História

Lei do açúcar - 1764 ............................................. 14

Sumário
Lei do Selo – 1765 ................................................ 14
Atenas .................................................................... 3
Atos Townshend – 1767 ....................................... 14
Esparta ................................................................... 3
Lei do Chá – 1773 ................................................. 14
Roma ...................................................................... 3
Guerra civil americana 1861 – 1865 ...................... 15
Formação, apogeu e crise do sistema feudal ........... 4
Colonialismo século XVI x Imperialismo do século
Alta idade média ..................................................... 4
XIX ....................................................................... 16
Cruzadas ................................................................. 5
Imperialismo na África.......................................... 16
Crise do feudalismo ................................................ 5
Imperialismo na Ásia ............................................ 17
Portugal .................................................................. 6
Imperialismo na América ...................................... 17
Espanha .................................................................. 6
Expansionismo português .................................... 18
Inglaterra ................................................................ 6
Expansionismo espanhol ...................................... 18
França..................................................................... 6
Atividades complementares ................................. 19
Absolutismo na França ............................................ 6
Invasões francesas ............................................... 19
Absolutismo na Inglaterra ....................................... 7
Invasões holandesas............................................. 19
Absolutismo na Espanha ......................................... 7
Bandeiras ............................................................. 20
Absolutismo em Portugal ........................................ 7
Período Pombalino ............................................... 20
Nicolau Maquiavel .................................................. 7
Rebeliões nativistas .............................................. 20
Thomas Hobbes ...................................................... 7
Rebeliões separatistas .......................................... 21
Revolução científica ................................................ 8
A abertura dos portos – 1808 ............................... 21
Reforma Luterana ................................................... 8
A independência do Brasil, 1822........................... 22
A reforma calvinista ................................................ 9
Primeiro Reinado ................................................. 22
A reforma anglicana ................................................ 9
Constituição de 1824 ............................................ 22
Comércio triangular ................................................ 9
Crise..................................................................... 23
Revoluções Inglesas .............................................. 10
Período Regencial................................................. 23
Francis Bacon ........................................................ 11
Revolta dos Malês – Bahia, 1835 .......................... 24
René Descartes ..................................................... 11
Cabanagem – Grão-Pará, 1835-1840 .................... 24
Jon Lock ................................................................ 11
Sabinada – Bahia, 1837 ........................................ 24
Voltaire................................................................. 11
Balaiada – Maranhão, 1838-1841 ......................... 24
Montesquieu ........................................................ 11
Guerra dos Farrapos – Rio Grande do Sul, 1835-1845
Jean-Jacques Rousseau ......................................... 11 ............................................................................ 24
Denis Diderot ........................................................ 11 Segundo Reinado ................................................. 24
Espanha ................................................................ 11 O desenvolvimento industrial ............................... 25
Portugal ................................................................ 11 O movimento abolicionista................................... 25
França................................................................... 11 Lei Eusébio de Queirós – 1850 .............................. 25
França................................................................... 12 Lei do Ventre Livre - 1871 ..................................... 25
Astecas ................................................................. 12 Lei do Sexagenário – 1885 .................................... 25
Incas ..................................................................... 12 Lei Áurea - 1888 ................................................... 25
Maias.................................................................... 12 Guerra do Paraguai 1864-1870 ............................. 25
Argentina.............................................................. 13 O golpe republicano ............................................. 26
Haiti ...................................................................... 13 Governo provisório .............................................. 26
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História
Café, indústria e movimento operário. .................. 27
Arraial de Canudos................................................ 28
Contestado ........................................................... 28
Cangaço ................................................................ 28
Revolta da Vacina ................................................. 28
Revolta da Chibata ................................................ 28
As eleições de 1930 – Ruptura do café com leite ... 29
Governo Provisório 1930 - 1934 ............................ 29
Governo Constitucional – 1934, 1937.................... 29
O fim do Estado Novo ........................................... 30
Governo Eurico Gaspar Dutra – 1946, 1950 ........... 30
Governo Vargas – 1951-1954 ................................ 31
Governo de Café Filho – 1954, 1955 ...................... 31
Governo Juscelino Kubitschek 1956-1961 ............. 31
Governo Jânio Quadros – 1961 ............................. 32
Governo João Goulart 1961 – 1964 ....................... 32
Governo Castelo Branco 1964 - 1967 .................... 32
Governo Costa e Silva 1967 – 1969 ....................... 32
Governo Médici 1969 – 1974 ................................ 33
Governo Geisel 1974 – 1979 ................................. 33
Governo Figueiredo 1979 – 1985 .......................... 33
Transição para a democracia................................. 34
Governo de José Sarney (1985-1989) .................... 34
Governo Collor (1990-1992) .................................. 34
Governo Itamar Franco (1992-1994) ..................... 34
Governo Fernando Henrique (1995-2002) ............. 35
Governo Lula (2003-2011)..................................... 35
Reinos africanos.................................................... 35
Escravidão negra................................................... 36
A primeira Constituição Francesa, em 1791 .......... 37
República Jacobina................................................ 37
Império francês..................................................... 38
Congresso de Viena .............................................. 38
Fatores responsáveis pelo pioneirismo inglês........ 39
Ludismo ................................................................ 40
Cartismo ............................................................... 40
Socialismo utópico ................................................ 40
Socialismo científico ............................................. 40
Anarquismo .......................................................... 41
Cristianismo social ou socialismo cristão ............... 41
Liberalismo e democracia ..................................... 41
Romantismo......................................................... 41
Nacionalismo ....................................................... 42
Unificação italiana ................................................ 42
Unificação alemã .................................................. 42
Comuna de Paris – 1870 ....................................... 43
Tríplice Aliança ..................................................... 44
Tríplice Entente .................................................... 44
Tratado de paz ..................................................... 45
Mencheviques...................................................... 45
Bolcheviques ........................................................ 45
Stalinismo ............................................................ 46
New Deal ............................................................. 47
Fascismo italiano .................................................. 48
Fascismo alemão .................................................. 48
Fascismo português.............................................. 49
Fascismo espanhol ............................................... 49
Guerra Civil Espanhola.......................................... 50
Mundo pós-guerra ............................................... 50
Expansão do bloco socialista ................................ 51
Guerra da Coreia .................................................. 52
Revolução Chinesa ............................................... 52
Guerra do Vietnã .................................................. 52
Fragmentação da União Soviética......................... 53
Macartismo: perseguição aos inimigos do
capitalismo........................................................... 54
Descolonização asiática ........................................ 55
Descolonização africana ....................................... 55
México ................................................................. 56
Cuba .................................................................... 57
Chile..................................................................... 57
Argentina ............................................................. 57
União Europeia – um breve histórico .................... 58
Crises recentes do capitalismo mundial ................ 59
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História
Grécia
Formação
 A localização geográfica e o solo pouco fértil
transformaram o comércio na principal atividade
econômica.
 A expansão comercial grega levou à colonização de
vários pontos ao longo do Mediterrâneo, fundando
cidades gregas.
 A sociedade se baseava nos genos, comunidades
agrícolas autossuficientes, a propriedade era comunal
e a política comandada pelo homem mais velho, o
pater.
 Cada cidade possuía completa autonomia política e
econômica, bem como suas próprias práticas
religiosas e culturais.
 O poder passou, gradativamente, para um pequeno
grupo de proprietários que se revezavam no controle
político, constituindo uma oligarquia.
Atenas
 Destaca-se dois grandes legisladores: Drácon e Sólon.
O primeiro transformou em registro escrito o
conjunto de leis baseado na tradição oral ateniense,
reafirmando o poder da elite, os eupátridas.
 Sólon aboliu a escravidão dor dívidas, enfatizou o
direito de qualquer pessoa prestar queixa de modo a
corrigir uma injustiça, e propôs a divisão censitária da
sociedade.
 Foram vários os tiranos que aproveitaram as medidas
de Sólon, até a implantação da democracia.
A construção da democracia
 Baseada na igualdade e direta, não havendo
representação em eleições, assim, os relativamente
pobres tinham o mesmo poder de decisão que os mais
ricos.
 Na Ágora era organizada a Eclésia, assembleia que
reunia para discutir assuntos políticos.
 Cidadãos eram homens, filhos de pai e mãe ateniense,
maiores de 18 anos, excluindo mulheres, estrangeiros
(metecos) e os escravos.
Sociedade
 Cidadãos: controlavam o poder político e detinham a
maioria das terras.
 Metecos: estrangeiros considerados livres e se
dedicavam as artes, ao artesanato e ao comércio, mas
não tinham direitos políticos e eram proibidos de se
casar com cidadãos.
 Escravos: se tornava por nascimento, por dívida ou
por prisioneiro de guerra, fundamenteis para que os
cidadãos se dediquem completamente à vida pública
na Ágora.
Esparta
 Apresentava terras férteis, sofrendo menos com
crises econômicas.
 A política era uma oligarquia guerreira que dominava
o Estado e a propriedade de terra.
 O monopólio político ficava nas mãos dos cidadãos-
guerreiros.
Sociedade
 Hilotas: servos do Estado e estavam presos à terra,
sem direito político e submetidos a maus-tratos.
 Espartanos: elite militar e maioria dos habitantes.
Detinham poder político e o controle da maioria das
terras férteis da região.
 Periecos: livres e não possuíam direitos políticos,
dedicando-se ao comércio e ao artesanato, proibidos
de se casarem com espartanos.
 A militarização foi marcante, visto que os homens,
desde a infância, eram treinados na arte da guerra, e
preocupados com a excelência física, a cargo do
Estado.
Guerras Médicas
 Série de batalhas em que as cidades gregas
enfrentavam tentativas de invasão.
 As cidades-Estado abdicaram de seu isolamento e sua
autonomia formando a Liga de Delos, uma associação
militar entre as cidades gregas que arrecadava
impostos visando ao fortalecimento do Exército grego.
 Após vencerem, Atenas insistiu na manutenção da liga,
submetendo as demais cidades ao seu poder.
Guerra do Peloponeso
 As demais cidades não aceitaram pacificamente o
domínio ateniense e, comandadas por Esparta,
formaram a Liga do Peloponeso.
 Eclodiu uma guerra entre Esparta e Atenas com vitória
dos espartanos.
 Várias cidades sucederam-se no controle do poder da
região, ocasionando conflitos diversos, o que gerou o
enfraquecimento geral das cidades gregas e permitiu a
invasão dos macedônios.
Período Helenístico
 Período de expansão territorial da cultura da Grécia,
com o principal responsável Alexandre, o Grande,
imperador da Macedônia, que havia conquistado a
região da Grécia.
 Derrotou os persas e fundou uma série de cidades,
mas, com sua morte, houve diversos conflitos internos
e divisões políticas, desintegrando o Império e
formando monarquias.
Cultura
 Religião politeísta, cultuavam deuses antropomórficos,
com desejos humanos.
 Desenvolveram a dramaturgia, com peças de cunho
político ligadas a aspectos do cotidiano.
 O teatro era marcado por tragédias e comédias.
Roma
Formação
 O mito diz que sua fundação foi dada pelos irmãos
Rômulo e Remo, após serem salvos da morte por uma
loba que os amamentou, tornando Rômulo o primeiro
rei.
Monarquia
 O rei tinha caráter sagrado, exercia o Poder Executivo
e era o chefe militar e religioso.
 Seu poder era controlado pelo Senado.
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História
 Declínio devido ao acirramento dos conflitos políticos
entre as classes dos patrícios e dos plebeus, iniciando
uma república.
Sociedade
 Patrícios: elite econômica, concentrando a
propriedade da terra e o poder político, já que
controlavam o Senado.
 Plebe: homens livres sem direitos políticos. Viviam sob
domínio dos patrícios, sendo chamados de clientes.
 Escravos: força de trabalho devido a dívidas e derrotas
nas guerras, existindo até professores, médicos e
artistas.
República
 Com caráter oligárquico, pois, durante o período, o
poder esteve concentrado nas mãos de uma restrita
elite patrícia.
 A Assembleia Popular representava os interesses da
plebe, que desejavam participação política e
conseguiram a abolição da escravidão por dívidas e
permissão de casamento com nobres.
 Elaboração da Lei das Doze Tábuas, a base do Direito
romano, pois representava a oficialização da
legislação.
 Roma conquistou diversos territórios e os submeteram
a uma pesada carga de impostos, colecionando mão de
obra escrava para derrotados.
 A concentração de terras nas mãos dos patrícios
provocou a decadência e a revolta de pequenos
proprietários rurais.
 A tribuna da plebe apresentou propostas de reformas
visando diminuir a concentração de terras nas mãos
dos patrícios e a venda de trigo a preço menores para
os pobres.
 Insatisfações populares deram início às guerras civis e,
após derrotar adversários, com o apoio do Senado,
Otávio recebeu o título de imperador e se proclamou
Augusto.
Império
 Otávio concentrou o poder em suas mãos,
subordinando o Senado.
 Passou a ser considerado um escolhido dos desses, daí
o nome Augusto, significa sagrado.
 Para solucionar graves problemas sociais, tomou uma
série de medidas obtendo relativo sucesso, ficando
conhecido o período como Paz Romana.
 Para conseguir apoio da elite, criou uma burocracia
imperial, que possuía privilégios.
 Criou a política do pão e circo para amenizar as tensões
entre as classes baixas, que consistia em distribuir trigo
e promover espetáculos para a parcela mais pobre da
plebe.
 Seus sucessores tiveram uma postura tirânica, não
agradaram e não foram tão eficientes.
O Colapso do Império Romano do Ocidente
 A grande extensão dificultava o controle desse vasto
território e, as grandes distâncias geraram problemas
de comunicação.
 Com a diminuição das conquistas territoriais, diminuiu
o fluxo de prisioneiros e houve um aumento no preço
dos escravos, além dos produtos, causando uma crise
que foi agravada pela pouca produtividade em virtude
da escassez de mão de obra.
 Criaram o colonato, em que o camponês teria direito
ao arrendamento de uma porção de terra e, em troca,
pagaria ao proprietário em dias de trabalho e em
produtos.
 O grande contingente militar necessário para a
manutenção das estruturas romanas gerou grandes
despesas e a paralização das conquistas e do fluxo de
escravos provocou retração nos recursos do Estado.
 Militares lutavam pela ocupação do posto de
imperador, muitos deles assassinados, iniciando um
processo de intervenção direta do Estado na vida
social, fixando o preço de salários e mercadorias para
combater a inflação.
 Estabeleceu a tetrarquia, além de concederem relativa
liberdade religiosa, com exceção do cristianismo que
era visto como uma ameaça.
 As migrações violentas dos povos germânicos
colaboraram para a derrota, conhecida como invasões
bárbaras, visto que não falavam o idioma nem
professaram a cultura romana.
Patrocinium: relação de dependência entre o trabalhador
rural e o proprietário.
Cultura
 Ao conquistar a Grécia, absorveram diversos
aspectos da cultura grega, como a religião.
 Eram politeístas e perseguiam cristãos por
venerarem apenas um Deus, até o sec. IV d. C.
 Educação variava de acordo com classe social e
sexo, os privilegiados aprendiam a ler e escrever
em latim e grego, e os menos abastados
dedicavam-se ao trabalho agrícola ou artesanal.
 Na arquitetura construíram grandes edifícios
públicos.
Formação, apogeu e crise do sistema feudal
Alta idade média
 Período entre a queda do Império Romano do
Ocidente e a segunda onda de migrações nos séculos
IX e X.
 Consolidação do sistema feudal.
 Retração populacional devido à crise romana.
 Marcada pela expansão da fome e das epidemias.
 Os povos germânicos se fragmentaram.
O reino dos francos
 A sua importância está vinculada à consolidação do
cristianismo na Europa Ocidental, visto que Clóvis foi
quem fez ser o primeiro reino a se converter, e à
generalização das relações de vassalagem e suserania.
 Com a morte de Clóvis, veio a ascensão dos carolíngios,
que conteve a expansão muçulmana e conseguiu
manter extensos domínios unificados e conquistar
novas áreas.
Feudalismo
 Originou-se na França, nos séculos IX e X, podendo ser
resumido em vínculos de obediência e proteção que
ligam homem a homem.
 Origem em fedum, significando posse ou domínio.
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História
Política
 Fragmentação do poder, afinal, as constantes guerras
e migrações colaboraram para o enfraquecimento do
rei.
 Os reis viram seus poderes serem divididos em meio à
nobreza proprietária de terras, mas ainda tinham
caráter sagrado.
 As relações entre o Estado e os indivíduos foram
substituídas por relações de dependência pessoa, com
fidelidade entre os homens.
 O monarca distribuía lotes de terra entre os guerreiros
que o auxiliavam nas conquistas de novos territórios,
formando a nobreza fundiária.
 O suserano contraria a prestação de serviços militares
por tempo determinado, e o vassalo, que recebia o
feudo e devia lealdade ao senhor.
 Em seu feudo, o senhor poderia aplicar justiça, garantir
a proteção e tratar da administração e da fiscalização.
Cruzadas
 Expedições militares e religiosas que tinham dois
objetivos principais: a conquista da Terra Santa,
Jerusalém, e a contenção do avanço muçulmano sobre
a região do Império Bizantino.
 A expulsão dos muçulmanos era vista como uma forma
de expansão do cristianismo, incentivada pela Igreja
como uma continuação da Reconquista ibérica.
 Representavam uma possibilidade de lucro nas áreas
que viriam a ser conquistadas em direção ao Oriente.
 A busca pela Terra Santa era uma possibilidade de
escoamento do excedente populacional.
 Foram 5 que fracassaram nos objetivos religiosos, mas
o contato com os árabes dinamizou as relações entre
os europeus e o Oriente.
 Causou um relativo enfraquecimento da nobreza
feudal devido aos gastos nas disputas, muitos se viam
obrigados a conceder liberdade aos servos.

Economia
Crise do feudalismo
Peste, fome e guerra
 Passou por um período de tração e estagnação, visto
 O crescimento demográfico e comercial provocou
que as produções agrícolas, artesanais e comerciais
transformações na sociedade europeia, levando a
foram reduzidas, devido ao retrocesso demográfico
novos métodos de exploração agrícola, como irrigação,
percebido no período.
drenagem, sistema de rotação de culturas,
 A produção voltada pela subsistência e os constantes
transformaram em terras férteis os locais secos e de
conflitos provocaram a diminuição das transações
pântanos.
comerciais e do uso da moeda, desaparecendo.
 Houve grave desequilíbrio climático responsável por
 A partir do século XI, observa-se um aumento
um período intenso de chuvas que causou retração na
demográfico e devido ao fim das migrações e dos
agricultura e, como consequência, a fome.
conflitos, aumentou a produção e proporcionou um
 Os grandes senhores não aceitavam a queda em seus
crescimento populacional.
rendimentos, aumentando a exploração sobre os
 Os sistemas de peso e medidas e as moedas variavam
camponeses, que, faminta e explorada, não teve como
de feudo para feudo, dificultando as relações
resistir à diversas epidemias, como a Peste Negra.
comerciais.
 O servo não pode ser considerado escravo, ainda que
As revoltas camponesas
realizasse trabalho compulsório e em muitos casos não
 O aumento da exploração no campo decorrente do
pudesse abandonar a terra, visto que ele não era
declínio demográfico fez surgir uma série de
considerado uma propriedade, por mais que, em alguns
movimentos camponeses, com grande reação violenta
casos, tenha sido comprado ou vendido. Ele podia
da aristocracia.
trabalhar para o seu próprio sustento e deveria ser
protegido pelos senhores.
Igreja medieval
 Até o século IV, os cristãos eram perseguidos no
Expansão do feudalismo
Império por serem monoteístas e negarem o caráter
 À medida em que as cidades se expandiam, aceleravam
divino do imperador, situação que mudou com o
o processo de crise do modelo feudal, pois permitiam
agravamento da crise do Império, em que o
uma nova camada social, de comerciantes.
cristianismo se expandiu e conquistou adeptos.
 Esse fator atraía descontentes que buscavam tentar a
 Com a conversão dos reis germânicos, iniciada com
sorte nas cidades, estimulando-os a romper com o
Clóvis do reino dos francos, a Igreja aumentou sua
modelo feudal ainda em curso.
influência no mundo.
 Com o auxílio dos monarcas, que recebiam a
Expansão comercial e urbana
legitimação do seu poder, o cristianismo oferecia alívio
 O comércio nunca desapareceu por completo,
em momentos de desespero em uma sociedade
permanecendo em sedes administrativas da Igreja, na
marcada pelo medo, pela fome e por guerras.
realização de feiras.
 O crescimento da cidade não está associado ao declínio
Cultura medieval
dos feudos.
 Construção de grandes catedrais.
 Para a Igreja, as mercadorias deveriam ser vendidas pelo
 Tentativa de juntar a filosofia com a teologia.
seu justo preço e não com a intenção de lucro, assim, os
 Surgimento das primeiras universidades.
juros eram vistos como atividades ilícitas, causando forte
restrição na atividade comercial.
Organização dos Estados Nacionais
 As alterações pelas quais a nobreza passava
possibilitaram a formação de uma conjuntura
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História
favorável à centralização político-administrativa sob a
forma de um Estado unificado.
 A nobreza estava diante a crise do mundo feudal, com
severas dificuldades de controlar as rebeliões
camponesas, tornando-se viável, assim, a figura de um
monarca com um único exército, capaz de reprimir
com sucesso as insurreições por todos os lados, e a
uniformização dos impostos, permitindo um controle
financeiro.
 A nobreza não perdeu sua influência sobre a política
europeia, visto que o caráter aristocrático e
estamental permaneceu inalterado, assim,
permaneceram ao lado do poder, sendo o corpo
burocrático para auxiliar na articulação política e
econômica.
 A nobreza abriu mão do seu poder militar para o
Estado garantir submissão das classes que se
levantasse contra eles.
 A oferta do trabalho nas cidades colaborou para a
desestruturação da servidão, pois estimulava a fuga de
servos dos feudos.
 A burguesia queria o fim dos particularismos regionais
que dificultavam as transações comerciais, visto que
precisavam demolir as barreiras presentes nos feudos,
como impostos para trafegar. Assim, ansiavam a
centralização monárquica para uniformizar moedas,
por exemplo.
Características dos Estados Modernos
 Centralização do poder nas mãos dos monarcas e
redução dos poderes locais.
 Formação de uma burocracia estatal, fundamental
para garantir a fiscalização e a cobrança de impostos.
 O fim das barreiras tarifárias entre os feudos e o
estabelecimento de um sistema tributário nacional.
 Aplicação de justiça atribuída aos Estados, além do
estabelecimento de uma religião oficial.
Portugal
 Foi o primeiro Estado centralizado da Europa.
 Sua formação está relacionada à Guerra de
Reconquista, travada contra muçulmanos.
 Para promover a centralização, os reis de Borgonha
criaram a Lei das Sesmarias, que determinava a perda
da posse das terras pelos nobres, caso eles não as
tornassem produtivas.
 Estimularam à libertação dos servos e transformação
destes em assalariados.
 Com a guerra entre França e Inglaterra, os portugueses
criaram rotas marítimas que permitissem o comércio
no litoral lusitano, que se expandiram, dando destaque
para e pesca e navegação de cabotagem, isso é, pelos
portos do país.
 O último rei Borgonha morreu e a herdeira era casada
com o rei de Castela, podendo levar a Portugal a anexar
esse reino e dominá-lo, porém, não interessava aos
burgueses e a pequena nobreza, que apoiaram a
ascensão de D. João I, chefe da ordem militar de Avis,
assim, na Revolução de Avis, esse foi ao trono.
Espanha
 A unificação religiosa mediante a perseguição aos
judeus reforçou a unidade interna em construção,
sendo fundamental para unificação territorial.
 Após o fim da Reconquistas, os inquisidores
perseguiram e puniram judeus e mulçumanos
convertidos ao catolicismo, acusados de ainda
praticarem suas antigas religiões.
 A expulsão desses grupos permitiu o enriquecimento
da Coroa, que confiscava os bens dos considerados
hereges.
 A unidade linguística foi o castelhano.
Inglaterra
 Com o fim da Guerra dos Cem Anos, houve uma crise
econômica e nítido declínio da nobreza inglesa,
havendo um novo conflito: a Guerra das Duas Rosas,
uma disputa interna pelo controle do trono inglês.
França
 A centralização ocorreu rápido devido a necessidade
de um poderoso Exército para enfrentar os ingleses e
para cobrar impostos.
 A unificação monetária garantiu um aumento das
transações comerciais no interior do reino.
 O choque com a Igreja agravou-se no momento em que
o rei ameaçou cobrar impostos sobre os bens
eclesiásticos do clero francês.
 A Guerra dos Cem Anos fortaleceu a consciência
nacional, momento em que se destacou Joana d’Arc,
grande mito (acreditava que ouvia vozes de Santos,
participou de inúmeras baralhas, garantindo vitória
francesa), que só terminou com a expulsão dos ingleses
em 1453, deixando o Estado francês materialmente
desgastado.
Absolutismo
 Auge da centralização política.
 Reis agiam para tentar fortalecer seus poderes.
Sociedade do antigo regime
 Marcada por rígida hierarquia e presença de privilégios
de nascimento.
 A nobreza e o clero repudiavam o trabalho braçal e
estavam isentos do pagamento de impostos, além de
possuírem regalias, como o recebimento de pensões e
a ocupação de altos cargos públicos.
 Os camponeses, os trabalhadores urbanos e a
burguesia eram responsáveis pelo sustento do Estado
e dos grupos privilegiados.
Absolutismo na França
 Foi onde a monarquia absolutista atingiu o auge.
 Na dinastia Bourbon, aconteciam disputas religiosas
que dividiam o reino, visto que a expansão do
calvinismo provocava conflitos entre católicos e
protestantes.
 Na Noite de São Bartolomeu, em 1572, os
protestantes foram massacrados pela população
francesa, de maioria católica, quando perceberam o
aumento do poder dos protestantes.
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História
 Ao assumir o poder, Luís XIV, conhecido como Rei Sol,
promoveu o aumento da cobrança de impostos,
reduziu os controles feudais sobre os campos e as
cidades, auxiliou na eliminação das barreiras que
impediam a circulação de mercadorias pelas regiões da
França, favorecendo os burgueses.
Absolutismo na Inglaterra
 Para centralizar seu poder e consolidá-lo, o rei Tudor
reprimiu violentamente a oposição e eliminou a
influência da Igreja Católica com a criação da Igreja
Anglicana (1534).
 A reforma protestante na Inglaterra, além de
estabelecer o rei como chefe supremo da nova Igreja,
permitiu o enriquecimento do Estado por meio do
confisco de terras e bens do clero católico.
 Quando Maria assumiu o poder, ela restaurou o
catolicismo no país, visto que era casada com o rei
católico Felipe II da Espanha, instaurando uma
perseguição a anglicanos e a calvinistas, ganhando o
apelido de Maria, a Sanguinária.
 Sua irmã, Elizabeth, assumiu o reinado após seu
falecimento, sendo caracterizada com uma agressiva
política mercantilista, apoiando a pirataria e o
desenvolvimento da Marinha inglesa.
 Fortaleceu a Inglesa anglicana, mas, após falecer, não
deixou herdeiros, e a dinastia Tudor chegava ao fim.
Absolutismo na Espanha
 Após o movimento da reconquista, que expulsou os
muros da Península Ibérica, os reis espanhóis
consolidaram seu poder e perseguiram judeus.
Absolutismo em Portugal
 A relação com a Igreja Católica foi fundamental para
consolidação do poder dos reis, podendo intervir na
instituição e a Coroa podia interferir diretamente nos
cargos eclesiásticos.
Teorias do poder
Nicolau Maquiavel
 Para que atinja os seus objetivos, o príncipe deve levar
em conta algumas questões cruciais, devendo ser um
grande chefe militar, que garanta a conquista do poder
e sua estabilidade e submeter os governantes ao seu
domínio.
 A ação deve ser racional e planejada, vinculada com à
virtù, um conjunto de capacidades do governante.
 As ações políticas não devem estar vinculadas aos
valores morais e religiosos.
 O bom governante deveria pensar mais em seus êxitos
do que nos valores morais ou naquilo que é
considerado como certo pela religião, ou seja, em
certas ocasiões, a prática daquilo que é considerado
mau é necessária.
 Ele trata em sua obra de temas como igualdade,
liberdade e participação política, se afastando do
maquiavelismo das visões tradicionais.
Thomas Hobbes
 Em sua obra Leviatã, ele argumenta a respeito da
necessidade de se estabelecer um poder forte para que
a ordem e a paz sejam garantidas.
 Ao firmarem um contrato, os homens aceitam perder
parte do poder e da liberdade dos quais desfrutam no
estado de natureza para uma entidade maior, o
Estado, que garantiria a ordem e impediria a
destruição.
 Apenas o Estado e o poder centralizado poderiam
garantir a vida em sociedade.
Mercantilismo
 Conjunto de práticas econômicas dos Estados
europeus (principalmente das monarquias
absolutistas) durante a Idade Moderna.
 O Estado intervia na economia para fortalecer seu país,
aprovando leis que regulavam as atividades
econômicas em seu território, impondo limites ao livre
mercado.
 Essas medidas visavam à acumulação de metais
preciosos, como o ouro e a prata.
Práticas
 Objetivavam garantir uma balança comercial favorável
aos países da Europa, assim, aumentavam as tarifas
alfandegárias, uma vez que a taxação sobre os
produtos estrangeiros reduzia as chances da entrada
destes em um Estado e, assim, impedia a saída de
metais preciosos.
 O investimento nas manufaturas nacionais fortalecia a
produção manufatureira e impedia a concorrência no
mercado internacional, evitando a necessidade da
aquisição de produtos estrangeiros.
 Utilizaram monopólio sobre as atividades comerciais,
conhecido como exclusivo colonial, em que a colônia
ofereceria melhores condições comerciais a
metrópole, fornecendo matéria prima exclusiva e
consumindo os produtos manufaturados
metropolitanos.
 Tanto na colonização espanhola quanto na portuguesa,
a excessiva dependência das riquezas coloniais
provocou consequências negativas nas economias
metropolitanas, com grande dependência externa e
pouco crescimento no início da Idade Contemporânea.
 Na Inglaterra, o incentivo às manufaturas têxteis, a
limitação das importações e a tentativa de controle da
saída de matéria-prima, caracterizaram o
comercialismo, além de que, a rainha Elizabeth
estimulava a pirataria, controlando os oceanos e
vencendo a Invencível Armada espanhola.
Acumulação primitiva de capitais
 Essas práticas colaboraram para o desenvolvimento da
economia capitalista, permitindo um acumulo
primitivo de capital.
 Os lucros oriundos do tráfico de escravos também
contribuíram para à expansão do capitalismo
industrial, com foco na Inglaterra.
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História
Renascimento
 Conjunto de transformações na mentalidade do
homem europeu ocorrido entre o final da Idade Média
e o início da Idade Moderna.
 Crescente valorização e no estudo das atividades
humanas e em postura mais racional e individualista.
 A ruptura com o mundo medieval para eles significava
um novo nascimento, após um período de ignorância
e escuridão, passando a colocar a Idade Média como
idade das trevas e a força da religião associada ao
atraso e ao irracionalismo.
 Sua divulgação foi facilitada pelo desenvolvimento da
imprensa, que permitiu a expansão da cultura escrita
com maior facilidade e velocidade.
 Busca pela perfeição e pelo realismo, com noções de
harmonia e simetria.
1. Humanismo: antes as interpretações eram controladas
pela igreja, e a mudança proporcionou uma alteração
do papel do homem no mundo.
2. Antropocentrismo: o homem é fundamental para
explicação dos elementos.
3. Racionalismo: a verdade podia ser alcançada por meio
da análise racional que se opunha à rigidez dos dogmas
da Igreja, gerando conflitos entre o clero. Era
necessária uma postura crítica para desconfiar das
traduções e verdades impostas pela autoridade
clerical.
4. Individualismo: associado ao crescimento da atividade
comercial e urbana da idade média, assim, os pintores
passaram a assinar suas obras.
5. Naturalismo: o que antes era fonte de medo, agora
deveria ser investigado, assim, observavam fenômenos
naturais para aguçar seus conhecimentos científicos.
6. Hedonismo: busca pelo prazer.
Mecenato: financiamento para artistas que a Igreja e os nobres
desejavam para pintares e exaltares seus hábitos e suas visões
de mundo.
Revolução científica
 Conjunto de mudanças de desenvolvimento de várias
áreas do conhecimento humano.
 Com a valorização da razão, da experiência e da
observação.
Reforma e Contrarreforma
 A formação dos Estados Modernos, o fortalecimento
da classe burguesa, a crescente valorização da razão e
do individualismo e o aperfeiçoamento da imprensa
foram fundamentais para o sucesso dos movimentos
de contestação à Igreja.
Precursores dos movimentos reformistas
 A Igreja Católica enfrentava heresias, movimentos que
surgiram da divisão do cristianismo que questionavam
ou duvidavam dos pontos da fé católica, passando a
ameaçar a Igreja de forma mais intensa.
 Diante do avanço das heresias, a Igreja decidiu
institucionalizar as formas de repressão, criando o
Tribunal do Santo Ofício para inquirir e condenar.
 John Wycliffe traduziu a Bíblia para o inglês,
representando uma ameaça ao monopólio dos textos
sagrados pelo clero,
Contextos da reforma protestante
 O renascentismo permitiu a difusão do humanismo e a
expansão de uma nova visão sobre o homem e o
mundo.
 O individualismo levava à percepção de que a relação
entre o homem e Deus poderia existir sem a mediação
do clero, incentivando a leitura da Bíblia e o
surgimento de novas interpretações.
 O fortalecimento do poder real representou obstáculo
ao poder da Igreja, assim, em alguns casos ela até
justificou o caráter divino dos reis.
 As riquezas e as terras da Igreja eram alvos de cobiça
dos reis e da nobreza europeia.
 A burguesia também se indispôs com a Igreja visto que
os clérigos condenavam o lucro exagerado e a usura,
práticas consideradas pecaminosas.
 A venda de indulgências despertou fúria em alguns
reformistas, como Lutero.
Reforma Luterana
 A intensificação da venda das indulgências com o
objetivo de construir uma basílica, despertou a
indignação do monge Martinho Lutero.
 Afixou nas portas da Igreja, 95 teses de oposição à
venda de indulgências, questionando o papa para
conceder o perdão e defendia que a salvação só
poderia ser obtida pela fé.
 Lutero foi convocado para renegar suas ideias, sob
pena de excomunhão, porém, queimou o documento
recebido e foi punido com a excomunhão e expulso.
 Apoiado pela nobreza alemã, que se interessava na
redução do poderio da Igreja e na apropriação das
terras clericais, os príncipes alemães financiaram a
divulgação dos princípios luteranos.
 Camponeses levantaram grupos mais radicais que
acreditavam que o batismo deveria ser feito após a
vida adulta, porém, sofreram oposição de Lutero, que
não tinha como objetivo a realização de uma reforma
social, e, se apoiasse camponeses, poderia perder o
apoio da nobreza.
A doutrina luterana
 Para ele, o homem só poderia alcançar a salvação pela
fé, e não apenas por boas obras.
 Defendia a relação direta com Deus e a consequente
abolição da hierarquia eclesiástica.
 Tradução e libre interpretação da Bíblia.
 Condenação do culto aos santos e às imagens.
Guerras religiosas
 Em 1555, pressionado, Carlos V assinou a “Paz de
Augsburgo”, documento que estipulava que cada
príncipe poderia definir a doutrina a ser seguida em
seus domínios, devendo os súditos obedecer.
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História
A reforma calvinista
 Foi a mais radical que se expandiu rapidamente pela
Europa, visto que sua doutrina se aproximava da
economia capitalista em desenvolvimento.
 O calvinismo acredita na predestinação absoluta,
assim, os homens já nascem destinados para a salvação
ou danação, sem maneira de mudar seu destino.
 Estabelecia uma vida regrada, disciplinada, dedicada
ao trabalho, afastada do ócio, dos vícios e da
ostentação.
 Seus resultados visíveis, o sucesso material, daria ao
eleito a confirmação do estado de graça.
 A valorização do trabalho e do consequente acúmulo
de riquezas estaria diretamente relacionada ao
processo de expansão do capitalismo.
A reforma anglicana
 Deu-se pela necessidade do fortalecimento do poder
real durante o reinado de Henrique VIII.
 Alegou que a Igreja negou a anulação de seu
casamento. Assim, para viabilizar seu casamento com
Ana Bolena, Henrique VIII rompeu com o papa e
fundou a Igreja Anglicana, por meio do Ato de
Supremacia, que tornou o monarca inglês chefe
supremo da Igreja Anglicana.
 As terras da Igreja foram confiscadas e vendidas para a
nobreza e comerciantes.
Contrarreforma
 Preocupada com o avanço das heresias protestantes, a
Igreja Católica adotou medidas para conter a expansão
do protestantismo e reafirmar a doutrina e as práticas
católicas.
 Destacaram-se no trabalho missionário para
catequizar nativos no continente americano, através
dos jesuítas.
 O Tribunal do Santo Ofício continuou atuando,
julgando e punindo hereges.
 Criaram o Index, lista de livros proibidos para a leitura
dos católicos, sob pena de inquisição.
 Não abriram mão de suas principais convicções, como
o culto aos santos, a virgindade de Maria, a
infalibilidade papal, os 7 sacramentos e a salvação por
boas obras.
 Buscou reformar os membros do clero, além de proibir
a venda de indulgências.
América Inglesa
 A Inglaterra não apresentou condições internas
favoráveis ao processo colonizador do Novo Mundo,
visto que estava na Guerra dos Cem Anos e ainda
presenciava conflitos religiosos advindos da Reforma
Anglicana.
 A partir de 1603, o rei Jaime I, primeiro monarca da
dinastia Stuart, iniciou esforço visando promover a
ocupação das terras americanas, com estimulo de um
intenso quadro migratório para a região colonial
inglesa dado os distúrbios políticos e religiosos
vivenciados.
 Os puritanos, vítimas do radicalismo religioso existente
no reino inglês, encontraram no Novo Mundo a
possibilidade de professar a sua fé sem as perseguições
desencadeadas pelas disputas políticas na metrópole.
