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A Restauração Musical Católica no Brasil em quatro periódicos: da difusão dos

paradigmas romanos ao controle da produção e das práticas locais

FERNANDO LACERDA SIMÕES DUARTE1

A música constitui, no catolicismo romano de rito latino, aspecto indissociável da liturgia. Até
o presente, é possível ouvir as partes que competem ao sacerdote sendo cantadas pelos
celebrantes em algumas missas. Anteriormente à considerável simplificação dos ritos,
decorrente do Concílio Vaticano II (1962-1965), a participação musical do celebrante era
ainda maior, no rito tridentino. Além das melodias gregorianas referente ao canto do padre, as
músicas entoadas pelos coros integram a liturgia. Este repertório polifônico – executado a
várias vozes, com ou sem acompanhamento instrumental – foi o principal objeto de que se
ocuparam os documentos eclesiásticos que buscaram disciplinar a música religiosa ao longo
da história (CASTAGNA, 2002; 2011). Já no século XX, a preocupação com a ativa
participação dos fiéis nos ritos foi crescente nos documentos romanos e locais, tornando-se o
canto congregacional, no que diz respeito à música, o principal tema da Constituição
Apostólica “Sacrosanctum Concilium”, de 1963, a qual buscou regulamentar a liturgia do rito
latino a partir das diretrizes do Concílio Vaticano II. O tom deste documento conciliar era o
de renovação das práticas musicais por meio do envolvimento dos fiéis nos ritos, mas ao
mesmo tempo, de preocupação com a tradição musical da Igreja, muito diferente, no que diz
respeito à música, da maior parte dos documentos anteriores, que se destinavam a coibir
práticas musicais que eram consideradas abusivas a partir de determinados paradigmas
musicais vigentes em determinados períodos.

Um dos documentos mais emblemáticos no sentido de “coibir abusos” e estabelecer


paradigmas para as práticas musicais do catolicismo romano foi o motu proprio “Tra le
Sollecitudini” sobre a música sacra, promulgado por Pio X em 1903. O alto grau de

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Programa de Pós-Graduação em Artes / Universidade Federal do Pará, estagiário de pós-doutorado,
PNPD/CAPES.
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detalhamento acerca de como deveria soar nos templos o repertório musical distingue este
documento dos anteriores, geralmente pautados por reafirmarem a tradição musical. O motu
proprio de Pio X foi o reconhecimento por parte do clero dos esforços empreendidos no
sentido de restaurar a música sacra a um lugar de dignidade supostamente perdido. Tais
esforços ditos restauristas foram empreendidos por acadêmicos e especialistas em música
sacra ao longo do século XIX, num movimento conhecido como Cecilianismo (GODINHO,
2008), cujo impulso foi dado pelas academias de Santa Cecília e São Gregório, mas também
por influência de um movimento acadêmico de restauração do canto gregoriano ao que seria
seu arquétipo medieval na abadia francesa de São Pedro de Solesmes. Após o reconhecimento
da Academia alemã por Pio IX, em 1868, o movimento difundiu-se rapidamente pela Europa,
chegando à América e mais especificamente, ao Brasil. O principal reconhecimento dos
esforços restauristas se cristalizou, contudo, na redação do motu proprio por Pio X. Após um
período de considerável tolerância da Igreja à crescente assimilação de características
musicais provenientes do repertório sinfônico e operístico, o motu proprio vinha a determinar
o resgate do canto gregoriano e da música polifônica do século XVI, mas também a produção
de um repertório livre das influências da música praticada nos teatros, que passou a ser
considerada profana. A proibição aos coros mistos, às bandas de música, ao uso de piano e
instrumentos de percussão nos templos, a determinação de que houvesse nos seminários
cursos de música sacra, bem como para que se criassem nas dioceses comissões de música
sacra destinadas à censura das publicações foram outros pontos determinados pelo
documento. A censura e o inculcar dos princípios restauristas foram alguns dos mecanismos
de controle presentes no documento, o qual revela a passagem da disciplina da música de um
modelo que poderia ser considerado, a partir dos tipos de controle weberianos, tradicional ao
racional-legal, uma vez que se propunha a ser – nos termos do próprio documento – um
“código jurídico de música sacra” (SOBRE MÚSICA SACRA, 1903). Neste sentido,
desenvolvemos em nossa investigação doutoral o conceito de controle normativo, que se
revela bastante adequado à disciplina proposta pelo motu proprio:

