilidade legais.


Resposta: Os modificadores de imputabilidade legais são as “causas
circunstanciais do crime” (FRANKLIN, 2019, p. 40).

341 | Citar o artigo 26 do Código Penal.


Resposta: Segundo o Código Penal (CP) – Decreto-Lei nº 2.848, de
7 de dezembro de 1940:
“Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo
da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984).
Redução de pena
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços,
se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou
por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era
inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)” (BRASIL, 1940).

342 | Conceituar desenvolvimento mental incompleto.


Resposta: Desenvolvimento mental incompleto é o estado de
indivíduos que ainda não obtiveram a maturidade psíquica, como:
crianças e adolescentes; ou àqueles que de forma congênita ou
resultante de algum processo (trauma, doença, fatores psicossociais)
tiveram uma parada no processo do desenvolvimento mental
(ZAFFARONI, 2015; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012).

CAPÍTULO XIII – IMPUTABILIDADE PENAL 174


343 | Citar o artigo 27 do Código Penal.
Resposta: “Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente
inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação
especial. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)” (BRASIL, 1940).

344 | Citar o artigo 28 do Código Penal.


Resposta: “Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - a emoção ou a paixão; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Embriaguez
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de
efeitos análogos. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa,
proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação
ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do
fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984).
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente,
por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não
possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com
esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)”
(BRASIL, 1940).

345 | Conceituar Criminologia


Resposta: Segundo Gonzaga (2020), “Criminologia é uma ciência
autônoma que estuda o criminoso, o crime, a vítima, os controles
sociais formais e informais que atuam na sociedade, bem como a
forma de prevenção da criminalidade” (GONZAGA, 2020, p. 12).

346 | Conceituar Vitimologia.


Resposta: Vitimologia é o estudo da vítima como integrante na
geração e na causa do delito (CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012). Observa
a vítima como elo que não se desprende da ocorrência e dos motivos
delituosos (FRANÇA, 2017).

CAPÍTULO XIII – IMPUTABILIDADE PENAL 175


347 | Definir os elementos para que ocorra a configuração de
crime.
Resposta: Há a necessidade do fenômeno tripartide para a existência
do crime, a saber: fato tipificado, contrário à ordenação jurídica e
culpável (FRANKLIN, 2019).

REFERÊNCIAS – CAPÍTULO XIII

BRASIL. Palácio do Planalto. Casa Civil. Decreto-Lei nº 2.848, de


7 de dezembro de 1940. Código Penal. Diário Oficial da União,
Brasília, DF, 31 dez. 1940. Disponível em: http://www.planalto.gov.
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CLARA, T. A definição da imputabilidade no Direito Penal Brasileiro.
JusBrasil, [2018]. Disponível em: https://thaysclara.jusbrasil.
com.br/artigos/537150848/a-definicao-da-imputabilidade-no-
direito-penal-brasileiro#:~:text=Para%20Capez%20(2013)%20
a%20imputabilidade,est%C3%A1%20realizando%20um%20
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CROCE, D.; CROCE JÚNIOR, D. Manual de Medicina Legal. 8. ed. São
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FRANÇA, G. V. Medicina Legal. 11. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
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FRANKLIN, R. Medicina Forense aplicada. Rio de Janiero: Rubio,
2019.
GAGLIANO, P. S.; PAMPLONA FILHO, R. Manual de Direito Civil. São
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GONZAGA, C. Manual de criminologia. 2. ed. São Paulo: Saraiva
Educação, 2020. 344 p.
ZAFFARONI, E. R. et al. Inimputabilidade e semi-imputabilidade
por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou
retardado. Rev. Epos, Rio de Janeiro, v. 6, n. 2, p. 141-154, dez. 2015.
Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S2178-700X2015000200008&lng=pt&nrm=iso. Acesso
em: 8 ago. 2020.