 Camponeses foram submetidos à servidão por
contrato devido a política de cercamento nos campos
da Inglaterra.
Servidão por contrato: relação de troca, em que os camponeses
eram beneficiados pelo pagamento da passagem para as
regiões coloniais, além da subsistência durante um período de
cerca de 7 anos, mas seriam obrigados a exercer inúmeras
atividades para aqueles que custeavam.
 Foram estimulados pela promessa da aquisição de
terras na região após esse prazo.
Colônias do Sul
 Nos primeiros anos utilizaram a servidão por contrato,
após, passam a utilizar trabalho escravo nego, nas
fazendas que cultivavam tabaco, algodão e arroz.
 Plantation: construiu uma aristocracia latifundiária
que detinha o controle das relações sociais vigentes.
 As que apresentaram grande processo econômico
foram convertidas em colônias reais, para atender aos
interesses mercantilistas da metrópole.
plantation: baseado em uma monocultura de exportação
Colônias do Centro
 Foram as últimas áreas ocupadas pelos colonos
ingleses.
 Possuíam terras de férteis planícies e com pluviosidade
regular, favorável às atividades agrícolas.
 Desenvolveu manufaturas, apesar das restrições
impostas pela metrópole.
 Comercializavam-se o excedente da produção agrícola
de milho, trigo, centeio e aveia.
Colônias do Norte
 A agricultura era de subsistência devido a precariedade
do clima e do solo.
 Marcada pela presença dos refugiados religiosos
puritanos, que buscavam um espaço para desenvolver
sua fé sem empecilhos.
 Lucravam com a venda de peixes e pele.
 A atividade manufatureira era intensa, facilitada pela
abundante mão de obra e pela disponibilidade de
matéria-prima.
 Realizavam o comércio triangular, atividade que
integrava as regiões da Nova Inglaterra, Antilhas e
África.
Comércio triangular
 As Colônias do Norte produziam peixe salgado,
madeira e cereais, que eram enviados às Antilhas e
trocados por rum e melaço. Os colonos ingleses
retornavam ao Norte e produziam mais rum com a
matéria-prima obtida, trocando a bebida por cativos na
África.
 Com os navios cheios de escravos, os colonos
retornavam às Antilhas ou às Colônias do Sul, bons
mercados para mão de obra negra.
Sistema administrativo
 Self-government: uma forma de autogoverno, com
relativa liberdade administrativa, que possibilitava a
escolha de governantes, criando um espírito autônomo
que era até então tolerado pelo governo britânico.
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História
 A chamada negligência salutar era benéfica aos
setores coloniais e distante das pretensões
mercantilistas da metrópole.
 A emancipação das Treze Colônias em 1776 pode ser
entendida como uma resposta dos colonos ingleses ao
esforço da metrópole de controlar tais regiões, que
desde sua origem usufruíram de plena liberdade.
Revoluções Inglesas
 “É a época que a Idade Média chega ao fim”.
 A revolução aboliu os direitos feudais e submeteu o
rei ao poder do Parlamento.
 Permitiu caminho para a consolidação das relações
capitalistas e da monarquia parlamentar como forma
de organização política.
Economia inglesa
 Os cercamentos eram processos que consistiam na
transformação das terras comuns, de uso coletivo, em
propriedades privadas.
 Aos camponeses, restava a submissão ao trabalho
assalariado no campo ou a fuga para às cidades.
 Terras da Igreja foram confiscadas, vendidas e
distribuídas, após a Reforma Anglicana.
Consequências
 Expansão do proletário urbano.
 Expansão do trabalho assalariado.
 Valorização de produtos agrícolas.
 Deslocamento de camponeses expropriados para as
colônias na América.
 Aumento das tensões sociais no campo e na cidade,
devido ao desemprego.
Burguesia: desfrutava de monopólios e concessões exclusivas
concedidas pela Coroa, que, para não perder privilégios, era a
favor da monarquia, mas, com redução dos poderes reais para
ganhar maior participação política.
Aristocracia: proprietários de terra, que viam seu poder
declinar devido ao aumento da influência da gentry, que, com
mentalidade empreendedora, passou a se fortalecer.
Gentry: proprietários de terra com mentalidade burguesa, com
grande produção de lã para manufaturas inglesas e adeptos ao
calvinismo, buscando participação política.
Religião na Inglaterra
 O anglicanismo foi instaurado pelo Ato de Supremacia,
mas também tinham o calvinismo, em setores mais
progressistas.
 Os presbiterianos pertenciam à gentry.
 Os puritanos defendiam a formação de comunidades
com menor controle, nas quais qualquer fiel pudesse
pregar.
A dinastia Stuart
1. Jaime I: orientação católica com repressão religiosa.
2. Carlos I: autoritário, com repressão política e religiosa.
Revolução Puritana 1640-1649
 Conflito entre Carlos I e o parlamento, composto por
puritanos e pela média nobreza, burgueses e
trabalhadores rurais.
 As tropas do Parlamento venceram, deixando o trono
inglês vazio, e iniciando um longo conflito.
 Setores conservadores desejavam diminuir a influência
do Exército, porém, os levelllers, setores mais radicais
ligados ao Exército, provaram que a função do rei era
inútil, e executaram Carlos, proclamando a república.
República Puritana 1649-1660
 A República de Cromweel foi responsável pela
eliminação dos resquícios feudais e pela consolidação
dos valores liberais comuns à burguesia e à gentry.
 Autoritário, dissolveu o Parlamento, estimulou o
comércio e a produção artesanal, além de realizar os
Atos de Navegação, lei que determinava que as
mercadorias importadas deveriam seguir para a
Inglaterra em navios ingleses ou embarcações dos seus
países de origem.
Revolução Gloriosa
 Filho de Cromweel não teve habilidade política e,
Carlos II, com apoio dos conservadores à restauração
monárquica, assumiu o troco, marcando o retorno da
dinastia Stuart.
 Procurou manter relações menos tensas com o
Parlamento, temendo o destino do pai, mas exigiu a
exumação do corpo de Cromwell e enforcou o cadáver
em praça.
 Submeteu-se a maioria das imposições do Parlamento
e foi sucedido por seu irmão, Jaime II.
 Jaime era católico e os beneficiou, dando benefícios
fiscais e importantes cargos políticos.
 A ameaça de um novo movimento revolucionário levou
parte da elite e do clero anglicano a promover um
golpe palaciano, tirando Jaime do trono.
 Estabeleceu base para a monarquia parlamentar e a
consolidação da ordem liberal.
Iluminismo
 Conjunto de ideias que serviram de base teórica para
contestações que levaram a queda do antigo regime.
 Publicavam textos em livros, jornais e panfletos, de
forma clandestina.
 Criticavam o Estado absolutista, a política econômica
mercantilista e a Igreja.
 Defendiam a liberdade de expressão, política,
comercial e religiosa.
 Pregavam que o homem tinha direitos naturais de
liberdade, igualdade e propriedade privada, que não
poderiam ser tomados,
 A razão era a base para o conhecimento, radicalizando
as mudanças em relação ao pensamento medieval
provocadas pelo Renascimento e pela Revolução
Científica, além de conduzir o homem para o progresso
e felicidade.
Contexto
 O Renascimento e a Revolução científica foram
processos que afastaram, gradativamente, o
conhecimento da influência da Igreja e da religião.
 Íntima relação com o fortalecimento da burguesia, pois
o desenvolvimento econômico desse grupo não era
acompanhado por controle político, visto que no
Antigo Regime a nobreza que possuía privilégios.
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História
Pensadores do século XVII
Francis Bacon
 Afirmava a necessidade de se contestar o saber
transmitido pelo passado, com críticas para a tradição
e para a escolástica.
 Desenvolveu a ideia do método indutivo, valorizando a
observação da natureza e a busca de fatos como fonte
de conhecimento.
René Descartes
 Defendeu o racionalismo como forma de
conhecimento e ressalta o método dedutivo como
modo de acesso à verdade.
 Por meio da dúvida metódica o homem seria capaz de
alcançar verdades incontestáveis, como a existência de
Deus.
 “Penso, logo existo”.
Jon Lock
 Valorizou a experiência como forma de construção de
conhecimento, buscando a verdade mediante a
utilização dos sentidos e da percepção sensorial, dado
o nome empirismo.
 Foi um dos precursores do liberalismo político, criando
uma teoria do contrato social, que justificava o poder
absoluto dos reis, mas ele condenava o absolutismo.
 Para ele, o Estado deve existir para garantir os direitos
naturais do homem, visto que, no estado de natureza,
tais direitos não estariam completamente
assegurados, e, o contrato, faria com que o governo
fosse capaz de manter a propriedade, a liberdade e a
vida do homem.
 Caso falhasse, o povo deveria destruir seu poder.
Filósofos iluministas
Voltaire
 Crítico ferrenho ao absolutismo, da nobreza e da
religião.
 Defendia que os direitos naturais do homem deveriam
ser garantidos pelo governo, mas não era um
democrata, tendo como seguidores os déspotas
esclarecidos.
 Crítica tudo que limita o desenvolvimento da razão,
mas não era ateu, acreditava na existência de um Deus
racional, arquiteto do universo.
 Lutava contra a tortura, prisões arbitrárias e pena de
morte, defendendo a liberdade de expressão.
 “Posso não concordar com nenhuma palavra que você
diz, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-
las”.
Montesquieu
 Formulou a teoria do equilíbrio entre os três poderes.
 Para ele, é natural que o homem abuse do poder,
assim, para não ocorrer, deveria haver um equilíbrio
entre os três poderes, independentes entre si, de
modo a garantir a liberdade e impedir que um tenha
força excessiva.
Jean-Jacques Rousseau
 Um dos mais radicais, contestava a excessiva
valorização da ração e realçava a importância das
paixões para a conservação da vida do homem.
 Acreditava que a sociedade havia corrompido o
homem, que, naturalmente, era bom, mostrando
como a educação pode tornar a criança em um adulto
bom.
 Criticava a propriedade privada, considerando-a
causadora da desigualdade.
 Em sua teoria contratualista, o povo seria soberano,
prevalecendo sempre a vontade geral.
Denis Diderot
 “O homem só será livre quando o último déspota for
estrangulado por estranhas do último padre.
Despotismo esclarecido
 Alguns soberanos, na tentativa de manter o poder
absoluto, submeteram seus reinos a uma série de
reformas baseadas em alguns pontos do Iluminismo.
 Visavam retirar os Estados de seu atraso em relação
aos demais.
Revoluções liberais
 Tentativas de consolidação do modelo liberal e luta
contra os vestígios absolutistas em várias nações
europeias.
Espanha
 Ao retornar ao trono após a derrota de Napoleão, o rei
espanhol jurou a Constituição, mas suspendeu em
pouco tempo. Deportou membros liberais do
Parlamento espanhol, o retorno de privilégios do clero
e da nobreza e o fechamento de órgãos de imprensa e
universidades.
 Iniciou um movimento contra a volta do absolutismo e
a favor da constitucionalização, com participação de
militares que fez o rei jurar novamente a Constituição
até que as tropas da Santa Aliança fossem acionadas e
reprimissem a insurreição.
Portugal
 A crise econômica grave eclodiu a Revolução do Porto,
em que os revoltosos desejavam o retorno do Brasil à
condição de colônia e o fim do domínio inglês.
 D. João VI retornou a Portugal e jurou a Constituição e,
D. Pedro permaneceu no Brasil, que acabou não
retornando à condição de colônia e se tornou
independente um ano mais tarde.
Península Itálica
 Militares associados ao grupo nacionalista obrigaram o
rei a se submeter à Constituição.
Revoluções de 1830
França
 Os ultrarrealistas defendiam a restauração aos moldes
absolutistas e o retorno dos privilégios, enquanto os
constitucionalistas, representantes da alta burguesia,
queriam o poder real, somado ao respeito à
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História
Constituição e os limites impostos pelo Legislativo ao
poder do rei.
 Os liberais eram burgueses que desejavam maior
participação política.
 Com a crise econômica e o aumento de impostos, os
partidários do rei foram derrotados, e, com grande
oposição, o rei dissolveu a Câmara dos Deputados e
limitou à liberdade de imprensa.
 Três Dias Gloriosos: o povo de Paris saiu às ruas e
ergueu barricadas, opondo-se às medidas do rei,
porém, temendo uma nova radicalização, a alta
burguesia optou por manter a monarquia.
As revoluções de 1848 – A primavera dos povos
França
 A França passava por uma grave crise econômica, com
queda na produção de alimentos que levou à forma no
campo e ao aumento dos preços dos alimentos,
gerando desemprego e diminuição do salário.
 Republicanos passaram a incentivar as manifestações
de trabalhadores e da pequena burguesia.
 Na Primavera dos Povos, houve manifestações de
operários e a ameaça aos princípios burgueses, com
luta do proletariado.
América Espanhola
 Em 1492, Cristóvão Colombo chegou à América e
instigou as nações ibéricas ao projeto de exploração do
Novo Continente.
Astecas
 Sociedade hierarquizada, presidida por um governante
supremo, divinizado, que conduzia uma aristocracia
composta de chefes militares, sacerdotes e altos
funcionários do Estado.
 A escravidão era por prisão de guerra, criminosos e
crianças vendidas pelos pais.
 Politeísta e cultuava deuses com sacrifícios humanos
de prisioneiros de guerra e crianças.
 Tinham ilhas artificiais para cultivar hortaliças, além de
cultivarem milho, feijão, melão, pimenta, algodão e
cacau.
Incas
 A administração ficava a cargo do imperador, chefe
civil, religioso e militar, uma divindade: Filho do Sol.
 Sociedade fortemente estratificada e composta por
nobres, sacerdotes, artesãos, camponeses e escravos.
 Dominavam a agricultura e utilizavam para o cultivo
terraços nas áreas de encosta nas montanhas, com
sofisticados canais, aquedutos e represas.
Maias
 Sociedade dividida em nobres, sacerdotes,
camponeses e escravos.
 Politeístas, desenvolveram a escrita hieroglífica e
desenvolveram a matemática e a astronomia.
A conquista
 A Coroa espanhola não investiu recursos financeiros no
processo inicial da Conquista.
 Capitulações: sistema marcado pela concessão do
direito de exploração das novas regiões a um
explorador particular, responsável por todos os
recursos a serem despedidos no processo de
conquista.
 O contratante das capitulações teria direito vitalício de
exploração das novas terras, o controle das cidades
fundadas e o comando das jurisdições civil e criminal.
 Os primeiros exploradores deveriam pagar o quinto, ou
seja, 20% de toda a riqueza saqueada dos povos
nativos.
 O domínio espanhol foi marcado por uma clara
imposição dos elementos socioculturais europeus,
com destaque para a fé católica.
Os espanhóis tiveram sucesso devido:
 Superioridade bélica: o uso de armas de fogo e de
armaduras facilitou a dominação sobre os indígenas.
 Uso da cavalaria: além de fácil mobilidade, os cavalos
eram desconhecidos pelos povos americanos,
causando espanto e terror.
 Doenças: exterminaram centenas de índios.
Administração colonial
 Após a descoberta das primeiras jazidas de prata na
região do Alto Peru, a Coroa optou por assumir um
controle maior da região colonial da América,
retirando os poderes concedidos e imponto complexas
estruturas administraticas.
Mineração
 Principal atividade econômica desenvolvida.
 Explorou a mão de obra dos nativos, que perderam a
vida devido à violência e à busca espanhola pelo rápido
enriquecimento.
 Encomienda: sistema de trabalho marcado pela
exploração dos nativos por um espanhol, que se
apresentava como protetor e responsável pela
catequese dos gentios.
Sociedade
 Chapetones: espanhóis que administravam o Novo
Mundo.
 Criollos: descendentes de espanhóis nascidos na
América, formando a aristocracia colonial e a elite
intelectual, herdando o poder econômico dos
chapetones, mas sem atuação política de grande
relevância para a metrópole.
Independência da América Espanhola
Contexto
 A Inglaterra apoiou indiretamente as independências,
por meio da concessão de empréstimos às colônias e
de financiamentos a mercenários que lutavam ao lado
dos colonos, visto que, com seu desenvolvimento
industrial, precisava de matéria-prima e de mercados.
 A elite colonial dia na Independência a única saída para
seu desenvolvimento econômico e político.
 Tinham influências ideológicas, como o Iluminismo, e
tomaram como exemplo as lutas liberais burguesas,
como a Revolução Francesa.
 Os espanhóis romperam o Bloqueio Continental
francês, e tiveram ação imediata da França, que
invadiu a Espanha e depôs o rei do país, Fernando VII,
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História
sendo substituído por José Bonaparte, irmão de
Napoleão.
 A Independência das Treze Colônias foi um exemplo
para os hispanos americanos, visto que foi a primeira
região do continente a conquistar liberdade, livrando-
se da maior potência da época, a Inglaterra.
Situação interna
 Os criollos entraram em divergência com os
chapetones, pois a elite nativa ganhou muita força
econômica pelo fato de controlar as estruturas
produtivas das colônias espanholas.
 O investimento estrutural nas colônias era importante
para a metrópole, que, a partir de então, poderia
cobrar mais impostos.
 Os criollos passaram a reivindicar maior
representação política, uma vez que sustentavam a
economia colonial com suas minas e fazendas, mas,
para isso, deveria romper com a metrópole, pois os
chapetones, por serem espanhóis, tinham maior
influência junto à Coroa.
 A maior parte da sociedade, formada por pequenos
comerciantes, trabalhadores assalariados, mestiços,
índios e negros, também vinham a Independência
com bons olhos, pois acreditavam que conquistariam
mais direitos sociais e políticos.
Processo de emancipação política
 Gerou uma grande fragmentação territorial.
 Ao conquistar sua liberdade política, a América Latina
não conseguiu se livrar do julgo econômico europeu.
 No primeiro momento, as elites coloniais foram
beneficiadas pelas guerras napoleônicas, em que os
criollos tomaram frente na política colonial.
 Derrotado no Congresso de Viena, Napoleão se
empenhou em reafirmar sua autoridade política e
econômica sobre as colônias da América,
desagradando os criollos, uma vez que a elite nativa
americana não estava disposta a abrir mão da
autonomia conquistada.
 Mesmo com a declaração de independência, a
Espanha, não concordando em perder seus domínios,
passou a reprimir violentamente as lutas
emancipacionistas, contando com o apoio da Santa
Aliança.
 A vitória dos colonos sobre a Espanha só foi possível
por meio da aliança entre as elites coloniais e a
Inglaterra, interessada nas relações comerciais com o
continente americano.
 Houve crise na Quíntupla Aliançam uma vez que, a
Inglaterra desrespeitou o caráter conservador dos
aliados e defendeu os movimentos liberais
emancipacionistas nas colônias espanholas.
 Foram desvinculados da Aliança, o que enfraqueceu o
movimento conservador na Europa, abrindo espaço
para movimentos liberais.
 Símon Bolívar, chamado de Libertador, atuou
decisivamente na independência de vários países
latino-americanos, defendendo que a Colômbia,
Venezuela, Equador e Peru deveriam formar um só
país.
 Esse organizou o Congresso do Panamá, na tentativa
de reunir chefes políticos dos Estados recém-
formados para a criação de um projeto de cooperação
continental na América, porém, a maioria não
compareceu, pois, os caudilhos exerciam grande
influência nos seus países, sem interesse político e
econômico na união desejada.
 Bolívar defendia a monarquia, mas sofreu oposição de
Jose de San Martín, outro grande libertador da
América, que defendia o regime republicano,
semelhante aos Estados Unidos.
Casos particulares
Argentina
 Os argentinos sonharam com a reconstrução da
unidade da Prata, províncias unidas da Argentina,
Uruguai, Paraguai e parte da Bolívia.
Haiti
 A liderança de um negro assustava as elites brancas,
fazendo com que Napoleão mande uma expedição
militar, que o prendeu e foi enviado à França.
 Outro haitiano deu continuidade e proclamou a
independência da ilha, sendo o segundo país a
conquistar a liberdade, e, ainda, realizada por
escravos, classe subordinada, que exterminaram a elite
branca daquela região.
Revolução Americana
Revolução ou independência?
 Foi o primeiro processo de ruptura com a metrópole a
ocorrer na América e representou um dos primeiros
sinais de abalo do poderio europeu durante o Antigo
Regime.
 Os colonos possuíam práticas políticas próprias, o que
garantia uma maior participação dos indivíduos nas
decisões políticas, assim, instaurou-se o desejo de
consagrar a “liberdade” e de consolidar o direito de
participar das decisões públicas.
 Não existia uma unidade entre os colonos, assim, a
independência não foi motivada pelo sentimento
nacionalista em relação aos Estados Unidos, que nem
existia, apenas a repulsão aos ingleses.
 Por ser encabeçada por uma elite que se sentia
prejudicada em seus interesses econômicos, o
movimento não previa a adoção imediata de sufrágio
universal, além de defender a manutenção da
escravidão.
Antecedentes
 A colonização inglesa não foi planejada visto que a
Inglaterra passava pelo fim da Guerra dos Cem Anos,
pela Reforma Anglicana e pela Revolução Inglesa que
dificultaram a atuação efetiva da metrópole na
América.
 Com pouca intervenção da Coroa, os colonos
desfrutavam de ampla autonomia econômica,
podendo se relacionar com outras colônias inglesas e
política, com autogoverno.
 A Coroa britânica tentou de várias formas aumentar o
controle da região.
Razões para a independência
 Na Guerra dos Sete Anos (1756-1763), ocorrida entre
a Grã-Bretanha e a França, na disputa pelo controle
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História
comercial e marítimo de colônias localizadas nas Índias
Orientais e na América do Norte.
 Em território americano participaram a Inglaterra e
suas colônias contra a França, aliada dos indígenas.
 Os ingleses saíram vitoriosos e se sentiram menos
dependentes do Exército britânico por sua defesa,
fortalecendo a sensação de autonomia,
experimentando a prática militar e lutando de maneira
unificada contra um inimigo comum.
 A Inglaterra tentava interferir cada vez mais nos
assuntos coloniais, devido:
1. Era necessário recuperar os cofres ingleses após os
gastos militares em guerras.
2. A Inglaterra estava nos primórdios da Revolução
Industrial, e precisava de matéria-prima americana,
como o algodão, além de serem um grande mercado
consumidor.
 No plano ideológico, as ideias iluministas foram
fundamentais para a eclosão do movimento
emancipacionista.
 A Coroa aumentou a repressão por meio de leis
repressivas:
Lei do açúcar - 1764
 Visava a redução dos encargos fiscais pagos pelos
cidadãos ingleses.
 Estabelecia impostos adicionais para a compra de
açúcar e outros produtos estrangeiros, como vinho,
café e seda, assim, eram obrigados a comprar produtos
diretamente dos ingleses.
 Com severa fiscalização da Marinha inglesa que
patrulhava os postos, inspecionava navios e vasculhava
armazéns americanos em busca de contrabandos.
 Prejudicou o comércio triangular.
Lei do Selo – 1765
 Determinava que documentos públicos, como jornais,
cartazes e diplomas, fossem taxados.
 Houve manifestações e boicotes aos produtos ingleses,
além da organização do Congresso da Lei do Selo, que
redigiu a Declaração dos Direitos e das Reivindicações.
Atos Townshend – 1767
 Taxação de produtos como chumbo, vidro, chá e
corante.
 Reações geraram confronto direto entre colonos e
soldados britânicos, que ficou conhecido como “o
massacre de Boston”, com morte de 5 colonos e
propaganda contra os ingleses.
Lei do Chá – 1773
 O chá fazia parte da tradição inglesa e era amplamente
consumido nas Treze Colônias, porém, os colonos
vinham se recusando a comprar dos ingleses,
prejudicando a Companhia das índias Orientais.
 A metrópole concedeu monopólio de venda do chá na
América para a Companhia, porém, os colonos
aumentaram o consumo de café e chocolate, não
comprando mais chá.
 Como protesto, atacaram o carregamento de chá de
três navios da Companhia no porto de Boston,
disfarçados de índios, conhecido como “Festa do chá
de Boston”, que marcou o início de ações violentas
entre os colonos e a intensificação da política
autoritária inglesa.
Leis intoleráveis – 1774
 Aprovaram um conjunto de leis para desencorajar os
atos de rebeldia, após o evento da Lei do Chá.
 Fechou o porto de Boston, até que o prejuízo fosse
indenizado.
 Suspendeu os benefícios concedidos à colônia.
 Impediu toda e qualquer manifestação política contra
a metrópole.
 Transferiu para a Inglaterra os julgamentos de crimes
cometidos em território americano.
 Obrigou a concessão de alojamento de soldados
ingleses pelos colonos.
Declaração de independência
 Os colonos passaram a acreditar que a implementação
de reformas liberais seria a solução para que pudessem
se desvencilhar das imposições metropolitanas.
 A união não foi um sentimento nacionalista e sim a
rejeição à Inglaterra.
 Havia a preocupação com a radicalização do
movimento, ou seja, o medo de que a separação
levasse à rebeldia dos escravos e das classes populares.
 No Primeiro Congresso Continental da Filadélfia, em
1774, organizaram a resistência colonial, em que os
participantes defendiam os direitos naturais, como a
liberdade, a vida e a propriedade, e firmaram um pacto
de apoio.
 Se comprometeram a manter o boicote aos produtos
ingleses.
 A Coroa percebeu o avanço dos movimentos de
rebeldia e aumentou o número de tropas no
continente americano.
 A elite então, organizou o Segundo Congresso
Continental, em 1775, com apoio de todas as colônias.
 Thomas Jefferson, em 4 de julho de 1776, declarou a
Independência, dando início a Guerra.
Guerra de independência
 O embaixador dos americanos, Benjamin Franklin,
conseguiu fazer com que a Marinha e o Exército
francês auxiliassem os colonos na luta pela
independência, com a assinatura de dois tratados: um
de cooperação comercial e outro e auxílio militar.
 A vitória foi garantida pelo apoio de espanhóis,
holandeses e voluntários que queriam desestruturar o
poderio inglês, além da distância que dificultava a
manutenção do abastecimento dos exércitos ingleses.
 A guerra durou quase 7 anos, quando, por meio do
Tratado de Paris, a Inglaterra reconheceu a
independência.
 Em 1787, após 4 anos, as ex-colônias resolveram se
unificar politicamente, adotando o nome Estados
Unidos da América.
Desdobramentos da independência das treze colônias
 Elabora de 1787, a Constituição estabeleceu o sistema
republicano na América e a divisão do Estado em três
poderes, que ainda está em vigor, apenas com
emendas.
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História
 Adotou-se o modelo federalista, em que os estados
mantêm certa autonomia em relação ao poder central.
 As diferenças entre o Norte e o Sul permaneceram e,
mais tarde, levaram à Guerra de Secessão.
 Manteve a escravidão até 1865.
 Soldados franceses voltaram contagiados pela ideia de
liberdade e república, influência fundamental para o
início do processo revolucionário francês.
 A experiência americana serviu de exemplo para
outros movimentos me busca de liberdade na América.
Estados Unidos no século XIX
 O século XIX foi um momento de expansão territorial,
desenvolvimento econômico e bélico, o que fez com
que se transformassem em um dos maiores países do
mundo.
 No início do século, era propagada a doutrina do
Destino Manifesto, segundo a qual os EUA haviam
recebido de Deus a missão de levar o desenvolvimento
a toda a América, favorecendo a postura imperialista
do país.
 Na 2ª Guerra de Independência estadunidense (1812-
1815), a Inglaterra, envolvida nas guerras
napoleônicas, passou a apreender navios e a utilizar
suas tripulações nos navios de guerra ingleses. Devido
as embarcações estadunidenses estarem apreendidas,
houve um embate diplomático entre as duas nações, o
que acabou culminando em um conflito entre a
Inglaterra e sua ex-colônia.
 Por não estarem envolvidos em outros conflitos, os
Estados Unidos venceram a guerra, consolidando a
independência das Treze Colônias.
 Após a queda de Napoleão, em 1815, os países
europeus procuraram retomar o domínio sobre as ex-
colônias já emancipadas ou em luta pela emancipação.
 Diante da possibilidade de intervenção europeia na
América, o presidente James Monroe, fez um discurso
alegando que qualquer tentativa de recolonização
seria considerada um ataque aos EUA, dando origem à
Doutrina Monroe, que se baseava na “América para os
americanos”.
 Os estadunidenses defendiam não só o interesse dos
colonos americanos que buscavam sua soberania,
mas também seus próprios interesses, no intuito de
exercer um domínio hegemônico sobre o continente
americano.
Expansão territorial
 Inicialmente, o país se restringia ao território das
antigas Treze Colônias, e, por isso, a conquista do
Oeste significaria expansão de mercado e aquisição de
novas terras para o cultivo de monoculturas de
exportação ou agricultura para o mercado interno.
 Em 1803, compraram de Napoleão, que estava em
guerra com a Inglaterra, o território de Lousiana e, em
1819, compraram a Flórida, que pertencia à Espanha,
favorecendo o acesso às Antilhas.
 O número enorme de colonos no México levou à
Independência do Texas, e, para impedir a influência
da Inglaterra e da França, os EUA anexou Texas devido
ao interesse em obter acesso ao Pacífico, iniciando a
Guerra do México.
 Com a vitória dos EUA, foi assinado o Tratado de
Guadalupe-Hidalgo, em que o México reconheceu a
perda do Texas e de outras áreas.
 A expansão para o Oeste significou conflitos com os
nativos, considerados inferiores aos estadunidenses,
assim, foram expulsados de suas terras, por meio da
demarcação de pequenos territórios e a morte de
milhares de indígenas.
Guerra civil americana 1861 – 1865
 Também conhecida como Guerra de Secessão, deixou
mais de seiscentos mil mortos e destruiu grande parte
da produção de algodão do Sul, porém, contribuiu para
o avanço das forças produtivas capitalistas no país.
 O país apresentava muitas divergências internas, em
que o Norte, voltado às atividades industriais e, o Sul,
majoritariamente agrário.
 A questão alfandegária em que o Norte advogava a
favor do protecionismo alfandegário com o objetivo de
evitar a concorrência estrangeira aos seus produtos
industrializados e o Sul estava a favor da diminuição
dessas barreiras, pois era consumidor e queria
estimular a concorrência, diminuindo os preços finais
dos produtos industrializados.
 Outra questão foi a escravista, em que o Norte visava
à expansão do mercado consumidor interno para os
seus produtos, defendendo a abolição da escravidão e
a adoção do trabalho assalariado, enquanto o Sul de
economia agroexportadora e mão de obra
predominantemente formada por escravos negros,
eram contrários à abolição.
 Mais uma questão era a da expansão para o Oeste. À
medida que as terras do Oeste eram incorporadas aos
EUA e ocupadas, elas se tornavam estados. Assim, o
Norte e o Sul se preocupavam se essas seriam
abolicionistas ou escravistas. Para manter o equilíbrio,
determinou-se que estados acima do paralelo
deveriam ser abolicionistas e abaixo, escravistas.
 Porém, a Califórnia, um estado abaixo do paralelo,
pediu sua entrada na União abolicionista, e o pedido
foi aproado. Dessa forma, o governo instituiu que
facultava aos novos estados a decisão sobre a questão
da escravidão.
 As diferenças se exprimiram nas eleições de 1860, em
que o presidente eleito, Abraham Lincoln, republicano,
a favor do protecionismo e do abolicionismo causou
temor ao Sul, que percebeu o fim da escravidão, assim,
declarou-se em secessão.
 O presidente argumentou a favor da união diante da
separação dos sulistas, dizendo que se fosse necessário
manter a escravidão para manter a união, assim faria.
 O Norte então se empenhou para reincorporar os
estados sulistas ao país, iniciando o mais violento
conflito dos EUA.
 O Sul levava vantagem pois estavam acostumados a
atirar, caçar e montar, além de estarem defendendo
seu próprio território, porém, o Norte tinha maior
contingente populacional, uma rede de transporte,
armas e autossuficiência industrial.
 O Sul, dependente dos produtos industrializados do
Norte e da Europa, tiveram o acesso aos estados
bloqueados pelo presidente, medida fundamental para
a vitória nortista.
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História
 Outra medida foi o Homestead Act, que previa a
doação de terras no Oeste para quem fosse viver na
região por 5 anos sem utilizar mão de obra escrava,
esvaziando a guerra e aumentando a expansão para o
Oeste.
 A abolição da escravidão, em 1863, permitiu a
participação dos negros no Exército, além de provocar
a fuga de milhares de negros do Sul para o Norte,
porém, serviram por mais tempo e utilizavam armas
inferiores, além de ganhar menos que soldados
brancos.
 Após quatro anos de guerra, em 1865, foi determinado
o fim dos combates e a reincorporação dos estados do
Sul aos EUA, porém, os conflitos renderam o
assassinato de Abraham Lincoln por um ator sulista.
Estados Unidos após a guerra
 A guerra gerou grande perda humana e material, mas,
a política protecionista e industrializante foi colocada
em prática em todo o território.
 Houve um grande desenvolvimento industrial e
populacional, incentivo à instalação de imigrantes,
ampliação da malha ferroviária e a mecanização da
agricultura, fortalecendo o capitalismo no país.
 Houve aprovação de 14ª emenda, que concedia alguns
direitos civis aos negros, porém, na prática, existia leis
discriminatórias em alguns estados, chegando a proibir
o casamento de negros com brancos.
 Os EUA passaram a se dedicar a uma expansão
ideológica, cultural, política e econômica, que
ultrapassava os seus limites territoriais.
Imperialismo
 Postura também chamada de neocolonialismo,
adotada pelas principais potências europeias para
suprimirem suas necessidades comerciais e
expandirem suas zonas de influência sobre o restante
do mundo.
 No colonialismo as metrópoles buscavam lucrar com
suas colônias e, para isso, incentivavam a exploração
de gêneros tropicais, metais e pedras preciosas, com
mão de obra compulsória, variando entre escravidão
nega ou indígena.
 O neocolonialismo tinha o objetivo de buscar por
matéria-prima e mercado consumidor para os
produtos industrializados, além da busca por regiões
para investimentos de capital e escoamento do
excedente populacional, com mão de obra assalariada,
que permitia a formação de mercados consumidores.
Colonialismo século XVI x Imperialismo do século XIX
Atuação América Ásia e África
Potências Portugal, Espanha, Europa, EUA e Japão
Inglaterra e França
Objetivos Busca de novas fontes Investimentos externos e
de riqueza e expansão regiões para o excedente
da fé católica populacional europeu
Mão de Escrava negra e Assalariada livre
obra indígena
Contexto Expansão marítima Segunda Revolução
europeia Industrial
Expansão da civilização
 A política imperialista também usou como justificativa
para suas ações intervencionistas a ideia de “missão
civilizadora”, ou seja, pressuposto da superioridade do
homem branco europeu sobre os não europeus.
 Teorias pseudocientíficas foram desenvolvidas por
pensadores europeus na tentativa de provar sua
suposta superioridade, uma delas, o darwinismo
social.
Contexto europeu
 A Belle Époque, período de crescimento econômico e
avanço tecnológico, foi marcada por uma grande
mudança no padrão de vida dos europeus, que
passaram a usufruir de elementos como a energia
elétrica e indústria farmacêutica.
 O crescimento da economia europeia gerava acúmulo
de capitais, estes eram reinvestidos na indústria,
aumentando sua capacidade produtiva, a contratação
de funcionários e a modernização das máquinas,
porém, por volta da década de 70 do século XIX, o
mercado europeu se encontrava saturado de
investimentos.
 A solução era buscar novas áreas para investir o
excedente de capital europeu e, naquele momento, a
África e a Ásia eram os continentes mais cobiçados,
haja vista que grande parte da América havia se
tornado independentes.
 Os excedentes acumulados na Europa foram
redirecionados para as diversas colônias instaladas em
solos africanos e asiáticos, visando somente o lucro das
grandes corporações europeias, não necessariamente
melhor condição de vida para os povos dominados,
promovendo o endividamento e a dependência
econômica dessas populações.
 O excedente populacional devido ao avanço na
indústria farmacêutica foi direcionado para esses
continentes, visto que geravam uma massa de
desempregados e inúmeros problemas sociais.
Imperialismo na África
 A Libéria e a Etiópia, antiga Abissínia, foram as únicas
regiões que conseguiram manter sua independência
diante da dominação. A Libéria recebeu os negros
recém-libertos dos EUA, como um depósito, pois esses
não faziam parte do projeto de construção do país.
 A Etiópia, de população guerreira, o que facilitava a
resistência, possuíram grandes montanhas,
dificultando ações imperialistas.
 Os outros países foram sendo divididos pelas grandes
potências europeias, formalizando a partilha na
Conferência de Berlim, em que as potências se
reuniram a pedido da Alemanha, que havia entrado
atrasada na corrida imperialista, decidindo que sempre
que uma potência dominasse uma nova região, deveria
avisar às demais para evitar conflitos.
 A maior parte do continente foi concedida aos
franceses e aos ingleses que eram pressionados a abrir
mão de suas possessões, criando um clima tenso na
Europa.
 Alguns dos países que se sentiam desfavorecidos,
como a Alemanha, patrocinaram colonos africanos
para que estes pudessem se revoltar contra suas
metrópoles, francesas ou inglesas.
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História
 A inserção dos europeus no continente africado
causou o Apartheid, na África do Sul, onde os
colonizadores ingleses estabeleceram práticas e leis
severamente segregacionistas.
 Várias batalhas aconteceram, uma forma dos negros
resistirem, porém, na maioria das vezes, perdiam.
 Alguns reinos optaram por se aliarem aos
metropolitanos em busca de desenvolvimento.
 A divisão dos reinos segregou quem era unido e juntou
rivais, o que reflete nos dias de hoje, em que ainda se
registra diversos conflitos.
Imperialismo na Ásia
Índia
 O interesse era devido ao fornecimento de especiarias
muito valorizadas no mercado europeu e o fato da
região ser uma ligação comercial entre a Inglaterra e o
Extremo Oriente.
 Os ingleses e os franceses, na Guerra dos Sete Anos,
1756-1763, disputavam as terras da Índia, além de
outras regiões da América do Norte.
 Inicialmente, o controle do comércio com a índia ficou
a cargo da Companhia de Comércio das Índias
Orientais, sendo que os administradores podiam
arrecadar impostos e exercer funções judiciais.