O controle normativo das práticas musicais na Igreja consiste na determinação de


modelos por meio de normas objetivas – detalhistas, específicas, prescritivas ou
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proibitivas –, com vistas a uniformizar e conformar tais práticas às metas


institucionais do sistema religioso em determinado momento histórico. Para tanto, a
criação e as práticas musicais são controladas por órgãos específicos e se tornam
passíveis de sanção, no caso de descumprimento e de recompensa (propaganda), em
caso de adequação. Assim, o controle normativo se apresenta como um
condicionamento a priori da liberdade de opções franqueada àqueles envolvidos na
criação ou na prática musical pela tradição, compreendida como transmissão das
distintas técnicas e estilos musicais em sua relação com os sistemas locais.
(DUARTE, 2016:96).

A difusão dos princípios do motu proprio com vistas à efetivação do controle da produção e
práticas musicais católicas se deu no Brasil e em vários países também por meio de
periódicos. Quatro periódicos brasileiros publicados na primeira metade do século XX serão
enfocados neste trabalho: (1) Revista Vozes, publicada a partir de 1907, de caráter amplo,
dedicada à cultura, tendo publicado em muitos fascículos partituras para uso nos templos; (2)
Musica sacra, publicada em São Paulo a partir de 1908; (3) Musica Ecclesiastica, publicada
em São Paulo, na década de 1930; e (4) a mais representativa do gênero, Música Sacra,
publicada em Petrópolis pela editora Vozes, entre 1941 e 1959.

O presente trabalho procura responder os seguintes problemas: quais as características destes


periódicos e quais papéis eles desempenhavam em relação ao chamado controle normativo
das práticas musicais católicas? Quais outros meios foram utilizados para a divulgação dos
paradigmas da Restauração musical católica? Qual tratamento recebia o repertório em
desacordo com o motu proprio? A realização de nossos estudos tem se apoiado em pesquisa
bibliográfica e documental, especialmente com pesquisa arquivística in loco, hoje com uma
extensão territorial de aproximadamente cem cidades no Brasil e duas no exterior. A fim de
responder aos problemas aqui formulados, foram também estes os procedimentos utilizados.

Os dados obtidos são aqui analisados a partir da já enunciada noção de controle normativo das
práticas musicais, que desenvolvemos em nossa investigação doutoral (DUARTE, 216), mas
também da estreita relação entre a memória coletiva e a identidade compartilhadas pelos
distintos grupos humanos, no trabalho de Joël Candau (2011), a qual nos permite pensar a
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autocompreensão do catolicismo romanizado, ao qual o clero brasileiro já se alinhava na


década de 1870 (WERNET, 1987) e que viria a ter sua “contraparte sonora” na restauração
musical católica. Ademais, em Michael Pollak (1989) pudemos observar como essas
memórias ou seus processos de transmissão – as tradições – não são isentas de interesses, mas
resultam de enquadramentos ou seleções de passados específicos, bem como de silêncios e
esquecimentos intencionais. Neste sentido, a seleção do repertório coral religioso do século
XVI foi um enquadramento com vistas a justificar a restauração musical do século XX a partir
de referenciais firmados no Concílio de Trento, o que ocorreu também, de forma mais ampla
com a Romanização ao determinar a replicação de um modelo tridentino de culto bastante
monolítico e incompatível com as distintas tradições musicais locais do chamado catolicismo
popular, conforme atestaram os trabalhos de Wernet (1987) e Gaeta (1997), referenciais de
história eclesiástica bastante caros às nossas pesquisas.

O presente trabalho foi estruturado em três partes. Inicialmente, será apresentado um olhar
sobre o panorama internacional da Restauração musical católica na primeira metade do século
XX, apresentando-se alguns periódicos localizados em acervos brasileiros, abordando-se a
existência de um sistema de indexação bastante bem estruturado em fins da década de 1940 e
salientando ainda a relevância de um congresso acadêmico internacional sobre o tema da
música sacra em 1939.

