Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CIÊNCIAS HUMANAS
1ª ÁREA
CADERNO
ÚNICO
1. Para cada uma das questões objetivas, são apresentadas 5 opções. Apenas uma responde
corretamente à questão.
QUESTÃO 46 QUESTÃO 48
Não se pode esquecer que a identidade, tal como a diferença, Pensando arte e cultura como memória – no caso a roda de
CIÊNCIAS HUMANAS
é uma relação social. Isso significa que sua definição - discur- samba – como combate entre diferentes vozes em torno da
siva e lingüística - está sujeita a vetores de força, a relações narração do passado e a estruturação do presente, a roda
de poder. Elas não são simplesmente definidas, são impos- serve como ponte entre os dois tempos e para as diferentes
tas. Se na modernidade conseguíamos identificar a identida- vozes, pois não existe um campo simples onde, de um lado,
de do sujeito através dos elementos, símbolos e práticas que está o discurso hegemônico e do outro, os do diferentes/ pe-
as compunham e as localizavam num tempo, num espaço, no riféricos.
contexto contemporâneo já não temos essa possibilidade, ao
menos não de maneira tão clara e precisa como o mundo mo-
derno possibilitava. SILVA, W. L (orgs). Sambo, logo, penso: afroperspectivas filosóficas para pensar
o samba. 1. ed. Rio de Janeiro: Hexis: Fundação Biblioteca Nacional, 2015.
C fixação do sujeito na cultura que o molda. D as manifestações como a roda de samba ligam passado
e presente.
D amplitude das relações internacionais contemporâneas.
E inexistência do Outro como ser constituinte da própria E a arte só existe como manifestação de uma tradição afro-
individualidade. centrada.
QUESTÃO 47 QUESTÃO 49
Com potencial de expansão da área plantada para pelo menos Podres Poderes
20 mil hectares nos próximos anos com o uso de tecnologias
de manejo e de variedades atuais, a triticultura no Oeste da
Bahia pode contribuir na busca pela autossuficiência do Brasil Ou então cada paisano e cada capataz
no cereal. [...] Na região, o trigo é plantado em sistema irrigado, Com sua burrice fará jorrar sangue demais
em rotação com a soja, o milho ou o algodão sob pivô, cultivos
voltados à produção de sementes ou plumas, respectivamen- Nos pantanais, nas cidades
te. Nesses sistemas, o trigo atua quebrando ciclos de pragas Caatingas e nos gerais
e doenças, além de reduzir a infestação de plantas daninhas
e de deixar, após a colheita, uma palhada de boa qualidade. VELOSO, Caetano. Podres Poderes. 1984.
Disponível em: https://www.gov.br/agricultura/pt-br. Acesso em: 02 abr. 2022. A música acima faz menção a uma comum prática realizada
no mundo rural, através da qual se legitima
QUESTÃO 50 QUESTÃO 52
A verdade, em uma concepção aristotélica, faz parte de uma Para se realizar a justiça e a virtude, é preciso, antes de qual-
CIÊNCIAS HUMANAS
perspectiva objetivista, por mais que por vezes esteja sujeita quer outra coisa, conhecê-las, vale dizer, apreender qual é a
a fatores variantes, a verdade está vinculada na realidade e, sua verdadeira natureza (physis), o que desemboca na conclu-
portanto, é independente da percepção humana, existindo por são de que a realização do télos supremo da cidade depende
si mesma. Se contrapondo à ótica relativista, que coloca o ho- de um saber. Assumindo esse princípio, Platão considerará,
mem como centro e todos elementos e discursos sujeitos a pois, como um procedimento necessário e imprescindível
ele, a verdade para Aristóteles possui existência própria, o que para se fundar adequadamente a cidade a instituição de uma
elite intelectual rigorosamente educada à frente dos negócios
lhe confere um caráter absoluto.
públicos. Na esteira de Sócrates, Platão pensa, assim, a práxis
política a partir das exigências da racionalidade, articulando
BACK, B. T. Concepção aristotélica de verdade. Anais IV Seminário de Filosofia e
intrinsecamente o exercício do poder à posse de uma compe-
Sociedade, UNESC, 2018.
tência epistêmica.
D é independente do que é cognoscível ao humano. B sofocracia, dirigida pelos pensadores mais sábios.
C oligarquia, organizado a partir do poder dos proprietários.
E está condicionada à preponderância do mundo ideal.