 A predominância dos produtos ingleses gerou grandes
taxas de desemprego, além de submeter os nativos à
pobreza, ao deslocamento populacional para as
cidades manufatureiras e à concentração em cidades
portuárias.
 A proibição de rituais religiosos causou grande
insatisfação e gerou violentas rebeliões, porém, foram
reprimidos duramente.
 A Inglaterra, temendo novas rebeliões, permitiu
existência de partidos políticos de representação
nativa, desde que fossem controlados pela Coroa.
China
 Já no século XIX era o país mais populoso do mundo.
Era comandada por governantes impopulares que se
mantinham no poder pelo uso da força.
 Optavam por um isolamento comercial em relação ao
Ocidente, com uma resistência de consumir produtos
ocidentais, o que desagradava as nações imperialistas.
 Ingleses contrabandeavam o ópio (uma droga
extremamente viciante), recebendo produto chineses,
como seda, porcelana e arroz, em troca.
 O consumo popularizou entre os chineses causando
dependência, assim, o governo se empenhou em
impedir o consumo da, passando a combater
rigorosamente o contrabando.
 O governo destruiu um enorme acarretamento da
droga, fazendo com que a Inglaterra declarasse guerra
à China, em 1840. A Guerra do Ópio (1840-1842), em
que a Inglaterra venceu e obrigou a China a abrir cinco
portos às potências imperialistas, além de passar o
controle da ilha Hong Kong, uma das regiões mais
desenvolvidas, para a Inglaterra, até 1997.
 Após estancar a resistência chinesa, ingleses e
franceses, envolvidos em outras guerras do ópio,
promoveram o chamado break-up da China, dividindo
o país em áreas de influência entre as principais nações
imperialistas europeias.
 Os EUA defendiam que a China, sendo um enorme
mercado, deveria estar aberta a quem quisesse vender
seus produtos, adotando a política de portas abertas,
Open Door.
Japão
 O país era governado pela nobreza, em um regime que
se caracterizava por isolar o Japão do mundo ocidental,
o que era fortalecido pela singular cultura japonesa e a
distância geográfica da ilha em relação à Europa.
 Em 1854, uma esquadra enviada pelos EUA forçou os
japoneses a abrirem seus portos aos produtos
estadunidenses, e, posteriormente aos europeus,
dando início à dominação imperialista no país.
 O governo japonês investia na educação, bancando
jovens para estudar no exterior, para voltarem e
aplicarem estratégias semelhantes às adotadas pelas
maiores potências.
 Os meios de transportes foram modernizados, com
construção de ferrovias e melhorias no transporte
marítimo.
 Em pouco tempo, o Japão se tornou em uma potência
imperialista, realizando ações intervencionistas na
China.
Imperialismo na América
 Os EUA foi a principal potência a exercer influência no
continente baseado na Doutrina Manifesto, um
conjunto de ideias segundo as quais eles seriam um
povo escolhido por Deus para levar a civilização à toda
a América.
 Baseado na Doutrina Monroe, os EUA foram os
primeiros a reconhecer a Independência do Brasil e de
outros países da América Latina.
 Um grande exemplo foi em Cuba, um dos últimos
países a se livrar do domínio colonial, em que os EUA
possuíam grandes investimentos ligados à produção de
açúcar e ao plantio de tabaco, porém, estavam sob
domínio espanhol.
 Em 1898, um navio estadunidense foi queimado e
afundado e, assim, afirmaram que foi a Espanha
responsável e eclodiu a Guerra Hispano-Americana,
em que a Espanha estava fraca e os estadunidenses
não tiveram dificuldades para derrota-la.
 Pelo Tratado de Paris, além da independência de Cuba,
os espanhóis foram obrigados a reconhecer o domínio
dos EUA sobre Filipinas e Porto Rico.
 Foi aprovada a Emenda Platt, incorporada à
Constituição cubana, que dava ao governo dos EUA o
direito de intervir militarmente em Cuba, em caso de
desordem interna, além a prioridade na exploração
dos recursos naturais cubanos concedidos aos Estados
unidos e do direito de construir a base militar que
funciona como uma prisão estadunidense.
Expansão Marítima
 As grandes navegações permitiram uma integração
entre os continentes.
Contexto europeu
 A centralização política e o fortalecimento dos Estados
Nacionais intensificaram a necessidade de expansão
econômica.
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História
 Países buscaram novas regiões para conquistar
territórios e riquezas, afim de reafirmar a força política
e o fortalecimento dos monarcas absolutistas.
 Buscavam rotas alternativas para se alcançar a Ásia,
tendo em vistas os obstáculos impostos pelos diversos
povos intermediários do comércio de especiarias,
como a Itália.
 A Itália foi tomada pelos turcos e apresentou drástica
retração comercial que fechou o Mediterrâneo,
porém, a atividade naval no Atlântico foi desenvolvida,
em meio a busca de uma rota alternativa.
 Existia impulsos renascentistas e uma curiosidade
aguçada pelo novo, além do fenômeno das cruzadas,
que buscavam ampliação da massa de fiéis (projeto de
reconquista).
Reconquista: expulsão dos árabes da Península Ibérica,
marcando o surgimento dos Estados de Portugal e Espalha, além
da expansão católica por meio da conversão dos povos islâmicos
que dominavam a região.
A construção do imaginário
 O pensamento mítico e religioso era muito presente,
temiam abismos e monstros, portanto, queriam
confirmar as narrativas místicas e, assim, enfrentaram
fome, doenças, naufrágios, ataques.
Expansionismo português
 Revolução de Avis: independência que concretizou o
processo de centralização política de Portugal,
fundamental para o expansionismo português.
 Localização geográfica que facilitava o deslocamento
das embarcações.
 Lucros com as atividades comerciais na região costeira
da África.
 Ausência de extensos conflitos.
 Conhecimento náutico.
 Apoio da burguesia.
Etapas
1. 1415: conquista de Ceuta, atraídos pela oportunidade
de rápido enriquecimento com os saques da riqueza
existente.
 Na medida em que navegavam em direção ao sul da
África, os lusos fundavam feitorias, que serviam para o
abastecimento de novas embarcações e contribuíam
para as trocas mercantis com os povos africanos,
permitindo o início do tráfico de escravos.
 O périplo africano (contorno do continente), se
fortaleceu com a viagem de Bartolomeu, que
ultrapassou o Cabo das Tormentas, mostrando ser
viável a ideia de alcançar a Ásia por meio da navegação
em torno do continente.
2. 1498: Vasco da Gama alcançou a Índia e garantiu o
acesso às primeiras especiarias asiáticas pela nova rota
e iniciando um intenso comércio.
3. 1500: Pedro Álvares Cabral chegou ao litoral brasileiro
tentando voltar à região das Índias.
Expansionismo espanhol
 Enquanto a França e a Inglaterra lutavam na Guerra
dos Cem Anos, a Espanha se via nos últimos estágios
da Guerra da Reconquista. Após o conflito, os reis
católicos iniciaram o expansionismo marítimo
espanhol, patrocinando Cristóvão Colombo.
 Gostavam da possibilidade de se alcançar regiões
asiáticas navegando rumo a oeste.
 Colombo alcançou o continente americano, crente de
que era a Ásia.
Tratado de Tordesilhas, 1494
 Partilha do mundo pelas potências europeias,
causando contestações por parte dos países excluídos.
Implantação do sistema colonial no Brasil
Os primeiros portugueses
 As viagens iniciais conseguiram identificar a
oportunidade de se explorar o pau-brasil, madeira já
comercializada na Ásia, utilizado para tintura de
tecidos vermelhos.
 O primeiro explorador na colônia foi Fernando de
Noronha.
 A extração do pau-brasil funcionada através do
escambo com indígenas, um sistema de trocas.
Expedições colonizadoras
 1530: partiram cinco embarcações para fundar o
primeiro núcleo colonial português na América,
conduzida por Martin Afonso de Souza.
 Ele realizou a expedição percorrendo o litoral brasileiro
combatendo os contrabandistas de pau-brasil e fundou
a vida de São Vicente, no litoral de São Paulo.
Capitanias Hereditárias
 Já era utilizado em outras áreas do Império luso, em
que o Estado fornecia faixas de terras perpendiculares
ao Tratado até a área litorânea para os capitães
donatário.
 Os donatários recebiam o Foral, documento que
determinava os direitos e deveres, sendo eles:
1- Distribuir sesmarias.
2- Escravizar nativos.
3- Fundar vilas.
4- Explorar a terra e promover a extração de metais de
modo a obter lucros.
5- Conduzir a administração da capitania, protegendo
colonos de ataques.
 A resistência indígena, o desinteresse pelo território, a
distância e a falta de capital contribuíram para a
fragilidade do sistema.
 Apenas duas tiveram relativo sucesso, São Vicente e
Pernambuco.
Presença da Coroa
 Era necessária devido a fragilidade do sistema de
capitanias, assim, instituiu-se o Governo Geral.
 A colônia passou a ser administrada a partir da
capitania da Bahia, em Salvador.
 O primeiro governador foi Tomé de Souza, que devia:
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História
1- Garantir o monopólio do pau-brasil à Coroa.
2- Fiscalizar e auxiliar as capitanias, atentando o interesse
do governo.
3- Promover o povoamento e fundar vilas.
4- Promover a defesa da terra.
 Chegaram os primeiros jesuítas, responsáveis pelo
planejamento da catequese dos indígenas e pela
fundação de núcleos educacionais.
Economia açucareira
 A mais lucrativa atividade econômica colonial.
 Opção feita levando-se em consideração a experiência
lusa nas ilhas da costa africana, o clima favorável das
novas terras, a disponibilidade de terra com solo
propício, além dos recursos econômicos oriundos de
investimentos na Europa.
 Áreas com maior destaque foram Bahia e Pernambuco,
além de São Vicente.
 O elevado custo para instalação de um engenho fazia
com que vizinhos pagassem para utilizarem
equipamentos de outras fazendas.
 A estrutura social era hierárquica e controlada pelo
senhor do engenho, com grande influência econômica
e política dentro e fora da colônia.
 O açúcar brasileiro chegava em Portugal e eram
refinados e distribuídos pelos Países Baixos, com
participação holandesa.
 Com a cana de açúcar ocorreu efetivamente o processo
de povoamento e instalação de estrutura político-
administrativa no Brasil.
Escravidão
 Navegantes portugueses faziam incursões na costa
africana como objetivo de empreender o périplo
africano.
 O Foral permitia a utilização de índios como mão de
obra, causando conflitos com a Igreja, que se opunha,
fazendo com que a mão de obra indígena seja
substituída pela negra, fornecendo maior lucro para a
Coroa.
 A escravização indígena acabou em 1757 por Marquês
de Pombal.
Atividades complementares
Pecuária
 Introduzida pelo governador Tomé de Souza com o
objetivo de suprir a alimentação dos colonos em
Salvador.
 Garantia a subsistência por meio da carne, do leite, da
manteiga de garrafa.
 O gado bovino contribuiu para força motriz dos
engenhos, sendo utilizado como meio de transporte.
 Com o couro confeccionavam-se calçados, roupas,
móveis.
 No Sul, os jesuítas introduziram para utilizarem os
animais para subsistência nas missões.
 Contribuiu para o desbravamento e ocupação do
interior.
Drogas do sertão
 Alimentos e plantas medicinais extraídas da região
amazônica como cravo, castanha, canela, cacau,
guaraná.
 Mão de obra indígena recrutada por jesuítas,
responsáveis pela fundação de dezenas missões de
extrema importância para garantir a expansão das
fronteiras luso-brasileiras para além do Tratado de
Tordesilhas, reconhecidas por meio do Tratado de
Madri, em 1750.
Tabaco
 Utilizado em cerimônias tupis, se tornou a segunda
principal atividade agrícola em solo brasileiro.
 Era produzido para o mercado externo, principalmente
para a costa africana, utilizado como moeda de troca
no comércio negreiro.
Algodão
 Utilizado para tecer redes de dormir e objetos.
Invasões estrangeiras
 O Tratado de Tordesilhas não era considerado válido
para França, Inglaterra e Holanda, que se dispuseram,
por meio de ações bélicas, a tentar povoar as terras
americanas, asiáticas e africadas controladas por
Portugal e Espanha.
Invasões francesas
 Os franceses fundaram uma comunidade na região da
Baía de Guanabara, chamada de França Antártica e
realizaram escambos com índios e escravizavam os
inimigos.
 O fracasso de seu por radicalismo religioso
internamente, além dos ataques pelas tropas
portuguesas lideradas por Estácio de Sá.
 Quando Portugal estava sob controle espanhol, os
franceses ocuparam a região do Maranhão, fundando
vilas para garantir forças e invadir o Peru, região com
metais preciosos.
 A reação luso-espanhola foi rápida e os expulsou.
União ibérica 1580-1640
 Em 1578, o jovem monarca D. Sebastião desapareceu
no norte da África e a posse do reino Português pelo
rei espanhol, Felipe I, foi chamada de União Ibérica,
com o objetivo de manter a integridade territorial de
Portugal por meio do Juramento de Tomar.
 O sebastianismo foi um mito de esperança da
sociedade portuguesa com o retorno do monarca
desaparecido na África.
Invasões holandesas
 Paralelamente ao processo de União Ibérica, os
holandeses iniciaram seus esforços para promover sua
independência da Espanha.
 Quando conseguiram, os espanhóis iniciaram um
boicote às práticas holandesas, prejudicando a
economia dos Países Baixos.
 Assim, os holandeses fundaram a Companhia das
índias Orientais, responsável pela invasão das áreas
asiáticas e africanas controladas pelos castelhanos.
 Sem à comercialização de açúcar, a Holanda tentou
ocupar o Brasil duas vezes. A primeira em Salvador com
26 navios, sofrendo grande repressão.
 Mesmo assim, continuaram atacando navios e a
Companhia das Índias patrocinou invasões nas áreas
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História
de domínio espanhol, invadindo a capitania de
Pernambuco, rica no comércio de açúcar.
 Assumiram o território e precisou de Maurício de
Nassau administrar essa área. Ele conseguiu uma
harmonia e por meio de empréstimos aos senhores de
engenho, a atividade canavieira foi retomada.
 Ele construiu teatros, zoológico, estabeleceu liberdade
de culto, favorecendo a vinda de judeus e
protestantes, com restrição apenas para jesuítas.
 Após o afastamento de Nassau, a CIO optou por
resgatar empréstimos concedidos e aumentar o
controle da região, culminando na Insurreição
Pernambucana, movimento que expulsou holandeses.
 O sucesso foi devido a fragilidade holandesa em
virtude dos Atos de Navegação de 1651, que decretou
que qualquer mercadoria que entrasse na Inglaterra ou
dela saísse deveria ser transportada por navios ingleses
ou de seu país de origem, prejudicando os holandeses.
 O governo português temia que a luta dos
pernambucanos pudesse culminar em um processo
emancipatório, que, por mais que não tenha
acontecido, estimulou a criação de um sentimento de
resistência à opressão Imperial.
 Os longos anos de guerra comprometeram a produção
açucareira, que passou a enfrentar concorrência com
regiões francesas, espanholas e holandesas no Caribe.
A interiorização da colônia
 A expansão se explica pela necessidade econômica,
antes somente era ocupado a faixa litorânea devido a
facilidade de escoar mercadorias.
Bandeiras
 Paulistas partiram em expedições pelo interior na
intenção de aprisionar escravos e vendê-los.
 Essas bandeiras eram de aprisionamento, que destruiu
inúmeras missões jesuíticas.
 As bandeiras de prospecção foi uma busca de metais e
de pedras preciosas pelo interior da colônia, com
contribuições financeiras da Coroa.
 Em 1698, foi encontrado ouro na região de Vila Rica,
atual Ouro Preto, garantindo uma atividade econômica
com a mineração.
 Eram miscigenados com hábitos indígenas, movidos
pelo desejo de enriquecimento pessoal, e agiam por
meio da ganância e da violência.
Monções
 Expedições que utilizava as vias fluviais para o processo
de deslocamento.
 O sertanismo de contrato consistia na contratação de
bandeirantes para capturar escravos fugidos ou
destruir quilombos.
Mineração
 As notícias a respeito das minas de ouro rapidamente
se espalharam, ocasionando grande fluxo migratório
português.
 Para garantir maior controle e arrecadamento com
tributação, a Coroa fundou a Intendência das Minas,
órgão responsável pela gerência das atividades de
exportação, que promovia a tributação.
 Destaca-se a cobrança do quinto, ou seja, 20% do ouro
extraído, além da derrama, cobrança de impostos
atrasados e confisco do ouro até a tingir a meta
estabelecida pela finta.
 Também cobravam impostos para a circulação de
mercadoria.
 A mineração proporcionou a fundação de núcleos
urbanos e cidades, que necessitavam de
abastecimento, fortalecendo o comércio intercolonial.
 A mão de obra era escrava, submetidos a longas
jornadas de trabalho.
Período Pombalino
 Marquês de Pombal deveria promover uma
modernização nas estruturas administrativas do reino,
reduzindo a dependência portuguesa.
 Suas atitudes tinham influência iluminista, e realizou
centralização administrativa no Brasil, extinguindo as
capitanias hereditárias.
 Expulsou jesuítas e proibiu escravização indígena.
 Realizou maior controle fiscal das atividades
mineradoras, porém, foi afastado visto que os
governadores eram contrários as suas ideias.
Tratado de Madri 1750
 Substituiu o de Tordesilhas e apresentou como ponto
de referência o princípio do Uti Possidetis, ou seja, as
fronteiras seriam traçadas conforme a ocupação
territorial realizada até então.
Rebeliões nativistas e separatistas
 Insatisfeitos quanto ao excessivo controle português,
brasileiros organizaram revoltas que podem ser
divididas em nativistas e separatistas, a primeira
reagia contra as posturas metropolitanas que
estivessem desagradando, porém sem o esforço
emancipatório.
Rebeliões nativistas
Revolta de Beckman – Maranhão, 1684
 Local no qual houve conflitos entre colonos e jesuítas
por causa da escravização de nativos.
 Os religiosos estabeleciam missões que evangelizavam
os índios, e os colonos queriam utilizá-los como mão
de obra cativa.
 A Companhia de Jesus foi expulsa em 1661, voltando
somente em 1680, quando o governo português
decretou ser proibido a utilização de indígenas.
 Para solucionar a falta de escravos, a metrópole criou
a Companhia do Comércio, que fornecia escravos,
vendia manufaturas europeias e comprava produtos
coloniais. Essa abusou nos presos causando
insatisfação popular.
 Fazendeiros descontentes, apoiaram Manuel
Beckman, rico fazendeiro que tomou o governo do
Maranhão, expulsou jesuítas e aboliu a Companhia.
 Portugal mandou um governador que reestabeleceu a
ordem, o prendeu e o enforcou, permitiu o retorno dos
jesuítas e restabeleceu a Companhia, mas sem
monopólio.
Guerra dos Emboabas – Minas Gerais, 1708
 Com a notícia do outro, houve um fluxo natural de
lusitanas buscando riqueza fácil e rápida, causando
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História
desagrado aos paulistas, responsáveis pela descoberta
e que os viam como invasores.
 Os paulistas reivindicavam direito exclusivo de
exploração e chamava-os com desdém de emboabos.
 Nas batalhas, os paulistas, menos preparados, sofriam
derrotas sucessivas, até receberem a promessa de
vidas poupadas se entregassem as armas. Porém,
formam massacrados impiedosamente pelos
portugueses, com vitória dos emboabos.
Guerra dos Mascates – Pernambuco, 1710
 Consequência da decadência da produção açucareira
de Olinda, desde o início da concorrência holandesa
nas Antilhas.
 Pediam empréstimos aos comerciantes de Recife,
criando um conflito pois os fazendeiros de Olinda se
sentiam ofendidos.
Revolta de Vila Rica – Minas Gerais, 1720
 Originária da proibição da circulação de ouro em pó
por parte da Coroa, determinando a transformação de
todo ouro em barra, evitando a sonegação do quinto.
 Eclodiu um levante armado que teve suas
reivindicações aceitas até o governador conseguir
tropas suficientes para massacrar revoltosos.
Rebeliões separatistas
Inconfidência Mineira – Minas Gerais, 1789
 Minas apresentava decadência devido à redução da
quantidade de ouro extraído, deixando muitos
mineradores endividados com a Coroa.
 Estudantes da elite e membros da classe médica, sem
preocupação com a melhoria da qualidade de vida da
população mais pobre, desejavam mudanças políticas
e econômicas.
 Entre os líderes, estava Tiradentes, articulado aos
setores populares pois era o que possuía menor
condição econômica.
 Não havia intenção de libertarem cativos, já que parte
dos envolvidos era senhores de escravos.
 Ficou acordado que quando o governo decretasse a
derraba, eles aproveitariam o cenário de insatisfação
para iniciar à insurreição, porém, foram traídos em
troca do perdão de dívidas.
 Todos negaram participação e apenas Tiradentes
assumiu, sendo condenado a morte por enforcamento
e servido de exemplo.
Conjuração Baiana ou Revolta dos Alfaiates – Bahia, 1798
 Foi a que apresentou um caráter mais popular, ainda
que tinha participação de médicos, advogados e
comerciantes, além dos sapateiros e alfaiates.
 Com uma carga tributária sobre os pobres, as ideias de
liberdade se ampliavam com notícias da Revolução
Francesa e com ideias iluministas, que vislumbravam a
população.
 Os grupos sociais insistiam em promover reformas
sociais após a emancipação, como fim da escravidão e
aumento de salários, levando a elite a se afastarem do
movimento.
 Por meio de denúncias o governo enforcou e
esquartejou revoltosos.
Revolução Pernambucana – Pernambuco, 1817
 Originou do aumento considerável de impostos e a
busca por autonomia da elite.
 A região sentia dificuldades oriundas da decadência da
produção açucareira, assim, se organizaram e
derrubaram o governador da região e decretaram a
República, promovendo a extinção dos impostos, a
liberdade de imprensa e igualdade entre os cidadãos.
Garantia à propriedade inclusive de escravos.
 D. João VI derrotou o movimento, condenando muitos
à morte.
Período Joanino
 Em 1799, a França estava sob liderança de Napoleão
Bonaparte, que, para fortalecer suas atividades
comerciais, proibiu as nações do continente europeu
de realizarem quaisquer atividades comerciais com a
Inglaterra, fato conhecido como Bloqueio Continental.
 Portugal encontrava dificuldades em obedecer, pois
tinha sua economia ligada à Inglaterra, pois dependia
de produtos industriais britânicos.
 Para manter o mercado, a Inglaterra passou a
pressionar a Coroa portuguesa para que ela não
aderisse o Bloqueio, refugiando-se no Brasil caso uma
invasão francesa.
 Em 1807 a família real chegou ao Rio de Janeiro com
15 mil pessoas.
A abertura dos portos – 1808
 Entre as primeiras ações de D. João no Brasil, destaca-
se a Abertura dos Portos, decreto assinado em 1808
que estabelecia a liberação do comércio colonial a
qualquer nação amiga de Portugal, beneficiando a
Inglaterra.
 Essa abertura permitiu ao Brasil o livre-comércio,
estabelecendo o fim da exclusividade metropolitana
portuguesa.
 D. João proibiu a existência de manufaturas no Brasil,
efeito quase nulo, visto que os produtos
industrializados ingleses chegavam a um preço bem
inferior a qualquer produção nacional nascente,
impedindo o desenvolvimento das manufaturas
nacionais.
 Esse cenário foi agravado com o Tratado de Comércio
e Navegação e o Tratado de Aliança e Amizade, em
1810 com a Inglaterra, visto que essa pagava taxa de
importação inferior até mesmo que Portugal.
 A presença da coroa deu início à criação de um
sentimento de nacionalidade, além de transformar o
Rio, criando ministérios, tribunais, fundando a Casa da
Moeda e o Banco do Brasil.
 Fundaram o Jardim Botânico, a Imprensa Real, a
Academia de Belas Artes, Teatro e Biblioteca real.
 Em 1815, o Brasil recebeu o título de Reino Unido de
Portugal e Algarves, fundamental para garantir a
presença portuguesa no Congresso de Viena, não
podendo participar em forma de colônia.
 Após a expulsão de invasores em Portugal com a ajuda
inglesa, eles enfrentaram uma grave crise, deixando o
reino sob controle de autoridades britânicas.
 A população não aceitava que o monarca
administrasse Portugal estando no Rio, iniciando-se
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História
assim, uma luta na Cidade de Porto, conhecida como
Revolução do Porto.
 Eles queriam a criação de uma Constituição liberal e a
transformação do Brasil em colônia novamente, assim,
fazia-se necessária a volta de D. João VI para Portugal,
triste pois se adaptou à vida no Brasil.
 D. Joao VI retornou em 1821, deixando o Brasil sob
controle de seu filho D. Pedro.
A independência do Brasil, 1822
 Temendo ação das cortes portuguesas, a elite
brasileira começou a discutir a urgência de um
processo de independência, formando o Partido
Brasileiro, de maioria aristocracia rural.
 A oposição era o Partido Português, composto de
comerciantes nascidos em Portugal e favoráveis ao
processo de recolonização do Brasil.
 Nas primeiras reuniões em Portugal, tornou-se
consenso exigir o retorno do príncipe regente à
metrópole, visto que sua presença no Brasil dificultaria
o processo recolonizador.
 Essa pressão fez com que o Partido Brasileiro realizasse
um abaixo-assinado pedindo a permanência de D.
Pedro, que, ao receber, declarou: “Como é para o bem
de todos e felicidade geral da nação, estou pronto: diga
ao povo que fico”, assim, ficou conhecido como Dia do
Fico.
 Alguns portugueses não aceitaram essa postura e
foram expulsos do Brasil sob a ordem do príncipe.
 D. Pedro assinou o decreto do “Cumpra-se”,
determinando que qualquer ordem que viesse de
Portugal deveria ser aprovada pelo príncipe regente.
 Assim, as cortes portuguesas exigiam o retorno
imediato de D. Pedro para a metrópole, e, orientado
por José Bonifácio, por meio de uma carta e
insatisfeito com ordens vindas da Europa, D. Pedro
declarou, no dia 7 de setembro de 1822, a
independência do Brasil.
 Essa assina a ausência de uma fundação política que
garantisse as mudanças necessárias para um país
explorado durante séculos, assim, não houve
transformações estruturais na economia e na
sociedade brasileira.
 A tendência política era conservadora, visto que o
príncipe foi instrumento da aristocracia rural.
Brasil Império
Primeiro Reinado (1822-1831)
 Governado por D. Pedro I, com forte instabilidade
político-econômica, sendo encerrado no ato de
sua abdicação.
Regência (1831-1840)
 Como o filho do imperador, D. Pedro II, era muito
novo, a regência foi uma fase de transição.
 Um dos períodos mais conturbados da história
brasileira, encerrada antes do previsto.
Segundo Reinado (1840-1889)
 Governado por D. Pedro II, vítima de um golpe
republicano em 1889 que exigiu sua saída do país,
sendo exilado na França.
 Fase mais estável, destacando-se a manutenção da
escravidão e a opção pelo café como principal
produto para exportação.
Primeiro Reinado
 Após a Independência do Brasil, era necessário o
reconhecimento do novo país.
 Os Estados Unidos reconheceram baseando-se na
Doutrina Monroe - América para os americanos -.
 Portugal aceitou mediante a condição do título de
imperador do Brasil para D. João VI e indenização de
2 milhões de libras esterlinas.
 O Brasil recorreu a Inglaterra o empréstimo, mas
como Portugal tinha uma dívida com eles, foi
abatido.
 A Inglaterra reconheceu exigindo a renovação dos
Tratados Comerciais de 1810, que dava aos ingleses
privilégios comerciais.
Assembleia Constituinte – Uma Constituição outorgada
 Convocada em 1822 pois era necessário criar
símbolos nacionais.
 Estabelecia que o imperador não podia se sobrepor
às decisões do Parlamento, sendo apenas
decorativo. Insatisfeito, D. Pedro dissolveu a
Assembleia e encarregou o Conselho de Estado de
redigir outro projeto.
 Esse projeto não era democrata, delegando direito a
voto para latifundiários detentores de certa
quantidade de alqueires de mandioca ”Constituição
da Mandioca”.
 Na Noite da Agonia, invadiu a Assembleia e
prenderam deputados, pois o monarca afirmada
que eles tentaram limitar seu poder no projeto
constitucional.
 Nota-se que D. Pedro I queria governar o Brasil com
um regime centralizado e em sintonia com os
interesses dos portugueses no Brasil.
Constituição de 1824
 Organizada de acordo com os interesses de D. Pedro I,
que convocou 10 pessoas.
 Voto censitário para evitar participação popular.
 Criação do Poder Moderador, que colocava o
imperador acima dos outros três poderes.
 A religião católica seria oficial, mas com liberdade de
culto.
 Muitos ficaram insatisfeitos, levando ao Partido
Brasileiro a exercerem uma pressão para que D. Pedro
I diminuísse a centralização.
Confederação do Equador
 Frei Caneca disseminou na população a ideia de um
levante contra o governo imperial, insatisfeitos com a
Constituição de 1824.
 Os pernambucanos hostilizaram o imperador e não
aceitaram imposição, declarando uma república
independente no Nordeste, a CE.
 Teve grande participação popular, que exigia reformas
sociais como a abolição do tráfico negreiro. Essa
radicalização ameaçava os interesses econômicos dos
proprietários locais, que recuaram facilitando uma
repressão.
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História
 Francisco de Lima e Silva com ajuda de mercenários
ingleses derrotaram o movimento, enforcando
revoltosos e fuzilando Frei Caneca.
 Como consequência destaca-se o aumento da dívida
externa brasileira.
Crise
A Guerra da Cisplatina
 Em 1825, originária quando o líder uruguaio decidiu
separar a província da Cisplatina do resto do Brasil. D.
Pedro I reagiu, causando o derramamento de sangue
de milhares de brasileiros, com enormes gastos.
 A solução foi a intervenção da Inglaterra que acordou
que a região não ficaria nem com o Brasil nem com a
Argentina, mas que se tornasse um novo país, o
Uruguai.
 O interesse era baseado na oportunidade de exercer
uma influência sob um novo território.
 Houve uma crise inflacionária no Brasil devido a
emissão de papel moeda para manter a guerra,
levando o Banco do Brasil a falência.
Intervenção em Portugal
 Em 1826 morreu D. João VI em Portugal e pela ordem
de sucessão, D. Pedro I deveria assumir. Porém, como
governava o Brasil, cedeu o trono à sua filha, Maria da
Glória. Como era muito nova, solicitou a seu irmão, D.
Miguel, para assumir Portugal.
 Seu irmão realizou um golpe político, retirando Maria
da Glória do trono. D Pedro I reagiu a favor da sua
filha, desagradando a elite brasileira.
Abdicação
 Com a situação econômica e política conturbada e a
balança comercial desfavorável, D. Pedro enfrentou
grande oposição do Partido Brasileiro e críticas de
vários jornais adversários.
 O imperador foi vaiado em Ouro Preto, fazendo com
que os portugueses fizessem uma festa para a
chegada dele a capital, no Rio de Janeiro. Essa festa
atraiu opositores causando um conflito conhecido
como noite das garrafadas.
 Milhares de pessoas saíram às ruas indignadas com a
postura de D. Pedro I, que, não resistindo a opressão,
abdicou do trono em 1831, dando o direito da posse
para seu filho, D. Pedro II.
 Dom Pedro retorna para Portugal, onde venceu
Miguel e assumiu o controle do país como Pedro IV,
dando início ao período regencial no Brasil.
Período Regencial
 O Brasil começou a ser governado pelos próprios
brasileiros eleitos para ocupar o Executivo, com
mandatos temporários.
 Marcado por grande instabilidade política, com a
eclosão de guerras separatistas devido à falta de
identidade nacional, que integraria todas as regiões
do país.
 Houve um “avanço liberal” em que o Brasil foi
conduzido por políticos de oposição ao autoritarismo
de D. Pedro I e desejavam uma maior descentralização
a favor das províncias e um ”regresso conservador”.
Regência trina provisória – 7/1831
 Na ausência de um imperador, o país deveria ser
governado por uma regência de três pessoas, eleitas
pela Assembleia Geral, sendo a Constituição de 1824,
porém, ela estava em recesso.
 Um grupo de políticos assumiram por um curto prazo
o controle do país.
 Eles readmitiram o gabinete do Ministério dos
Brasileiros, demitido por D. Pedro I e anistiaram os
presos políticos do imperador.
Regência trina permanente 1831-1835
 A Assembleia escolheu os três regentes, mas o
destaque foi para o padre Feijó, defensor de um Poder
Executivo forte e independente.
 As distinções dos projetos defendidos acarretaram na
criação de várias organizações políticas.
Organização partidária
1. Restauradores ou caramurus: defensores de uma
monarquia forte e centralizada, desejavam o retorno
de Pedro I ao Brasil (sonho interrompido com sua
morte em 1834). Eram originados do antigo partido
português.
2. Liberais moderados ou chimangos: buscavam
estabelecer reformas que aproximassem o Império de
uma estrutura federalista que viesse a garantir uma
relativa autonomia para as províncias. Não queriam
grandes rupturas, desejando manutenção da
monarquia com maior divisão dos poderes. Originados
pelo partido brasileiro.
3. Liberais exaltados ou farroupilhas: queriam a redução
do poder central até sua total extinção. Defendiam o
federalismo e a descentralização administrativa.
 Devido a diversidade de projetos, somada à ausência
da autoridade monárquica, houve um quadro de
instabilidade que fez com que Feijó propôs-se a criação
de uma força militar que pudesse intervir contra as
insurgências políticas e sociais do período: Guarda
Nacional.
 A Guarda Nacional era composta de cidadãos de alta
renda que assumiram o controle das regiões para
abafar revoltas, enfraquecendo o exército brasileiro.
Ato adicional de 1834
 O poder moderador foi suspenso durante a regência.
 Optaram pela criação da Regência Uma.
Regência Una de Padre Feijó 1835-1837
 Progressistas eram a favor do padre e lutavam pela
manutenção da autonomia das províncias.
 Regressistas defendiam maior centralização do poder
e o fim das revoltas provinciais.
 Feijó enfrentou oposição do Congresso que o acusava
de não empregar forças suficientes para acabar com as
revoltas, causando desgaste que o fez renunciar,
dando início a “maré liberal”.
Regência Una de Araújo Lima 1837-1840
 Regressista, buscou frear as transformações do Brasil
para manter a ordem aristocrática.
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História
 Tentou abafar revoltas e culparam o Ato Adicional de
dar maior liberdade às províncias e proporcionando o
desejo emancipatório, o chamando de “Ato de anistia”.
 Criaram a Lei interpretativa do Ato Adicional,
responsável pelo fortalecimento do poder central em
detrimento das províncias.
Golpe da maioridade
 Liberais criaram o Clube da Maioridade que desejava
antecipar a ascensão de D. Pedro II e colocar fim nos
conflitos existentes.
 D. Pedro II foi aclamado imperador em 1840, com 14
anos, contrariando a Constituição e atendendo aos
interesses dos liberais e dos conservadores, que
queriam resguardar a manutenção da estrutura
política, econômica e social.
Rebeliões regências
 Na luta por autonomia de algumas regiões e o desejo
de emancipação, ocorreram várias revoltas.
Revolta dos Malês – Bahia, 1835
 Vários negros alfabetizados em árabes e de religião
mulçumana se identificaram.
 Se organizaram, mas foram denunciados por ex-
escravos, sendo fortemente reprimidos, condenados à
morte e deportados para a África.
Cabanagem – Grão-Pará, 1835-1840
 Devido ao grande desequilíbrio social e a insatisfação
frente ao autoritarismo do governador, revoltosos
tomaram o governo central com a ajuda de camadas
mais baixas, porém, tinham divergências internas e os
faltavam um plano após a tomada de poder.
 Formaram uma República no Pará que teve reação do
governo, causando uma rebelião que matou mais de 40
000 pessoas.
 Foi o primeiro movimento em que a população de
menor renda conseguiu êxito por cento tempo.
Sabinada – Bahia, 1837
 A insatisfação popular originou-se da convocação
promovida pelo governo regencial para que a
população se alistasse nas forças de combate ao
movimento da Farroupilha, no Sul do país.
 Rebeldes expulsaram representantes do governo
central e proclamaram a República Bahiense,
separando-a do restante do Brasil.
 Para obter apoio dos negros, os revoltosos
prometeram liberdade para os escravos nascidos no
Brasil.
 As tropas fiéis à regência cercaram Salvador,
prendendo alguns líderes do movimento.
Balaiada – Maranhão, 1838-1841
 Um mestiço, chamado de “Cara preta” invadiu uma
cadeia para libertar seu irmão, ficando conhecido e
ganhando apoio na região.
 Ele começou a reivindicar melhorias sociais e
econômicas para os excluídos, tomaram a cidade e
enviaram reivindicações para o governo afim de evitar
um conflito.
 Não foram atendidos e foram rendidos, presos e
mortos em batalhas.
Guerra dos Farrapos – Rio Grande do Sul, 1835-1845
 Liderados por grandes fazendeiros e proprietários de
gado de corte que tinham interesse na redução dos
impostos que o governo impunha sobre a carne-seca,
o charque.
 Se declararam independentes do restante do Império,
chegando a realizar uma Assembleia Constitucional
inspirada na Revolução Francesa.
 Barões de Caxias, “Pacificador do Império”, conseguiu
abafar o movimento e negociar um acordo de paz com
anistia aos revoltosos
 Nota-se que pelo seu caráter elitista, teve um maior
espaço para diálogo e sofreu menor grau de repressão.
Segundo Reinado
 A elite sabia da necessidade de manter o poder
centralizado nas mãos de D. Pedro II para perpetuação
dos privilégios baseados na posse de terras, controle
da renga e do poder político e na manutenção do
trabalho escravo.
Os primeiros anos
 Voto censitário.
 Foi instaurado um ministério composto por liberais, o
Ministério dos Irmãos que tinha como opositor os
conservadores, que detinham a maioria das cadeiras
do Parlamento.