1. Os periódicos da Restauração musical católica em âmbito internacional

O caráter acadêmico e altamente especializado que determinou as diretrizes da Restauração


musical é indiscutível. Por meio dos periódicos, sendo possível observá-lo inclusive nos anais
de um congresso internacional de música sacra realizado em Paris, em 1937 (CONGRÈS
INTERNATIONAL DE MUSIQUE SACRÉE, 1937). Assim, estas publicações constituíam
um verdadeiro espaço para a discussão especializada acerca dos rumos da música religiosa.
Há de se notar, entretanto, a diferença entre o caráter das atuais investigações sobre as práticas
musicais no presente e o destas publicações: no presente, a solução de problemas acadêmicos
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é ou deveria ser o objetivo dos trabalhos acadêmicos, ao passo que, nas publicações da
primeira metade do século XX, artigos de caráter histórico e teológico assumiam esta função,
mas havia também certo caráter prescritivo, baseado na crítica musical, sobre o que seria mais
adequado ao culto católico em termos de repertório. Foi igualmente relativamente comum que
as publicações trouxessem críticas musicais e apreciações de obras musicais compostas para
uso religioso no tocante à sua adequação aos paradigmas do motu proprio de Pio X, a
exemplo de The White List of the Society of St. Gregory of America (1954). Ademais, não era
raro que notícias sobre as práticas musicais nas igrejas – tanto aquelas realizadas durante os
serviços, quanto eventuais concertos de música sacra – eram veiculadas nestes periódicos. Em
suma, na mesma medida em que buscavam retratar e discutir as práticas musicais de seu
tempo, os periódicos internacionais acabavam também por reafirmar os modelos estabelecidos
e discutir possíveis mudanças de paradigmas ou eventuais negociações em relação às normas.

Outro aspecto interessante sobre as publicações especializadas em música sacra católica sob a
égide dos ideais restauristas foi sua sistematização, ou seja, as revistas de música sacra
chegaram a ser indexadas internacionalmente. A partir de um periódico italiano, o Boletim
dos Amigos do Pontifício Instituto de Música sacra, é possível perceber que em grande parte
dos países europeus existiram publicações especializadas, mas também nas Américas,
especificamente no México, Estados Unidos e Brasil:

Ambrosius – Milano. / AK: Der Alpenländische Kirchenchor – Innsbruck. / AM:


Acta Musicologia – Basel. / BA: Bollettino degli “Amici del Pontificio Istituto di
Musica Sacra” – Roma. / BC: Bollettino Ceciliano – Roma. / C: Chorblätter –
Wien. Caec: Caecilia – St. Louis, Misouri. / CO: Cantantibus organis – Pachuca
(Mexicum). / CVO: Cäcilien Vereins Organ – Köln. / D: The Diapason – Chicago. /
JAMS: Journal of American Musicological Society – Boston, Mass. / K: Der
Kirchenkor – Kassel. / L: Le Lutrin – Genève. / LM: Liturgie und Münchtum –
Freiburg i. Br. / MA: Musik und Altar – Freiburg i. Br. / MD: Musica Disciplina –
Roma. / Mf: Die Musikforschung – Kassel. / MK: Musik und Kirche – Kassel. / ML:
Music & Letters – London. / Mleb: Das Musikleben – Mainz a. R. / Mlit: Musique et
Liturgie – Paris. / MMR: Monthly Musical Record – London. / MO: Musica Orans –
Graz. / MQ: The Musical Quaterly – New-York. / MSb: Musica Sacra – Malines
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(Belgium). / MSbra – Musica Sacra – Petropolis (Brasilia). / MScrée – La Musique