D tirania, liderada por um soberano inquestionável e auto-
ritário.
E aristocracia, comandada por membros de uma elite eco-
QUESTÃO 51 nômica.
O princípio da diversão é criticado pelo autor porque ela: O autor do fragmento acima realiza uma crítica a um modelo
de urbanização que se caracteriza pela(o)
A Admoesta os indivíduos.
A falta de um direito pleno à cidade.
B Fornece bases para a libertação ideológica.
B possibilidade de autodeterminação territorial.
C Produz uniformização dos bens e atos culturais.
C excessivo crescimento horizontal das cidades.
D Permite reformulações teóricas de base política.
D influência direta de grandes centros urbanos sobre ou-
E Contraria as recomendações da produção fonográfica. tros menores.
E construção de grandes shopping centers sem um devido
ordenamento.
3o SIMULADÃO 2022
QUESTÃO 54 QUESTÃO 56
Imediatamente antes de Simplício nos legar aquela que vale- Desconstruir a visão de mundo em que os seres humanos
CIÊNCIAS HUMANAS
rá como sendo a sentença de Anaximandro, ele nos diz como são superiores e desintegrados da natureza é urgente. Para
esse pensador nomeia a arché, o Princípio: ápeiron, isto é, o
isso, é necessário estimular a abertura de caminhos para a
sem limite. É a partir dessa palavra que Anaximandro dialo-
construção de uma nova filosofia de vida, em que os indiví-
ga com seu mestre Tales, cuja formulação de teor filosófico
duos se reconheçam como eco dependentes e não separa-
diz: tudo é água. É como se Anaximandro conversasse com
ele assim: Ah, compreendo o que você quer dizer quando diz dos da cadeia ecológica que compõe a vida. Espinosa é um
água: ápeiron! filósofo que reconheceu que a mente humana está adoeci-
da e destacou a potência da ação guiada pelo intelecto para
BOCAYUVA, I. Parmênides e Heráclito: diferença e sintonia. Kriterion, Belo
Horizonte, nº 122, 2010.
ampliar a construção de uma visão mais crítica da realida-
de, proporcionando assim que a visão humana compreenda
a complexidade das relações. Seus escritos apontam para
A nomeação da arché e do ápeiron está atrelada à preocupa- uma filosofia fundamentada na vida, na força do viver e na
ção da filosofia pré-socrática com o(a) imanência de todos os corpos, posicionando os seres huma-
nos como apenas uma das partes que compõem o todo no
qual se estabelecem as relações afetivas.
A estrutura molecular da água.
B argumentação silogística baseada na lógica.
GOMES, C. L.; TORALES-CAMPOS, M. A. Espinosa: o filósofo polidor de lentes e
C fomento às múltiplas formas de conhecimento religioso.
a educação ambiental. Linhas Críticas, vol. 27, 2021.
D impossibilidade da existência de uma verdade filosófica.
E gênese do ser desvinculada de explicações de cunho mítico.
O texto propõe uma relação entre a filosofia de Baruch Espi-
nosa e a(o)
QUESTÃO 55
A interpretação da realidade social.
A questão indígena, em 1976, era caso a ser tratado direta- B distanciamento entre ciências humanas e naturais.
mente na Presidência da República, momento em que o ca-
C visão da humanidade como parte integrante do ecossis-
cique Ajuricaba e o povo Waimiri-Atroari lutavam contra a
tema.
construção da BR-174 e os projetos do governo em suas terras
na Amazônia. A abertura da rodovia Transamazônica BR-230, D angariação de fundos para sustentação de programas
planejada para cortar o Brasil transversalmente, da fronteira ambientais.
com o Peru até João Pessoa na Paraíba, afetou de maneira
trágica 29 grupos indígenas, dentre eles, 11 etnias que viviam E ampliação de redes que facilitam a manutenção da vida
completamente isoladas. econômica.
QUESTÃO 57 QUESTÃO 59
Para Descartes, um homem que duvida de diversas coisas, em
CIÊNCIAS HUMANAS
comparação com aquele que nunca pensou nestas mesmas
coisas, não é mais sábio que este último, sendo até mesmo
menos sábio do que ele, caso tenha formado uma opinião
falsa sobre algumas dessas coisas. Neste sentido, conclui
Descartes, é mais valioso nunca ter estudado nada do que se
ocupar de objetos de tal modo difíceis que, sem distinguir o
falso do verdadeiro, os homens se vejam conduzidos a tomar
como certo o que é, na verdade, duvidoso. Isso se justifica,
segundo Descartes, uma vez que não existe tanta esperança
em aumentar a doutrina quanto existe de perigo em diminuí-la.