 Para evitar um conflito maior, o imperador dissolveu o
Parlamento e convocou novas eleições, porém, para
obter maioria na votação, os liberais utilizaram todos
os instrumentos de opressão durante a eleição, que
ficou conhecida como “Eleições do cacete”.
 Após a fraude, os conservadores fizeram uma enorme
pressão no imperador, que os colocou no poder e
dissolveu o Ministério dos Irmãos.
As revoltas liberais de 1842
 Contestavam as reformas e a exclusão do Partido
Liberal do poder, e, assim, dominaram algumas cidades
do interior, mas foram derrotados pelas tropas do
Feijó.
 Sem organização, os revoltosos foram rapidamente
detidos, e, para evitar mais conflitos, D. Pedro II
começou a alternar liberais e conservadores no poder.
Parlamentarismo às avessas
 D. Pedro II organizou a política brasileira sob
orientação parlamentarista, em que o primeiro-
ministro deveria administrar o Brasil. Porém, ele estava
subordinado à autoridade do Poder Moderador,
diferente do modelo clássico inglês.
 Dessa forma, o peso do eleitor na decisão política era
limitado, visto que o imperador era o protagonista.
Revolução Praieira – Pernambuco, 1845-1850
 Um grupo de liberais pernambucanos contestavam o
controle político da província pelas oligarquias
regionais, e, para demonstrar a insatisfação, fundaram
o jornal Diário Novo, que publicou um manifesto para
a população com reivindicações:
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História
 Voto livre e universal, plena liberdade de divulgar os
pensamentos pela imprensa, extinção do Poder
Moderador, introdução do federalismo.
 A escravidão era divergente.
 O movimento foi massacrado pelas tropas fiéis ao
Governo Federal.
Estabilização política e conciliação
 Após a revolução, os atritos minimizaram.
Economia
 Nos primeiros anos apresentou retração, além do
endividamento do pagamento de indenização para
Portugal reconhecer sua independência.
 O país melhorou quando entrou no mercado de
exportação do café, principalmente para Europa.
 Destacaram-se o Oeste Paulista e o Vale da Paraíba.
 O país também produziu açúcar, algodão, cacau,
borracha.
 Devido a Lei Euzébio de Queirós, que proibia o tráfico
de escravos no Brasil, os investimentos que seriam
para os escravos passaram a ser utilizados em outros
setores da economia, como a indústria.
 O lucro do café foi investido em atividades industriais.
O desenvolvimento industrial
Tarifa Alves Branco
 Pressionado a conceder taxas de importação baixas, a
indústria nacional era impedida de se desenvolver,
visto o maior avanço tecnológico da indústria europeia.
 Para inverter essa situação, o ministro da Fazenda,
Manuel Alves Branco, elevou os impostos de
importação a uma taxa de 60% para produtos cujos
semelhantes fossem fabricados no Brasil, os outros,
30%.
 A medida não objetivava proteger a indústria nacional,
sendo direcionada pelo interesse de aumento da
arrecadação estatal, porém, foi fundamental para
incentivar a indústria brasileira.
 O primeiro setor industrial moderno a surgir foi a
tecelagem, implantada com o auxílio de máquinas e
técnicos importados dos países desenvolvidos.
 Visconde de Mauá foi responsável por vários
empreendimentos com o capital do fim do tráfico de
escravos, como a construção das primeiras estradas de
ferro, para facilitar o escoamento do café aos portos,
fundação de bancos, implantação de iluminação a gás
no RJ, construção do primeiro cabo telegráfico
submarino ligando o Brasil à Europa.
Sociedade
 Autoridade político-social de latifundiários
monocultores, conhecidos como coronéis ou barões
do café.
Cultura
 Grande influência europeia, como os salões.
 Romantismo, com José de Alencar, autor de O Guarani
e Iracema.
 Construção da imagem do índio brasileiro.
Escravidão
 Mantida até temerem a revolta escravista do Haiti,
fazendo com que a elite adie a libertação.
 Os ingleses queriam promover o fim do trabalho
escravo e criar um mercado consumidor para seus
produtos por meio do estímulo à mão de obra
assalariada.
 Incentivo também da classe média urbana, com
profissionais liberais, intelectuais, universitários.
O movimento abolicionista
Lei Eusébio de Queirós – 1850
 Sem resistir à pressão da Inglaterra, o Brasil criou uma
nova lei que proibia o tráfico de escravos.
Lei do Ventre Livre - 1871
 Escravos nascidos a partir daquela data seriam
considerados libres, porém, como poderia uma criança
ser livre e ter pais em cativeiros?
Lei do Sexagenário – 1885
 Declarava livres os escravos com 60 anos de idade ou
mais, beneficiando proprietários já que eles não
tinham mais condições de realizarem trabalho pesado.
Lei Áurea - 1888
 Assinada em 13 de maio pela princesa Isabel, visto que
o imperador estava viajando, estabeleceu-se liberdade
para todos os escravos no Brasil.
 Foi omissa sobre possíveis indenizações a serem pagas
aos escravos pelos anos de trabalho, e, muitos não
tinham como recomeçar a vida, sendo submetidos ao
mesmo trabalho, além do preconceito e da
desvalorização ainda presente.
A imigração para o Brasil
 No sistema de parceria, o fazendeiro custeava a vinda
do imigrante e sustento durante os primeiros anos, e
os novos trabalhadores deveriam produzir o café e os
produtos de subsistência. Não obteve sucesso pois os
fazendeiros maltratavam os imigrantes e cobravam
altos juros.
 O governo interveio realizando o sistema de imigração
subvencionada, com dinheiro público, pagava a
passagem sob fiscalização, evitando abuso de
fazendeiros.
 O estímulo à imigração está associado ao desejo de
utilização de mão de obre livre, visto que poderia ser
mais rentável e o projeto de branqueamento do povo
brasileiro.
Política externa
Conflitos diplomáticos
 Conflitos do Brasil com a Inglaterra que pressionava
para que seus interesses fossem atendidos, como o fim
do tráfico negreiro.
Guerra do Paraguai 1864-1870
 Acreditava-se que foi articulada por ingleses que
temiam uma nação autossuficiente, desenvolvida e
independente de capital estrangeiro.
 Hoje, defendem que as motivações foram as disputas
por territórios e por interesses dos envolvidos na Bacia
da Prata.
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História
 O governo do Paraguai aprisionou um navio brasileiro,
fazendo com que o Brasil declarasse guerra, utilizando
de escravos no exército.
 Eles inicialmente foram recrutados a força,
provocando resistência, mas depois foram prometidos
de se tornarem livres após a guerra.
 Acredita-se que morreu 75% da população paraguaia,
destruindo Paraguai e endividando o Brasil com a
Inglaterra, porém, fortaleceu o Exército brasileiro.
Fim do império
 Grande oposição ao centralismo imperial e surgimento
de um projeto republicano, com tendências
presidencialistas e federalistas.
 Causas:
Questão abolicionista
 A luta pela liberdade dos escravos criava o desejo de
implantar a República, assim, Isabel assinou a lei com o
objetivo de enfraquecer esse desejo.
 Os fazendeiros optaram por defender o movimento
republicano, na esperança de serem ressarcidos do
prejuízo que foram submetidos.
Questão religiosa
 Desavença entre o imperador e a Igreja visto que a o
papa determinou proibido a presença de maçons entre
seus seguidores, o que desagradou ao D. Pedro II que
sempre esteve ligado à maçonaria, condenando e
prendendo vários bispos.
Questão militar
 Ligação entre o Exército e o Imperador agravada
quando ele prendeu dois oficiais que fizeram
declarações públicas contra o regime.
 Defendendo os militares, Rui Barbosa e Deodoro da
Fonseca lançaram o Manifesto de 1887, defendendo a
honra militar que estava em jogo com atitudes
despóticas de D. Pedro II.
Questão republicana
 O Manifesto Republicano foi organizado por membros
do partido liberal, contando com apoio dos
agricultores de café e setores urbanos.
 Teve influência do pensamento positivista (com traço
centralizador) apoiados por militares, médicos,
engenheiros e uma tendência federalista.
O golpe republicano
 Republicanos divulgaram um boato de que o
imperador realizaria uma repressão contra os militares
que fossem a favor da república, assim, Deodoro da
Fonseca, militar experiente, proclamou a República em
15 de novembro de 1889, informando D. Pedro II que
deveria se retirar do Brasil, esse, então, se refugiou na
França.
República provisória da Espada
 A transição foi marcada por instabilidade política e
econômica.
 Da saída de D. Pedro II até a entrada do primeiro
presidente eleito, Prudente de Morais, passaram-se 5
anos.
 Nesse intervalo o país obteve uma nova Constituição,
enfrentou duas revoltas da Marinha, conviveu com
conflitos que culminaram na renúncia de um
presidente e elegeu o primeiro governante federal por
via direta em 1894.
Governo provisório
 A família real foi banida e proclamaram um regime
republicano e federativo.
 Separação da Igreja do Estado e instituição do
casamento civil.
 Concessão da cidadania nacional aos estrangeiros
interessados.
 Criação de uma nova bandeira.
 Convocação de uma Assembleia Constituinte para
redigir uma Constituição com ideal republicano.
Reforma econômica: o encilhamento
 Em 1890, o ministro da Fazenda, Rui Barbosa, lançou
um projeto que objetivava o desenvolvimento
industrial e o aumento de recursos financeiros
circulantes para solucionar a baixa quantidade de
dinheiro em um período de mão de obra assalariada.
 Autorizou a emissão de papel moeda aos bancos,
causando elevada inflação, a desvalorização da moeda
brasileira, o desequilíbrio nas contas externas da nação
e a alta do custo de vida.
 Indústrias fantasmas surgiram para obterem crédito
disponível para desenvolvimento.
 Rui foi demitido em 1891.
Constituição de 1891
 Foi influenciado pela Constituição liberal
estadunidense, afirmando o direito a igualdade,
liberdade e propriedade privada.
 Tripartição dos poderes.
 Relativa descentralização política.
 Mandato presidencial de 4 anos, sem a possibilidade
de reeleição.
 Eleição direta para os principais cargos.
Voto: aberto, restrito a brasileiros maiores de 21 anos,
excluindo-se mendigos, soldados, analfabetos, religiosos e
mulheres.
 A República da Espada ficou conhecida assim pois
quem assumiu o país foram dois militares.
 A primeira eleição foi indireta entre Deodoro da
Fonseca e Prudente de Morais. Deodoro venceu por
pouco, tendo como vice Floriano Peixoto.
República da Espada
 O governo de Deodoro da Fonseca foi caracterizado
pelo autoritarismo e pelos reflexos econômicos do
encilhamento.
 O presidente vetou a Lei da Responsabilidade, que
limitava suas ações caso descumprisse normas legais.
Porém, o Legislativo aprovou a lei. Insatisfeito,
Deodoro decretou estado de sítio, suspendendo
direitos e garantias individuais.
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História
Primeira Revolta Armada
 Reagindo à atitude do presidente, alguns navios de
guerra colocaram suas armas apontadas para a capital
e exigiram a restauração da ordem democrática no
país.
 O presidente, pressionado, renunciou ao cargo.
 O controle executivo cabia a Fernando Peixoto, que
deveria convocar novas eleições como determinava a
lei. Entretanto, encontrou contradições e governou até
o fim do mandato.
 Em 1892, recebeu uma carta-manifesto de 13 generais,
exigindo convocação de eleições, que acabaram sendo
punidos.
Segunda Revolta Armada
 A Marinha repetiu a fórmula e apontou os canhões
para o Rio de Janeiro, porém, foram derrotados com o
apoio de navios estrangeiros que colaboraram com o
governo.
Revolução Federalista 1893-1895
 No Rio Grande do Sul ocorreram disputas políticas
acerca do projeto republicano.
 Os federalistas uniram-se aos participantes da segunda
revolta armada que só foram derrotadas por meio da
união entre o governo central e trocas estaduais.
Evolução política dos primeiros anos da República
 A República precisava de símbolos que possibilitassem
a necessária identificação entre o povo e o nascente
Estado Republicano.
 Não existia no Brasil uma unanimidade quanto ao
projeto político a ser implantado, destacando-se três
grupos conflitantes:
1. Positivistas
 Afirmavam que o governo fortalecido e consciente das
necessidades do Estado seria capaz de arbitrar as
questões gerais da nação. O papel centralizador atraiu
os anseios militares. Eles acreditavam no avanço
racional e industrial.
2. Jacobinos
 Grupos de baixa e média renda que queriam uma
pátria com participação popular. Se identificavam com
Floriano pois ele deu conta de medidas progressistas,
como a construção de casas populares e incentivo ao
desenvolvimento industrial.
3. Liberais
 Defendidos pelos cafeicultores, partidários de uma
organização política elitista e desejosos de uma
estrutura administrativa descentralizada que
garantisse manutenção da propriedade e da liberdade.
República Oligárquica 1894-1930
Café, indústria e movimento operário.
 A sociedade brasileira exerceu, pela primeira vez, o
direito de voto para a Presidência, elegendo Prudente
de Morais, representante dos cafeicultores do
Sudeste.
 Encerra-se com ascensão de Getúlio Vargas ao poder
em 1930.
Economia
 Buscando solucionar a crise do encilhamento, o
presidente Campos Sales, mesmo antes de sua posse,
iniciou um acordo econômico externo, assinado com
banqueiros ingleses, Funding Loan.
 O acordo foi uma renegociação da dívida brasileira e da
entrada de um novo montante monetário que
permitiria ao Brasil evitar a insolvência monetária, que
ocorre quando o total de bens e créditos do devedor
não cobre suas dívidas.
 O Brasil ofereceu receitas oriundas da Alfândega
Brasileira e da Estrada de Ferro Central do Brasil, além
da diminuição da emissão de papel-moeda e
contenção de gastos públicos estatais.
Café
 Principal produto de exportação, fornecendo grande
lucro até a crise de 1929.
 Expansão desenfreada da produção, que não era
acompanhada de um mercado externo capaz de
consumir tamanho crescimento.
 Convênio de Taubaté foi organizado na tentativa de
solução entre os representantes dos governos do RJ, SP
e MG.
 Foi acertado uma intervenção dos estados, que
realizariam empréstimos no exterior para comprarem
as sacas de café excedentes, valorizando
artificialmente o produto, ao mesmo tempo que
buscariam desestimular a expansão da produção.
 Porém, a produção continuou crescendo acelerada,
culminando na superprodução de 1929.
Borracha e outros produtos
 A borracha era matéria-prima para pneus de
automóveis e bicicletas, fundamental durante a
Segunda Revolução Industrial.
 A região amazônica tornou-se referência mundial na
extração de látex.
 A região asiática ocasionou uma concorrência e levou
a uma retração econômica na região Norte do Brasil.
 A expansão do território explorado por brasileiros se
estendeu até a região do Acre, pertencente à Bolívia,
que ficou insatisfeita e cedeu o direito de extrativismo
para a companhia estadunidense.
 Tropas foram enviadas para o Acre, e por meio de
negociações, o Brasil conseguiu anexá-lo, por meio do
Tratado de Petrópolis, pagando indenização à Bolívia
e à companhia dos EUA.
 O Brasil também exportou açúcar, cacau e couro.
Indústria
 A expansão do café para São Paulo veio acompanhada
do crescimento das indústrias.
 A necessidade de substituir importações foi estimulada
durante a primeira guerra, visto que os fornecedores
estavam envolvidos na guerra.
 Os imigrantes muito das vezes eram operários mais
especializados no setor.
 Os principais setores eram os bens de consumo não
duráveis, como tecidos e alimentos.
Movimento operário
 A luta por melhores condições de trabalho e por uma
reestruturação do modo de produção foi conduzida
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História
por imigrantes que chegavam influenciados pelas
novas ideias que desafiavam a ordem capitalista.
 Destaca-se o anarquismo, que contestava qualquer
poder e organização partidária.
 O sindicato era um instrumento de luta por melhores
condições de trabalho, visto que os funcionários eram
submetidos a condições subumanas, com carga horária
de 12 a 16 horas diárias, baixos salários e exploração
de mulheres e crianças.
 Lei Celerada: fim de manifestações grevistas e
possibilidades das autoridades fecharem qualquer
grupo contrário à ordem pública.
Confederação Operária Brasileira: unificou a luta pela causa
trabalhadora no Brasil, com tendências anarquistas e socialistas
e com a greve como luta.
Greve de 1917
 Operários exigiam ações governamentais como
redução de aluguéis e do custo de vida. O governo
aumentou o salário, recontratou grevistas demitidos e
garantiu esforços na busca de melhores condições de
vida para a população.
Sociedade
 A maioria da população era composta por
camponeses, pouco politizados, afastados do pleno
exercício da cidadania e sem acesso à educação.
 Alguns votavam, mas eram controlados pelos coronéis.
 A nascente classe média era composta por imigrantes,
membros do Exército, pequenos comerciantes,
funcionários públicos e artesãos.
 Como as condições de trabalho eram inadequadas,
ocorreram revoltas no campo.
Movimentos sociais da república velha
Revoltas no campo
Arraial de Canudos
 Conselheiro arrastava uma multidão de seguidores
oprimidos pela nobreza do Nordeste, considerando
injusto a destruição da monarquia.
Contestado
 Entre Paraná e Santa Catarina, disputando áreas.
 A população rural teve suas terras tomadas com a
construção de uma ferrovia por uma empresa
estadunidense, além da exploração de madeira na
região, ocasionando grande desmatamento.
 Simpatizavam com a monarquia, sofrendo repressão
do governo republicano.
Cangaço
 Suas ações se direcionavam contra o Estado e os
grandes proprietários rurais em um contexto marcado
por desigualdade social e pelo domínio econômico e
político dos latifundiários, dotando um caráter de
protesto social.
 Considerados vingadores e justiceiros, com banditismo
social.
Revoltas urbanas
Revolta da Vacina
 O governo do Rio de Janeiro derrubou cortiços,
alargaram ruas, ergueram prédios, transferindo
moradores para morros, vivendo em miséria.
 Oswaldo Cruz propôs a vacinação obrigatória da
população, visando o combate a varíola, causando uma
convulsão social, visto que os cariocas não aceitaram a
imposição da vacina, além da resistência popular em
expor partes do corpo para desconhecidos e, ainda, a
ignorância da sociedade quanto aos benefícios da
vacinação.
Revolta da Chibata
 A Marinha brasileira castigava fisicamente os
marinheiros com chibatadas, normalmente sobre
negros.
 Em 1910, um marujo negro desmaiou enquanto
castigado, causando comoção e revolta, chegando a
matar alguns oficiais. Marinheiros ameaçaram o Rio de
Janeiro com canhões e tiveram seus pedidos
atendidos.
 Após, o governo reagiu prendendo muitos.
Política da República Velha
 Os eleitos políticos eram comprometidos com grupos
controladores das principais atividades econômicas do
país, como Prudente de Morais, representante dos
cafeicultores paulistas.
Política dos Governadores
 Ocorria a troca de favores entre o Governo Federal, os
governadores estaduais e as oligarquias regionais,
permitindo que os mesmos detentores do poder
econômico mantivessem o controle político da nação.
Contavam com os coronéis, indivíduos com influência
local, favorecidos pelo voto aberto, permitindo
imposições no voto de cabresto.
Clientelismo: realização de favores por parte do coronel aos
seus controlados, como um emprego público ou até sapatos,
favorecido pela pobreza da sociedade.
República do Café com Leite
 Controle das estruturas do Governo Federal por São
Paulo e Minas Gerais, devido a política dos
governadores associada ao coronelismo.
Presidentes
1. Prudente de Morais
2. Campos Sales
3. Rodrigo Alves
4. Afonso Pena
5. Hermes da Fonseca
6. Venceslau Brás
7. Epitácio Pessoa
8. Arthur Bernardes
9. Washington Luís
Campanha Civilista
 Em 1909 São Paulo e Minas Gerais assumiram posturas
distintas na escolha do candidato à Presidência.
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História
 Minas Gerais queria Hermes da Fonseca e São Paulo
apoiou Rui Barbosa.
 Através de fraudes, venceu Hermes, que fez
intervenções federais em oligarquias que ameaçavam
seu governo.
A crise do regime na década de 1920
Movimento Tenentista
 Nítida oposição de alguns setores das Forças Armadas
ao regime do país, assim lutavam pela implementação
de um novo projeto de modernização no Brasil.
 Propuseram o voto secreto, o fim da corrupção, a
defesa do nacionalismo.
Era Vargas
As eleições de 1930 – Ruptura do café com leite
 Washington Luís desejava manter o estado de São
Paulo no controle político, lançando Júlio Prestes como
candidato à Presidência.
 Minas Gerais desejava eleger Antônio Carlos Ribeiro de
Andrada, não apoiado por São Paulo.
 O PRM ligou-se ao Rio Grande do Sul numa Aliança
liberal, lançando Getúlio Vargas.
 Minas também se juntou com a Paraíba, que lançou
como vice João Pessoa.
 A Aliança Liberal defendia o voto secreto, o
desenvolvimento de novas atividades econômicas, a
criação de uma legislação trabalhista que incluísse a
regulamentação do trabalho feminino e infantil, além
do direito à aposentadoria e férias.
 Nas eleições de 1930, ocorreram apoio de máquinas
eleitorais fraudulentas das oligarquias para ambas
candidaturas, vencendo Júlio Prestes.
A revolução de 1930
 Muitos opositores de São Paulo estavam insatisfeitos,
assim, o estopim veio com o assassinato do candidato
a vice-prefeito, João Pessoa. Sua morte estimulou as
forças contrárias ao governo a organizarem o levante
armado, iniciado no Rio Grande do Sul e em Minas
Gerais.
 A deposição do presidente Washington Luís por uma
junta militar e a posse de Getúlio Vargas no Governo
Provisório, colocaram fim à República Velha,
enfraquecendo as oligarquias.
 O Brasil encaminhou-se para um avanço industrial com
profunda intervenção estatal, além de possibilitar a
inserção de trabalhadores urbanos no espaço político
e social.
Governo Provisório 1930 - 1934
 Vargas buscou conciliar os interesses oligárquicos com
as novas propostas da Aliança Liberal, com ações
centralizadoras.
 Atacou a ordem liberal e o forte federalismo,
nomeando seus próprios governadores.
 Manteve a valorização do café, destruindo parcela dos
estoques reguladores, chegando a utilizar como
combustível em ferrovias.
 Buscou condições para que o país construísse um
parque industrial mais autônomo e forte.
 Aproximou-se do proletariado urbano por meio da
elaboração de uma legislação trabalhista que garantia
repouso semanal remunerado, jornada de oito horas
de trabalho e direito à aposentadoria.
 Formulou um novo Código Eleitoral, em fevereiro de
1932, instituindo o voto secreto e o feminino, porém,
impôs limites à cidadania feminina, podendo votar
somente aquelas que não fossem dependentes dos
pais ou do marido.
 O Código Eleitoral introduziu a fotografia no título
eleitoral, além de criar a Justiça Eleitoral, responsável
por organizar o alistamento, as eleições, a apuração de
votos e o reconhecimento e a proclamação dos eleitos.
Revolução Constitucionalista – São Paulo, 1932
 Desejosos de retomar o controle do país, paulistas
tiveram apoio apenas Mato Grosso, enfrentado as
tropas que não aderiram ao protesto.
 Foi um fracasso, porém, para reduzir a oposição de São
Paulo, Vargas criaria uma nova Constituição brasileira.
Governo Constitucional – 1934, 1937
 A nova Carta, a terceira brasileira e a segunda
republicana, confirmava muitas das conquistas obtidas
no Governo Provisório, como o voto feminino e o
secreto.
 Reconhecia os sindicatos e as associações, confirmava
direitos trabalhistas, como garantia do salário mínimo,
férias anuais remuneradas, limite de oito horas diárias,
proibição do trabalho a menores de 14 anos, descanso
semanal e indenização ao trabalhador dispenso sem
justa causa.
 No dia seguinte, Getúlio Vargas foi eleito presidente
pelo voto indireto, visto que a lei estipulava sistema
direto apenas para 1938.
 Formara duas organizações políticas: Aliança Nacional
Libertadora e Ação Integralista Brasileira.
 ANL: representava os interesses antifascistas do país,
com inúmeras lideranças de esquerda, com membros
do Partido Comunista Brasileiro, liderados por Luiz
Carlos Prestes, do Movimento Tenentista. O Cavaleiro
da Esperança procurou difundir os ideais socialistas no
país, como a reforma agrária, a nacionalização de
empresas estrangeiras e o não pagamento da dívida
externa.
 AIB: possuía traços ou inspirações fascistas, chefiados
por Plínio Salgado, espelhado no regime de Mussolini,
na Itália. Defendiam o Estado fortemente centralizado,
o combate ao comunismo, o fim dos partidos políticos,
o nacionalismo exacerbado e o lema “Deus, Pátria e
Família”.
 Vargas revelava-se mais simpático às determinações
de direita, sendo menos tolerante a ANL, assim, ela foi
fechada, visto que o chefe de política acreditava na
ameaça institucional dos seguidores de Prestes.
Intentona Comunista
 Levante nas cidades de Rio de Janeiro, Recife e Natal,
sendo massacrados pelas tropas do governo, que se
aproveitaram para prender jornalistas, sindicalistas,
operários, artistas, enfim, qualquer tipo de adversário
ao regime centralizador de Vargas, prendendo
também o Prestes.
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História
 Vargas capitalizou o perigo socialista da Intentona
Comunista, criando a ideia de uma “ameaça
comunista”, dando início à campanha eleitoral para
presidente.
 Em setembro de 1937, a Imprensa Nacional divulgou a
descoberta de um projeto comunista, conhecido como
Plano Cohen, que era falso.
 Esse plano visava instaurar um regime de esquerda no
país, assim, Vargas cancelou as eleições, utilizando
como pretexto a ameaça e instaurou um regime
ditatorial que duraria até 1945.
O Estado Novo 1937- 1945
 Começou com a imposição de um nova Constituição,
apelidada de Polaca, que apresentava a centralização
do poder nas mãos do Executivo, garantia direitos
individuais de liberdade e segurança, porém, o Estado
controlava a censura e a possibilidade de fechar
entidades e autorizar prisões em nome da ordem, além
de proibir o direito de greve.
 O DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) criou
a “Hora do Brasil”, programa divulgado pela rádio no
final do dia, que buscava ilustrar os progressos de
Vargas, além de divulgar a ideia do brasileiro ideal e a
necessidade de se ter um cidadão pacífico e
trabalhador.
 Getúlio acabou de vez com o federalismo oligárquico,
consolidando seu modelo de Estado, centralizado e
protagonista do desenvolvimento econômico.
Intentona Integralista
 Os AIB tiveram sua organização fechada a mandato de
Getúlio, assim, os seguidores de Plínio Salgado
tomaram de assalto o Palácio de Guanabara, residência
do presidente.
 Tiveram reações de tropas do governo que levou à
morte de centenas de integralistas, tendo o líder preso
e exilado em Portugal.
Política trabalhista e economia durante o Estado Novo
 Vargas além de regular a aplicação do salário mínimo,
lançou a Consolidação das Leis trabalhistas, em 1943,
que incorporava as conquistas do operariado,
fundamentais para a criação da imagem de um líder
preocupado com as questões sociais.
 Para tentar romper com a excessiva dependência
brasileira dos produtos importados, Getúlio realizou
uma reformulação do parque industrial brasileiro,
investindo nas indústrias de base, com a criação da
Siderúrgica de Volta Redonda, a Companhia do Vale do
Rio Doce e a Fábrica Nacional de Motores.
Política Externa
 Ocorria a Segunda Guerra Mundial e de início o
governo brasileiro foi neutro.
 Devido as pressões estadunidenses, o presidente apoio
os Aliados, mesmo que, ideologicamente, se
encontrasse mais próximo do Eixo, compensados com
apoio financeiro dos EUA.
 O Brasil colaborou com a venda de recursos minerais e
de borracha, fundamentais para abastecer a indústria
dos países em guerra.
 A reação alemã veio em 1942, com vários ataques a
navios brasileiros na costa do país, levando a Vargas
decretar guerra ao Eixo, enviando tropas para
confronto, cerca de 25 mil soldados que voltaram para
a casa em clima de vitória.
O fim do Estado Novo
 O regime possuía grandes opositores que realizaram
algumas manifestações na década de 1940, entre eles
a União Nacional dos Estudantes.
 Devido a participação na Guerra, não era possível
sustentar um governo ditatorial enquanto o mundo
erra varrido pela onda liberal, assim, Getúlio deu início
a mudanças que retomavam o ambiente democrático
no país.
 Vargas lançou uma reforma constitucional que
garantia a reabertura dos partidos políticos,
destacando-se:
1. PTB: Partido Trabalhista Brasileiro: grupos pró-Vargas
ligados aos sindicados, que desejavam o
desenvolvimento industrial sob uma base nacionalista.
2. PSD: Partido Social Democrático: favoráveis a Vargas,
porém mais conservadores, defendendo a legislação
trabalhista e a intervenção estatal na economia.
3. UDN: União Democrática Nacional: com forte apelo
liberal, apoiavam os EUA na Guerra Fria e buscavam a
centralização da oposição a Vargas, com um discurso
moralista radical.
4. PCB: Partido Comunista Brasileiro: um dos líderes era
Luiz Carlos Prestes, anistiado em 1945, com ações
políticas, fechado no início da Guerra Fria.
 Novas eleições foram convocadas e os partidos
lançaram seus candidatos.
 Temendo a manutenção de uma estrutura
governamental ditatorial, os militares, fortalecidos
com a bem-sucedida campanha na Segunda Guerra,
exigiram o fim do governo de Vargas, ao cercarem a
cede do Governo Federal.
 Getúlio foi afastado do poder, mas foi fundamental na
vitória do general Eurico Gaspar Dutra, apoiado nas
eleições de dezembro de 1945.
Período Liberal-democrático: carisma, concessões
e controle político
Governo Eurico Gaspar Dutra – 1946, 1950
 Conseguiu uma fácil vitória após obter o apoio de
Vargas.
 Tentou retorno à normalidade democrática, exigindo a
convocação de uma Assembleia Constituinte, que
substituísse a de 1937, com feições fascistas,
 A Constituição de 1946 era democrática e liberal, com
projetos defendidos pela de 1934.
 Constava a divisão dos poderes, a liberdade de
expressão, o pluripartidarismo e a manutenção de uma
legislação trabalhista que garantia o direito de greve e
mantinha o sindicato sob o controle do governo.
 Com a bipolarização mundial gerada pela Guerra Fria,
Dutra rompeu ligações diplomáticas com a URSS,
contrariou princípios democráticos da Constituição e
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História
fechou o PCB, massacrando trabalhadores que
usufruíam do direito de greve.
 A não intervenção na economia veio acompanhada de
uma abertura para as importações, prejudicou o fluxo
da balança comercial brasileira.
 As reservas econômicas do governo de Vargas foram
dissolvidas na compra de bens de consumo
importados, que garantiam acesso à modernidade
para a classe média urbana em ascensão.
 Plano Salte: setores que o governo desejava um maior
desenvolvimento: saúde, alimentação, transporte e
energia. Buscou redirecionar os gastos do governo
para garantir investimentos em tais setores, não
solucionou as questões econômicas estruturais mas
apresentou um considerável aumento na economia.
 ONU: Organização das Nações Unidas: criada no final
da Segunda Guerra, sob liderança dos vencedores,
objetivava manter a paz e a segurança internacional,
proteger os direitos humanos e promover a
cooperação internacional em assuntos econômicos,
sociais, culturais e humanitários.
Sucessão presidencial
 A eleição presidencial de 1950 teve Vargas como
candidato, ainda referência política nacional, portanto,
venceu o mineiro Cristiano Machado e passou a agir
sob uma nova conjuntura em que ele seria obrigado a
dialogar com a oposição, com o Congresso e com a
imprensa.
Governo Vargas – 1951-1954
 Pautado no populismo já manifestado nas ações
trabalhistas entre 1930 e 1945, manipulou massas com
uma liderança carismática.
 Optou pelo PTB com o objetivo de promover uma
política econômica nacionalista, explícita no projeto
apresentado ao Legislativo de criar uma empresa
estatal para a extração e refino do petróleo no Brasil,
com a campanha “O petróleo é nosso”.
 O setor privado participaria mediante concessões para
a exploração e o refino, sob o estrito controle
governamental.
 O ministro do Trabalho, João Goulart, criou um projeto
de aumento de 100% do salário mínimo, que reuniu
insatisfeitos em torno da UDN, que contavam também
com a simpatia estadunidense, visto que Vargas
pretendia controlar o lucro de empresas estrangeiras
para o exterior.
 Movimentos operários exigiam melhores condições de
vida para a classe trabalhadora, fragilizando o governo
e realizando um movimento “Panela Vazia”, com mais
de 500mil pessoas que reivindicavam a redução do
custo de vida, com críticas diretas da imprensa, feitas
pelo jornalista e político da UDN, Carlos Lacerda.
 A situação do presidente tornou-se insustentável
quando foi envolvido no episódio de atentado da Rua
Toneleros, em que o major Rubens Vaz foi morto e
Lacerda levou um tiro, a mandato de Gregório
Fortunato, segurança de Vargas.
 Sem indícios da participação de Vargas mas com
grande pressão, Getúlio cometeu suicídio em agosto
de 1954, enfraquecendo as oposições e causando uma
enorme comoção popular, principalmente após a
divulgação da Carta-testamento, deixando a posse
para o vice, Café Filho.
Governo de Café Filho – 1954, 1955
 Afastado por supostos problemas cardíacos e a posse
do presidente da Câmara, Carlos Luiz, opositor do
presidente eleito, foi o primeiro passo para o golpe de
Estado, não concretizado pela resistência do ministro
da Guerra.
Período Liberal-democrático: prosperidade e
conflitos
Governo Juscelino Kubitschek 1956-1961
 Governo estável, com cumprimento durante o
mandato da Constituição e das normas democráticas,
apesar de oposição da UDN e alguns esforços golpistas
das Forças Armadas.
 Crescimento econômico.
 “Avançar 50 anos em 5”: Plano de Metas, que abrigou
setores de energia, transporte, alimentação e
indústrias de base e educação.
 Objetivava acelerar a acumulação de recursos
financeiros no país, aumentando a produtividade dos
investimentos já existentes.
 A industrialização foi acelerada por incentivos públicos
e privados, criando oportunidades de emprego e
elevando o nível de vida da população.
 Avançou nos setores de transporte, energia e indústria,
não nos sociais.
 Priorizou a ampliação da malha rodoviária brasileira.
 Abriu rodovias ligando estradas dos estados brasileiros
e, assim, atraiu empresas estrangeiras automobilísticas
para o Brasil.
 A opção pela rodovia causou dependência do petróleo,
descaso e sucateamento da malha ferroviária e alto
custo de manutenção das estradas.
 Nacional-desenvolvimentismo garantiu o crescimento
do país a um elevado custo de dependência e dívidas
externas, o que repercutiu negativamente na
macroeconomia em médio e longo prazo.
 A materialização de um novo estilo de vida, cada vez
mais próximo do modelo estadunidense, agradava à
classe média, beneficiada.
 Juscelino empenhou-se em integrar o Brasil por meio
da transferência da capital para o centro do país, um
marco no processo de interiorização e que significava
resguardá-la de um conflito militar ou até mesmo uma
revolta popular.
 O desenvolvimento industrial criou um cenário de
abandono do campo, com intensificação do êxodo
rural, ampliando o quando de miséria nas cidades, o
que se intensificava com as inúmeras secas, a
concentração fundiária, a extrema miséria e o descaso
governamental.
 No final do governo, a inflação, fruto de uma elevada
emissão de moeda e a grande dívida externa, acabou
por fragilizar o presidente.
 A novidade tecnológica da época era a TV.
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História
Governo Jânio Quadros – 1961
 Com expressiva vitória, pautou seu projeto eleitoral no
combate à corrupção – utilizava a vassoura como
símbolo, que varreria esse mal do país – e sua imagem
carismática, atraiu votos.
 Aliou-se com vários partidos, entre eles a UDN.
 As negativas consequências do governo JK careciam de
um projeto econômico recessivo e pautado no controle
dos gastos públicos e na redução da capacidade de
compra do cidadão por meio da suspensão do
aumento de salários, visando reduzir a inflação e a
circulação monetária.
 Para tentar desviar a atenção da sociedade dos
grandes temas do país, apresentou projetos como a
proibição de biquíni, do jogo de bicho e da briga de
galo, perdendo aliados.
 Em agosto, surpreendendo a nação, enviou um
comunicado ao Congresso informando a renúncia do
cargo, na ideia de que seria negada pelo Congresso,
visto que a parcela da elite brasileira e os setores
militares não desejavam a posse do vice, João Goulart,
herdeiro de Getúlio Vargas, que estava em visita à
China comunista. Porém, o Congresso aceitou.
Governo João Goulart 1961 – 1964
 Alguns setores centralizados em torno dos militares
não aceitavam João na presidência, por associá-lo a
grupos de esquerda.
 Para solucionar o entrave político, criaram o Estado de
compromisso, uma emenda constitucional aprovada
pelo Congresso que instituiu o parlamento no Brasil,
limitando o poder do presidente.
 Porém, através de um plesbicito, retornou o
presidencialismo.
 Criou o projeto de reformas de base, que abrangia as
reformas agrárias, tributária, financeira
administrativa.
 Com planos que visavam diminuir a infração do
Governo JK.
 Devido às fortes oposições, Goulart convocou um
comício e foi recebido por 150 mil pessoas. Como
reação, grupos católicos convocaram a Marcha da
família com Deus pela Liberdade, que reuniu centenas
de milhares de pessoas em várias capitais, com
presença maciça da classe média.
 Justificando a necessidade de se garantir a ordem
institucional e disciplinada, o golpe militar teve início
em Juiz de Fora, sob comando do general Olímpio de
Mourão Filho.
 Isolado e indisposto a convocar as massas para uma
luta armada, o presidente exilou-se no Uruguai, e o
poder foi entregue provisoriamente a Ranieri Mazzilli,
presidente da Câmara.
Regime militar
Governo Castelo Branco 1964 - 1967
 Decretado o AI – 1, ato institucional número 1, a junta
buscava criar condições ideais para a reorganização do
país segundo os moldes da direita nacional.