Sacrée – Versailles. / Mus: Musica – Kassel. / MWl: Mededelingen van het Ward-
Instituut – Roermond (Olanda). / N: Notes – Washington. / O: L'Orgue – Paris. /
OF: Orate Fratres – Collegeville, Minn. / OL: Orgue et Liturgie – Paris. / Org: The
Organ – London. / QLP: Les Questions Liturgiques et Paroissiales – Louvain. /
RasM: Rassegna Musicale – Milano. / RBM: Revue Belgue de Musicologie –
Bruxelles. / RdM: Revue de Musicologie – Paris. / RG: Revue Grégorienne –
Tournai. / RL: Rivista Liturgica – Finalpa (Italia). / RM: La Revue Musicale –
Paris. / RMI: Rivista Musicale Italiana – Milano. / RSC: Revue Sant-Chrodegang –
Strasbourg. / S: De Schalmei – Gent (Belgium). / SC: Scohla Cantorum – Morelia
(Mexicum). / SM: Schweizerische Musikzeitung – Zürich. / TSM: Tesoro Sacro-
Musical – Madrid. / TvM: Tijdschrift voor Muziekwetenschap – Amsterdam
(BOLLETTINO DEGLI “AMICI DEL PONTIFICIO ISTITUTO DI MUSICA
SACRA”, 1949: 20).

Além dos periódicos, a existência de comissões responsáveis por uma função de index de
obras aceitas ou recusadas para o uso litúrgico, bem como de legislações pontifícias e da
Sagrada Congregação dos Ritos reforçavam o caráter normativo do controle da música. Além
disto, em caso de omissões das normas ou as tentativas de negociação em relação aos modelos
existentes face às distintas tradições locais, os bispos e demais autoridades eclesiásticas
reportavam-se à Sagrada Congregação dos Ritos formulando indagações sob a
admissibilidade de certas práticas que seriam julgadas por este dicastério romano responsável
pela liturgia à época. Exemplificam tais formulações os questionamentos sobre o canto
feminino e os coros mistos, que foram reiteradamente proibidos, bem como a admissibilidade
de instrumentos específicos ou em situações específicas, tais como o uso melódico do
tímpano e não à maneira de marcar o ritmo. Assim, autores tais como Robert Hayburn,
monsenhor Fiorenzo Romita e padre Luís Rodrigues buscaram organizar livros específicos
sobre a regulamentação das práticas musicais. O de maior abrangência histórica e com maior
grau de detalhamento é seguramente a obra em língua latina Jus Musicae Liturgicae, de
Romita (1947).
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Apesar de um crescente movimento internacional pela digitalização de documentos, ainda é


pontual a digitalização dos periódicos de música sacra produzidos na primeira metade do
século XX. Apesar de algumas bibliotecas conservarem interessantes coleções, tais como o
Studium Theologicum dos claretianos de Curitiba e o Instituto Teológico Franciscano, de
Petrópolis-RJ, a maior coleção deste gênero recolhida a entidades custodiadoras brasileiras
parece ser aquela realizada em vida pelo compositor e organista ítalo-brasileiro Furio
Franceschini, que hoje se encontra recolhida à Biblioteca do Instituto de Artes da UNESP, na
cidade de São Paulo. O próprio Franceschini foi, aliás, o editor do primeiro periódico
especializado em música sacra do século XX de que temos notícia (DUARTE, 2012), a
revista Musica Sacra, publicada em São Paulo a partir de 1908. No acervo Furio Franceschini
constam exemplares dos quatro periódicos aqui abordados, mas também várias publicações
internacionais, tais como as publicações italianas Rassegna Gregoriana (1907), Bollettino
Ceciliano (1915), Bollettino degli “Amici del Pontificio Istituto di Musica Sacra” (1949) e a
francesa Revue Grégorienne (1914). O contato de Franceschini com os ideais restauristas
ainda na Europa torna compreensível, aliás, seus esforços no sentido de difundir os
paradigmas restauristas no Brasil.

2. Os periódicos brasileiros da primeira metade do século XX

Os esforços de Franceschini não foram, contudo, os primeiros neste sentido. Antes da era das
publicações de periódicos especializados no Brasil, os frades franciscanos do Rio de Janeiro
já se valiam de partituras impressas e até mesmo de um livro (RÖWER, 1907) publicado em
sua Tipografia do Colégio São José – que posteriormente viria a tornar-se a Editora Vozes de
Petrópolis (NEOTTI, 2007) – para difundir os ideais da Restauração musical católica no
Brasil. Além disto, um projeto de regulamentação da música sacra na Arquidiocese de São
Sebastião do Rio de Janeiro elaborado pelo compositor cearense Alberto Nepomuceno em
pareceria com diversos especialistas e clérigos locais sinalizava para o fato de já circularem
na sociedade carioca esforços restauristas anteriores à promulgação do motu proprio de Pio X,
ainda que tal regulamento não tenha logrado êxito quando foi proposto (GOLDBERG, 2006).
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O primeiro aspecto a ser considerado nos quatro periódicos é õ de propaganda de obras