Disponível em: https://commons.wikimedia.org. Acesso em: 22 mar. 2022
OLIVEIRA, F. B. Educação em Descartes: que educação racionalista é essa?
APRENDER - Cad. de Filosofia e Psic. da Educação Vitória da Conquista Ano IV
n. 6 p. 55-782006 No contexto das disputas geopolíticas do pós Segunda Guer-
ra, os países destacados na imagem foram participantes da
Conferência de Bandung, encontro diplomático que buscou
Segundo o texto, a validade da dúvida em Descartes está vin-
culada à(ao)
A representar a hegemonia econômica do continente asiá-
tico no pós-guerra.
A estabelecimento de regras metódicas. B formular uma política de não-alinhamento às grandes po-
tências da Guerra Fria.
B necessidade de levar ao extremo qualquer tipo de dúvida.
C disseminar a produção de armamento nuclear nos territó-
C inicialização a partir de casos isolados para a obtenção
rios africano e asiático.
da verdade.
D manifestar apoio às políticas ocidentais voltadas para o
D desprezo pela educação baseada em leituras e análises
combate ao racismo.
bibliográficas.
E fomentar a adesão do terceiro mundo aos planos ociden-
E valorização da experiência sensorial como forma de ob-
tais de auxílio econômico.
tenção da verdade.
QUESTÃO 58 QUESTÃO 60
A extração de ouro e diamantes deu origem à intervenção re-
O rei fôra um aliado forte das cidades na luta contra os senho-
gulamentadora mais ampla que a Coroa realizou no Brasil. O
res. [...] Com o crescimento da economia monetária os impos-
governo português fez um grande esforço para arrecadar os
tos podiam ser recolhidos em todo o reino, por funcionários
tributos. Tomou também várias medidas para organizar a vida
reais pagos não em terra, mas em dinheiro. Funcionários as-
social nas minas e em outras partes da colônia, seja em pro-
salariados, distribuídos por todo o país, podiam realizar a ta- veito próprio, seja para evitar que a corrida ao ouro resultasse
refa de governar em nome do rei - coisa que no período feudal em caos. Na tentativa de reduzir o contrabando e aumentar
tinha de ser feita pela nobreza, paga em terras. A diferença era suas receitas, a Coroa estabeleceu formas de arrecadação
importante. dos tributos que variaram no curso dos anos.
HUBERMAN, L. História da riqueza do homem. Trad. Waltensir Dutra. 21.ed. Rio FAUSTO, Boris. História concisa do Brasil. São Paulo: Edusp/Imprensa Oficial do
de Janeiro: LTC, 1986. Estado, 2001.
O texto indica, no contexto da baixa idade média, um processo Durante a ascensão da economia mineradora no período co-
de lonial, a administração da Coroa portuguesa, em relação à co-
lônia, buscou
QUESTÃO 61 QUESTÃO 63
No Brasil, pode dizer-se que só excepcionalmente tivemos um O projeto Territórios Negros ganhou força por sua impor-
CIÊNCIAS HUMANAS
sistema administrativo e um corpo de funcionários puramente tância, pois é uma ação de qualidade onde os participantes
dedicados a interesses objetivos e fundados nesses interes- aprendem histórias que não conheciam e ainda se divertem,
como é o caso de turmas de meninos e meninas das esco-
ses. Ao contrário, é possível acompanhar, ao longo de nossa
las municipais. Em cada percurso são transmitidas informa-
história, o predomínio constante das vontades particulares
ções sobre a cultura e modo de vida dos afro-descendentes
que encontram seu ambiente próprio em círculos fechados e
do Brasil, em épocas passadas. Dentro do ônibus, crianças e
pouco acessíveis a uma ordenação impessoal. Dentre esses professores percorrem diversas regiões da cidade. Através da
círculos, foi sem dúvida o da família aquele que se exprimiu experiência direta e visual, os alunos adquirem conhecimento
com mais força e desenvoltura em nossa sociedade. dos espaços em Porto Alegre, utilizados pelos negros, desde
a época da escravidão até os dias atuais.