 Os AI eram instrumentos arbitrários e contrários às
normas democráticas até então vigentes, já que eram
uma ordem política que não contava com a aprovação
do Congresso.
 Castelo Branco foi eleito e era simpatizante da
necessidade de se restabelecer, após o reordenamento
do país, o retorno à democracia.
 Na oposição estava a Linha Dura, grupo que acreditava
na condução do Executivo pelos militares, que, além de
encerrarem o que consideravam o perigo de esquerda,
poderiam levar o país ao desenvolvimento.
 Fechou algumas instituições representativas, como a
UNE, com cassações de mandatos, principalmente de
políticos do PTB que apoiavam o presidente deposto.
 Criou o Plano de Ação Econômica do Governo, com
meta de acabar com a inflação a partir de uma política
de restrição dos gastos públicos, controle da emissão
de moeda e arrocho salarial.
 Essa diminuiu o poder de compra do trabalhador mas
reduziu a infração de 91% para 24%, criando as bases
para emergência do Milagre Econômico.
Doutrina de segurança nacional
 Criada em 1949 com auxílio estadunidense e francês.
 Objetivava treinar, sob mais alto nível, parte do corpo
militar para atuar na direção e no planejamento da
segurança nacional, sobretudo em face da ameaça
comunista.
 Seria um desdobramento da Doutrina Monroe.
AI – 1
 Marcou eleições indiretas para presidente.
 Aumentou as atribuições do Poder Executivo, que
poderia cassar mandatos, suspender direitos políticos
e aprovar emendas constitucionais.
AI – 2
 Eleições indiretas para Presidência.
 Poderes extraordinários para o Executivo, inclusive de
fechar qualquer órgão Legislativo.
e
 Extinção da vasta quantidade de partidos, instituindo o
bipartidarismo: ARENA (Aliança Renovadora Nacional) e
MDB (Movimento Democrático Brasileiro).
ARENA: composto por antigos membros da UDN e do PSD que
haviam apoiado o golpe e eram favoráveis.
AI – 3
 Eleições indiretas para governantes e prefeitos das
principais cidades.
AI – 4
 Reabriu o Congresso, com o objetivo da aprovação de
uma nova Carta Constitucional, que abrigaria as
determinações dos atos institucionais anteriores.
 O regime tentava dar uma projeção de legalidade às
suas ações, evitando confronto direto e formal com o
Estado de Direito.
Período conhecido como “Ditadura Envergonhada”.
Governo Costa e Silva 1967 – 1969
 Posse que significava um sinal contrário à promessa de
uma rápida intervenção e retorno à normalidade.
 Carlos Lacerda, antigo aliado dos militares, João
Goulart e Juscelino Kubitschek criaram a Frente Ampla,
aliança de várias correntes contra o Regime Militar,
com grande divulgação na imprensa, mas sem avanço,
devido aos conflitos de interesses.
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História
 A repressão governamental foi marcante com o
assassinato de Edson Luís, um estudante no RJ, que
culminou na Passeata dos Cem Mil, que protestaram
contra o regime, cada vez mais opressor.
Movimentos culturais
 O engajamento cultural de esquerda representou um
foco de resistência ao regime, principalmente por meio
dos festivais de música.
 Tropicalismo: mesclavam o moderno e o tradicional,
influenciados pelas inovações musicais do rock
estrangeiro, principalmente com o uso de guitarra
elétrica e o comprometimento com a cultura nacional.
Fechamento do regime
 Manifestações diretas e indiretas contra a ordem
vigente deixou o governo acuado por pressões
internas.
 Os favoráveis a uma política de segurança nacional que
pudesse restringir os espaços democráticos,
encontraram um momento ideal para a radicalização
quando o Congresso Nacional se negou a cassar o
mandato do deputado Márcio Moreira Alves, desafeto
dos militares, que realizou um discurso contrário ao
militarismo no Brasil.
AI – 5
 O mais repressivo dos atos.
 Determinou o fechamento do Congresso Nacional e
intervenções federais em estados e municípios.
 Fim do habeas corpus para crimes políticos.
 Censura e controle da produção cultural.
 Ficou claro a radicalização do regime, que assumiu um
papel explícito de ditadura, cometendo toda a ordem
de abusos e violências contra a sociedade.
 Costa e Silva, alguns meses após decretar o AI – 5,
sofreu um derrame e foi substituído por uma junta
militar que impediu a posse do vice, organizando a
transição para o próximo general: Garrastazu Médici.
Governo Médici 1969 – 1974
 Assumiu a face mais implacável da ditadura.
 Militares criaram uma grande repressão para
combater os setores de esquerda, que se organizavam
em guerrilhas contra o regime.
Traços econômicos: o Milagre Brasileiro
 A economia brasileira apresentou um elevado índice
devido a ampliação das multinacionais e do
investimento público em grandes obras, o que esteve
associado ao fácil fluxo de capital internacional,
possibilitando ao Brasil acompanhar a onda de
desenvolvimento internacional.
 Os militares aproveitaram para promover uma
excessiva propaganda do regime, vinculando slogans
como “Ninguém mais segura esse país” ou “Brasil,
ame-o ou deixe-o”.
 Apropriaram-se da conquista da Copa do Mundo em
1970, como representação do sucesso nacional.
 O período apresentava excessiva concentração de
renda, que construiu um universo de achatamento
salarial para a população pobre e um aumento do
poder de consumo da classe média, silenciada agora
pela melhora na qualidade de vida.
 Porém, o país era dependente do capital externo, o
que o deixava refém das instabilidades internacionais,
como a crise do petróleo de 1973, que culminou na
“década perdida” de 1980.
Governo Geisel 1974 – 1979
 Havia intenso movimento de redemocratização.
 O país perdeu prestígio estadunidense devido a
escândalos políticos internos e à derrota na Guerra do
Vietnã, além de agora se associarem a uma política em
prol dos Direitos humanos, afastando-se dos aliados.
 O crescimento autossustentado se tornou
insustentável e, somado com a crise do petróleo, que
interferiu nas exportações, o Brasil ficou incapaz de
arcar com as dívidas contraídas internacionalmente e
caminhou para um quadro de progressivo colapso
econômico.
 Geisel sintonizou com um projeto de abertura “lenta,
gradual e segura” do regime, enfrentado a tarefa de
iniciar o processo de retorno da ordem democrática
sem a radicalização dos grupos reacionários, além de
conter os anseios por transformações econômicas e
sociais dos grupos esquerdistas, ainda evitando que o
fim da Ditadura fosse transformado em punição aos
militares que comandavam o país.
 Em 1975 foi o fim da censura e o cancelamento AI 5.
 Ainda acontecia ilegalidades, como sucessivas torturas
ao jornalista da Rede cultura que provocaram sua
morte e, para encobrir o crime, militares forjaram uma
cena de suicídio, apresentando-o enforcado em uma
das dependências do quartel, o que causou forte
repercussão nacional, até mobilizações de setores
conservadores, como a Igreja Católica.
 Geisel lançou o Pacote de Abril, responsável por
mudanças na distribuição das cadeiras do Congresso
Nacional para ampliar a presença do partido ARENA.
 Outra lei foi a Lei Falcão, que limitava o horário
eleitoral apenas à apresentação do candidato e do
número, impedindo discursos exaltados dos
candidatos contra o governo.
 A economia apresentou um crescimento substancial,
em que eles buscavam alternativas para o setor
energético.
Governo Figueiredo 1979 – 1985
 Aprovação da Lei da Anistia, em 1979, que garantia
perdão para os responsáveis por crimes políticos no
país para abusos durante a Ditadura, como tortura e
assassinatos, excluindo determinados crimes de
resistência política, sendo ampliada aos poucos.
 Outra lei foi a Lei 9140, em 1995, pelo presidente
Fernando Henrique Cardoso, em que o Estado assumia
a culta por algumas ações abusivas durante o Regime
Militar, garantindo o pagamento de indenização às
famílias de combatentes mortos pela Ditadura.
 Em 1979 encerrou-se o sistema bipartidário e permitiu
a formação de novos partidos.
 Deputados de oposição no Congresso iniciaram a luta
para a realização de eleições diretas para a Presidência
da República, na campanha “Diretas já”, com
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História
aprovação da Emenda Constitucional Dante de
Oliveira, que não aconteceu.
Nova República
Transição para a democracia
 Apesar da campanha “Diretas Já” ter sido derrotada,
houve uma articulação da oposição com o governo
para eleições indiretas para o novo presidente.
 O PMDB lançou Tancredo Neves, governador de Minas,
que obteve destaque na luta pelas Diretas, e seu vice
José Sarney, aliança política que garantiu fácil vitória.
 Os militares retornavam aos quartéis, de maneira
silenciosa, em um cenário de crise econômica, que
transformou a década de 1980 em uma “década
perdida”.
 O candidato vitorioso foi internado com graves
problemas de saúde na véspera da posse e falecendo
38 dias após, assumindo a Presidência o vice José
Sarney.
Década perdida
 Gigantesca dívida externa.
 Elevado índice inflacionário.
 Baixo crescimento econômico, comparado a 1970.
Governo de José Sarney (1985-1989)
 Na tentativa de melhorar a situação econômica e
diminuir a gigantesca inflação, lançou o Plano Cruzado.
Plano Cruzado
 Projeto que consistia em combater a inflação
artificialmente por meio do tabelamento dos preços e
produtos.
 O objetivo era reduzir a inflação sem gerar recessão
econômica.
 Estabeleceu o congelamento de salários e a criação do
gatilho salarial, ou seja, a elevação automática do
salário quando a inflação atingisse 20%.
 Nos primeiros anos, o país viveu uma enorme euforia,
já que o fluxo monetário se mantinha elevado com a
emissão de moeda realizada pelo governo para o
pagamento de suas dívidas enquanto os preços dos
produtos não poderiam ser elevados.
 O presidente convidou a sociedade a vigiar os abusos
cometidos com o aumento dos preços, conhecidos
como “fiscais de Sarney”.
 Começou a faltar mercadoria nos principais locais de
venda, uma vez que os fornecedores não queriam
vender o produto pelos preços definidos pelo governo.
Constituição de 1988
 Conhecida como Constituição Cidadã, garantia o
direito ao voto para jovens de 16 anos e analfabetos,
sendo facultativo para eles.
 Eleições diretas, liberdade de expressão, direito à
greve, pluripartidarismo, liberdade sindical, hapeas
corpus.
Sucessão presidencial
 O Brasil teria eleições diretas para presidente em 1989,
a primeira em 29 anos.
 A campanha foi acirrada e democrática. Collor e Lula
foram vitoriosos para concorrer no segundo turno.
 Collor venceu com 53,03% dos votos, garantido pelo
apoio de uma parcela da classe média, que temia o
destino do país nas mãos de um governo de esquerda
e pela campanha agressiva de Collor, fazendo
acusações sobre a vida particular do candidato do PT.
Governo Collor (1990-1992)
 Criou o Plano Collor, que repetiu a forma de
modificação da moeda, retornando ao cruzeiro,
estabeleceu o congelamento dos preços e impediu o
deslocamento dos recursos de conta corrente para
consumo, por meio da proibição de saques de valores
acima de 50000 cruzeiros, durante 18 meses.
 Tentou controlar os gastos públicos, reduzindo a
máquina estatal por meio de demissões e
privatizações.
 Facilitou importações pois garantiria o acesso a
produtos que pudessem faltar na economia, caso
algum setor retirasse o produto de circulação para
pressionar o aumento de preços.
 A esperança em solucionar os problemas econômicos
do país fez com que quase todos os setores da
sociedade aceitassem o arrocho financeiro, porém, as
consequências foram danosas para muitas pessoas que
mantinham suas reservas na poupança e perceberam
que estavam sem o dinheiro que haviam economizado.
 A indústria e o comércio também foram prejudicados,
já que não existia um amplo mercado por falta de
recursos dos consumidores.
 O Brasil oficializou, em 1991, a criação do Mercosul.
Impeachment
 No final de 1991, Collor recebeu várias denúncias de
corrupção, uma delas de seu irmão, Pedro, que
informou à revista Veja que o presidente permitia a
existência de uma rede de influência chefiada pelo ex-
tesoureiro de sua campanha. Sendo favores
governamentais concedidos a empresários que
depositavam recursos financeiros no exterior para
participantes do esquema.
 A desilusão com o governo, somada aos protestos da
população, favoreceu a possibilidade do impeachment,
em 29 de setembro de 1992.
 Collor renunciou meses depois para evitar a cassação
de seu mandato, porém, o Senado não aceitou e
cassou-o, retirando os direitos políticos por oito anos e
o vice-presidente, Itamar Franco, cumpriu o mandato
até o final de 1994.
Governo Itamar Franco (1992-1994)
 Criou o Plano Real para reduzir a persistente inflação
por meio de um novo padrão monetário que estaria
atrelado ao dólar, criando o real, em que a inflação foi
automaticamente reduzida.
 Quando ocorria algum tipo de especulação que levasse
ao aumento do preço da moeda estadunidense, o
Banco Central vendia dólares de sua reserva para
controlar o aumento subido.
 O sucesso do plano foi possível devido ao controle dos
gastos públicos e ao crescimento da economia
nacional, que permitia uma boa arrecadação pelo
governo brasileiro.
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História
 O ministro Fernando Henrique Cardoso foi eleito
presidente da República ainda no primeiro turno.
Governo Fernando Henrique (1995-2002)
 Os oito anos foram marcados pelo esforço em manter
o controle da inflação por meio da defesa dos
fundamentos do plano real.
 O país passou por uma desvalorização da moeda em
1999, em que as empresas que detinham dívidas em
dólares foram abaladas, porém possibilitou um
aumento gradual das exportações, já que os produtos
brasileiros se tornavam mais atraente no mercado
internacional devido ao baixo preço.
 Criou diversos programas destinados ao
desenvolvimento de ONGs, viabilizando o afastamento
do compromisso e do papel do Estado na área social,
perpetuando desigualdades históricas.
 Houve uma significativa melhora na educação infantil,
acesso a saneamento básico e alimentação, porém,
houve também reduzido valor do salário mínimo.
 Enfrentou uma crise no setor energético, fruto das
reduzidas chuvas do período e de uma indefinida e
ineficaz política pública para o setor, tendo como
consequência um “apagão”, fato que marcou a vida
dos brasileiros em 2001.
 Na eleição presidencial, venceu Luiz Inácio Lula da
Silva, eleito no segundo turno, com 61% dos votos.
Governo Lula (2003-2011)
 O presidente defendia a necessidade de uma reforma
na previdência que objetivava controlar os gastos
públicos com aposentadorias a médio e longo prazo,
visando a não comprometer o orçamento do governo.
 Implantou projetos de caráter social, como Fome Zero
e Bolsa Família, que proporcionaram um relativo
avanço social.
Fome zero: para garantir o direito básico de alimentação à
população, ampliando o acesso direto ao alimento para as
populações carentes e do fortalecimento da agricultura familiar.
Bolsa família: conceder auxílio financeiro a famílias com renda
per capita inferior ao salário mínimo. A melhoria da renda
garantiria maior acesso à educação, à saúde e à alimentação.
Povos africanos
 O deslocamento de aproximadamente 4 milhões de
africanos para o exercício do trabalho escravo, nas
mais variadas atividades econômicas do Brasil,
assegurou profunda integração entre os dois lados do
Atlântico.
 Além do exercício da mão de obra, os africanos
introduziram elementos culturais, sociais e religiosos.
Aspectos gerais
 Atualmente, a África possui 54 países, distribuídos em
20,2 milhões de quilômetros quadrados.
 O continente se distancia dos padrões existentes em
outros, respondendo por 2,3% do PIB mundial.
 A ênfase nos setores primários, como a extração do
petróleo e a agricultura de exportação, não configura
possibilidade de grandes investimentos na região,
apensar dos esforções empreendidos por países como
França, Inglaterra, EUA e China.
1. África Setentrional
 Abriga 7 países de traços semelhantes aos
ovos do Oriente Médio, devido à ocupação
árabe na região, a partir do séc. VII.
 Com clima desértico e predominância da
religião islâmica, o território se mostra isolado
do centro-sul da África pelo Deserto do Saara,
que ocupa 1/3 do continente.
2. África Subsaariana
 Parte mais extensa do continente, em que
concentra a maior parte da população negra
daquela região.
 Apresenta grandes problemas sociais,
oriundos da instabilidade política, da
precariedade econômica e dos baixos
investimentos tecnológicos.
 A região ainda registra diversos problemas
políticos atrelados a rivalidades tribais, além
de conflitos de fronteiras e de guerras
movidas por temáticas religiosas.
 Mais da metade da população está abaixo da
linha de pobreza, com rendimentos
inferiores a 1 dólar por dia.
 A disseminação de doenças como AIDS e
malária é responsável pela morte de milhares
de pessoas todos os dias na região.
Diversidade
 A África apresenta variações de língua, religião, valores
e modos de vida, com grandes diversidades étnicas.
1. Bantos: grupo mais numeroso, predominantes na
região sul.
2. Pigmeus: apresentam pele negra e pequena estatura,
concentrados na África Equatorial e dedicam-se às
atividades de coleta e caça.
3. Sudaneses: dedicados à agricultura, habitam as
savanas e foram mão de obra forçada no Brasil.
4. Nilotas: apresentam pele negra e elevada estatura.
5. Koikoi: conhecidos como europeus hotentotes, estão
restritos a pequenos grupos e se destacam pela caça.
6. Berberes: norte da África, convertidos ao islamismo.
Reinos africanos
Reino de Gana
 Por meio da domesticação do camelo, os povos da
região realizaram um intenso comércio com os
pastores do Saara, que migravam para o território em
períodos de clima desfavoráveis.
 A intensa produção de ouro formada o pilar de
sustentação do reino, favorecendo o desenvolvimento
de várias cidades.
 A desestruturação do reino ocorreu a partir do século
XIII, com o progressivo esgotamento da produção
aurífera, sendo dominados pelo reino de Mali.
Reino de Mali
 Apresentou cidades com importante centro cultural
devido às suas amplas bibliotecas e ricas mesquitas,
servido de atração para artistas e intelectuais.
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História
 Após a morte do Mansa Mussa, o reino entrou em um
lento declínio por conta da dificuldade de seus
sucessores em manterem o controle do extenso
território.
Império Songhai
 A economia se orientava pelo trabalho escravo e o
ouro e o sal eram utilizados como referência
monetária.
 Em torno do século XVI, o império começou a sofrer a
opressão dos Estados muçulmanos, que buscavam as
minas de sal e de ouro em regiões vizinhas.
 O avanço europeu pela costa africana em busca de
escravos e de riquezas contribuiu para a decadência da
região.
Escravidão negra
 O tráfico de escravos africanos teve início desde os
primeiros tempos da expansão portuguesa pela costa
africana.
 Como vários reinos africanos já praticavam a
escravidão, principalmente dos prisioneiros de guerra,
os europeus se apropriaram dessa atividade,
transformando-a em um lucrativo comércio
internacional.
 Os conflitos no continente eram incentivados pelos
europeus, visando garantir a rivalidade responsável
pelo fornecimento de numerosos escravos por chefes
locais, que recebiam em troca tabaco, cachaça, armas
ou qualquer iguaria valorizada pelas comunidades.
 Colocados em embarcações desumanas – os chamados
tumbeiros -, muitos escravos pereciam antes mesmo
de chegarem aos locais de destino. A viagem para o
Brasil chegava a durar mais de 30 dias, podendo
alcançar até 4 meses.
 Alguns navios levavam mais de 500 pessoas em
condições precárias.
 O universo escravocrata não era homogêneo e a
mestiçagem ampliou ainda mais as distinções,
subdividindo os mulatos – quase sempre originados da
união entre brancos e negras, escravos de peles mais
claras -, preferidos para as atividades domésticas.
 Em oposição, houve diversas formas de resistência,
tanto individuais quanto coletivas, como as revoltas, os
suicídios, as conspirações e fugas as para quilombos.
Quilombo dos Palmares
 Localizado no estado de Alagoas, destacou-se devido a
força de Palmares, que criou condições para a derrota
de importantes expedições portuguesas que visavam
desmantelar o quilombo.
 O núcleo era conduzido por Zumbi, responsável pela
liderança de milhares de escravos que resistiam a
qualquer negociação com as autoridades portuguesas.
 Apesar de longa resistência, Palmares acabou sendo
destruído pela ação do bandeirante Domingos Jorge
Velho e seus companheiros, em 1695.
 Zumbi foi morto e degolado, sendo sua cabeça exposta
na cidade de Recife.
 Diante da resistência escravista, muitos senhores
buscavam reduzir as tensões existentes na relação de
domínio, com isso, alguns escravos conquistaram a
autorização para utilizarem a terra para plantio em
horários definidos e passaram a praticar atividades
comerciais – estes chamados de escravos de ganho -,
podendo exercer atividades nos meios urbanos, como
vendedores ambulantes de doces, salgados, temperos,
ou como barbeiros, transporte de cargas e de pessoas.
 A renda ficava com os escravos, que poderiam com sua
encomenda comprar a carta de alforria.
Revolução Francesa
 Inaugurou o início da Idade Contemporânea e serviu de
inspiração para a maioria dos movimentos de
contestação à ordem estabelecida.
 Promoveu uma grande reestruturação social, política e
econômica na França, derrubando o Antigo Regime no
país, determinando o fim da sociedade baseada nas
distinções de nascimento e o fim da monarquia
absoluta.
Antigo regime francês
 A sociedade era estamental, dividindo o clero e a
nobreza no primeiro e no segundo estados,
respectivamente, usufruindo de privilégios
juridicamente justificados. Eram isentos do pagamento
de impostos e ainda eram julgados por tribunais
especiais.
 O terceiro estado era responsável pelo sustento do
Estado, sendo por meio do trabalho no campo e nas
cidades, além do pagamento de impostos para a Coroa,
para os senhores e para a Igreja.
1. Alta burguesia: banqueiros e grandes comerciantes
que podiam integrar, eventualmente, no segundo
estado a partir da concessão de títulos de nobreza pela
monarquia.
2. Pequena burguesia: com uma postura mais radical,
eram pequenos proprietários, comerciantes e
profissionais liberais.
3. Trabalhadores urbanos: artesões, trabalhadores das
manufaturas e pequenos comerciantes, responsáveis
por impulsionar o processo revolucionário.
4. Trabalhadores rurais: 80% da população, pequenos
proprietários, arrendatários, trabalhadores
assalariados e camponeses submetidos a relações
próximas à servidão.
Crise do Estado Francês
 O Estado vivia uma grave crise econômica e
institucional, fomentada pelos gastos militares na
Guerra dos Sete anos, na Guerra de Independência das
13 colônias e pelos recursos destinados à manutenção
da Corte.
 Os cofres do Estado estavam vazios, e a população
estava aumentando, porém, a França passou por um
desequilíbrio climático que prejudicou a produção
agrária e provocou o aumento do preço dos produtos
agrícolas, causando fome.
 Ministros apontavam para a necessidade da extensão
dos impostos aos nobres e ao clero, porém, essas
medidas foram rejeitadas pelo primeiro e pelo
segundo estado, que não aceitavam perder privilégios.
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História
 O rei Luís XVI, convocou, em 1788, os Estados Gerais,
com representantes dos três estados, para promover
um acordo.
 O terceiro estado externou as transformações políticas
por quais lutavam e ganharam representantes, porém,
o rei só cedeu pois as votações eram feitas por estado
e não por cabeça. Assim, o primeiro e o segundo estado
tendiam a vencer as votações dois a um.
 Cientes da desvantagem, reivindicaram a votação por
cabeça, mas não foram atendidos, gerando um
impasse nas ações do estado.
 O terceiro estado proclamou a Assembleia Nacional e
se constituíram como um poder independente dos
demais na França, assim, a aristocracia se aproximou
do rei e o incentivou a fechar a sala de sessões do
terceiro estado. Porém, os representantes, reunidos
em um salão de jogos em Versalhes, firmaram um
compromisso de só de desmobilizarem após
elaborarem uma Constituição para a França, ficando
conhecido como Juramento do Jogo da Pela.
 Após o juramento, o rei não aceitava que um poder se
contrapusesse ao seu, e que uma Constituição pudesse
limitar seus poderes, assim, o terceiro estado tomou as
ruas de Paris com rebeliões.
 O rei determinou que as tropas cercassem o palácio de
Versalhes e Paris, alegando a proteção da Assembleia.
A repressão foi em vão, visto que a Assembleia
Nacional se declarou oficialmente Assembleia
Nacional Constituinte e se auto delegou poder a
autoridade para decretar leis e elaborar uma nova
Constituição.
 A notícia se espalhou e desencadeou várias rebeliões,
fazendo com que os membros do terceiro estado
tomassem a Bastilha, fortaleza símbolo do absolutismo
francês, evento conhecido com Tomada da Bastilha.
 Na zona rural propagou vários boatos e deu origem ao
Grande Medo, ocorrendo uma série de ataques como
assaltos às propriedades, invasões, saque de depósitos
e destruições de documentos que comprovavam
dívidas dos camponeses para com os senhores, além
de matarem nobres.
 Para conter a violência no campo, a Assembleia aboliu
os direitos e privilégios feudais, consolidando a
liderança burguesa.
 Estabeleceu-se liberdade religiosa, liberdade de
imprensa e publicaram a Declaração dos Direitos do
Homem e do Cidadão, que defendia ideias iluministas,
como:
1. Igualdade civil e jurídica.
2. Garantia da propriedade privada.
3. Defesa da participação dos cidadãos na elaboração
das leis.
4. Possibilidade de destruição de governos tirânicos.
5. A soberania da nação.
6. Igualdade de oportunidades na ocupação de cargos e
empregos.
 Assembleia determinou o confisco dos bens do clero,
colocados à disposição da nação.
 Colocadas em leilões, as terras permitiram uma ligeira
recuperação dos cofres públicos.
 A Constituição Civil do clero ratificou a submissão da
Igreja ao Estado e transformou os membros do clero
em funcionários eclesiásticos eleitos e pagos pelo
Estado, extinguindo a cobrança de dízimos.
 O rei tentou fugir com a família real para organizar um
movimento que contivesse a revolução, mas foi preso
e levado de volta a Paris, se mostrando não ser
confiável.
A primeira Constituição Francesa, em 1791
1. Julgamento sem distinção.
2. Garantia de direitos naturais e civis: liberdade para
todo homem ir e vir, sem ser impedido ou detido.
3. Liberdade para todo homem falar, escrever, imprimir
e publicar seus pensamentos, sem serem submetidos
à censura.
4. Liberdade de culto religioso.
5. Garantia da inviolabilidade das propriedades.
6. O rei reina, mas não pode exigir a obediência senão
em nome da lei.
 Refletia os interesses da alta burguesia, tanto que foi
estabelecido que o voto seria censitário.
 Também fizeram a lei Le Chapelier, que impedia a
organização dos trabalhadores urbanos.
 Sem alternativa, Luís XVI fez o juramento à
Constituição, estabelecendo uma monarquia
constitucional.
Monarquia Constitucional
 Devido as diferentes orientações políticas, os rebeldes
que compunham a Assembleia se dividiram em dois
grupos:
Girondinos: ligados à alta burguesia e à nobreza liberal, com
posições moderadas, posicionando-se à direita.
Jacobinos: reuniu os patriotas da burguesia que desejavam a
radicalização do movimento e a ampliação das conquistas
sociais da Revolução, sentando-se à esquerda.
Convenção
 Entre 1792 e 1795, vigorou na França um regime
republicano dirigido por uma Convenção, uma
Assembleia eleita por sufrágio universal masculino.
 Aboliram a monarquia para garantir à ordem do
movimento, porém, a população mais pobre vivia
grande escassez de alimentos e voltou a reivindicar
direitos.
 Descobriram um documento que comprovava a traição
de Luís XVII, que foi levado a julgamento e executado
na guilhotina. Sua esposa, Maria Antonieta, teve
posteriormente o mesmo fim.
 Essa execução representava o fim de uma sociedade
aristocrática e abria outra revolução.
República Jacobina
 Com o apoio popular, tomaram medidas:
1. Declararam guerra à Inglaterra, Holanda e Espanha,
que ameaçavam a França.
2. Expulsaram deputados girondinos.
3. Separação do Estado e Igreja.
4. Instituição do ensino primário obrigatório e gratuito.
5. Abolição da escravidão nas colônias francesas.
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História
6. Realização de uma reforma agrária, com a distribuição
de terras confiscadas da nobreza aos camponeses
franceses.
 Os Girondinos insuflaram movimentos de contestação,
assim, os jacobinos instituíram uma “política do Terror”,
assim, Robespierre passou a determinar a prisão e a
condenação de qualquer pessoa considerada inimiga da
revolução, suspendendo as garantias individuais.
 Robespierre era tão radical que causou uma divisão
entre os próprios jacobinos, fazendo com que
perdessem forças e voltasse à Convenção, que
decretaram a prisão e execução de Robespierre.
 Para eliminar os excessos da fase jacobina, diversas
conquistas populares foram anuladas, e os jacobinos
passaram a ser perseguidos, no movimento Terror
Branco.
 Os girondinos consolidaram a sua volta ao poder por
meio de uma nova Constituição, instaurando um
Diretório para governar.
Diretório
 O poder executivo ficava a cargo do Diretório, com os
principais cargos ocupados por membros da alta
burguesia, como banqueiros.
 Conseguiram derrotar opositores que queria a volta da
Constituição de 1793, a igualdade social, a divisão das
terras entre os camponeses e a ascensão das classes
populares ao poder público.
 Ameaças do radicalismo interno e denúncias de
corrupção contra membros do diretório geraram uma
crise interna, além da crise econômica causada pelos
gastos do Estado em guerras contra nações europeias.
 Napoleão comandava tropas e devido ao
enfraquecimento da revolução e ameaças sobre as
conquistas burguesas, ele foi articulado para assumir o
país, em 1799, em 18 de Brumário, dissolvendo o
Diretório e iniciando o período Napoleônico, com a
instituição do Consulado.
Período Napoleônico
 Período marcado pela expansão francesa.
 Administradores de Napoleão foram responsáveis por
instituir o Código Civil, abolir a servidão e o paramento
de impostos senhoriais, igualar a cobrança de impostos
e promover educação pública gratuita nos locais
dominados.
Consulado
 Para Napoleão e para os burgueses mais
conservadores, a única maneira de estabilizar
politicamente a França seria por meio da força de uma
liderança incontestável e de sua autoridade.
 Napoleão adotou reformas visando o benefício da alta
burguesia, centralizando a cobrança de impostos e
beneficiando indústrias.
 Para se retratar com o clero e a baixa burguesia, criou
unidades de ensino gratuitas para doutrinar os jovens,
futuros funcionários públicos.
 Estabeleceu o Código Civil, conhecido como Código
Napoleônico:
1. Garantia da liberdade individual e da igualdade
jurídica.
2. Existência de um Estado laico.
3. Garantia da propriedade privada.
4. Instituição do casamento civil.
5. A proibição de greves e sindicatos.
Império francês
 Houve a formação de uma aristocracia ligada ao
imperador e ao aumento da repressão e da censura.
 Ocorreram prisões e julgamentos arbitrários, limitação
à liberdade de imprensa e atuação de agentes secretos
para impedir críticas ao governo.
 Conquistaram muitas terras, mas nos mares perdiam
para a Inglaterra, levando a Napoleão a decretar o
Bloqueio Continental em 1806, com o objetivo de
enfraquecer a Inglaterra, principal rival francesa e
grande potência econômica, assim, determinou a
proibição do comércio entre as nações europeias com
a Inglaterra, ameaçados de invadir.
 Com essa medida, Napoleão visava diminuir a presença
dos produtos industrializados ingleses na Europa e,
assim, estimular a produção industrial francesa, que
deveria ser capaz de suprir a ausência dos produtos
ingleses.
 Os ingleses redirecionaram o comércio para as colônias
espanholas na América e conseguiam contrabandear
produtos para as nações que precisassem.
 A França não estava estruturada para produzir todo o
volume necessário aos mercados consumidores, assim,
Portugal desrespeitou e foi invadido pelas tropas
franceses, fugindo então para o Brasil.
 Na Rússia, necessitavam de um grande mercado
consumidor, como o inglês, para a sua produção de
trigo, e acabou rompendo o Bloqueio. Assim, Napoleão
Bonaparte enviou 600 mil soldados para invadirem o
país, porém, foram fracassados pois foram dizimados
pelo frio e por epidemias.
 Napoleão, sem poder, foi tirado do trono e exilado na
ilha de Elba, na costa italiana, mas conseguiu de lá
reunir esforços e soldados para retomar o poder.
 Ao retornar, governou por cem dias e foi derrotado
pelos ingleses e prussianos na Batalha de Waterloo, na
Bélgica, sendo exilado em Santa Helena, no Atlântico
Sul, onde faleceu.
Congresso de Viena
 Entre 1814 e 1815, Inglaterra, Rússia, Áustria, Prússia e
a França se reuniram em Viena, capital austríaca, para
decretar o fim da Era Napoleônica e discutir o futuro
das nações europeias, com intenção de minimizar as
marcas deixadas pela Revolução Francesa e restaurar
princípios do Antigo Regime e afastas novas ameaças
revolucionárias.
 Estabeleceram uma paz duradoura e à contenção dos
movimentos nacionalistas que vinham se
intensificando.
 Objetivavam restaurar a monarquia absoluta,
reconduzir a aristocracia ao poder e conter o avanço
do liberalismo.
Medidas
1. A volta de Luís XVIII, irmão de Luís XVI, que assumiria o
trono sob uma Constituição outorgada e que
estabelecia o voto censitário.
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História
2. A perda dos territórios conquistados pela França
durante a expansão.
3. A divisão da Península Itálica.
 Ao final, a impressão era de que nenhum país sairia
com força suficiente para conquistar todo o
continente, ao mesmo tempo que nenhuma das
nações teria motivos para se sentir prejudicada a ponto
de iniciar um novo conflito.
 Para manter esse equilíbrio, foi criada uma aliança
militar entre países absolutistas, Áustria, Prússia e
Rússia, chamada de Santa Aliança.
 A organização estabelecia o direito à intervenção nas
regiões onde os princípios conservadores
estabelecidos pelo Congresso estivessem sendo
violados.
 A justificativa era proteger a paz, a justiça e a religião
da ameaça representada pelos ideais difundidos pela
Revolução Francesa.
 A Aliança lutou contra a emancipação da América
Espanhola e na contenção dos movimentos liberais de
1820.
 Não contaram com a adesão inglesa, devido aos seus
interesses econômicos relacionados às colônias
americanas.
 Para a Aliança, a autoridade da Espanha deveria ser
restabelecida sobre as colônias da América, ao passo
que a Inglaterra visava à abertura de tais mercados
para a sua crescente produção industrial.
Revolução Industrial
 Conjunto de transformações de ordem econômica,
social e política que consolidaram o capitalismo como
sistema hegemônico.
 A primeira etapa é caracterizada pelo predomínio da
Inglaterra (oficina do mundo) e pelo início do
desenvolvimento industrial na França, nos EUA e na
Bélgica.
 A fonte de energia predominante foi o carvão, e os
setores industriais que mais se desenvolveram foram
o têxtil e o siderúrgico.
 O capitalismo era livre-concorrencial, não existindo a
fusão de empresas, apenas uma competição.
 A segunda etapa foi caracterizada pela expansão do
processo para Itália, Alemanha, Japão e Rússia.
 Setores como farmacêutico, petroquímico e
automobilísticos desenvolveram-se.
 Conseguiram transformar ferro em aço, matéria-
prima para ferramentas, máquinas e veículos
automotores, com vantagem pois é mais resistente,
mais leve e dobra mais facilmente.
 O capitalismo era monopolista, visto que os
investimentos industriais aumentaram e a
concorrência se tornou maior, assim, algumas
empresas se fundiram, visando ao domínio do
mercado.
Fatores responsáveis pelo pioneirismo inglês
1. Acumulação primitiva de capital
 A acumulação foi suficiente para financiar as
transformações das manufaturas a maquinofaturas,
oriunda da pirataria.
 Além disso, o comercialismo na Inglaterra foi grande
fonte de lucro, visto que o país comprava produtos e
revendia por prelos bem mais altos.
2. Mão de obra: A expulsão dos camponeses das terras
comunais para o desenvolvimento de atividades
lucrativas, contribuíram para gerar a força de trabalho
necessária para as transformações na economia, visto
que, os camponeses deslocaram-se em massa para as
cidades, formando um exército de mão de obra barata.
3. Matéria-prima: As colônias inglesas forneciam algodão
para produção têxtil, além das reservas de carvão e de
minério de ferro também foram fundamentais.
4. Mercado consumidor: A poderosa frota naval
contribuiu para que o mercado fosse ampliado pelos
países da Europa, além do vasto sistema colonial
inglês.
5. Revolução Gloriosa: a burguesia ascendeu ao poder e
criou os mecanismos políticos necessários, como a
legalização dos cercamentos.
Etapas do desenvolvimento da produção
 O processo produtivo industrial passou pelo
taylorismo, que propunha a separação entre o
trabalho intelectual e braçal. Para ele, o operário não
deveria pensar sobre o processo produtivo, pois
quanto mais movimentos repetitivos fizesse, maior
seria sua produtividade.
 Propunha uma produção que atendesse às
especificações dos clientes num tempo satisfatório, a
just in time.
 Heny Ford criou a linha de produção em série. Para ele,
cada trabalhador deveria ser capaz de adquirir o que
produzia. Assim, diminuiu os custos, aumentou os
salários e criou o primeiro carro popular.
 A montadora japonesa criou o modelo Toyota, que
propôs o fim dos estoques e da padronização. O
objetivo era diminuir gastos, além de que com o alto
grau de avanço tecnológico, os estoques poderiam se
tornar obsoletos e gerar prejuízos.
Consequências da Revolução Industrial
 Consolidação do capitalismo e fim do feudalismo.
 Aumento da média de vida da população, visto o
desenvolvimento de indústrias químicas.
 Consolidação de duas novas classes: burguesia
industrial, detentora dos meios de produção e do
poder político e o proletariado, que vendia sua força de
trabalho para sobrevivência.