consideradas como estando em acordo com os paradigmas restauristas. Neste sentido, Musica
Sacra (1908), publicada por Furio Franceschini na primeira década do século XX, e Musica
Ecclesiastica (1936), editada por José Cappochi, ambas em São Paulo tiveram caráter de
coletânea de obras musicais, ou seja, eram seleções de obras dos próprios editores e de outros
compositores com vistas a promoverem a difusão do assim chamado repertório restaurista
(DUARTE, 2016). A revista Vozes de Petrópolis (1917) tinha caráter mais amplo, trazendo
notícias sobre os mais variados temas e de todas as regiões do país. Ao consultarmos alguns
de seus exemplares, percebemos, contudo, a existência de partituras cm repertório musical de
função ritual no culto católico e algumas justificativas de se adequarem ao motu proprio de
Pio X. Acerca da publicação de uma Ave Maria composta por Elvira Barcellos, foi publicada
a seguinte crítica:

Bibliographia | Ave Maria, e o Salutaris Hostia para uma voz com


acompanhamento de orgam ou do harmonium, por Elvira Barcellos. – Typographia
e edição das “Vozes de Petrópolis”. Preço: 1$500. [...] É na Ave Maria que logo
prende a attenção do musico, tal a sua technica impeccavel e tal, em particular, sua
interpretação. Inutil dizer que, em tudo, obedece ás regras sobre musica sacra
estabelecida pela Egreja, pois em outro caso não seria feita a edição pela “Vozes
de Petropolis” [...] A musica não tem nada de vulgar. [...] Á autora as melhores
felicitações por sua linda obra (VOZES DE PETRÓPOLIS, 1917: 879).

A existência de mulheres compositoras e/ou intérpretes de música religiosa no Brasil foi


relativamente comum no Brasil, apesar das proibições, conforme buscamos recentemente
demonstrar. Paira sobre elas, entretanto, um silêncio historiográfico que começa agora a ser
questionado (DUARTE, 2018).

A revista Vozes, editada pelos frades franciscanos do Rio de Janeiro parece ter servido como
modelo para a Música Sacra, que também viria a ser publicada pelos franciscanos de
Petrópolis décadas mais tarde, entre 1941 e 1959. Nesta publicação mais específica sobre o
tema, além de constarem várias partituras na forma de suplemento musical encadernado no
centro de cada número – que poderia ser destacada e executada nos serviços religiosos pelos
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músicos –, a publicação trazia notícias de práticas musicais, artigos teórico-musicais e


teológicos, bem como legislação sobre a música religiosa.

A publicação da revista Música Sacra de Petrópolis parece ter sido um desdobramento do


impacto do Concílio Plenário Brasileiro, ocorrido em 1939, e que teve sessões especialmente
dedicadas ao tema da música de uso nos templos, reafirmando os princípios do motu proprio
de Pio X e da legislação complementar. Nesta revista foram também publicadas seções
dedicadas à crítica de obras musicais, com vistas à sua aceitação ou sua recusa nas funções
religiosas solenes. Tal juízo partia da Comissão Arquidiocesana de Música Sacra do Rio de
Janeiro (CAMS-RJ, 1946b) e tinha como objetivo a censura de obras consideradas em
desacordo, mas principalmente a propaganda daquelas consideradas dignas das funções
religiosas. É interessante um suposto diálogo publicado por frei Pedro Sinzig – primeiro
editor da Revista Música Sacra e presidente à época da CAMS-RJ –, do qual não se tem
notícia sobre ter ocorrido de fato ou de se tratar de uma alegoria:

– O sr. Padre é da Comissão Arquidiocesana de Música Sacra?