QUESTÃO 64
QUESTÃO 62
"Atividades antrópicas que alteram o meio ambiente, associa-
das à ausência ou inadequação de saneamento, podem levar
Em 1969, a primeira foto da Terra vista do espaço tocou o cora-
ao aumento da incidência de doenças e à redução da expecta-
ção da humanidade com a sua beleza e simplicidade. Ver pela
tiva e da qualidade de vida da população humana. Em alguns
primeira vez este “grande mar azul” em uma imensa galáxia
locais fica evidente a associação entre a proliferação de deter-
chamou a atenção de muitos para o fato de que vivemos em minadas doenças e a falta de saneamento, incluindo o abas-
uma única Terra – um ecossistema frágil e interdependente. tecimento de água deficiente, o esgotamento sanitário inade-
E a responsabilidade de proteger a saúde e o bem-estar des- quado, a contaminação por resíduos sólidos e as condições
se ecossistema começou a surgir na consciência coletiva do precárias de moradia. [...] Água potável, ou seja, de qualidade
mundo. adequada e em quantidade suficiente, constitui elemento es-
sencial à vida, além de ser fator ligado à promoção da saúde
da população e à redução da incidência de diversas doenças."
Disponível em: https://brasil.un.org/pt-br. Acesso em: 04 abr. 2022. MOURA, L. e col. Doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado
no Brasil. In: LANDAU, E. C.; MOURA, L. (Ed.). Variação geográfica do saneamen-
to básico no Brasil em 2010: domicílios urbanos e rurais. Brasília, DF: Embrapa,
Uma noção atual em relação aos nossos deveres com o plane- 2016. cap. 8, p. 189.
ta que habitamos diz respeito
C às condições deixadas para gerações futuras. B conter os avanços da indústria sobre os leitos.
C capitalizar sobre a exploração de nascentes fluviais.
D à regulação das dinâmicas de acumulação de capital.
D garantir a estabilidade profissional de sua população.
E ao rompimento com todos os paradigmas preservacio-
nistas.
E promover o pleno acesso ao saneamento básico como
direito.
3o SIMULADÃO 2022
QUESTÃO 65 QUESTÃO 67
As classes sociais estão ligadas à evolução e ao desenvol- TEXTO I
CIÊNCIAS HUMANAS
vimento da sociedade, sendo encontradas no interior das
estruturas sociais construídas no tempo. Por isso é que faz
pouco sentido os sociólogos da escola da estratificação fala-
rem de classes altas, médias e baixas em todas as sociedades
em todos os tempos. Ainda, as classes sociais não são imutá-
veis no tempo, formam-se, desenvolvem-se e modificam-se à
medida que a sociedade também se transforma.
TINEU, R. Ensaio sobre a teoria das classes sociais em Marx, Weber e Bourdieu.
Aurora: revista de arte, mídia e política, São Paulo, v.10, n.29, p. 89-107, jun.-
-set.2017.
NEGRA
SUERTEGARAY, D. M. A. (org). Terra: feições ilustradas. 3.ed. Porto Alegre: E como soa lindo!
Editora da UFRGS, 2008, p. 244.
CRUZ, Victoria Santa. Me gritaron negra.
QUESTÃO 68 QUESTÃO 70
A nobreza ia pra guerra comandando: os nobres formavam a Reservando-se a exclusividade do comércio com o ultramar,
CIÊNCIAS HUMANAS
maioria dos oficiais; no comando, quem não era nobre por ori- as metrópoles européias na realidade organizavam um quadro
gem familiar logo recebia título de visconde, barão, etc. Outro institucional de relações tendentes a promover necessaria-
meio de conseguir soldados foi criar o corpo de “Voluntários mente um estímulo à acumulação primitiva de capital na eco-
da Pátria”. Os voluntários, porém, formados pela burguesia, nomia metropolitana a expensas das economias periféricas
principalmente, com aspiração à nobreza, safavam-se facil- coloniais. O regime do exclusivo metropolitano constituía-se
mente do problema: podiam mandar em seu lugar negros es- pois no mecanismo por excelência do sistema, através do qual
se processava o ajustamento da expansão colonizadora aos
cravos, que automaticamente se tornavam forros ao entrarem
processos de economia e da sociedade européias em transi-
para o exército. [...] alguns “voluntários” ofereciam até dez ne-
ção para o capitalismo integral.
gros, tornando-se mais heróicos na contribuição de sangue à
pátria. NOVAIS, Fernando Antônio. Portugal e Brasil na Crise do Antigo Sistema Colo-
nial (1777-1808). São Paulo: Editora Hucitec, 1979.