 Urbanização: formação de grandes núcleos urbanos ao
redor das indústrias.
 Aumento da produção agrícola com a utilização de
adubos químicos e máquinas.
 Surgimento de ideologias, como o capitalismo, o
socialismo e o anarquismo.
 As jornadas de trabalho chegavam até 18 horas diárias,
com salários baixos, condições de trabalho precárias,
sem segurança, além de haver exploração feminina e
infantil.
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História
Controle do Estado sobre o proletariado
 O crescimento da classe operária assustou a burguesia,
pois as elites viam nela uma ameaça em potencial.
 A Inglaterra criou leis que forçavam mendigos a
trabalhar em troca de alimento, leis que proibia greves
e associações de trabalhadores e até lei que permitia o
emprego de crianças acima de 9 anos.
 Operários organizaram lutas por meio de greves e até
sabotagem que assustavam, conquistando redução da
jornada de trabalho para 10h diárias.
Primeiros movimentos operários
Ludismo
 Primeira reação e caracterizou-se por ações como
sabotagens e envio de cartas ameaçando os patrões.
 Muitos foram executados, mas o movimento ganhou
força e promoveram a destruição das máquinas,
causando grande pressão social.
Cartismo
 Publicaram a carta do povo, documento contendo
reivindicações enviado ao Parlamento.
 As principais exigências eram: o voto secreto por
sufrágio universal masculino, a redução da jornada de
trabalho e a representação política dos trabalhadores.
 Apesar de organizados, o Parlamento Inglês não os
atendeu, enfraquecendo o Cartismo.
Sindicalismo: tinham como objetivo de unificar as
reivindicações operárias diante dos patrões.
Ideias sociais
Socialismo utópico
 Criticavam o capitalismo sem propor soluções reais
para os problemas apresentados.
 Alguns idealizavam a sociedade perfeita, mas sem
demonstrar os caminhos para a construção dessa.
 Marx os chamou de românticos.
Principais socialistas e suas ideias
Charles Fourier 1772-1837
 Defendia a criação de falanstérios, que funcionariam
como cooperativas em que produtores e trabalhadores
produziriam juntos.
 Cada um ganharia conforme a sua participação, ou
seja, os trabalhadores recebiam menos.
 A função dos falanstérios não era distribuir riquezas
igualmente entre os homens, mas sim propiciar que
cada um produzisse o que quisesse e, com isso, os
homens seriam mais felizes.
 O projeto de Fourier acabou sendo prejudicado pela
falta de financiamento dos burgueses, que possuíam
uma ótica de produção voltada para o luxo máximo,
mesmo que explorassem os trabalhadores para atingir
tal objetivo.
Louis Blanc 1811-1882
 Propunha a criação de oficinais nacionais, conhecidas
como ateliers, nas quais todos os trabalhadores de um
mesmo setor se uniriam para produzirem juntos.
 Em 1848, durante a Revolução que derrubou o rei
francês Luís Filipe, a burguesia criou os ateliers
buscando o apoio do proletariado. Mas, assim que os
burgueses assumiram de fato o poder, fecharam as
oficinas.
Robert Owen 1771-1858
 Construiu creches para os filhos dos seus empregados,
diminui a jornada de trabalho nas suas empresas e
dividiu os lucros com os funcionários.
 Também conhecido como “patrão esclarecido”,
chegou a criar uma empresa nos EUA e entregou o
controle aos operários, acreditando que outros
empresários o seguiriam e assim mudariam o mundo.
 Como agiu sozinho, enfrentando a oposição dos outros
industriais, viu suas empresas falirem.
Saint-Simon 1760-1825
 Propunha uma sociedade na qual não haveria ociosos
e nem exploração de um homem sobre o outro.
Pierre-Joseph Proudhon 1809-1865
 Considerado por alguns como o pai do anarquismo, ele
defendia a destruição do Estado, da Igreja e da
propriedade privada, que, para ele, seria roubo.
Socialismo científico
 Karl Marx e Friedrich Engels também criticaram o
capitalismo, mas, propuseram um sistema que visava à
substituição do capitalismo.
 O conjunto de ideias defendidas por Marx e Engels
ficou conhecido como marxismo.
 Manifesto Comunista e O Capital: a transformação da
sociedade se daria pela vida revolucionária, com a
derrubada do capitalismo pela classe proletária, com 4
teorias:
1. Teoria da luta de classes
 “A história da humanidade é a história das lutas de
classes”, ou seja, toda sociedade sofre transformações
devido aos conflitos existentes no seu interior.
 Sempre existiria uma classe dominante e, essa quer
aumentar cada vez mais o seu domínio, sobrando para
a dominada o desejo de sair dessa condição.
 Contradição do capitalismo: para que haja um
desenvolvimento cada vez maior desse sistema, o
proletariado deve ser cada vez mais explorado, o que
geraria uma revolução proletária, por meio da qual os
operários tomariam o poder e os meios de produção.
2. Teoria do materialismo histórico
 O modo de produção de cada período histórico seria o
fator responsável por ditar as características de toda a
sociedade, destacando-se o modo escravista, o feudal
e o capitalista.
3. Teoria do materialismo dialético
 Os mesmos elementos que levam um sistema a crescer
e a se desenvolver também contribuem para o seu
declínio.
 Quanto mais o capitalismo cresce, mais aumenta a
exploração da burguesia sobre o proletariado e,
quando o capitalismo chegar ao seu auge, atingirá o
máximo da exploração.
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História
 Como o proletariado não terá praticamente nada a
perder, haverá a revolução que vai derrubar o
capitalismo e implantar uma nova ordem, a socialista.
4. Teoria da mais valia
 O proletariado vende sua força de trabalho, mas
produz um excedente que é apropriado pelo
capitalista.
 Se o operário produz, deveria ficar com o resultado da
venda, afinal, ele produz com o seu trabalho mais do
que recebe. Tal excedente é denominado mais-valia.
 Seria necessária a conscientização do proletariado
quanto à exploração da mais-valia. Quando os
trabalhadores assumissem tal consciência, seria o
momento ideal para a realização da revolução
proletária já prevista.
 A burguesia seria derrubada do poder e os meios de
produção passariam para as mãos do Estado, que
distribuiria as riquezas igualmente.
 Quando as riquezas estivessem distribuídas de forma
igualitária, a sociedade entraria na fase comunista, em
que não haveria Estado, propriedade privada ou
classes sociais.
 Para o marxismo, toda sociedade caminha para o
comunismo, que é o estágio final e desejável para as
sociedades humanas.
Anarquismo
 Representado por Peter Kropotkin e Mikhail Bakunin,
defendia a abolição de toda espécie de autoridade.
 Os homens somente devem estar submetidos à
natureza, ao bom senso e ao senso comum.
 A sociedade seria organizada em comunidades de auto
abastecimento, em que as trocas não teriam fins
lucrativos.
 Todo Estado é opressor, devendo ser, portanto,
abolido, assim como a propriedade privada e as classes
sociais, ou seja, tem o mesmo objetivo do marxismo.
 Apesar das semelhanças, a forma de atingir esse
objetivo é controversa.
 Para o marxismo, a construção do comunismo passa
pela fase de transição, o socialismo.
 No anarquismo, defende a passagem direta do
capitalismo ao comunismo.
Anarcossindicalismo: defende os sindicatos como meios de
educação ideológica do operário.
Cristianismo social ou socialismo cristão
 Percebendo o avanço dos movimentos sociais que
questionavam as estruturas vigentes e, com isso,
temendo perder adeptos, a Igreja Católica passou a se
posicionar em relação a tais problemas.
 Rerum Novarum: documento publicado pelo papa Leão
XIII na tentativa de harmonizar as relações de capital e
trabalho, o qual condenava o capitalismo selvagem, no
qual os capitalistas exploravam desmedidamente os
trabalhadores, mas, ao mesmo tempo, também
condenava o socialismo marxista, por seu caráter
ateísta e materialista, considerando-o pecado.
 Para o Igreja, era possível existir uma variação do
capitalismo sem a exploração exagerada pelo lucro e o
trabalhador, porém, continuava a adotar um neutro
posicionamento diante dos grandes debates da
sociedade.
Liberalismo e democracia
 Os primeiros liberalistas pregavam a limitação do
poder real, mas não a participação democrática de
todos os homens na política.
 Para eles, as massas incultas não tinham capacidade de
se organizar politicamente e de atuar como agentes
transformadores da sociedade.
 Por ter sido lideradas pela burguesia liberal, as
revoluções liberais do século XIX não efetivaram
mudanças estruturais profundas na sociedade.
 Foi comum, portanto, a adoção de regimes políticos
que protegessem a propriedade privada e adotassem
o sistema de voto censitário.
 Mesmo se opondo à democracia, os ideais de
igualdade jurídica e política, de liberdade de expressão
e o fim dos privilégios sociais, defendidos pelos
iluministas, serviam de inspiração para o aumento das
reivindicações das massas.
 No início do séc. XX, trabalhadores de vários países
europeus conquistaram o sufrágio universal
masculino, além de melhores condições de trabalho e
maiores salários, o que só foi possível por meio de lutas
e de concessões da alta burguesia, que, passou a fazer
pequenas concessões de caráter democrático no
intuito de evitar rupturas mais traumáticas, como uma
revolução proletária.
Romantismo
 Os românticos eram conhecidos por discordarem dos
iluministas e, ao contrário de valorizar a razão,
ressaltavam os sentimentos como os principais
elementos para a vida de um homem.
 John Keats: “uma vida de sensações é muito melhor
que uma só de pensamentos”.
 Outra característica é a valorização do “eu interior”,
elemento explorado como fonte de inspiração criativa
do homem.
 Os sistemas fascistas se basearam na exaltação dos
sentimentos e no desprezo pelo racionalismo para
construir sua base de apoio das massas, porém, os
românticos possuíam um enorme respeito pela
individualidade humana, contrariando o nacionalismo
exacerbado e racial do nazismo, por exemplo.
 Para eles, a história era dotada da alma e dos
sentimentos dos indivíduos que haviam participado da
sua construção, sendo rica em heróis, mistérios e
emoções, uma percepção diferente dos Iluministas,
que consideravam a Idade Média a idade das trevas,
mitos e superstições religiosas.
 Eles criticavam o capitalismo industrial, que, para eles,
apesar de gerar um grande desenvolvimento
tecnológico, acarreta uma subordinação do indivíduo
aos interesses do capital e, por isso, era um dos piores
males do novo século.
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História
Nacionalismo
 Símbolos como bandeira, língua, cultura, tradição,
criam a identidade de um grupo de pessoas que
partilham de um sentimento de união, apesar de suas
diferenças.
 A disseminação do nacionalismo pode ser atribuída à
atitude de Napoleão, que promoveu invasões em
diversas partes do continente europeu exaltando
sempre os ideais da Revolução Francesa.
Unificação italiana, alemã e Comuna de Paris
 O princípio de compensação utilizado no Congresso de
Viena (1814-1815) definia que as grandes potências
que derrotaram Napoleão, libertando a Europa,
deveriam receber uma recompensa em contrapartida.
 Cabia a Áustria alguns territórios italianos e outros
alemães, assim, para que houvesse de fato uma
unificação entre os estados itálicos ou germânicos
seria necessário eliminar a influência austríaca
daquelas respectivas regiões.
 Devido à hegemônica força política e militar do Império
Austríaco, tanto o processo de unificação da Itália
quanto o da Alemanha ocorreu somente no século XIX
e formam marcados por conflitos internos e externos.
 As duas unificações foram processos eletistas e, logo,
nada democrático.
 O povo, à margem, assistiu à burguesia italiana no
norte e à aristocracia prussiana liderarem as
unificações.
 Dois estados independentes, Piemont na Itália e
Prússia, na Alemanha, tiveram grande influência na
condução dos novos governos.
 Ao final do século XIX, os dois países – que até então
eram compostos de vários estados sem unidade –
encontravam-se em acelerado desenvolvimento,
afinal, as mesmas elites que patrocinaram a
centralização política de ambos os Estados passaram a
coordená-los politicamente.
 Assim, itálicos e germânicos passaram a concorrer com
as grandes potências da época, Inglaterra e França,
provocando o fim do equilíbrio europeu, ou seja, as
unificações foram responsáveis pela exacerbação dos
nacionalismos europeus que levaram à 1ª Guerra.
Unificação italiana
 Desde as revoluções liberais, os reinos da Península
Itálica já demonstravam o desejo de promover uma
unificação.
 Giuseppe Mazzini comandou uma insurreição em prol
da unificação que incluía as massas italianas,
acreditando que a unificação emanaria das camadas
populares.
 Essa proposta de Mazzini não agradava às elites da
região e, visando enfraquecer o movimento, elas
dividiram os rebeldes, apoiando outra proposta de
unificação, cabendo ao primeiro ministro, Camilo de
Cavour, defensor da causa monárquica, a
responsabilidade pelo início do processo de unificação.
 Percebendo as dificuldades que enfrentaria, devido a
hegemonia da Áustria, que, desde o Congresso,
dominava diversos estados itálicos, Cavour passou a
buscar aliados no continente europeu.
 A França, que desejava enfraquecer o Império
Austríaco e, logo, aumentar a sua zona de influência na
Europa, prontificou-se a apoiar a causa da unificação,
desde que, em troca, recebesse as regiões de Nice e
Savoia.
 Com o apoio das tropas de Napoleão III, Cavour pôde
travar uma guerra contra a Áustria, que foi derrotada
em 1859.
 Como a sanção à derrota, a Áustria foi punida com a
perda de algumas regiões e, a França, recebeu as
regiões que havia sido combinado.
 Diante dessa vitória, diversas regiões da Península
Itálica, que também se encontravam subordinadas a
outras nações, organizaram revoltas buscando a sua
libertação, o que não agradava aos católicos franceses,
pois temiam pela integridade do poder do papa. Assim,
pressionaram Napoleão III a retirar seu apoio, o que de
fato ocorreu. cidade do vaticano
 No final da década de 1860, portanto, foi criado um
Estado unificado, com as suas fronteiras bem definidas
no norte e no sul da Península Itálica.
 Foi necessário o início da Guerra Franco-Prussiana, em
1870, para que os italianos, aproveitando-se do
enfraquecimento francês, conquistassem os Estados
papais.
 Como o papa e os seus domínios ficaram
desprotegidos, as tropas piemontesas não hesitaram e
asseguraram a conquista dos territórios sob domínio
do papa.
 No século XX mesmo foi resolvido o conflito gerado
entre a Igreja Católica e o Estado italiano, conhecido
como Questão Romana, com o Tratado de Latrão, pelo
qual Mussolini, desejando apoio da Igreja, criou o
Estado do Vaticano, indenizou a Igreja pelos territórios
perdidos e instituiu o Ensino Religioso nas escolas.
Unificação alemã
 A Confederação Germânica era uma entidade política
formada por estados alemães e submetida ao controle
político da Áustria.
 Em 1849, após as revoluções liberais que se alastraram
pela Europa, houve uma fracassada tentativa de
eliminar o domínio austríaco na região e promover a
unificação.
 O fracasso ocorreu devido ao poderio bélico austríaco
na região e também à atuação das elites germânicas,
que, percebendo a participação de operários no
processo revolucionário, abandonaram o projeto
unificador e criaram meios de facilitar a repressão por
parte do Império Austríaco.
 A unificação foi arquitetada por Otto von Bismarck,
primeiro-ministro da Prússia, que, deveria eliminar por
completo a influência austríaca que era exercida na
região.
Guerra Austro-Prussiana - 1866
 Bismarck alegou que o Império Austríaco havia
descumprido o acordo de divisão dos ducados, pois
estaria realizando uma má gestão em Holstein, porém,
esse era um pretexto para iniciar um conflito com os
austríacos.
 No momento inicial da Guerra, a Itália, interessada em
domínios austríacos, aliou-se à Prússia, favorecendo a
derrota da Áustria em poucas semanas.
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História
 Após a vitória dos prussianos, estes puderam eliminar
a influência austríaca na região alemã e, assim, criar a
Confederação Germânica do Norte, reunindo
economicamente e politicamente vários estados, que
foram integrados aos domínios da Prússia.
Guerra Franco-Prussiana 1870-1871
 Diante da concretização do projeto unificador alemão,
a França, temendo a perde de seu prestígio no
continente europeu, manifestou-se contrária à
continuidade do processo liderado pela Prússia.
 Napoleão III enviou diversas cartas ao kaiser prussiano,
Guilherme I, ameaçando-o quanto às possíveis sanções
caso o projeto de unificação fosse levado à frente.
 Com medo de represália francesa, Guilherme responde
alegando que não pretendia unificar toda a Alemanha.
 Bismark, no entanto, não era favorável à postura
pacificadora tomada pelo kaiser, por isso alternou o
conteúdo da carta, fazendo com que esta passasse a
ter um tom ameaçador e ofensivo a todo o povo
francês, divulgando também pela imprensa, o que
tornou o conflito inevitável.
 O objetivo do primeiro-ministro era eliminar a
resistência francesa à unificação alemã, além de
fomentar o nacionalismo e unir todos os estados
alemães contra um inimigo em comum, o que
conseguiu.
 Em aproximadamente 6 meses, a França foi derrotada
e Guilherme I foi coroado imperador de toda
Alemanha, em prelo Palácio de Versalhes, em território
francês.
 Pelo Tratado de Frankfurt, a França foi obrigada a
entregar Alsácia e Lorena para os alemães, regiões
ricas em minério de ferro e carvão, o que significou o
fim do processo de unificação da Alemanha e
contribuiu para o desenvolvimento industrial do país.
 Como os franceses tiveram que passar a importar
minério de ferro e carvão, acabou criando um forte
sentimento de revanche, fator que, em partes, foi
responsável pela eclosão da 1ª Guerra.
Reflexos na Europa
 Alemanha e Itália passaram por um intenso processo
de industrialização após suas unificações e entraram
na corrida imperialista disputando mercados com a
Inglaterra e com a França.
 O equilíbrio de forças na Europa se alterou e os
conflitos tornaram-se latentes.
 A rivalidade entre os países europeus contribuiu para a
eclosão da 1ª Guerra.
Reflexos no Brasil
 Com as guerras de unificação, aumentaram o número
de pessoas fugindo dos conflitos europeus. Assim, o
fluxo de imigrantes de maioria italiana e alemã, para o
Brasil, se intensificou, aumentando a oferta de mão de
obra, principalmente na cafeicultura.
 Essa imigração resolveu o problema brasileiro da
carência de mão de obra, uma vez que a Lei Eusébio de
Queirós proibia o tráfico negreiro, justamente no
momento em que a cafeicultura passava por uma fase
de expansão devido ao aumento da demanda no
mercado externa.
 A expansão do café para o Oeste Paulista levou os
cafeicultores a buscarem o trabalho assalariado,
representado, principalmente, pelo imigrante
europeu.
 O governo brasileiro incentivava a vinda desses
imigrantes, com base na crença da superioridade
europeia. As elites brasileiras acreditavam que o negro
era inferior e despreparado para o trabalho na
indústria, já que o europeu tinha experiência.
 Os imigrantes também atuaram na indústria, visto que
dispunham de experiências nas lutas trabalhistas,
impulsionando o movimento operário brasileiro,
contribuindo também em áreas como alimentação,
cultura, técnicas agrícolas e capitais para o
desenvolvimento industrial.
Comuna de Paris – 1870
 Quando a França se envolveu na Guerra Franco-
Prussiana, Napoleão III foi para a frente de batalha,
imaginando que sua presença aumentaria o fervor
militar de seus soldados, que sofriam sucessivas
derrotas para a Prússia, porém, a vitória não
aconteceu.
 Napoleão III tornou-se prisioneiro dos prussianos após
a Batalha de Sedan, sendo obrigado a assinar a
rendição do seu país, decisão que não foi aceita pela
população francesa em geral. Assim, o Legislativo da
França, que até então auxiliava o rei, organizou-se e
proclamou uma república na França, conhecida como
3ª República Francesa.
 Liderada por Thiers, a república insistiu em manter a
soberania francesa, mantendo suas tropas na guerra,
as quais não resistiram e voltaram a sofrer sucessivas
derrotas.
 Temendo uma rebelião maior, o governo republicano
optou também por assinar a rendição, reconhecendo a
derrota francesa.
 Diante do fiasco das tentativas de defesa, as massas de
Paris, lideradas por anarquistas e comunistas,
revoltaram-se e tomaram o controle da cidade.
 Milícias populares formaram-se e foi implantada a
gestão operária em várias fábricas durante o período
em que a chamada Comuna de Paris comandou as
ações da capital francesa.
 Durante aproximadamente 72 dias, apesar das
evidentes conquistas operárias, houve também uma
indecisão entre os communards, revolucionários que
comandavam o movimento, pois, enquanto alguns
achavam que era necessário criar uma aliança com a
burguesia, outros defendiam a ideia da luta isolada do
povo.
 Aproveitando essa indecisão, as elites que haviam sido
prejudicadas pela Comuna e temiam a realização de
reformas ainda mais profundas, aliaram-se aos
prussianos para acabar com a revolta. Assim, a aliança
entre a alta burguesia francesa e as tropas prussianas
derrotou a Comuna através de batalhas que resultaram
na morte de milhares de franceses e detenção de
outros.
 Apesar da aparente derrota, a Comuna foi uma das
primeiras experiências de governo popular da
modernidade, chegando a inspirar Lênin.
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História
1ª Guerra Mundial
Antecedentes
 O imperialismo foi a principal causa, pois as nações
industrializadas da Europa disputavam áreas de
influência e mercados nos continentes africanos e
asiáticos.
 O aumento das rivalidades e o fortalecimento do
nacionalismo culminaram em um conflito armado que
atingiu todo o planeta.
Fim do equilíbrio europeu
 Um exemplo do aumento das rivalidades, quando Itália
e Alemanha realizaram seu processo de unificação e
passaram a disputar mercados com as duas principais
potências europeias até então, a França e a Inglaterra.
Guerra Franco-Prussiana, 1870
 Processo de unificação da Alemanha, na qual,
vitoriosa, tomou da França as regiões de Alsácia e
Lorena, ricas em minério de ferro e carvão,
prejudicando a economia francesa e gerando um
sentimento de revanchismo francês.
 Ao adquirir matérias-primas necessárias para seu
desenvolvimento industrial, a Alemanha passou a
disputar mercados com a Inglaterra.
Tríplice Aliança
 Alemanha, Áustria e Itália.
 Alemanha e Áustria tinham povos com mesma origem
étnica e traços culturais semelhantes.
 A Itália entrou atrasada na corrida imperialista, assim,
possuía uma ligação forte com a Alemanha.
Tríplice Entente
 Inglaterra, França e Rússia.
 A aliança entre Inglaterra e França se deu pela
concorrência que enfrentavam com as novas nações.
 A Rússia se ligou visto que seu desenvolvimento
industrial era completamente dependente do capital
estrangeiro, principalmente inglês e francês.
Questão balcânica
 A Península Balcânica era disputada pela Rússia, que
defendia o pan-eslavismo, ou seja, a união dos povos
eslavos, habitantes da região, com o objetivo de
conquistar uma saída para o Mediterrâneo.
 O interesse russo era divergente do alemão e do
Império Turco-Otomano, que pretendia construir uma
estrada de ferro que permitisse que a Alemanha
tivesse acesso às reservas de petróleo do Golfo.
 Diante das tensões, os países optaram por manter uma
política de paz armada, enquanto desenvolviam uma
postura militarista, belicosa, se preparando para uma
possível guerra.
Causa imediata
 Assassinato de Francisco, herdeiro do Império Austro-
Húngaro, visto que esse queria anexar a Sérvia ao
território austríaco, assim, foi morto por um jovem
estudante antiaustríaco da Sérvia.
 Imediatamente, a Áustria exigiu que jornais
antiaustríacos fossem fechados, que seus oficiais
participassem das investigações acerca do assassinato.
 A Sérvia, para evitar confronto direto, atendeu, mas
não foi suficiente para impedir a declaração formal de
guerra por parte da Áustria.
 No dia 28 de julho de 1914, iniciava-se o primeiro
conflito de dimensões efetivamente mundiais.
Desenvolvimento da Guerra (1914-1918)
 Visando aumentar sua influência na Península
Balcânica, a Alemanha apoiou os austríacos, haja vista
que estes eram seus parceiros na tríplice aliança.
 A Rússia não hesitou e logo apoiou os sérvios, com o
objetivo de cumprir o pan-eslavismo.
 França e Inglaterra se uniram aos russos e aos sérvios
para conter o avanço da Alemanha.
 Impulsionados pelos nacionalismos e também pelos
armamentos, os principais países envolvidos se
lançaram aos combates diretos, colocando as
tecnologias desenvolvidas pela Revolução Industrial a
seu favor.
 Durante a Guerra de Movimentos, a primeira fase do
conflito, diversos artefatos modernos, como
metralhadoras e aviões, foram utilizados nos
combates, o que provocou uma destruição nunca
antes vista pelos europeus.
 Assustados, iniciaram a Guerra das Trincheiras, em
que as trincheiras eram grandes valas no solo,
protegidas por escoras de madeira e cercadas por
arame farpado, em que a vida era difícil, visto que
quando chovia, os túneis inundavam de lama, os
feridos ficavam dias esperando resgate e, ainda,
existiam diversos animais nocivos à saúde, como
piolhos e ratos.
 Em 1915, a Itália, até então neutra, entrou na guerra,
curiosamente, ao lado da Entente, após promessas da
Inglaterra e da França de que receberia várias
possessões alemãs no final do conflito.
 Apesar de pertencer inicialmente à Tríplice Aliança, a
Itália tinha relações frágeis com a Áustria, afinal,
durante a unificação italiana, três pequenas regiões
habitadas por italianos continuaram sob domínio
austríaco.
Em 1917, os Estados Unidos entraram na guerra: após alguns
de seus navios terem sidos afundados, além da pressão da
opinião pública do país, tradicional parceiro comercial dos
ingleses, além de que, se a França e a Inglaterra perdessem a
guerra, essas não teriam condições de pagar os empréstimos e
vendas contraídos aos EUA durante o conflito.
Além disso, também em 1917, a Rússia saiu, devido aos
acontecimentos internos que levaram o país à implantação do
socialismo por meio de uma revolução, fazendo com que Lênin
retirasse as tropas russas da guerra.
 Esse fato não levou a grandes perdas para a Tríplice
Entente em virtude das sucessivas vitórias obtidas com
o auxílio dos Estados Unidos.
 Os Estados Unidos utilizaram uma estratégia que
consistia em sobrevoar a Alemanha jogando panfletos
que defendiam os 14 pontos de Winson, um conjunto
de medidas cujo lema era paz sem vencedores,
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História
propondo o fim da guerra sem uma política de punição
aos vencidos.
 Muitos soldados alemães aderiram à campanha a
abandonaram os campos de batalha.
 Após 4 anos de conflito, a Alemanha resistia sozinha, já
que seus aliados já haviam abandonado os campos de
batalha, além disso, as elites alemãs temiam uma
revolução socialista, igual à ocorrida na Rússia, devido
à insatisfação dos trabalhadores e dos soldados, assim,
se renderam.
Tratado de paz
14 Pontos de Wilson
 Tratado idealizado pelo presidente dos Estados
Unidos, em que previa o fim da guerra sem a
responsabilização de nenhum dos países, com o
objetivo de não gerar um novo sentimento de
revanche por parte dos perdedores, que poderia
desencadear um novo conflito.
 Aos membros da Entente, não interessava, afinal, os
países como a França haviam entrado justamente para
destruir as estruturas alemãs e, logo, consolidar seu
posto de potência.
Tratado de Versalhes
 Considerava a Alemanha culpada pela Guerra.
 A Inglaterra e a França humilharam a Alemanha e, por
isso, o Tratado foi assinado no Palácio de Versalhes, na
Sala dos Espelhos, mesmo lugar em que Guilherme I
havia sido coroado imperador da Alemanha, após ter
vencido uma guerra contra os franceses.
 Gerou um sentimento de revanchismo alemão, assim,
contribuiu para a eclosão da Segunda Guerra Mundial.
Previa:
1. Devolução das regiões de Alsácia e Lorena à França.
2. Redução do contingente militar alemão.
3. Extinção da marinha e da aviação de guerra alemãs.
4. Pagamento de indenização de guerra aos vencedores.
5. Perda de suas colônias.
Consequências da Guerra
 Alteração da configuração política da Europa.
 Iniciou-se o declínio do eurocentrismo, uma vez que os
países europeus perceberam que também eram
destrutíveis, o que ficou mais evidente com a crise de
29, que afetou todos os países capitalistas.
 Na tentativa de evitar um novo conflito mundial, foi
criada a Liga das Nações, que nasceu fadada ao
fracasso, já que os EUA, país que idealizou, foi o
primeiro a se recusas a participar, visto que não
concordavam com as disposições do Tratado de
Versalhes, julgando que a Liga não conseguiria garantir
a paz.
Reflexos no Brasil
 A produção industrial dos Estados Unidos não foi
suficiente para atender à demanda mundial, gerando,
em algumas regiões, certo desenvolvimento.
 No Brasil, desenvolveu-se durante os conflitos um
setor industrial de substituição de importações para
suprir a carência de produtos industrializados.
 Porém, após a guerra, o governo tradicionalmente
favorável à agroexportação, voltou a estimular as
importações, prejudicando, assim, a indústria nacional.
Revolução Russa
 Segundo Karl Marx e Friedrich Engels, o primeiro país
a passar por uma revolução socialista seria a Inglaterra,
pois, para eles, o proletariado inglês era o mais
politizado e consciente do mundo. Assim, por ser o
berço da industrialização, a Inglaterra tinha todas as
condições para realizar a transformação da sociedade
capitalista em socialista.
 Porém, eles esqueceram de que a burguesia inglesa era
a mais poderosa da Europa, podendo fazer certas
concessões ao proletariado para evitar a ameaça
socialista.
 O socialismo científico defendia, ainda, que a
revolução aconteceria em uma sociedade urbanizada e
que já tivesse desenvolvido o capitalismo. No entanto,
a Rússia revolucionária não era urbanizada e também
não havia se tornado uma potência capitalista, mesmo
assim, foi o primeiro país a implantar o socialismo.
Antecedentes
 Antes do início do século XX, a maior parte da
população russa vivia no campo, sendo que mais de
70% da população eram camponeses, não
proprietários de terra.
 A nobreza russa era detentora das terras e, usando seu
prestígio social, explorava o trabalho dos camponeses
em regime de servidão.
 Em 1861, tentando forçar o desenvolvimento da
Rússia, o governo aboliu a servidão, o que fez com que
parte dos camponeses que estavam presos à terra
deslocassem para as cidades, constituindo mão de
obra para a indústria nascente.
 Como o Estado não tina recursos suficientes para
financiar a industrialização, esta foi realizada com
capital estrangeiro, principalmente inglês e francês,
assim, não significou a consolidação do capitalismo no
país, nem da burguesia como classe dominante, mas
sim o aumento da dependência russa.
 Como a burguesia russa era estrangeira, não houve
preocupação em fazer concessões aos trabalhadores,
favorecendo o processo revolucionário.
Partidos
Mencheviques
 Líder Martov, defendiam uma transição lenta para o
socialismo, de forma que a Rússia passasse por uma
etapa de capitalismo desenvolvida, criando, assim,
condições para o posterior desenvolvimento do
socialismo.
 O socialismo científico delegava ao Estado a função de
distribuir igualmente as riquezas, se não houvesse a
fase capitalista, não haveria riqueza para distribuir.
Bolcheviques
 Defensores da imediata implantação do socialismo,
com líder Lênin, que alegava que não era necessário
esperar pelo desenvolvimento capitalista para saber
suas consequências.
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História
 Para ele, a exploração do proletariado era evidente e
inevitável na ordem capitalista e, por isso, a
necessidade de implantação de um Estado proletário
era imediata.
 As movimentações políticas intensificaram-se com a
derrota da Rússia na Guerra Russo-Japonesa, em 1905.
 Essa derrota evidenciava a crise da Rússia e, por isso,
em 1905, os sovietes, comandaram uma onda de
greves e de protestos contra a situação do país.
 Pressionado e sem recursos para conter revoltosos,
czar prometeu convocar o Parlamento Russo e
elaborar uma Constituição para o país.
 Assim, os revolucionários se dividiram: a ala radical,
liderada pelos bolcheviques, achava que era o
momento de derrubar czar. Já a ala moderada, liderada
pelos mencheviques, defendia uma aliança com o
governo. Enquanto isso, a guerra terminou e as tropas
leais ao czar retornaram ao país e foram utilizadas
como instrumento de repressão.
Domingo sangrento: em 1905, uma enorme manifestação
pacífica diante do Palácio de Inverno, em que os manifestantes
entoavam cantos religiosos e levavam imagens de santos e do
czar, mas, ainda assim, foram mortos pelas tropas russas.
Processo revolucionário
 Em 1914, a Rússia entrou na 1ª guerra devido a
interesses imperialistas, mas o governo não havia
preparado o país para o conflito: faltavam munições,
suprimento e remédios para os soldados, além de
aumentar a crise econômica e a insatisfação popular
contra o regime.
 Novamente massas foram às ruas protestar, porém,
dessa vez, as tropas contrariaram as ordens do czar e
não atiraram contra, mas sim aderiram às
manifestações, ocasionando na abdicação de czar, em
uma revolução conhecida como Revolução de
Fevereiro de 1917, ou Revolução de Março.
 A burguesia se aproveitou do vazio de poder para
implantar um governo provisório comandado pelo
Kadete, esse concedeu liberdade de expressão e
pensamento, o que contribuiu para que os opositores
fizessem críticas aos governantes, além de manter a
Rússia na Guerra.
 Outra medida foi a anistia dos presos políticos, como
Lênin, que voltou para a Rússia e lançou as “Teses de
Abril”, um conjunto de ideias que sintetizavam os
interesses dos bolcheviques e defendiam pontos
favoráveis à população russa.
Revolução de Outubro, 1917
 Por meio da mobilização popular, os bolcheviques
articularam a derrubada do governo provisório e a
implantação do socialismo, em outubro de 1917.
 Retiraram a Rússia da Guerra, assinando a Paz de Brest-
Litovsk com os alemães, no qual a Rússia perdeu parte
de seu território para eles.
Guerra Civil
 Apesar de grande apelo popular, a implantação do
socialismo não agradou todas as classes do país.
 De um lado, o Exército Vermelho com os bolcheviques
revolucionários e, de outro, o Exército Branco,
formado pelos contrarrevolucionários, composto pelos
mencheviques, pela burguesia e pela nobreza, além do
apoio das potências capitalistas.
 Ainda assim, os bolcheviques venceram, porém, o país
estava arrasado economicamente e, para recuperar,
Lênin implantou um misto de socialismo e capitalismo
que ficou conhecido como NEP.
 “Era necessário dar um passo atrás para dar dois à
frente. ”
 Houve restabelecimento dos salários, contratação de
técnicas estrangeiras e a permissão para a existência
de empresas privadas.
 NEP: tinha como objetivo recuperar a economia com
investimentos externos para depois reforçar o
socialismo, assim, de fato, recuperaram a economia
russa, mas Lênin faleceu.
 Assim, Stálin e Trotsky disputavam pelo poder. O
primeiro defendia o socialismo em um só país, ou seja,
pretendia consolidar na URSS para depois expandi-lo.
O segundo defendia a expansão imediata do
socialismo.
 T: “Ou o socialismo era levado a todos os cantos do
planeta ou as potências capitalistas se uniriam e
acabariam com ele”.
 Stálin venceu, visto que suas ideias representavam a
paz, e assim, expulsou Trotsky do país, mandando
assassiná-lo no México.
Stalinismo
 Um dos governos mais violentos da história atual,
passando a perseguir seus inimigos políticos assim que
assumiu o poder.
 Promoveu a consolidação do socialismo na Rússia,
implantou metas a serem atingidas de 5 em 5 anos,
promoveu uma industrialização de acordo com seus
interesses, sendo essas a siderúrgica, a bélica, a
petroquímica e a aeroespacial.
 A indústria de bens de consumo não recebeu grandes
investimentos, provocando, com o tempo, uma crise
de abastecimento na URSS.
Reflexos no Brasil
 Inspirados, foi criado, em 1922, o Partido Comunista do
Brasil, que pretendia implantar o socialismo no país.
 A maior influência se deu na década de 1930, quando
muitos tenentes do Exército se deslocaram
ideologicamente para o socialismo, ocorrendo, em
1935, a Intentona Comunista, quando alguns
tenentes, liderados por Luiz Carlos Prestes, tentaram
tomar o poder e implantar um regime socialista no
país, sendo duramente reprimidos por Vargas, que se
aproveitou para aplicar um golpe de Estado e
implantar o Estado Novo.
Crise de 1929
Economia mundial no período entreguerras
 Nos três primeiros anos da 1ª guerra, os Estados
Unidos se manteve fora do conflito fornecendo armas,
alimentos e empréstimos para a Europa. Mesmo
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História
quando entrou, não sofreu ataques em seu território,
pois a guerra se concentrou na Europa.
 Os EUA tinham de produzir para consumo interno, para
a Europa e para as áreas de influência europeia. Em
virtude do desabastecimento mundial, algumas
regiões periféricas registraram um certo
desenvolvimento industrial, como o Brasil.
 Após 1918, o continente europeu estava arrasado
material e economicamente, sua capacidade industrial
havia diminuído muito em relação ao pré-Guerra,
porém, os EUA continuaram produzindo, o que fez com
que o Período Entreguerras fosse uma época de
prosperidade sem precedentes para o país, que
registrou o aumento da oferta de emprego na indústria
e a ampliação do consumo interno.
Rumo à Crise
 A grande produtividade industrial dos Estados Unidos
tornava o mundo cada vez mais dependente de sua
economia, assim, passaram a difundir o American
wayof life, propaganda que incentivava o mundo a
seguir o modo de vida americano, ou seja, ser uma
sociedade consumista.
 Para garantir mercado aos produtos estadunidenses e
eliminar qualquer possibilidade de avanço socialista,
era necessário investir na economia europeia, arrasada
pela 1ª Guerra.
 Esses investimentos na Europa contribuíram para a
recuperação da economia do continente e,
consequentemente, para a diminuição do consumo de
produtos estadunidenses.