– Sou, minha senhora.
– Diga-me, então, por favor, porque proíbem tanta música sacra.
– Não me consta que tenhamos proibido uma só que seja.
– Isto, agora, a gente entenda! Não querem a “Ave Maria” de Gounod, a marcha
nupcial de “Lohengrin” e não sei quanta coisa mais!
– Perdão, minha senhora, aquilo seria música sacra, isto é, escrito para a s.
Liturgia ou outros atos na igreja?! “Lohengrin”, acaso, é salmo ou ladainha,
motete ou hino, ou antes peça de ópera? [...] Nós não proibimos coisa alguma;
apenas dizemos, com o conhecimento que não é privilégio nosso, mas que cada um
pode ter, que esta ou aquela música não obedece às normas dadas pela S. Igreja.
– Mas quais são estas normas?
– A Sra. mesma citou a principal: repito e resumo: pertence à música profana, 1º, o
que para esta foi escrito; – 2º, o que mesmo destinado pelos autores à igreja ou
acompanhado de palavras sagradas, tem ar profano, seja pela melodia, pelo
acompanhamento, pelo ritmo, pelo andamento, pela execução, pelos fins. [...]
– Compreendi, sr. padre: V. Rev. não quer...
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– Diga: a Igreja não quer... [...] Quem fala em renúncia? Ouça-as [músicas
profanas], quantas vezes quiser, nos concertos, na rádio, no disco, em audições de
celebridades ou tocando em pessoa, contanto que seja fora da igreja. O mundo é
grande; as igrejas desaparecem no mar de casas das cidades[...]
– [...] V. Rev. admite na igreja tudo quanto foi escrito para esta, não é?
– Nem de longe, minha Sra.! Além da proveniência é preciso examinar se tem ar
sacro ou profano; além disto, a maneira da execução. Imagine a inspirada “Ave
Maria” do P. Zanchi, publicada na revista Música Sacra, cantada por voz trêmula
ou de maneira teatral: esta, impiedosamente, transformaria o que é sacro em
profano. [...] Más há outras coisas de recusa duma música: a melodia, idêntica com
a de cantos profanos ou com reminiscências destes; – o acompanhamento
impróprio, como sejam, no canto, passagens “à boca fechada”, ou destituídas de
toda arte, resp. sentimentais; no órgão, arpejos, repetições de acordes à maneira do
piano. [...] A música sacra não admite ritmos, como sejam: de danças, sambas,
marchas batidas, ou que desvie a atenção de palavras, respectivamente concentre o
espírito em ritmos excessivamente opostos ao do canto gregoriano. Acrescente
também que o andamento tem que estar longe da vivacidade de certas peças e
cantos profanos, embora o “presto”, o “vivace”, não sejam excluídos: verdadeira
religiosidade saberá encontrar caminho justo.
– Contudo, parece-me, sr. Padre, que às vezes não será tão fácil formar juízo
seguro a respeito do caráter sacro ou profano duma música.
– Tem razão, minha senhora; nesses casos, ninguém de nós tem pressa em julgar
por si, mas prefere apresentar suas dúvidas na própria reunião da Comissão de
Música Sacra. No entanto, não poucas músicas de feição menos satisfatória
poderão salvar-se, se – como deve profunda concentração do espírito, e se dos fins
a conseguir for excluída toda a vaidade, sentimentalismo, paixão e rotina,
revelando-se a profunda fé do cantor e organista (SINZIG, 1946: 84-85, sem itálico
em lugar de negrito).

Neste sentido, os quatro periódicos aqui abordados serviram de instrumentos para a difusão
dos ideais restauristas puros, por meio da legislação e de textos teóricos e teológicos, mas
também destes princípios plasmados na produção, ao divulgar obras musicais consideradas
em acordo com eles. Ademais, a revista Música Sacra de Petrópolis publicava notícias acerca
das práticas musicais também consideradas de acordo com os princípios restauristas e até
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mesmo críticas àquelas que estivessem em desacordo, como se vê no texto que segue,
publicado nesse periódico em 1946, somente um ano antes da Encíclica “Mediator Dei”, que
ampliava o uso da língua vernácula na música religiosa e mencionava a incorporação da
“índole de cada povo particular” à liturgia:

ABUSOS – Um assinante de Belo Horizonte lamenta que em alguns lugares se usam


livros de todo contrários às normas do MOTU PROPRIO, sob pretexto de terem
...aprovação eclesiástica. [...] Revoltou-se nosso correspondente quando, na hora
da Consagração de pão e vinho na Missa, ouviu um solo de soprano e... violão! Não
era para menos, mas parece que semelhantes abusos graves estão se tornando cada
vez mais raros (ABUSOS, 1946: 196).