B ascensão meritocrática aos postos de comando. C supressão da catequese jesuítica incentivando o apresa-
mento indígena.
C existência de um exército coeso e profissional.
D construção de feitorias para extração de pau-brasil da
D adesão popular espontânea ao ofício militar. costa litorânea.
E reprodução da hierarquia social do império. E ocupação efetiva da colônia introduzindo a economia
açucareira.
QUESTÃO 69
QUESTÃO 71
"Uma pesquisa realizada no fim de 2018 pelo DataSenado
apontou opiniões divididas em relação ao fim do horário de O movimento tropicalista, cujo período incide na seguinte
verão no Brasil. Dos 12.970 internautas que responderam vo- datação: setembro de 1967 a dezembro de 1968 constituiu
luntariamente à enquete, 55% apoiavam a ideia e 44% eram um desafio à crítica cultural dessa década. Os tropicalistas,
contrários. O restante 1% não soube opinar. Dos apoiadores do influenciados pela produção de paradigmas da mudança cul-
fim do horário de verão, 90% acreditam que não haveria altera- tural, da transformação estética e política da época, indicam
ção no nível de consumo de energia elétrica, caso o projeto de uma situação nova, no contexto dos acontecimentos das ci-
dades de São Paulo e Rio de Janeiro. Essa influência é feita
lei fosse aprovado."
por meio do dialogismo que o tropicalismo faz com diversas
Disponível em: https://www12.senado.leg.br/. Acesso em: 07 abr. 2022. fontes, fundamentando-se, em especial, nos princípios teóri-
co-metodológicos esboçados por Mikhail Bakhtin, onde o ho-
mem e a vida são caracterizados pelo princípio dialógico.
A discussão central em torno do horário de verão acerca da
FISCHER, C. J; FABRÍCIO, O.; CARVALHO, V. A. O movimento tropicalista e a
economia de energia, e sua justificativa aponta que essa eco-
revolução estética. Cad. de Pós-Graduação em Educ., Arte e Hist. da Cult. São
nomia se dá Paulo, v. 3, n. 1, p. 135-159, 2003.
A baixando o preço da tarifa média. A formulação dialógica do referido movimento tinha por ob-
jetivo a(o)
B modificando a matriz energética brasileira.
C reduzindo a capacidade de geração de energia no país. A manutenção da dinâmica política.
D barateando os custos de distribuição de energia elétrica. B impor limites às concepções estéticas.
E aproveitando a iluminação natural de maneira mais es- C subverter padrões culturais estabelecidos.
tratégica.
D absorver inteiramente as tradições musicais.
E acabar com a pluralidade da indústria fonográfica.
3o SIMULADÃO 2022
QUESTÃO 72
O sistema econômico-social egípcio baseava-se na extração de excedentes de todas as comunidades locais, tanto urbanas quanto
CIÊNCIAS HUMANAS
rurais, através do tributo em produtos e de trabalho para todos os empreendimentos do Estado na forma da corvéia real, que servia
para o trabalho agrário nas terras da coroa, dos templos e dos grandes funcionários, para as construções públicas, para as expe-
dições extrativas enviadas às minas e pedreiras, e para a guerra.
CARDOSO, C. F. Sociedades do antigo Oriente Próximo. São Paulo: Ática, 1986 (adaptado).
Um fator que contribuiu para a realização das grandes obras faraônicas no antigo egito foi o(a)
QUESTÃO 73
O maior exercício de alteridade é mais do que reconhecer o direito à diferença do outro, é desejar encontros com o outro que nos
arranquem da condição de permanecermos o mesmo, uma paixão por territórios desconhecidos que são um convite para uma
experimentação de diferentes formas de estar no mundo.
DINIS, N. F. Educação, cinema e alteridade. Educar, Curitiba, Editora UFPR, n. 26, p. 67-79, 2005.
QUESTÃO 74
Ao longo da história do povo Xakriabá houve um período de muita perseguição por parte dos fazendeiros/grileiros da região. Du-
rante esse tempo, os Xakriabá, para não serem perseguidos ou mortos, eram obrigados a deixar de se pintar e de usar elementos
que demonstrassem a identidade de nosso povo. Tivemos que pensar em uma estratégia para guardar as pinturas corporais. Por
muito tempo, ao menos durante duas ou três décadas, as pinturas corporais foram então guardadas nas cerâmicas, e muitas des-
sas cerâmicas eram guardadas na terra.