 O excesso de liberalismo acabou por favorecer a
especulação financeira, uma vez que não havia um
agente regulador da economia e, a crença no poderio
das empresas estadunidenses levaram a uma
supervalorização de suas ações.
 Porém, apesar de produzirem muito, as empresas não
vendiam na mesma proporção, assim, ocorreu uma
superprodução e subconsumo, que se deflagrou no dia
24 de outubro de 1929, na chamada Quinta-feira
Negra, quando milhões de títulos de empresas dos EUA
foram oferecidas no mercado sem compradores.
1929 a 1933
 Período mais crítico da Depressão, em que mais de 60
mil empresas faliram nos EUA, garantindo uma onda
de desemprego que atingiu cerca de 15 milhões de
pessoas no país.
 A queda da bolsa de Nova Iorque afetou a economia de
forma global, um exemplo foi a Alemanha, que se
recuperava dos efeitos da guerra, mas, com a crise, foi
interrompido os recursos dos investimentos dos
Estados Unidos. Quando Hitler assumiu, confiscou
todo investimento estrangeiro no país.
A solução para a crise
 O presidente republicano Hoover se recusava a adotar
medidas intervencionistas, devido a força das teorias
do liberalismo em que, acreditavam-se que o próprio
mercado resolveria os problemas existentes.
 Roosevelt, quando assumiu a Presidência, lançou o
New Deal, um plano de recuperação da economia
baseada em medidas invervencionistas, sendo
acusado, então, de comunista.
New Deal
1. Diminuição da jornada de trabalho para aumentar a
oferta de emprego.
2. Proibição do trabalho infantil.
3. Criação do salário-desemprego, para que a população
tivesse renda e pudesse consumir.
4. Criação de um fundo que incentivava a poupança.
5. Criação do NIRA, que tinha como função principal
limitar a produção industrial a níveis compatíveis com
a demanda.
6. Lei do Ajustamento Agrícola, que previa a concessão de
empréstimos aos fazendeiros para que diminuíssem a
produção, evitando uma superprodução agrícola.
 Para realizar tudo isso, o governo usou suas reservas e
acabou emitindo papel moeda em demasia, gerando
uma inflação.
 Porém, essas medidas estimularam investimentos no
setor produtivo e contribuíram para aquecer a
economia do país.
 A corrida armamentista anterior à 2ª Guerra ajudou na
solução para a crise, visto que o aumento do
contingente militar em vários países da Europa e o
desenvolvimento da sua indústria bélica aumentaram
a oferta de emprego.
Reflexos no Brasil
 Houve uma redução drástica no consumo do café
brasileiro, que tinha como principal comprador os
Estados Unidos.
 A perda de lucros do café e a necessidade de se
importar produtos industrializados gerou, assim, um
déficit na balança comercial brasileira.
Nazifascismo
Contexto europeu
 O fascismo foi um movimento de extrema-direita que
surgiu na Europa durante a década de 20 do séc. XX.
 Em alguns países, chegou efetivamente no poder,
enquanto em outros ele foi uma constante ameaça.
 O primeiro país da Europa a ter um regime de
extrema-direita foi a Itália, chamado de fascismo
devido ao grupo armado fundado por Mussolini, na
Alemanha assumiu como nazismo, em Portugal como
salazarismo e franquismo na Espanha.
 A Revolução Russa de 1917 favoreceu a expansão dos
partidos de esquerda, que defendiam a implantação do
socialismo em vários países do mundo. As forças
políticas conservadoras temiam a expansão da
Revolução Russa para dentro de suas fronteiras e, por
isso, estavam dispostas a combater os comunistas.
 Somada ao medo do socialismo, havia a insatisfação
com os resultados da Primeira Guerra. A Itália, por
exemplo, esperava ganhar territórios alemães na
África por ter lutado ao lado das potências vencedoras,
o que não aconteceu.
 Os partidos fascistas que surgiam nesses países
souberam canalizar esse medo e insatisfação a seu
favor e, por meio de um discurso nacionalista e
anticomunista, buscavam o apoio das massas.
 Além da violência, os fascistas utilizavam as vias
institucionais para atingir seus objetivos,
representando uma ameaça à democracia e às
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História
liberdades individuais, mas, ao mesmo tempo, foi um
regime de massas, utilizando, para tal, a manipulação
em conjunto a uma feroz propaganda.
 Os efeitos da Crise de 29 também foram fundamentais
para a consolidação dos regimes, que consideravam o
excesso de democracia e de liberalismo como
responsáveis pelo episódio.
 Os adeptos da extrema-direita construíram um
discurso de combate ao desemprego e a exaltação do
nacionalismo, inclusive no que se refere à economia,
angariando apoio das massas de desempregados.
Características gerais
1. Totalitarismo: predomínio dos interesses do Estado
sobre os individuais, sendo o coletivo mais importante
que o particular.
2. Militarismo: a guerra prova quem é o mais forte e que
este deve dominar o mais fraco.
3. Caráter antidemocrático: defendiam a existência de
um governo forte e centralizado, ou seja, ditatorial.
4. Nacionalismo: exaltação dos valores nacionais,
considerados superiores dentro da sociedade.
5. Romantismo: defesa de que o autossacrifício, a fé e os
sentimentos estavam acima da razão na solução dos
problemas da sociedade.
6. Crença na infalibilidade do líder: acreditava-se que o
líder não falhava.
7. Elitismo: reconhecimento de um grupo reduzido e
capaz de comandar a nação para promover o seu
desenvolvimento.
8. Corporativismo: união entre patrões e trabalhadores,
comandada pelo Estado, para eliminar conflitos de
classes, considerados motivo de fraqueza na
sociedade.
9. Antissemitismo: perseguição com eliminação de
minorias étnicas, em especial dos judeus.
10. Unipartidarismo: defendiam que a existência de vários
partidos gerava disputas políticas sem objetividade,
assim, um só garantiria a plena realização dos
interesses da nação.
11. Antibolchevismo: se opunham fortemente ao
marxismo.
Fascismo italiano
 A insatisfação com o resultado da primeira guerra
somado a recessão, a inflação e ao desemprego,
favoreceram o avanço da esquerda italiana, que levou
trabalhadores a ocuparem algumas fábricas no norte
do país, implantando a gestão operária em uma
movimentação conhecida como biênio vermelho.
 Benito Mussolini, ex-membro do Partido Socialista,
que havia aderido à extrema-direita, fundou grupos
armados que perseguiam os socialistas.
 Tanto o governo quanto a burguesia italiana,
temerosos quanto ao socialismo, financiavam
secretamente Mussolini, para que ele continuasse a
reprimir os movimentos operários socialistas.
 O financiamento possibilitou que fosse fundado o
Partido Nacional Fascista em 1921, com filiados que
realizaram uma Marcha sobre Roma, exigindo a
participação de Mussolini no governo.
 Assim, o rei nomeou Mussolini para o cargo de
primeiro-ministro que implantou um conjunto de leis
de exceção, eliminando toda a oposição, fechando
jornais, prendendo ou expulsando deputados
opositores ao regime.
 Em 1927, foi instituído na Itália um novo conjunto de
leis trabalhistas, a Carta del Lavoro, que reduzia a
jornada para 8 horas de trabalho, concedia seguro
contra acidentes e regulamentava o trabalho noturno
e perigoso, porém, proibia greves.
 Em 1929, procurando obter o apoio da Igreja Católica
e da ala conservadora, Mussolini assinou o Tratado de
Latrão, que se propunha a resolver uma questão
histórica na Itália. Durante a unificação italiana, houve
a tomada das terras da Igreja pelo Estado italiano,
gerando, entre eles, um conflito chamado de Questão
Romana.
 Como retratação, o Tratado indenizava a Igreja pelas
terras perdidas durante a unificação (já que seria
impossível devolvê-las), instituía o ensino religioso
obrigatório nas escolas e criava o Estado do Vaticano.
 Após a Crise de 29, o prestígio da ditadura de Mussolini
aumentou ainda mais, fato que possibilitou a expansão
das ações militaristas italianas, um dos fatores
responsáveis pelo início da 2º Guerra.
Fascismo alemão
 A Alemanha vivia uma enorme crise política e
econômica após a 1ª Guerra e, em 1919, ocorreu em
Berlim uma rebelião popular comandada por um grupo
de extrema-esquerda que tentou tomar o poder do
país, a Liga Espartaquista.
 A tentativa foi frustrada, e os principais líderes foram
presos e assassinados.
 Diante da ameaça da esquerda, surgiu, em 1919, um
grupo político de orientação fascista que mais tarde se
denominou Partido Nacional Socialista dos
Trabalhadores Alemães ou, Partido Nazista.
 Em 1923, inspirados em Mussolini, os nazistas
tentaram dar um golpe de Estado que ficou conhecido
como Putsch de Munique.
 Adolf Hitler, principal figura do partido, foi preso e
condenado a cinco anos de prisão.
 Durante esse tempo, Hitler escreveu “Minha Luta”,
obra que sintetiza e ideologia nazista. O livro faz
apologia ao expansionismo alemão, alegando que os
povos germânicos precisavam de espaço para
desenvolver suas potencialidades, além de defender a
crença na superioridade da etnia ariana, ideias que
foram bem aceitas em diversos setores alemães.
 Em 1923, após a contenção do levante nazista, os
franceses ocuparam a região do Vale de Ruhr, um
importante centro industrial alemão, com o objetivo
de forçar os alemães a pagarem a indenização de
guerra.
 O governo, vivendo uma crise econômica, foi obrigado
a emitir papel-moeda em grande volume, levando à
desvalorização do marco alemão e uma inflação.
 A recuperação econômica só foi possível graças aos
Planos Dawes e Young, investimentos estadunidenses.
 Com a Queda da Bolsa de NY, entretanto, cessaram os
investimentos, levando a uma crise maior do que a
anterior. A inflação voltou a subir e o desemprego deu
um salto assombroso. Dessa forma, o prestígio dos
nazistas voltou a crescer, e a desesperança da
população em relação à democracia e ao liberalismo,
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História
associada ao medo da esquerda, fez com que parcelas
das massas de trabalhadores e as elites os apoiassem.
 Nas eleições de 1932, Hitler concorreu à Presidência e
perdeu para o marechal Hinderburg, porém, o partido
vitorioso foi o nazista, que ocupou a maioria das
cadeiras do Parlamento alemão.
 Incialmente, o presidente não nomeou Hitler para o
cargo de primeiro-ministro, desagradando a maioria
nazista parlamentar e, para obter apoio destes, cedeu
às pressões e nomeou Hitler para o cargo.
 Em 1933, os nazistas incendiaram o Reischstag e
culparam os comunistas, o que permitiu a Hitler
colocar a esquerda alemã na ilegalidade.
 A Constituição foi anulada e começaram a surgir os
primeiros campos de concentração para os presos
políticos do Estado.
 Em 30/06/1934, ocorreu a Noite dos Longos Punhais,
quando, por ordem de Hitler, as tropas SA foram
massacradas pelo Exército alemão e por tropas da SS.
SA era um grupo paramilitar que tinha função de
guarda pessoal de Hitler, mas que passara a discordar
de suas ações e, para obter apoio do Exército, que se
sentia ameaçados pela SA, Hitler ordenou matá-los.
 Em agosto de 1934, o presidente morreu e Hitler
passou a acumular as funções de primeiro-ministro e
presidente, tornando-se absoluto. Assim, passou a ter
autoridade suficiente para extinguir todos os partidos
(com exceção do nazista), impor um pensamento
uniformizado mediante uma intensa propaganda e a
criação das Leis de Nuremberg, que negavam a
cidadania aos judeus.
 No campo econômico, houve o confisco de
investimentos estrangeiros, estimulando a agricultura
e a indústria, além da montagem de guerra alemã,
desrespeitando o Tratado de Versalhes, que acabou
por contribuir para o combate ao desemprego.
Fascismo português
 Em 1910, um golpe militar proclamou a República em
Portugal e, por não ter uma tradição democrática, o
país viveu uma grande instabilidade política.
 Em 1926, foi implantada uma ditadura comandada
pelas altas patentes militares, e, em 1929, o general
Fragoso Carmona tornou-se presidente e nomeou
Antônio de Oliveira Salazar para o cargo de ministro da
Fazenda.
 A influência de Salazar era tanta que, em 1933, ele se
tornou primeiro-ministro e implantou um regime
conhecido como Estado Novo, baseado no fascismo
italiano.
 Durante o regime, as liberdades individuais foram
restringidas e a esquerda passou a ser duramente
perseguida.
 Apesar da sua morte, em 1970, a ditadura salazarista
continuou até 1974, quando foi derrubada por um
movimento de jovens militares que deu início à
democracia do país, na Revolução dos Cravos.
Fascismo espanhol
 Em 1923, tentando conter a esquerda, o rei Afonso XIII,
apoiou uma ditadura militar liderada pelo general
Miguel Primo de Rivera.
 O governo do ditador era instável e, com a Crise de 29,
Rivera renunciou e fugiu do país em 1930.
 Nas eleições para uma Assembleia Constituinte em
1931, a esquerda obteve uma vitória enorme sobre
seus adversários e, diante das ameaças de
radicalização, o rei abdicou e um governo de maioria
socialista deu início a um programa de reforma agrária
que não avançou.
 Em 1933, a direita conquistou maioria parlamentar,
mas, três anos depois, a esquerda se uniu na Frente
Popular e voltou a vencer as eleições gerais, formando
um governo cuja meta principal era a efetivação da
reforma agrária.
 Os grupos conservadores se uniram contra o governo
e, em 1936, as tropas espanholas, lideradas pelo
general Francisco Franco, voltaram para o continente
europeu e desencadearam um movimento que visava
à deposição da esquerda.
 A Guerra Civil Espanhola se prolongou por três anos,
com um ataque à cidade de Guernica, arrasada pela
aviação da Alemanha.
 Em 1939, os fascistas conquistaram Madri e
implantaram uma ditadura conhecida como
franquismo, favorecidos pela neutralidade de algumas
potências durante o conflito, como Inglaterra e França.
 O fascismo espanhol se estendeu até 1970, mesmo
após a 2ª Guerra (conflito que depôs o fascismo na
Alemanha e na Itália), visto que as ditaduras se
mantiveram por seres antissocialistas, recebendo
apoio de potências capitalistas em um contexto
marcado pela disputa entre socialismo e capitalismo.
Reflexos no Brasil
 Em 1932, foi criada a Ação Integralista Brasileira (AIB),
partido com traços fascistas e, apesar de apoiarem
Vargas no Golpe de 1937, visando participar do poder,
o partido foi fechado pelo novo regime, fazendo com
que, mesmo na ilegalidade, os integralistas tentassem
dar um golpe em 1938, a chamada Intentona
Integralista.
 AIB tinha como opositora política a Aliança Nacional
Libertadora (ANL), formada por sindicatos de
trabalhadores antifascistas e socialistas.
 A influência fascista se manifestou no governo de
Vargas, que, durante o período ditatorial, implantou
um modelo equivalente ao corporativismo no Brasil,
além de outorgar uma Constituição de caráter fascista,
a Constituição de 1937, conhecida como Polaca.
Segunda Guerra Mundial
Mundo pré-guerra
 O fim da primeira guerra favoreceu o surgimento de
sentimentos nacionalistas revanchistas.
 Alemanha, Itália e Japão se sentiram prejudicados com
o resultado da guerra, visto que o primeiro foi
humilhado no TV e os outros dois, apesar de terem
lutado ao lado dos vencedores, não recebera, o que
esperavam e saíram do conflito se sentindo traídos.
 Alemanha, Itália e Japão formaram o Eixo Roma-
Berlim-Tóquio e partiram para uma política
expansionista.
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História
 Japão invadiu uma região chinesa e dominou durante
a Guerra.
 Itália invadiu a Etiópia, na África.
 Alemanha desrespeitou o TV e reconstruiu sua
máquina bélica. Sob o comando do governo nazista, os
alemães aumentaram seu contingente militar e
reorganizaram a Marinha e a aviação de Guerra.
 A Liga das Nações consentia esse expansionismo,
evidenciando seu fracasso.
 Para evitar conflitos, Inglaterra e França cederam aos
alemães uma região da Tchecoslováquia, sem os
consultá-los. Esses vinham na Alemanha uma forma de
impedir o avanço socialista sobre a Europa,
acreditando que era uma questão de tempo até que
Hitler atacasse Stálin.
Guerra Civil Espanhola
 Contribuiu para fortalecer o nazi-fascismo na Europa e
evidenciar a polarização ideológica existente.
 O conflito teve início quando a monarquia da Espanha
foi substituída pelo regime republicano de tendência
socialista.
 Serviu para que italianos e alemães testassem suas
máquinas de guerra.
 Auxiliado por Mussolini e Hitler, o general Franco
assumiu o poder na Espanha e implantou um regime
de extrema direita no país.
 Alemanha e a União Soviética assinaram o Pacto Nazi-
Soviético, um acordo secreto de divisão da Polônia,
uma vez que Hitler não estava querendo um conflito,
naquele momento com Stálin.
 Depois do pacto, Hitler invadiu a Polônia, em 1º de
setembro de 1939, provocando reação da Inglaterra e
da França, que exigiram a retirada das tropas alemães,
que recusaram, sofrendo uma declaração de guerra.
Fases da Guerra
 A primeira fase foi marcada pela expansão do Eixo,
porém, nos cinco últimos anos, foram contidos e
derrotados.
 Necessitando de petróleo e de aço – já que a Guerra se
prolongava mais do que o esperado -, Hitler rompeu o
Pacto Nazi-Soviético e atacou a União Soviética,
adotando um discurso anticomunista.
 A União Soviética, então, se aderiu aos Aliados,
levando Hitler a enfrentar duas frentes de batalha.
 Em 1941, japoneses atacaram a base naval
estadunidense no Havaí, no “Dia da Infâmia”, em uma
disputa pela hegemonia do Pacífico. Os EUA já haviam
bloqueado todos os investimentos japoneses no país,
além de declarar apoio ao governo chinês por meio da
venda de armas e concessão de empréstimos.
 Os EUA romperam a neutralidade e entraram na
Guerra, favorecendo a mundialização do conflito.
Hitler, confiando que os japoneses iriam os conter no
Pacífico, declarou guerra aos EUA.
 Na África, os alemães sofriam sucessivas derrotas para
os Aliados, que invadiram a Itália, fazendo com que
Mussolini se fugisse, sendo preso e fuzilado pela
população, situação que enfraqueceu o eixo.
 Alemanha decidiu recair sobre a União Soviética, na
chamada Operação Barbarossa, porém, na batalha
russa, após um inverno com temperaturas inferiores a
20 graus negativos, o Exército alemão se rendeu e
começou a se retirar do território russo.
 Ao passar pelo Leste Europeu, o Exército russo
libertava a região do domínio nazista, implantando
governos pró-socialistas, formando mais tarde a
Cortina de Ferro.
Hungria
 Até a Segunda Guerra tinha um regime fascista e era
aliada da Alemanha.
 Quando os soviéticos ocuparam o país, não foram
vistos como libertadores, e sim como dominadores,
causando uma Revolta Húngara.
Iugoslávia
 Conseguiu se livrar do domínio nazista sem ajuda
soviética, implantando o regime socialista, mas sem se
submeter às diretrizes de Moscou, sendo o único país
socialista a receber ajuda do Plano Marshall.
 Em fevereiro de 1945, antes mesmo do fim da Guerra,
Roosevelt, dos EUA, Stálin, da URSS e Churchill, da
Inglaterra, se reuniram na Conferência de Yalta para
dividir o mundo em áreas de influência.
 As decisões tomadas foram confirmadas na
Conferência de Potsdam, com a decisão de dividir a
Alemanha em quatro áreas de influência, criar o
Tribunal de Nuremberg, para julgar crimes de guerra
dos nazistas.
 Aproveitando o enfraquecimento alemão, os
soviéticos cercaram Berlim, o que fez com que Hitler
cometesse suicídio e, as tropas alemãs, renderam-se
aos Aliados.
 Apesar da derrota eminente, o Japão resistia,
recebendo dos EUA duas bombas atômicas sobre as
cidades de Hiroshima e Nagasaki, para aniquilar a
resistência japonesa, que se rendeu, e intimidar à
União Soviética.
 Hitler não acreditava na união de seus inimigos,
acreditando ser possível vencê-los um a um.
 O Eixo não pôde resistir ao tradicionalismo industrial da
Inglaterra e à sua capacidade de mobilizar homens e
recursos vindos do seu sistema colonial.
Mundo pós-guerra
 Para garantir a paz mundial e impedir novos conflitos,
representantes de 50 países se reuniram nos EUA e
assinaram a Carta de São Francisco, documento que
criava a Organização das Nações Unidas (ONU).
 Essa tinha o intuito de garantir o direito de
autodeterminação dos povos e desenvolver a
cooperação entre eles na busca de soluções para
problemas de ordem econômica, social, cultural e
humanitária.
Conselho de Segurança
 Principal organismo da ONU, formado por 5 membros
permanentes e 10 com mandato de 2 anos.
 Sendo EUA, Rússia, Inglaterra, França e China. Esses
têm o direito de veto – qualquer decisão da Assembleia
Geral, formada por todos os países membros da ONU,
pode ser vetada por um desses.
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História
 Estadunidenses e soviéticos protagonizaram a
bipolarização mundial, formando blocos antagônicos
que disputavam áreas de influência entre si.
 A Guerra Fria foi, portanto, uma disputa pela
hegemonia mundial entre o bloco capitalista e o
socialista, deixando a Europa de ser o centro das
decisões mundiais.
 O término do conflito trouxe à tona os horrores da
brutal política antissemita implementada pelo nazismo
alemão. À medida que os Aliados encurralavam as
tropas germânicas, foram sendo expostos os crimes
cometidos, em que o nazismo tinha criado uma
indústria da morte nos campos de concentração,
matando milhões de pessoas, em especial os judeus.
 A Guerra trouce grande desenvolvimento tecnológico
em áreas como aviação, tecnologia aeroespacial,
medicina e comunicação.
Reflexos no Brasil
 Em 1942, depois que alguns navios brasileiros foram
afundados pelos alemães e com as pressões
estadunidenses, que temiam a influência fascista no
governo brasileiro, Vargas declarou guerra ao Eixo.
 A entrada no conflito representava para Vargas a
desculpa necessária para sua permanência no poder.
 Houve grande desenvolvimento na economia brasileira
pois o país forneceu matéria-prima, alimentos e
tecidos para os Aliados.
 O principal produto fornecido foi minério de ferro,
fundamental para fabricação de aço.
 Na política, houve contradição de Vargas, de cunho
ditatorial e tendências fascistas, mas que declarou
guerra a regimes fascistas europeus, lutando por
democracia e liberdade, elementos inexistentes no
país.
Guerra Fria
Primeiros momentos do conflito
 Conflito ideológico, político, econômico e militar
ocorrido de maneira indireta entre os Estados Unidos
e a União Soviética.
 Com raízes nos momentos finais da Segunda Guerra,
pois, desde a Conferência de Potsdam, os dois países já
divergiam quanto à divisão do mundo em áreas de
influência.
 Considera-se o início formal com o lançamento da
Doutrina Truman, em 1947, em que o presidente
estadunidense, Harry Truman, fez uma declaração no
Congresso do seu país, afirmando que usaria todos os
recursos disponíveis para conter o avanço socialista.
 Para conter a possível expansão socialista sobre a
Europa, lançaram o Plano Marshall (1947), que visava
à destinação de investimentos estadunidenses para a
reconstrução da economia europeia em moldes
capitalistas. Esse plano proporcionou que os EUA
continuassem exportando seus produtos para a
Europa, (Inglaterra, Alemanha, Itália e França) que se
encontrava arrasada economicamente.
 O único país socialista que recebeu investimentos do
PM foi a Iugoslávia, que conseguiu se libertar dos
nazistas sem o auxílio soviético.
 No plano militar, os estadunidenses criaram a
Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN),
uma aliança militar entre os países capitalistas liderada
pelos EUA. Essa visava o auxílio bélico entre esses
países e tinha uma finalidade econômica, em que os
membros compravam munições e armamentos junto
aos Estados Unidos.
 Os soviéticos criaram o Conselho para Assistência
Econômica Mútua (COMECON), que consistia em uma
série de investimentos voltados para a planificação das
economias do Leste Europeu, contendo o avanço
capitalista.
 No plano militar, criaram o Pacto de Varsóvia,
composto por países do Leste Europeu para se aliarem
militarmente contra ataques externos ao bloco, além
de reprimirem oposições internas ao regime.
 Na Hungria, os socialistas eram vistos como invasores
e não como libertadores, formando o primeiro
movimento contestador dentro do bloco socialista,
exigindo maiores liberdades políticas e abertura
econômica.
Expansão do bloco socialista
 A primeira e mais bem-sucedida experiência ocorreu
na Rússia em 1917, quando, após uma revolução, os
bolcheviques, liderados por Lênin, tomaram o poder e
promoveram reformas socialistas no país. Com a morte
de Lênin, Stálin tornou-se líder da URSS e defendia o
isolacionismo soviético, acreditando que, inicialmente,
o socialismo deveria se fortalecer na URSS para depois
ser levado a outras partes do mundo.
 Mediante ao fortalecimento dos EUA, Stálin passou a
adotar uma postura mais imperialista e expansionista,
criando o Kominform, órgão responsável por
coordenar, treinar e financiar os partidos socialistas
espalhados pelo mundo.
 Explodiram sua primeira bomba atômica em 1949,
dando mais força à expansão socialista.
Formação da Cortina de Ferro
 Na Batalha de Stalingrado, a União Soviética, antes
ocupada pela Alemanha, expulsou os nazistas dos seus
domínios e contribuiu para o fracasso alemão.
 Os soviéticos foram os primeiros a chegarem em
Berlim, que estava arrasada e pelos nazistas, vendo o
Exército Vermelho como o grande libertador,
fortalecendo a implantação de governos pró-
socialistas, orientados por Moscou, no Leste Europeu.
 A CF era um grupo de países em que a “barreira
institucional” imposta pela URSS impedia a penetração
do capitalismo.
Caso da Alemanha
 Dividiram a Alemanha em quatro zonas de ocupação:
uma soviética, uma estadunidense, uma inglesa e uma
francesa, sendo Berlim dentro da influência soviética.
 Os EUA, por meio do Plano Marshall, reestruturaram a
parte capitalista e se fortaleceram, o que era
prejudicial aos soviéticos e, por isso, Stálin decretou o
bloqueio dos acessos terrestres a Berlim, isolando a
cidade e prendendo milhares de pessoas na parte
capitalista.
 A saída foi a criação de uma ponte aérea para
abastecer a cidade, porém, soviéticos ameaçavam
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História
bombardear os aviões que invadissem o espaço aéreo
oriental.
 Stálin, que naquele momento não queria se envolver
com guerra que poderia ganhar contornos nucleares e,
temendo retaliações inglesas, francesas
estadunidenses, suspendeu o bloqueio em 1949.
 Assim, a Aleamnha foi novamente dividida em dois
novos países totalmente independentes: República
Federal da Alemanha (Ocidental, de regime capitalista)
e a República Democrática Alemã (Oriental, de regime
socialista).
 A cidade de Berlim foi dividida, gerando coexistência
de sistemas que acabou gerando desequilíbrios, afinal,
como os salários e as condições de vida eram melhores
do lado capitalista, e as propagandas forjavam uma
maior prosperidade desse sistema, muitas pessoas que
viviam sob regime socialista fugiam para Berlim
Ocidental, desagradando o governo soviético.
 Para evitar a fuga de mão de obra qualificada, a
Alemanha Oriental construiu, em 1961, o Muro de
Berlim, que dividia as partes capitalista e socialista da
capital alemã. Esse existiu até 1989, quando foi
derrubado pela própria população.
Socialismo na Ásia
Guerra da Coreia
 Até o final da Segunda Guerra, a Coreia estava sob
domínio Japonês, sendo libertada pelos Aliados e,
durante a Conferência de Potsdam, dividida em duas
zonas de ocupação, o norte, que caberia à União
Soviética e o sul, responsabilidade dos Estados Unidos.
 Em 1950, a Coreia do Norte, estimulada pelos
comunistas que haviam tomado o poder na China,
invadiu a Coreia do Sul. A China prestou apoio aos
nortistas, o que aumentou ainda mais o potencial
bélico desse conflito, que vitimou milhões de nativos,
e os EUA a favor dos sul-coreanos, durando 3 anos de
guerra e ratificando a divisão das Coreias.
Revolução Chinesa
 Partidos internos disputavam desde a Segunda Guerra.
 Enquanto o Kuomintang propunha a manutenção de
alianças com forças capitalistas internacionais, como
os EUA, o Partido Comunista Chinês defendia a
implantação de um regime socialista no país.
 Comunistas caminharam mais de 10 mil km até o norte
do país, a conhecida Longa Marcha, com o intuito de
mobilizar os camponeses quanto à necessidade de se
realizar uma reforma socialista na China.
 A expansão comunista foi contida temporariamente
em 1937, quando, diante da invasão japonesa, os
seguidores de Mao Tsé-Tung e Kuomintang se uniram
para lutarem juntos.
 A cada região libertada do invasor japonês, os
comunistas promoviam uma reforma agrária,
ganhando apoio da população a causa de Mao, visto
como o libertador da China.
 Assim, o líder entrou triunfante em Pequim, em 1949,
consolidando a vitória da Revolução Chinesa,
proclamando a República Popular da China.
Guerra do Vietnã
 Um dos conflitos mais violentos ocorridos durante a
Guerra Fria, na Península da Indochina, que lutava pela
independência da França.
e  Mediante ao Acordo de Genebra, em 1954, a França
reconheceu a independência da região, desde que
fossem formados países independentes, entre eles, o
Vietnã do Norte, de regime socialista, e o do Sul,
capitalista.
 A proposta democrática, estendendo a população a
opção de reunificar ou não o país, não agradou a parte
sulista, que, temendo a adoção do regime socialista em
um país unificado, opôs-se à realização da consulta
popular, fazendo com que os vietcongs, guerrilheiros
que defendiam a unificação sob o regime socialista,
entrassem em guerra contra os militares opositores.
 O Norte, apoiado pela China e os EUA, apoiando o Sul,
visto que acreditava que, se o Vietnã se convertesse,
todo o sudeste asiático corria o risco de seguir o
mesmo caminho.
 Apoiados pelos soviéticos e chineses, os vietcongs
resistiam e impunham sucessivas derrotas ao Exército
estadunidense utilizando táticas de guerrilhas.
 Temendo uma derrota humilhante, os EUA lançaram
mão de armas químicas, evitando nucleares pelo
temor de uma reação semelhante.
 Sendo um conflito altamente destrutivo, a opinião
pública dos EUA passou a se opor à permanência do
país no conflito, pressão que fez com que, em 1973, os
EUA retirassem as suas tropas do Vietnã.
 Vitorioso, o Vietnã do Norte se reunificou oficialmente
adotando o regime socialista se aliando à União
Soviética.
 Contabilizou sessenta mil estadunidenses e um milhão
e meio de vietnamitas mortos, números que refletem
o grande investimento bélico realizado.
 Os EUA não admitem a derrota e alegam que o governo
teria abandonado o conflito por escolha própria e não
pela imposição militar.
Coexistência pacífica
 Com a morte de Stálin, Nikita Khrushchev assumiu e
realizou reformas e, para desestalinizar o país,
denunciou crimes de Stálin, atacando a imagem quase
religiosa do ex-dirigente soviético.
 Nikita acredita na convivência pacífica e chegou a
visitar os EUA em 1959, agradando ao governo
estadunidense que planejou uma visita também, que
foi adiada após a derrubada de um avião dos EUA que
espionava o território soviético.
 Chegou a criar um telefone vermelho, uma linha direta
entre a Casa Branca e o Kremlin.
 Em 1963, as superpotências assinaram um acordo que
proibia testes nucleares a céu aberto, devendo ser
todos subterrâneos, diminuindo o risco de
contaminação por radiação.
A degradação do bloco socialista
Rompimento Sino-Soviético (1960)
 Mao Tsé-Tung era um dos líderes comunistas que se
opunham às reformas propostas por Khrushchev. O
líder chinês temia que um processo parecido ocorresse
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História
em seu país e, por isso, começou a alegar que Khru
estava traindo os ideais socialistas.
 Desde que assumiu o poder em 1949, Mao procurava
viabilizar o programa econômico “Grande Salto
Adiante” que, declaradamente inspirado na política
stalinista, previa a coletivização forçada da terra e a
industrialização acelerada do país para que este
pudesse liderar o bloco socialista.
 Como não prosperou no plano e a liberalização de Khru
colocava sua hegemonia em risco, Mao anunciou, em
1960, o rompimento das relações diplomáticas entre
a China e a URSS.
 Inicialmente, os mais prejudicados foram os chineses,
afinal, a União Soviética retirou seus técnicos e toda a
ajuda que havia sido concedida e, ao contrário do que
desejava Mao Tsé-Tung, Moscou continuou mantendo
sua esfera de influência sobre os países do bloco
socialista.
 Percebendo o enfraquecimento global dos comunistas,
os Estados Unidos se aproveitaram de uma ausência da
URSS em uma das reuniões da ONU e, em 1917,
substituíram a Ilha de Formosa pela China para ocupar
uma vaga de membro permanente do Conselho de
Segurança.
Distensão da Guerra Fria
 Em 1964, a ala conservadora comunista soviética,
insatisfeita com as reformas pacificadoras de Khru,
depôs o líder soviético, escolhendo Leonid Brejnev,
que adotou um conjunto de medidas repressivas que
ficaram conhecidas como Doutrina Brejnev.
 Em 1968, na Tchecoslováquia, quando houve uma
manifestação em prol da democratização do país, a
Primavera de Praga, em que estudantes, intelectuais
e trabalhadores manifestaram-se contra a opressão
que Moscou exercia na Tchecoslováquia e declaram a
ruptura com a União Soviética. Brejnev agiu
imediatamente, mandando tropas do Paco de
Varsóvia invadirem o país, depuseram o líder
Alexander Dubcek e mantiveram o regime socialista na
Tchecoslováquia.
 Durante o governo de Brejnev,a URSS comandou a
invasão do Afeganistão, alegando ajuda ao governo
afegão, que enfrentava inimigos externo, mas, na
verdade, Moscou temia que a expansão do islamismo
enfraquecesse seu domínio sobre as repúblicas
soviéticas de maioria islâmica.
 Os EUA, então, se limitaram a financiar e a treinar
guerrilheiros afegãos para que pudessem lutar contra
os soviéticos. Um dos líderes da resistência afegã,
Osama Bin Laden, treinado pela CIA, após os
atentados de 2001 foi considerado foragido pelo
governo estadunidense, sendo morto só em 2011,
após uma operação financiada pelo governo dos EUA.
 A invasão soviética no Afeganistão durou até 1988,
quando Gorbachev, dando início a um processo de
abertura política e econômica na URSS, determinou a
retirada das tropas soviéticas do país.
Fragmentação da União Soviética
 No plano ideológico, o socialismo não cumpriu a tarefa
que havia proposto, de transformar a sociedade,
distribuindo riquezas de forma mais igualitária.
 Ao assumir o controle soviético, Stálin promoveu a
“russificação” da União Soviética, não respeitando as
diferenças existes, visto que o Estado era composto de
várias etnias, línguas, culturas e religiões.
 O objetivo de Stálin era criar uma identidade nacional
coesa, uma vez que, para a manutenção de um regime
totalitário, a exaltação do nacionalismo como
elemento unificador era fundamental.
 Em virtude do desrespeito à autodeterminação dos
povos, quando o governo acenou para uma abertura
do regime, as diferentes nacionalidades passaram a se
expressar e a exigir maior participação política e
liberdade cultural.
 Outro problema foi a crise de abastecimento, visto
que, desde as reformas stalinistas, o Estado soviético
passou a priorizar as indústrias bélica, aeroespacial,
petroquímica e siderúrgica em detrimento de
indústrias que atendiam às demandas básicas da
população.
 Diante da escassez de produtos primários, a população
percebeu que o regime socialista não atendia às
necessidades econômicas mínimas da população,
repercutindo negativamente se comparada a lógica do
capitalismo (na qual o indivíduo pode conquistar o que
quiser com o seu poder de compra obtido por meio do
trabalho).
 Por fim, outro problema foi o gigantismo estatal, já
que, para se manter, o governo autoritário e
centralizador deve desenvolver uma estrutura
burocrático-administrativa enorme e complexa, o que
significou a elevação dos gastos governamentais com o
funcionalismo público e com o militarismo, deixando
de investir em setores sociais como saúde,
alimentação, transporte e infraestrutura.
 Em 1982, Brejnev veio a falecer e, só em 1985, Mikhail
Gorbachev assumiu a liderança da URSS, dando início a
um governo marcado por diversas reformas liberais.
 Gorbachev idealizou a Glasnost, um programa de
abertura política que prezava a transparência, abrindo
espaço para debates políticos e para a realização de
críticas ao Estado.
 Implantou a Perestroika, uma abertura da economia
das repúblicas que compunham a URSS no intuito de
modernizar suas estruturas produtivas.
 O líder propôs cessar os testes nucleares subterrâneos,
medida que visava o desarmamento soviético,
desagradando a velha guarda socialista, que, em 1991,
aplicou um golpe político, fazendo do líder um
prisioneiro e alegando que ele se encontrava doente e
incapaz de dirigir a União das Repúblicas.
 Como consequência, houve vários protestos da
população soviética, que demonstrava a força política
de Gorbachev, fazendo com que esse fosse
reconduzido ao governo.
 Percebendo a instabilidade institucional soviética, em
setembro de 1991, Estônia, Letônia e Lituânia se
declararam independentes e buscaram se integrar à
União Europeia, porém, essa já apresentava uma sólida
estrutura.
 Tentando manter o vínculo econômico com os seus ex-
membros, em dezembro de 1991, os presidentes da
Rússia, Ucrânia e Bielorrúsia, criaram a Comunidade
dos Estados Independentes (CEI), um órgão de
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História
cooperação econômica que visava ao auxílio mútuo
entre as repúblicas que se desagregavam da URSS.