Em suma, tais periódicos buscaram incentivar a práticas musicais que estivessem de acordo
com as prescrições e proibições do motu proprio de Pio X. Note-se que outros periódicos
dedicados à temática provavelmente circularam no Brasil anteriormente ao Concílio Vaticano
II. Um deles foi a Revista Gregoriana (1954), uma versão em língua portuguesa de um
periódico francês de mesmo título, que chegaram pelo menos à época do Concílio.
Desconhecemos, entretanto, quaisquer outras publicações especializadas em música religiosa
católica neste período além destas.

Além dos periódicos especializados, os periódicos de circulação em âmbito diocesano


também se revelaram instrumentos de controle das práticas musicais e de busca pelo
alinhamento das várias dioceses à Romanização. O Lidador, publicado na cidade de Goiás foi
um exemplo destes periódicos – jornais – diocesanos, e trouxe muitas notícias sobre as
práticas realizadas no estado de Goiás como um todo. Ademais, algumas publicações
teológicas especializadas, tal como a Revista Eclesiastica da Arquidiocese da Bahia e suas
Sufraganeas (1945) foi um exemplo que pudemos analisar mais detidamente em nossa
investigação doutoral (DUARTE, 2016). Destacamos ainda que até mesmo um index de obras
consideradas em acordo ou não com os ideais restauristas chegou a ser publicado pela CAMS-
RJ (1946a). Finalmente, a publicação de livros especializados sobre o tema da música sacra
também ocorreu, ainda que em menor quantidade que os periódicos. Exemplo disto foi o livro
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de frei Basílio Röwer (1907) no qual o religioso tentou explicar e fazer clara apologia à
aplicação do motu proprio de Pio X.

3. Os periódicos pós-conciliares e o resgate de uma tradição no século XXI

Parece-nos bastante claro que a mudança de paradigmas musicais que caracterizaram o


pontificado de Pio XII, sobretudo após a Encíclica “Mediator Dei”, de 1947, representou
considerável abertura aos ideais que posteriormente viriam a marcar o Concílio Vaticano II.
Música Sacra de Petrópolis sobreviveu, contudo, até 1959, quando, por decisões da Editora,
foi descontinuada. Escreveu frei Romano Koepe, editor da revista à época que apesar das
dificuldades que saberia que haveria de encontrar, procurou preservar a publicação após o
falecimento de frei Pedro Sinzig, seu primeiro editor, em 1952:

Aos 28 de setembro recebemos uma carta do Revmo. Pe. Frei Aurélio Stulzer, dd.
Diretor da Editora Vozes Ltda., comunicando-nos a resolução do conspícuo
Conselho Editorial de não mais publicar esta revista a partir do ano vindouro. [...]
Morre, com “Música Sacra”, um dos mais caros ideais dessa figura excepcional de
sacerdote, apóstolo e artista que foi o Revmo. Frei Pedro Sinzig O.F.M. [...] No
interêsse da verdade e para esclarecimento de quem um dia fôr escrever a História
da música sacra no Brasil, queremos deixar bem claro que estávamos disposto a
continuar a luta, custasse o que custasse. (KOEPE, 1959: 81).

Fato é que os tempos já não eram os mesmos de quando frei Pedro Sinzig. Os interesses do
clero afastavam-se gradativamente dos ideais Cecilianistas que caracterizaram os quatro
periódicos de música sacra brasileiros que foram aqui abordados. Havia, entretanto, uma
versão brasileira da Revue Grégorienne (1914) francesa, a Revista Gregoriana, publicada pelo
Instituto São Pio X, no Rio de Janeiro. Tem-se notícia da sobrevivência desta publicação, pelo
menos até a década de 1960, ao tempo do Concílio Vaticano II. O viés tradicionalista da
publicação, que punha à prova, por exemplo, a experimentação de um sacerdote francês que
se propunha a ensinar a dança do twist para suas paroquianas (“TWIST” NA IGREJA?, 1963)
já sinalizava para a incompatibilidade da linha editorial do periódico e o espírito progressista
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do clero no período. Em âmbito internacional, a publicação de Universa Laus (1967) marcava