CAPÍTULO XIII – IMPUTABILIDADE PENAL 176


POSFÁCIO
POSFÁCIO

Me complace extraordinariamente el encargo de redactar el


epílogo de esta obra de mi buena amiga y colega, la Profesora Rita
Higa, obra que no necesita de ningún elogio por mi parte, porque
los estudiantes de medicina a quienes va dirigida encontrarán al
leerla sobrados motivos para reconocer el mérito de saber combinar
de una forma original, sencilla y directa el enfoque didáctico con
el rigor científico al acometer los temas principales de la Medicina
Legal, lo que con seguridad despertará el interés del alumno por
esta especialidad.
El acertado título, ‘de la pregunta al aprendizaje en Medicina
Legal’ nos indica claramente la doble aspiración de este texto creado
por y para estudiantes bajo la coordinación y revisión de prestigiosos
profesores. El de la necesidad de preguntar y de preguntarse para
aprender, para adquirir conocimientos - en palabras del escritor
Haruki Murakami ‘preguntar es vergüenza de un día, pero no
preguntar es vergüenza de una vida’ – y el de resaltar la propia
función de la Medicina Legal en su papel de dar respuesta a los
numerosos interrogantes que desde la aplicación del Derecho se le
plantean a la ciencia médica.
Los primeros dos capítulos recogen los aspectos relativos a la
definición y evolución histórica de la Medicina Legal a partir de sus
profesionales más destacados, así como un repaso de los elementos
básicos de prueba, incluyendo el examen de la escena, y de la propia
actividad pericial.
A continuación, el capítulo tres desarrolla un tema que considero
esencial en la formación de los futuros médicos, los documentos
médico-legales que todo profesional debe conocer con detalle y

POSFÁCIO 178
saber cumplimentar, ya que formarán parte de su tarea cotidiana en
la actividad clínica.
A partir de aquí, el texto se va dirigiendo hacia aspectos más
específicos de la Medicina Legal, aunque siempre conservando la
perspectiva que cualquier médico debe tener, independientemente
de su especialidad, tanto en relación con el cadáver, como con el vivo.
Los capítulos cuatro a seis se centran en la evolución cadavérica,
los problemas relativos a la data de la muerte y las técnicas de
identificación, incluyendo conceptos básicos de la dactiloscopia, la
antropología y la genética forense.
El amplio territorio de la Traumatología forense se expone en el
capítulo siete. Los tipos de lesiones, su origen, evolución y mecanismo
de producción, así como las características de la caída y precipitación,
el atropello ferroviario, las lesiones por arma blanca y por arma de
fuego, asfixias y lesiones por agentes físicos todo ello acompañado
de documentación gráfica esencial para su adecuada comprensión.
Los capítulos ocho a once desarrollan los aspectos relativos a la
sexología forense, incluyendo la violencia sexual, parafilias, aborto e
infanticidio.
El capítulo doce introduce al estudiante en otro tema de especial
interés para todo médico, la Toxicología referida a la problemática
médico legal de las drogas de abuso y los conceptos de dependencia,
abstinencia y embriaguez.
Finalmente, el capítulo trece afronta la temática de los elementos
modificadores de la imputabilidad y la capacidad, ambas de
extraordinario interés legal en las respectivas jurisdicciones penal
y civil.
No es habitual, al menos es España, que los libros científicos
cuenten con un epílogo. El epílogo de una obra narrativa trata de
cerrar el relato, describiendo hechos producidos tras el desenlace
de la trama principal, como el destino de los protagonistas. En este
caso, el destino de esta obra, como el de la propia Medicina Legal es,
sin embargo, un destino abierto que seguirá necesitado de nuevas
preguntas lo que, con certeza, demandará nuevas y ampliadas
ediciones del presente libro.
Dr. José L. Prieto
Médico Forense

POSFÁCIO 179
Médico e Odontólogo
Especialista em Medicina Legal e Forense
Membro do Corpo Nacional de Médicos Forenses de
Espanha, com mais de 30 anos de experiência como
médico forense atuando no IML de Madri
Professor do Departamento de Medicina Legal da
Universidade Complutense de Madri há mais de 20
anos.

POSFÁCIO 180
REFERÊNCIAS

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2014. Disponível em: https://conteudojuridico.com.br/consulta/
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REFERÊNCIAS 189
Este livro foi composto em tipos
Cambria e Zurich, na versão digital
para dispositivos eletrônicos por
Adalbacom em maio de 2021.
“Estamos perante uma obra que, por meio da resposta de um amplo
leque de perguntas, nos proporciona uma viagem pela Medicina Legal,
partindo da sua história e evolução para chegar à realidade prática
pericial quotidiana, nas diversas áreas de atuação desta ciência guardiã
da justiça, que sempre foi – e que sempre será – essencial para a
aplicação desta, para a defesa de valores tão fundamentais quanto a
honra, o bom nome, a liberdade e a dignidade da pessoa humana [...]”.

“Este é um livro que se distingue pela forma abrangente e completa

da abordagem dos temas, pelo didatismo que o caracteriza, pela visão

fresca que proporciona, pela acessibilidade que oferece [...]”.


Prof. Dr. Duarte Nuno Vieira.

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