 No Natal de 1991, Gorbachev renunciou ao cargo de
presidente e comandante chefe das Forças Armadas e
declarou o desmantelamento da União Soviética, um
país que, na prática, não existia mais, ocasionando
reconfiguração no mapa europeu e independência
política para às várias repúblicas que compunham a
URSS.
Chechênia
 Em 1991, aproveitando-se da desintegração da URSS,
os chechenos declaram sua independência, ato não
reconhecido pelo governo de Moscou.
 Enfraquecida, inicialmente a Rússia optou por não
intervir na região e simplesmente ignorou a
declaração, considerando que a região ainda lhe
pertencia.
 Os chechenos então, passaram a se manifestar e a
buscar reconhecimento internacional para que sua
emancipação fosse consolidada. Assim, entre 1994 e
1996, as tropas russas se estabeleceram na região
visando retomar o controle do país.
 A partir de então, o governo russo enfrentou diversos
protestos por parte dos chechenos, sendo o mais
violento em 1999, quando um grupo de guerrilheiros
promoveu diversos atentados à bomba em edifícios
residenciais de Moscou e outras cidades russas.
 Em 2002, guerrilheiros invadiram um teatro em
Moscou e fizeram dos espectadores reféns, causando
invasão russa, que utilizou de gases letais, provocando
a morte de 41 chechenos e 129 reféns.
 A insistência russa se justifica pelos oleodutos que
transportam petróleo vindo do Mar Cáspio pela
Chechênia. Além disso, o governo russo teme que essa
independência possa provocar uma reação em cadeia,
levando a um processo de fragmentação política do
país.
Estados Unidos no século XX
Macartismo: perseguição aos inimigos do capitalismo
 Em 1945, em meio à consolidação da Guerra Fria, os
Estados Unidos buscaram se estruturar e, para isso,
criaram o Comitê de Investigação de Atividades
Antiamericanas, comandado pelo Senado, com o
objetivo de encontrar supostos inimigos do Estado, em
uma atuação conhecida como “caça às bruxas”.
 O líder era o senador Joseph MacCarthu, responsável
pela perseguição de várias pessoas acusadas de serem
comunistas ou, simplesmente, simpatizantes.
 Chaplin, acusado de ser socialista, foi proibido de
filmar nos EUA, tendo de retornar à Europa por causa
das perseguições.
 Representou um dos momentos mais autoritários da
história dos Estados Unidos, país que, desde os seus
primórdios coloniais, autovinculava-se aos ideais de
liberdade.
Direitos civis dos negros
 Após a Guerra de Secessão, ainda no século XIX, a 13ª
e 14ª emendas à Constituição aboliram a escravidão e
declararam os negros cidadãos americanos.
 Ainda assim, na prática, em virtude dos preconceitos
raciais, grande parte dos negros continuou privada de
seus direitos civis, principalmente no Sul.
 Entre o reconhecimento constitucional da abolição e as
primeiras ações visando à cidadania dos negros,
passaram-se 100 anos de história, ou seja, apenas na
década de 60 do séc. XX que os negros, de fato,
passaram a conquistar seus direitos.
 Apesar de oprimidos, os negros foram à luta e não
deixaram de reivindicar a garantia da sua dignidade, o
que se acirrou com a independência da África, uma vez
que, diante da libertação do continente do qual
descendiam, os afro-americanos se encorajaram a
reivindicar sua liberdade.
 Em lutas pacificas, destaca-se Martin Luther King, que,
em 1963, discursou para mais de 200 mil pessoas,
defendendo a igualdade entre os indivíduos.
 “Eu tenho um sonho: que um dia, os filhos de ex-
escravos e os filhos de ex-senhores de escravos
passam se sentar juntos à mesa da fraternidade”.
 John Fitzgerald Kennedy foi outro personagem
importante na luta dos negros, que foi eleito
presidente dos EUA em 1960, vencendo por pouco
Nixon, apoiado pelo então presidente Eisenhower.
 Foi fundamental para a vitória de Fitz o apoio dos
negros que, em alguns estados, tinham o direito ao
voto.
 Ao assumir, o presidente manteve o compromisso de
tentar promover a igualdade social e política entre
brancos e negros, o que custou a vida de seus principais
articuladores: Kennedy, assassinado em novembro de
1963, em Dallas, e Luther King, em abril de 1968, em
Memphis.
 Ao contrário desses que lutavam pacificamente, houve
defensores dos direitos civis dos negros que lançaram
mão da violência, como os Black Panthers, nos anos
60, que defendiam a luta armada como forma de
conquistar os direitos civis.
 Constantemente entraram em conflitos com a polícia,
ocasionando a morte e a prisão de muitos membros.
Assim, em virtude dos desgastes pela repressão, já nos
anos 70, enfraquecidos, passaram a adotar uma
postura mais flexível, encerrando suas atividades na
década seguinte.
 Apesar da conquista dos direitos civis, ainda hoje
negros continuam marginalizados e sofrem
discriminação nos EUA, situação que cria um contexto
favorável à continuidade das lutas.
Escândalo Watergate
 Em 1972, Richard Nixon, presidente dos EUA, foi
acusado pelo jornal Washington Post de colocar uma
escuta telefônica na sede do seu partido rival, o
Democrata, durante a campanha presidencial,
durando os princípios democráticos e, portanto, o
Congresso estadunidense instalou uma comissão para
apurar as denúncias realizadas, que confirmou a
veracidade, além de constatar que o presidente
conspirou para escapar da Justiça, sonegou impostos
e cometeu perjúrio.
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História
 Assim, pela primeira vez na história estadunidense, foi
instaurado o impeachment, situação que levou à
renúncia de Nixon em 1973.
Escândalo Irã-contras
 O governante do país era Ronald Reagan, que foi
acusado pelos jornais New York Times e Washington
Post de negociar armas com o Irã em troca das
libertações de reféns estadunidenses que se
encontravam em poder de terroristas islâmicos.
 Na época, os EUA apoiavam o Iraque na guerra contra
o Irã, então, aquela situação soou como grande
contradição para a opinião pública.
 Após o escândalo ganhar repercussão, o mandato de
Reagan caminhava para um novo processo de
impeachment, quando o assessor do chefe da CIA,
Oliver North, assumiu toda a responsabilidade pelo
caso, isentando o presidente.
A década de 1980
 Na famosa “década perdida”, nos EUA, a estagnação
econômica se evidenciou pelo aumento da entrada de
produtos japoneses em seu mercado e, o automóvel,
principal símbolo da indústria estadunidense, passou
a enfrentar a concorrência dos veículos japoneses,
assustando analistas econômicos e levando aos EUA
perceberam que as suas atividades estavam perdendo
mercado para os produtos importados.
 A alternativa encontrada pelo governo foi a
implantação de medidas neoliberais que, apesar de se
apresentarem como uma possível solução para
atenuar os efeitos negativos da “década perdida”, não
foram suficientes para que evitar que os EUA
registrassem pequenas taxas de crescimento durante
o período.
Descolonização afro-asiática
 No contexto da Guerra Fria, o mundo passou por
transformações que alteraram profundamente a
relação entre dominadores e dominados.
 Boa parte da África e da Ásia, que desde o século XIX
se encontravam sob o domínio europeu, conquistou a
sua independência, devido ao enfraquecimento da
Europa, que, por abrigar grande parte das batalhas
travadas durante a 2ª Guerra, encontrava-se arrasada.
 Mesmo os países europeus que lutaram ao lado dos
Aliados, vencendo o conflito, passaram a depender dos
investimentos estadunidenses para que pudessem
reestruturar suas economias.
 Simultaneamente à fragilização europeia, os EUA e a
URSS, que disputavam a Guerra Fria, passaram a
financiar parte dos processos de independência dos
continentes africanos e asiáticos, na intenção de
aproveitar a perda da hegemonia europeia para buscar
novas áreas de influência política, econômica e
ideológica. o França, a qual foi derrotada em 1954.
 As principais colônias francesas, inglesas, holandesas,
participaram da 2ª Guerra ao lado de suas metrópoles,
fornecendo alimentos, matéria-prima e tropas, porém,
com o fim, as diferenças vieram à tona, visto que
africanos e asiáticos lutavam a favor da democracia e
da liberdade, mas, ao final da guerra, continuavam
colonizados, contradição que os inspirou a lutar pela
sua própria liberdade, o que foi favorecido pela
experiência militar adquirida.
 A criação da ONU também foi importante para essa
descolonização, visto que figurava o direito de
autodeterminação dos povos em sua carta. Assim, toda
nação tem o direito de se autogovernar e escolher seus
próprios caminhos, guiando-se pelos valores
democrático e respeitando a liberdade dos outros.
 Como o documento foi assinado por todos os países
pertencentes à ONU, entre os quais figuram as
potências europeias que dominavam as regiões da
África e da Ásia, a contradição ficava evidente.
 Pressionados e fragilizados, os impérios coloniais
europeus ruíram na segunda metade do séc. XX, dando
lugar aos países independentes.
Descolonização asiática
Índia
 Sob liderança de Mahatma Gandhi, defensor da não
violência e da desobediência civil como estratégias
para a conquista da liberdade.
 Em um confronto direto com o Exército inglês, o
movimento propunha realização de greves, pacíficas
manifestações, boicote aos produtos ingleses e
desobediência às leis metropolitanas.
 O principal protesto ocorreu em 1930n quando
desafiando o monopólio do sal imposto pelos ingleses,
Gandhi caminhou 400km até o litoral e convocou a
população a produzir seu próprio sal.
 Com uma série de greves de fome, prisões e discursos
pacifistas, atingiu seu objetivo e a Inglaterra concedeu
a independência em 1947.
Indonésia
 O líder nacionalista Ahmed Sukarno comandou uma
rebelião em 1945 que resultou na Proclamação da
República.
 A emancipação, que só foi reconhecida após 4 anos de
guerra, não significou a imediata pacificação do país,
visto que Suharto, general das Forças Armadas que
depôs Ahmed, governou o país ditatorialmente até
1998, acusando seus antecessores de manterem
relações secretas com o governo comunista chinês.
 A Indonésia recebeu apoio incondicional dos EUA, que
desejavam frear a expansão do socialismo na Ásia.
Indochina
 Formada pelos atuais Vietnã, Camboja e Laos, foi
invadida pelos japoneses durante a 2ª Guerra, que
tentaram impor um domínio imperialista e foram
derrotados em 1945, voltando para a França o
controle da administração da Indochina.
 Diante do retorno à condição de colônia europeia, o
líder Ho Chi Minh proclamou a independência do
Vietnã em 1945, iniciando uma batalha contra a
 A fragmentação do Vietnã ocorreu como um reflexo
das disputas travadas durante a Guerra Fria.
Descolonização africana
 Para atender às necessidades metropolitanas, o
continente africano passou a ser retalhado, havendo a
junção de etnias rivais em um mesmo território ou
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História
mesmo a separação de etnias afins em colônias
diferentes.
 Os europeus promoveram exploração violenta das
riquezas africanas e se emprenharam em destruir
parte da cultura desses povos em nome da ciência e do
progresso.
 O pan-africanismo ganhou luta a repercussão, em que
os povos africanos, tendo um destino e um inimigo
comum, precisavam unir os seus esforços para vencer
os desafios e impedir a dominação imperialista do
continente, porém, as diferenças étnicas, culturais e
econômicas dificultaram a construção de uma África
unida e desenvolvida.
A reação do terceiro mundo
 Com o desejo das superpotências – EUA e URSS - de
transformarem os países recém independentes em
zonas de influência para suas ideologias, em 1955,
alguns desses países realizaram a Conferência de
Bandung.
 O intuito era condenar o imperialismo e o racismo
praticado pelos europeus nos continentes africano e
asiático durante o neocolonialismo.
 Os países participantes queriam a condição do direito
de cada um deles escolher seu próprio regime, sem se
submeter às influências.
1. Discutiram problemas que ameaçavam a soberania
nacional, como o colonialismo.
2. Queriam contribuir para o processo de paz mundial.
3. Estudaram problemas comuns econômicos, sociais e
culturais.
4. Queriam desenvolver a cooperação e a boa vontade
entre as nações afro-asiáticas.
 Porém, a Conferência trouxe à tona o conflito entre
ricos e pobres, e, a única saída para as ex-colônias era
aderir aos objetivos traçados para que a África e a Ásia
se tornassem continentes prósperos política e
economicamente.
América Latina no século XX
 As economias latino-americanas se desenvolveram
baseadas na exploração de recursos naturais, tais
como a extração mineral e a agroexportação.
 As duas guerras contribuíram para acelerar o processo
de modernização em vários campos, como na ciência
e na tecnologia.
 A Guerra Fria também favoreceu esse processo, pois,
para evitar o avanço do socialismo no continente, os
EUA destinaram 20 bilhões de dólares para investir no
capitalismo latino-americano.
 A chamada Aliança para o Progresso – como ficou
conhecida essa integração entre os EUA e os latinos –
acabou gerando maiores dependências e guerrilheiros organizou o EZLN, os chamados
endividamento da América Latina, uma vez que 90%
desse capital foi ofertado em forma de empréstimo.
 Outro problema foi a existência de grandes
desigualdades sociais.
México
Revolução Mexicana
 Um dos 1º países no séc. XX a ter uma revolução social.
 No início do século, a maior parte da população era
camponesa e alijada da propriedade de terras,
havendo uma enorme concentração fundiária.
 O país foi governado por Porfirio Díaz, um ditador
conveniente com a desigualdade social e, no país, a
cidadania política era limitada (apenas 4% da
população votava).
 Os abusos cometidos pela ditadura geraram um
contexto propício às revoltas e, em maio de 1911, uma
rebelião – liderada por Francisco Madero e apoiada
pelos setores da esquerda – se arrastrou pelo país e
levou à renúncia e à fuga de Porfirio.
 O comando do país foi entregue a Madero, que se
indispôs diante da população mexicana por não
realizar as reformas sociais esperadas.
 A rebelião se aprofundou e tomou uma feição
campesina, quando os camponeses começaram a
atacar grandes latifundiários nacionais/estrangeiros.
 Madero foi assassinado e a Presidência foi ocupada por
vários nomes que não conseguiram manter a ordem
interna.
 Atuando no sul, Zapata propôs o Plano de Ayala, que
tinha como objetivo a devolução das terras às
comunidades indígenas e a expropriação de 1/3 das
grandes propriedades, que deveriam ser divididas
entre a população camponesa sem-terra.
 Visando a pacificação mexicana, em 1917, uma nova
Constituição foi promulgada, atendendo parte das
reivindicações zapatistas, prevendo o direito do
governo de expropriar bens particulares para atender
ao interesse público.
México pós-revolucionário
 Foi no governo de Lázaro Cárdenas (1934-1940) que
ocorreu a maior reforma agrária mexicana.
 Houve a distribuição de terras para os camponeses sob
a forma de ejidos – os indivíduos só poderiam utilizá-
las enquanto membros da coletividade, não recebendo
apoio governamental e, por isso, muitas delas foram
abandonadas por mexicanos que se transferiram para
os EUA em busca de melhores condições de vida.
 Em 1990, o México entrou para o NAFTA, Tratado
Estadunidense de Livre Comércio, que aproximava
economicamente o país dos EUA e do Canadá.
 Tal pratica evidenciou as desigualdades e a insatisfação
da população mexicana, tanto que, em 1994, houve a
deflagração de uma crise econômica (“Efeito Tequila”)
em virtude da grande dependência criada entre as
economias.
 Vários órgãos internacionais e países, como o Brasil,
ajudaram o México a se reerguer, porém, o cenário
interno de expansão do desemprego e da miséria criou
um clima propício às manifestações populares.
 Inspirados nas ideias de Zapata, um grupo de indígenas
neozapatistas, que lutavam contra o imperialismo dos
EUA e contra a política neoliberal adotada pelo
governo mexicano.
 Os rebeldes tomaram a região de Chiapas e, para
contê-los, o governo teve de fazer concessões e, assim,
negociar a realização dos últimos processos eleitorais
na região.
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História
Cuba
Revolução cubana
 Antes, Cuba era governada pelo ditador Fulgêncio
Batista, comprometido com os interesses dos EUA.
 Em 1959, um grupo de guerrilheiros do Movimento 26
de julho, liderados por Fidel Castro e Che Guevara, que
lutavam contra a ditadura, tomou o poder da ilha.
 O novo governo decretou reforma agrária e a
nacionalização de diversas empresas estadunidenses
instaladas em território cubano.
 Em 1961, após uma série de retaliações por parte dos
EUA, Fidel implantou o socialismo em Cuba, o que
trouxe sérias implicações para a política e economia.
 Economicamente, quando os EUA decretaram o
embargo ao país, foi necessário o auxílio financeiro da
União Soviética para que os cubanos pudessem se
sustentar, assim, conseguiram combater o
analfabetismo, realizar grandes investimentos em
educação e saúde, melhorar os indicadores sociais e se
consolidar na liderança de alguns setores, como a
medicina e os esportes olímpicos.
Crise dos mísseis
 Após a consolidação da aliança entre Cuba e URSS, os
EUA passaram a considerar os cubanos como inimigos,
dada a proximidade geográfica e, portanto, em 1961,
liderado por John Kennedy, o governo estadunidense
comandou uma série de retaliações a Cuba, chegando,
inclusive, a patrocinar alguns exilados cubanos para
que estes pudessem invadir a ilha e depor Fidel Castro.
 As constantes hostilidades ocorridas na região do
Caribe levaram o mundo a crer que um conflito armado
se aproximava e, em 1962, os órgãos de segurança
estadunidenses descobriram, por meio de fotos de
satélite, que os soviéticos estavam implantando
plataformas de lançamento de mísseis nucleares em
Cuba.
 Imediatamente, os EUA ameaçaram invadir a ilha,
mobilizado seus aparatos bélicos.
 Para solucionar a crise, os soviéticos retiraram as
plataformas instaladas com a condição de que o
governo socialista de Fidel fosse mantido em Cuba.
Cuba e a Nova Ordem Mundial
 Atualmente, Cuba vive uma crise econômica derivada
do colapso do socialismo real e, consequentemente,
do fim da ajuda da URSS, que, passou 20 anos
sustentando o regime, que vendia o seu açúcar de
forma superfaturada e comprava petróleo soviético
subfaturado.
 Após o agastamento de Fidel por saúde em 2008, o
regime cubano tem promovido uma lenta abertura
econômica, que ainda não refletiu no campo político.
 A principal renda do país – passou a ser comandada por
Raul Castro, irmão de Fidel – é o turismo, que tem se
aberto para investimentos externos.
 Em 2011, o Partido Comunista Cubano aprovou a
progressiva liberação de empresas estatais do controle
partidário, a eliminação de até 20% dos 5 milhões de
servidores públicos, transferidos para o crescente
setor não estatal, a concessão de maior liberdade ao
mercado imobiliário e de bens de consumo duráveis.
 O congresso procurou demonstrar a possibilidade da
manutenção do regime tendo como base o
planejamento econômico flexibilizado, observando as
tendências do mercado.
 As reformas político-econômicas gradualmente abrem
espaços também para mudanças culturais, como o
questionamento dos tons machistas e patriarcas de
matriz ibérica da cultura cubana, levantado por alguns
movimentos críticos de base, como o feminismo e os
LGBT.
Chile
A unidade popular e o Golpe de Pinochet
 Em 1970, Allende foi eleito presidente do chile por
meio de uma coligação de partidos de esquerda, com
uma proposta que consistiu na defesa da construção
do socialismo por uma via democrática e não por uma
revolução armada (“Via Chilena”).
 Allende promoveu a reforma agrária e nacionalizou
diversas empresas estrangeiras, que não foram
indenizadas. A reação dos EUA e da elite chilena,
insatisfeitos com o avanço da esquerda, foi apoiar o
golpe político comandado por Augusto Pinochet.
 No dia 11/07/1973, Allende suicidou-se durante um
bombardeio ao palácio de La Moneda. A partir de
então, implantou-se no país uma das ditaduras mais
violentas da América Latina (mais de 60 mil morreram
ou desapareceram e mais de 200 mil abandonaram o
país).
 Sustentado econômica e ideologicamente pelos EUA, o
Chile foi o laboratório do neoliberalismo, afinal, era
necessário um governo forte para que medidas tão
impopulares fossem adotadas.
 O regime de Pinochet vigorou até 1990, quando novas
eleições presidenciais foram realizadas, onde quem
venceu foi Patricio Aylwin, que se encarregou de
desmantelar os resquícios do regime antecessor.
 Atualmente, apesar do Chile ter um dos melhores
indicadores socioeconômicos da América Latina e uma
das economias que mais cresce no continente, esta se
baseia em produtos primários não renováveis, como o
cobre, o que gera dependência externa e certa
fragilidade econômica.
Argentina
Peronismo
 Em 1930, a Argentina vivia uma enorme dependência
em relação à Inglaterra, situação que fomentou um
sentimento nacionalista. Assim, em 1943, um grupo de
militares nacionalistas de origem fascista promoveu
um golpe político e assumiu o comando do país.
 O coronel Juan Domingo Perón destacou-se realizando
uma política favorável aos trabalhadores, que eram
beneficiados pelo aumento salarial e pela aplicação das
leis trabalhistas.
 Os demais militares temiam que o fortalecimento
individual dele ameaçasse a ordem do regime
estabelecido e, portanto, prenderam Perón. Assim,
milhares de pessoas incentivadas pela esposa de
Perón, Eva Duarte, reuniram-se na Praça de Maio
exigindo a libertação do seu líder.
 Após a libertação, Perón criou o Partido Laborista e foi
eleito presidente da Argentina, governando de 1946 a
1955, quando – por meio de um modelo tradicional de
populismo na América Latina – promoveu a
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História
nacionalização de estradas de ferro e de serviços de
bondes, água, gás e telefone.
 Houve aumentos salariais, indenização por tempo de
serviço, direito a férias remuneradas e outras
conquistas trabalhistas, o que fez como que a imagem
de Perón fosse cultuada por parte da população.
 Porém, esse governo não agradava à elite liberal
argentina e muito menos às forças internacionais, que
viam no nacionalismo peronista um entrave aos seus
interesses.
 Aproveitando a crise inflacionária e a taxa de
crescimento reduzida, os militares, respaldados pela
oposição ao peronismo, aplicaram um novo golpe
político em 1955, derrubando Perón da presidência.
Ditadura militar e democratização
 Os militares comandaram um governo de transição,
por meio do qual trataram de marginalizar qualquer
manifestação peronista.
 O prestígio de Perón continuava grande entre as
camadas populares, que viabilizaram sua volta à
Presidência em 1973, porém, reassumiu com a saúde
debilitada.
 Quando o presidente morreu, deixando para sua
segunda esposa e vice, Maria Estela Perón, conhecida
como Isabelita, o governo não conseguiu uma unidade
política e carecia do carisma político, tornando-se
suscetível à aplicação de um novo golpe militar.
 Então, em 1976, os militares assumiram novamente a
Argentina, que se encontrava economicamente
debilitada.
 Liderados pelo general Leopoldo Galtieri, os militares
buscaram um artifício para distrair a atenção popular
e, assim, laçaram o país em uma guerra contra os
ingleses: a Guerra das Malvinas (1982), em que a Ilha
era um objeto de disputa entre os países.
 Os ingleses, aproveitando-se da debilidade argentina,
venceram facilmente o conflito, que levou a um
desgaste na ditadura e ao seu enfraquecimento
progressivo.
 Enfraquecidos economicamente, em 1991, Carlos
Menen, o então presidente, resolveu seguir as
doutrinas neoliberais para superar a crise econômica e
promoveu a dolarização do peso.
 Inicialmente, a ação prosperou, porém, logo que o
governo brasileiro desvalorizou o real, as exportações
argentinas foram prejudicadas.
 A crise enfrentada pela Argentina foi tão grave que
ainda hoje o país sofre com os reflexos daquele
colapso.
 Em 2000, os argentinos decretaram a moratória,
acreditando que a negação das dívidas seria a solução,
porém, a Argentina passou a ser vista como um país
pouco confiável para a aplicação de investimentos.
Nova Ordem Mundial
 Diante da falência do sistema socialista soviético,
alguns cientistas políticos afirmaram que o mundo
passaria a viver uma ordem unipolar, uma vez que os
EUA se tornaram a potência hegemônica e nenhuma
outra nação poderia se equiparar ao seu poder militar
e econômico.
 Tal concepção, no entanto, não foi uma unanimidade
entre os contemporâneos à consolidação da NOM, já
que alguns perceberam a formação de uma ordem
multipolar, acreditando que o fortalecimento dos
blocos geoeconômicos – como a União Europeia – faria
com que novas forças mundiais fossem configuradas,
fazendo frente à suporta hegemonia estadunidense.
União Europeia – um breve histórico
 A concessão de recursos do Plano Marshall gerava
uma dependência que incomodava os europeus,
tradicionalmente acostumados a comandar as relações
internacionais, e não o contrário.
 Pela necessidade de recuperação econômica após a 2ª
Guerra e, com o medo da manutenção da dependência
das nações europeias, alguns países resolveram unir
seus esforços para reerguer o continente.
 A proposta de união franco-germânica, entre a França
e a Alemanha, rivais durante a Guerra, conhecida como
Plano Schuman, tornou-se o marco para a fundação da
União Europeia.
 Ainda hoje, a data de declaração é comemorada em
um feriado.
 O plano foi realizado por Robert Schuman, ministro
francês que defendia a criação de um pacto de
cooperação econômica que beneficiasse os dois países.
Nota-se também que a França via nessa aproximação a
possibilidade de controlar os recursos bélicos alemães,
já que os franceses temiam que um suposto
revanchismo alemão pudesse gerar um novo conflito
entre os dois países.
 Em 1952, entrou em funcionamento a Comunidade
Econômica do Carvão e do Aço, incluindo também a
Itália, a Bélgica, a Holanda e Luxemburgo (Benelux).
 A união passou a ser chamada de Comunidade
Econômica Europeia e, gradativamente, as nações
participantes começaram a deixar suas diferenças de
lado para que pudessem fazer frente às superpotências
que lideravam a Guerra Fria.
 Em 1973, a Grã-Bretanha, a Irlanda e a Dinamarca
aderiram ao bloco, concedendo ainda mais força a
comunidade, apelidada de “Europa dos Nove”.
 Até então, a Inglaterra resistia, já que era um dos
principais aliados dos EUA, tendo uma das unidades
monetárias mais fortes do continente: a libra.
 Fatos como a crise do petróleo, que havia provocado
efeitos negativos em praticamente todos os países
capitalistas, levaram a Inglaterra a associar-se ao bloco.
 Houve a incorporação de alguns países do Leste
Europeu que anteriormente estavam na influência da
ex-União Soviética, devido o interesse da União
Europeia em amparar a região e ampliar a influência do
capitalismo.
 Em 1992, os países membros estabeleceram a adoção
de uma moeda única para o bloco e definiram que o
euro deveria ser adotado pelos países em um prazo de
10 anos.
 Em 1993, a União inaugurou o Mercado Único,
estabelecendo quatro liberdades entre seus
integrantes: a libre circulação de serviços, de pessoas,
das mercadorias e de capitais.
Consequências da crise de 2008 para a União Europeia
 Em virtude das dificuldades financeiras que acometem
esses países, eles passaram a serem designados PIIGS
(porcos), evidenciando uma crítica feita à fragilidade
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História
das economias desses países, cujas dívidas públicas
cresceram muitas vezes além de seus respectivos PIBs.
 Intensificaram-se os movimentos populares contra a
crise econômica e contra as medidas de austeridade
fiscal.
Neoliberalismo e consenso de Washington – 1990
 As grandes nações aderiram tais práticas econômicas,
sendo os EUA e a Inglaterra os grandes ícones do
neoliberalismo.
 As medidas foram desastrosas para os países que
compunham o Terceiro Mundo. Assim, países menos
favorecidos passaram a registrar altos índices
inflacionários e um grande aumento das suas dívidas
externas, com solução na busca pelo crédito.
 Para isso, os bancos aconselharam os países a
adotarem políticas neoliberais, de forma que, a médio
prazo, estes pudessem reestruturar suas economias.
 Em 1990, as principais nações latino-americanas se
reuniram no Consenso de Washington, em que os EUA
ratificaram a posição já defendida pelos bancos e,
assim, afirmaram que os latinos deveriam manter uma
política de austeridade econômica, elevação das taxas
de juros, privatização de empresas estatais, incentivo à
economia de mercado e abertura da economia.
 Assim, várias medidas neoliberais passaram a ser
seguidas à risca por países que vinculavam sua
proximidade com os EUA à prosperidade econômica.
 No Brasil, quem consolidou essa ideologia na economia
nacional foi Fernando Henrique Cardoso.
Crises recentes do capitalismo mundial
 A última década do século XX foi marcada por crises no
capitalismo mundial, afinal, dada a dependência dos
países do terceiro mundo junto às potências
capitalistas, quando estas registraram instabilidades
econômicas, imediatamente, uma onda de incertezas
e de falências acometeu grande parte dos países
capitalistas de todo o planeta.
Crise mexicana – 1994, “efeito tequila”
 Logo após sua entrada no NAFTA, ao seguir as
recomendações do Consenso e abrir sua economia
para o mundo internacional, o México acreditava na
possibilidade maior de crescimento econômico.
 Porém, viu-se que a abertura indiscriminada às
importações gerou impactos negativos, como um
grande déficit na balança comercial, a fuga de
investimentos e a desvalorização da moeda.
 Os altos índices inflacionários e a falta de solidez do
mercado interno levaram o país ao colapso.
 Coube aos EUA a concessão de recursos que viessem a
ajudar a sanar a crise, já que uma reação em cadeia fez
cair a cotação dos títulos de outros países emergentes,
o que ameaçava toda a ordem capitalista mundial.
Crise asiática 1997 – 1998
 Os Tigres Asiáticos (Coreia do Sul, Malásia, Tailândia,
Indonésia, Hong Kong) se desenvolveram a partir da
década de 1970, graças a investimentos externos,
principalmente japoneses.
 O modelo das indústrias consistia na produção de bens
de consumo voltada para a exportação, mediante uma
legislação fiscal liberal e do baixo custo da mão de
obra, fatores que atraíram ainda mais a entrada de
capital externo naquela região.
 A dependência do capital externo era vital e, assim, no
final da década de 1990, quando houve uma recessão
japonesa, essa se alastrou para os asiáticos, levando à
desvalorização da moeda em relação ao dólar e à
recessão econômica.
 O FMI então socorreu os Tigres, uma vez que o colapso
havia provocado reflexos negativos em outras
economias emergentes.
Crise russa – 1998
 Boris Yeltsin, presidente russo, enfrentou problemas
econômicos desde o desmantelamento da URSS e, por
isso, tomou a atitude extrema de decretar a moratória,
ou seja, suspender o pagamento da dívida externa
russa (40 bilhões de dólares).
 Também anunciou o adiantamento do pagamento de
títulos, acumulados em 32bi dólares, fomentando
ainda mais a desconfiança de investidores externos,
que não hesitaram em retirar seus capitais do país.
 Em virtude da queda das exportações, houve um
atraso no pagamento dos funcionários públicos e das
Forças Armadas, resultando na intensificação da
miséria.
 Para contornar a crise, o governou aumentou o preço
do petróleo, desvalorizou sua moeda – o rublo -, com
o objetivo de reaquecer as exportações, porém, a
salvação veio mediante ação dos organismos
financeiros internacionais, que emprestaram 22bi de
dólares e renegociaram a dívida.
Crise brasileira – 1999
 O aumento dos índices inflacionários e a explosão das
dívidas públicas internas e externas determinaram
uma reação de desconfiança nos investidores
estrangeiros, que acabaram retirando boa parte do seu
capital do Brasil e aplicaram em mercados seguros.
 Fernando Henrique Cardoso, portanto, aumentou a
taxa básica de juros, visando a oferecer maior
rentabilidade para os investidores estrangeiros, o que
resultou em um grande surto inflacionário, tornando
os produtos mais caros para o consumidor e afastando
ainda mais os investidores.
 Devido à desvalorização do real, os produtos
brasileiros se tornaram atraentes ao mercado
internacional, fazendo com que as indústrias
brasileiras passassem a exportar grandes contingentes
para outros países.
 Isso prejudicou à Argentina, que para conter a
disparidade elevou suas tarifas aduaneiras para os
produtos que viessem do Brasil, visando proteger suas
indústrias, porém, acabou provocando uma guerra
tarifária entre os países, afetando as relações
diplomáticas e os interesses do Mercosul.
 Foi necessária a intervenção do FMI, que concedeu o
empréstimo de 120bi de dólares, feita mediante a uma
série de condições que previam o ajuste fiscal, a
estabilidade monetária e um maior rigor orçamentário
da economia brasileira.
Crise argentina 2000 – 2001
 Para manter a estabilidade das suas indústrias, durante
a crise brasileira, adotou uma política cambial
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História
perigosa, pois atrelou o valor do preso argentino ao
dólar.
 Objetivando promover a entrada de dólar no seu
mercado interno, o governo elevou as taxas de juros, o
que levou a uma rápida expansão das dívidas interna e
externa.
 O orçamento público atingiu níveis tão baixos que o
governo confiscou os fundos de poupança e os
depósitos de contas bancárias da sua população, além
de diminuir drasticamente os gastos salariais, deixando
até de pagar funcionários públicos, o que causou uma
grande revolta popular nas ruas de Buenos Aires.
 Superaram de forma tortuosa, já que não contaram
com intervenção do FMI, pois a economia do país
passou a ser considera uma das mais arriscadas do
mundo, desestimulando a participação de
investidores.
China: potência asiática e mundial
 A China foi um dos personagens mais importantes na
reorganização mundial realizada após a Guerra Fria.
 Na década de 1970, após a morte de Mao Tsé-Tung,
Deng Xiaoping assumiu o controle do país e iniciou um
processo de abertura econômica, já que em 1949 o
país tinha passado por uma revolução socialista.
 O novo líder criou as ZEEs (Zonas Econômicas
Especiais), cidades costeiras que, por apresentarem
mão de obra barata, boa infraestrutura e isenção de
impostos, eram atraentes aos investimentos externos.
 Apesar do avanço do capitalismo, esse não trouxe
solução para grande parte dos problemas sociais do
país superpopuloso, visto que mais de 60% da
população vive, ainda hoje, em zona rural, sendo
alarmante os níveis de desigualdade social.
 Na política, a China ainda sustenta uma postura
socialista, que se evidencia no controle rigoroso dos
meios de comunicação (os computadores chineses
possuem um filtro que impede o acesso a sites
proibidos pelo governo) e numa pesada ditadura
mantida pelo Partido Comunista Chinês.
 O regime adotado pela China desde a década de
1970foi denominado socialismo de mercado.
 A postura chinesa atendia à demanda comercial
externa, mas não agradava parte da sua população.
 Diante da Queda do Muro de Berlim e do iminente
colapso da URSS, houve um momento exato para
protestar contra o regime político autoritário do país.
 Em 1989, estudantes e trabalhadores caminharam até
o centro da capital chinesa clamando pela abertura
político, na Primavera de Pequim. O governo de
Xiaoping não hesitou e reagiu violentamente, fazendo
milhares de prisioneiros durante a ação das tropas
chineses – Massacre da Praça da Paz Celestial,
exilando e matando vários manifestantes.
 A repressão possibilitou a continuidade na abertura
econômica, portanto, em 1997, Hong Kong, sob
domínio da Inglaterra, voltou a ser controlada pelos
chineses.
 Em 2001 a China passou a fazer parte da OMC
(Organização Mundial do Comércio), viabilizando ainda
mais asa trocas comerciais, tornando o país atrativo
aos investidores estrangeiros.
 Para tornar os produtos mais baratos, os chineses
lançaram mão de trabalho semiescravo, além de
negligenciar a situação do meio ambiente, o qual vem
sendo fortemente impactado por suas indústrias,
fazendo com que seja acusada de violar acordos
internacionais que regulam a economia de mercado.
 Em 2011, a China registrou um crescimento econômico
superior a 10% e se tornou a segunda economia do
planeta, o que acarretou na elevação da desigualdade
social e do gasto energético do país.
 Acredita-se que se continuar mantendo sua taxa de
crescimento, em breve, ela não terá mais recursos
energéticos e naturais próprios para a sua produção.
Além da grande taxa de emissão de CO2 no ar e nos
rios.
 O crescimento foi desacelerado em virtude da crise
econômica mundial deflagrada em 2008 nos EUA.
11 de setembro e seus reflexos
 Em 2001 a maior potência mundial foi atacada em seu
próprio território.
 Dois dos maiores símbolos dos EUA, o Pentágono
(centro de defesa militar do país) e o World Trade
Center (centro econômico de NY), foram alvejados
simultaneamente por meio da explosão de grandes
aviões que colidiram com esses prédios.
 Os atentados foram assumidos pela organização
terrorista AI-Qaeda, liderada por Osama bin Laden,
deixando a população em pânico e levaram o
presidente George W. a declarar que esses ataques
representavam um ato de guerra contra os EUA.
 O governo então, deu início à execução da Doutrina
Bush, um conjunto de princípios e métodos com o
objetivo de consolidar a hegemonia dos EUA
mundialmente, ficando claro que os EUA atacariam
preventivamente os país ou grupos terroristas que
viessem a ameaçar a ordem e os interesses dos EUA.
 Alegando que o Afeganistão apoiava bin Laden, os EUA
atacaram esse país. Destruíram a teocracia islâmica e
deram início ao processo de implantação da
democracia no país.
 Após dois anos, realização uma ação militar no Iraque,
visto que o regime supostamente apoiaria o terrorismo
internacional e possuiria armas para destruição em
massa.
 Essa situação indicou o enfraquecimento da ONU, uma
vez que não autorizaram a ação militar estadunidense.
Assassinato de Osama bin Laden
 Barack Obama anunciou em cadeia nacional a morte
de Osama, líder da rede terrorista AI-Qaeda.
 Bin Laden foi assassinado por tropas de elite dos EUA
em ação dentro das fronteiras do Paquistão.
 Sua morte foi festejada em diversas cidades
estadunidenses, e a popularidade de Obama subiu
consideravelmente, dando fôlego à sua campanha pela
reeleição em 2012.
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