um novo período, representado pelo embate entre duas correntes estéticas na música litúrgica
pós-conciliar. A primeira delas, a dita esteticista pretendia a manutenção de referenciais
restauristas, tais como o canto coral polifônico e o uso do órgão, ao passo que a corrente
pastoralista preconizava a ativa participação dos fiéis nos ritos, propondo uma simplificação
da música (FONSECA, WEBER, 2015: 40-41). No Brasil e na Igreja de modo geral, a
corrente pastoralista logrou maior êxito, o que se percebe ainda hoje, uma vez que o canto
litúrgico pós-conciliar é conhecido, no Brasil, como canto pastoral.

Nas três primeiras décadas que sucederam o Concílio Vaticano II – 1970 a 1990 –, o
afastamento dos ideais musicais restauristas foi ainda mais acentuado, e decorria da maior
difusão da Teologia da Libertação entre os clérigos. O resultado prático foi um repertório cujo
texto dos cantos pastorais era politicamente mais engajado e que assimilava, na música, maior
uso de instrumentos de percussão, do violão e outros instrumentos da música popular, com o
intuito de evidenciar o aspecto rítmico do repertório. Neste período, as publicações
especializadas no campo da Teologia e alguns documentos produzidos pela Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), tais como A música litúrgica no Brasil, de 1976 e
Pastoral da Música no Brasil, de 1998 se propuseram a discutir a temática. Não temos
notícias, contudo, de periódicos especializados neste período. Na década de 1990 e em inícios
dos dois mil, contudo, o Boletim da Associação Paulista de Organistas e Caixa Expressiva,
publicado pela Associação Brasileira de Organistas voltaram a trazer à tona a discussão da
música religiosa, centrando a questão, contudo, em torno do órgão. Hoje os dois periódicos
não se encontram mais em fase de publicação.

Muito recentemente, entretanto, uma nova onda de interesse pela música religiosa parece estar
aflorando, porém num viés talvez mais acadêmico e se liga de certo modo ao
desenvolvimento dos programas de pós-graduação em Música no Brasil, onde a temática da
música litúrgica do século XX tem tido espaço crescente. Como desdobramento deste
movimento, a recente publicação dos dois primeiros números da Revista Digital de Música
Sacra Brasileira (2017) – o terceiro está em fase final de edição – sinaliza para uma retomada
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dos periódicos como fonte de discussão e integração dos interessados pelo tema. Este novo
periódico mescla características dos periódicos anteriores, ou seja, ao mesmo tempo em que
tem considerável espaço para a divulgação de novas composições e arranjos, também traz
artigos de caráter teórico ou histórico. É possível observar, entretanto, uma diferença em
relação às publicações anteriores – que reflete os dias atuais –, a saber, seu caráter menos
prescritivo e confessional, buscando ser mais investigativo ou científico.

Considerações finais

Ao final deste trabalho, os resultados apontam para uma tripla função dos quatro periódicos
da primeira metade do século XX que tiveram papel central na discussão aqui proposta: (1)
propaganda e censura de obras, (2) formação teórica e (3) difusão de ideias e notícias sobre as
práticas musicais. Os periódicos de música sacra alinhados à Restauração musical católica
foram recorrentes em vários países, tendo havido inclusive uma indexação. Além deles,
jornais confessionais de circulação em âmbito diocesano e até mesmo publicações civis
divulgaram o motu proprio, bem como diversos livros. O repertório em desacordo com as
normas eclesiásticas eram publicados em coletâneas estrangeiras ou em forma de partituras
impressas avulsas. Com o gradativo aumento de mudanças na liturgia a partir de fins da
década de 1940, os quatro periódicos tiveram gradativo esvaziamento de significado, dando
lugar a outros, tais como Universa Laus e a Revista Gregoriana. No presente, a publicação da
Revista Digital de Música Sacra Brasileira sinaliza a retomada de interesse pela temática em
âmbito acadêmico, sendo, contudo, um produto destas pesquisas, que permite tanto que os
interessados se interem das discussões teóricas, quanto utilizem as partituras das composições
e arranjos em suas comunidades religiosas.

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