XAKRIABÁ, Célia. Amansar o giz. PISEAGRAMA, Belo Horizonte, n. 14, 2020. Disponível em: https://piseagrama.org. Acesso em: 06 abr. 2022.
QUESTÃO 75
A Declaração de Cocoyok é resultado de uma reunião da UNCTAD (Conferências das Nações Unidas sobre Comércio-Desenvolvi-
CIÊNCIAS HUMANAS
mento) e do UNEP (Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas) em 1974. Ela contribui para a discussão sobre desenvolvimen-
to e meio ambiente, destacando as seguintes hipóteses:
a) a explosão populacional tem como uma das suas causas a falta de recursos de qualquer tipo; pobreza gera o desequilíbrio
demográfico;
b) a destruição ambiental na África, Ásia e América Latina é também o resultado da pobreza que leva a população carente à supe-
rutilização do solo e dos recursos vegetais;
c) os países industrializados contribuem para os problemas do subdesenvolvimento por causa do seu nível exagerado de consumo.
Não existe somente um mínimo de recursos necessários para o bem-estar do indivíduo; existe também um máximo. Os países
industrializados têm que baixar seu consumo e sua participação desproporcional na poluição da biosfera.
STROH, P. Y. et. al. Desenvolvimento e natureza: estudos para uma sociedade sustentável. Recife, PE: Editora INPSO-FUNDAJ, 1994.
As hipóteses apontadas pela referida conferência articulam em uma relação de dependência os seguintes problemas:
A Políticos e culturais.
B Sociais e ambientais.
C Ideológicos e morais.
D Artísticos e educacionais.
E Antropológicos e históricos.
QUESTÃO 76
"[...] a um só tempo a humanidade cria meios de se envenenar e busca fabricar antídotos. E assim caminhamos em nossa era dos
paradoxos. No quesito lixo eletrônico, é a África que mais sofre. Segundo dados da United Nations Environment Programme (Unep),
órgão das Nações Unidas voltado para o meio ambiente, até 90% do lixo eletrônico do mundo são despejados de qualquer jeito,
sobretudo nesse continente, sem obedecer a nenhum critério ou respeito pelo homem ou pela natureza."
Esta faceta da realidade apresentada pela matéria acima demonstra, na prática, a lógica de
QUESTÃO 77
"Ao comparar as estruturas etárias reveladas pelos dados censitários desde 1950, observam-se claramente as mudanças decor-
CIÊNCIAS HUMANAS
rentes do processo de transição demográfica experimentada pela população brasileira. [...] O rápido processo de envelhecimento
populacional, dado pelo declínio acelerado da fecundidade, pode ser observado nas pirâmides etárias de 1991, 2000 e 2010. É
evidente o estreitamento da base da pirâmide com a diminuição do número de nascimentos e o aumento da proporção de pessoas
em idades mais avançadas."
As mudanças nas características demográficas do país observadas já há algum tempo produzem necessidades de adaptação na
dinâmica brasileira em relação
QUESTÃO 78
"Atualmente, o Brasil ainda mantém o status de liderança exportadora em alguns produtos agrícolas, como cana-de-açúcar, laranja
e milho, e é o segundo maior exportador de soja, atrás dos Estados Unidos. Essa liderança é devida às inovações da Revolução
Verde, que transformaram a agricultura brasileira em algo bastante mecanizado e competitivo no cenário mundial. Contudo, essa
competição tem custos, muitas vezes, pagos pelo meio ambiente e pela população carente, que acaba se mudando da zona rural
para as cidades em busca de empregos por não encontrar algo nas grandes propriedades rurais, acentuando-se o êxodo rural e o
inchaço urbano."
QUESTÃO 79
TEXTO I TEXTO II
CIÊNCIAS HUMANAS
Capitão América desafia hordas comunistas, A educação soviética e americana, segundo o cartaz soviético de 1955.
capa da HQ “Captain America”, n. 78, nov. 1954.
Considerando o contexto da Guerra Fria, a comparação entre a capa da HQ americana e o cartaz soviético demonstra o uso da
comunicação na
A corrida nuclear.
B promoção da paz.
C disputa ideológica.
D expansão educacional.
E padronização das artes.
3o SIMULADÃO 2022
QUESTÃO 80 QUESTÃO 82
Mas o lindo prá mim é céu cinzento Ao trabalhar, os homens produzem as necessidades vitais que
CIÊNCIAS HUMANAS
devem alimentar o processo vital do corpo humano. E uma vez
Com clarão entoando o seu refrão
que este processo vital, embora nos conduza do nascimento
Prenúncio que vem trazendo alento até a morte em uma progressão retilínea de declínio, é em si
mesmo circular, a própria atividade do trabalho tem de seguir
Da chegada das chuvas no sertão
o ciclo da vida, o movimento circular de nossas funções cor-
Ver a terra rachada amolecendo porais, o que significa que a atividade do trabalho nunca chega
a um fim enquanto durar a vida; ela é infinitamente repetitiva.
A terra antes pobre enriquecendo
Diferentemente da atividade da fabricação, cujo fim é atingido
O milho pro céu apontando quando o objeto está terminado, pronto para ser adicionado
ao mundo comum das coisas e dos objetos, a atividade do
O feijão pelo chão enramando
trabalho se move sempre no mesmo círculo prescrito pelo or-
GONZAGA, Luiz. Festa. 1981. ganismo vivo, e o fim de suas fadigas e penas só chega com o
fim, isto é, com a morte do organismo individual.
QUESTÃO 84 QUESTÃO 86
O que são rios voadores, como se formam e qual é a sua O novo adeus à classe trabalhadora presume (quando não
CIÊNCIAS HUMANAS
QUESTÃO 85
QUESTÃO 87
No decreto de abertura dos portos fixara-se um direito geral
de importações para todas as nações de 24% ad valorem. As A dificuldade na organização e mobilização de negros e ne-
mercadorias portuguesas seriam beneficiadas pouco depois gras, se dá na negação da identificação coletiva, calcada na
com uma taxa reduzida de 16%. Pelo tratado de 1810, a Ingla- estratégia da elite branca em separar negros e mestiços, alie-
terra obterá uma tarifa preferencial de 15%, mais favorável nando o processo de identificação de ambos ao utilizar-se do
portanto que a própria outorgada a Portugal. método eugenista a fim de tentar embranquecer e segregar
esse grupo. Dessa forma, o colorismo ou pigmentocracia se
faz presente no processo de embranquecimento e segregação
PRADO JR., Caio. História Econômica do Brasil. 21ªed. São Paulo: Brasiliense,
dos negros e negras, fomentando o branqueamento e a nega-
ção da identidade baseada na negritude.
1970.
QUESTÃO 88 QUESTÃO 90
Escoamento superficial é o escoamento de água que ocorre É preciso salientar que, no século XIX, as características dos
CIÊNCIAS HUMANAS
nas encostas, quando o solo se torna saturado. Essa pode ser governos representativos eram distintas das democracias
uma tradução para o termo inglês runoff. Ele ocorre quando a contemporâneas. Não existia, por exemplo, o voto universal,
capacidade de infiltração da superfície do solo é excedida e nem sequer a ideia de que o direito de participação política de-
não consegue mais absorver água. As pequenas depressões veria ser estendido a toda a população. Além disso, a crença
do solo vão ficando cheias de água, que começa a escoar pela de que caberia aos representantes eleitos definir o que seria
superfície. [...] Se a chuva continuar caindo, o escoamento o bem comum trazia consigo a ideia de que deveriam ser es-
pode começar a se canalizar em sulcos, formando as ravinas. colhidos indivíduos “virtuosos”, e isso só seria possível se os
eleitores fossem também eles “virtuosos”.
GUERRA, A.T.; GUERRA, A.J.T. Novo dicionário geológico-geomorfológico. Rio
de Janeiro: Bertrand Brasil, 2008, p. 243-244.
QUESTÃO 89
Para Rousseau, o soberano é o povo, entendido como vonta-
de geral, pessoa moral, coletiva, livre e corpo político de ci-
dadãos. Os indivíduos, pelo contrato, criaram-se a si mesmos
como povo e é a este que transferem os direitos naturais para
que sejam transformados em direitos civis. Assim sendo, o
governante não é o soberano, mas o representante da sobe-
rania popular. Os indivíduos aceitam perder a liberdade civil:
aceitam perder a posse natural para ganhar a individualidade
civil, isto é, a cidadania. Enquanto criam a soberania e nela se
fazem representar, são cidadãos. Enquanto se submetem às
leis e à autoridade do governante que os representa chamam-
-se súditos. São, pois, cidadãos do Estado e súditos das leis.